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@resumeairafa O trato genital masculino é constituído de testículos, genitália interna (glândulas acessórias e ductos) e genitália externa. A genitália externa consiste no pênis e no escroto, uma estrutura em forma de saco que contém os testículos. A uretra atua como uma via comum de passagem para o esperma e a urina, embora isso não ocorra simultaneamente. A uretra está situada ao longo da parte ventral do eixo do pênis e é circundada por uma coluna de tecido esponjoso, chamada de corpo esponjoso. O corpo esponjoso e duas colunas de tecido, denominadas corpos cavernosos, constituem o tecido erétil do pênis. A ponta do pênis é alargada em uma região chamada de glande que, ao nascimento, é coberta por uma camada de pele, chamada de prepúcio. O escroto é um saco externo para dentro do qual os testículos migram durante o desenvolvimento fetal. A sua localização externa à cavidade abdominal é necessária, pois o desenvolvimento normal dos espermatozoides requer uma temperatura de 2 a 3°C inferior à temperatura corporal. As glândulas acessórias masculinas incluem a glândula prostática, as vesículas seminais e as glândulas bulbouretrais (glândula de Cowper). As glândulas bulbouretrais e as vesículas seminais liberam as suas secreções na uretra através de ductos. As glândulas individuais da próstata abrem-se diretamente no lúmen da uretra. A próstata é a glândula mais bem conhecida das três glândulas acessórias por seu significado clínico. O desenvolvimento fetal da próstata, como o da genitália externa, está sob o controle da DHT, uma versão super concentrada de testosterona e por isso, uma característica do organismo masculino. A descoberta do papel da DHT no crescimento da próstata levou ao desenvolvimento da finasterida, um inibidor da enzima 5-redutase, que bloqueia a produção de DHT. Os testículos humanos são estruturas pares ovoides com cerca de 5 cm por 2,5 cm. Os testículos possuem uma cápsula externa fibrosa resistente que envolve uma massa de túbulos seminíferos enrolados, agrupados em cerca de 250 a 300 compartimentos. Entre os túbulos seminíferos existe um tecido intersticial, onde ficam os vasos sanguíneos e as células intersticiais de Leydig produtoras de testosterona. Os túbulos seminíferos constituem aproximadamente 80% da massa testicular de um homem adulto. Cada túbulo individual tem 0,3 a 1 metro de comprimento, e, se todos fossem esticados e colocados ponta a ponta, o comprimento total seria de cerca de dois campos e meio de futebol. Os túbulos seminíferos deixam os testículos e se unem, formando o epidídimo, um ducto único que forma um cordão firmemente enovelado na superfície da cápsula testicular. O epidídimo origina o vaso deferente, também conhecido como ducto deferente. Esse ducto passa para dentro do abdome, onde finalmente desemboca na uretra, a passagem da bexiga urinária para o meio externo. Túbulos seminíferos: Os túbulos seminíferos são o local de produção de espermatozoides e contêm dois tipos de células: espermatogônias, em diversos estágios de desenvolvimento de espermatozoides e as células de Sertoli, que são células de suporte. O desenvolvimento dos espermatócitos ocorre em colunas, da borda externa do túbulo em direção ao lúmen. Entre cada coluna existe uma única célula de Sertoli que se estende da borda externa até o lúmen do túbulo. Circundando o lado de fora do túbulo existe uma lâmina basal que atua como uma barreira, impedindo que certas moléculas grandes do líquido intersticial entrem no túbulo, mas permitindo que a testosterona entre facilmente. As células de Sertoli adjacentes de um túbulo são unidas umas às outras por junções oclusivas que formam uma barreira adicional entre o lúmen do túbulo e o líquido intersticial que fica do lado de fora da lâmina basal. Essas junções oclusivas algumas vezes são chamadas de barreira hematotesticular porque restringem o movimento de moléculas entre compartimentos. A lâmina basal e as junções oclusivas criam três compartimentos funcionais. Devido às barreiras entre esses compartimentos, o líquido luminal tem uma composição diferente do líquido intersticial, com baixas concentrações de glicose e altas concentrações de K+ e de hormônios esteroides. Células de Sertoli: A função das células de Sertoli é regular o desenvolvimento dos espermatozoides, elas dão sustento, ou nutrição, às espermatogônias em desenvolvimento. As células de Sertoli produzem e secretam proteínas que vão desde hormônios, como a inibina e a ativina, a fatores de crescimento, enzimas e a proteína ligadora de androgênios (ABP). A ABP é secretada no lúmen dos túbulos seminíferos, onde se liga à testosterona. Células intersticiais: (células de Leydig), localizadas no tecido intersticial entre os túbulos seminíferos, secretam testosterona. Elas tornam-se ativas inicialmente no feto, quando a testosterona é necessária para determinar o desenvolvimento das características masculinas. Após o nascimento, as células tornam-se inativas. Na puberdade, elas retomam a produção de testosterona. As células intersticiais também convertem parte da testosterona em estradiol. @resumeairafa @resumeairafa A genitália externa feminina é conhecida como vulva ou pudendo. Lateralmente, estão os lábios maiores do pudendo, dobras de pele que se originam do mesmo tecido embrionário que o escroto. Medial e internamente aos lábios maiores, estão os lábios menores do pudendo, derivados dos tecidos embrionários que, dão origem ao corpo do pênis. O clitóris é uma pequena saliência de tecido sensorial erétil, situado na extremidade anterior da vulva, envolto pelos lábios menores e por uma dobra adicional de tecido equivalente ao prepúcio do pênis. As glândulas parauretrais de Skene, homólogas da próstata masculina, têm seus orifícios externos localizados lateroposteriormente ao meato uretral. As glândulas vulvovaginais de Bartholin se localizam de cada lado do introito vaginal, apresentando orifícios na parte posterior do vestíbulo, entre os pequenos lábios e o hímen. Correspondem às glândulas bulbouretrais no sexo masculino e secretam muco, especialmente durante o ato sexual. Nas mulheres, a uretra abre-se para o ambiente externo entre o clitóris e a vagina. Ao nascimento, a abertura externa da vagina está parcialmente fechada por um anel fino de tecido, chamado de hímen. O hímen é externo à