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Lei Orçamentária Anual (LOA) APRESENTAÇÃO A Lei Orçamentária Anual (LOA) é o instrumento que rege a realização dos gastos do governo no presente. Ela representa a efetivação do planejamento de longo e médio prazo do governo. É sobre esta lei que tratará esta Unidade de Aprendizagem. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Definir os itens que fazem parte da Lei Orçamentária Anual.• Reconhecer as 3 classificações de orçamento da LOA.• Identificar situações de uso de emenda.• DESAFIO Suponha que você está ministrando um minicurso que trata sobre Orçamento Público. Nele são detalhadas informações sobre Planejamento Integrado, Plano Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias e Lei Orçamentária Anual. Em determinado momento da sua explanação, um dos alunos interrompe e faz um questionamento em busca de maior esclarecimento sobre as ferramentas e leis relacionadas ao orçamento público, pois ficou um pouco confuso. -Não consegui diferenciar a LOA do PPA e da LDO. Poderia me explicar se existe uma relação entre eles e o que compõe a LOA? O que você responderia neste caso? INFOGRÁFICO A LOA é uma lei única, mas compreende três classificações de orçamento e essas classificações são relacionadas à finalidade do gasto. CONTEÚDO DO LIVRO Contabilmente, a Lei Orçamentária Anual permite aos gestores identificarem como o governo percebe seu programa, como ele será avaliado e quais resultados devem ser alcançados diante da quantidade de recursos orçamentários aportados. Leia o capítulo Planejamento: Lei Orçamentária Anual (LOA) da obra Fundamentos de Contabilidade Pública que é a base teórica desta Unidade de Aprendizagem. Boa leitura. FUNDAMENTOS DE CONTABILIDADE PÚBLICA Thiago Bernardo Borges B732f Borges, Thiago Bernardo. Fundamentos de contabilidade pública [recurso eletrônico] / Thiago Bernardo Borges. – Porto Alegre : SAGAH, 2016. Editado como livro impresso em 2016. ISBN 978-85-69726-43-2 1. Contabilidade pública – Fundamentos. 2. Administração pública. I. Título. CDU 657:35 Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094 Planejamento: Lei Orçamentária Anual (LOA) Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Definir os itens que fazem parte da Lei Orçamentária Anual. � Reconhecer as 3 classificações de orçamento da LOA. � Identificar situações de uso de emenda. Introdução A Lei Orçamentária Anual (LOA) é o instrumento que rege a realização dos gastos do governo no presente. Ela representa a efetivação do planejamento de longo e médio prazo do governo. É sobre essa lei que este texto tratará. Definição da LOA A Constituição Federal assim estabelece: Art.165 [...] § 5º – A lei de orçamento anual compreenderá: I – o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, ór- gãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público; II – o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha maioria do capital social com direito a voto; III – o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entida- des e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo poder público. § 8º A lei orçamentária não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autoriza- ção para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei. Portanto, é matéria da LOA: � Orçamento fiscal; � Orçamento de investimento das empresas; � Orçamento da seguridade social; � Autorização para abertura de créditos suplementares; � Autorização para contratação de operações de crédito. Assim, a Lei Orçamentária Anual é o instrumento que rege a realização dos gastos do governo no presente. Ela representa a efetivação do planeja- mento de longo e médio prazo do governo. Contabilmente, a LOA permite aos gestores identificarem como o governo percebe seu programa, como ele será avaliado e quais resultados devem ser alcançados diante da quantidade de recursos orçamentários aportados. A partir da LOA, aqueles que lidam com a contabilidade pública possuem uma linha de base para fazer a gestão financeira do governo, buscando viabilizar a execução dos programas sem que ocorram problemas nos pagamentos. Tudo isso dá consistência ao crédito público. A LOA é uma lei única, mas compreende três classificações de orçamento. Essas classificações são relacionadas à finalidade do gasto, sendo elas: a. Orçamento