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e-Book 1
Hamilton Moura
CONTABILIDADE 
SOCIETÁRIA
Sumário
INTRODUÇÃO ������������������������������������������������� 3
PROCEDIMENTOS DE INVESTIMENTOS 
EM CONTROLADAS E COLIGADAS ���������������� 4
O que são empresas coligadas e controladas? ������������������ 4
Por que fazer a consolidação das demonstrações 
contábeis? ����������������������������������������������������������������������������� 6
CONTABILIZAÇÃO DOS 
INVESTIMENTOS EM CONTROLADAS �������� 11
Políticas contábeis da controlada ������������������������������������� 14
Data das demonstrações financeiras da controlada �������� 15
Divulgação ��������������������������������������������������������������������������� 15
RECONHECIMENTO DO GOODWILL 
EM TRANSAÇÕES QUE ENVOLVAM 
INVESTIMENTOS EM CONTROLADAS E 
COLIGADAS ��������������������������������������������������18
Goodwill implícito e ajustes de valor justo ������������������������ 19
Benefícios fiscais – amortização do ágio ������������������������� 21
CÁLCULOS E CONTABILIZAÇÃO DOS 
RESULTADOS DOS INVESTIMENTOS EM 
CONTROLADAS E COLIGADAS ��������������������23
Identificação de coligadas ������������������������������������������������� 25
Contabilidade para coligadas��������������������������������������������� 26
Aplicação do método de equivalência patrimonial ���������� 28
CONSIDERAÇÕES FINAIS ����������������������������30
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS & 
CONSULTADAS ��������������������������������������������32
3
INTRODUÇÃO
Neste módulo vamos estudar os investimentos 
em empresas coligadas e controladas� Mas, para 
você não ficar em dúvida sobre determinados ter-
mos, inicialmente, explicaremos diversos tipos de 
investimentos feitos entre empresas�
Depois, vamos tratar do que é controle direto e 
indireto, quando as empresas são consideradas 
coligadas e controladas�
Com esses conhecimentos em mente, poderemos 
seguir para a contabilização dos investimentos em 
coligadas e controladas�
Falaremos também sobre o reconhecimento do 
goodwill nessas transações de investimento�
E, finalmente, poderemos fazer cálculos e con-
tabilizar os resultados obtidos em controladas e 
coligadas pelo método de equivalência patrimonial 
e pelo método de custo, quando for o caso�
Todos esses assuntos serão abordados à luz da 
legislação vigente, com base em interpretações 
do Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC.
44
PROCEDIMENTOS 
DE INVESTIMENTOS 
EM CONTROLADAS E 
COLIGADAS
O QUE SÃO EMPRESAS COLIGADAS 
E CONTROLADAS?
Precisamos definir os termos que são utilizados na 
área, para entender melhor esses investimentos� 
Alguns investimentos são feitos sem que haja 
empresas coligadas ou controladas�
Fusão – a fusão de duas empresas dá origem a 
uma terceira companhia que, provavelmente, será 
maior e mais produtiva do que as duas empresas 
que se fundiram, operando separadamente� Nesse 
caso, não há coligadas ou controladas; as duas 
empresas deixaram de existir, sendo seus ativos 
e passivos transferidos para a nova empresa 
constituída�
Geralmente, os casos de fusões ocorrem entre 
empresas do mesmo setor ou de setores com-
plementares� Os administradores encontram 
uma sinergia nos negócios das duas empresas, 
formando uma terceira, com maior potencial de 
exploração do setor� As duas empresas deixam de 
55
concorrer entre si e passam a explorar uma fatia 
maior do mercado�
A fusão, no Brasil, é regulamentada pelo artigo 228 
da Lei das Sociedades Anônimas (Lei 6�404/76)�
Um exemplo de fusão bem-sucedida foi a do Ban-
co Itaú com o Unibanco, criando o maior banco 
privado do país e um dos 20 maiores do mundo�
Uma fusão fracassada foi a da Kroton com a Es-
tácio, que não foi aprovada pelo CADE – Conselho 
Administrativo de Defesa Econômica, que consi-
derou essa fusão como anticompetitiva�
Cisão – implica na transferência de uma parte ou 
de todo o patrimônio de uma empresa para uma 
ou mais empresas, que já existiam ou foram cons-
tituídas para esse fim. O motivo de optar por uma 
cisão pode ser de ordem tributária, pois separan-
do o patrimônio e operação, as empresas podem 
ser beneficiadas pagando menor carga tributária. 
Pode ser motivada por uma reorganização de ne-
gócios com o objetivo de reduzir custo e melhorar 
a competitividade� Há também, como motivo, os 
conflitos societários, logística das operações, etc.
As empresas que decidem pela cisão ficam proi-
bidas de optar pelo regime de tributação Simples 
Nacional por cinco anos, evitando assim que uma 
66
empresa maior crie outras empresas menores para 
fugir da tributação�
Incorporação – a incorporação pode ocorrer de 
duas formas, com a empresa adquirida deixando 
de existir e a incorporadora assumindo todas as 
operações, ativos e passivos� Outra forma é a em-
presa adquirida continuar existindo e respondendo 
para a empresa incorporadora�
Negócios em conjunto – pode ocorrer quando duas 
ou mais empresas controlam uma determinada 
companhia, tendo, em conjunto, participação maior 
que 50% do capital desta� Nesse caso, a empresa 
adquirida será considerada coligada ou controlada, 
dependendo do percentual que a incorporadora 
adquiriu da outra empresa�
POR QUE FAZER A CONSOLIDAÇÃO 
DAS DEMONSTRAÇÕES 
CONTÁBEIS?
Com a consolidação das demonstrações contá-
beis é possível avaliar a saúde financeira de um 
grupo de empresas todo, e não de suas empresas 
em separado. A posição econômico-financeira da 
empresa controladora e das demais empresas do 
grupo só podem ser conhecidas quando é feita a 
consolidação das demonstrações contábeis�
77
O princípio da entidade que distingue o patrimônio 
e as atividades da pessoa jurídica do patrimônio e 
atividades de seus sócios também vale para as de-
monstrações contábeis de um grupo de empresas sob 
controle acionário comum� Essas demonstrações não 
se confundem com as demonstrações contábeis de 
cada uma das empresas que fazem parte do grupo�
Para consolidar os balanços patrimoniais de em-
presas controladas é preciso agregar os ativos, 
passivos, receitas e despesas semelhantes às de-
monstrações contábeis da empresa controladora, 
eliminando os saldos e transações entre empresas�
O objetivo da consolidação é apresentar ao leitor 
da demonstração uma fotografia de corpo inteiro 
do grupo econômico e não fotografias de partes 
do patrimônio� Apenas as empresas de capital 
aberto são obrigadas a fazer a consolidação de 
suas demonstrações contábeis, mesmo assim, 
em determinadas condições� No entanto, a boa 
técnica contábil recomenda que a consolidação 
seja feita sempre que houver expressiva partici-
pação e controle da controladora nas controladas�
A participação é medida pelo percentual de ações 
com poder de voto que a controladora detém da 
controlada, e o controle é medido pela influência 
da controladora na administração da controlada�
88
De acordo com o CPC 36 (R3), “as demonstrações 
contábeis de grupo econômico, em que os ativos, 
passivos, patrimônio líquido, receitas, despesas 
e fluxos de caixa da controladora e de suas con-
troladas são apresentados como se fossem uma 
única entidade econômica”.
O CPC 36 (R3) estabelece os princípios para a 
apresentação e elaboração das demonstrações 
contábeis consolidadas – quando a entidade con-
trola uma ou mais entidades� Observe o exemplo 
no diagrama abaixo:
Figura 1: Controle pelo capital votante�
Empresa A
20%70%
40%
40%
Terceiros
Empresa B
Empresa C
Fonte: Adaptado de Martins et al. (2013, p� 738)
A empresa A tem diretamente 20% do patrimônio da 
empresa C e, indiretamente, 28% (A detém 70% de 
B, que tem 40% de C; 70% de 40% = 28%)� Portanto, 
99
tem 48% do patrimônio de C, mas a controla com 
60% do poder de voto�
A empresa A tem 70% do capital votante de B e 
20% do capital votante de C�
A empresa B tem 40% do capital votante de C, que 
é controlada pela empresa A�
Portanto, a empresa C é controlada de A, pois a 
soma de seu poder de voto direto (20%), mais o 
poder de voto de sua controlada B (40%)�
O que conta é o poder de voto, e não a propriedade�
Observe,agora, outro exemplo:
Figura 2: Exemplos de ligações�
Empresa B
40%
55%
60%
Empresa C
Empresa A
Empresa E
Empresa D
45%
60%
Fonte: Adaptado de Martins et al. (2013, p� 738)
1010
Considerando que os percentuais são referentes 
ao capital votante, e não há evidências de controle 
por outros processos, temos:
A empresa E é controlada indiretamente pela em-
presa A, pois é controlada por B�
A empresa C não é controlada da empresa A, ape-
nas coligada direta�
A empresa D é coligada de A de forma indireta, 
pois a empresa B tem 40% do seu capital votante, 
apesar de D ser controlada da empresa C (que não 
é controlada da empresa A)�
A empresa A tem 51% do capital votante de D (45% 
de 60% = 27% de C) + (60% de 40% = 24% de B), 
mas esta não é sua controlada�
A empresa A tem 33% (60% de 55%) de E, e esta 
é sua controlada, porque A controla B�
11
CONTABILIZAÇÃO DOS 
INVESTIMENTOS EM 
CONTROLADAS
Uma empresa é controlada por outra que detém 
50% ou mais de suas ações com direito a voto� 
Assim, a controladora teria o controle da contro-
lada� Esse tipo de relacionamento entre matriz e 
controladas normalmente surge como resultado 
de aquisições ou investimentos pesados de uma 
grande corporação em outra empresa� As contro-
ladoras precisarão contabilizar as transações com 
as controladas, bem como preparar as demons-
trações financeiras consolidadas.
1) Registro da compra das ações da controlada
Para isso, debite o Investimento em outras empre-
sas e credite o Caixa�
Por exemplo, se a controladora comprou R$ 50�000,00 
em ações de uma controlada, ela debitaria o inves-
timento em outras empresas em R$ 50�000,00 para 
refletir o novo ativo e creditaria em dinheiro por R$ 
50.000,00 para refletir a saída de caixa.
