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Mariana Marques – T29 INTRODUÇÃO ESTRUTURA BACTERIANA: • Membrana plasmática: normalmente sem esteróides (mais frágil). • Parede celular: confere estrutura, resistência e formato e podem ser dividida em dois tipos, sendo elas, parede típicas (coram com coloração de gram negativas ou gram positivas) e parede atípica (micobactérias, clamídia, riquétsia e espiroquetas). • Cápsula: presente em algumas bactérias, é um fator de virulência que permite que a bactéria escape do sistema imunológico. • Fimbrias: são filamentos que contribuem para adesão das bactérias. • Pili: realiza troca de material genético (plasmídeos). • Flagelos: permitem a locomoção. • Ribossomos: realizam síntese proteica. • DNA circular: material genético da bactéria. • Plasmídeos: são moléculas extracromossômicas circulares de DNA bacteriano, sendo um fator de virulência que garante maior resistência. PAREDE BACTERIANA GRAM-POSITIVA: • Possui parede mais espessa e rígida com muitas camadas de peptídeoglicanos. • Não possuem membrana externa. • Composta por proteínas, lipídeos e ácido teicóico (atua como antígeno para a sorotipação e permite a aderência da célula ao hospedeiro). • Principais bactérias gram positivas: ▪ C. tetani: causa tétano ▪ C. botulium: causa botulismo ▪ C. difficile: bactéria presente na microbiota, que há redução da microbiota devido ao uso de algum antibiótico (amoxicilina), há proliferação do difficile, gerando colite pseudomembranosa (causa diarréia intensa). ▪ M. tuberculosis: causa tuberculose ▪ S. aureus: causa infecção de feridas, furúnculos e septicemias. ▪ S. pneumoniae: causa pneumonia e meningite. ▪ C. trachomatis: causa doenças oftalmológicas e pode causar infertilidade. ▪ T. pallidum: causa sífilis GRAM-NEGATIVAS: • Possui parede menos espessa e mais complexa, com uma única camada de peptídeoglicanos. • Possui membrana externa que funciona como uma barreira seletiva e previne a entrada de agentes antibacterianos, garante mais resistência. • Composta por fosfolipídios, lipoproteínas e lipossacarídeos (LPS: endotoxina). • Principais bactérias gram negativas: ▪ E. coli: causa septicemia, infecções de feridas e infecções do trato urinário. ▪ H. influenzae: causa infecção aguda do trato respiratório e meningite. ▪ H. pylori: causa úlcera péptica e cânceres gástricos. ▪ K. pneumoniae: bactéria que se tornaram muito resistentes, causa pneumonia, septicemia e infecção do trato urinário. ▪ N. gonorrhea: causa gonorreia. ▪ P. aeruginosa: causa septicemias, infecções respiratórias e infecções do trato urinário. ▪ Salmonella: causa intoxicação alimentar. TIPOS DE ANTIBIÓTICOS BACTÉRIA BACTERICIDAS BACTERIOSTÁTICOS AÇÃO Reduzem o número de microrganismos viáveis: erradicação da infecção depende menos do hospedeiro. Impedem o crescimento dos microrganismos: depende mais do hospedeiro sua erradicação. TRATAMENTO Tratamento mais rápido Tratamento mais lento AÇÃO Efeito pós-antibiótico (irreversível) Precisa de manutenção das concentrações inibitórias durante todo o tratamento. UTILIDADE CLÍNICA Usado nas infecções graves Antibióticos Mariana Marques – T29 FORMA DE AÇÃO DOS ANTIBIÓTICOS ATIVIDADE CONCENTRAÇÃO DEPENDENTE: • Quanto maior a concentração plasmática, maior será a taxa de erradicação. • Não importa que a concentração sérica não se sustente acima da concentração inibitória mínima ao longo do tempo, pois esses fármacos possuem efeitos pós- antibiótico prolongado (a supressão do crescimento microbiano persiste mesmo após os níveis da concentração farmacológica no sangue estar abaixo da concentração inibitória mínima do patógeno). • Exemplos: