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e-Book 1 Hamilton Moura CONTABILIDADE SOCIETÁRIA Sumário INTRODUÇÃO ������������������������������������������������� 3 PROCEDIMENTOS DE INVESTIMENTOS EM CONTROLADAS E COLIGADAS ���������������� 4 O que são empresas coligadas e controladas? ������������������ 4 Por que fazer a consolidação das demonstrações contábeis? ����������������������������������������������������������������������������� 6 CONTABILIZAÇÃO DOS INVESTIMENTOS EM CONTROLADAS �������� 11 Políticas contábeis da controlada ������������������������������������� 14 Data das demonstrações financeiras da controlada �������� 15 Divulgação ��������������������������������������������������������������������������� 15 RECONHECIMENTO DO GOODWILL EM TRANSAÇÕES QUE ENVOLVAM INVESTIMENTOS EM CONTROLADAS E COLIGADAS ��������������������������������������������������18 Goodwill implícito e ajustes de valor justo ������������������������ 19 Benefícios fiscais – amortização do ágio ������������������������� 21 CÁLCULOS E CONTABILIZAÇÃO DOS RESULTADOS DOS INVESTIMENTOS EM CONTROLADAS E COLIGADAS ��������������������23 Identificação de coligadas ������������������������������������������������� 25 Contabilidade para coligadas��������������������������������������������� 26 Aplicação do método de equivalência patrimonial ���������� 28 CONSIDERAÇÕES FINAIS ����������������������������30 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS & CONSULTADAS ��������������������������������������������32 3 INTRODUÇÃO Neste módulo vamos estudar os investimentos em empresas coligadas e controladas� Mas, para você não ficar em dúvida sobre determinados ter- mos, inicialmente, explicaremos diversos tipos de investimentos feitos entre empresas� Depois, vamos tratar do que é controle direto e indireto, quando as empresas são consideradas coligadas e controladas� Com esses conhecimentos em mente, poderemos seguir para a contabilização dos investimentos em coligadas e controladas� Falaremos também sobre o reconhecimento do goodwill nessas transações de investimento� E, finalmente, poderemos fazer cálculos e con- tabilizar os resultados obtidos em controladas e coligadas pelo método de equivalência patrimonial e pelo método de custo, quando for o caso� Todos esses assuntos serão abordados à luz da legislação vigente, com base em interpretações do Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC. 44 PROCEDIMENTOS DE INVESTIMENTOS EM CONTROLADAS E COLIGADAS O QUE SÃO EMPRESAS COLIGADAS E CONTROLADAS? Precisamos definir os termos que são utilizados na área, para entender melhor esses investimentos� Alguns investimentos são feitos sem que haja empresas coligadas ou controladas� Fusão – a fusão de duas empresas dá origem a uma terceira companhia que, provavelmente, será maior e mais produtiva do que as duas empresas que se fundiram, operando separadamente� Nesse caso, não há coligadas ou controladas; as duas empresas deixaram de existir, sendo seus ativos e passivos transferidos para a nova empresa constituída� Geralmente, os casos de fusões ocorrem entre empresas do mesmo setor ou de setores com- plementares� Os administradores encontram uma sinergia nos negócios das duas empresas, formando uma terceira, com maior potencial de exploração do setor� As duas empresas deixam de 55 concorrer entre si e passam a explorar uma fatia maior do mercado� A fusão, no Brasil, é regulamentada pelo artigo 228 da Lei das Sociedades Anônimas (Lei 6�404/76)� Um exemplo de fusão bem-sucedida foi a do Ban- co Itaú com o Unibanco, criando o maior banco privado do país e um dos 20 maiores do mundo� Uma fusão fracassada foi a da Kroton com a Es- tácio, que não foi aprovada pelo CADE – Conselho Administrativo de Defesa Econômica, que consi- derou essa fusão como anticompetitiva� Cisão – implica na transferência de uma parte ou de todo o patrimônio de uma empresa para uma ou mais empresas, que já existiam ou foram cons- tituídas para esse fim. O motivo de optar por uma cisão pode ser de ordem tributária, pois separan- do o patrimônio e operação, as empresas podem ser beneficiadas pagando menor carga tributária. Pode ser motivada por uma reorganização de ne- gócios com o objetivo de reduzir custo e melhorar a competitividade� Há também, como motivo, os conflitos societários, logística das operações, etc. As empresas que decidem pela cisão ficam proi- bidas de optar pelo regime de tributação Simples Nacional por cinco anos, evitando assim que uma 66 empresa