2) Registro dos dividendos que a controlada paga 
à controladora
12
Para isso, debite o Caixa e credite o Investimento 
em outras empresas�
Por exemplo, digamos que a controladora receba 
R$ 1�000,00 em dividendos da controlada� A em-
presa controladora debita Caixa em R$ 1�000,00 
e credita o Investimento em outras empresas por 
R$ 1.000,00 para refletir o fato de que o dividendo 
diminuiu os lucros retidos da subsidiária�
3) Registro da porcentagem da controladora no 
lucro anual da controlada
Para tal, debite na conta de Investimento em outras 
empresas e credite as Receitas de Investimento�
Por exemplo, suponha que a controladora detém 60% 
da subsidiária e a subsidiária relata um lucro de R$ 
100�000,00� A controladora debita o Investimento 
em outras empresas em R$ 60�000,00 (60% de R$ 
100�000,00) e credita a Receita de Investimento 
em R$ 60�000,00�
4) Identifique as transações que precisam ser ajus-
tadas nas demonstrações financeiras consolidadas
Para facilitar a preparação das demonstrações 
financeiras consolidadas, é melhor identificar as 
transações que serão ajustadas� Isso inclui quais-
quer contas a pagar, contas a receber e transações 
de vendas que ocorram entre a controladora e sua 
controlada�
13
Marque essas transações com uma marca de re-
ferência especial no razão, para que possam ser 
contabilizadas no final do ano.
5) Ajuste de contas a receber e contas a pagar 
entre as empresas
Contas a receber e contas a pagar entre compa-
nhias surgem de transações entre a controladora 
e a controlada� Essencialmente, isso aparece 
na demonstração consolidada como a empresa 
consolidada devendo a si mesma� Esse problema 
pode ser resolvido com débitos nas contas a pa-
gar consolidadas e créditos nas contas a receber 
consolidadas, conforme necessário, para eliminar 
as transações entre empresas�
Por exemplo, se uma venda for registrada da subsi-
diária para a controladora no valor de R$ 20�000,00 
e uma entrada de contas a receber for feita nas 
contas da subsidiária, deve ser feito um registro 
creditando contas a receber consolidadas de R$ 
20�000,00 para eliminar essa transação�
Quanto vale uma empresa?
Existem alguns métodos de valuation para calcular o 
valor da empresa que entendem que valor não é igual 
a preço� O preço é determinado pela interação das 
SAIBA MAIS
14
partes de oferta e demanda� O valor é algo percebido 
pelas partes, que quase sempre não chegam ao mesmo 
número. Para saber mais sobre os principais métodos 
de valuation acesse o link a seguir e assista Você sabe 
o valor da sua empresa?:
https://www�youtube�com/watch?v=2QJptoGHpR4&t=126s
POLÍTICAS CONTÁBEIS DA 
CONTROLADA
Se a coligada usa políticas contábeis diferentes 
das do investidor, as demonstrações financeiras 
da coligada devem ser ajustadas para refletir as 
políticas contábeis da investidora, para fins de 
aplicação do método de equivalência patrimonial�
Se uma controlada for contabilizada pelo método 
da equivalência patrimonial, os lucros e perdas não 
realizados resultantes de transações da controlada 
para investidor, e do investidor para controlada, 
devem ser eliminados na extensão da participação 
do investidor na controlada� No entanto, as perdas 
não realizadas não devem ser eliminadas na medi-
da em que a transação forneça evidências de uma 
redução ao valor recuperável do ativo transferido�
https://www.youtube.com/watch?v=2QJptoGHpR4&t=126s
15
DATA DAS DEMONSTRAÇÕES 
FINANCEIRAS DA CONTROLADA
Ao aplicar o método da equivalência patrimonial, o 
investidor deve usar as demonstrações financeiras 
da controlada na mesma data que as demonstra-
ções financeiras do investidor, a menos que isso 
seja impraticável� Se for impraticável, devem ser 
utilizadas as demonstrações financeiras dispo-
níveis mais recentes da controlada, com ajustes 
feitos para os efeitos de quaisquer transações ou 
eventos significativos que ocorram entre o final do 
período contábil� No entanto, a diferença entre a 
data de relato da controlada e a do investidor não 
pode ser superior a três meses�
DIVULGAÇÃO
As seguintes divulgações são exigidas:
 y valor justo dos investimentos em controladas 
para as quais existem cotações de preços publicadas,
 y informações financeiras resumidas de contro-
ladas, incluindo os valores agregados de ativos, 
passivos, receitas e explicações de lucros ou 
perdas, quando os investimentos inferiores a 20% 
são contabilizados pelo método de equivalência 
patrimonial ou quando os investimentos de mais 
de 20% não são contabilizados pelo método de 
equivalência patrimonial,
16
 y uso de uma data de relatório das demonstrações 
financeiras de uma controlada que seja diferente 
daquela da natureza do investidor e extensão de 
quaisquer restrições significativas sobre a capa-
cidade das associadas para transferir fundos ao 
investidor na forma de dividendos em dinheiro, ou 
reembolso de empréstimos ou adiantamentos de 
parcela não reconhecida das perdas de uma asso-
ciada, tanto para o período como cumulativamente,
 y se um investidor tiver descontinuado o re-
conhecimento de sua parcela de perdas de uma 
explicação associada de qualquer controlada e 
não contabilizado pelo método de equivalência 
patrimonial,
 y informações financeiras resumidas de con-
troladas, individualmente ou em grupos, que não 
são contabilizados pelo método de equivalência 
patrimonial, incluindo os valores dos ativos totais, 
passivos totais, receitas e lucros ou perdas�
As seguintes divulgações relacionadas a passivos 
contingentes também são exigidas:
 y parte do investidor nos passivos contingentes 
de uma controlada incorridos em conjunto com 
outros passivos contingentes de investidores 
que surgem porque o investidor é solidariamente 
responsável por todos ou parte dos passivos da 
associada�
17
As organizações de capital de risco, fundos mútuos, 
e outras entidades semelhantes devem fornecer 
divulgações sobre a natureza e a extensão de 
quaisquer restrições significativas à transferência 
de fundos por coligadas�
1818
RECONHECIMENTO DO 
GOODWILL EM TRANSAÇÕES 
QUE ENVOLVAM 
INVESTIMENTOS EM 
CONTROLADAS E COLIGADAS
O que é goodwill?
É um valor que pode surgir quando da venda de 
uma empresa ou parte dela, também conhecido 
como ágio�Quando o valor oferecido pela compra 
da empresa é maior que o seu valor contábil ou 
o seu valor justo, esse valor é registrado no in-
tangível� Esse valor normalmente refere-se a um 
adicional que o adquirente se dispôs a pagar por 
uma expectativa de rentabilidade futura dos ativos 
e passivos da empresa adquirida que não podem 
ser alocados em ativos e passivos identificáveis.
O goodwill pode ser considerado um prêmio que a 
empresa paga além do valor do patrimônio líquido� 
Esse valor pode também ser negativo, quando a 
compra é realizada por um valor menor que o justo�
Para que haja reconhecimento do goodwill é ne-
cessário que as partes sejam independentes� O 
ágio gerado dentro de um grupo econômico não 
pode ser reconhecido, não é legalmente possível� 
Para que o ágio seja aproveitado fiscalmente, 
1919
precisa ser gerado entre partes independentes� 
As movimentações e reestruturações societárias 
dentro do grupo econômico não são considera-
das combinação de negócios e não podem gerar 
registros de ágio�
Figura 3: Representação do goodwill.
Patrimônio 
Líquido
Ágio 
total
Mais valia 
de ativos
Valor Justo 
dos 
Ativos
Líquidos
Goodwill
Valor pago 
pelo 
adquirente
Fonte: Elaboração própria�
GOODWILL IMPLÍCITO E AJUSTES 
DE VALOR JUSTO
Na aquisição do investimento em uma coligada, 
qualquer diferença (positiva ou negativa) entre o 
custo de aquisição e a participação do investidor 
nos valores justos dos ativos líquidos identificáveis 
2020
da coligada é contabilizada como ágio, de acordo 
com o CPC 15 – Combinações de Negócios.
Ajustes apropriados à participação do investidor 
nos lucros ou perdas, após a aquisição, são feitos 
para contabilizar a depreciação ou amortização 
adicional dos ativos depreciáveis ou amortizáveis 
da coligada, com base no excesso de seus valores 
justos sobre seus valores contábeis, no momento 
em que o investimento foi adquirido�
O goodwill não pode ser amortizado, pois sua vida 
útil não pode ser definida. A empresa adquirente 
deve testar os ativos de acordo com o CPC 01 – Re-
dução ao Valor Recuperável de Ativos, anualmente�
Os indicadores de impairment dos Instrumentos 
Financeiros: Reconhecimento e Mensuração 
aplicam-se a investimentos em coligadas� Se for 
indicado impairment o montante é calculado por 
referência ao impairment de Ativos� Todo o valor 
contábil do investimento é testado quanto à perda 
de valor como um único ativo, ou seja, o ágio não 
é testado separadamente� O valor recuperável de 
um investimento em uma coligada é avaliado para 
cada coligada individual, a menos que a coligada 
não gere fluxos de caixa de forma independente.