vagina, e não dentro dela, de modo que o uso normal de tampões durante a menstruação não rompe o hímen. Para continuar pelo trato genital feminino, o espermatozoide deve passar pela estreita abertura do colo do útero (ou cérvice uterino), que se projeta ligeiramente para dentro da extremidade superior da vagina. O canal cervical é revestido com glândulas mucosas, cujas secreções criam uma barreira entre a vagina e o útero. O espermatozoide que passa através do canal cervical entra no lúmen do útero, um órgão muscular oco levemente menor que o tamanho de um punho fechado da mulher. O útero é a estrutura onde o ovócito fertilizado se implanta e se desenvolve durante a gestação. Ele é composto por três camadas de tecido: uma fina camada externa de tecido conectivo, uma camada intermédia espessa de músculo liso, denominada miométrio, e uma camada interna, denominada endométrio. O endométrio consiste em um epitélio com glândulas que se aprofundam na camada de tecido conectivo situada abaixo. A espessura e as características do endométrio variam durante o ciclo menstrual. As células do revestimento epitelial alternadamente proliferam e desprendem-se, acompanhadas de uma pequenaquantidade de sangramento no processo conhecido como menstruação. Os espermatozoides nadam em direção ascendente e deixam a cavidade do útero pelas aberturas das duas tubas uterinas. As tubas uterinas têm de 20 a 25 cm de comprimento, e um diâmetro aproximado de um canudinho de refrigerante. O movimento de líquido criado pelos cílios e ajudado pelas contrações musculares transporta o ovócito ao longo das tubas uterinas até o útero. Se o espermatozoide se movendo para cima na tuba uterina encontra um ovócito, que se move para baixo na tuba uterina, a fertilização pode ocorrer. As fímbrias são mantidas próximas ao ovário adjacente por tecido conectivo, o qual ajuda a assegurar que o ovócito liberado na superfície do ovário será capturado para dentro da tuba e não cairá na cavidade abdominal. O ovário é uma estrutura elíptica, com cerca de 2 a 4 cm de comprimento. Ele possui uma camada externa de tecido conectivo e uma estrutura de tecido conectivo interior, chamada de estroma. Grande parte do ovário é constituído por um espesso córtex externo preenchido por folículos ovarianos em diversos estágios de desenvolvimento ou de degradação. A pequena medula central contém nervos e vasos sanguíneos. O ovário, assim como os testículos, produz gametas e hormônios. @resumeairafa @resumeairafa Masculino - Produção de espermatozoides Ao nascimento, os testículos de um menino recém- nascido não progrediram além da mitose e contêm somente células germinativas imaturas. Após o nascimento, as gônadas tornam-se quiescentes (relativamente inativas) até a puberdade, o período nos primeiros anos da adolescência quando as gônadas amadurecem. Na puberdade, a mitose das células germinativas é retomada. As células germinativas, conhecidas como espermatogônias, possuem dois diferentes destinos. Algumas continuam a sofrer mitose ao longo de toda a vida reprodutiva do homem. Outras são destinadas a iniciar a meiose e dar origem aos espermatócitos primários. Cada espermatócito primário dá origem a quatro espermatozoides. Na primeira divisão meiótica, um espermatócito primário (4n) divide-se em dois espermatócitos secundários (2n). Na segunda divisão meiótica, cada espermatócito secundário divide-se em duas espermátides. Cada espermátide possui 23 cromossomos simples (não duplicados), o número haploide (1n) característico de um gameta. As espermátides, então, amadurecem, formando espermatozoides. As espermatogônias, células germinativas que sofrem divisão meiótica para dar origem ao espermatozoide, são encontradas agrupadas próximo à extremidade basal das células de Sertoli, no lado interno da lâmina basal dos túbulos seminíferos. Neste compartimento basal, elas sofrem mitose para dar origem a células germinativas adicionais. À medida que os espermatócitos se diferenciam em espermatozoides, eles movem-se em direção ao lúmen do túbulo seminífero, sendo continuamente circundados pelas células de Sertoli. As junções oclusivas da barreira hematotesticular se rompem e se formam novamente ao redor das células que estão migrando, assegurando que a barreira permaneça intacta. Quando os espermatócitos alcançam a extremidade luminal das células de Sertoli, eles sofrem duas divisões e se tornam espermátides. As espermátides permanecem inseridas na membrana apical das células de Sertoli enquanto completam a sua transformação em espermatozoides, o que envolve a perda de grande parte do seu citoplasma e o desenvolvimento de uma cauda flagelada. A cromatina nuclear se condensa em uma estrutura densa que preenche grande parte da cabeça, ao passo que uma vesícula semelhante ao lisossomo, chamada de acrossomo, achata- se para formar uma capa que cobre a ponta do núcleo. O acrossomo contém enzimas essenciais à fertilização. As mitocôndrias produzem energia para o movimento do espermatozoide e se concentram na peça intermediária do corpo do espermatozoide, junto com os microtúbulos que se estendem para dentro do flagelo. O trato genital masculino possui três glândulas acessórias – glândulas bulbouretrais, vesículas seminais e próstata – cuja função primária é secretar diversos líquidos. Quando os espermatozoides saem do ducto deferente durante a ejaculação, eles juntam-se a essas secreções, resultando em uma mistura de líquido e espermatozoides, denominada sêmen. Cerca de 99% do volume do sêmen é o líquido adicionado pelas glândulas acessórias. O sêmen fornece um meio líquido para o transporte dos espermatozoides. As glândulas bulbouretrais contribuem com muco para a lubrificação e tampões para neutralizar o meio geralmente ácido da vagina. As vesículas seminais contribuem com prostaglandinas, que parecem influenciar a motilidade e o transporte dos espermatozoides tanto no trato genital masculino quanto no feminino. A próstata e as vesículas seminais contribuem com nutrientes para o metabolismo dos espermatozoides. Além de fornecer um meio de transporte para os espermatozoides, as secreções das glândulas acessórias ajudam a proteger o trato genital masculino de patógenos do meio externo que podem subir pela uretra. As secreções lavam fisicamente a uretra e fornecem imunoglobulinas, lisozima e outros compostos com ação antibacteriana. Um componente