aminoglicosídeos e fluorquinolonas. ATIVIDADE TEMPO DEPENDENTE: • Quanto mais tempo a concentração plasmática fica acima da concentração inibitória mínima, mais eficaz é o fármaco. • A ação destes antimicrobianos independe dos níveis séricos que atingem, mas dependem do tempo que permanecem acima da concentração inibitória mínima para esse microrganismo. • Exemplo: beta-lactâmicos, macrolídeos e glicopeptídeos. TIPOS DE TRATAMENTOS COM ANTIBACTERIANOS • Tratamento empírico: consiste no uso inicial de um fármaco baseando-se nos agentes mais prevalentes ainda sem identificação, devendo ser diminuído assim quando possível. ▪ Geralmente são utilizados fármacos de amplo espectro: atuam sobre uma variedade muito grande de espécies, mas podem alterar a microbiota e causar superinfecções (Clostridium difficile). - Exemplos: tetraciclinas, fluorquinolonas e carbapenêmicos. ▪ Pode usar também antibióticos de espectro estendido: eficazes contra Gram-positivos e um grande número de Gram-negativos. - Exemplos: ampicilina, amoxicilina • Tratamento específico: realizado após a identificação do agente ou quando a manifestação clínica é característica do microrganismo. ▪ Espectro estreito: atuam somente em um grupo único ou limitado. • Profilaxia: ocorre quando se inicia um tratamento antes da realização de algum procedimento, no entanto, pode causar resistência ou diminuir suscetibilidade. Usado principalmente em cirurgias contaminadas (colorretal e apendicectomia) cirurgias eletivas (cardíaca, torácica, vascular, neurológica, odontológica). ▪ Exemplos: cefazolina e amoxicilina. FATORES PARA A ESCOLHA DOS ANTIBACTERIANOS FATORES DE MICRORGANISMOS: • Identificação do microrganismo. • Suscetibilidade (concentração inibitória mínima e concentração bactericida mínima). FATORES DOS HOSPEDEIROS: • Alergia ao fármaco. • Variabilidade farmacêutica: efeito da alimentação, doenças e interação entre fármacos que afetam a absorção. • Função hepática e renal do paciente. • Se a paciente se encontra gravida ou lactante. FATORES DOS FÁRMACOS: • Econômicos – preço do fármaco. • Penetração tecidual. • Toxicidade do fármaco. • Prevenção da resistência. • Interação farmacológica. MECANISMOS DE RESISTÊNCIA BACTERIANA • INTRINSECO: características naturalmente resistentes. • ADQUIRIDOS: características desenvolvidas devido à presença de mutações, aquisição de plasmídeos frente a exposição contínua, sendo os principais mecanismos: ▪ Alteração de permeabilidade do antibiótico: podendo haver espessamento da parede ou alteração das porinas. ▪ Bomba de efluxo: ejeção do fármaco para fora da bactéria, não conseguindo atingir a concentração mínima para fazer efeito. ▪ Aumento na síntese do alvo: geram aumento na produção do percursor, não sendo possível com que o fármaco atinja todos. ▪ Inativação enzimática: ocorre quando bactérias emitem enzimas para inativar antimicrobianos. ▪ Modificação do alvo: alteração da estrutura do sítio de ligação do receptor, não permitindo a ligação do fármaco. Mariana Marques – T29 CLASSES DE ANTIBIÓTICOS • Agem na parede: beta-lactâmicos e glicopeptídeos. • Agem na membrana: polimixinas e daptomicina. • Agem na síntese proteica: macrolídeos, tetraciclinas e aminoglicosídeos. • Agem no DNA: rifaciminas e fluoroquinolonas. • Agem no metabolismo (síntese de fosfato): trimetoprim e sulfonamidas. INIBIDORES DE PAREDE CELULAR • Constituem os bactericidas que interferem na síntese de peptídeoglicanos que formam a parede celular dos microrganismos. BETALACTÂMICOS • Mecanismo: são responsáveis por inibir a produção da parede celular como consequência da inibição das proteínas de ligação da penicilina (PBP) e outros polímeros de peptídeoglicanos (mureína). • Ação: a bactéria fica com a parede com defeitos estruturais fazendo com que se ocorra lise osmótica (ocorre efeito bactericida). • A toxicidade é seletiva (mamíferos não possuem parede celular). PENICILINAS: ▪ As principais indicações da penicilina são: infecçõescutâneas, articulares e de vias urinárias, sendo também utilizadas em casos de faringite, laringite, meningite, sífilis e endocardite. ▪ É a primeira escolha para muitas infecções e, algumas vezes o tratamento com penicilinas é iniciado de modo empírico quando se acredita que o microrganismo é sensível à penicilina, enquanto são aguardados os resultados dos exames laboratoriais necessários para a identificação do microrganismo responsável pela infecção para a escolhas do antibiótico adequado. Penicilinas naturais ou Benzilpenicilinas: - Penicilina G Benzatina (benzetacil): ➢ Administrada via intramuscular devido à instabilidade em meio ácido. ➢ Utilizada em infecções mais arrastadas e como profilaxia. ➢ Possui melhor espectro para bactérias gram positivas. ➢ Usos clínicos: tratamento de sífilis, profilaxia para febre reumática e profilaxia para endocardite. - Penicilina G Cristalina: ➢ Administrada via intramuscular ou intravenosa devido à instabilidade em meio ácido. ➢ Utilizada em infecções agudas e graves. ➢ Usos clínicos: infecções em vias aéreas superiores, pneumonia, meningites, piodermites, faringoamigdalites, endocardites, Neurossífilis e sepse no recém-nascido. - Penicilina G Procaína: ➢ Administrada via intramuscular devido à instabilidade em meio ácido. ➢ Pouca utilização clínica. - Penicilina V: ➢ Administrada via oral. ➢ Possui espectro inferior às penicilinas G. ➢ É mais resistente às penicilinases (enzima). OBSERVAÇÃO Uso da penicilina em casos de sífilis - Sífilis primaria, secundária e latente (menos de um ano de evolução): usa-se penicilina G Benzatina, IM em dose única. - Sífilis latente tardia (mais de um ano de evolução), latente com evolução ignorada ou terciária: usa-se penicilina G Benzatina, IM, semanal (3 semanas). - Neurossífilis: usa-se penicilina cristalina, IV, a cada 4 horas ou por infusão contínua durante 14 dias. ATENÇÃO: Para gestantes com alergia à penicilina: dessensibilização e tratamento com penicilina benzatina. Na impossibilidade de realizar a dessensibilização: ceftriaxona. Penicilinas Semissintéticas ou Aminopenicilinas: - Amoxicilina e Ampicilina: ➢ Administradas via oral (amoxicilina) e via oral (em jejum), intramuscular ou intravenosa (ampicilina). ➢ Atravessam a barreira hematoencefálica. ➢ Usos clínicos: infecções de vias aéreas superiores (otites, rinossinusites), pneumonias, meningites, infecções do trato urinário, faringoamigdalites e endocardites. Mariana Marques – T29 Penicilinas resistentes à penicilinases: - Oxacilina ou Meticilina: ➢ Administradas por via intravenosa. ➢ A oxacilina é específica para bactérias gram-positivas. ➢ São resistentes à penicilinase (enzima que degrada a penicilina produzida pelos microrganismos). ➢ Possui atividade excelente contra S. aureus sensíveis a meticilina/oxacilina e atividade satisfatória contra estreptococos. ➢ Usos clínicos: infecções de pele e tecidos moles (furúnculo, abscesso, celulite), endocardite, osteomielite, gastrenterite, síndrome da pele escaldada e síndrome do choque tóxico. Penicilinas de amplo espectro (contra Pseudomonas) - Piperacilina, ticarcilina: ➢ Administradas por via intravenosa. ➢ Muito utilizados em associação com inibidores de beta- lactamases. ➢ Usos clínicos: infecções graves do trato geniturinário, respiratório, ósseo e tecido conjuntivo. USOS CLÍNICOS