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……………….......Doenças Eczematosas……………..... Grupo de dermatoses inflamatórias, pruriginosas As lesões que definem são: eritema, edema, vesículas, crostas e descamação. Agudo, subagudo, crônico Liquenificação: traduz a cronicidade do prurido. EPIDEMIOLOGIA O mais comum é o de contato, seguido pelo atópico e o seborreico. Acometem igualmente ambos os sexos. Eczemas exógenos Eczemas endógenos · Dermatite de contato por irritante primário · Dermatite de contato alérgica · Dermatite atópica · Dermatite seborreica · Eczema asteatótico · Eczema discóide 1. ECZEMA DE CONTATO · Dermatite de contato por irritante primário Decorre dos efeitos tóxicos e pró inflamatórios de substâncias capazes de ativar a imunidade da pele. 80% dos casos de dermatite de contato Dermatose de caráter ocupacional (pedreiros, químicos, pintores, donas de casa, etc) Provocada geralmente por substâncias alcalinas ou ácidas fracas, que não provocam queimaduras e/ou necrose, apenas irritação cutânea. Entram em contato com a pele -Causam lesão nos queratinócitos - Reação inflamatória na derme papilar. Eritema, descamação, vesículas e bolhas. Surgem horas depois do contato com agentes irritantes ou semanas em casos de agentes mais fracos. O prurido geralmente é discreto ou ausente, sendo substituído por sensação de dor ou queimação. A lesão fica restrita ao local do contato. São mais prováveis de ocorrer em locais de pele fina (dorso da mão mais do que região palmar) ou em pessoas que não tem muito contato, pois o contato crônico e gradativo com tais substâncias promove o espessamento epidérmico. Tratamento: Interromper o contato com o agente desencadeador. Corticosteróides. Exs: · Dermatite das mãos da dona de casa (detergentes e sabão) e a · Dermatite das fraldas: Ação irritativa de fezes e urina. Geralmente em crianças menores de 2 anos de idade. Oclusão frequente da pele pela fralda. Epiderme úmida fica mais suscetível ao dano friccional ocasionado pela fralda e fica mais permeável aos irritantes presentes na urina e nas fezes. Além disso, aumenta a permeabilidade e facilita infecções secundárias fúngicas e bacterianas. Poupa as dobras. Geralmente inicia com eritema brilhoso e pregueamento. Pode piorar e apresentar edema, pápulas, vesículas, erosões, ulcerações e descamação. · Dermatite de contato alérgica Pode se apresentar de 3 maneiras: · Aguda: Eritema, vesículas, exsudação e crostas. · Subaguda: Eritema, pápulas, escamas e crostas · Crônica: Liquenificação · Pode ocorrer também, agudização nos processos crônicos. Tem localizações específicas, relacionadas a objetos ou contatos: Punho (relógios), lobos das orelhas (brincos), seios (componentes do sutiã), em tatuagens de Henna, etc. Em alguns casos pode ocorrer lesões distantes do local original, por disseminação do alergênio pelas mãos do paciente ao coçar. O alérgeno pode demorar anos para produzir qualquer reação no corpo, portanto mesmo que o paciente já tenha usado o produto diversas vezes, ele ainda pode ser o causador da alergia. DIAGNÓSTICO · Mapeamento topográfico: Correlacionar a localização do eczema com os objetos em contato com aquela região da pele · Seletividade profissional: Pesquisar produtos específicos que o paciente possa ter contato pela profissão (botas, sabonetes, xampus, desinfetantes, etc) · Seletividade utilitária: Procura por substâncias que entram na confecção do objeto (couro de botas, níquel de brinco) Testes de contato Identificação das substâncias nas quais o indivíduo é alérgico. Existe uma bateria padrão de substâncias testadas, formada por 22 elementos de uso frequente no cotidiano. Deve ser realizado quando a dermatose do paciente estiver em fase inativa para não piorar o quadro e o paciente não deve estar fazendo uso de corticosteróides tópicos