interessante do sêmen é o zinco. O seu papel na reprodução ainda não está claro, mas concentrações de zinco abaixo de um certo nível estão associadas à infertilidade masculina. Feminino – Produção de ovócitos No ovário embrionário, as células germinativas são chamadas de ovogônias. A ovogônia completa a mitose e o estágio de duplicação do DNA da meiose no quinto mês de desenvolvimento fetal, dando origem aos ovócitos primários (4n). Ao nascimento, cada ovário contém cerca de meio milhão de ovócitos primários. As melhores evidências indicam que, neste momento, a mitose das células germinativas cessa e nenhum ovócito adicional pode ser formado. No ovário, a meiose não é retomada até a puberdade. @resumeairafa Se um ovócito primário se desenvolve, ele divide-se em duas células, um grande ovo (ovócito secundário) e um pequeno primeiro corpúsculo polar. Apesar da diferença de tamanho, tanto o ovócito secundário como o corpúsculo polar contêm 23 cromossomos duplicados (2n). O primeiro corpúsculo polar degenera. Se o ovócito secundário é selecionado para a ovulação, a segunda divisão meiótica ocorre imediatamente antes de o ovócito ser liberado do ovário. As cromátides-irmãs separam-se, mas a meiose é interrompida mais uma vez. A etapa final da meiose, na qual cada cromátide-irmã vai para células separadas, não ocorre se o ovócito não for fertilizado. Se o ovócito não for fertilizado, a meiose nunca será completada, e o ovócito degenera. Se houver a fertilização por um espermatozoide, o passo final da meiose ocorre. Metade das cromátides-irmãs permanece no ovo fertilizado (zigoto), ao passo que a outra metade é liberada no segundo corpúsculo polar (1n). O segundo corpúsculo polar, assim como o primeiro, degenera. Como resultado da meiose, cada ovócito primário dá origem a somente um ovo. Cada ovócito primário é circundado por uma única camada de precursores das células da granulosa e envolvido por uma lâmina basal, formando um folículo primordial. A maior parte dos folículos primordiais nunca se desenvolverá, degradando-se ao longo dos anos por um processo semelhante à apoptose, chamado de atresia (morte celular regulada hormonalmente). Na puberdade, sinais químicos fazem grupos de folículos primários deixarem o seu estado de repouso e entrarem em um período de crescimento ativo que pode levar alguns meses. Conforme os folículos em crescimento aumentam de tamanho, uma camada de células, conhecida como teca, desenvolve-se na parte externa da lâmina basal. Alguns folículosprimários nunca completam a transição para folículos secundários e são perdidos por atresia. Conforme os folículos secundários crescem, as células da granulosa começam a secretar o líquido que se acumula na cavidade central do folículo, denominada antro. O líquido antral contém hormônios e enzimas necessários para a ovulação. Neste ponto, o folículo torna-se um folículo terciário. A partir do pool de folículos terciários iniciais, somente alguns folículos sobrevivem até alcançar os estágios finais de crescimento, e geralmente um único folículo, chamado de folículo dominante, desenvolve-se-á até o momento em que libera seu ovócito. O tempo necessário para o crescimento de um folículo secundário até o folículo terciário dominante é estimado em cerca de três meses ou mais. Nas mulheres, a menarca é um momento marcante da puberdade. As mulheres produzem gametas em ciclos mensais (em média de 28 dias, com variação normal de 24- 35 dias). Esses ciclos são comumente denominados ciclos menstruais, uma vez que apresentam um período de 3 a 7 dias de sangramento uterino, conhecido como menstruação. O ciclo menstrual pode ser descrito de acordo com as mudanças que ocorrem nos folículos ovarianos, o ciclo ovariano, ou pelas mudanças que ocorrem no revestimento endometrial do útero, o ciclo uterino. O ciclo ovariano é dividido em 3 fases: Fase folicular: é um período de crescimento folicular no ovário. Essa fase é a que tem duração mais variável, de 10 a 21 dias. Porém em torno de 14 dias. Ovulação: Quando um ou mais folículos amadurecem, o ovário libera o(s) ovócito(s) durante a ovulação. Fase lútea: A fase do ciclo ovariano que segue a ovulação é conhecida como pós-ovulatória ou fase lútea. O segundo nome tem origem na transformação do folículo rompido em um corpo lúteo, assim denominado devido ao pigmento amarelo e aos depósitos de lipídeos. O corpo lúteo secreta hormônios que continuam a preparação para a gestação. Se a gestação não ocorre, o corpo lúteo para de funcionar após cerca de duas semanas, e o ciclo ovariano é reiniciado. @resumeairafa Ciclo uterino – regulado por hormônios ovarianos: Menstruação: O começo da fase folicular no ovário corresponde ao sangramento menstrual do útero. Fase proliferativa: A parte final da fase folicular do ovário corresponde à fase proliferativa no útero, durante a qual o endométrio produz uma nova camada de células em antecipação à gestação. Fase secretora: Após a ovulação, os hormônios liberados pelo corpo lúteo convertem o endométrio espessado em uma estrutura secretora. Assim, a fase lútea do ciclo ovariano corresponde à fase secretora do ciclo uterino. Se não ocorrer gravidez, as camadas superficiais do endométrio secretor são perdidas durante a menstruação, quando o ciclo uterino inicia novamente. Vias de controle/hormônios O controle hormonal da reprodução em ambos os sexos segue o padrão básico hipotálamo-hipófise anterior (adeno-hipófise)-glândula periférica. O hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH) liberado pelo hipotálamo controla a secreção de duas gonadotrofinas da adeno-hipófise: hormônio folículo -estimulante (FSH) e hormônio luteinizante (LH). Por sua vez, FSH e LH atuam nas gônadas. O FSH, junto com os hormônios esteroides gonadais, é necessário para iniciar e manter a gametogênese. O LH atua principalmente sobre células endócrinas, estimulando a produção dos hormônios esteroides gonadais. Apesar de o principal controle da função gonadal se originar no encéfalo, as gônadas também influenciam a sua própria função. Ovários e testículos secretam hormônios peptídicos que exercem retroalimentação diretamente sobre a hipófise. As inibinas inibem a secreção do FSH, e os peptídeos relacionados, chamados de ativinas, estimulam a secreção do FSH. As ativinas também promovem a espermatogênese, a maturação do ovócito e o desenvolvimento do sistema