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Fisiologia 1 Logística e Distribuição Patrícia Figueiredo Salgado Jader Costa Mendes 2ª e di çã o DIREÇÃO SUPERIOR Chanceler Joaquim de Oliveira Reitora Marlene Salgado de Oliveira Presidente da Mantenedora Wellington Salgado de Oliveira Pró-Reitor de Planejamento e Finanças Wellington Salgado de Oliveira Pró-Reitor de Organização e Desenvolvimento Jefferson Salgado de Oliveira Pró-Reitor Administrativo Wallace Salgado de Oliveira Pró-Reitora Acadêmica Jaina dos Santos Mello Ferreira Pró-Reitor de Extensão Manuel de Souza Esteves DEPARTAMENTO DE ENSINO A DISTÂNCIA Gerência Nacional do EAD Bruno Mello Ferreira Gestor Acadêmico Diogo Pereira da Silva FICHA TÉCNICA Direção Editorial: Diogo Pereira da Silva e Patrícia Figueiredo Pereira Salgado Texto: Patrícia Figueiredo Pereira Salgado e Jader Costa Mendes Revisão Ortográfica: Rafael Dias de Carvalho Moraes Projeto Gráfico e Editoração: Antonia Machado, Eduardo Bordoni, Fabrício Ramos Supervisão de Materiais Instrucionais: Antonia Machado Ilustração: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos Capa: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos COORDENAÇÃO GERAL: Departamento de Ensino a Distância Rua Marechal Deodoro 217, Centro, Niterói, RJ, CEP 24020-420 www.universo.edu.br Informamos que é de única e exclusiva responsabilidade do autor a originalidade desta obra, não se r esponsabilizando a ASOEC pelo conteúdo do texto formulado. © Departamento de Ensi no a Dist ância - Universidade Salgado de Oliveira Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, arquivada ou transmitida de nenhuma forma ou por nenhum meio sem permissão expressa e por escrito da Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura, mantenedor a da Univer sidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO). Logística e Distribuição Palavra da Reitora Acompanhando as necessidades de um mundo cada vez mais complexo, exigente e necessitado de aprendizagem contínua, a Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO) apresenta a UNIVERSO EAD, que reúne os diferentes segmentos do ensino a distância na universidade. Nosso programa foi desenvolvido segundo as diretrizes do MEC e baseado em experiências do gênero bem-sucedidas mundialmente. São inúmeras as vantagens de se estudar a distância e somente por meio dessa modalidade de ensino são sanadas as dificuldades de tempo e espaço presentes nos dias de hoje. O aluno tem a possibilidade de administrar seu próprio tempo e gerenciar seu estudo de acordo com sua disponibilidade, tornando-se responsável pela própria aprendizagem. O ensino a distância complementa os estudos presenciais à medida que permite que alunos e professores, fisicamente distanciados, possam estar a todo momento ligados por ferramentas de interação presentes na Internet através de nossa plataforma. Além disso, nosso material didático foi desenvolvido por professores especializados nessa modalidade de ensino, em que a clareza e objetividade são fundamentais para a perfeita compreensão dos conteúdos. A UNIVERSO tem uma história de sucesso no que diz respeito à educação a distância. Nossa experiência nos remete ao final da década de 80, com o bem- sucedido projeto Novo Saber. Hoje, oferece uma estrutura em constante processo de atualização, ampliando as possibilidades de acesso a cursos de atualização, graduação ou pós-graduação. Reafirmando seu compromisso com a excelência no ensino e compartilhando as novas tendências em educação, a UNIVERSO convida seu alunado a conhecer o programa e usufruir das vantagens que o estudar a distância proporciona. Seja bem-vindo à UNIVERSO EAD! Professora Marlene Salgado de Oliveira Reitora. Logística e Distribuição 4 Logística e Distribuição 5 Sumário Apresentação da disciplina ............................................................................................. 07 Plano da disciplina ............................................................................................................ 09 Unidade 1 – Noções Básicas de Logística .................................................................... 13 Unidade 2 – Cadeia de Valor e Custos Logísticos ...................................................... 35 Unidade 3 – Distribuição ................................................................................................ 61 Unidade 4 – Logística de Transportes .......................................................................... 85 Unidade 5 – A Escolha do Modal de Transporte ........................................................ 105 Unidade 6 – Explorando as Modalidades de Transportes........................................ 129 Considerações finais ......................................................................................................... 142 Conhecendo a autora ....................................................................................................... 143 Referências .......................................................................................................................... 144 Anexos.................................................................................................................................. 145 Logística e Distribuição 6 Logística e Distribuição 7 Apresentação da disciplina Caro aluno, Seja bem-vindo a disciplina Logística e Distribuição. O reflexo da globalização nas sociedades e organizações colocou a logística em evidência na atualidade. Nunca se falou tanto em logística no meio empresarial como agora, muitos fatores explicam esta tendência. De um lado, a maior preocupação com os custos nas empresas e, de outro, a necessidade de garantir prazos de distribuição, oferecer um melhor nível de serviço em função da acirrada concorrência pelo mercado consumidor. O desenvolvimento de modernas técnicas de logística em nosso país está favorecido em função da maior diversificação dos produtos, do uso cada vez maior da informática e pelo esforço crescente de exportação dos produtos manufaturados. Percebe-se, no entanto, um hiato entre as necessidades de solução dos problemas logísticos, muitas vezes complexos, e o nível de formação dos técnicos que militam no setor de suprimentos, distribuição e transportes das empresas. Dado o contexto apresentamos alguns conceitos, técnicas e soluções na área de logística e distribuição que sejam diretamente úteis e possam ser aplicadas tanto por profissionais dos mais diferentes níveis da organização. Mas, para que o profissional de logística possa desempenhar bem suas atividades é necessário que domine razoavelmente certos conceitos básicos, bem como algumas técnicas quantitativas elementares e alguns princípios de análise empresarial. A partir da leitura das unidades, o aluno perceberá que os conhecimentos básicos necessários são, na realidade, quase que cem por cento bom senso associado a uma postura metódica organizada. Logística e Distribuição 8 Selecionamos neste texto apenas os pontos essenciais para o desempenho prático das atividades relacionadas com a logística. Entretanto, como a logística é um campo muito vasto, que incorpora de maneira integrada diversas áreas técnicas, é preciso se aprofundar aos poucos, em níveis sucessivos de conhecimento, adequando o aprendizado às necessidades da vida profissional. Desejamos que seu interesse em desvendar o mundo dinâmico da logística seja constante. Estaremos sempre à disposição para auxiliá-lo a tornar o processo de ensino- aprendizagem mais dinâmico e prazeroso. Bons Estudos! Logística e Distribuição 9 Plano da Disciplina O desfio da logística é coordenar as informações de maneira integrada (transporte, estoque, armazenagem e manuseio de materiais, produtos e peças) ao menor custo. É uma atividadeque exige um conhecimento amplo de novas tecnologias capazes de auxiliar tanto operações nacionais quanto internacionais. O objetivo da disciplina é compreender as funções e relações logísticas em uma cadeia de suprimento, enfatizando principalmente os modais de transporte de cargas utilizados em solo brasileiro para finalmente entender os principais instrumentos utilizados no processo de planejamento de transporte logístico de cargas. A disciplina foi dividida em seis unidades, que estão subdivididas em tópicos, com o objetivo de facilitar a compreensão dos conteúdos. Apresentamos abaixo resumo de cada unidade, enfatizando seus objetivos para que você tenha uma visão generalizada daquilo que irá estudar. Unidade 1- Noções Básicas de Logística Nessa primeira unidade, abordaremos alguns conceitos básicos de logística, bem como seus objetivos e abordagens, finalizando com uma breve descrição sobre a evolução da Logística no Brasil. Objetivos da Unidade: Identificar a utilização da logística durante a evolução histórica da humanidade; Demonstrar a utilização da logística como um diferencial de estratégia competitiva; Comprovar que o gerenciamento logístico adequado pode maximizar os lucros e resultados da organização; Descrever a evolução da logística no Brasil. Conceituar Rede Logística; Correlacionar a logística com os diversos setores da empresa. Logística e Distribuição 10 Unidade 2 – Cadeia de Valor e Custos Logísticos Nessa segunda unidade, vamos trabalhar aspectos importantes para o planejamento e entendimento dos impactos da cadeia de valor e os custos logísticos para o gerenciamento dos