ou sistêmicos. As fitas são posicionadas por 48 horas e não devem ser molhadas ou expostas ao sol. Critérios: (-) Negativo (+) Discreto eritema com algumas pápulas (++) Eritema, pápulas e vesículas (+++) Intenso eritema, pápulas e vesículas confluentes TRATAMENTO Uso de EPIs no trabalho, desenvolvimento de produtos hipoalergênicos Banhos ou compressas com soluções antissépticas (permanganato de potássio) nas primeiras 24 horas. Em uma fase subaguda pode-se usar creme corticosteroide tópico. Em fases crônicas pode usar o corticóide tópico ou sistêmico em casos mais generalizados. Anti histamínicos podem diminuir o prurido. Contato com cosméticos Contato com pasta de dente Contato com couro (sapatos) Contato com brincos ECZEMAS EXÓGENOS · Dermatite atópica Doença genética, de herança poligênica, com evidentes alterações imunológicas, influenciada por fatores ambientais e emocionais. FISIOPATOLOGIA A história familiar em até 70% dos casos assegura o caráter hereditário. Os níveis de AMP-cíclico está diminuídos nos macrófagos, basófilos e linfócitos. Esses níveis baixos são responsáveis pelo aumento da liberação de histamina, diminuição dos linfócitos T supressores e aumento da produção de IgE (anticorpo envolvido na imunopatologia do eczema atópico). Além disso, tem anormalidades no metabolismo do ácido araquidônico que contribui para a persistência da inflamação. O limiar ao prurido é mais baixo nos indivíduos atópicos e estímulos pequenos produzem prurido mais intenso, duradouro e em áreas mais extensas. Podem ser desencadeadas pelo contato direto de alergênios ambientais com a pele QUADRO CLÍNICO As lesões parecem ser piores em áreas de potencial exposição a antígenos (face e mãos), em áreas de aumento da vascularização (face e dobras) e em áreas de pele fina e/ou cobertas (dobras antecubitais e poplíteas. Dermatose crônica e flutuante. Pode ocorrer em qualquer idade a partir do 3º mês de vida. · DA infantil (até 2 anos): Áreas eritemato crostosas inicialmente em regiões malares, depois em couro cabeludo, pescoço, fronte, punhos, face de extensão de membros e área das fraldas. Alterações ambientais (emocionais, infecções, dentição) e antígenos alimentares podem agravá-la ou desencadeá-la. · Fase pré-puberal: Após o 2º ano de vida, podem ter resolução espontânea ou evoluir menos exsudativas, mais papulosas e com tendência à liquenificação. Principalmente em dobras antecubitais e poplíteas. · Adolescência-adulto: As lesões se tornam papulo descamativas e mais liquenificadas. Sujeitas a surtos de agudização. A doença tende a atenuar com a idade, sendo rara sua persistência após os 30 anos. DOENÇAS ASSOCIADAS E COMPLICAÇÕES 50% dos pacientes podem ter outras manifestações de atopia (asma, rinite) Urticária e reações anafiláticas podem acontecer Podem evoluir com infecções bacterianas secundárias São pacientes que podem ser competitivos, sensíveis, facilmente depressivos, tensos, intolerantes e hiperativos. DIAGNÓSTICO Clínico Critérios de Hanifin e Rajka: No mínino 3 critérios maiores + 3 menores. CRITÉRIOS MAIORES Prurido Morfologia e distribuições típicas Liquenificação flexural em adultos Envolvimento facial e extensor em lactentes e crianças Dermatite - Crônica ou cronicamente recorrente História pessoal ou familiar de atopia (Asma, rinite, dermatite atópica) CRITÉRIOS MENORES Catarata Ceratocone Ceratose pilar Conjuntivite recorrente Dermatite nas mãos -Não alérgica Dermatite nos mamilos Dermografismo branco Eczema Escurecimento periorbital Hiperlinearidade palmar Ictiose IgE elevada Infecções cutâneas Intolerância a lã Intolerância alimentar Palidez ou eritema facial Pitiríase alba Prega infraorbital Prurido quando transpira Quelite Reatividade cutânea imediata Xerose 0-14: Dermatite atópica leve 15-40: Dermatite atópica moderada Acima de 41: Dermatite