nervoso do embrião. Liberação pulsátil do GnRH: A liberação tônica do GnRH pelo hipotálamo ocorre em pequenos pulsos a cada 1 a 3 horas, tanto nos homens quanto nas mulheres. A região do hipotálamo que contém os corpos celulares dos neurônios GnRH tem sido chamada de gerador do pulso de GnRH, pois aparentemente coordena a secreção pulsátil periódica do GnRH. As crianças que apresentam deficiência de GnRH não amadurecem sexualmente na ausência de estimulação das gônadas pelas gonadotrofinas. Se tratadas com infusão contínua de GnRH, por meio de uma bomba de infusão, essas crianças não amadurecerão sexualmente. No entanto, se as bombas forem ajustadas para liberar o GnRH em pulsos similares aos que ocorrem naturalmente, as crianças entrarão na puberdade. Aparentemente, altos níveis contínuos de GnRH causam uma regulação para baixo dos receptores de GnRH nas células produtoras de gonadotrofinas, fazendo a hipófise não ser capaz de responder ao GnRH. O controle hormonal da espermatogênese segue o padrão geral descrito previamente: o hormônio hipotalâmico GnRH promove a liberação de LH e FSH da adeno- hipófise. O FSH e o LH, por sua vez, estimulam o testículo. As gonadotrofinas foram originalmente denominadas por seus efeitos nos ovários, porém os mesmos nomes foram mantidos nos homens. O FSH tem como alvo as células de Sertoli. Diferentemente dos ovócitos, as células germinativas masculinas não possuem receptores de FSH. Em vez disso, o FSH estimula nas células de Sertoli a síntese de moléculas parácrinas, que são necessárias à mitose das espermatogônias e à espermatogênese. Além disso, o FSH estimula a produção da proteína ligadora de androgênios e da inibina. O alvo principal do LH é a célula intersticial (célula de Leydig), que produz testosterona. Por sua vez, a testosterona faz retroalimentação e inibe a liberação de LH e de GnRH. A testosterona é essencial para a espermatogênese, porém as suas ações parecem ser mediadas pelas células de Sertoli, que possuem receptores de androgênios. Os espermatócitos não possuem receptores de androgênios e não podem responder diretamente à testosterona. Hormônios no ciclo ovariano: Desenvolvimento folicular - Desenvolvimento de uma cápsula de tecido conectivo, a teca folicular, proveniente do estroma ovariano. O crescimento do folículo primário (oócito I mais uma camada de células da granulosa) faz-se à custa, principalmente, dessas células, estratificadas em derredor do oócito. Subsequentemente, espaços cheios de líquido aparecem em volta das células, tornam-se coalescentes e formam uma cavidade única – o antro. O oócito situa-se excentricamente, cercado pelas células da granulosa, constituindo o cúmulo oóforo. @resumeairafa O desenvolvimento folicular é estimulado, basicamente, pelo FSH que, além disso, prepara o folículo para responder ao LH (ovulação e luteinização). Os folículos em crescimento produzem estrogênios (estradiol), hormônio sexual feminino que regula o desenvolvimento e a função dos órgãos genitais. O sinal para o recrutamento folicular inicia-se na fase lútea do ciclo anterior, com a diminuição da progesterona, do estradiol e da inibina A. Como consequência, o feedback negativo sobre o FSH é liberado, observa-se então seu aumento nos primeiros dias da fase folicular. Ovulação: Algumas substâncias não esteroides existem no líquido folicular, modulando os processos ovarianos (inibina, ativina e inibidor da maturação do oócito). Sob o estímulo dos estrogênios (especificamente, nível de estradiol plasmático acima de 200 pg/mℓ agindo sobre o centro cíclico hipotalâmico por período crítico de 50 h), há liberação significativa de LH (pico do LH) pela adeno-hipófise, fenômeno que permanece por cerca de 24 h e induz a ovulação. A postura ovular ocorre dentro de 24 h após o pico doLH, cerca de 2 semanas antes do período menstrual a se instalar, isto é, 14 dias após o 1 o dia da menstruação, no ciclo usual de 28 dias. Fase lútea: Logo após a ovulação, as células da granulosa, sob a influência do LH, hipertrofiam-se acentuadamente e enchem a cavidade cística remanescente, por vezes com conteúdo hemorrágico, transformando-a em estrutura granulosa, tingida por pigmento amarelo (luteína), o corpo lúteo ou corpo amarelo, produtora de estrogênio e de progesterona. Na verdade, as células da granulosa e da teca interna do folículo ovulatório remanescente, que apresentam receptores LH, é que, ativadas pelo hormônio, formam o corpo lúteo. As células da granulosa e da teca interna são convertidas em células luteínicas e produzem ativamente progesterona, principalmente as derivadas da granulosa. Síntese da fisiologia do ciclo menstrual O GnRH é liberado de modo pulsátil, sendo sua periodicidade e sua amplitude críticas para determinar a liberação fisiológica do FSH e do LH, gonadotrofinas produzidas na adeno-hipófise. O FSH tem produção crescente no início do ciclo menstrual por estímulo do GnRH, com aumento mais marcante na metade do ciclo; é responsável pelo desenvolvimento do folículo préantral e secreção dos estrogênios pelas células da granulosa. O folículo inicia a produção do estrogênio por meio da intervenção do FSH nas células da granulosa e do LH nas células da teca interna. Na verdade, os estrogênios são produzidos na granulosa por meio de precursores androgênicos elaborados nas células da teca. O LH, liberado em pequena quantidade desde o início do ciclo, apresenta elevação subitânea em torno do 13 o dia, causada por pico na produção do estradiol ovariano (feedback positivo). O pico do estradiol ocorre aproximadamente 24 h antes do pico do LH, que, por sua vez, precede a ovulação em 24 h. Os estrogênios voltam a ter pequena elevação na segunda fase do ciclo. A progesterona, que, no início do ciclo, apresenta níveis muito baixos, tem sua expressão maior logo após a ovulação, produzida pelo corpo lúteo. Quando os níveis desses hormônios esteroides (estrogênios e progesterona) estão altos, ocorre feedback negativo com o hipotálamo, que suprime a liberação do GnRH, levando à queda da produção hipofisária de LH e de FSH no final do ciclo e à consequente diminuição da produção hormonal do corpo lúteo. @resumeairafa Características sexuais secundárias – a puberdade e os hormônios Entender quais fatores contribuem para o amadurecimento do eixo HHG após a infância e quais fatores levam à reativação da secreção de GnRH