Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Funções do Estado APRESENTAÇÃO Nesta Unidade de Aprendizagem você vai conhecer as funções do Estado, além de identificar alguns pontos relevantes que o auxiliam para a condução do equilíbrio macroeconômico, tendo em vista os propósitos coletivos. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar as principais funções do Estado.• Indicar as políticas macroeconômicas que atendem à função do Estado.• Apontar as ferramentas macroeconômicas utilizadas para o equilíbrio da economia.• DESAFIO As políticas públicas devem estar pautadas na necessidade dos cidadãos. O papel do Estado é proteger esse cidadão e procurar satisfazer suas necessidades prioritárias. No que concerne à lei 8.069/1990, o Estatuto da Criança e do Adolescente estabelece que: No que se refere a essa lei e sabendo que a violência em todos os âmbitos, na maioria dos casos, é realizada por pessoas da família ou muito próximas a ela, o que você, como cidadão, faria ao identificar sinais de agressão a uma criança ou a um adolescente? Que argumentos você utilizaria para a sua proteção? INFOGRÁFICO O infográfico destaca os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, os quais estabelecem ações orientadas na busca do atendimento à coletividade por meio da aplicação dos instrumentos de políticas macroeconômicas, a fim de estabilizar a economia, distribuir renda e assegurar a manutenção das relações com o comércio internacional. CONTEÚDO DO LIVRO Aprofunde seus conhecimentos lendo o capítulo Funções do Estado, do livro Elaboração e Implementação de Políticas Públicas, base teórica para esta Unidade de Aprendizagem. Boa leitura! ELABORAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS Vanessa Ramos Teixeira Revisão técnica: Luciana Bernadete de Oliveira Graduada em Ciências Políticas e Econômicas Especialista em Administração Financeira Mestre em Desenvolvimento Regional Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094 E37 Elaboração e implementação de políticas públicas / Guilherme Corrêa Gonçalves ... [et al.] ; [revisão técnica: Luciana Bernadete de Oliveira]. – Porto Alegre : SAGAH, 2017. 324 p. il. ; 22,5 cm. ISBN 978-85-9502-194-5 1. Políticas públicas. I. Gonçalves, Guilherme Corrêa. CDU 304 Funções do Estado Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identi� car as principais funções do Estado. Indicar as políticas macroeconômicas que atendem à função do Estado. Apontar as ferramentas macroeconômicas utilizadas para o equilíbrio da economia. Introdução Neste texto, você irá conhecer as funções do Estado, além de identificar alguns pontos relevantes que o auxiliam na condução do equilíbrio macroeconômico, tendo em vista os propósitos coletivos. Funções do Estado Você já se perguntou por que estado ou Estado? Um com a letra “e” em mi- núsculo e o outro em maiúsculo? Qual a diferença? Esse ponto é de grande importância e as diferenças estão além do que uma simples letra. Para ajudar a esclarecer essa questão, vamos recorrer ao nosso conhecido companheiro, o Dicionário do Aurélio (FERREIRA, 1988), que apresenta: Modo de ser ou estar. Modo de existir na sociedade; situação profissional ou social; condição. Conjunto das condições físicas ou morais de uma pes- soa. O conjunto dos poderes políticos de uma nação; governo. Organismo político administrativo que, como nação soberana ou divisão territorial, ocupa um território determinado, é dirigido por governo próprio e se constitui pessoa jurídica de direito público, internacionalmente conhecido. Você pode perceber que a definição desta palavra é ampla, portanto, torna- -se necessário alguma forma de distinção. Nesse caso, com a letra minúscula, estamos nos referindo, por exemplo, aos estados físicos da água, o estado de alguém após um acidente ou aos 26 estados da federação brasileira. Quando nos referimos àquela instituição que deve zelar pela nossa segurança pública, que codifica as leis e possui autodeterminação político-administrativa, gra- famos Estado. Agora que você já sabe, o Estado é uma entidade com poder soberano para governar um povo dentro de uma área territorial delimitada. Suas características são o exercício da soberania sobre um território delimitado por fronteiras e população específica, guardado pelas Forças Armadas e mantido por uma burocracia administrativa em esferas