maior crie outras empresas menores para fugir da tributação� Incorporação – a incorporação pode ocorrer de duas formas, com a empresa adquirida deixando de existir e a incorporadora assumindo todas as operações, ativos e passivos� Outra forma é a em- presa adquirida continuar existindo e respondendo para a empresa incorporadora� Negócios em conjunto – pode ocorrer quando duas ou mais empresas controlam uma determinada companhia, tendo, em conjunto, participação maior que 50% do capital desta� Nesse caso, a empresa adquirida será considerada coligada ou controlada, dependendo do percentual que a incorporadora adquiriu da outra empresa� POR QUE FAZER A CONSOLIDAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS? Com a consolidação das demonstrações contá- beis é possível avaliar a saúde financeira de um grupo de empresas todo, e não de suas empresas em separado. A posição econômico-financeira da empresa controladora e das demais empresas do grupo só podem ser conhecidas quando é feita a consolidação das demonstrações contábeis� 77 O princípio da entidade que distingue o patrimônio e as atividades da pessoa jurídica do patrimônio e atividades de seus sócios também vale para as de- monstrações contábeis de um grupo de empresas sob controle acionário comum� Essas demonstrações não se confundem com as demonstrações contábeis de cada uma das empresas que fazem parte do grupo� Para consolidar os balanços patrimoniais de em- presas controladas é preciso agregar os ativos, passivos, receitas e despesas semelhantes às de- monstrações contábeis da empresa controladora, eliminando os saldos e transações entre empresas� O objetivo da consolidação é apresentar ao leitor da demonstração uma fotografia de corpo inteiro do grupo econômico e não fotografias de partes do patrimônio� Apenas as empresas de capital aberto são obrigadas a fazer a consolidação de suas demonstrações contábeis, mesmo assim, em determinadas condições� No entanto, a boa técnica contábil recomenda que a consolidação seja feita sempre que houver expressiva partici- pação e controle da controladora nas controladas� A participação é medida pelo percentual de ações com poder de voto que a controladora detém da controlada, e o controle é medido pela influência da controladora na administração da controlada� 88 De acordo com o CPC 36 (R3), “as demonstrações contábeis de grupo econômico, em que os ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas, despesas e fluxos de caixa da controladora e de suas con- troladas são apresentados como se fossem uma única entidade econômica”. O CPC 36 (R3) estabelece os princípios para a apresentação e elaboração das demonstrações contábeis consolidadas – quando a entidade con- trola uma ou mais entidades� Observe o exemplo no diagrama abaixo: Figura 1: Controle pelo capital votante� Empresa A 20%70% 40% 40% Terceiros Empresa B Empresa C Fonte: Adaptado de Martins et al. (2013, p� 738) A empresa A tem diretamente 20% do patrimônio da empresa C e, indiretamente, 28% (A detém 70% de B, que tem 40% de C; 70% de 40% = 28%)� Portanto, 99 tem 48% do patrimônio de C, mas a controla com 60% do poder de voto� A empresa A tem 70% do capital votante de B e 20% do capital votante de C� A empresa B tem 40% do capital votante de C, que é controlada pela empresa A� Portanto, a empresa C é controlada de A, pois a soma de seu poder de voto direto (20%), mais o poder de voto de sua controlada B (40%)� O que conta é o poder de voto, e não a propriedade� Observe,agora, outro exemplo: Figura 2: Exemplos de ligações� Empresa B 40% 55% 60% Empresa C Empresa A Empresa E Empresa D 45% 60% Fonte: Adaptado de Martins et al. (2013, p� 738) 1010 Considerando que os percentuais são referentes ao capital votante, e não há evidências de controle por outros processos, temos: A empresa E é controlada indiretamente pela em- presa A, pois é controlada por B� A empresa C não é controlada da empresa A, ape- nas coligada direta� A empresa D é coligada de A de forma indireta, pois a empresa B tem 40% do seu capital votante, apesar de D ser controlada da empresa C (que não é controlada da empresa A)� A empresa A tem 51% do capital votante de D (45% de 60% = 27% de C) + (60% de 40% = 24% de B), mas esta não é sua controlada� A empresa A tem 33% (60% de 55%) de E, e esta é sua controlada, porque A controla B� 11 CONTABILIZAÇÃO DOS INVESTIMENTOS EM CONTROLADAS Uma empresa é controlada por outra que detém 50% ou mais de suas ações com direito a voto� Assim, a controladora teria o controle da contro- lada� Esse tipo de relacionamento entre matriz e controladas normalmente surge como resultado de aquisições ou investimentos pesados de uma grande corporação em outra empresa� As contro- ladoras precisarão contabilizar as transações com as controladas, bem como preparar as demons- trações financeiras consolidadas. 