2121
BENEFÍCIOS FISCAIS – 
AMORTIZAÇÃO DO ÁGIO
 y Dedução para fins de Imposto de Renda e 
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido�
 y Alíquota genérica de 34%�
 y Período mínimo de compensação: 5 anos, 
sendo 1/60 por mês�
A legislação não prevê prazo máximo de compen-
sação, fala apenas em período mínimo de cinco 
anos� Entende-se que, se a empresa tiver motivos 
fundamentados para amortizar em prazo maior, 
poderá fazê-lo�
Um elemento fundamental no processo de reconhe-
cimento do goodwill é o Laudo de PPA – Purchase 
Price Allocation (Alocação do Preço de Compra), 
que deve ser elaborado por especialistas indepen-
dentes� Esse laudo deve determinar com precisão 
o valor dos ativos – preço justo, pois todo o cálculo 
do ágio depende da correta determinação dos 
valores dos ativos�
O Laudo de PPA deve ser protocolado na Receita 
Federal, ou seu resumo registrado em cartório, no 
prazo de 13 meses da aquisição�
A Alocação correta do custo de aquisição é outro 
fator importante no processo de reconhecimento 
do goodwill�
2222
Para o conhecimento dos posicionamentos admi-
nistrativos sobre os métodos de avaliação – CARF 
– Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, 
é importante contar com uma assessoria jurídica 
especializada no assunto, pois o cumprimento 
dos requisitos legais de forma estratégica mitiga 
o risco de desconsideração do laudo, conforme 
interpretações jurisprudenciais atuais�
23
CÁLCULOS E 
CONTABILIZAÇÃO DOS 
RESULTADOS DOS 
INVESTIMENTOS EM 
CONTROLADAS E COLIGADAS
O CPC 18 (R2) Investimentos em Coligadas, em 
Controlada e em Empreendimento Controlado em 
Conjunto, descreve a contabilização de investimentos 
em coligadas� Uma coligada é uma entidade sobre 
a qual um investidor tem influência significativa, 
tendo o poder de participar nas decisões de políti-
ca financeira e operacional da investida (mas não 
controle ou controle conjunto), e os investimentos 
em controladas são, com exceções limitadas, 
obrigados a ser contabilizados pelo método de 
equivalência patrimonial�
A influência significativa pode ser evidenciada por 
uma ou mais das seguintes formas – CPC 18 (R2) :
a) Representação no conselho de administração 
ou na diretoria da investida;
b) Participação nos processos de elaboração de 
políticas, inclusive de decisões sobre dividendos 
e outras distribuições;
24
c) Operações materiais entre o investidor e a 
investida;
d) Intercâmbio de diretores ou gerentes;
e) Fornecimento de informação técnica essencial�
O CPC 18 (R2) aplica-se a todos os investimentos 
em que um investidor tenha influência significativa, 
mas não controle ou controle conjunto, exceto 
para investimentos detidos por uma organização 
de capital de risco, fundo mútuo, fundo de investi-
mento e entidade semelhante, que são designados 
de acordo com o CPC 38 para serem pelo valor 
justo com mudanças no valor justo reconhecidas 
no resultado�
Coligada: uma entidade na qual um investidor 
tem influência significativa, mas não o controle 
ou controle conjunto�
Influência significativa: poder de participar nas 
decisões de política financeira e operacional, mas 
não controlá-las�
Método de equivalência patrimonial: um método 
de contabilização pelo qual um investimento de 
capital é inicialmente registrado ao custo e, pos-
teriormente, ajustado para refletir a participação 
do investidor nos ativos líquidos da associada 
(investida)�
25
IDENTIFICAÇÃO DE COLIGADAS
Uma participação de 20% ou mais do poder de 
voto (diretamente ou por meio de subsidiárias) 
indicará influência significativa, a menos que 
possa ser claramente demonstrado o contrário� 
Se a participação for inferior a 20%, presume-se 
que o investidor não possui influência significativa, 
a menos que tal influência possa ser claramente 
demonstrada�
A existência de influência significativa por um 
investidor é geralmente evidenciada de uma ou 
mais das seguintes maneiras:
 y representação no conselho de administração 
ou órgão de gestão equivalente da participação da 
investida nas transações materiais do processo 
de formulação de políticas entre o investidor e a 
investida�
 y intercâmbio de pessoal gerencial, fornecimento 
de informações técnicas essenciais�
Os direitos de voto potenciais são um fator a 
ser considerado, ao decidir se existe influência 
significativa.
26
Divulgação dos investimentos pelo método de equiva-
lência patrimonial
Os investimentos pelo método de equivalência patrimonial 
devem ser classificados como ativos não circulantes.
A participação do investidor nos lucros ou prejuízos dos 
investimentos pelo método da equivalência patrimonial 
e o valor contábil desses investimentos devem ser di-
vulgados separadamente�
A participação do investidor em quaisquer operações em 
descontinuação de tais associadas também é divulgada 
separadamente�
A participação do investidor nas mudanças reconheci-
das diretamente em outros resultados abrangentes da 
coligada também é reconhecida em outros resultados 
abrangentes pelo investidor, com divulgação na demons-
tração das mutações do patrimônio líquido�
CONTABILIDADE PARA COLIGADAS
Em suas demonstrações financeiras consolidadas, 
um investidor deve usar o método de equivalência 
patrimonial para a contabilização de investimentos 
em coligadas, exceto nas seguintes três circuns-
tâncias excepcionais:
 y Um investimentoem uma coligada mantida 
por uma organização de capital de risco ou um 
FIQUE ATENTO
27
fundo mútuo (ou entidade semelhante) e que, 
após o reconhecimento inicial, é designado como 
mantido para negociação� Esses investimentos 
são avaliados pelo valor justo com as variações 
do valor justo reconhecidas no resultado�
 y Um investimento classificado como mantido 
para venda, de acordo com o CPC 31� Uma em-
presa-mãe isenta de preparar demonstrações 
financeiras consolidadas (CPC 36) pode preparar 
demonstrações financeiras separadas como suas 
demonstrações financeiras primárias. Nessas de-
monstrações separadas, o investimento na coligada 
pode ser contabilizado pelo método do custo�
Um investidor não precisa usar o método da equi-
valência patrimonial se todas as quatro condições 
a seguir forem atendidas:
 y o próprio investidor é uma subsidiária integral, 
ou é uma subsidiária parcial de outra entidade e 
seus outros proprietários, incluindo aqueles sem 
direito a voto, foram informados sobre, e não se 
opõem a;
 y o investidor não aplica o método de equiva-
lência patrimonial; os instrumentos de dívida ou 
patrimônio do investidor não são negociados em 
um mercado público;
 y o investidor não apresentou, nem está em 
processo de arquivamento, suas demonstrações 
financeiras junto a uma comissão de valores mo-
28
biliários ou outro órgão regulador com o objetivo 
de emitir qualquer classe de instrumentos em um 
mercado público; e
 y a controladora final ou intermediária do investidor 
produz demonstrações financeiras consolidadas 
disponíveis para uso público em conformidade 
com as Normas Internacionais�
APLICAÇÃO DO MÉTODO DE 
EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL
Princípio básico
De acordo com o método de equivalência patri-
monial, um investimento de capital é inicialmente 
registrado ao custo e, subsequentemente, ajustado 
para refletir a participação do investidor no lucro 
líquido ou prejuízo da coligada�
Distribuições e outros ajustes ao valor 
contábil
As distribuições recebidas da investida reduzem 
o valor contábil do investimento� Ajustes no valor 
contábil também podem ser necessários decorrentes 
de alterações em outros resultados abrangentes 
da investida que não foram incluídos nos lucros 
ou prejuízos�
29
Direitos de voto potenciais
Embora os direitos de voto potenciais sejam consi-
derados, ao decidir se existe influência significativa, 
a participação do investidor nos lucros ou preju-
ízos da investida e nas variações do patrimônio 
líquido da investida é determinada com base nos 
atuais interesses de propriedade. Não deve refletir 
o possível exercício ou conversão de potenciais 
direitos de voto�
3030
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Contabilidade Societária é um tema extenso e, 
nesta primeira unidade, abordamos Investimentos 
em coligadas e controladas�
Inicialmente, estudamos alguns conceitos impor-
tantes para começar a entender a combinação de 
negócios, tais como: fusão, cisão, incorporação 
e negócios em conjunto� Explicamos também a 
diferença entre empresas coligadas e controladas�
A seguir, abordamos a contabilização dos investi-
mentos em controladas, começando pelo registro 
de operações entre as empresas, as políticas con-
tábeis da controladora, a data das demonstrações 
financeiras da controlada e a divulgação dessas 
demonstrações�
Em seguida, tratamos de um assunto complexo 
e que sofreu mudanças significativas com a lei 
11�638/2007: o reconhecimento do goodwill em 
transações de incorporação� Iniciamos explican-
do o conceito de goodwill e os benefícios fiscais 
decorrentes do seu reconhecimento�
Finalmente, tratamos dos cálculos e da conta-
bilização dos resultados dos investimentos em 
controladas e coligadas� Abordamos a contabili-
dade para coligadas e a aplicação do método de 
equivalência patrimonial�
3131
Aprofunde seus estudos na bibliografia básica 
indicada, especialmente na obra de Marcelo Ca-
valcante Almeida, na qual você encontrará muitos 
exemplos de operações envolvendo investidor e 
controladas e coligadas�
Referências Bibliográficas 
& Consultadas
ALMEIDA, M� C� Contabilidade avançada� 3� ed� 
São Paulo: Atlas, 2013� [Minha Biblioteca]
ALMEIDA, M� C� Contabilidade avançada: textos, 
exemplos e exercícios resolvidos� 3� ed� São 
Paulo: Atlas, 2013� [Minha Biblioteca]
ALMEIDA, M� C� Manual prático de interpretação 
contábil da Lei Societária� 2� ed� São Paulo: 
Atlas, 2012� [Minha Biblioteca]
CARDOSO, R� L�; SZUSTER, F� R�; SZUSTER, N� 
Contabilidade geral: introdução à contabilidade 
societária� 4� ed� São Paulo: Atlas, 2013� [Minha 
Biblioteca]
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS� 
CPC 15, 18, 31, 36, 38� Disponível em: http://
www�cpc�org�br/CPC/Documentos-Emitidos/
Pronunciamentos� Acesso em: 05 mar� 2021�
MARTINS, E� et al� Manual de contabilidade 
societária: aplicável a todas as sociedades: de 
acordo com as normas internacionais e do CPC� 
São Paulo: Atlas, 3� ed� São Paulo: Atlas, 2018� 
[Minha Biblioteca]
NEVES, S� Contabilidade avançada� 17� ed� São 
Paulo: Saraiva, 2011� [Minha Biblioteca]
PADOVEZE, C� L� Contabilidade geral facilitada� 
Rio de Janeiro: Método, 2017� [Minha Biblioteca]
VICECONTI, P� Contabilidade básica� 16� ed� São 
Paulo: Atlas, 2013� [Minha Biblioteca]
e-Book 2
Hamilton Moura
CONTABILIDADE 
SOCIETÁRIA
Sumário
INTRODUÇÃO ������������������������������������������������� 3
COMBINAÇÕES DE NEGÓCIOS 
REFERENTES À FUSÃO, CISÃO E 
INCORPORAÇÃO, A PARTIR DO CPC 15 �������� 4
Qual é a definição de combinação de negócios? ��������������� 4
Qual é o objetivo do CPC 15? ����������������������������������������������� 7
CÁLCULO E CONTABILIZAÇÃO DAS 
TRANSAÇÕES QUE ENVOLVEM FUSÃO, 
CISÃO E INCORPORAÇÃO ���������������������������13
Procedimentos tributários �������������������������������������������������� 14
RECONHECIMENTO E MENSURAÇÃO, 
ÁGIO E COMPRA VANTAJOSA ��������������������21
Mais ou menos-valia ����������������������������������������������������������� 22
Goodwill ������������������������������������������������������������������������ 24
Ganho por compra vantajosa ��������������������������������������������� 24
CONTABILIZAÇÃO DE PERDAS POR 
REDUÇÃO AO VALOR RECUPERÁVEL – 
TESTE DE IMPAIRMENT�������������������������������26
Mensuração do valor justo de ativo intangível adquirido 
em combinação de negócios ��������������������������������������������� 29
Perdas de goodwill �������������������������������������������������������� 30
CONSIDERAÇÕES FINAIS ����������������������������34
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS & 
CONSULTADAS ��������������������������������������������35
3
INTRODUÇÃO
Neste módulo, vamos tratar da combinação de 
negócios, de acordo com interpretações do CPC 
15. Aqui você entenderá a definição de negócio 
para, então, estudar a combinação de negócios. 