de poder. Devido ao fato do Estado brasileiro não ser unitário, suas atribuições são descentralizadas entre várias pessoas políticas, que são os entes da federação: União, Estados, Distrito Federal (Brasília) e Municípios. Conforme previsto em nossa Constituição Federal, de 1988, o Brasil adotou como forma de Estado o federado, que integram diferentes centros de poder político (BRASIL, 1988). Nessa definição, temos um poder político central (União), os poderes políticos regionais (Estados) e os poderes políticos locais (Municípios), além do Distrito Federal apesar de conter vedação constitucional a sua divisão em municípios, acumula poderes regionais e locais, como prevê em seu art. 32. O Estado federado tem como característica ser um modelo de descentrali- zação política, a partir da repartição constitucional de competências entre as entidades federadas autônomas que o integram. Com isso, o poder político, em vez de permanecer concentrado na entidade central, é dividido entre as diferentes entidades federadas dotadas de autonomia. É relevante ressaltar que, não há subordinação hierárquica entre as entidades políticas que compõem o Estado federado. Todos elas se concentram no mesmo patamar hierárquico, para o exercício autônomo das competências que lhe são atribuídas pela Constituição Federal (PEREIRA, 1998). Observe a divisão estatal no Quadro 1. Funções do Estado122 Esfera de poder Principais funções Nível Federal Estadual Municipal Legislativo Sua função principal é a elaboração de leis (função normativa) Congresso Nacional (Câmara dos deputados – Deputados Federais e Senado Federal – senadores) Assembleia Legislativa (Deputados Estaduais) Câmara Municipal (Vereadores) Executivo Sua função principal é a conversão da lei em ato individual e concreto (função administrativa) Presidente da República, Vice-Presidente e Ministros Governador, Vice- -Governador e Secretários Prefeito, Vice-Prefeito e secretariado Judiciário Sua função principal é a aplicação coativa das leis aos litigantes (função judicial) Supremo Tribunal Federal, Superior Tribunal de Justiça, Tribunais e juízes federais. Tribunais e juízes Não há Quadro 1. Divisão da função estatal e estrutura de poderes. A separação dos poderes no Brasil passou a existir com a Constituição outorgada no ano de 1824, que prevaleceu até o fim da monarquia. Além dos três poderes, na época, havia também o quarto poder, chamado de Modera- dor, que era exercido pelo Imperador, mas foi excluído da Constituição da República, no ano de 1891. Conforme descrito no quadro apresentado anteriormente, acrescentamos o fato de que cada ente federativo possui sua autonomia financeira, política e administrativa, em que cada Estado deve respeitar à Constituição Federal e seus princípios constitucionais, e também, cada município (por meio de sua lei orgânica), poderá ter sua própria legislação. Você já ouviu ou leu algo sobre a Lei Orgânica? A Lei Orgânica age como uma Constituição Municipal, sendo considerada a lei mais importante que 123Funções do Estado rege os municípios e o Distrito Federal. Cada município brasileiro pode determinar as suas próprias leis orgânicas, contanto que elas não infrinjam a constituição e as leis federais e estaduais. Nesse caso, a aprovação de uma lei orgânica deve ser feita pela maioria dos membros da Câmara Municipal (dois terços, no mínimo). Caso hajaa aprovação de uma lei orgânica, fica a cargo do prefeito do município fazer com que ela seja cumprida, a fiscalização fica sobre a respon- sabilidade da Câmara dos Vereadores. Podemos afirmar que as leis orgânicas também estão presentes em outros organismos e instituições públicas, como o Ministério Público, a Previdência Social, a Assistência Social, a Segurança Pública, etc. Nesses casos, entende-se como lei orgânica aquela que apresenta uma importância que fica entre a lei ordinária e a constitucional, devendo ser profundamente estudada e analisada antes de ser votada, pois apresenta uma rigidez na sua regulamentação. No que concerne à administração pública federal, esta é feita em três níveis, cada qual com sua função geral e específica: Nível Federal: a União realiza a administração pública, ela é um re- presentante do governo federal, composta por um conjunto de pessoas jurídicas de direito público. Nível Estadual: os Estados e o Distrito Federal realizam a