1) Registro da compra das ações da controlada Para isso, debite o Investimento em outras empre- sas e credite o Caixa� Por exemplo, se a controladora comprou R$ 50�000,00 em ações de uma controlada, ela debitaria o inves- timento em outras empresas em R$ 50�000,00 para refletir o novo ativo e creditaria em dinheiro por R$ 50.000,00 para refletir a saída de caixa. 2) Registro dos dividendos que a controlada paga à controladora 12 Para isso, debite o Caixa e credite o Investimento em outras empresas� Por exemplo, digamos que a controladora receba R$ 1�000,00 em dividendos da controlada� A em- presa controladora debita Caixa em R$ 1�000,00 e credita o Investimento em outras empresas por R$ 1.000,00 para refletir o fato de que o dividendo diminuiu os lucros retidos da subsidiária� 3) Registro da porcentagem da controladora no lucro anual da controlada Para tal, debite na conta de Investimento em outras empresas e credite as Receitas de Investimento� Por exemplo, suponha que a controladora detém 60% da subsidiária e a subsidiária relata um lucro de R$ 100�000,00� A controladora debita o Investimento em outras empresas em R$ 60�000,00 (60% de R$ 100�000,00) e credita a Receita de Investimento em R$ 60�000,00� 4) Identifique as transações que precisam ser ajus- tadas nas demonstrações financeiras consolidadas Para facilitar a preparação das demonstrações financeiras consolidadas, é melhor identificar as transações que serão ajustadas� Isso inclui quais- quer contas a pagar, contas a receber e transações de vendas que ocorram entre a controladora e sua controlada� 13 Marque essas transações com uma marca de re- ferência especial no razão, para que possam ser contabilizadas no final do ano. 5) Ajuste de contas a receber e contas a pagar entre as empresas Contas a receber e contas a pagar entre compa- nhias surgem de transações entre a controladora e a controlada� Essencialmente, isso aparece na demonstração consolidada como a empresa consolidada devendo a si mesma� Esse problema pode ser resolvido com débitos nas contas a pa- gar consolidadas e créditos nas contas a receber consolidadas, conforme necessário, para eliminar as transações entre empresas� Por exemplo, se uma venda for registrada da subsi- diária para a controladora no valor de R$ 20�000,00 e uma entrada de contas a receber for feita nas contas da subsidiária, deve ser feito um registro creditando contas a receber consolidadas de R$ 20�000,00 para eliminar essa transação� Quanto vale uma empresa? Existem alguns métodos de valuation para calcular o valor da empresa que entendem que valor não é igual a preço� O preço é determinado pela interação das SAIBA MAIS 14 partes de oferta e demanda� O valor é algo percebido pelas partes, que quase sempre não chegam ao mesmo número. Para saber mais sobre os principais métodos de valuation acesse o link a seguir e assista Você sabe o valor da sua empresa?: https://www�youtube�com/watch?v=2QJptoGHpR4&t=126s POLÍTICAS CONTÁBEIS DA CONTROLADA Se a coligada usa políticas contábeis diferentes das do investidor, as demonstrações financeiras da coligada devem ser ajustadas para refletir as políticas contábeis da investidora, para fins de aplicação do método de equivalência patrimonial� Se uma controlada for contabilizada pelo método da equivalência patrimonial, os lucros e perdas não realizados resultantes de transações da controlada para investidor, e do investidor para controlada, devem ser eliminados na extensão da participação do investidor na controlada� No entanto, as perdas não realizadas não devem ser eliminadas na medi- da em que a transação forneça evidências de uma redução ao valor recuperável do ativo transferido� https://www.youtube.com/watch?v=2QJptoGHpR4&t=126s 15 DATA DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DA CONTROLADA Ao aplicar o método da equivalência patrimonial, o investidor deve usar as demonstrações financeiras da controlada na mesma data que as demonstra- ções financeiras do investidor, a menos que isso seja impraticável� Se for impraticável, devem ser utilizadas as demonstrações financeiras dispo- níveis mais recentes da controlada, com ajustes feitos para os