DAS PENICILINAS FÁRMACO USO Oxacilina Infecções ósseas e articulares e infecções da pele e dos tecidos moles. Amoxicilina Faringite e otite média. Amoxicilina ou Ampicilina Bronquite e pneumonia. Benzilpenicilina combinada com um aminoglicosídeo (penicilina + estreptomicina) Endocardites. Ticarcilina, Piperacilina ou beta lactâmicos + aminoglicosídeos Infecções por Pseudomonas aeruginosa. Benzilpenicilinas Sífilis. Efeitos adversos das Penicilinas: ▪ Distúrbios gastrintestinais: destruição da microbiota e infecções secundárias (colite pseudomembranosa e candidíase). ▪ Alergias: ocorre em cerca de 1 a 10 % dos pacientes, principalmente Penicilina G procaína. - Agudas: choque anafilático (cerca de 30 segundos). - Imediatas (mais graves): angioedema, distúrbios do trato gastrointestinal, broncoconstrição e choque. - Tardias (2 ou mais dias): ocorre em cerca de 80 a 90 % dos casos, gerando erupções bolhosas, língua marrom, estomatite grave com perda da mucosa oral. CEFALOSPORINAS: ▪ Semelhantes às penicilinas. ▪ Possui tempo de meia vida mais curta e um espectro de ação amplo, que aumenta de acordo com a geração. ▪ Mecanismo: são bactericidas e inibem a formação de parede bacteriana. ▪ É uma alternativa terapêutica em casos de resistência bacteriana, pacientes alérgicos e drogas seguras. ▪ As principais indicações clínicas das cefalosporinas são: pneumonia, infecções das vias urinárias, sinusite infecção do trato biliar; meningite e septicemia. ▪ São classificadas em cinco grupos: → Cefalosporinas de primeira geração. → Cefalosporinas de segunda geração. → Cefalosporinas de terceira geração. → Cefalosporinas de quarta geração. → Cefalosporinas de quinta geração ▪ Quanto maior a geração, melhor a capacidade de combater bactérias gram-negativas. ▪ Quanto maior a geração, menor o risco de resistências bacterianas. ▪ Alta toxicidade seletiva: usado na gravidez, lactação e pediatria. ▪ Efeitos adversos: pode causar reações alérgicas e reação cruzada com penicilina. ▪ As cefalosporinas de primeira e segunda geração podem ser usadas para o tratamento de ITU, mas não são as primeiras escolhas devido a resistência. ▪ Podem ser usadas no tratamento de PAC. Mariana Marques – T29 CARBAPENÊMICOS: ▪ São betalâctamicos de espectro muito amplo de atividade antimicrobiana (Gram +, Gram - aeróbios e anaeróbios). ▪ Principais antibióticos usados: imipenem (+cilastatina), meropenem e ertapenem. ▪ Utilizado especialmente para infecções hospitalares graves causadas por bactérias altamente resistentes aos outros β-lactâmicos (administrado de forma IV ou IM - ertapenem). ▪ Possui boa penetração em tecidos abdominais, respiratórios, bile, trato geniturinário, LCR (líquido cerebroespinal). ▪ Efeitos adversos mais frequentes: náuseas e vômitos. ▪ Pode ocorrer neurotoxicidade com concentrações plasmáticas elevadas (convulsões). MONOBACTÂMICOS: ▪ São betalactâmicos de espectro estreito, utilizados contra bactérias gram-negativas aeróbias, como as espécies de Pseudomonas, Neisseria meningitidis e Haemophilus influenzae. ▪ Essa classe não tem efeito contra a ação de organismos gram-positivos ou anaeróbios. ▪ São resistentes à maioria das β-lactamases (IV). ▪ Usado apenas em alérgicos a penicilina devido ao custo elevado. ▪ Geralmente é utilizado em associação com um aminoglicosídeo. ▪ Efeitos adversos semelhantes aos de outros β-lactâmicos ▪ Nem sempre faz reação imunológica cruzada com penicilinas. GLICOPEPTÍDEOS • Mecanismo de ação: altera síntese de parede (inibe a síntese dos polímeros) e a permeabilidade da membrana. • Possuem o espectro de ação estreito, sendo efetivo para tratamento contra Streptococos e