adminis- tração pública. Nível Municipal: os Poderes Legislativo e Executivo realizam a ad- ministração pública nos Municípios. Além das divisões dentro dos órgãos, existem outras subdivisões (como conselho, coordenação, diretoria, etc.), chamada de Organização ou Estrutura do Poder. Ainda, existe o Ministério Público (MP), cujo objetivo principal é garantir que a lei seja cumprida e agir na defesa da ordem jurídica. Cabe ao Estado, enquanto sociedade política, um fim geral, que se cons- titui em meio para que os indivíduos e as demais sociedades, situadas em um determinado território, possam atingir seus respectivos fins (manter a ordem, assegurar a defesa, promover o bem-estar e o progresso da sociedade). Assim, Funções do Estado124 conclui-se que a finalidade do Estado é o “bem comum”, entendendo este como o conjunto de todas as condições de vida que possibilitem e favoreçam o desenvolvimento integral da personalidade humana. Portanto, as funções do Estado são todas as ações necessárias a execução do bem comum, ou seja, sua Função Legislativa (elaborar leis); sua Função Executiva (administrar o Estado visando seus objetivos concretos) e sua Função Judiciária (interpretar e aplicar a lei nos dissídios surgidos entre os cidadãos ou entre os cidadãos e o Estado). Agora que você já foi apresentado (a)s funções do Estado e suas esferas de poder, veremos quais as influências da política macroeconômica e como ela envolve a atuação do governo e sua capacidade produtiva. Políticas macroeconômicas e funções do governo Podemos afi rmar que as funções do governo envolvem ações que visem às políticas econômica, fi scal e monetária. Personagem importante na economia de todo país é o governo, pois é o responsável por analisar, planejar e aplicar suas políticas, a fi m de tentar conciliar o interesse de todos os envolvidos no ambiente econômico. O que seriam políticas macroeconômicas? A macroeconomia é estudo das principais causas do crescimento da produção de um país. Se a economia tem um crescimento notável, criam-se muitos empregos e, como consequência, o bem-estar geral dos indivíduos cresce. O contrário também ocorre, quando a economia não cresce de forma suficiente ou até mesmo decresce. Assim, se existe desemprego e capacidade ociosa, pode-se aumentar o produto nacional por meio de políticas econômicas que estimulem a atividade produtiva. Porém, feito isso, há um limite de quantidade do que se pode produzir com os recursos disponíveis. Por exemplo, caso não haja políticas de controle, o aumento na produção de um determinado produto além do limite exigirá: Aumento nos recursos disponíveis. Avanço tecnológico, ou seja, melhoria tecnológica, novas maneiras de organizar a produção, qualificação da mão de obra. Nesse sentido, quando falamos em crescimento econômico, estamos nos referindo ao crescimento da renda nacional per capita, ou seja, em colocar à disposição da coletividade uma quantidade de mercadorias e serviços que supere o crescimento populacional. A renda per capita é considerada um 125Funções do Estado razoável indicador operacional para se aferir a melhoria do padrão de vida da população. Quais seriam as políticas macroeconômicas que depreendem de uma atua- ção do governo? Podemos concluir que seriam a capacidade produtiva (oferta agregada) e as despesas planejadas (demanda agregada), com o objetivo de permitir que a economia opere a pleno emprego, com baixas taxas de inflação e com uma distribuição de renda justa. Os principais instrumentos para atingir esses objetivos são as políticas fiscal, monetária, cambial e comercial e de renda. Veja, a seguir, cada uma delas: Política Fiscal: refere-se a todos os instrumentos que o governo dispõe para arrecadar tributos (política tributária) e controlar suas despesas (política de gastos). A política tributária, além de influir sobre o nível de tributação, é utilizada por meio da manipulação da estrutura e alí- quotas de impostos para estimular (ou inibir) os gastos de consumo do setor privado. Se o objetivo da política econômica é reduzir a taxa de inflação, as medidas fiscais normalmente adotadas são a diminuição de gastos públicos e/ou o aumento da carga tributária (o que inibe o consumo). Ou seja, visam diminuir os gastos da coletividade. Esta é a chamada política fiscal restritiva, pois aumenta a carga tributária, resultando na uma