efeitos de quaisquer transações ou eventos significativos que ocorram entre o final do período contábil� No entanto, a diferença entre a data de relato da controlada e a do investidor não pode ser superior a três meses� DIVULGAÇÃO As seguintes divulgações são exigidas: y valor justo dos investimentos em controladas para as quais existem cotações de preços publicadas, y informações financeiras resumidas de contro- ladas, incluindo os valores agregados de ativos, passivos, receitas e explicações de lucros ou perdas, quando os investimentos inferiores a 20% são contabilizados pelo método de equivalência patrimonial ou quando os investimentos de mais de 20% não são contabilizados pelo método de equivalência patrimonial, 16 y uso de uma data de relatório das demonstrações financeiras de uma controlada que seja diferente daquela da natureza do investidor e extensão de quaisquer restrições significativas sobre a capa- cidade das associadas para transferir fundos ao investidor na forma de dividendos em dinheiro, ou reembolso de empréstimos ou adiantamentos de parcela não reconhecida das perdas de uma asso- ciada, tanto para o período como cumulativamente, y se um investidor tiver descontinuado o re- conhecimento de sua parcela de perdas de uma explicação associada de qualquer controlada e não contabilizado pelo método de equivalência patrimonial, y informações financeiras resumidas de con- troladas, individualmente ou em grupos, que não são contabilizados pelo método de equivalência patrimonial, incluindo os valores dos ativos totais, passivos totais, receitas e lucros ou perdas� As seguintes divulgações relacionadas a passivos contingentes também são exigidas: y parte do investidor nos passivos contingentes de uma controlada incorridos em conjunto com outros passivos contingentes de investidores que surgem porque o investidor é solidariamente responsável por todos ou parte dos passivos da associada� 17 As organizações de capital de risco, fundos mútuos, e outras entidades semelhantes devem fornecer divulgações sobre a natureza e a extensão de quaisquer restrições significativas à transferência de fundos por coligadas� 1818 RECONHECIMENTO DO GOODWILL EM TRANSAÇÕES QUE ENVOLVAM INVESTIMENTOS EM CONTROLADAS E COLIGADAS O que é goodwill? É um valor que pode surgir quando da venda de uma empresa ou parte dela, também conhecido como ágio�Quando o valor oferecido pela compra da empresa é maior que o seu valor contábil ou o seu valor justo, esse valor é registrado no in- tangível� Esse valor normalmente refere-se a um adicional que o adquirente se dispôs a pagar por uma expectativa de rentabilidade futura dos ativos e passivos da empresa adquirida que não podem ser alocados em ativos e passivos identificáveis. O goodwill pode ser considerado um prêmio que a empresa paga além do valor do patrimônio líquido� Esse valor pode também ser negativo, quando a compra é realizada por um valor menor que o justo� Para que haja reconhecimento do goodwill é ne- cessário que as partes sejam independentes� O ágio gerado dentro de um grupo econômico não pode ser reconhecido, não é legalmente possível� Para que o ágio seja aproveitado fiscalmente, 1919 precisa ser gerado entre partes independentes� As movimentações e reestruturações societárias dentro do grupo econômico não são considera- das combinação de negócios e não podem gerar registros de ágio� Figura 3: Representação do goodwill. Patrimônio Líquido Ágio total Mais valia de ativos Valor Justo dos Ativos Líquidos Goodwill Valor pago pelo adquirente Fonte: Elaboração própria� GOODWILL IMPLÍCITO E AJUSTES DE VALOR JUSTO Na aquisição do investimento em uma coligada, qualquer diferença (positiva ou negativa) entre o custo de aquisição e a participação do investidor nos valores justos dos ativos líquidos identificáveis 2020 da coligada é contabilizada como ágio, de acordo com o CPC 15 – Combinações de Negócios. Ajustes apropriados à participação do investidor nos lucros ou perdas, após a aquisição, são feitos para contabilizar a depreciação ou amortização adicional dos ativos depreciáveis ou amortizáveis da coligada, com base no excesso de seus valores justos sobre seus valores contábeis, no momento em que o investimento foi adquirido� O goodwill não pode ser amortizado, pois sua vida útil não pode ser definida. A empresa adquirente deve testar os ativos de acordo com o CPC 01 – Re- dução ao Valor Recuperável de Ativos, anualmente� Os indicadores de impairment dos Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração aplicam-se a investimentos em coligadas� Se for indicado impairment o montante é calculado por referência ao impairment de Ativos� Todo o valor contábil do investimento é testado quanto à perda de valor como um único ativo, ou seja, o ágio não é testado separadamente� O valor recuperável de um investimento em uma coligada é avaliado para cada coligada individual, a menos que a coligada não gere fluxos de caixa de forma independente. 