Parece simples definir o que é um negócio, mas 
você perceberá que não é tão simples assim.
Abordaremos também o cálculo e a contabilização 
das transações que envolvem a combinação de 
negócios, bem como os procedimentos tributários 
inerentes a esses processos.
Você poderá reconhecer e mensurar o ágio e a 
compra vantajosa, e poderá diferenciar mais valia 
de goodwill�
E, ao final, estudaremos a contabilização de perdas 
por redução ao valor recuperável dos ativos – o 
famoso teste de impairment�
O CPC 15 é fundamental para que você conheça 
mais sobre a combinação de negócios. E aqui 
vamos tratar dos principais temas desse pronun-
ciamento contábil.
44
COMBINAÇÕES DE 
NEGÓCIOS REFERENTES 
À FUSÃO, CISÃO E 
INCORPORAÇÃO, A PARTIR 
DO CPC 15
QUAL É A DEFINIÇÃO DE 
COMBINAÇÃO DE NEGÓCIOS?
Em primeiro lugar, é preciso saber se os ativos 
adquiridos e passivos assumidos constituem um 
negócio. O CPC 15 define muito claramente o que 
pode ser considerado um negócio.
Um negócio consiste em inputs – entrada de recur-
sos – e processos (os processos são aplicados aos 
inputs), os quais têm a capacidade de contribuir 
para gerar outputs – saída de recursos.
(a) input: qualquer recurso econômicoque gera 
outputs ou tem a capacidade de contribuir para 
gerar outputs quando um ou mais processos são 
aplicados sobre ele. Exemplos incluem: ativos não 
circulantes (incluindo ativos intangíveis ou direitos 
ao uso de ativos não circulantes), propriedade inte-
lectual, a habilidade de obter acesso aos materiais 
necessários ou direitos e empregados;
55
(b) processos: qualquer sistema, padrão, proto-
colo, convenção ou regra que, quando aplicado a 
um input ou inputs, gera outputs ou tem a capaci-
dade de contribuir para gerar outputs. Exemplos 
incluem: processos de gestão estratégica, processos 
operacionais e processos de gestão de recursos. 
Esses processos normalmente são documenta-
dos, porém a capacidade intelectual da força de 
trabalho organizada, que detém a experiência e as 
habilidades necessárias para seguir regras e con-
venções, pode gerar os processos necessários e ser 
capaz de aplicá-los aos inputs para gerar outputs 
(faturamento, contabilidade, folha de pagamento 
e outros sistemas administrativos normalmente 
não são processos usados para criar outputs).
(c) output: o resultado de inputs e processos apli-
cados aos inputs que fornecem bens ou serviços 
a clientes, geram receita de investimento (como 
dividendos ou juros) ou geram outras receitas de 
atividades ordinárias.
Embora um negócio geralmente tenha outputs, eles 
não são necessários para que o conjunto integrado 
de atividades e ativos se qualifique como negócio. 
Para ser capaz de ser conduzido e gerenciado para 
o objetivo identificado na definição de negócio, o 
conjunto integrado de atividades e ativos precisa 
ter dois elementos essenciais – os inputs e os 
processos a serem aplicados sobre os inputs. O 
66
negócio não precisa incluir todos os inputs e os 
processos que o vendedor utilizava na operacio-
nalização daquele negócio. Entretanto, para ser 
considerado um negócio, o conjunto integrado de 
atividades e ativos deve incluir, no mínimo, o input 
e o processo substantivo que juntos contribuam, 
significativamente, para a capacidade de gerar 
output.
Exemplos:
1) A empresa XYZ comprou equipamentos por R$ 
20.000,00 à vista, com valor justo apurado de R$ 
19.500,00. Essa compra não constitui um negócio 
e, de acordo com o CPC 15, deve ser contabilizada 
pelo custo de aquisição:
D – Ativo imobilizado R$ 20.000,00
C – Conta bancária R$ 20.000,00
2) A empresa XYZ comprou equipamentos por 
R$ 25.000,00 à vista, com valor justo apurado de 
R$ 24.000,00. Essa compra, pelos critérios CPC 
15, constitui um negócio. Então, os equipamentos 
devem ser contabilizados pelo valor justo e reco-
nhecido o ágio.
D – Ativo imobilizado R$ 24.000,00
D – Ágio R$ 1.000,00
C – Conta bancária R$ 25.000,00
77
3) A empresa XYZ comprou equipamentos por R$ 
35.000,00, com valor justo apurado de R$ 35.500,00. 
O vendedor precisava de recursos imediatos e 
decidiu não esperar por uma oferta melhor. Os 
funcionários que operavam esses equipamentos 
foram transferidos para a XYZ. Portanto, essa 
compra constitui um negócio. Os equipamentos 
devem ser contabilizados pelo valor justo e deve 
ser reconhecido o ágio.
D – Ativo imobilizado R$ 35.500,00
C – Ganho R$ 500,00
C – Conta bancária R$ 35.000,00
QUAL É O OBJETIVO DO CPC 15?
O objetivo do CPC 15 é aprimorar a relevância, a 
confiabilidade e a comparabilidade das informações 
que a entidade fornece em suas demonstrações 
contábeis acerca da combinação de negócios e 
sobre seus efeitos. Para esse fim, o pronunciamento 
estabelece princípios e exigências da forma como 
o adquirente:
(a) reconhece e mensura, em suas demonstrações 
contábeis, os ativos identificáveis adquiridos, os 
passivos assumidos e as participações societárias 
de não controladores na adquirida;
88
(b) reconhece e mensura o ágio por expectativa de 
rentabilidade futura (goodwill adquirido) advindo da 
combinação de negócios ou o ganho proveniente 
de compra vantajosa; e
(c) determina quais as informações que devem ser 
divulgadas para possibilitar que os usuários das 
demonstrações contábeis avaliem a natureza e os 
efeitos financeiros da combinação de negócios.
Para determinar se uma operação ou outro evento 
é uma combinação de negócios, o pronunciamento 
exige que os ativos adquiridos e os passivos as-
sumidos sejam um negócio. Se não constituírem 
um negócio, os ativos adquiridos devem ser conta-
bilizados como uma simples aquisição de ativos.
O CPC 15 define uma combinação de negócios 
como a operação ou outro evento em que o adqui-
rente obtém o controle de um ou mais negócios. 
O adquirente pode obter o controle da adquirida 
de diversas formas, por exemplo:
(a) pela transferência de caixa, equivalentes de 
caixa ou outros ativos (incluindo ativos líquidos 
que se constituam em um negócio);
(b) pela assunção de passivos;
(c) pela emissão de instrumentos de participação 
societária;
99
(d) por mais de um dos tipos de contraprestação 
acima; ou
(e) sem a transferência de nenhuma contrapres-
tação, inclusive por meio de acordos puramente 
contratuais
Uma combinação de negócios, por razões legais, 
fiscais ou outras, pode ser estruturada de diversas 
formas, as quais incluem, mas não se limitam a:
a) um ou mais negócios tornam-se controladas de 
um adquirente ou ocorre uma fusão entre o adqui-
rente e os ativos líquidos de um ou mais negócios;
b) uma entidade da combinação transfere seus 
ativos líquidos ou seus proprietários transferem 
suas respectivas participações societárias para 
outras entidades da combinação (ou para os pro-
prietários dessas entidades);
c) todas as entidades da combinação transferem 
seus ativos líquidos ou seus proprietários transferem 
suas respectivas participações societárias para a 
constituição de nova entidade (combinação por 
vezes qualificada na literatura como sendo uma 
transação roll-up ou uma transação put-together); ou
d) um grupo de ex-proprietários de uma das 
entidades da combinação obtém o controle da 
entidade combinada.
1010
No vídeo IFRS 3 / CPC 15 – Combinação de Negócios, 
Edson Teixer faz uma introdução à combinação de 
negócios, explicando que incorporação, fusão e cisão 
são operações de natureza jurídica e não implicam ne-
cessariamente em combinação de negócios. Acesse e 
assista: site.irko.com.br
A natureza dos elementos do negócio varia confor-
me o tipo de indústria, segmento e estrutura das 
operações da entidade (atividades), incluindo o 
estágio de desenvolvimento da entidade. Negócios 
estabelecidos têm, frequentemente, diferentes tipos 
de inputs, processos e outputs, enquanto novos 
negócios, com frequência, têm poucos inputs e 
processos e, às vezes, somente um único output 
(produto). Quase todos os negócios também têm 
passivos, mas não é necessário que um negócio 
contenha passivos. Além disso, o conjunto de 
atividades e ativos adquiridos que não seja um 
negócio pode ter passivos.
Se o conjunto de atividades e ativos adquiridos 
tiver outputs, a continuação da receita não indica, 
por si só, que tanto o input quanto o processo 
substantivo foram adquiridos.
A determinação de dado conjunto de atividades 
e ativos como um negócio deve ser baseada na 
SAIBA MAIS
https://site.irko.com.br/blog/ifrs-3-cpc-15-combinacao-de-negocios-introducao-video-1
1111
capacidade de esse conjunto ser conduzido e ge-
renciado como um negócio por um participante do 
mercado. Dessa forma, ao se avaliar se o conjunto 
é um negócio, não é relevante se o vendedor operou 
o conjunto como um negócio ou se o adquirente 
pretende operar o conjunto como um negócio.
Se o conjunto de atividades e ativos não tiver ou-
tputs na data de aquisição, o processo adquirido 
(ou grupo de processos) só deve ser considerado 
substantivo se:
(a) for essencial para a capacidade de desenvol-
ver ou converter o input ou inputs adquiridos em 
outputs; e
(b) os inputs adquiridos incluírem tanto a força de 
trabalho organizada que possui a habilidade neces-
sária, conhecimento ou experiência para executar 
esse processo (ou grupo de processos)e outros 
inputs que a força de trabalho organizada poderia 
desenvolver ou converter em outputs.
Esses outros inputs podem incluir:
(i) propriedade intelectual que poderia ser usada 
para desenvolver o bem ou serviço;
(ii) outros recursos econômicos que poderiam ser 
desenvolvidos para gerar outputs; ou
1212
(iii) direitos para obter acesso a materiais ou 
direitos necessários que permitam a geração de 
outputs futuros. Exemplos de inputs mencionados 
nos incisos de (i) a (iii) incluem tecnologia, projetos 
de pesquisa e desenvolvimento em andamento, 
bens imóveis e interesses minerais.