diminuição da demanda agregada e do consumo, respectivamente; e, como consequência, gera uma queda na produção e no nível de emprego. Política Monetária: refere-se à atuação do governo sobre a quantidade de moeda e títulos públicos. As alterações de política monetária, seja em função dos objetivos gerais de política econômica, ou para cor- reções de eventuais desvios na expansão ou contração dos meios de pagamento com relação à programação monetária, são feitas por meio dos seguintes instrumentos: controle das emissões (o Banco Central controla, por força de lei, o volume de moeda da economia, cabendo a ele as determinações das necessidades de novas emissões e respectivos volumes); e pelos depósitos compulsórios ou reservas obrigatórias (os bancos comerciais, além de possuírem os chamados encaixes técnicos, o caixa dos bancos comerciais, são obrigados a depositar no Banco Central um percentual determinado sobre os depósitos realizados à vista e/ou à prazo). Funções do Estado126 O Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) compreende as entidades, os sistemas e os procedimentos relacionados ao processamento e à liquidação de operações de transferência de fundos, operações com moeda estrangeira ou com ativos financeiros e valores mobiliários. São integrantes do SPB, os serviços de compensação de cheques, compensação e liquidação de ordens eletrônicas de débito e de crédito, transferência de fundos, compensação e liquidação de operações com títulos e valores mobiliários, compensação e liquidação de operações realizadas em bolsas de mercadorias e de futuros, e outros, chamados coletivamente de entidades operadoras de Infraestruturas do Mercado Financeiro (IMF). A partir de outubro de 2013, com a edição da Lei nº 12.865, os arranjos e as instituições de pagamento passaram, também, a integrar o SPB (BANCO CENTRAL DO BRASIL, c2017). Política Cambial e Comercial: referem-se às variáveis relacionadas ao setor externo da economia, são a atuação do governo sobre a taxa de câmbio. O governo, por meio do Banco Central, pode fixar a taxa de câmbio (regime de taxas fixas de câmbio) ou permitir que ela seja flexível e determinada pelo mercado de divisas (regime de taxas flutu- antes de câmbio). Já a política comercial diz respeito aos instrumentos de incentivos às exportações e/ou estímulo e desestímulo às importações, ou seja, refere-se aos estímulos fiscais (crédito prêmio ICMS, IPI etc.) e creditícios (taxas de juros subsidiadas) às exportações e ao controle das importações (via tarifas e barreiras quantitativas sobre importações).Esta política busca um equilíbrio no balanço de pagamentos. Política de Renda: são as políticas relacionadas à intervenção direta do governo, visando a redistribuição de renda e justiça social. O go- verno a exerce estabelecendo controles diretos sobre a remuneração dos fatores diretos de produção envolvidos na economia, como salários, depreciações, lucros, dividendos e preços dos produtos intermediários e finais. Os principais objetivos dessa política são: propiciar ganhos de poder aquisitivo aos salários, no caso de controle de outros preços; redistribuir a renda; garantir a renda mínima para determinados setores ou classes sociais; e reduzir o nível das tensões inflacionárias, visando a estabilidade dos preços. Você pode ver que o conjunto de políticas macroeconômicas visa melhorar a distribuição de renda e a economia do país, e esses instrumentos devem ser 127Funções do Estado utilizados de forma seletiva, em benefício dos grupos menos favorecidos e desenvolvimento socioeconômico. Como exemplo, podemos citar os impostos progressivos, gastos do governo em regiões mais atrasadas, etc. Vale ressaltar que toda política tributária deve obedecer a um princípio constitucional, chamado de princípio da anterioridade (antes conhecido como princípio da anualidade), segundo o qual a implementação de uma medida só pode ocorrer a partir do ano seguinte ao de sua aprovação pelo Congresso Nacional. Agora, você vai entender um pouco como a macroeconomia tem um impacto no país e quais seus principais desafios na atualidade. Ferramentas macroeconômicas e desafios para a economia no país Você já ouviu falar no “milagre econômico”? Foi o período posterior ao Golpe Militar, que ocorreu em abril de 1964, no início do governo Castelo Branco. Na ocasião foi criado o Programa