é fundamental para a compreensão da regulação do início da puberdade. A ativação do Kiss1R pela kisspeptina desempenha um papel essencial no início da puberdade. Estudos realizados em animais e humanos identificaram a kisspeptina (Kiss1) e seu receptor (Kiss1R) como componentes críticos do eixo HHG. Ainda não se sabe se este sistema é o gatilho do início da puberdade ou se age em conjunto com outros fatores reguladores. Outro fator excitatório no hipotálamo é o glutamato, um importante estimulador da secreção de GnRH através de suas ações nos receptores n-metil D-aspartato (NMDA) e de cainato. A secreção de GnRH também é estimulada por fatores como norepinefrina, dopamina, TGFα, neuregulina, sinalizando via receptores erbB4, leptina e peptídeo semelhante à galanina. O desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários é resultado da gonadarca e da adrenarca. A adrenarca refere-se à maturação da zona reticular da glândula adrenal, resultando em aumento na produção de andrógenos adrenais, associado aos caracteres sexuais secundários, tais como o desenvolvimento de pelos pubianos (pubarca), pelos axilares, odor corporal e acne. A adrenarca é um processo de maturação gradual e progressivo, que tem início no começo da infância e é marcada pelo aumento da produção de andrógenos adrenais (DHEA, DHEA-S e androstenediona) na puberdade. A gonadarca é o aumento dos esteroides sexuais, por ação do FSH e do LH. Dessa forma, os testículos produzem a testosterona, responsável pela virilização (pelos faciais e pubianos, engrossamento da voz), enquanto os ovários produzem estrógenos, que levam ao desenvolvimento das mamas e do útero, à mudança do epitélio vaginal e à menstruação. Ou seja, a testosterona e os estrógenos são responsáveis pelo desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários. Algumas vezes, a adrenarca precede a gonadarca por 1 ou 2 anos, em meninos e meninas, mas o momento dos sinais clínicos pode variar. Apesar de a adrenarca e a gonadarca frequentemente se sobreporem, são processos separados que são regulados independentemente. Os gatilhos para a adrenarca permanecem desconhecidos; no entanto, alterações no peso corporal e no índice de massa corporal, assim como na fisiologia intrauterina e neonatal, provavelmente possam modular este processo, até mesmo em conjunto com a produção adrenal de cortisol. Garotos: o primeiro marco do início da puberdade é a mudança do estágio genital de Tanner de G1 para o G2, incluindo o alargamento dos testículos (alcançar um volume maior que 3 mL ou um comprimento testicular maior ou igual a 25 mm). Quantidades crescentes de secreção de testosterona fazem com que o pênis, o saco escrotal e os testículos aumentem de tamanho, em aproximadamente oito vezes antes dos 20 anos de idade. Diversos estados patológicos influenciam o início da puberdade direta ou indiretamente; entretanto, a maioria das variações do início puberal não pode ser atribuída a nenhum distúrbio clínico. Noventa e cinco por cento dos garotos iniciam o desenvolvimento genital entre os 9,5 e os 13,5 anos. Esses dados levaram à definição tradicional de precocidade sexual como o desenvolvimento de características sexuais secundário antes dos 9 anos e atraso puberal, como a ausência de alargamento testicular, até 14 anos de idade Mesmo durante a vida fetal, os testículos são estimulados pela gonadotropina coriônica, proveniente da placenta, a produzir quantidades moderadas de testosterona por todo o período de desenvolvimento fetal e por 10 semanas ou mais, após o nascimento; depois disso, praticamente não é produzida testosterona durante a infância, até cerca das idades de 10 a 13 anos. Então, a produção de testosterona aumenta rapidamente, sob estímulo dos hormônios gonadotrópicos da hipófise anterior, no início da puberdade, permanecendo assim pela maior parte do resto da vida. @resumeairafa A testosterona induz o crescimento de pelos (1) no púbis; (2) para cima ao longo da linha alba do abdome, algumas vezes até o umbigo ou acima; (3) na face; (4) geralmente no tórax; e (5), menos frequentemente, em outras regiões do corpo, como as costas. Além disso, reduz o crescimento de cabelos no topo da cabeça; homem que não tem os testículos funcionais não fica calvo. Entretanto, muitos homens viris nunca ficam calvos porque a calvície é resultado de dois fatores: primeiro, a herança genética para o desenvolvimento de calvície e, segundo, sobreposta a essa herança genética, grandes quantidades de hormônios androgênicos. A testosterona secretada pelos testículos ou injetada no corpo produz hipertrofia da mucosa laríngea e alargamento da laringe. Inicialmente, esses efeitos causam voz relativamente dissonante, “rachada”, mas esta, gradualmente, transforma-se na voz masculina típica do adulto. Também aumenta a espessura da pele de todo o corpo e a rigidez dos tecidos subcutâneos. A testosterona aumenta também a secreção de algumas, ou talvez de todas, glândulas sebáceas do corpo. A secreção excessiva pelas glândulas sebáceas do rosto é de especial importância, porque pode ter como resultado a acne. Assim,a acne é uma das características mais comuns da adolescência masculina, quando o corpo está sendo exposto pela primeira vez a quantidades elevadas de testosterona. Uma das características masculinas mais importantes é o desenvolvimento da musculatura após a puberdade, com aumento de cerca de 50% da massa muscular em relação às meninas. Esse aumento da massa muscular está associado à elevação da quantidade de proteína também em regiões não musculares do corpo. Muitas das alterações da pele se devem à deposição de proteínas, e as alterações na voz também resultam, parcialmente, dessa função anabólica proteica da testosterona. Garotas: Os hormônios ovarianos, estrogênio e progesterona, são secretados pelos ovários em resposta aos dois hormônios sexuais femininos da hipófise anterior. Sem dúvida, o mais importante dos estrogênios é o hormônio estradiol, e a mais importante das progestinas é a progesterona. Os estrogênios promovem, essencialmente, a proliferação e o crescimento de células específicas no corpo, responsáveis pelo desenvolvimento da maioria das características sexuais secundárias da mulher. As progestinas atuam, basicamente, preparando o útero para a gravidez e as mamas para a lactação. Na mulher não grávida normal, os estrogênios são secretados