13
CÁLCULO E 
CONTABILIZAÇÃO DAS 
TRANSAÇÕES QUE 
ENVOLVEM FUSÃO, CISÃO 
E INCORPORAÇÃO
O tratamento contábil exigido pelo CPC 15 (R1) 
é a aplicação do método de aquisição, que en-
volve identificar o adquirente, determinar a data 
da aquisição, reconhecer e mensurar os ativos 
identificáveis adquiridos, os passivos assumidos 
e as participações societárias de sócios não con-
troladores na adquirida e reconhecer e mensurar 
o ágio por rentabilidade futura (goodwill) ou ganho 
por compra vantajosa.
Operações de fusão, cisão e incorporação, quando 
não envolvem a mudança de controle acionário, 
devem ser reconhecidas contabilmente sem que 
haja alteração nos valores registrados dos ativos 
e passivos considerados, entre outros pontos, 
relevantes e que devem ser verificados.
Devemos verificar também que, quando há mudan-
ça do controle acionário, os ativos e os passivos 
envolvidos devem apresentar uma nova base de 
avaliação, de tal modo a refletirem a nova realidade 
econômica consumada.
14
PROCEDIMENTOS TRIBUTÁRIOS
De acordo com o artigo 1º do Regulamento do 
ICMS, o tributo incide sobre as operações relativas 
à circulação de mercadorias e sobre as prestações 
de serviços de transporte, interestadual e intermu-
nicipal (por qualquer via) e de comunicação, con-
siderando-se ocorrido o fato gerador do imposto 
na saída da mercadoria do estabelecimento de 
contribuinte.
O artigo 2º do regulamento discorre sobre o fato 
gerador do imposto, entre outras, nas seguintes 
operações:
IX. na transmissão da propriedade de mercadorias 
ou de título que a represente, quando esta não 
transitar pelo estabelecimento do transmitente;
O artigo 3º do mesmo regulamento, considera 
saída do estabelecimento:
I. na data de encerramento de suas atividades, a 
mercadoria constante do estoque.
No entanto, o artigo 3º, VI da Lei Complementar 
nº 87/1996, dispõe que o ICMS não incidirá nas 
operações de qualquer natureza de que decorra a 
transferência de propriedade de estabelecimento 
industrial, comercial ou de outra espécie. Essa 
hipótese de não incidência não foi incorporada à 
legislação do ICMS do Estado de São Paulo.
15
Portanto, ocorrendo à saída de mercadorias para 
a empresa resultante do processo de fusão, incor-
poração ou cisão, haverá a incidência do ICMS. Por 
outro lado, ocorrendo à transferência da titularidade 
do estabelecimento como um todo, não haverá a 
incidência do imposto Estadual.
Base Legal: Art. 3º, VI da LC nº 87/1996 e Arts. 1º, 
I a III, 2º, VIII e 3º, I do RICMS/2000-SP (atualizado 
em 27/02/21).
Cadesp (Inscrição Estadual):
Quando a empresa passa por um processo de 
fusão, incorporação e cisão, deverá promover a 
regularização da sua situação no Cadastro de 
Contribuintes do ICMS (Cadesp). A portaria CAT 
92/1998, em seu artigo 1º, institui o serviço ele-
trônico de serviços fiscais, por meio da qual as 
empresas podem alterar seus dados cadastrais 
e para solicitar suspensão ou baixa de inscrição 
cadastral de estabelecimento.
Base Legal: Art. 24 do RICMS/2000-SP e Arts. 1º, 
§ 1º, e 11 do Anexo III da Portaria CAT nº 92/1998 
(atualizado em 27/02/21).
Prazo para comunicação das alterações:
A transferência do estabelecimento a qualquer título, 
a mudança de endereço, a alteração de sócios, a 
suspensão ou o encerramento das atividades do 
16
estabelecimento, bem como qualquer outra alteração 
dos dados anteriormente declarados no Cadesp:
Artigo 25, inciso I, deverá ser comunicada à Se-
cretaria da Fazenda, até o último dia útil do mês 
subsequente ao da ocorrência, pelo contribuinte;
Artigo 25, inciso II, poderá ser promovida de ofício 
pela Secretaria da Fazenda, no interesse da Ad-
ministração Tributária, nos termos de disciplina 
estabelecida pela Secretaria da Fazenda.
§ único: a transferência de titularidade do estabele-
cimento será comunicada tanto pelo transmitente 
quanto pelo adquirente.
Base Legal: Art. 25 do RICMS/2000-SP (atualizado 
em 27/02/21).
Responsabilidade tributária:
De acordo com o artigo 12, inciso III, do RICMS, 
a pessoa jurídica que resultar de fusão, transfor-
mação ou incorporação é responsável pelo débito 
fiscal da pessoa jurídica fusionada, transformada 
ou incorporada.
Artigo 12, inciso IV, é solidariamente responsável 
a pessoa jurídica que tiver absorvido patrimônio 
de outra em razão de cisão, total ou parcial, pelo 
débito fiscal da pessoa jurídica cindida, até a data 
do ato.
17
Base Legal: Art. 12, III e IV do RICMS/2000-SP 
(atualizado em 27/02/21).
Livros fiscais:
Artigo 232 do RICMS – Na hipótese de fusão, in-
corporação, transformação, cisão ou aquisição, o 
novo titular do estabelecimento deverá comunicar à 
Secretaria da Fazenda, na forma por ela estabeleci-
da, até o último dia útil do mês subsequente ao da 
ocorrência, a transferência, para o seu nome, dos 
livros fiscais em uso, assumindo a responsabilidade 
por sua guarda, conservação e exibição ao Fisco.
§ 1º. É permitida a adoção de livros novos em 
substituição aos que se encontram em uso.
§ 2º. O novo titular assumirá, também, a respon-
sabilidade pela guarda, conservação e exibição ao 
Fisco dos livros fiscais já encerrados, pertencentes 
ao estabelecimento, bem como dos substituídos 
nos termos do parágrafo anterior.
A Portaria CAT nº 17/2006 prevê em seu artigo 
1º, inciso III, que, no caso de alteração cadastral 
decorrente de mudança de endereço do estabeleci-
mento e no caso de aquisição de estabelecimento 
de outra pessoa jurídica, por compra e venda, 
doação, permuta, ou outra forma permitida em 
direito, que resulte na transferência da titularidade 
do estabelecimento, o contribuinte deverá:
18
a) indicar, por qualquer meio indelével, os dados 
cadastrais alterados, nos livros e documentos 
fiscais que continuarem a ser utilizados;
b) inutilizar os impressos de documentos fiscais 
em uso, caso pretenda confeccionar novos impres-
sos, hipótese na qual a numeração deverá seguir 
a sequência.
O § 4º disciplina que, a adaptação de livros ou 
documentos fiscais, conforme previsto na letra “a” 
acima, deverá ser efetuada uma única vez.
Base Legal: Art. 232 do RICMS/2000-SP e Art. 
1º, III da Portaria CAT nº 17/2006 (atualizado em 
27/02/21).
SPED Fiscal:
O artigo 1º § 3º da Portaria CAT 147/2009, dispõe 
que, no caso de incorporação, cisão ou fusão de 
empresas, a obrigatoriedade de entrega da Escritu-
ração Fiscal Digital (EFD), comumente chamada de 
SPED Fiscal, se estenderá à empresa incorporadora 
e às empresas resultantes da cisão e da fusão, 
caso estejam obrigadas à entrega do Sped-Fiscal, 
respectivamente:
1) a empresa incorporada;
2) a empresa cindida;
3) pelo menos uma das empresas fusionadas.
19
Base Legal: Art. 1º, § 3º da Portaria CAT nº 147/2009 
(atualizado em 27/02/21).
Emissão de notas fiscais:
De acordo com artigo 125, caput, I do RICMS/
2000-SP, o contribuinte deverá emitir Nota Fiscal 
antes de iniciada a saída da mercadoria de seu 
estabelecimento.
Em não havendo a circulação (saída física) de 
bens e/ou mercadorias, não há que se falar em 
emissão de Nota Fiscal, pois, de acordo com o 
artigo 204 do RICMS/2000-SP, é vedada a emissão 
de documento fiscal que não corresponda a uma 
efetiva saída ou entrada de mercadoria, exceto nas 
hipóteses expressamente previstas na legislação 
do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) 
ou Imposto de Circulação de Mercadorias e de 
Prestação de Serviços.
Base Legal:Art. 125º e 204º do RICMS 2000-SP 
(atualizado em 27/02/21).
Infrações e penalidades:
O contribuinte que não observar os procedimentos 
obrigatórios previstos na legislação estará sujeito 
às infrações e penalidades cominadas no RICMS/
2000-SP, entre as quais destacamos, a seguir, as 
mais importantes, em relação ao assunto aqui 
tratado:
20
Artigo 527, VI.
a) Falta de inscrição no cadastro de contribuintes 
– multa equivalente ao valor de 70 (setenta) UFESPs 
por mês de atividade ou fração, sem prejuízo da 
aplicação das demais penalidades previstas.
b) Falta de comunicação de encerramento de 
atividade do estabelecimento – multa equivalen-
te a 70 (setenta) UFESPs; inexistindo estoque de 
mercadoria ou em se tratando de estabelecimento 
prestador de serviço – multa equivalente ao valor 
de 70 (setenta) UFESPs.
c) Falta de comunicação de mudança de estabe-
lecimento para outro endereço – multa equivalente 
a 3% (três por cento) do valor das mercadorias 
remetidas do antigo para o novo endereço, nunca 
inferior ao valor correspondente a 70 (setenta) 
UFESPs.
d) Falta de comunicação de qualquer modificação 
ocorrida relativamente aos dados constantes do 
formulário de inscrição – multa no valor de 70 
UFESPs.
Base Legal: Art. 527, VI, “a”, “c” e “f” do RICMS/
2000-SP (atualizado em 27/02/21).
2121
RECONHECIMENTO E 
MENSURAÇÃO, ÁGIO E 
COMPRA VANTAJOSA
Nas combinações de negócios realizadas sem a 
transferência de contraprestação para obtenção 
do controle da adquirida, para calcular o ágio por 
expectativa de rentabilidade futura (goodwill), ou 
o ganho por compra vantajosa, o adquirente deve 
utilizar o valor justo de sua participação na adqui-
rida, no lugar do valor justo da contraprestação 
transferida.