de Ação Econômica do Governo (PAEG), com dois objetivos básicos: formular políticas conjunturais de combate à infl ação, associadas às reformas estruturais que resultaram nos problemas infl acionários causados pela política de substituição de importações e das difi culdades que se colocavam ao crescimento econômico. Este momento histórico resultou, em um segundo momento, no processo econômico do país: a expansão da então pequena indústria de base (side- rurgia, energia, petroquímica) para evitar o aumento da produção de bens industriais de consumo final, ampliada pela política de substituição de im- portações, provocando um aumento nas importações brasileiras de insumos básicos, que a indústria nascente consumia de forma crescente. Caminhando no tempo, chegamos ao século XXI e fica a pergunta: o que mudou? Atualmente, a economia brasileira passa por um período de lento crescimento do PIB e inflação ainda com taxas elevadas. Esse processo co- meçou no ano de 2012 – quando nossos termos de troca começaram a cair e nossa taxa de câmbio começou a subir –, devido às mudanças das condições econômicas internacionais. Segundo o estudo de economistas e teóricos políticos, a combinação de- corrente do processo de desaceleração da produção somados à aceleração de preços, o que geralmente ocorre após um choque de oferta adverso, deixou evidências na economia de que esse tipo de choque ocorreu no Brasil nos últimos três anos, resultando em um aumento substancial dos preços dos Funções do Estado128 alimentos no ano de 2012 e uma forte depreciação cambial em 2012 e 2013. Porém, apesar desses choques adversos, também há evidências de que a de- saceleração do PIB tem causas internas. Nos últimos anos, houve queda da rentabilidade esperada em investimentos de longo prazo, aumento da incerteza macroeconômica sobre a evolução da taxa de juros e da política fiscal, desaceleração da oferta de crédito livre e redução da taxa de crescimento dos salários reais. Entretanto, temos como ponto positivo, a continuidade dos processos de inclusão social, redução da pobreza e diminuição da desigualdade da distribuição de renda, mesmo em um contexto de crescimento mais lento da economia. Choque de oferta adverso é uma espécie de externalidade negativa, responsável por deslocar a curva de oferta agregada de curto prazo para cima e para a esquerda, aumentando o nível geral de preços internos e diminuindo o produto. Podemos citar como exemplo, um aumento do preço internacional das reservas de petróleo e ainda devastações nas culturas ocasionadas por ações da natureza. Chegamos em 2016 com uma transição do governo que atendeu as expec- tativas de uma considerável parcela da população, esse fato não foi suficiente para acalmar os ânimos políticos e econômicos que assombravam o país. No segundo semestre, o governo do Presidente Michel Temer ganhou o espaço midiático com sua tentativa de realizar reformas grandes (como a previden- ciária, a educacional e a trabalhista). Além da impopularidade das medidas, a credibilidade do governo junto à população vem caindo cada vez mais em razão dos escândalos de corrupção - especialmente devido aos desdobramentos da operação Lava-Jato. Sendo assim, o ano de 2017 ainda segue como um grande enigma para a população – tendo em vista o tamanho dos desafios que estão pela frente. Vale destacar que, no terceiro trimestre de 2016, o PIB diminuiu 0,8% em relação ao trimestre anterior e 2,9% no quarto trimestre, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (c2017). Grandes desafios assombram o governo, somados a sua árdua missão de rever o nosso modelo tributário – que é baseado em consumo, em vez da renda. Segundo economistas, esse fato vai contra o que é recomendado pelo 129Funções do Estado Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e aumenta o problema da desigualdade social e distribuição de renda no país. Atualmente, vemos constantemente nos meios de comunicação a grave crise econômica que assombra nosso país e tem refletido no recente rebaixamento de sua nota de crédito, somados à progressiva desaceleração da economia nos últimos quatro anos que se transformou em uma profunda recessão. Como contraponto da crise econômica temos a crise política (e seus diversos escânda- los de corrupção) e seus diversos projetos aprovados no Congresso que visam o ajuste fiscal. Os