em quantidades significativas apenas pelos ovários, embora quantidades mínimas também sejam secretadas pelos córtices adrenais. Durante a gravidez, uma quantidade enorme de estrogênios também é secretada pela placenta. Na mulher não grávida, geralmente a progesterona é secretada em quantidades significativas, apenas durante a segunda metade de cada ciclo ovariano, pelo corpo lúteo. Uma função primária dos estrogênios é causar proliferação celular e crescimento dos tecidos dos órgãos sexuais e outros tecidos relacionados com a reprodução. Durante a infância, os estrogênios são secretados apenas em quantidades mínimas, mas, na puberdade, a quantidade secretada na mulher sob a influência dos hormônios gonadotrópicos hipofisários aumenta em 20 vezes ou mais. Nessa época, os órgãos sexuais femininos se alteram dos de criança para os de adulto. Os ovários, as trompas de Falópio, o útero e a vagina aumentam de tamanho várias vezes. Além do mais, a genitália externa aumenta, com depósito de gordura no monte pubiano e nos grandes lábios, além de aumento dos pequenos lábios. Além disso, os estrogênios alteram o epitélio vaginal do tipo cuboide para o tipo estratificado, considerado mais resistente a traumas e infecções do que o epitélio das células cuboides pré-púberes. Infecções vaginais em crianças quase sempre podem ser curadas pela administração de estrogênios, simplesmente por causa da maior resistência do epitélio vaginal resultante. Durante os primeiros anos da puberdade, o tamanho do útero aumenta de duas a três vezes, porém mais importante do que o aumento no tamanho do útero são as alterações que ocorrem no endométrio uterino, sob a influência dos estrogênios. Eles causam proliferação acentuada do estroma endometrial e grande desenvolvimento das glândulas endometriais, que posteriormente ajudarão no fornecimento de nutrição ao óvulo implantado. Os efeitos dos estrogênios no revestimento mucoso das trompas de Falópio são semelhantes aos efeitos no endométrio uterino. Os estrogênios fazem com que os tecidos glandulares desse revestimento proliferem; e, o mais importante, aumentam o número de células epiteliais ciliadas que revestem as trompas de Falópio. Além disso, a atividade dos cílios é consideravelmente intensificada. Esses cílios sempre batem na direção do útero, ajudando a propelir o óvulo fertilizado nessa direção. Os estrogênios causam desenvolvimento dos tecidos estromais das mamas, crescimento de um vasto sistema de ductos e depósito de gordura nas mamas. Os lóbulos e alvéolos das mamas se desenvolvem até certo ponto sob a influência apenas dos estrogênios, mas é a progesterona e a prolactina que determinam o crescimento e a função final dessas estruturas. Em suma, os estrogênios dão início ao crescimento das mamas e do aparato produtor de leite. Eles são ainda responsáveis pelo crescimento e pela aparência externa característicos da mama feminina @resumeairafa adulta. Entretanto, não finalizam a tarefa de converter a mama em órgãos produtores de leite. Os estrogênios inibem a atividade osteoclástica nos ossos e, portanto, estimulam o crescimento ósseo. Na puberdade, quando a mulher entra em seus anos reprodutivos, seu crescimento em altura torna-se rápido durante muitos anos. Entretanto, os estrogênios têm outro efeito potente no crescimento esquelético: causam a união das epífises com a haste dos ossos longos. Esse efeito do estrogênio na mulher é bem mais forte do que o efeito semelhante da testosterona no homem. Consequentemente, o crescimento da mulher geralmente cessa muitos anos antes do crescimento do homem. Depois da menopausa, quase nenhum estrogênio é secretado pelos ovários. Essa deficiência leva a uma maior atividade osteoclástica nos ossos; diminuição da matriz óssea e menos depósito de cálcio e fosfato ósseos. Em algumas mulheres, esse efeito é extremamente grave, e a condição resultante é a osteoporose. Os estrogênios não afetam muito a distribuição de pelos. Entretanto, os pelos efetivamente se desenvolvem na região pubiana e nas axilas, após a puberdade. Os androgênios, formados em quantidades crescentes pelas glândulas adrenais femininas, após a puberdade, são os principais responsáveis por esse desenvolvimento de pelo. Os estrogênios fazem com que a pele desenvolva textura macia e normalmente lisa, mas, mesmo assim, a pele da mulher é mais espessa que a da criança ou da mulher castrada. Além disso, os estrogênios fazem com que a pele se torne mais vascularizada, o que, muitas vezes, está associado à pele mais quente, promovendo também maior sangramento nos cortes superficiais do que se observa nos homens. Uma função importante da progesterona é promover alterações secretoras no endométrio uterino, durante a última metade do ciclo sexual feminino mensal, preparando o útero para a implantação do óvulo fertilizado. Promove também aumento da secreção pelo revestimento mucoso das trompas de Falópio. Essas secreções são necessárias para nutrir o óvulo fertilizado e em divisão, enquanto ele passa pela trompa de Falópio, antes de se implantar no útero. A progesterona promove o desenvolvimento dos lóbulos e alvéolos das mamas, fazendo com que as células alveolares proliferem, aumentem e adquiram natureza secretora. Entretanto, a progesterona não faz com que os alvéolos secretem leite, o leite só é secretado depois que a mama preparada é adicionalmente estimulada pela prolactina da hipófise anterior. A progesterona também faz com que as mamas inchem. Parte desse inchaço deve-se ao desenvolvimento secretor nos lóbulos e alvéolos, mas, em parte, resulta também do aumento de líquido no tecido. As modificações físicas que compõem a puberdade costumam seguir uma ordem cronológica, que depende do sexo da criança, de fatores genéticos e ambientais. Entre as principais alterações que marcam esse período de transição estão a telarca, a pubarca e a menarca. Nas meninas, em condições fisiológicas, a puberdade tem início entre 8 e 13 anos e geralmente, obedece a seguinte ordem: • A telarca (aparecimento do broto mamário) é o seu marco inicial; • Entre 11 e 12 anos, há o estirão puberal (fase de maior velocidade de crescimento); • Pubarca (aparecimento de pelos pubianos); • Menarca (primeira menstruação): comumente ocorre entre 12 e 13 anos, geralmente 2 a 2,5 anos após a telarca; Nos meninos, em condições fisiológicas, a puberdade tem início entre 