2121 BENEFÍCIOS FISCAIS – AMORTIZAÇÃO DO ÁGIO y Dedução para fins de Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido� y Alíquota genérica de 34%� y Período mínimo de compensação: 5 anos, sendo 1/60 por mês� A legislação não prevê prazo máximo de compen- sação, fala apenas em período mínimo de cinco anos� Entende-se que, se a empresa tiver motivos fundamentados para amortizar em prazo maior, poderá fazê-lo� Um elemento fundamental no processo de reconhe- cimento do goodwill é o Laudo de PPA – Purchase Price Allocation (Alocação do Preço de Compra), que deve ser elaborado por especialistas indepen- dentes� Esse laudo deve determinar com precisão o valor dos ativos – preço justo, pois todo o cálculo do ágio depende da correta determinação dos valores dos ativos� O Laudo de PPA deve ser protocolado na Receita Federal, ou seu resumo registrado em cartório, no prazo de 13 meses da aquisição� A Alocação correta do custo de aquisição é outro fator importante no processo de reconhecimento do goodwill� 2222 Para o conhecimento dos posicionamentos admi- nistrativos sobre os métodos de avaliação – CARF – Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, é importante contar com uma assessoria jurídica especializada no assunto, pois o cumprimento dos requisitos legais de forma estratégica mitiga o risco de desconsideração do laudo, conforme interpretações jurisprudenciais atuais� 23 CÁLCULOS E CONTABILIZAÇÃO DOS RESULTADOS DOS INVESTIMENTOS EM CONTROLADAS E COLIGADAS O CPC 18 (R2) Investimentos em Coligadas, em Controlada e em Empreendimento Controlado em Conjunto, descreve a contabilização de investimentos em coligadas� Uma coligada é uma entidade sobre a qual um investidor tem influência significativa, tendo o poder de participar nas decisões de políti- ca financeira e operacional da investida (mas não controle ou controle conjunto), e os investimentos em controladas são, com exceções limitadas, obrigados a ser contabilizados pelo método de equivalência patrimonial� A influência significativa pode ser evidenciada por uma ou mais das seguintes formas – CPC 18 (R2) : a) Representação no conselho de administração ou na diretoria da investida; b) Participação nos processos de elaboração de políticas, inclusive de decisões sobre dividendos e outras distribuições; 24 c) Operações materiais entre o investidor e a investida; d) Intercâmbio de diretores ou gerentes; e) Fornecimento de informação técnica essencial� O CPC 18 (R2) aplica-se a todos os investimentos em que um investidor tenha influência significativa, mas não controle ou controle conjunto, exceto para investimentos detidos por uma organização de capital de risco, fundo mútuo, fundo de investi- mento e entidade semelhante, que são designados de acordo com o CPC 38 para serem pelo valor justo com mudanças no valor justo reconhecidas no resultado� Coligada: uma entidade na qual um investidor tem influência significativa, mas não o controle ou controle conjunto� Influência significativa: poder de participar nas decisões de política financeira e operacional, mas não controlá-las� Método de equivalência patrimonial: um método de contabilização pelo qual um investimento de capital é inicialmente registrado ao custo e, pos- teriormente, ajustado para refletir a participação do investidor nos ativos líquidos da associada (investida)� 25 IDENTIFICAÇÃO DE COLIGADAS Uma participação de 20% ou mais do poder de voto (diretamente ou por meio de subsidiárias) indicará influência significativa, a menos que possa ser claramente demonstrado o contrário� Se a participação for inferior a 20%, presume-se que o investidor não possui influência significativa, a menos que tal influência possa ser claramente demonstrada� A existência de influência significativa por um investidor é geralmente evidenciada de uma ou mais das seguintes maneiras: y representação no conselho de administração ou órgão de gestão equivalente da participação da investida nas transações materiais do processo de formulação de políticas entre o investidor e a investida� y intercâmbio de pessoal gerencial, fornecimento de informações técnicas essenciais� Os direitos de voto potenciais são um fator a ser considerado, ao decidir se existe influência significativa. 