Seguindo as mesmas diretrizes do regramento 
contábil, a legislação fiscal determina que o con-
tribuinte que avaliar investimento pelo valor de 
patrimônio líquido deverá, por ocasião da aquisição 
da participação, desdobrar o custo de aquisição 
(preço de compra) em:
(i) valor de patrimônio líquido na época da aquisição;
(ii) mais ou menos-valia, que corresponde à di-
ferença entre o valor justo dos ativos líquidos da 
investida, na proporção da porcentagem da parti-
cipação adquirida, e o valor de patrimônio líquido 
na época da aquisição; e
(iii) ágio por rentabilidade futura (goodwill) ou 
ganho por compra vantajosa, que corresponde à 
2222
diferença entre o custo de aquisição do investi-
mento e o somatório do patrimônio líquido e da 
mais ou menos-valia.
No que diz respeito ao tratamento fiscal dado à 
mais ou menos-valia, bem como ao goodwill e 
ganho por compra vantajosa, a legislação deter-
mina que tais montantes sejam registrados na 
conta de investimento da adquirente por meio de 
subcontas distintas, bem como que o valor da 
mais ou menos-valia seja baseado em Laudo de 
Alocação do Preço de Compra (PPA – Purchase 
Price Allocation), que determina o valor justo dos 
ativos e passivos da sociedade adquirida, para fins 
de mensuração do custo de aquisição, o qual deverá 
ser protocolado na Secretaria da Receita Federal 
até o último dia útil do 13º mês subsequente ao 
da aquisição da participação.
Cumpridos tais requisitos ao desdobramento do 
custo de aquisição, a legislação fiscal nacional 
estabelece os seguintes efeitos fiscais.
MAIS OU MENOS-VALIA
– O ganho ou a perda admitido(a) pela investidora 
em decorrência da variação do investimento, por 
ajustes dos ativos e passivos da investida, refletidos 
na investidora mediante equivalência patrimonial, 
desde que devidamente registrados em subcontas 
vinculados à mais ou menos-valia correspondente, 
2323
poderão ser diferidos e computados na determina-
ção do lucro real do período de apuração em que 
o contribuinte alienar ou liquidar o investimento 
(os valores deverão ser controlados fiscalmente 
na Parte B do Lalur);
– Para fins de mensuração do ganho ou perda de 
capital na alienação ou liquidação do investimento, 
será considerado o valor do patrimônio líquido re-
gistrado na contabilidade do contribuinte somado 
aos saldos existentes nas subcontas da mais ou 
menos-valia;
– Após evento especial (absorção do patrimônio 
da investida pela investidora), o saldo de mais ou 
menos-valia de ativos evidenciado em subconta 
passará a integrar definitivamente o custo de aqui-
sição do investimento para fins fiscais, passando 
a ser dedutível mediante sua realização, seja para 
fins de cálculo de ganho de capital, seja pela reali-
zação do ativo, mediante depreciação, amortização, 
exaustão, alienação ou baixa.
O art. 186 e 187 da IN 1.700/17 estabelecem que 
a diferença entre o valor da mais ou menos-valia 
registrado contabilmente na data de aquisição 
da participação societária e o valor lançado em 
contrapartida à conta que registra o bem ou direi-
to que lhe deu causa, em decorrência do evento 
de incorporação, fusão ou cisão, será excluída ou 
2424
adicionada, respectivamente, ao lucro líquido para 
apuração do lucro real e do resultado ajustado à 
medida que o bem ou direito for sendo realizado, 
inclusive mediante depreciação, amortização, 
exaustão, alienação ou baixa.
Por força da alínea “c” do inciso III do art. Art. 
186 da IN 1.700/2017, o aproveitamento fiscal da 
mais-valia como integrante do custo de aquisição 
será comprometido nos casos em que houver 
alienação ou baixa do ativo que tenha dado causa 
à mais-valia, ao passo que o saldo existente na 
contabilidade não poderá ser considerado como 
integrante do custo.
GOODWILL
– A amortização fiscal do goodwill será possível 
quando do confronto, em um mesmo acervo patri-
monial, do ágio por rentabilidade futura (goodwill) 
escriturado pela investidora com os lucros advindos 
da empresa investida (que justifique o pagamento 
desse sobre preço), e desde que decorrentes en-
tre partes não relacionadas, à razão de 1/60 (um 
sessenta avos), no máximo, para cada mês do 
período de apuração.
GANHO POR COMPRA VANTAJOSA
– O valor do ganho por compra vantajosa deverá 
ser excluído via Lalur no momento da aquisição do 
2525
investimento e adicionado nas hipóteses previstas 
de realização do investimento (alienação ou baixa 
do investimento e evento especial);
– Após evento especial (absorção do patrimônio 
da investida pela investidora), o ganho por compra 
vantajosa deverá ser computado na determinação 
do lucro real dos períodos de apuração subsequen-
tes à data do evento, à razão de 1/60, no mínimo, 
para cada mês do período de apuração.
Destaca-se, por fim, que o não cumprimento dos 
requisitos fiscais, implica:
(i) o não aproveitamento da mais-valia como 
integrante do custo de aquisição do bem e a obri-
gatoriedade de considerar a menos-valia como 
integrante do respectivo custo;
(ii) a não amortização fiscal do ágio por rentabili-
dade futura (goodwill), à razão de 1/60; e
(iii) o não aproveitamento do diferimento em 1/60 
da tributação do ganho por compra vantajosa.
26
CONTABILIZAÇÃO DE 
PERDAS POR REDUÇÃO 
AO VALOR RECUPERÁVEL 
– TESTE DE IMPAIRMENT
De acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 
15 – Combinação de Negócios, o adquirente deve 
reconhecer na data da aquisição, separadamente 
do ágio derivado da expectativa de rentabilidade 
futura (goodwill) apurado em uma combinação 
de negócios, um ativo intangível da adquirida, in-
dependentemente de o ativo ter sido reconhecido 
pela adquirida antes da aquisição da empresa. Isso 
significa que a adquirente reconhece como ativo, 
separadamente do ágio derivado da expectativa 
de rentabilidade futura (goodwill), um projeto de 
pesquisa e desenvolvimento em andamento da 
adquirida se o projeto atender à definição de ativo 
intangível. Um projeto de pesquisa e desenvolvimen-
to em andamento da adquirida atende à definição 
de ativo intangível quando:
(a) corresponder à definição de ativo; e
(b) for identificável, ou seja, é separável ou resulta 
de direitos contratuais ou outros direitos legais.
O teste de redução ao valor recuperável é um pro-
cedimento contábil realizadopara descobrir se um 
27
ativo está deteriorado, ou seja, se os benefícios 
econômicos que o ativo incorpora diminuíram 
drasticamente.
O valor contábil de um ativo reflete seu valor. Concei-
tualmente, o valor deve ser igual ao seu valor justo 
e sempre que o valor contábil for diferente do seu 
valor justo, o valor contábil deve ser reduzido pelo 
valor da diferença por meio do reconhecimento de 
uma despesa denominada despesa de redução ao 
valor recuperável na demonstração do resultado. 
A despesa de redução ao valor recuperável é dife-
rente da depreciação e amortização. Representa 
um ajuste pontual feito como e quando necessário.
O teste de impairment tem duas etapas:
Etapa 1: compare a soma de todos os fluxos de 
caixa líquidos não descontados que se espera 
que o ativo gere com o valor contábil do ativo. Se 
o valor contábil for menor que a soma do fluxo de 
caixa, isso indica perda de valor e vice-versa.
Etapa 2: uma vez estabelecido que ocorreu re-
dução ao valor recuperável, o valor da despesa 
de redução ao valor recuperável é determinado 
como a diferença entre o valor contábil do ativo e 
seu valor justo.
28
No vídeo Impairment – Teste de Recuperabilidade, o 
professor Mário Jorge se aprofunda no procedimento do 
teste de recuperabilidade dos ativos e esclarece sobre 
valor justo, valor em uso e valor recuperável.
Clique no link e assista!
https://www.youtube.com/watch?v=Nsni1we-9Lw&t=8s
Exemplo de um ativo tangível
Sua empresa possui uma frota de 100 ônibus arti-
culados a diesel. Os ambientalistas estão pressio-
nando o governo para exigir que as empresas de 
transporte público mudem para ônibus híbridos. 
Você espera ganhar R$ 6 milhões com os ônibus 
a cada ano, nos próximos 5 anos. Há 50% de chan-
ce de que as novas leis sejam aprovadas, o que 
reduzirá sua receita com a frota em 30%. O valor 
de transporte de sua frota é de R$ 27 milhões e o 
custo de capital da sua empresa é de 10%. Descu-
bra se há perda por redução ao valor recuperável.
Na primeira etapa do teste de redução ao valor 
recuperável, você precisa comparar a soma dos 
fluxos de caixa não descontados esperados com 
o valor contábil da frota. O fluxo de caixa esperado 
por ano é de R$ 5,1 milhões (= 0,5 × R$ 6 milhões 
+ 0,5 × R$ 6 milhões × (1 - 0,3)). O total de fluxos 
FIQUE ATENTO
https://www.youtube.com/watch?v=Nsni1we-9Lw&t=8s
29
de caixa não descontados esperados ao longo da 
vida útil remanescente do ativo é de R$ 25,5 mi-
lhões (R$ 5,1 milhões × 5). Como o valor contábil 
é maior do que a soma dos fluxos de caixa, o ativo 
está deteriorado.
Na segunda etapa, você precisa descobrir o valor 
real da despesa de redução ao valor recuperável, 
que é igual à diferença entre o valor justo do ativo 
e seu valor contábil. O valor presente dos fluxos 
de caixa esperados, que, nesse caso, chega a R$ 
19,33 milhões, é um bom indicador do valor justo. 
A perda por redução ao valor recuperável que deve 
ser reconhecida é igual a R$ 7,67 milhões (= R$ 27 
milhões – R$ 19,33 milhões).
MENSURAÇÃO DO VALOR JUSTO 
DE ATIVO INTANGÍVEL ADQUIRIDO 
EM COMBINAÇÃO DE NEGÓCIOS
De acordo com o CPC 15, se um ativo intangível 
adquirido em uma combinação de negócios for se-
parável ou resultar de direitos contratuais ou outros 
direitos legais, considera-se que o seu valor justo 
pode ser mensurado com confiabilidade. Quando, 
para as estimativas utilizadas na avaliação do valor 
justo de ativo intangível, existir uma gama de re-
sultados possíveis, com diferentes probabilidades, 
a incerteza passa a fazer parte da determinação 
do valor justo. Se um ativo intangível adquirido 
30
em uma combinação de negócios tiver vida útil 
definida, haverá a presunção de que o valor justo 
possa ser estimado com segurança.