9 e 14 anos, e costuma obedecer a seguinte ordem: • O aumento do volumetesticular ≥ 4 mL é o seu marco inicial; • Pubarca (aparecimento dos pelos pubianos); • Desenvolvimento genital; • Mudança na voz; • Estirão puberal, geralmente entre 13 e 14 anos. @resumeairafa O ato sexual humano –relação sexual, cópula ou coito – é extremamente variável em alguns aspectos e extremamente estereotipado em outros. A resposta sexual humana em ambos os sexos é dividida em quatro fases: (1) excitação; (2) platô/emissão; (3) orgasmo; (4) resolução. Na fase de excitação, vários estímulos eróticos preparam a genitália para o ato da cópula. Para os homens, a excitação envolve a ereção do pênis. Para as mulheres, a excitação inclui a ereção do clitóris e a lubrificação vaginal. Os estímulos eróticos incluem tanto estímulos táteis sexualmente excitantes quanto estímulos psicológicos. Como estes últimos variam muito entre os indivíduos e entre as culturas, o que é erótico para uma pessoa ou uma cultura pode ser considerado repulsivo por outro indivíduo ou outra cultura. As regiões do corpo que possuem receptores para estímulos táteis sexuais são chamadas de zonas erógenas e incluem tanto a genitália quanto os lábios, a língua, os mamilos e os lóbulos das orelhas. Na fase de platô, mudanças que iniciaram durante a excitação são intensificadas e atingem um pico conhecido como orgasmo (clímax). Em ambos os sexos, o orgasmo é uma série de contrações musculares acompanhada de sensações de prazer intenso, aumento da pressão arterial e das frequências cardíaca e respiratória. Nas mulheres, o útero e as paredes da vagina contraem-se. Nos homens, as contrações normalmente resultam na ejaculação do sêmen pelo pênis. O orgasmo feminino não é necessário para que ocorra fertilização. A fase final da resposta sexual é a resolução, um período no qual os parâmetros fisiológicos que mudaram nas primeiras três fases retornam lentamente ao normal. Fase 1 - Ereção Peniana A ereção peniana é o primeiro efeito do estímulo sexual masculino, e o grau de ereção é proporcional ao grau de estimulação, seja psíquico ou físico. A ereção é causada por impulsos parassimpáticos que passam da região sacral da medula espinal pelos nervos pélvicos para o pênis. Essas fibras nervosas parassimpáticas, ao contrário da maioria das outras fibras parassimpáticas, parecem liberar óxido nítrico e/ou peptídeo intestinal vasoativo, além da acetilcolina. O óxido nítrico ativa a enzima guanilil ciclase, causando maior formação de monofosfato cíclico de guanosina (GMPc). O GMPc, em especial, relaxa as artérias do pênis e as malhas trabeculares das fibras musculares lisas no tecido erétil dos corpos cavernosos e corpos esponjosos na haste do pênis. Quando os músculos lisos vasculares relaxam, o fluxo sanguíneo para o pênis aumenta, causando a liberação de óxido nítrico das células endoteliais vasculares e posterior vasodilatação. O tecido erétil do pênis consiste em grandes sinusoides cavernosos que, normalmente, não contêm sangue, mas se tornam tremendamente dilatados quando o fluxo sanguíneo arterial flui rapidamente para ele sob pressão, enquanto a saída venosa é, parcialmente, ocluída. Os corpos eréteis também são envolvidos por camada fibrosa espessa, especialmente os dois corpos cavernosos; portanto, a pressão elevada dentro dos sinusoides provoca o enchimento do tecido erétil em tal extensão, que o pênis fica duro e alongado, o fenômeno chamado ereção. Os impulsos parassimpáticos durante a estimulação sexual, além de promover a ereção, induzem a secreção mucosa pelas glândulas uretrais e bulbouretrais. Esse muco flui pela uretra, auxiliando a lubrificação durante a relação sexual. Entretanto, a maior parte da lubrificação do coito é fornecida pelos órgãos sexuais femininos, muito mais do que pelos masculinos. @resumeairafa Feminina - Localizado em torno do introito e estendendo-se até o clitóris, existe tecido erétil quase idêntico ao tecido erétil do pênis. Esse tecido erétil, assim como o do pênis, é controlado pelos nervos parassimpáticos que passam pelos nervos erigentes, desde o plexo sacral até a genitália externa. Nas fases iniciais da estimulação sexual, sinais parassimpáticos dilatam as artérias do tecido erétil, provavelmente decorrente da liberação de acetilcolina, óxido nítrico e polipeptídeo intestinal vasoativo nas terminações nervosas. Isso permite rápido acúmulo de sangue no tecido erétil, de maneira que o introito se contrai ao redor do pênis, o qual ajuda muito o homem a obter estimulação sexual suficiente para ocorrer a ejaculação. Fase 2 - platô/ emissão Masculino - Os impulsos parassimpáticos durante a estimulação sexual, além de promover a ereção, induzem a secreção mucosa pelas glândulas uretrais e bulbouretrais. Esse muco flui pela uretra, auxiliando a lubrificação durante a relação sexual. Entretanto, a maior parte da lubrificação do coito é fornecida pelos órgãos sexuais femininos, muito mais do que pelos masculinos. A emissão começa com a contração do canal deferente e da ampola, promovendo a expulsão dos espermatozoides para a uretra interna. Em seguida, as contrações da camada muscular da próstata, seguidas pela contração das vesículas seminais, expelem os líquidos prostático e seminal também para a uretra, forçando os espermatozoides para frente. Todos esses líquidos se misturam, na uretra interna, com o muco já secretado pelas glândulas bulbouretrais, formando o sêmen. O processo até esse ponto é chamado emissão. Feminino - Sinais parassimpáticos também passam para as glândulas bilaterais de Bartholin, localizadas sob os grandes lábios, fazendo com que, prontamente, secretem muco no introito. Esse muco é responsável por grande parte da lubrificação durante o ato sexual, muito embora ela também seja provida pelo muco secretado pelo epitélio vaginal e pequena quantidade pelas glândulas uretrais masculinas. Essa lubrificação é necessária durante o intercurso, para estabelecer sensação massageadora satisfatória, em vez de sensação irritativa, que pode ser provocada pela vagina ressecada. A sensação massageadora constitui o estímulo ideal para evocar os reflexos apropriados que culminam no clímax masculino e feminino. Fase 3 – orgasmo Masculino - O enchimento da uretra interna com sêmen provoca sinais sensoriais que são transmitidos pelos nervos pudendos para as regiões sacrais da medula