atópica grave. TRATAMENTO Afastar agravantes (sabão, lã, extremos de temperatura, banhos quentes, substâncias irritantes, etc) Cortar as unhas visando diminuir as escoriações Hidratação da pele com emolientes Uso de cremes de corticóides ou corticóides sistêmicos em casosmais graves. Antibioticoterapia antiestafilocócica, mesmo na ausência de evidência franca de infecção secundária. Ciclosporina VO pode ser empregada nos casos mais rebeldes · Dermatite seborreica Dermatite crônica associada a hiperproliferação epidérmica e eventual participação do Malassezia spp. Lesões maculopapulosas, eritematosas ou amareladas, delimitadas e recobertas por escamas de aspecto gorduroso, que se distribuem pelas áreas seborreicas (couro cabeludo, face, regiões pré-esternal, interescapular, flexuras axilares e anogenitais) O prurido normalmente é discreto e às vezes nem é presente. Agravada ou desencadeada por estresse emocional ou físico e exposição ao frio. A exposição ao sol diminui sua intensidade. · Pitiríase capitis (caspa): Descamação pulvurulenta e difusa, podendo progredir gradualmente com surgimento de eritema, aumento da quantidade e espessura das escamas. Pode ocorrer aumento da queda do cabelo. Coroa seborreica (acometimento da região de transmissão entre o couro cabeludo e a pele adjacente) Pseudotinea amiantácea (apresentação mais gordurosa e mais espessa) · Outras manifestações: Paciente pode apresentar eritema, descamação e dissuras retroauticulares e do ouvido externo. Na face pode ter acometimento dos supercílios, glabela, sulco nasolabial, asas do nariz. Blefarite marginal (eritema e descamação ciliar). Lesões petaloides no tronco: pápulas eritematodescamativas, inicialmente foliculares que confluem e apresentam descamação fina central e bordas mais elevadas e eritematosas As regiões flexurais mais envolvidas são as axilares, anogenitais e inframamárias, e podem apresentar aspecto eritematodescamativo mais acentuado no centro e podem ocorrer fissuras. Nesses casos, a infecção secundária por cândida pode ocorrer. Tende a ser crônica e recorrente. Pode evoluir para eritrodermia esfoliativa. DIAGNÓSTICO Clínico. Em casos mais intensos e não responsivos ao tratamento, pode-se pensar em infecção por HIV secundária. TRATAMENTO Xampus à base de LCD de 5-8% associados ou não ao ácido salicílico de 1-3% Antibióticos sistêmicos ou tópicos em caso de infecções secundárias. Cremes de corticoides, gel de Kummerfeld, cetoconazol para lesões no tronco Em casos extensos podem ser feitos cetoconazol oral por 2-3 semanas · Eczema asteatósico (craquelê) Causado pela diminuição do manto lipídico da superfície cutânea Associado a xerodermia Ocorre mais frequentemente no idoso Pode ser precipitado pelo clima frio e seco, uso de diuréticos, antilipêmicos, hipotireoidismo, deficiência de zinco, excesso de banho ou de sabão. Principalmente em pernas, seguido de mãos e braços. A pele é xerótica, apresentando fissuras, com bordas levemente elevadas e eritematosas e pruriginosas. TRATAMENTO Aumentar a umidade do ambiente Evitar contato com lã Diminuir a frequência dos banhos e do uso de sabão Aplicar emolientes contendo ureia, vaselina, óleos, alfa-hidrociácidos e às vezes corticosteroides não fluorados. · Eczema de estase Resultado de uma hipertensão venosa, que provoca diminuição do fornecimento de oxigênio aos tecidos e sequestros de leucócitos, liberando enzimas proteolíticas e radicais livres, causando lesão tecidual e reação inflamatória. Placas eritematodescamativas pruriginosas na parte interna do terço distal da perna Em mulheres de meia idade ou idosas Surgimento pode ser abrupto ou insidioso TRATAMENTO Dirigido para a insuficiência venosa Uso de corticoides de baixa potência Tratamento de infecções associadas
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