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Asma Felina Resumo por: Denise Ramos Pacheco Aula: Prof. Matheus Matioli Mantovani Medicina Veterinária UFU (2021) Etiologia: • Obstrução reversível das vias aéreas inferiores, ligada a PROCESSO ALÉRGICO. • Inflamação das vias aéreas inferiores. • Hiperresponsividade brônquica (broncoconstrição severa). • Produção excessiva de muco. Fisiopatologia: • Reação hipersensibilidade do tipo I → ativação de linfócitos T 2-helper → liberação de citocinas inflamatórias → migração/quimiotaxia para a arvore brônquica principalmente de eosinófilos e mastócitos → degranulação e liberação de histamina → acentuação da constrição brônquica → hiperinsuflação alveolar e broncoespasmo. Fonte: material apresentado em aula. Manifestações clínicas: • Predisposição: gatos jovens a meia idade. • Sem predisposição racial e de gênero. • Exame físico: • Tosse → pode ser branda. Semelhante a engasgo por bola de pelo. • Esforço respiratório, principalmente durante a EXPIRAÇÃO. • Sibilos pulmonares. • Abafamento dos sons cardíacos. • Crise asmática → dispneia, cianose. • Animal pode chegar em muita dificuldade respiratória, com a boca aberta → emergência. Diagnóstico: • Histórico clínico. • Radiografia torácica → padrão bronquial (árvore brônquica bem delimitada) e hiperinsuflação pulmonar. • Lavado bronquial → predominância de EOSINÓFILOS. • Hemograma → eosinofilia periférica (mas muitas vezes sem nenhuma alteração no hemograma). • Diagnóstico diferencial → pneumonias (bacteriana é mais rara em gatos) e doenças bronquiais infecciosas (bronquite crônica por exemplo, com os mesmos sinais, porém no lavado bronquial há predominância de neutrófilos). • Doença progressiva (pode ocorrer calcificação em brônquios → quadro irreversível). Tratamento: CRISE ASMÁTICA AGUDA → EMERGENCIAL • Oxigenioterapia (incubadora, gaiola, caixinha, dificilmente aceitam máscara). • Minimizar o estresse → sedação (BUTORFANOL 0,2 mg/kg/IM); mínima manipulação. • CORTICOIDE → DEXAMETASONA 0,25-0,5 mg/kg/IV ou IM (se for asma, tem melhora significativa com o corticoide). • BRONCODILATADORES → AMINOFILINA 5 mg/kg/IV a cada 6 horas; ALBUTEROL (Salbutamol) nebulização (inalação). Pode fazer o uso da bombinha também, mas a inalação em ambiente hospitalar é melhor, a menos que não tenha ele. Existem formulações com fluticasona + salbutamol. Para casa passa só o corticoide e o salbutamol só em crises. Para o manejo crônico em casa normalmente só a bombinha com o corticoide. MANEJO CRÔNICO • GLICOCORTICOIDE • Prednisolona 1 mg/kg/VO a cada 12 horas por 1-2 semanas, com redução gradual da dose. • META → 0,5 mg/kg/VO dias alternados. • FLUTICASONA INALADO → casos discretos a moderados: 110 ug/gato a cada 12 horas ou a cada 24 horas; casos graves: 220 ug/gato a cada 12 horas. Recomendação: corticoide inalado + corticoide oral em casos graves descompensados. Aí depois fica só com a bombinha em casa, mesmo em casos graves. • Gatos: sensíveis ao corticoide injetável de depósito, pois pode ter DM secundária (prednisolona injetável de depósito, vai liberando ao longo de 15 dias). • BRONCODILATADORES → Aminofilina 5 mg/kg/VO a cada 12 horas; Albuterol (Salbutamol) inalado nas crises ou quando necessário (nebulização). Bombinhas com fluticasona e salbutamol juntos. A bombinha tem que ser usada mesmo sem o animal estar apresentando os sintomas. Se não der pra usar todo dia, usar pelo menos em dias alternados. • Uso de bombinha em casa. Aerokat (opção) → deixar no nariz do animal de 5-10 movimentos respiratórios. Uso da bombinha todos os dias!!! Diferente do cão, que pode usar em dias espaçados. Pode fazer corticoide a cada 48 horas, mas tem o risco da DM, então é melhor o uso da bombinha diariamente para felinos. • 0,0001 mg/kg adrenalina: SC → caso o animal não melhore de jeito nenhum da broncoconstrição, pode fazer isso em ambiente hospitalar, mas apenas em último caso.