espinal, dando a sensação de plenitude súbita aos órgãos genitais internos. Além disso, esses sinais sensoriais promovem as contrações rítmicas dos órgãos genitais internos e contrações dos músculos isquiocavernoso e bulbocavernoso, que comprimem as bases do tecido erétil peniano. Esses efeitos associados induzem aumentos rítmicos e ondulatórios da pressão do tecido erétil do pênis, dos ductos genitais e da uretra, que “ejaculam” o sêmen da uretra para o exterior. Ao mesmo tempo, contrações rítmicas dos músculos pélvicos, e mesmo de alguns músculos do tronco, causam movimentos de propulsão da pélvis e do pênis, que também auxiliam a propelir o sêmen para os recessos mais profundos da vagina e, talvez, mesmo levemente, para o colo do útero. Esse período todo de emissão e ejaculação é chamado orgasmo masculino. Feminino - Quando a estimulação sexual local atinge sua intensidade máxima e, especialmente, quando as sensações locais são favorecidas por sinais de condicionamento psíquico, apropriados do cérebro, são desencadeados reflexos que levam ao orgasmo feminino, também denominado clímax feminino. O orgasmo feminino é análogo à emissão e à ejaculação no homem e pode ajudar a promover a fertilização do óvulo. Primeiro, durante o orgasmo, os músculos perineais da mulher se contraem ritmicamente, em decorrênciade reflexos da medula espinal, semelhantes aos que causam a ejaculação no homem. É possível que esses reflexos aumentem a motilidade uterina e falopiana durante o orgasmo, ajudando, assim, a propelir os espermatozoides para o útero, onde se encontra o óvulo. Fase 4 – resolução Depois do clímax do ato sexual, essas sensações dão lugar, por alguns minutos, à sensação de satisfação, caracterizada por relaxamento tranquilo, efeito denominado resolução. Na adolescência, ocasionada pela puberdade, a sexualidade se manifesta em diferentes e surpreendentes @resumeairafa sensações corporais, em desejos ainda desconhecidos e em novas necessidades de relacionamento interpessoal, tornando-se um foco importante de preocupação e curiosidade para adolescentes de ambos os sexos. Nesse contexto, os valores, atitudes, hábitos e comportamentos estão em processo de formação e solidificação. A maneira como os adolescentes expressam e vivem a sua sexualidade é influenciada por vários fatores entre os quais estão: a qualidade das relações, emocional e afetiva, que viveram com as pessoas significativas na infância e na sua vivência atual; relações com seus grupos de pares; as transformações físicas, psicológicas, cognitivas e sociais trazidas pelo crescimento e desenvolvimento e pelo início da capacidade reprodutiva, até os valores, crenças, normas morais, mitos e tabus, e tradições da família e da sociedade na qual estão inseridos(as). Diante da possibilidade dessa nova experimentação da sexualidade e da reprodução, e quando essas vivências se baseiam em inseguranças, dúvidas e desconhecimentos sobre a própria sexualidade, em vergonhas, estereótipos, medos e preconceitos, aumenta a vulnerabilidade dos adolescentes a problemas nesse campo, principalmente, quando não encontram apoio familiar e social e políticas que esclareçam e informem sobre as questões da sexualidade. Há necessidade de orientar os(as) adolescentes, bem como as suas famílias, com informações científicas e claras, sobre as transformações que ocorrem no corpo, sobre as sensações sexuais, o caráter normal da masturbação, a curiosidade sexual, o tamanho dos órgãos genitais, sobre o ato sexual propriamente dito e suas consequências e sobre diversidade sexual. Enfatizar que o ato sexual é de caráter íntimo e privado e que os parceiros têm de estar de acordo com as práticas sugeridas e, portanto, prontos para assumir as responsabilidades advindas destas. O não uso do preservativo e as relações sexuais associadas ao consumo de álcool ou drogas têm sido desde sempre considerados comportamentos sexuais de risco, em particular para os adolescentes, dada a maior dificuldade destes na resolução das consequências negativas - como gravidez indesejada e/ou infecção com VIH/SIDA ou outra infecção sexualmente transmissível – e no maior impacto destas consequências para o projeto de vida dos adolescentes (UNAIDS, 2018). De acordo com os últimos dados estatísticos da UNICEF, em termos mundiais, em 2017, cerca de 30 jovens entre os 15 e os 19 anos foram infetados com o VIH/SIDA, por hora. Estes números são particularmente alarmantes se considerar que nos restantes grupos etários a epidemia estará a diminuir (UNICEF, 2018). Para além do uso do preservativo, as relações sexuais associadas ao consumo de álcool e/ou droga têm sido identificadas como comportamentos sexuais de risco, uma vez que estas substâncias alteram os níveis de racionalidade e de desinibição de quem as consome, o que no caso dos adolescentes será particularmente indesejável considerando que o desenvolvimento psicossocial destes estará ainda a formar-se A educação em saúde é reconhecida como um dos principais métodos para que os adolescentes aprendam sobre a sexualidade e a vivam de forma sadia e segura. A educação sexual precisa ser realista e conter assuntos como: sexualidade, sexo, relacionamentos, saúde reprodutiva e segurança. Desta forma, para que os programas e as ações voltados para essa temática sejam mais efetivos, há a necessidade de se considerar todas as influências recebidas por esses jovens, observando- se não apenas os seus âmbitos socioeconômicos e culturais, como também as contribuições que pais, professores profissionais de saúde podem oferecer de forma conjunta e aliada para o comportamento seguro. Referências: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/proteger_cuidar_ad olescentes_atencao_basica_2ed.pdf http://www.reme.org.br/artigo/detalhes/993 Editora Guanabara Koogan, 2002. -GUYTON, A.C. e Hall J.E.– Tratado de Fisiologia Médica. Editora Elsevier. 13ª ed., 2017. SILVERTHORN, D. U. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017 MONTENEGRO,C.A.B.; REZENDE,J.F. Obstetrícia Funda mental, 13 ed,. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. Sociedade Brasileira de Pediatria https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/proteger_cuidar_adolescentes_atencao_basica_2ed.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/proteger_cuidar_adolescentes_atencao_basica_2ed.pdf http://www.reme.org.br/artigo/detalhes/993