Staphylococos. • Os principais fármacos dessa classe são a vancomicina (IV) e a teicoplanina (IV e IM). • Usos clínicos: Bacteremia, endocardite por gram- positiva, infecções por MRSA, infecções cutâneas e de tecidos moles, infecções em alérgicos à penicilina ou cefalosporina, tratamento de colite pseudomembranosa e profilaxia cirúrgica com alto risco de MRSA. • Efeitos adversos: pode causar ototoxicidade, nefrotoxicidade, hipersensibilidade e a síndrome do pescoço vermelho (quando é feita a infusão rápida do fármaco). BACITRACINA • Fármaco reservado para uso tópico de infecções na pele ou oculares. • O uso de forma parenteralé raro e acontece apenas para tratar infecções sistêmicas causadas por estafilococos que são sensíveis a estes fármacos e resistentes a outros antibióticos. • Efeitos adversos: potente nefrotóxico. FOSFOMICINA • Fármaco responsável pela inibição da síntese de parede e a aderência às células uroepiteliais. • Possui amplo espectro e baixa toxicidade. • É administrado em dose única por via oral. • Usos clínicos: infecções do trato urinário, principalmente cistite aguda. • Pode ser usado durante a gravidez. NITROFURANTOÍNA • Inibe síntese de parede, processos bioquímicos vitais de síntese protéica, síntese de RNA e DNA, metabolismo aeróbio. • Por possuir um amplo mecanismo de ação, há ausência de resistência bacteriana. • É administrado a cada 6h por via oral • Usos clínicos: infecções do trato urinário, principalmente por E. coli. INIBIDORES DE SÍNTESE PROTEICA • São aqueles que realizam suas ações inibitórias interferindo com as diversas etapas de síntese proteica. • Os ribossomos bacterianos são divididos em duas subunidades (50S e 30S) e, os antibióticos podem ter como função inibir uma dessas duas subunidades. ▪ 50S: macrolídeos, cloranfenicol, lincosamidas e oxazolidinonas. ▪ 30S: aminoglicosídeos e tetraciclinas. • Os fármacos inibidores de síntese proteica são de muita relevância pois são um alvo certeiro, uma vez que todas as bactérias possuem os ribossomos. Mariana Marques – T29 MACROLÍDEOS • Os principais fármacos são a azitromicina (mais usada), claritromicina e eritromicina. • Podem interagir com outros fármacos. • Mecanismo de ação: inibem a síntese das proteínas bacterianas bloqueando a porção ribossômica 50 S. • Esses fármacos podem ser bacteriostáticos ou bactericidas, a depender da dose que será administradas. No entanto, geralmente, a dose recomentada causa efeito bactericida. • Comumente, esses fármacos são usados associado à penicilina com o objetivo de aumentar o espectro de ação. • É uma alternativa terapêutica para pacientes alérgicos às penicilinas. • É a primeira escolha de tratamento para pneumonias por bactérias atípicas (Mycoplasma pneumoniae, Legionella pneumophila, Chlamydia spp). ESPECTRO DE AÇÃO DOS MACROLÍDEOS ERITROMICINA Vias: oral, intravenosa e tópica Amplo espectro de ação: gram +, treponema, micoplasma, clamídias Inativa contra enterobactérias e Pseudomonas spp 4x ao dia CLARITROMICINA Vias: oral e intravenosa Altamente ativa contra gram + (maioria dos estrepto e estafilococos). Na erradicação de H. pylori. Atividade contra gram- negativas semelhante à Eritromicina. 