sistemas logísticos. Objetivos da Unidade: Compreender os fluxos logísticos e suas interfaces; Conhecer a cadeia de suprimento e seu gerenciamento; Demonstrar componentes do sistema logístico; Entender a cadeia de valor e os custos logísticos. Unidade 3 –Distribuição Nessa segunda unidade, vamos trabalhar aspectos importantes para o planejamento e entendimento dos impactos da cadeia de valor e os custos logísticos para o gerenciamento dos sistemas logísticos. Objetivos da Unidade: Compreender os fluxos logísticos e suas interfaces; Conhecer a cadeia de suprimento e seu gerenciamento; Demonstrar componentes do sistema logístico; Entender a cadeia de valor e os custos logísticos. Unidade 4 - Logística de Transportes Nessa segunda unidade, conheceremos melhor o papel da logística no transporte, a relação entre transporte x estoque; transporte x cliente e o funcionamento da logística de transporte no Brasil. Objetivos da Unidade: Compreender a logística de transporte; Identificar a influência do serviço de transporte no estoque e no atendimento ao cliente; Logística e Distribuição 11 Conhecer o funcionamento da logística de transporte no Brasil; Apontar os principais fatores que influenciam na escolha do modal de transporte mais adequado; Enumerar os princípios e os participantes do setor de transporte. Unidade 5 – A Escolha do Modal de Transporte Nessa terceira unidade de estudos serão apresentados os fatores que influenciam na escolha mais adequada do modal de transporte, bem como a classificação dos diferentes modais e suas principais características. Objetivos da Unidade: Conhecer a estrutura de transporte de Cargas; Apontar os fatores a serem considerados na escolha do modal de transporte; Identificar o modal mais adequado para cada situação; Enumerar os modais de transporte e suas principais características. Unidade 6 - As Modalidades de Transporte Nessa unidade de estudos vamos explorar as diversas modalidades de transporte, conhecer a diferença entre transferência e distribuição de cargas, apontar as influências que o meio externo exerce no transporte de cargas e distinguir multimodalidade de intermodalidade. Objetivos da Unidade : Conhecer as modalidades de transporte de cargas utilizadas na atualidade; Diferenciar transferência de distribuição de cargas; Apontar as principais influências do meio externo no transporte de cargas; Distinguir multimodalidade de intermodalidade. Bons Estudos! Logística e Distribuição 12 Logística e Distribuição 13 1 Noções Básicas de Logística Logística e Distribuição 14 Caro aluno, Começa aqui, nossa jornada no mundo da logística empresarial, área da administração que tem absorvido entre 60 e 80% das vendas e pode ser essencial para a estratégia competitiva e geração de receita das empresas. Espero que no final deste curso, você se torne um profissional mais consciente e capacitado frente às novas necessidades organizacionais. Nessa primeira unidade, abordaremos alguns conceitos básicos de logística, bem como seus objetivos e abordagens, finalizando com uma breve descrição sobre a evolução da Logística no Brasil. Objetivos da Unidade Identificar a utilização da logística durante a evolução histórica da humanidade; Demonstrar a utilização da logística como um diferencial de estratégia competitiva; Comprovar que o gerenciamento logístico adequado pode maximizar os lucros e resultados da organização; Descrever a evolução da logística no Brasil; Conceituar Rede Logística; Correlacionar a logística com os diversos setores da empresa. Plano da Unidade O que é a Logística Empresarial? Objetivos da Logística Empresarial. Abordagens do estudo da logística. A logística no Brasil. A Rede Logística. O Papel de Intermediário do Setor de Logística. Bem-vindo à primeira Unidade de Estudo. Logística e Distribuição 15 Ao longo da história do homem, as guerras têm sido ganhas e perdidas através do poder e da capacidade da logística – ou da falta deles. Argumenta-se que a derrota da Inglaterra na Guerra da Independência dos Estados Unidos pode ser, em grande parte, atribuída a uma falha logística. O exército britânico na América dependia quase que totalmente da Inglaterra para os suprimentos. No auge da guerra, havia 12000 soldados no ultramar e grande parte dos equipamentos e da alimentação partia da Inglaterra. Durante os primeiros seis anos da guerra, a administração desses suprimentos vitais foi totalmente inadequada, afetando o curso das operações e a moral das tropas. Até 1781, eles não tinham desenvolvido uma organização capaz de suprir o exército e, àquela altura dos acontecimentos já era muito tarde! Na Segunda Guerra Mundial, também a logística teve um papel importante. A invasão da Europa pelas Forças Aliadas foi um exercício de logística altamente proficiente. Entretanto, enquanto os generais e marechais dos tempos remotos compreenderam o papel crítico da logística, estranhamente, somente num passado recente é que as organizações empresariais reconheceram o impacto vital que o gerenciamento logístico pode ter na obtenção da vantagem competitiva. Em parte, deve-se esta falta de reconhecimento ao baixo nível de compreensão dos benefícios da logística integrada. Enquanto Arch Shaw, escrevendo em 1915, mostrava que as relações entre as atividades de criação de demanda e o suprimento físico ilustram a existência dos princípios de interdependência e equilíbrio. Uma falta de coordenação de qualquer um destes princípios ou ênfase ou dispêndio indevido com qualquer um deles vai certamente perturbar o equilíbrio de forças que representam uma distribuição eficiente. Os princípios de gerenciamento logístico levaram uns 70 anos ou mais para serem claramente definidos. Vamos refletir! O que é gerenciamento logístico no sentido como é entendido hoje? Logística e Distribuição 16 Existem muitas maneiras de definir a logística, mas o conceito principal poderia ser: É o processo de gerenciar estrategicamente a aquisição, movimentação e armazenagem de materiais, peças e produtosacabados, através da organização de seus canais de marketing, de modo maximizar o lucro presente e futuro através do atendimento dos pedidos ao menor custo possível. É a Logística que garante a posse do produto, por parte do consumidor, no momento desejado. No caso de bens duráveis, é comum no Brasil o vendedor prometer a entrega do produto num determinado prazo ou data, o que na maioria das vezes não é cumprido. Seja por deficiências no sistema de informação, nas operações do depósito ou no transporte. O efeito negativo que tais situações acarretam na imagem da empresa ainda não foi verdadeiramente avaliado no país, mas é sem dúvida, muito significativo. Empresas de entrega rápida como a Federal Express, por exemplo, cresceram vertiginosamente por oferecer serviços confiáveis, com prazos predefinidos de recebimento, possibilitando aos varejistas cumprirem suas promessas aos clientes. A gratificação ou prazer que o consumidor sente ao consumir ou usar o produto adquirido está basicamente ligada à mercadoria em si, mas a interferência da logística nesse processo não é irrelevante. Aqui, ela entra algumas vezes de forma indireta, subjacente, mas, ainda assim, muito importante. A relação de confiança e parceria entre o consumidor e o varejista depende diretamente do desempenho logístico da cadeia de suprimento no seu todo. Qualquer deslize nas operações logísticas, percebido pelo consumidor, seja um desentendimento entre dois elementos da cadeia, um atraso não justificável, ou até mesmo uma falta de cortesia por parte do motorista que faz a entrega, ou por parte do instalador, tudo isso vai se somando negativamente, e depondo contra os esforços de venda e marketing das empresas participantes. O que é a Logística Empresarial? A logística empresarial é um campo relativamente novo do estudo da gestão integrada, das áreas tradicionais das finanças, marketing e produção. .Como se viu anteriormente, atividades logísticas foram durante muitos anos exercidas pelos indivíduos. As empresas também estiveram permanentemente envolvidas em Logística e Distribuição 17 atividades de movimentação-armazenagem (transporte-estoque). A novidade então está no conceito da gestão Coordenada de atividades inter-relacionadas, em substituição à prática histórica de administrá-las separadamente, e do conceito de que a logística agrega valor a produtos e serviços essenciais para a satisfação do consumidor e o aumento das vendas. O primeiro livro texto a sugerir os benefícios da gestão logística coordenada foi publicado em 1961, o que em parte explica porque só agora se consolida uma definição generalizada da logística empresarial. Por isso mesmo vale a pena explorar algumas definições sobre este conteúdo. Uma definição dicionarizada (Webster’s New Encyclopedic Dictionary) do termo logística é a que diz: O ramo da ciência militar que lida com a obtenção, manutenção e transporte de matéria, pessoal e instalações. Esta definição situa a logística num contexto militar. Dadas as distinções entre os objetivos e atividades empresariais e militares, essa definição não engloba a essência da gestão logística empresarial. Uma representação mais fiel desse campo pode ser aquela refletida na definição promulgada pelo Council of Logistics Management (CLM), uma organização de gestores logísticos, educadores e profissionais da área criada em 1962 para incentivar o