severos problemas financeiros e criminais nas empresas estatais adicionam injúria ao grave momento do país. Para além dos problemas fiscais, agravados pela gestão da política econô- mica nos últimos anos, o nosso país vive um problema estrutural de crescimento das despesas públicas e de estagnação da produtividade. Aos fatos que foram apresentados a você nessas breves linhas, vivemos um período de reformas que tendem a ser duros, em especial para um país com tanta desigualdade como é realidade brasileira nos estampa a cada dia em nossos noticiários. Para os anos que se sucederão a 2017, o desafio será colocar em prática mudanças que possam trazer resultados mais efetivos para a retomada do crescimento, aliviando o orçamento das famílias e fazendo a economia voltar a trazer con- fiança, tanto para o consumidor como para os investidores internos e externos. 1. O governo federal é a autoridade máxima do país. Ele que assegura e dita as regras da vida da sociedade. Os estados possuem Constituição própria, mas a Constituição Estadual não pode entrar em confronto com a Constituição Federal. Por quê? a) Porque a União tem supremacia aos estados federativos. b) Porque os estados federativos não possuem autonomia. c) Porque a União (Estado brasileiro) tem competência pública para elaborar sua própria Constituição, mas não para aplicá-la. d) Porque os Estados federativos não conseguem investir adequadamente. e) Porque os órgãos públicos dos governos federativos não conseguem atender às necessidades regionais e dependem totalmente do Estado. 2. A Constituição Federal é responsável por estabelecer as normas, as regras, as leis, os direitos e os deveres presentes na comunidade brasileira e na relação do Brasil com osoutros países do mundo. Por quê? a) Porque trata-se de um documento em que as regras Funções do Estado130 estabelecidas controlam a vida da sociedade sem deixar que essa sociedade se manifeste. b) Porque todos os países possuem uma Constituição que rege e orienta a sociedade para a harmonia do convívio mútuo. c) Porque a Constituição é uma lei que orienta o mercado internacional e dita suas regras. d) Porque a Constituição orienta os estados federativos, já que eles não possuem autonomia e precisam sempre do governo federal para sobreviverem. e) Porque as Constituições dos estados federativos são mal elaboradas. 3. Existem três poderes que auxiliam o Estado em suas ações, assinale a alternativa que os apresenta. a) Legislativo, Executivo e Estabilizador. b) Executivo, Alocativo e Legislativo. c) Executivo, Legislativo e Judiciário. d) Executivo, Legislativo e Funcional. e) Executivo, Organizacional e Judiciário. 4. Sobre o Poder Executivo, assinale a alternativa correta. a) É exercido pelos Deputados Estaduais, Senadores e pelo Presidente da República. b) É exercido pelos juízes das esferas públicas. c) É exercido pelos trabalhadores de uma nação. d) É exercido pelo Presidente da República. e) É exercido pelo Presidente da República, pela sua base aliada e pelo Congresso. 5. É correto afirmar que Poder Judiciário atua: a) como órgão regulador das ações do governo e pode efetuar a prisão do presidente, se necessário. b) como orientador das ações dos ministros, os quais fazem parte do governo. c) junto do Tribunal de Contas e com os Tribunais de Justiça Trabalhista para controlar as ações dos governos. d) como investidor. e) em conjunto com os Poderes Legislativo e Executivo, sendo que o Legislativo elabora as leis e as aprova, e o Executivo as aplica. 131Funções do Estado BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF, 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ constituicaocompilado.htm>. Acesso em: 14 dez. 2016. FERREIRA, A. B. H. Dicionário Aurélio básico da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Indicadores. Rio de Janeiro: IBGE, c2017. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/>. Acesso em: 04 set. 2017. PEREIRA, L. C. B. A reforma do estado dos anos 90: lógica e mecanismos de controle. Lua Nova, São Paulo, n. 45, 1998. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ln/n45/ a04n45.pdf>. Acesso em: 27 ago. 2017. Leituras recomendadas BOBBIO, N. Dicionário de política. Brasília, DF: UnB, 2003. CHAUI, M. Contra a violência. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2007. Disponível em: <http://csbh.fpabramo.org.br/contra-violencia-por-marilena-chaui>. Acesso em: 04 set. 2017. PEREIRA, L. C. B. Macroeconomia da estagnação. São Paulo: 34, 2007. SOUSA, S. B. O futuro da democracia: visão. Paço dos Arcos: Edimpresa, 2006. TOLEDO, C. N. 1964: o golpe contra as reformas e democracia. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 24, n. 47, 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo. php?script=sci_arttext&pid=S0102-01882004000100002>. Acesso em: 04 set. 2017. Funções do Estado132 Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. Conteúdo: DICA DO PROFESSOR Assista ao vídeo e acompanhe uma reflexão sobre as funções do Estado, suas metas e sua orientação ao equilíbrio econômico da nação. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) O governo federal é a autoridade máxima do País. Ele que assegura e dita as regras da vida da sociedade. Os estados possuem Constituição própria, mas a Constituição estadual não pode entrar em confronto com a Constituição federal. Por quê? A) Porque a União tem supremacia aos estados federativos. B) Porque os estados federativos não possuem autonomia. C) Porque a União (Estado brasileiro) tem competência pública para elaborar sua própria Constituição, mas não para aplicá-la. D) Porque os Estados federativos não conseguem investir adequadamente. E) Porque os órgãos públicos dos governos federativos não conseguem atender às necessidades regionais e dependem totalmente do Estado. 2) A Constituição federal é responsável por estabelecer as normas, as regras, as leis, os direitos e os deveres presentes na comunidade brasileira e na relação do Brasil com os outros países do mundo. Por quê? A) Porque trata-se de um documento em que as regras estabelecidas controlam a vida da sociedade sem deixar com que essa sociedade se manifeste. B) Porque todos os países possuem uma Constituição que rege e orienta a sociedade para a harmonia no convívio mútuo. C) A Constituição é uma lei que orienta o mercado internacional e dita suas regras. D) Porque a Constituição orienta os estados federativos, já que esses não possuem autonomia e precisam sempre do governo federal para sobreviverem. E) Porque as Constituições dos estados federativos são mal-elaboradas. 3) Existem três poderes que auxiliam o Estado em suas ações: A) Legislativo, Executivo e Estabilizador. B) Executivo, Alocativo e Legislativo. C) Executivo, Legislativo e Judiciário. D) Executivo, Legislativo e Funcional. E) Executivo, Organizacional e Judiciário. 4) O Poder Executivo: A) É exercido pelos deputados estaduais, senadores e pelo presidente da República. B) É exercido pelos juízes das esferas públicas. C) É exercido pelos trabalhadores de uma nação. D) É exercido pelo presidente da República. E) É exercido pelo presidente da República, pela sua base aliada e pelo Congresso. 5) O poder Judiciário atua: A) Como órgão regulador das ações do governo e pode efetuar a prisão do presidente, se necessário. B) Como orientador das ações dos ministros, os quais fazem parte do governo. C) Atua junto com o Tribunal de Contas e com os tribunais de Justiça Trabalhista para controlar as ações dos governos. D) Como investidor. E) Um órgão que atua em conjunto com os poderes Legislativo e Executivo, sendo que o Legislativo elabora as leis e as aprova, e o Executivo as aplica. NA PRÁTICA Uma das funções do Estado é assegurar o acesso à educação gratuita e de qualidade aos brasileiros. A alternativa encontrada pelo governo foi criar um projeto que pudesse atender amplamente a essa função. O Programa Banda Larga nas Escolas (PBLE), orientado pelo Ministério da Educação, teve como objetivo não somente dar qualidade à informação disponibilizada, mas, fundamentalmente, conectar todas as escolas públicas urbanas à internet. O decreto nº 6.424 altera o Plano Geral de Metas para a Universalização do Serviço Telefônico Fixo Comutado Prestado no Regime Público - PGMU (decreto nº 4.769). As operadoras substituíram postos de serviços telefônicos nos municípios para instalação de rede para suporte e conexão de internet em alta velocidade. SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Lei nº 8.069, de 13 de junho de 1990 Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Mais de 60 mil escolas públicas já estão conectadas à internet de alta velocidade Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Compartilhar