2x ao dia AZITROMICINA Vias: oral e intravenosa Espectro ampliado: maior atividade contra gram negativas. Meia-vida tecidual ampliada = menor dose. 1x ao dia • Usos clínicos: ▪ Eritromicina: erisipela, celulite, oftalmia neonatal, difteria, pertússis e acne. ▪ Claritromicina: erisipela, celulite, pneumonia adquirida na comunidade, exacerbações agudas de bronquite crônica, gastrite por H. pylori (associada com outros agentes) e tratamento e profilaxia de Mycobacterium avium. ▪ Azitromicina: pneumonia adquirida na comunidade, exacerbações agudas de bronquite crônica, otite média, faringite bacteriana, clamídia e tratamento e profilaxia de Mycobacterium avium. • Efeitos colaterais: ▪ Mais comuns: cólicas abdominais, náuseas, vômitos e diarreia (em até 1/3 dos pacientes). ▪ Hepatite e icterícia colestática. ▪ Prolongamento do intervalo QT. ▪ Raramente ocorrem reações alérgicas graves. ▪ Com azitromicina e claritromicina as alterações são bem mais discretas e em menor frequência. • Mecanismos de resistência: ▪ Diminuição da permeabilidade da célula ao antimicrobiano. ▪ Alteração no sítio receptor da porção 50S do ribossomo (metilação). ▪ Inativação enzimática. ▪ Bomba de efluxo. TETRACICLINAS • Os principais fármacos são a tetraciclina, doxiciclina, limeciclina, minociclina e tigeciclina. • Mecanismo de ação: ligam-se, de maneira reversível, à porção 30S do ribossomo, bloqueando a ligação do RNA transportador e impedindo a síntese proteica. • São bacteriostáticas de amplo espectro de ação, podendo também ser usadas para protozoários e fungos. • As tetraciclinas têm afinidade com os cátions divalentes como cálcio, podendo gerar menor absorção e deposição, causando amarelamento de dentes e deformidades ósseas. • Esses fármacos conseguem atravessar a barreira transplacentária e são excretadas no leite materno, sendo contraindicado para gestantes e lactantes, visando evitar as deformações ósseas no feto ou bebê. • Deve-se evitar o uso desses fármacos em conjunto com alimentos, antiácidos e preparações com ferro. • Usos clínicos: ▪ Amplo espectro - bactérias gram-positivas, gram- negativas aeróbias e anaeróbias, espiroquetas (sífilis), riquétsia (doença do carrapato), micoplasma, clamídias e alguns protozoários (malária). ▪ Alternativas no tratamento de infecções causadas por Mycoplasma pneumoniae, N. gonorrhea, Treponema pallidum e em pacientes com traqueobronquites e sinusites. ▪ Doxiciclina: alternativa para MRSA e Treponema pallidum. • Efeitos colaterais: ▪ Efeitos gastrintestinais: náuseas, vômitos, diarréia; colite pseudomembranosa ▪ Alterações na cor dos dentes em crianças, hipoplasia do esmalte dentário e crescimento ósseo anormal, principalmente se utilizadas durante a gestação. Mariana Marques – T29 ▪ Reações alérgicas: urticárias, exantemas, edema periorbital, reações anafiláticas; fotossensibilidade. ▪ Cefaléia, incapacidade de concentração e, em raros casos, hipertensão intracraniana. • Mecanismos de resistência: ▪ Reduz o acúmulo da droga no interior da célula usando bomba de efluxo. ▪ Altera as proteínas da membrana externa dificultando a penetração. AMINOGLICOSÍDEOS • Compreendem uma classe de antibióticos usados para tratar infecções bacterianas sérias. • Os principais fármacos são as estreptomicinas, gentamicinas, neomicinas, amicacinas e tobramicinas. • São bactericidas e sua administração é feita 1x ao dia (possui efeito pós-antibiótico). • O transporte do fármaco pela membrana plasmática bacteriana depende de oxigênio, sendo ineficazes contra anaeróbios ou em condições de anaerobiose. • Esses fármacos não são bem absorvidos por via oral e não conseguem atravessar a barreira hematoencefálica. • Mecanismo de ação: ligam-se à subunidade 30S dos ribossomos inibindo a síntese proteica ou produzindo proteínas defeituosas. • Efeitos colaterais: ▪ Acumulam-se no ouvido interno e no córtex renal (pode causar ototoxicidade vestibular a auditiva e nefrotoxicidade). ▪ Bloqueio neuromuscular/apneia: infusões rápidas, doses intraperitoneal ou paciente curarizados com succinilcolina, com miastenia, hipocalcemia, outros. ▪ Revertido com sais de