fiscal b. Orçamento de investimento das empresas governamentais c. Orçamento da seguridade social. Planejamento: Lei Orçamentária Anual (LOA) 15 A Figura 1 apresenta um diagrama dessa classificação. Figura 1. Os orçamentos na LOA. De acordo com o artigo 167, I da Constituição Federal, é vedado o início de programas e projetos não incluídos no Plano Plurianual. Logo, todas as ações constantes na Lei Orça- mentária Anual devem também estar presentes no PPA; ou seja, o orçamento, para sua validade, deve ser necessariamente compatível com o Plano Plurianual. (Art. 165, §7°, C.F.) Fique atento Fundamentos de contabilidade pública16 Forma da LOA A Lei Orçamentária é constituída da seguinte forma: � Texto: fixação do valor global de receita e despesa do orçamento fiscal e de investimentos; autorização para abertura de créditos suplementares e realização de operações de crédito; � Anexos: programação do orçamento e demonstrativos exigidos pela legis- lação. Os anexos da LOA são basicamente o detalhamento da distribuição dos recursos orçamentários em quadros. Eles são separados por programas ou unidades orçamentárias. Esses quadros representam uma tradução da lingua- gem contábil de forma que leigos possam compreender. Anexos da LOA � Volume I – Quadros consolidados e demonstrativos exigidos pela Consti- tuição, Lei 4.320, LDO e LRF; � Volume II-A e II-B – Valores da despesa por programa de trabalho; � Volume III – Orçamento de Investimento das Empresas Estatais (depen- dentes e controladas); � Volume IV – Detalhamento de Obras; � Volume V – Quadro de Detalhamento das Despesas. Sobre prazos e vigência da LOA, a Constituição Federal, no art. 165, pa- rágrafo 9º, estabelece: § 9º Cabe à lei complementar: I – dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elabora- ção e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentá- rias e da lei de orçamento anual; II – estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da adminis- tração direta e indireta, bem como condições para a instituição e funcio- namento dos fundos. Planejamento: Lei Orçamentária Anual (LOA) 17 Diante disso, a Constituição Estadual (Art. 68, ADCT) define: Art. 68 – Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 159, I e II, da Constituição do Estado, serão aplicadas as seguintes normas: I – o projeto do Plano Plurianual de Ação Governamental, para vigência até o final do primeiro exercício financeiro do mandato subsequente, será encaminhado até três meses antes do encerramento do primeiro exercício financeiro e devolvido para sanção até o término da sessão legislativa; II – o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias será encaminhado até sete meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro e devol- vido para sanção até o término do primeiro período da sessão legislativa; III – o projeto da Lei Orçamentária do Estado será encaminhado até três meses antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o término da sessão legislativa. Parágrafo único – As diretrizes, objetivos e metas do Plano Plurianual de Ação Governamental aplicáveis no primeiro exercício financeiro de sua vigência serão compatíveis com as disposições daLei de Diretrizes Orça- mentárias para o mesmo exercício. (Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Emenda à Constituição nº 30, de 23/10/1997.) Resumo dos prazos e vigência dos instrumento de planejamento e orçamento. Prazos de envio à ALMG: PPAG – 30 de setembro; LDO – 15 de maio; LOA – 30 de setembro. Vigência: PPAG – do 2º ano do exercício do governador até o primeiro ano do governador sub- sequente; LDO – um exercício financeiro (aquele a que se referem as diretrizes que regulamen- tam); LOA – um exercício financeiro. Saiba mais Como exemplo, veja as Figuras 2 e 3, que representam dois anexos da LOA, o anexo Volume IIA e o Volume V. O primeiro faz uma representação da LOA em uma linguagem com possibilidade de atingir um público maior. Fundamentos de contabilidade pública18 Já o segundo é o resumo do primeiro em uma linguagem de classificação contábil. Figura 2. Volume IIA da LOA. Figura 3. Volume V da LOA. Planejamento: Lei Orçamentária Anual (LOA) 19 Resumo das etapas de elaboração e aprovação da LOA aplicados no ano de 2013 pelo Governo de Minas Gerais, utilizado aqui como exemplo. 