ensino nesse campo e incentivar o intercâmbio das ideias. Sua definição: Logística é o processo de planejamento, implantação, controle do fluxo eficiente e eficaz de mercadorias, serviços e das informações relativas desde o ponto de origem até o ponto de consumo com o propósito de atender às exigências dos clientes. Trata-se de uma excelente definição, uma vez que abrange a noção de que o fluxo das mercadorias deve ser acompanhado dede o ponto em que existem matérias-primas até aquele em que são descartadas. A logística também lida, além de bens materiais, com o fluxo de serviços, uma área com crescentes oportunidades de aperfeiçoamento. Essa definição sugere igualmente ser a logística um processo, o que significa que inclui todas as atividades importantes para a disponibilização de bens e serviços aos consumidores quando e onde estes quiserem adquiri-los. Contudo, a definição implica em que a logística é parte do processo da cadeia de suprimentos, e não do processo inteiro. Assim, o que é processo da cadeia de suprimentos? Ou, como é mais conhecido, o que é gerenciamento da cadeia de suprimentos? Logística e Distribuição 18 Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos ou do inglês SCM (Supply Chain Management) é um termo surgido mais recentemente que capta a essência da logística integrada e inclusive a ultrapassa. O gerenciamento da cadeia d suprimentos destaca as interações logísticas que ocorrem entre as funções de marketing, logística e produção no âmbito de uma empresa, e dessas mesmas interações entre as empresas legalmente separadas no âmbito de canal de fluxo de produtos. Oportunidades para a melhoria dos custos ou serviços aos consumidores são concretizadas mediante coordenação e colaboração entre os integrantes desse canal nos pontos em que algumas atividades essenciais da cadeia de suprimentos podem não estar sob o controle direto dos especialistas em logística. Hoje, empresas de varejo estão obtendo sucesso no compartilhamento de informações com os fornecedores, os quais, por sua vez, concordam em manter e gerenciar estoques nas estantes dos varejistas. Estoques no canal e faltas de produtos são menores. As fábricas que operam em esquemas de produção “just-in- time” estabelecem relacionamentos com fornecedores gerando benefícios para ambas as partes através da redução dos estoques. Definições da cadeia de suprimentos e da gestão da cadeia de suprimentos que refletem esse escopo mais amplo incluem, segundo Robert B. Handfield and Ernest L. Nichols Jr (1999) : A cadeia de suprimentos abrange todas as atividades relacionadas com o fluxo e transformação de mercadorias desde o estágio da matéria-prima (extração) até o usuário final, bem como os respectivos fluxos de informação. Materiais e informações fluem tanto para baixo quanto para cima na cadeia de suprimentos. A evolução da logística para cadeia de suprimentos. Fonte: Ballou, 2006. Logística e Distribuição 19 O gerenciamento da cadeia de suprimentos é a integração dessas atividades, mediante relacionamentos aperfeiçoados na cadeia de suprimentos, com o objetivo de conquistar uma vantagem competitiva sustentável. Depois do cuidadoso estudo das várias definições oferecidas a respeito, Mentzer et al. propõe a seguinte definição: O gerenciamento da cadeia de suprimentos é definido como a coordenação estratégica sistemática das tradicionais funções de negócios, das táticas ao longo dessas funções de negócios e das táticas ao longo dessas funções de negócios no âmbito de uma determinada empresa e ao longo dos negócios no âmbito da cadeia de suprimentos, com o objetivo de aperfeiçoar o desempenho a longo prazo das empresas isoladamente e da cadeia de suprimentos como um todo. O modelo de gerenciamento da cadeia de suprimentos na Figura 1-1, visto como uma fonte de informação mostra o escopo dessa definição. É importante destacar que o gerenciamento da cadeia de suprimentos trata da coordenação do fluxo de produtos ao longo de funções e de empresas para produzir vantagem competitiva e lucratividade para cada uma das companhias na cadeia de suprimentos e para o conjunto dos integrantes dessa mesma cadeia. É muito difícil em termos práticos separar a gestão da logística empresarial do gerenciamento da cadeia de suprimentos. Ocorre que, em um número muito grande de aspectos, as duas têm missão idêntica: Colocar os produtos ou serviços certos no lugar certo, no momento certo, e nas condições desejadas, dando ao mesmo tempo a melhor contribuição possívelpara a empresa. Logística e Distribuição 20 Objetivos da Logística Empresarial Como parte dos objetivos mais gerais da empresa, a logística empresarial procura atingir metas de processos de cadeia de suprimentos que venham a conduzir a organização para os objetivos globais. Especificamente, o propósito é desenvolver um mix de atividades logísticas do qual venha a resultar o máximo retorno possível do investimento no menor prazo. Essa meta tem duas dimensões: 1) O impacto do projeto do sistema logístico em termos de contribuição de rendimentos; 2) o custo operacional e as necessidades de capital desse projeto. De preferência, o especialista logístico deveria conhecer antecipadamente qual seria a receita adicional gerada por meio do incremento de melhorias na qualidade dos serviços ao cliente. Não há, porém, maneira de prever essa receita com razoável exatidão. O nível do serviço ao cliente é estabelecido num valor alvo, normalmente algo suportável para os clientes, pelas vendas ou demais partes envolvidas. A essa altura, o objetivo logístico pode passar a ser uma minimização de custos voltada para a consecução do nível pretendido de serviços, em lugar da maximização dos lucros ou do retorno sobre o investimento. Ao contrário dos lucros, os custos logísticos normalmente podem ser determinados com toda a exatidão permitida pela prática contábil e são em geral de dois tipos: Custos operacionais e custos de capital. Os custos operacionais são os que ocorrem periodicamente ou aqueles que variam diretamente de acordo com as oscilações dos níveis das atividades. Salários, despesas com armazenamento em instalações públicas e despesas administrativas e outros custos indiretos são exemplos de custos operacionais. Os custos do capital são gastos de uma vez e não variam com as oscilações normais nos níveis de atividades. Exemplos disto são o investimento numa frota privada de transporte, os custos de construção de armazéns próprios das empresas, e a compra de equipamentos de manutenção e rolagem de materiais. Se os efeitos dos níveis de atividade logística sobre as receitas da empresa são conhecidos, um objetivo financeiro factível para a logística pode ser expresso na equação batizada de RAL (retorno sobre ativos logísticos), a saber: RAL = Contribuição para a receita – custos operacionais logísticos Ativos logísticos Logística e Distribuição 21 A contribuição para a recita é representada pelas vendas resultantes do projeto do sistema logístico. Os custos operacionais logísticos são as despesas realizadas para proporcionar o nível de serviço logístico ao cliente indispensável à realização de vendas. Os ativos logísticos são o capital investido no sistema logístico. O RAL deve ser maximizado com o passar do tempo. Quando o valor do dinheiro é elevado, maximizar o valor presente do fluxo de caixa ou maximizar a taxa interna de retorno constitui uma representação mais adequada desse objetivo. Maximizar cumulativamente o retorno sobre o investimento ao longo do tempo é o segundo objetivo principal a ser concretizado para que sejam asseguradas a continuidade e progresso da empresa no longo prazo. Logística e Distribuição 22 Abordagens do Estudo da Logística Tendo sido estabelecidos os parâmetros da definição e importância, é possível começar o estudo sistematizado da gestão da logística. Dois temas são usados neste texto: eles seguem tudo o que a gestão faz e os talentos e habilidades necessários para seu desempenho num mundo tecnicamente cada vez mais complexo. Em primeiro lugar, a função de gerenciar pode ser vista como o desempenho das tarefas de planejar, organizar e controlar para realizar os objetivos da empresa. O planejamento lida com decisões sobre os objetivos da empresa; a organização trata de reunir e situar os recursos de maneira a concretizar os objetivos da organização, e o controle visa a mensurar o desempenho da empresa e a adotar as medidas corretivas necessárias quando o desempenho não está de acordo com os objetivos traçados. Em segundo lugar, os gerentes do nível mais baixo ao mais alto, dedicam boa parte do seu tempo às ações de planejamento. Para um planejamento eficaz, é indispensável contar com uma visão dos objetivos da empresa, conceitos e princípios de orientação sobre como chegar até esses valores, e dispor igualmente de ferramentas para ajudar a definir rumos entre vários cursos de ação. No caso específico do gerenciamento logístico, o planejamento segue um triângulo de decisão primário de localização, estoque e transporte, sendo o serviço aos clientes o resultado dessas decisões. Logística e Distribuição 23 A Logística no Brasil Com a abertura da economia e a globalização, as empresas brasileiras passaram a buscar novos referenciais para sua atuação, inclusive no domínio da Logística. No entanto, os passos ainda estão muito tímidos, à mercê de uma série de fatores. Há muitas empresas