cálcio. • Mecanismos de resistência (raros): ▪ Alteração dos sítios de ligação no ribossomo. ▪ Alteração na permeabilidade da droga. ▪ Modificação enzimática da droga. • Mesmo podendo ser tóxico, ainda são comumente usados pois raramente gera resistência bacteriana, gera pouca alergia e tem baixo custo. ANFENICÓIS • Abrangem cloranfenicol e tianfenicol, antibióticos bacteriostáticos de amplo espectro de atividade, atuando contra bactérias gram-positivas, gram- negativas, riquétsias, clamídias e micoplasmas. • O principal fármaco é o Cloranfenicol (via oral, tópico ou intravenoso). • São bacteriostáticos de amplo espectro (gram + e -). • Mecanismo de ação: semelhante aos macrolídeos, inibindo a síntese das proteínas bacterianas bloqueando a porção ribossômica 50 S. • Usos clínicos: ▪ Conjuntivites e otites bacterianas. ▪ Feridas ou queimaduras na pele (tópico). ▪ Epiglotite agudaem crianças. ▪ Febre tifóide (via oral). ▪ Bacteremias e infecções graves SNC (intravenosa). • Efeitos adversos: ▪ Alterações hematológicas: pancitopenia. ▪ Síndrome do bebê cinzento: distensão abdominal, êmese ocasional, progressiva palidez cianótica, colapso vasomotor e respiratório e morte. • Devido a gravidade dos efeitos adversos, esse fármaco possui uso restrito. LINCOSAMINAS • Os principais fármacos são a Clindamicina (via oral, gel, creme, intravenosa ou intramuscular) e lincomicina (intravenosa ou intramuscular). • Mecanismos de ação: semelhante aos macrolídeos, inibindo a síntese das proteínas bacterianas bloqueando a porção ribossômica 50 S. • Pode sem bacteriostáticos ou bactericidas. • Possuem boa atividade contra S. pneumoniae, S. pyogenes, Streptococcus viridans e boa penetração em abcessos, porém, baixa penetração no SNC. Mariana Marques – T29 • Possuem também, ação contra S. aureus, Bacteroides, Toxoplasma e outras produtoras de Penicilinases. • Efeitos adversos: ▪ Distúrbios gastrointestinais: diarréia e colite pseudomembranosa (raramente). • Principais indicações: infecções causadas por anaeróbios gram-positivos e negativos, incluindo produtores de penicilinases. ▪ Abscesso pulmonar (parenteral). ▪ Faringite estreptocócica (via oral e parenteral). ▪ Infecções de ossos, articulações e tecidos moles por S. aureus (via oral e parenteral). ▪ Síndrome compartimental por S. pyogenes (via oral e parenteral). ▪ Tratamento de acne (gel). ▪ Vaginose bacteriana (creme vaginal). OXAZOLIDINONAS • Os principais fármacos são a linezolida e a tedizolida (via oral e intravenosa). • Mecanismos de ação: inibe o ribossomo 70S (RNAt). • Espectro de ação: gram-positivas (MRSA e VRSA, pneumococo resistente à penicilina, enterococos resistente à vancomicina e C. difficile) ▪ Gram-negativos mais comuns não são suscetíveis • Tem ação bacteriostática contra enterococos e estafilococos e bactericida contra estreptococos. • Usos clínicos: pneumonia, sepse, infecções de pele e tecidos moles, tuberculose para organismos multirresistentes. • Efeitos adversos: trombocitopenia, diarreia, náuseas, raramente eritema e tonturas. É inibidor não seletivo da MAO. • Não é muito receitado devido o custo elevado. INIBIDORES METABÓLITOS SULFONAMIDAS • Os principais antibióticos pertencentes a essa classe são: Sulfametoxazol, sulfadiazina, sulfadoxina, sulfacetamida. • Mecanismo de ação: a síntese de folato no interior da bactéria – podem ser definidos como falsos-substratos. • São bacteriostáticos. • Possuem um espectro amplo contra gram-positivas, gram-negativas, protozoários e fungos – uso reduzido devido a resistência. • São ácidos fracos, com hidrossolubilidade limitada, gerando problema para excreção em urina ácida. • Mecanismo de resistência