Um ativo intangível adquirido em combinação de 
negócios pode ser separável, mas apenas em con-
junto com um contrato a ele relacionado, ativo ou 
passivo identificável. Nesses casos, a adquirente 
deve reconhecer o ativo intangível separadamente 
do ágio derivado da expectativa de rentabilidade 
futura (goodwill), mas em conjunto com o item 
relacionado.
PERDAS DE GOODWILL
O ágio derivado da expectativa de rentabilidade 
futura (goodwill) reconhecido em uma combinação 
de negócios é um ativo que representa benefícios 
econômicos futuros gerados por outros ativos ad-
quiridos em uma combinação de negócios, que não 
são identificados individualmente e reconhecidos 
separadamente. Tais benefícios econômicos futuros 
podem advir da sinergia entre os ativos identificáveis 
adquiridos ou de ativos que, individualmente, não 
se qualificam para reconhecimento em separado 
nas demonstrações contábeis.
Para testar a perda de valor, o ágio deve ser alocado 
a cada uma das unidades geradoras de caixa da 
adquirente, ou grupos de unidades geradoras de 
caixa, que se espera que se beneficiem das siner-
31
gias da combinação, independentemente de outros 
ativos ou passivos da adquirida serem atribuídos 
a essas unidades ou grupos de unidades. Cada 
unidade ou grupo de unidades ao qual o goodwill é 
assim alocado deve representar o nível mais baixo 
dentro da entidade no qual o ágio é monitorado 
para fins de gestão interna; e não ser maior do que 
um segmento operacional determinado.
Uma unidade geradora de caixa à qual o ágio foi 
alocado deve ser testada quanto à redução ao valor 
recuperável pelo menos anualmente, comparando 
o valor contábil da unidade, incluindo o ágio, com 
o valor recuperável da unidade:
Se o valor recuperável da unidade exceder o valor 
contábil desta, a unidade e o ágio alocado a essa 
unidade não serão prejudicados. Se o valor con-
tábil da unidade exceder seu valor recuperável, a 
entidade deve reconhecer uma perda por redução 
ao valor recuperável.
A perda por redução ao valor recuperável é alocada 
para reduzir o valor contábil dos ativos da unidade 
(grupo de unidades) na seguinte ordem: primeiro, 
reduza o valor contábil de qualquer ágio alocado 
à unidade geradora de caixa (grupo de unidades); 
e, em seguida, reduza os valores contábeis dos 
outros ativos da unidade (grupo de unidades) 
proporcionalmente.
32
A redução ao valor recuperável de ativos por meio 
do Impairment Test, foi introduzida no artigo 183 
da Lei 6.404/1976 por meio da Lei 11.638/2007, 
que estabelece em seu parágrafo 3º:
§ 3º. A companhia deverá efetuar, periodicamente, 
análise sobre a recuperação dos valores registra-
dos no imobilizado, no intangível e no diferido, a 
fim de que sejam:
I� registradas as perdas ao valor do capital apli-
cado, quando houver decisão de interromper os 
empreendimentos ou atividades a que se desti-
navam ou quando comprovado que não poderão 
produzir resultados suficientes para recuperação 
desse valor; ou
II� revisados e ajustados os critérios utilizados 
para determinação da vida útil econômica esti-
mada e para cálculo da depreciação, exaustão e 
amortização.
O teste de impairment tem a finalidade de assegurar 
que os ativos não estejam registrados contabil-
mente por um valor superior àquele possível de 
ser recuperado no tempo por uso nas operações 
da entidade ou em sua eventual venda (CPC 01).
Segundo interpretação do CPC 01, o valor contábil 
de um ativo não pode estar registrado por um va-
lor superior ao valor que obteria em sua venda ou 
33
em sua utilização. Quando esse valor for superior, 
deve ser reconhecida a perda por desvalorização 
do ativo, tendo como contrapartida o resultado 
do período.
Figura 1: Valor contábil líquido.
Valor Contábil Líquido
Valor líquido de venda Valor em uso
Valor Recuperável
Comparado 
com
Fonte: Elaboração própria.
Conforme ilustrado acima, o valor recuperável é 
o maior entre o valor justo do ativo ou da unidade 
geradora de caixa menos o custo e o valor em uso.
O valor em uso é o valor presente dos fluxos de 
caixa incrementais líquidos que uma empresa gera 
ao usar o ativo em suas operações.
3434
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste módulo, estudamos alguns pontos impor-
tantes da combinação de negócios (CPC15). 
Iniciamos com algumas definições – em primeiro, 
o significado de negócio, conforme interpretação 
do pronunciamento contábil.
Com o entendimento do que é um negócio, passa-
mos a abordar o assunto objeto da unidade, que é 
a combinação de negócios. Explicamos também 
o objetivo do CPC 15.
Em seguida, passamos para o cálculo e a con-
tabilização das transações que envolvem fusão, 
cisão e incorporação, que não necessariamente 
implicam em uma combinação de negócios. Tra-
tamos também dos aspectos tributário envolvendo 
a combinação de negócios.
A seguir, estudamos o reconhecimento e a mensu-
ração do ágio e a compra vantajosa. Explicamos 
os conceitos de mais ou menos-valia e goodwill�
E, finalmente, falamos sobre o teste de impairment 
e suas etapas; e apresentamos um exemplo de im-
pairment de um ativo tangível. Estudamos, também, 
a mensuração do valor justo do ativo intangível e 
perdas de goodwill�
Referências Bibliográficas 
& Consultadas
ALMEIDA, M. C. Contabilidade avançada� 3� ed� 
São Paulo: Atlas, 2013. [Minha Biblioteca]
ALMEIDA, M. C. Contabilidade avançada: textos, 
exemplos e exercícios resolvidos. 3. ed. São 
Paulo: Atlas, 2013. [Minha Biblioteca]
ALMEIDA, M. C. Manual prático de interpretação 
contábil da Lei Societária. 2. ed. São Paulo: 
Atlas, 2012. [Minha Biblioteca]
CARDOSO, R. L.; SZUSTER, F. R.; SZUSTER, N. 
Contabilidade geral: introdução à contabilidade 
societária. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2013. [Minha 
Biblioteca]
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTO CONTÁBEIS. 
CPC 01 (R1). Disponível em: http://static.cpc.
aatb.com.br/Documentos/27_CPC_01_R1_
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CPC 15 (R1). Disponível em: http://static.cpc.
aatb.com.br/Documentos/235_CPC_15_R1_
rev%2014.pdf. Acesso em: 08 mar. 2021.
LEI 11.639/2007. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/
lei/l11638.htm. Acesso em: 05 mar. 2021.
LEI COMPLEMENTAR 87/1996. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/
lcp87.htm. Acesso em: 04 mar. 2021.
MARTINS, E. et al� Manual de contabilidade 
societária: aplicável a todas as sociedades: de 
acordo com as normas internacionais e do CPC. 
São Paulo: Atlas, 3. ed. São Paulo: Atlas, 2018. 
[Minha Biblioteca]
NEVES, S. Contabilidade avançada. 17. ed. São 
Paulo: Saraiva, 2011. [Minha Biblioteca]
PADOVEZE, C. L. Contabilidade geral facilitada� 
Rio de Janeiro: Método, 2017. [Minha Biblioteca]
PORTARIA CAT 147/2009. Disponível 
em: https://www.legisweb.com.br/
legislacao/?id=169637. Acesso em: 04 mar. 
2021.
SECRETARIA DA FAZENDA DO ESTADO DE SÃO 
PAULO. Regulamento do ICMS-SP. Disponível 
em: https://legislacao.fazenda.sp.gov.br/
Paginas/ind_temas.aspx. Acesso em: 05 mar. 
2021.
VICECONTI, P. Contabilidade básica. 16. ed. São 
Paulo: Atlas, 2013. [Minha Biblioteca]
e-Book 3
Hamilton Moura
CONTABILIDADE 
SOCIETÁRIA
Sumário
INTRODUÇÃO ������������������������������������������������� 4
PROCEDIMENTOS DE CONSOLIDAÇÃO 
DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ������������ 5
O que é consolidação das demonstrações financeiras?���� 5
Abordagens comuns para consolidação financeira ����������� 7
Procedimentos de consolidação ����������������������������������������� 9
Barreiras para um processo de consolidação financeira 
rápido e eficaz ��������������������������������������������������������������������� 11
DEFINIÇÕES E OBJETIVOS 
DA CONSOLIDAÇÃO DAS 
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ������������������13
Objetivo �������������������������������������������������������������������������������� 13
Definições ���������������������������������������������������������������������������� 14
Requisitos contábeis ���������������������������������������������������������� 16
Perda de controle ��������������������������������������������������������������� 17
DEMONSTRAÇÕES ABRANGIDAS PELA 
CONSOLIDAÇÃO ������������������������������������������19
Demonstrações abrangidas e divulgação ������������������������� 19
Eliminação de transações entre companhias ������������������� 21
ELIMINAÇÃO DE TRANSAÇÕES ENTRE 
COMPANHIAS ����������������������������������������������26
Reconciliação entre empresas ������������������������������������������� 26
Interesses minoritários ������������������������������������������������������� 27
Transações entre empresas ����������������������������������������������� 29
Problemas comumente encontrados na consolidação 
financeira ����������������������������������������������������������������������������� 30
CONSIDERAÇÕES FINAIS ����������������������������34
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS & 
CONSULTADAS ��������������������������������������������35
4
INTRODUÇÃO
Neste módulo, você vai entender o que é a conso-
lidação das demonstrações contábeis, como as 
empresas abordam o processo de consolidação 
financeira, e os procedimentos de consolidação, 
à luz do CPC.
Para melhor compreender e aplicar a consolidação, 
vamos entender algumas definições, os objetivos 
da consolidação e os requisitos contábeis para 
a preparação das demonstrações financeiras 
consolidadas�
Também é necessário saber quais as demonstra-
ções que estão sujeitas à consolidação, de acordo 
com as regras contábeis�
As transações entre controladoras e controladas 
de um grupo de empresas é de fundamental im-
portância na consolidação – é preciso eliminar 
investimentos, operações de compra e venda e 
comissões entre companhias do grupo�
Você terá uma visão ampla da consolidação finan-
ceira e dos problemas que, em geral, são encon-
trados nas empresas que fazem a consolidação.
55
PROCEDIMENTOS DE 
CONSOLIDAÇÃO DAS 
DEMONSTRAÇÕES 
CONTÁBEIS
Antes de falar sobre os procedimentos, vamos en-
tender o que é a consolidação das demonstrações 
financeiras e quais são as abordagens comuns 
para a consolidação financeira.