trabalhando ainda na primeira fase, isto é, controlando seus fluxos logísticos através de estoques e tendo seus diversos setores atuando de forma isolada. Essas empresas estão buscando melhor articulação com seus fornecedores e adotando um planejamento mais integrado de suas operações. Algumas delas em função das novas tecnologias, já estão interligadas via sistema, de forma a possibilitar maior flexibilização na entrega dos componentes ou produtos acabados. Uma das limitações observadas nas empresas brasileiras, quanto às possibilidades de evolução em termos logísticos, é sua estrutura organizacional. A clássica divisão da empresa em setores girando em torno de atividades afins (manufatura, finanças, vendas, marketing, transporte e armazenagem) não permite o tratamento sistêmico e por processo das operações logísticas. Em alguns casos, o gerente de transporte e do depósito é promovido a gerente de logística, mas a organização continua a operar de forma estanque entre seus diversos setores. Em razão do poder restrito que o setor de transporte sempre recebeu dentro da empresa, o novo gerente, se tiver capacitação para tanto, praticamente não será ouvido pela administração superior da companhia na solução de conflitos. Acabará por ter unicamente um novo título no cartão de visita, porém sem nenhuma autonomia para desempenhar a nova função. Há também casos em que a alta administração da empresa já reconhece melhor as especificidades das funções logísticas, criando uma diretoria específica e recrutando externamente um profissional gabaritado para assumi-la. Contudo, na maioria das vezes, o esquema de poder dentro da empresa acaba engessando o executivo recém-chegado, deixando-o sem ação. Muitas vezes, as empresas nacionais, em lugar de se reestruturarem de forma adequada para enfrentar os novos desafios logísticos, simplesmente lançam mão do famoso “jeitinho” com resultados parciais e incompletos, quando não contraproducentes. Por exemplo, não é incomum ver diretores de empresas Logística e Distribuição 24 comprarem softwares de roteirização de veículos, achando que, somente com isso, vão resolver os problemas logísticos da firma. Além disso, outro aspecto que, de certa forma, dificulta os avanços das empresas nacionais na direção da modernização de suas funções, fruto dos longos anos de inflação elevada e de dificuldades econômicas, é a concentração de esforços, por parte das empresas, nas funções puramente financeiras. Numa época não muito distante, com taxas de inflação muito além do razoável, os executivos de maior capacitação e criatividade gastavam uma parte expressiva de seu tempo em malabarismos financeiros, tentando manter suas empresas em atividade, deixando de aplicar maiores esforços no aprimoramento de seus negócios. Atualmente, ainda se notam resquícios dessas práticas, pois nossa economia está longe de apresentar aquele nível de estabilidade tão almejadopelos brasileiros. As empresas brasileiras ainda precisam de fôlego para se modernizar. Essa modernização, embora não exigindo grandes inversões no caso da Logística, requer, ainda assim, algum investimento em pessoal, equipamentos, atualização dos recursos de informática, entre outros. No que se refere à informática e ao tratamento da informação, os problemas encontrados são bastante sérios. Muitas empresas investem paulatinamente em sistemas autônomos que não conversam entre si, os quais e são utilizados nas atividades rotineiras de operação e de controle. No tratamento da moderna Logística, principalmente, no SCM (Supply Chain Management) é vital o acompanhamento das operações em tempo real (real time) ao longo da cadeia de suprimento. Assim, os sistemas computadorizados de gestão ERP (Enterprise Resource Planning ou Sistema Integrado de Gestão Empresarial) facilita essa integração, o que favorece a introdução das modernas técnicas logísticas nas grandes empresas. Nas demais, integrações de sistemas do tipo data warehouse (depósito de dados) possibilitaram também agilidade e a modernização das operações logísticas. No entanto, aqui no Brasil, muitas vezes as empresas competem entre si de forma desleal. Um exemplo claro disso é o transporte rodoviário de cargas no Brasil, que está infestado de operadores arrivistas, sem a mínima experiência e Logística e Distribuição 25 tradição na área, oferecendo seus serviços às empresas com fretes excessivamente baixos. Muito embora a busca pela redução de custos seja uma constante na moderna prática logística, a qualidade e a confiabilidade dos serviços são de fundamental importância. Um dos resultados dessa competição ruinosa dos transportadores de carga no Brasil é a pouca evolução observada nos últimos anos nesse setor, salvo algumas honrosas exceções, o que acarreta o favorecimento da entrada no país de grandes operadores logísticos internacionais como a Ryder, Penske, Maclane, TNT, Danzas e outros. A Rede Logística Tanto a logística de suprimento quanto a de distribuição física dependem, para sua boa conceituação e implementação, da correta representação e análise da REDE. O que vem a ser REDE logística? É a representação físico-espacial dos pontos de origem e destino das mercadorias, bem como de seus fluxos e demais aspectos relevantes, de forma a possibilitar a visualização do sistema logístico no seu todo. Mas por que a representação da rede é tão importante? Na verdade o conceito de rede é bastante abstrato: um conjunto de nós (pontos de origem ou destino) que devem ser atendidos através de ligações (meios de transportes existentes), nas quantidades pré-estabelecidas etc. O setor de marketing da empresa quase sempre possui uma visão abstrata da rede: conhece os canis de distribuição, os clientes, suas localizações e sabe que os produtos devem ser deslocados desde as fábricas e armazéns até eles. Sabe também que determinados prazos devem ser respeitados e que os custos logísticos devem ser mantidos relativamente baixos, sob pena de provocar a reação do setor de Finanças. Esta rede idealizada pelo pessoal de marketing mistura, quase sempre, aspectos primordiais com detalhes secundários, porque a questão é olhada estritamente sob uma óptica específica, a mercadológica, quando sabemos que o problema logístico é de natureza sistêmica. Assim, as ideias do setor de marketing em relação à rede logística devem ser depuradas de forma a se chegar a um resultado de consenso, no qual sejam contemplados custos, estrutura operacional e nível de atendimento aos clientes. Logística e Distribuição 26 O Papel de Intermediário do Setor de Logística O setor de marketing da empresa reflete as aspirações do mercado consumidor. Essas aspirações precisam ser tornar concretas, de forma que o setor de Logística possa executá-las dentro dos limites aceitáveis de prazos e de custos. Para tanto, deve haver um processo interativo entre os dois setores, de forma a atender, na prática os anseios do setor de Marketing (que reflete os desejos do mercado). Existe, na verdade, um terceiro setor da empresa que raciocina de forma oposta ao setor de Marketing: é a área de finanças. De forma sistêmica, o pessoal da logística fará o papel de intermediador entre Marketing e Finanças, levando a uma solução que satisfaça a ambos e a empresa no seu todo. De início, o setor de Marketing da empresa vai manifestar suas expectativas em relação: ao nível de serviço desejado para atendimento dos clientes ou usuários internos; ao modo ou modos de transporte desejados para realizar as transferências e distribuição (caminhão, trem, avião, navio); às vantagens e desvantagens de utilização de frota própria ou de terceiros (a primeira por exemplo pode ser veículo de ´propaganda e de imagem mercadológica, quando pintada de forma eficaz); à opinião sobre as vantagens mercadológicas de manter depósitos regionais versus a solução de se ter um esquema centralizado. Se deixarmos a área de marketing discutindo a questão com o setor de finanças da empresa, veremos que seus pontos de vista vão conflitar de forma quase radical. No que se refere ao nível de serviço, mais especificamente aos prazos de entrega das mercadorias, o setor de marketing favorece limites rígidos, os mais curtos possíveis. Para fianças, tanto faz: prazos curtos ou longos não fazem parte de suas preocupações imediatas. Logística e Distribuição 27 Para o setor de marketing, com referência aos possíveis modais, a escolha recai no meio de transporte mais nobre e mais rápido, ou seja, idealmente o aéreo. Já o pessoal de finanças certamente optará por utilizar o meio de transporte mais econômico. Abrir depósitos e armazéns regionais de forma a atender mais prontamente os clientes e dar-lhes e melhor assistência, é, sem dúvida, o que sente o pessoal do marketing. Já finanças, por sua vez, escolheria um esquema centralizado de forma a reduzir pessoal, investimentos e outros tipos de custos com a operação. Assim, o setor de logística deverá fazer a harmonização desses dois extremos, levando a uma solução de consenso. Embalagem São todos os produtos feitos de materiais de qualquer natureza, utilizados para conter, proteger, movimentar, manusear, entregar e apresentar mercadorias, tanto matérias-primas como produtos transformados, desde o produtor ao utilizador ou consumidor, incluindo todos os artigos ‘descartáveis’ utilizados para os mesmos fins. Os materiais constituintes mais comuns são os