da bactéria: começa a produzir mais PABA para competir com a sulfonamidas – competição. • O sulfametoxazol é utilizado em associação com a trimetoprima, responsável por inibir a di-hidrofolato redutase - reduz a síntese de tetra-hidrofolato. • Sulfametoxazol + trimetoprima = Cotrimoxazol ▪ Essa combinação realiza o bloqueio sequencial da mesma via biossintética, ampliando o espectro de ação. • Usos clínicos: MRSA, infecções respiratórias, pneumonia por Pneumocystis jiroveci, listeriose, infecções na próstata e no trato urinário e infecções gastrointestinais. ▪ Sulfadiazina: usada para Toxoplasmose (+pirimetamina) por via oral e para tratamento de feridas infectadas ou queimaduras (sulfadiazina de prata) por via tópica. ▪ Sulfadoxina + pirimetamina por via oral para tratamento de Malária. ▪ Sulfacetamida por via tópica para queimaduras, feridas ou infecções na pele e mucosas e conjuntivites. • Resistência bacteriana: ▪ Produção excessiva de PABA para competir com as sulfonamidas na síntese de ácido fólico. ▪ Desenvolvimento uma via metabólica alternativa para a síntese de ácido fólico. ▪ Redução da captação bacteriana desses fármacos. • Efeitos adversos: náuseas e diarreia, hepatite colestática (AIDS), reações de hipersensibilidade, dermatites esfoliativas e síndrome de Stevens-Johnsons (AIDS), anemia, neutropenia e trombopenia, neurotoxicidade, febre, cefaléia, tremores e flebite. Mariana Marques – T29 INIBIDORES DE ÁCIDOS NUCLEICOS FLUORQUINOLONAS • Os principais antibióticos dessa classe são: ▪ 1ª geração: ácido nalidíxico (VO) – apenas para ITU (quinolona) ▪ 2ª geração: ciprofloxacino (VO, IV, intra-ocular), norfloxacino (VO) e ofloxaxino (intra-ocular) ▪ 3ª geração: levofloxacino e moxifloxacino (VO e IV). ▪ 4ª geração: gemifloxacino (VO): cerca de 32 vezes mais potente que levofloxacino contra pneumococo. • Mecanismo de ação: realizam iniição da síntese de ácidos nucleicos através da inibição da topoisomerase bacteriana II (DNA girase) – responsável pelo relaxamento do DNA superenovelado ou a Topoisomerase IV – responsável pela separação do DNA na célula filha • São fármacos bactericidas. • Possuem um amplo espectro de ação. • As quinolonas de 3a geração são conhecidas como quinolonas respiratórias: boas opções de tratamento para infecções respiratórias altas e PAC. • Efeitos adversos: anorexia, náuseas, vômitos e diarréia, cefaléia, tontura, insônia e alterações do humor. Alucinações, delírios e convulsões são raras (idosos), reações fototóxicas (evitar exposição excessiva ao sol), tendinite, mialgia, dores articulares e ruptura de tendão. Prolongamento do intervalo QT (moxifloxacino) e dissecção da aorta. • São contraindicados para grávidas e lactantes, portadores de insuficiência renal e hepática e em menores de 17 anos (artropatia). • Mecanismos de resistência: ▪ Alteração na enzima DNA girasse. ▪ Mutação cromossômica nos genes que são responsáveis pelas enzimas alvo (DNA girase e topoisomerase IV). ▪ Alteração da permeabilidade à droga pela membrana celular bacteriana (porinas). ▪ Bomba de efluxo. RIFAMICINA • Principal fármaco: rifampicina (administrado via oral). • Mecanismo de ação: liga-se e inibe a enzima RNA- polimerase DNA dependente dos procariotos, sendo assim, inibe a síntese de RNA. • Possui efeito bactericida. • Usos clínicos: tratamento da tuberculose associada a outros antibióticos, quimioprofilaxia de meningite por N. meningitidis e H. influenzae e tratamento da osteomielite. • Efeitos adversos: urina, suor e lágrimas ficam alaranjadas. • O uso desse fármaco é restrito devido à resistência bacteriana.
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