O QUE É CONSOLIDAÇÃO DAS 
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS?
Basicamente, é o processo de juntar os dados 
financeiros das empresas pertencentes a um 
mesmo grupo econômico em um único conjunto 
de demonstrações financeiras. Como a controla-
dora controla suas subsidiárias, faz sentido que 
os ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas, 
despesas e fluxos de caixa da controladora e de 
suas subsidiárias sejam apresentados nas de-
monstrações financeiras como se fossem uma 
única entidade econômica�
As demonstrações financeiras consolidadas forne-
cem às partes interessadas uma visão da empresa 
como um todo�
66
Alguns exemplos da utilidade da consolidação 
para as partes interessadas:
 y Reguladores e entidades de auditoria contam 
com essa fonte para verificar se uma empresa está 
em conformidade com as regras e regulamentos 
aos quais está vinculada�
 y Os investidores podem confiar nas demonstrações 
financeiras consolidadas para avaliar a situação 
de uma empresa, ou seja, se essa empresa está 
ganhando ou perdendo em seu mercado e como 
as atividades operacionais, financeiras e de inves-
timento dessa empresa estão sendo gerenciadas�
 y Gerentes e executivos de alto nível revisam 
as demonstrações financeiras consolidadas para 
avaliar seu desempenho corporativo e identificar 
segmentos de negócios de alto e de baixo valor 
agregado, bem como riscos e oportunidades 
potenciais�
Para fins de consolidação, as demonstrações fi-
nanceiras da controladora e de suas subsidiárias 
precisam ser preparadas com a mesma data e 
com políticas contábeis uniformes�
Embora a consolidação financeira exija a com-
binação das demonstrações financeiras da con-
troladora e de suas subsidiárias, a consolidação 
financeira não é simplesmente somar os ativos, 
passivos, patrimônio líquido, receitas ou despesas 
77
das subsidiárias e da controladora. Em vez disso, 
as transações das subsidiárias são complexas e 
geralmente requerem ajustes para consolidação�
ABORDAGENS COMUNS PARA 
CONSOLIDAÇÃO FINANCEIRA
Dependendo de sua situação e estratégias, as 
empresas abordam o processo de consolidação 
financeira de diferentes maneiras.
Uso de planilhas
A abordagem mais comum envolve ouso de plani-
lhas para processar e consolidar manualmente os 
dados exportados de sistemas financeiros distintos.
Suas vantagens:
 y É a solução mais rápida e barata no curto prazo.
 y Familiaridade dos usuários com a interface�
Suas desvantagens:
 y Razoável chance de erros administrativos, 
resultando em imprecisão dos dados�
 y Problemas com controle de versão�
 y Mais tempo e dinheiro gastos no fechamento, 
no longo prazo.
É hora dos CFOs (Chief Financial Officer) modernos 
seguirem em frente e encontrarem outras alterna-
tivas melhores para o Excel.
88
Uso sistemas ERP
As empresas que adotam essa abordagem desejam 
usar o componente de contabilidade geral de seu 
sistema ERP existente.
Suas vantagens:
 y Permite que as empresas aproveitem a tecno-
logia existente.
 y Não requer novo treinamento da equipe para 
usar o sistema�
Suas desvantagens:
 y Pode não funcionar bem para empresas maio-
res, com vários sistemas ERP e planos de contas�
 y Recursos de relatórios limitados�
Uso ferramentas especializadas
O uso de software especializado de fechamento e 
consolidação fornece um caminho rápido para a 
consolidação e relatórios financeiros consistentes, 
pois as empresas com sistemas distintos são inte-
gradas por meio de um processo de mapeamento� 
É relativamente rápido de implementar e com baixo 
impacto sobre os recursos�
Suas vantagens:
 y Um alto nível de funcionalidade�
 y Recursos de relatórios flexíveis.
 y Fácil integração com outros sistemas ERP�
99
Sua desvantagem:
 y Escolher a ferramenta certa, em um mercado 
um tanto saturado, pode ser difícil�
PROCEDIMENTOS DE 
CONSOLIDAÇÃO
Demonstrações financeiras consolidadas:
 y Combinar itens semelhantes de ativos, passivos, 
patrimônio líquido, receitas, despesas e fluxos de 
caixa da controladora com os de suas subsidiárias.
 y Compensar (eliminar) o valor contábil do in-
vestimento da controladora em cada subsidiária 
e a parcela da controladora do patrimônio de cada 
subsidiária (o CPC 15 R1 – Combinação de Negó-
cios explica como contabilizar qualquer goodwill 
relacionado)�
 y Eliminar totalmente os ativos e passivos in-
tragrupo, patrimônio líquido, receitas, despesas 
e fluxos de caixa relativos às transações entre as 
entidades do grupo (lucros ou perdas resultantes 
de transações intragrupo que são reconhecidas 
nos ativos, tais como: estoque e imobilizado, são 
eliminados na íntegra)�
Uma entidade que relata inclui as receitas e des-
pesas de uma subsidiária nas demonstrações 
financeiras consolidadas desde a data em que 
ela ganha o controle até a data em que a entida-
1010
de que relata deixa de controlar a subsidiária. As 
receitas e despesas da controlada são baseadas 
nos valores dos ativos e passivos reconhecidos 
nas demonstrações financeiras consolidadas na 
data de aquisição�
A controladora e as controladas devem ter as 
mesmas datas de divulgação ou consolidação 
com base em informações financeiras adicionais 
preparadas pela controlada, a menos que isso seja 
impraticável. Quando impraticável, são utilizadas 
as demonstrações financeiras mais recentes da 
subsidiária, ajustadas para os efeitos de transa-
ções ou eventos significativos entre as datas de 
relato da subsidiária e as demonstrações finan-
ceiras consolidadas� A diferença entre a data das 
demonstrações financeiras da subsidiária e das 
demonstrações financeiras consolidadas não deve 
ser superior a três meses�
No vídeo Equivalência Patrimonial – Noções iniciais, a 
professora Camila Sá explica, em linhas gerais, quando 
deve ser adotado o Método de Equivalência Patrimonial 
no reconhecimento de investimentos permanentes�
Clique no link e assista!
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SAIBA MAIS
https://www.youtube.com/watch?v=2dgsrxZFY3E
1111
BARREIRAS PARA UM PROCESSO 
DE CONSOLIDAÇÃO FINANCEIRA 
RÁPIDO E EFICAZ
Devido a pressões de dentro e de fora das organi-
zações há barreiras que as impedem de alcançar 
um fechamento financeiro eficiente.
Demandas externas para um processo 
de consolidação financeira mais rápido
As empresas estão enfrentando regulamentações 
mais rígidas em relação aos prazos de arquiva-
mento, integridade e divulgações de negócios dos 
mercados financeiros globais.
Clientes, parceiros, funcionários e comunidades 
estão exigindo mais transparência no funcionamen-
to interno das empresas – e como as empresas 
impactam os ambientes em que operam�
Problemas internos
Alguns dos problemas mais comuns incluem:
 y Qualidade de dados e erros de coleta desses 
dados�
As empresas, especialmente aquelas com várias 
filiais em locais diferentes, precisarão fazer um 
esforço extra para alcançar um processo de conso-
lidação financeira correto, logo de início, da coleta 
1212
de dados à normalização, e superar os problemas 
que podem surgir durante o processo, tais como:
 y Erros de entrada manual de dados�
 y Entrega atrasada de relatório das unidades�
 y A falta de validação e controles�
 y Má integração com sistemas de origem�
 y Falta de integração entre vários processos de 
fechamento�
13
DEFINIÇÕES E OBJETIVOS 
DA CONSOLIDAÇÃO 
DAS DEMONSTRAÇÕES 
CONTÁBEIS
OBJETIVO
O objetivo é estabelecer princípios para a apresen-
tação e a preparação de demonstrações financeiras 
consolidadas, quando uma entidade controla uma 
ou mais entidades. (CPC 36 R3)
Para atingir esse objetivo, o CPC 36 R3:
 y Exige que uma controladora apresente demons-
trações financeiras consolidadas;
 y Define o princípio de controle e estabelece o 
controle como a base para a consolidação;
 y Estabelece como aplicar o princípio de con-
trole para identificar se um investidor controla um 
investida e, portanto, deve consolidar a investida;
 y Define os requisitos contábeis para a prepara-
ção de demonstrações financeiras consolidadas;
 y Define uma entidade de investimento e esta-
belece uma exceção para consolidar subsidiárias 
específicas de uma entidade de investimento.
14
DEFINIÇÕES
Demonstrações financeiras consolidadas
As demonstrações financeiras de um grupo no qual 
os ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas, 
despesas e fluxos de caixa da controladora e de 
suas controladas são apresentados como de uma 
única entidade econômica�
Controle de uma investida
Um investidor controla uma investida quando o 
investidor está exposto, ou tem direitos, a retornos 
variáveis de seu envolvimento com a investida e 
tem a capacidade de afetar esses retornos por 
meio de seu poder sobre a investida�
Entidade de investimento
É uma entidade que:
 y Obtém fundos de um ou mais investidores com 
a finalidade de fornecer a esse(s) investidor(es) 
serviços de gestão de investimento,
 y Compromete-se com seu(s) investidor(es) de 
que seu objetivo comercial é investir fundos exclu-
sivamente para obter retornos de valorização de 
capital, receita de investimento ou ambos, e
 y Mede e avalia o desempenho de substancial-
mente todos os seus investimentos com base no 
valor justo�
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Controladora
Um investidor considera todos os fatos e circuns-
tâncias relevantes ao avaliar se controla uma 
investida�
Uma entidade que controla uma ou mais entidades� 
O investidor controla a investida quando atende 
aos requisitos:
 y Poder sobre a investida
Direitos existentes que dão a capacidade atual de 
dirigir as atividades relevantes�
 y Exposição
Exposição a, ou direitos sobre, retornos variáveis 
decorrentes de seu envolvimento com a investida�
 y Capacidade de usar seu poder
Capacidade de utilizar o seu poder sobre a investida 
para afetar o valor de seus retornos�
O poder surge de direitos� Esses direitos podem ser, 
por exemplo, direitos de voto, fácil de mensurar, ou 
mais complexos, como incorporadas em disposi-
ções contratuais� Um investidor que detém apenas 
direitos de proteção não pode ter poder sobre uma 
investida e, portanto, não pode controlá-la�
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Um investidor deve estar exposto, ou ter direitos, a 
retornos variáveis de seu envolvimento com uma 
investida para controlá-la� Esses retornos

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