plásticos, papel e cartão, metais e vidro. Logística e Distribuição 28 Embalagem primária ou de venda Qualquer embalagem concebida com o objetivo de constituir uma unidade de venda ao utilizador ou consumidor final no local de compra. Embalagem secundária ou grupada Qualquer embalagem concebida para permitir agrupar um determinado número de unidades de um produto, quer sejam vendidas como tal ao utilizador ou consumidor final, quer sejam utilizadas apenas como meio de aprovisionamento no ponto de venda; este tipo de embalagem pode ser retirado do produto sem afetar as suas características. Logística e Distribuição 29 Embalagem terciária ou de transporte Qualquer embalagem concebida com o objetivo de facilitar a movimentação e o transporte de uma série de unidades de venda ou embalagens grupadas, a fim de evitar danos físicos no decorrer das operações de movimentação e transporte; não estão incluídos os contentores para transporte ferroviário, rodoviário, marítimo ou aéreo. Armazenagem Armazenagem 1 – Matérias-primas, insumos, componentes e peças; 2 – Bens acabados; 3 – Produtos semi-elaborados. A armazenagem é necessária para se obter economias no transporte, economias na produção, para aproveitar descontos por quantidades e comprasantecipadas, manter uma fonte de fornecimento, apoiar as políticas de serviço ao cliente da empresa; atender as condições do mercado em mudança (sazonalidade, flutuação de demanda, concorrência), para superar diferenciais de tempo e espaço entre produtores e consumidores, para atingir uma logística de menor custo total em harmonia com um nível desejado de serviço ao cliente e para apoiar programas de just-in-time de clientes e fornecedores. Logística e Distribuição 30 Finalizamos nossa primeira unidade de estudo. Através dela conhecemos um pouco os objetivos da logística, sua importância para as empresas e consequentemente para o desenvolvimento do país. Espero que vocês tenham gostado e extraído o máximo de conhecimentos. Na próxima unidade, estudaremos a logística de transporte e sua importância na relação com o cliente, bem como a importância da escolha adequada do modal a ser utilizado no transporte de cargas/mercadorias. Leitura Complementar! Aprofunde seus conhecimentos sobre logística lendo o livro: CHRISTOPHER, Martin. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos – Estratégias para a redução de custos e melhoria dos serviços –Administração e Negócios. Ed. Pioneira: São Paulo, 2000. Nesta obra, Christopher demonstra que a estratégia logística e o gerenciamento da cadeia de suprimentos são vitais para a obtenção de vantagens competitivas. É hora de se avaliar Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Logística e Distribuição 31 Exercícios – Unidade 1 1) Assinale a alternativa incorreta: a) a logística sempre esteve presente ao longo da história do homem. b) na Segunda Guerra mundial a logística teve um papel muito importante. c) a logística é um campo de estudo relativamente novo e surgiu na década de 90. d) os generais e marechais dos tempos remotos compreendiam o papel crítico da logística e) os princípios de gerenciamento logístico levaram uns 70 anos ou mais para serem claramente definidos. 2) Segunda a versão da Webster’s New EncyclopedicDictionary o termo “logística” pode ser definido como: a) o ramo da ciência militar que lida com a obtenção, manutenção e transporte de matéria, pessoal e instalações. b) a ciência que lida com a área de marketing visando à melhoria da comunicação com o canal de distribuição. c) o ramo da administração que faz a interface entre o marketing e a área de finanças. d) o ramo da administração que lida exclusivamente com a produção e distribuição de bens. e) o ramo da administração que cuida da produção de bens ou serviços e do escoamento da matéria-prima. 3) Sobre SCM - Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos, podemos afirmar que: a) é um termo surgido mais recentemente que capta a essência da logística integrada e inclusive a ultrapassa. b) o gerenciamento da cadeia de suprimentos destaca as interações logísticas que ocorrem entre as funções de marketing, logística e produção no âmbito de uma empresa, e dessas mesmas interações entre as empresas legalmente separadas no âmbito de canal de fluxo de produtos. Logística e Distribuição 32 c) hoje, empresas de varejo estão obtendo sucesso no compartilhamento de informações com os fornecedores, os quais, por sua vez, concordam em manter e gerenciar estoques nas estantes dos varejistas. d) as fábricas que operam em esquemas de produção “just-in-time” estabelecem relacionamentos com fornecedores gerando benefícios para ambas as partes através da redução do estoque. e) todas as respostas estão corretas. 4) Segundo o CouncilofLogistics Management, “Logística é o processo de____________, ___________ e ______________ do fluxo eficiente e eficaz de mercadorias, serviços e das informações relativas desde o ponto de origem até o ponto de consumo com o propósito de atender às exigências dos clientes. a) Planejamento, coordenação e controle. b) Planejamento desenvolvimento e implantação. c) Planejamento, controle e desenvolvimento. d) Planejamento, implantação e controle. e) Planejamento, controle e informação. 5) Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos ou SCM ( Supply Chain Management) é um termo surgido mais recentemente que capta a essência da logística integrada e inclusive a ultrapassa. O gerenciamento da cadeia de suprimentos destaca as interações logísticas que ocorrem entre as funções de___________, __________ e ___________ no âmbito de uma empresa, e dessas mesmas interações entre as empresas legalmente separadas no âmbito de canal de fluxo de produtos. a) marketing, logística e produção. b) marketing, finanças e distribuição. c) logística, distribuição e controle. d) marketing, finanças e produção. e) marketing, vendas e distribuição. Logística e Distribuição 33 6) Como parte dos objetivos mais gerais da empresa, a logística empresarial procura atingir metas de processos de cadeia de suprimentos que venham a conduzir a organização para os objetivos globais. Especificamente, o propósito é desenvolver: a) atividades capazes de melhorar o prazo de entrega dos produtos. b) atividades que tem o objetivo de gerar mais lucros para a empresa. c) um mix de atividades logísticas do qual venha a resultar o máximo retorno possível do investimento no menor prazo. d) um mix de atividades capazes de determinar os custos de armazenagem e entrega dos produtos até o consumidor final. e) atividades ligadas ao marketing e a distribuição dos produtos/serviços. 7) Ao contrário dos lucros, os custos logísticos normalmente podem ser determinados com toda a exatidão permitida pela prática contábil e são em geral de dois tipos: a) custos logísticos e custos de distribuição. b) custos operacionais e custos de capital. c) custos de produção e custos de distribuição. d) custos indiretos e custos diretos. e) custos de capital e custos de investimentos. 8) Uma das limitações observadas nas empresas brasileiras, quanto às possibilidades de evolução em termos logísticos, é em sua _______________. A clássica divisão da empresa em setores girando em torno de atividades afins (manufatura, finanças, vendas, marketing, transporte e armazenagem) não permite o tratamento sistêmico e por processo das operações logísticas. a) estrutura financeira. b) estrutura de marketing. c) estrutura de transporte. d) estrutura organizacional. e) estrutura sistêmica. Logística e Distribuição 34 9- O que é gerenciamento da cadeia de suprimentos? Compare-o com a gestão da logística empresarial. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 10 – O que vem a ser Rede Logística? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Logística e Distribuição 35 2 Cadeia de Valor e Custos Logísticos Logística e Distribuição 36 Caro aluno, Nessa segunda unidade, vamos trabalhar aspectos importantes para o planejamento e entendimento dos impactos da cadeia de valor e os custoslogísticos para o gerenciamento dos sistemas logísticos. Objetivos da Unidade: Compreender os fluxos logísticos e suas interfaces; Conhecer a cadeia de suprimento e seu gerenciamento; Demonstrar componentes do sistema logístico; Entender a cadeia de valor e os custos logísticos. Plano da Unidade: Cadeia de Valor Cadeia de Suprimento e Seu Gerenciamento Componentes do Sistema Logístico Classificando Produtos Custos Logísticos Impacto de algumas práticas nos custos logísticos Bons Estudos. Logística e Distribuição 37 Cadeia de Valor A cadeia de valor tem atualmente impactos preponderantes sobre as empresas, seja a sua produção, mas principalmente a venda, no qual estamos todos envolvidos. E a logística tem grande importância nessas condições de concorrência. As estratégias hoje de mercado incluem inúmeros itens de valor no qual o processo logístico está inserido, sendo assim esta parte do livro didático tratará de forma objetiva e clara estes importantes aspectos gerenciais e como esta administração de custos vai determinar os fatores mais relevantes para o investimentos empresariais. Porto de Antuérpia Cadeia de Suprimento e Seu Gerenciamento Ao entrarmos em cadeia de suprimento, é importante saber os seus fluxos e como este se move nas várias áreas empresariais, não esquecendo que o planejamento estratégico está intimamente ligado ao