1ª etapa: Entre abril e maio, é desenvolvida pela Superintendência Central de Planeja- mento e Programação Orçamentária (vinculada à SEPLAG) a análise da série histórica da execução dos últimos exercícios. O objetivo dessa análise é definir os limites de gastos por unidade orçamentária do Estado. 2ª etapa: Em seguida (junho a julho), os órgãos apresentam uma proposta de planeja- mento detalhada para atividades e despesas obrigatórias. 3ª etapa: Em agosto, com a estimativa da Receita a ser arrecadada e o montante de gastos projetados para o exercício seguinte, é definido um limite adicional. Esse limite é remetido aos órgãos para complementar sua programação orçamentária. Saiba mais 1. Qual das alternativas abaixo NÃO representa matéria da LOA (Lei Orça- mentária Anual)? a) Previsão da receita. b) Alterações na legislação tributária. c) Fixação da despesa. d) Autorização para abertura de créditos suplementares. e) Autorização para contratação de operações de crédito. 2. A LOA é uma lei única, mas compre- ende três classificações de orçamen- to. Quais são essas classificações? a) Orçamento social, orçamento da seguridade fiscal e orçamento de investimento das empresas. b) Orçamento fiscal, orçamento da seguridade social e orçamento de investimento das empresas. c) Orçamento fiscal, orçamento da seguridade social e orçamento de investimento estatal. d) Orçamento social, orçamento da seguridade social e orçamento de despesas das empresas. e) Orçamento fiscal, orçamento da seguridade das empresas e orçamento de investimento social. 3. O que NÃO cabe à lei complementar? a) Fixação do valor global da receita e da despesa do orçamento fiscal e de investimentos; autorização para abertura de créditos suple- mentares e realização de opera- ções de crédito. b) Dispor sobre o exercício financei- ro, a vigência e os prazos do Plano Plurianual de Ações e da Lei de Diretrizes Orçamentárias. c) Estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da admi- nistração direta e indireta. d) Estabelecer condições para a instituição e o funcionamento dos fundos. Exercícios Fundamentos de contabilidade pública20 e) Dispor sobre a elaboração e a organização da Lei de Diretrizes Orçamentárias e da Lei Orçamen- tária Anual. 4. As alternativas abaixo compõem o orçamento de investimento das empresas, EXCETO: a) Dividendos retidos. b) Aumento de capital. c) Transferência de recursos do orçamento. d) Fundações. e) Operações do financiamento. 5. Quanto à elaboração e à aprovação da LOA, é correto afirmar que: a) Caso o Poder Executivo não enca- minhe o Projeto de Lei Orçamen- tária no prazo, o Poder Legislativo o excluirá e considerará que não existe uma lei de orçamento. b) Envolvem estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indire- ta, bem como condições para a instituição e funcionamento dos fundos. c) Podem ser feitas nas audiências públicas promovidas pela ALMG em conjunto à SEPLAG. d) Desde 2004, as Audiências Pú- blicas também são realizadas no interior. Em 2011, as cidades foram Juiz de Fora, Poços de Caldas, Iturama, Itaobim e Montes Claros. e) Caso o Poder Executivo enca- minhe a proposta orçamentária dentro do prazo e a ALMG não a aprove no período estabeleci- do, somente algumas despesas poderão ser executadas. CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Recuperado de: <http://www4.planalto. gov.br/ legislacao/ legislacao- estadual/ constituicoes- estaduais#content>. Arquivo PDF: <http://www.almg.gov.br/ opencms/ export/ sites/ default/ consulte/ legislacao/ Downloa- ds/ pdfs/ Constituicao Estadual.pdf>. Acesso em 24/06/2016. CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Recuperado de: <http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/ consti- tuicao/ constituicao.htm>. Acesso em 24/06/2016. Leituras recomendadas ANDRADE, N. A. Contabilidade pública na gestão municipal. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2007. ARAUJO, I. P. S.; ARRUDA, D. G.; BARRETO, P. H. T. O essencial da contabilidade pública: teoria e exercícios de concursos públicos resolvidos. São Paulo: Saraiva, 2009. BEZERRA FILHO, J. E. Contabilidade pública: teoria, técnicas de elaboração de balanços e 500 questões. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. Referências Planejamento: Lei Orçamentária Anual (LOA) 21 KOHAMA, H. Contabilidade pública: teoria e prática. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2010. LIMA, D. V.; CASTRO, R. G. Contabilidade pública: integrando união, estados e municípios. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2009. OLIVEIRA, A. B. S. Controladoria governamental: governança e controle econômico na implantação das políticas públicas. São Paulo: Atlas, 2010. PEREIRA, J. M. Curso de administração pública: foco nas instituições e ações governa- mentais. São Paulo: Atlas, 2008. PISCITELLI, R. B.; TIMBÓ, M. Z. F. Contabilidade pública: uma abordagem da administração financeira pública. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2010. Fundamentos de contabilidade pública22 Conteúdo: DICA DO PROFESSOR A partir da LOA, aqueles que lidam com a contabilidade pública possuem uma linha de base para fazer a gestão financeira do governo, buscando viabilizar a execução dos programas sem que ocorram problemas nos pagamentos. No vídeo a seguir, entenda um pouco melhor a relação da LOA com a contabilidade pública. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) Qual das alternativas abaixo NÃO representa matéria da LOA - Lei Orçamentária Anual? A) Previsão da receita. B) Alterações na legislação tributária. C) Fixação da despesa. D) Autorização para abertura de créditos suplementares. E) Autorização para contratação de operações de crédito. 2) A LOA é uma lei única, mas compreende três classificações de orçamento. Quais são essas classificações? Orçamento social, orçamento da securidade fiscal e orçamento de investimento das A) empresas. B) Orçamento fiscal, orçamento da securidade social e orçamento de investimento das empresas. C) Orçamento fiscal, orçamento da securidade social e orçamento de investimento estatal. D) Orçamento social, orçamento da securidade social e orçamento de despesas das empresas. E) Orçamento fiscal, orçamento da securidade das empresas e orçamento de investimento social. 3) O que NÃO cabe à lei complementar? A) Fixação do valor global da receita e despesa do orçamento fiscal e de investimentos; autorização para abertura de créditos suplementares e realização de operações de crédito. B) Dispor sobre o exercício financeiro, a vigência e os prazos do plano plurianual e da lei de diretrizes orçamentárias. C) Estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta. D) Estabelecer condições para a instituição e funcionamento dos fundos. E) Dispor sobre a elaboração e a organização da Lei de Diretrizes Orçamentárias e da Lei de Orçamento Anual. 4) As alternativas abaixocompõem o orçamento de investimento das empresas, EXCETO: A) Dividendos retidos. B) Aumento de capital. C) Transferência de recursos do orçamento. D) Fundações. E) Operações do financiamento. 5) Quanto à elaboração e aprovação da LOA é correto afirmar que: A) Caso o Poder Executivo não encaminhe o Projeto de Lei Orçamentária no prazo, o Poder Legislativo excluirá e considerará que não existe uma Lei de Orçamento. B) Estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta, bem como condições para a instituição e funcionamento dos fundos. C) Podem ser feitas nas Audiências Públicas promovidas pela ALMG em conjunto à SEPLAG. D) Desde 2004, as Audiências Públicas também são realizadas no interior. Em 2011 as cidades foram Juiz de Fora, Poços de Caldas, Iturama, Itaobim e Montes Claros. E) Caso o Poder Executivo encaminhe a proposta orçamentária dentro do prazo e a ALMG não aprove no período estabelecido, somente algumas despesas podem ser executadas. NA PRÁTICA Como vimos, a Lei Orçamentária Anual (LOA) é a última etapa na formulação do orçamento, devendo estar em sintonia com o PPA e com a LDO. Durante a construção da LOA é detalhada a execução do orçamento: - Repasses - Subvenções a entidades assistenciais - Gastos com previdência - Aumento de salários - Obras - Compra de materiais de consumo. Veja abaixo um exemplo de uma forma de organização das receitas e despesas para a LOA em um órgão fictício: SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: O que é LOA Lei Orçamentária Anual - Receitas e Despesas Orçamentárias Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Lei orçamentária anual (LOA) Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Legislação Orçamentária Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
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