Resenha - Sou Surda e não sabia

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UNIVERSIDADE FEDERAL RUAL DA AMAZÔNIA
CURSO DE LICENCIATURA EM COMPUTAÇÃO
DISCIPLINA LIBRAS
ANTÔNIA AYNARA MAGALHÃES ANTOS
SOU SURDA E NÃO SABIA (DOCUMENTÁRIO).
A comunidade surda perpassou por diversas dificuldades e lutas ao longo da história, os movimentos surdos são uma possibilidade de resistência às práticas dos ouvintes que são impostas. O documentário “Sou surda e não sabia” tem como cenário a França e como protagonista Sandrine Hermansen, uma mulher que reconhece sua “diferença” como oportunidade de encontrar sua identidade como surda.
(Contexto Mítico)
A história relata a vida de Sandrine desde o seu nascimento e intercala a história de vida da protagonista com o relato de alguns surdos e de médicos especializados em surdez. Sandrine narra os momentos felizes que teve com seus pais quando ainda era um bebê. Desde que iniciou sua compreensão de mundo ela já percebia que algo estava errado, porém não entendia, os pais dela também perceberam que Sandrine poderia ter algum problema auditivo, mas demoraram para aceitar o diagnóstico e prosseguiram tratando-a como uma criança ouvinte, o que ocasionou uma perda de vínculo afetivo entre a família. Segundo um dos médicos, o diagnóstico da surdez em muitos casos, da forma que é apresentado leva à uma discriminação e também a negação da surdez, assim como ocorria na antiguidade onde a crença e a religiosidade punham a surdez como um castigo divino. 
Em alguns casos existe um sentimento de culpa por parte dos pais e até uma certa pressão para que o surdo se esforce para se encaixar no meio dos ouvintes. No documentário é exposto o caso de mãe que matriculou a filha em uma escolar regular para que através da convivência com os ouvintes conseguisse oralizar. Existe ainda uma ideia muito forte de só conseguimos nos comunicar pela fala e pela linguagem, levando-nos a acreditar que o surdo é incapaz de manter contato pelo simples fato de não conseguir oralizar.
(Contexto Biomédico)
A integração dos surdos no ambiente social é extremamente difícil, principalmente quando se inicia a vida escolar. Por muito tempo se buscou através da educação o suprimento das necessidades do surdo, na antiguidade a educação do surdo era apenas voltadas para as famílias que tinham uma maior poder aquisitivo, pois tinha como função fazer com que esses conseguissem de algum modo a aceitação na sociedade.
(Contexto socioantropológico) 
Levou um bom tempo para que a comunidade acadêmica comessasse a pensar e ver o sujeito surdo de outra forma, as conquistas para que a cultura surda fosse reconhecida só foram possíveis através de muitas lutas e pesquisas sobre o assunto. Em 1981 a Organização das Nações Unidas (ONU) promoveu o Ano Internacional dos Deficientes, onde cobrou atitudes congretas dos governantes sobre as conquistas da cidadania, trabalho e indepêndencia das pessoas com deficiência na educação nos espaços sociais e artefatos culturais.
Tais artefatos da cultura surda podem ser localizados no documentário. Sandrine faz uso de vários deles, como a experiência visual, quando observa as coisas ao seu redor como forma de enteder e se counicar com o mundo, a linguistica quando usa a lingua de sinais, percebe-se também o artefato familar na pouca interação que ela tem com seus pais, já as artes visuais são localizadas quando a protagonista entra em contato com o teatro e o artefato político que pode ser visto no fim do documentário na comemoração do Dia Mundial do Surdo.
A convivência com outros surdos e o ensino bilingue são importantes para que o surdo não se sinta invisível perante a sociedade, no que diz respeito a educação, muita coisa deve ser revista para que o surdo realmente consiga prender e não apenas decore o que lhe é pedido para fazer. O reconhecimento da Lingua de Sinais também é uma grande conquista, porém o preoceito e a falta de informação ainda existem e ainda há um grande caminho a ser percorrido para que a inclusão do surdo aconteça de forma efetiva no âmbito social.
Referências
OCHRONOWICZ, Igor. Sou surda e não sabia. Filme. 2009, França. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Vw364_Oi4xc>. Acesso em: 01 de Out. 2019.
WIKIPÉDIA. Ano Internacional das Pessoas Deficientes. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Ano_Internacional_das_Pessoas_Deficientes >. Acesso em: 02 de Out. de 2019.