processo de crescimento e seus impactos logísticos. Logística e Distribuição 38 Fonte: Ballou, 2006. Os fluxos devem sempre estar em linha com as estruturas da empresa e seu planejamento estratégico, pois as decisões devem ser tomadas através deste diagnóstico, seja ele interno ou externo. O planejamento e o controle das atividades da cadeia de suprimentos/logística dependem de estimativas acuradas dos volumes de produtos e serviços a serem processados pela cadeia de suprimentos. Tais estimativas ocorrem tipicamente na forma de planejamentos e previsões. (BALLOU, 2016) Fonte: Novaes, 2001 Logística e Distribuição 39 Observamos a importância do fluxo de informações através de todo o fluxo, determinando o que será programado na produção, como todo o processo de atendimento ao consumidor final. Ao longo desta unidade, trataremos dos fatores que determinam os fluxos, como também a cadeia de valor e o seu gerenciamento. Identificando os componentes dos sistemas logísticos e seus custos. Componentes do Sistema Logístico Vários são os componentes do sistema logístico como já observamos anteriormente, entretanto temos que ter em mente que as operações só ocorrem na integração destes componentes destacados abaixo: Área Comercial: Comercial e Marketing unidos na captação de novos clientes, na busca constante de estabelecer um vínculo com seus clientes, em parceria com os demais departamentos da empresa. Operação Industrial: Esta operação inclui a escolha dos recursos tecnológicos mais indicados, tais como: Just in time / TQC / ERP. Fornecedores: O Papel dos fornecedores dentro da logística moderna é o de parceiros operacionais. Este conceito exige um relacionamento abrangente, que compreende as etapas de desenvolvimento de produtos, contrato de fornecimento, preços, qualidade e prazos sujeitos a mútua administração. Administração e Finanças: Há uma ênfase, cada vez maior em relação ao fluxo de caixa, em uma economia global os fluxos de caixa são cada vez mais rápidos. Logística e Distribuição 40 Distribuição Física: Como atingir rapidamente nosso cliente? Avaliando a localização da fábrica; A Localização dos fornecedores; A Localização dos depósitos; A Estrutura dos transportes. A relação entre esses atores logísticos determinaram as ações a serem tomadas para o atingimento das metas empresariais. Duas áreas importantes são a Produção e o Marketing (vendas), áreas funcionais fim da organização. Fonte: Adaptado Oliveira, 2013. Logística e Distribuição 41 E através destas áreas, observamos a importância de compreender as interfaces primordiais para o desenvolvimento de um sistema logístico eficaz. Fonte: Ballou, 2006. Destacamos que as atividades logísticas atingem tanto interno e externamente as estruturas da empresa, e a partir de seu planejamento como destacado anteriormente. Devemos entender alguns aspectos ligados ao produto para assim determinarmos sua real distribuição. Fonte: Ballou, 2006. Logística e Distribuição 42 Como podemos notar na figura anterior, fica claro que temos na pré-produção (Inbound logistics) e na pós-produção (Outbound logistics), processos que se completam e determinam a produção e seus mais variados aspectos. A partir desta condição adentramos no Supply Chain Management, que é esse conjunto de etapas de produção, que vai envolver desde os fornecedores das matérias primas, a fabricação, montagem, as intermediações das redes de distribuição para chegar ao consumidor final. Outra definição do The international Center for competitive excellence, (1994) é a “integração dos processos do negócio, desde o usuário final até os fornecedores originais que proporcionam os produtos, serviços e informações que possam agregar valor para o cliente”. Outra preocupação está em entender como estes tipos de ligações de processos organizacionais e interorganizacionais vêm sendo integralizados como demonstra a figura abaixo: Fonte: Lambert, 1998 Logística e Distribuição 43 Segundo Lambert et al. (1998), a SCM seria o meio de ligação entre três elementos básicos como pode ser visto na figura abaixo. Fonte: Lambert, 1998 Entendendo e aplicando as respostas às perguntas-chaves para o processo, pode-se um nível de sucesso. Entretanto, a falta de respostas a estes questionamentos podem levar ao fracasso. Classificando Produtos A primeira divisão importante que podemos fazer, observando os vários autores importantes tanto no marketing como Churchill (2012), e na logística, como Ballou(2016), estes classificam entre os bens de consumo (aqueles destinados aos consumidores finais) e os bens industriais (aqueles destinados a organizações). No quadro abaixo, vamos demonstrar as características dos bens de consumo, eles são classificados com a visão do marketing (vendas) para determinar as ações a serem realizadas para alcançar o consumidor final. Logística e Distribuição 44 Tipo Preço Promoção Distribuição Conveniência Baixo Massa Ampla Compra Comparada Médio Massa: Vendas Seletiva Especialidade Alto Massa: Venda Precisa Exclusiva Fonte: Autor Não vamos nos deter muito aqui, pois o mais importante são como estes produtos afetam a logística, para que esta venha a adequar seus sistemas para o alcance da meta empresarial. Vamos a um exemplo deste quadro, por exemplo, o produto de conveniência pode ser um refrigerante, pois tem preço baixo, com venda frequente, e uma rede de distribuição muito ampla e diversificada. Há subclassificações dentro dos produtos de conveniência, como nos outros tipos também, entretanto nosso estudo está focado no sistema logístico e o importante é darmos suporte a esta área final. Mas vou dar exemplos dos outros tipos para que se possa entender melhor estas características, o de compra comparada, tem um valor maior, tem menor frequência, e uma distribuição seletiva, geralmente são roupas, aparelhos eletrônicos, móveis etc. Já de especialidade tem preço alto, trabalha com características diferenciadas, a venda é menos frequente ainda. E a marca tem valor elevado no processo de compra, geralmente são produtos de Griffe, e há um esforço maior do consumidor para acessá-lo, como exemplo a Ferrari, Rolex e outras marcas famosas. Há também os não procurados, no qual não determinei aqui, poistem baixo impacto nos processos que trabalhamos. E por fim, os bens industriais (aqueles destinados a organizações). Como podemos perceber são aqueles consumidos ou adquiridos por empresas, para realização de sua produção ou negócios: equipamentos, componentes, suprimentos, matéria-prima. Logística e Distribuição 45 Outro aspecto importante para o tema é o ciclo de vida do produto, todo o produto está ligado a um inicio e fim de vida, no quadro abaixo está demonstrado de forma gráfica uma curva generalizada do ciclo de vida de um produto. Fonte: Ballou(2006) Os estágios definem os investimentos a serem realizados no produto através do tempo, determinando tanto seu impacto logístico, como também os ajustes para adequar de forma mais eficiente os seus custos. Custos Logísticos As organizações empresariais têm voltado os seus olhos para a gestão eficiente dos custos. Como observamos anteriormente, os custos logísticos correspondem a uma enorme fatia dos custos totais das empresas. Portanto, devem ser analisados e controlados individualmente, contribuindo para a gestão da cadeia de valor das organizações. Vamos destacar os principais tipos de custos logísticos envolvidos em uma cadeia de suprimentos. Logística e Distribuição 46 Custos das instalações do sistema de informações e do planejamento Custos fixos; Custos variáveis; Custos de aquisição de materiais. Custos de Estoques Custos de pedido; Custos de Armazenagem. Custos de atendimento, com atraso e de perda de venda. Custos de frete; Custos de transferência entre unidades (Movimentação); Custos de distribuição. Impostos e taxas Uma parte determinante para os custos logísticos está na curva 80 – 20, ou como também chamamos de curva de Pareto. Ele demonstra o quanto a variedade de produtos em seus variados estágios afetam a qualquer momento o sistemas de custos na empresa. Estes custos influenciam a lucratividade da organização, causando o fenômeno observado por este pesquisador italiano chamado Vilfredo Pareto. Em 1897 durante um estudo da distribuição da renda e da riqueza na Itália. Ele chegou à conclusão de que uma grande percentagem da renda total estava concentrada nas mãos de uma pequena percentagem da população, na proporção de quase 80% a 20%, respectivamente. O conceito encontrou generalizada aplicação nos negócios. (BALLOU, 2016) Este economista italiano observou que tinha que desenvolver um método de classificação, que chamou de ABC, no qual agrupa os itens por importância, esta análise demonstrou que 80% da riqueza da população Italiana estavam nas mãos de 20% da população. Logística e Distribuição 47 Esse teorema posteriormente foi aplicado na administração, e ficou comprovado um mesmo fenômeno em vários aspectos empresariais. A logística não está fora desta condição, pois com a identificação da curva ABC dos seus clientes, é possível identificar e administrar melhor o seu estoque, fator que vai impactar no lucro da organização. O fato é que uma boa administração de estoques, utiliza da curva ABC para auxiliar na identificação dos produtos com maior movimentação ou ainda de maior saída. De uma forma mais generalizada, o ABC utiliza a seguinte classificação: Classe A: 20% dos itens representam 80% do valor de estoque de mercadorias. Classe B: 30% dos itens representam 15% do valor do estoque de mercadorias. Classe C: 50% dos itens representam 5% do valor do estoque de mercadorias. Quando levantamos o estoque da empresa, geralmente observamos que somente uma pequena parte é responsável pelo maior faturamento. Geralmente há softwares para isso, entretanto podemos realizar o cálculo sem problemas, pois não há muita dificuldade. O próprio Excel pode ser preparado para isso. Quando temos estoques menores, mas atualmente não é possível trabalhar com eficácia sem um software adequado a velocidade em que se movimentam os estoques e sua dinâmica. Logística e Distribuição 48 Por exemplo, imagine que sua empresa tenha os seguintes itens: Itens Quantidade Valor Unitário (R$) V 567 500 R$200,00 N 772 100 R$180,00 X 356 20 R$150,00 Y 663 200 R$100,00 M 998 50 R$80,00 W 398 30 R$40,00 G 320 100 R$35,00 Z 023 70 R$20,00 Ajustando numa tabela veremos o seguinte: Itens Quantidade Valor Unitário (R$) V 567 500 R$ 200,00 N 772 100 R$ 180,00 X 356 20 R$ 150,00 Y 663 200 R$ 100,00 M 998 50 R$ 80,00 W 398 30 R$ 40,00 G 320 100 R$ 35,00 Z 023 70 R$ 20,00 Logística e Distribuição 49 Como vemos no quadro abaixo, colocamos em ordem de valores e calculamos a porcentagem individual: Itens Quantidade Valor Unitário (R$) Valor Total (R$) Porcentagem Individual V 567 500 R$ 200,00 R$ 100.000,00 66,18% Y 663 200 R$ 100,00 R$ 20.000,00 13,24% N 772 100 R$ 180,00 R$ 18.000,00 11,91% M 998 50 R$ 80,00 R$ 4.000,00 2,65% G 320 100 R$ 35,00 R$ 3.500,00 2,32% X 356 20 R$ 150,00 R$ 3.000,00 1,99% Z 023 70 R$ 20,00 R$ 1.400,00 0,93% W 398 30 R$ 40,00 R$ 1.200,00 0,79% Total R$ 151.100,00 Cálculo do valor acumulado O valor acumulado é calculado a partir da organização anterior. Um produto deve ser somado aos anteriores, até chegar ao montante total. Os valores parciais devem ser transformados em percentual em relação ao total. Itens Quantidade Valor Unitário (R$) Valor Total (R$) Porcentagem Individual Porcentagem Acumulada V 567 500 R$ 200,00 R$ 100.000,00 66,18% 66,18% Y 663 200 R$ 100,00 R$ 20.000,00 13,24% 79,42% N 772 100 R$ 180,00 R$ 18.000,00 11,91% 91,33% M 998 50 R$ 80,00 R$ 4.000,00 2,65% 93,98% G 320 100 R$ 35,00 R$ 3.500,00 2,32% 96,29% X 356 20 R$ 150,00 R$ 3.000,00 1,99% 98,28% Z 023 70 R$ 20,00 R$ 1.400,00 0,93% 99,21% W 398 30 R$ 40,00 R$ 1.200,00 0,79% 100,00% Total R$ 151.100,00 66,18% + 13,24% = 79,42% e acumulando-se a cada linha posterior Logística e Distribuição 50 Determine as categorias As proporções do método ABC devem ser usadas para determinar as categorias nesse momento. Itens Quantidade Valor Unitário (R$) Valor Total (R$) Porcentagem Individual Porcentagem Acumulada Classificação V 567 500 R$ 200,00 R$ 100.000,00 66,18% 66,18% A Y 663 200 R$ 100,00 R$ 20.000,00 13,24% 79,42% A N 772 100 R$ 180,00 R$ 18.000,00 11,91% 91,33% B M 998 50 R$ 80,00 R$ 4.000,00 2,65% 93,98% B G 320 100 R$ 35,00 R$ 3.500,00 2,32% 96,29% C X 356 20 R$ 150,00 R$ 3.000,00 1,99% 98,28% C Z 023 70 R$ 20,00 R$ 1.400,00 0,93% 99,21% C W 398 30 R$ 40,00 R$ 1.200,00 0,79% 100,00% C Total R$ 151.100,00 Sendo assim, temos o gráfico: Esta é a função básica para trabalhar a Curva ABC, ela determina também estoques mínimos e outras condições para ajustes de forma mais adequada às funções logísticas. Logística e Distribuição 51 Impacto de algumas práticas nos custos logísticos Subcontratação (fabricantes, operadores logísticos e outros); Terceirização de fabricação de peças; Subcontratação de operadores logísticos para manutenção do warehouse; Subcontratação de transportadoras para distribuição de produtos (frota própria x frota terceirizada); Contratação de depósitos externos para armazenamento de produção excedente etc; Cross Docking - É uma operação de rápida movimentação de produtos acabados para expedição, entre fornecedores e clientes. Chegou e já sai (transbordo sem estocagem). Troca de documentos basicamente. CRP - Continuous Replenishment Process ou Programa de Reabastecimento Contínuo. Postponement ou postergação – retardamento da finalização do produto até receber de fato o pedido customizado. EDI (Electronic data interchange)/Internet; Gestão de Inventários; Redução de lead-times; Consolidação de cargas; Descontos por quantidade. O fato que constatamos é que há uma grande necessidade de conseguirmos profissionalizar no contexto brasileiro a logística, nos últimos anos com a chegada de grandes operadores logísticos foi possível uma sensível melhora, mas há um grande caminho nesta direção com politicas públicas e privadas no desenvolvimento de escoadouros para a produção mais eficazes e um modelo logístico para atender as necessidades de um país continental como o Brasil. Warehouse Management System (WMS), ou sistema de gerenciamento de armazém, em tradução literal, corresponde a uma série de softwares que podem suportar muitas operações diárias de um armazém. É uma solução que ajuda na rotina de estocagem e de expedição de maneira estratégica. Logística e Distribuição 52 Nesta unidade, você estudou sobre a cadeia de valor e custos logísticos os aspectos importantes para o planejamento e entendimento dos impactos da cadeia de valor e os custos logísticos para o gerenciamento dos sistemas logísticos. Na próxima unidade você estudará sobre o processo de distribuição dos produtos. Importante! Sempre observe a importância dos produtos para o custo empresarial, ele afeta os investimentos em logística diretamente. Por isso, devemos ter os dados relativos às informações necessárias para a ação que formos realizar. Leitura Complementar! Aprofunde seus conhecimentos lendo mais sobre logística de transporte no livro: BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: Planejamento, Organização e Logística Empresarial. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2007. É hora de se avaliar Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Logística e Distribuição 53 Exercícios – Unidade 2 1.Em relação aos fluxos de produtos e serviços, as estruturas empresariais devem estar bem preparadas. Nesse contexto, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas. “O planejamento e o controle das atividades da cadeia de suprimentos/logística dependem. De quê? de estimativas acuradas dos volumes de produtos e serviços a serem processados pela cadeia de suprimentos. Tais estimativas ocorrem tipicamente na forma de planejamentos e previsões”. (BALLOU, 2016) A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I. c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. e) As asserções I e II são proposições falsas. 2.Vários são os componentes do sistema logístico como já observamos anteriormente, entretanto temos que ter em mente que as operações só ocorrem na integração destes componentes, abaixo está um dos conceitos de um destes componentes: “Esta operação inclui a escolha dos recursos tecnológicos mais indicados, tais como: Just in time / TQC / ERP”. Logística e Distribuição 54 De que componente é este conceito? a) Área Comercial. b) Operação Industrial. c) Fornecedores. d) Administração e Finanças. e) Distribuição Física. 3.A relação entre esses atores logísticos determinaram as ações a serem tomadas para o atingimento das metas empresariais. Duas áreas são importantes e classificadas como áreas fim, são elas: a) Administração Financeira e Marketing. b) Administração Recursos Humanos e Administração de Materiais. c) Administração de Materiais e Produção. d) Marketing e Produção. e) Produção e Administração de Recursos Humanos. 4.Um fator determinante da integração das áreas fim com o a logística são as suas interfaces, e dentro desta afirmação a interface e Produção com a logística tem como característica: No que concerne à afirmação, podemos concluir, então, que das asserções abaixo: I. Compra de Suprimentos; II. Embalagem; III. Localização Industrial. a) I, apenas. b) III, apenas. c) I e II, apenas. d) I e III, apenas. e) I, II e III. Logística e Distribuição 55 5.Na classificação de produtos, observamos algumas características dos bens de consumo, eles são classificados com a visão do marketing (vendas) para determinar as ações a serem realizadas para alcançar o consumidor final, no quadro abaixo, estão demonstradas dentro desta ordem. Determine as características conforme a classificação do tipo Compra Comparada: Tipo Preço Promoção Distribuição Conveniência Baixo Massa Ampla Compra Comparada Especialidade Alto Massa: Venda Precisa Exclusiva a) Médio / Massa: Vendas / Seletiva b) Baixo / Massa: Vendas /Ampla c) Alto / Massa: Vendas / Seletiva d) Médio / Massa / Exclusiva e) Alto / Massa: Venda Precisa / Ampla 6.Uma parte determinante para os custos logísticos está na curva_____________, ou como também chamamos de curva de___________. a) 60 – 40 / Probabilidade b) 50 – 50 / Phillips c) 80 – 20 / Pareto d) 90 – 10 / Nível e) 70 – 30 / Laffer Logística e Distribuição 56 7.Uma boa administração de estoques, utiliza da curva ___________________ para auxiliar na identificação dos produtos com maior movimentação ou ainda de maior saída. a) De possibilidade de produção b) De crescimento c) De horas d) ABC e) Determinante 8.Um aspecto importante para o tema é o ciclo de vida do produto, todo o produto está ligado a um início e fim de vida, no quadro abaixo está demonstrado de forma gráfica uma curva generalizada do ciclo de vida de um produto. a) b) Logística e Distribuição 57 c) d) e) Logística e Distribuição 58 9.Desenvolva a sua curva ABC com os dados de estoque abaixo: Itens Quantidade Valor Unitário (R$) B 223 235 R$245,00 C 404 900 R$193,00 Y 223 700 R$152,00 W 437 540 R$94,70 D 776 270 R$62,50 R 908 330 R$35,00 S 11 50 R$24,00 L 43 88 R$20,00 Logística e Distribuição 59 10.Desenvolva com os dados de estoque abaixo a sua curva ABC: Itens Quantidade Valor Unitário (R$) B 12 435 R$330,00 R 02 938 R$300,00 T 08 880 R$296,00 S 21 220 R$187,00 W 06 112 R$166,00 O 44 896 R$165,00 A 22 635 R$156,00 D 31 19 R$148,00 D 22 817 R$133,00 C 07 312 R$125,00 L 11 38 R$120,00 G 01 92 R$117,00 H 04 84 R$113,00 I 01 10 R$32,00 L 09 50 R$97,00 E 03 30 R$84,00 S 11 20 R$72,00 L 06 88 R$57,00 Logística e Distribuição 60 Logística e Distribuição 61 3 Distribuição Logística e Distribuição 62 Caro aluno, Nesta unidade, vamos trabalhar o processo de distribuição dos produtos; atualmente fator primordial para as decisões sobre o fluxo de materiais e como atingirmos o consumidor final no tempo, quantidade e qualidade, pois gera confiabilidade no mercado para a organização. Objetivos da Unidade: Compreender a logística de distribuição; Identificar a influência dos canais de distribuição; Conhecer os tipos de centros de distribuição. Plano da Unidade: A logística da Distribuição Distribuição e o seu Papel O Fluxo dos Materiais Centralização x Descentralização de CD´s Tipos de Centros de Distribuição Bons Estudos. Logística e Distribuição 63 A logística da Distribuição A distribuição envolve aspectos primordiais para atendermos o cliente, seja ele interno ou externo em suas necessidades, um dos fatores que tem impactado nos últimos anos esta área é a internet. Sendo assim, muitas das decisões se baseiam no fato de que temos a possibilidadede atender os clientes em todo o lugar e em tempo real. Entretanto, não é mais possível trabalharmos sem vislumbrar como as novas tecnologias impactaram para os processos de armazenamento e estoques, como a eficiência dos transportes que falaremos posteriormente. A evolução da logística para cadeia de suprimentos. Fonte: Ballou, 2006 Logística e Distribuição 64 Distribuição e o seu Papel Trata das relações empresa-cliente-consumidor, sendo responsável pela distribuição física dos produtos acabados até os pontos-de-venda ao consumidor e deve assegurar que os pedidos sejam pontualmente entregues, precisos, completos e no menor custo possível, de acordo com o nível de serviço desejado. Para Ballou (2006), “a distribuição física é um dos compostos da logística empresarial, que realiza a gestão integrada das atividades de movimentação, transporte e armazenagem”. Fonte: Christopher, 2009 Pires (2011) prioriza que há etapas que antecedem a distribuição física, que se faz pela da logística de abastecimento e da logística interna, e esta sendo a última do processo da logística, que envolve o sistema de distribuição, transporte e estoque. Logística e Distribuição 65 Distribuição Física Fonte: Adaptado Ballou , 2006. Distribuição física é o ramo da logística empresarial que trata da movimentação, estocagem e processamento de pedidos dos produtos finais da empresa, e costuma ser a atividade mais importante em termos de custo para a maioria das empresas, pois absorve cerca de dois terços dos custos logísticos. Logística de Abastecimento % Suprimentos 4 Frete/Seguro 18 Planejamento de materiais 7 Administração de materiais 10 Recebimento 1 Custo de estocagem – materiais primas 10 Total 50 Logística de Planta % Movimentação interna 4 PCP – Planejamento e Controle de Produção 1 Custo de estocagem – Produtos e processo 2 Custo de capital s/Ativo Imobilizado 2 Total 9 Logística de Distribuição % Armazenagem e Expedição 26 Frete de transferência 5 Custo de estocagem – Produto acabado 8 Custo de capital s/Ativo Imobilizado 2 Total 41 Total Geral 100 Fonte: Faria (2005) Logística e Distribuição 66 Fatores que definem o nível de serviço nas Redes Logísticas e distribuição física. Confiabilidade: Prazo de entrega (medido em unidades de tempo); Integridade: Integridade da carga (% de carga íntegra); Segurança: Segurança contra extravios e furtos (% de carga); Conveniência: Nível de satisfação (% de reclamações). Aspectos a considerar na implementação da logística de distribuição O número, tamanho e localização das unidades fabris; A localização geográfica dos mercados; O número e os tipos de produtos em linha de comercialização; A frequência de compra dos clientes; O número e o tamanho dos pedidos; A necessidade de armazenagem / depósitos intermediários; A escala de custo do pedido e da distribuição; Os custos orçados para distribuição; A natureza da demanda de mercado; O nível de Serviço ofertado para cada item; O modo / método de transporte. Papel da Distribuição Vendas e Promoções - dependendo da estratégia de vendas da fábrica, o distribuidor pode assumir a responsabilidade das vendas por estar mais perto do mercado consumidor. Comprar e Construir o Sortimento dos Produtos - quanto mais produtos são oferecidos por um distribuidor, menor é o custo envolvido na compra e transporte que o cliente pagará. Logística e Distribuição 67 Fracionamento - uma das razões fundamentais do distribuidor é o desmembramento dos lotes em pequenas quantidades para atender a diversos clientes com menor custo e agilidade. Agregar Valor - é a diferenciação do produto básico para atender a diversas necessidades e preferências. Agrega-se valor rotulando e embalando, montando kits e miscelâneas. Estas ações devem ser feitas sempre que possível no último elo antes do cliente final. Merchandizing - outra função é divulgar, expor, incentivar a venda dos produtos em display ou nas prateleiras dos pontos de vendas. Informações de Marketing - é de suma importância para que a cadeia seja forte que o distribuidor repasse informações, colhidas junto aos clientes, sobre a performance e qualidade dos produtos. A qualidade e tempo de retorno destas informações são fundamentais para a equipe de marketing. O Fluxo dos Materiais O fluxo de materiais desempenha papel de destaque no processo, pois é através dele que observamos as dificuldades e as fragilidades da logística, como já vimos anteriormente, a configuração dos aspectos do produto, seu tipo de venda e por que canal e etc. impacta todo o processo, causando prejuízo. Naturalmente quando desenvolvemos o gerenciamento de toda a cadeia de suprimentos, observamos que a logística de produção abrange a logística de suprimentos contando com toda a administração de matérias, como também sua movimentação. E a logística de distribuição está totalmente integrada como observamos no quadro abaixo: Logística e Distribuição 68 Centralização x Descentralização de CD´s Indutores da Centralização Maior abrangência geográfica; Exigência baixa de velocidade; Valor agregado alto do produto; Baixo giro de estoque do produto; Transporte de alto desempenho e valor. Indutores da Descentralização Menor abrangência geográfica; Exigência alta de velocidade; Valor agregado baixo do Produto; Alto giro de estoque do produto; Baixo desempenho do transporte. Centralização Vantagens: Menores níveis de estoque de segurança; Menor overhead coast – menor número de staff; Economias de escala; Maior visibilidade e controle. Desvantagens: Maiores prazos de entrega; Maiores custos de distribuição; Pode ser tornar muito grande para ser gerenciado efetivamente. Logística e Distribuição 69 Descentralização Vantagens: Menores prazos de entrega; Melhor serviço; Maior proximidade do Cliente; Menores custos de distribuição. Desvantagens: Maiores estoques de segurança; Maiores overhead coast – maior número de staff; Limitada economia de escala. Logística e Distribuição 70 Não podemos nos esquecer de que estas decisões se baseiam em custos, como falamos anteriormente, pois o custo de estoque é fator primordial para a sua manutenção no planejamento da empresa. Há alguns critérios de avaliação de estoques, podemos considerar quatro critérios usualmente utilizados, sendo eles: PEPS (primeiro a entrar, primeiro a sair) / FIFO; UEPS (último a entrar, primeiro a sair) / LIFO; Preço médio ponderado. Custo Padrão (Standard Cost) Além destes critérios, devemos utilizar uma técnica de reposição de estoques, fator que influência não somente a distribuição, mas também a produção. Análise de Trade off entre Custos: Exemplo CD com demanda anual média de 500 unidades. Considerar 2 políticas de estoques: 1 - Enviar 10 carregamentos com 50 unidades ao longo do ano 2 – 500 unidades enviadas de uma só vez Fonte: Autor Sendo assim, quais as vantagens e desvantagens de cada política alternativa? Conhece-se Custo Unitário de Aquisição por Produto (Caq), Custo Fixo de cada Viagem ou Ressuprimento (CTR), Número de Viagens (NV) e Taxa de Oportunidade de Capital (i) Logística e Distribuição 71 Qual é a melhor? Política 1: Custos: estoque menor, transporte maior; Política 2: Custos: estoque maior, transporte menor. Critérios para Reposição dos Estoques Revisão Contínua: há um acompanhamento do estoque de forma contínua, e quando o pedido de lote atinge certo nível é solicitada a reposição. Revisão Periódica: este é verificado com certa periodicidade, e esta regularidade visa elevar ao nível especificado. Logística e Distribuição 72 Tipos de Centros de Distribuição Centros