26 Divulgação dos investimentos pelo método de equiva- lência patrimonial Os investimentos pelo método de equivalência patrimonial devem ser classificados como ativos não circulantes. A participação do investidor nos lucros ou prejuízos dos investimentos pelo método da equivalência patrimonial e o valor contábil desses investimentos devem ser di- vulgados separadamente� A participação do investidor em quaisquer operações em descontinuação de tais associadas também é divulgada separadamente� A participação do investidor nas mudanças reconheci- das diretamente em outros resultados abrangentes da coligada também é reconhecida em outros resultados abrangentes pelo investidor, com divulgação na demons- tração das mutações do patrimônio líquido� CONTABILIDADE PARA COLIGADAS Em suas demonstrações financeiras consolidadas, um investidor deve usar o método de equivalência patrimonial para a contabilização de investimentos em coligadas, exceto nas seguintes três circuns- tâncias excepcionais: y Um investimentoem uma coligada mantida por uma organização de capital de risco ou um FIQUE ATENTO 27 fundo mútuo (ou entidade semelhante) e que, após o reconhecimento inicial, é designado como mantido para negociação� Esses investimentos são avaliados pelo valor justo com as variações do valor justo reconhecidas no resultado� y Um investimento classificado como mantido para venda, de acordo com o CPC 31� Uma em- presa-mãe isenta de preparar demonstrações financeiras consolidadas (CPC 36) pode preparar demonstrações financeiras separadas como suas demonstrações financeiras primárias. Nessas de- monstrações separadas, o investimento na coligada pode ser contabilizado pelo método do custo� Um investidor não precisa usar o método da equi- valência patrimonial se todas as quatro condições a seguir forem atendidas: y o próprio investidor é uma subsidiária integral, ou é uma subsidiária parcial de outra entidade e seus outros proprietários, incluindo aqueles sem direito a voto, foram informados sobre, e não se opõem a; y o investidor não aplica o método de equiva- lência patrimonial; os instrumentos de dívida ou patrimônio do investidor não são negociados em um mercado público; y o investidor não apresentou, nem está em processo de arquivamento, suas demonstrações financeiras junto a uma comissão de valores mo- 28 biliários ou outro órgão regulador com o objetivo de emitir qualquer classe de instrumentos em um mercado público; e y a controladora final ou intermediária do investidor produz demonstrações financeiras consolidadas disponíveis para uso público em conformidade com as Normas Internacionais� APLICAÇÃO DO MÉTODO DE EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL Princípio básico De acordo com o método de equivalência patri- monial, um investimento de capital é inicialmente registrado ao custo e, subsequentemente, ajustado para refletir a participação do investidor no lucro líquido ou prejuízo da coligada� Distribuições e outros ajustes ao valor contábil As distribuições recebidas da investida reduzem o valor contábil do investimento� Ajustes no valor contábil também podem ser necessários decorrentes de alterações em outros resultados abrangentes da investida que não foram incluídos nos lucros ou prejuízos� 29 Direitos de voto potenciais Embora os direitos de voto potenciais sejam consi- derados, ao decidir se existe influência significativa, a participação do investidor nos lucros ou preju- ízos da investida e nas variações do patrimônio líquido da investida é determinada com base nos atuais interesses de propriedade. Não deve refletir o possível exercício ou conversão de potenciais direitos de voto� 3030 CONSIDERAÇÕES FINAIS A Contabilidade Societária é um tema extenso e, nesta primeira unidade, abordamos Investimentos em coligadas e controladas� Inicialmente, estudamos alguns conceitos impor- tantes para começar a entender a combinação de negócios, tais como: fusão, cisão, incorporação e negócios em conjunto� Explicamos também a diferença entre empresas coligadas e controladas� A seguir, abordamos a contabilização dos investi- mentos em controladas, começando pelo registro de operações entre as empresas, as políticas con- tábeis da controladora, a data das demonstrações financeiras da controlada e a divulgação dessas demonstrações� Em seguida, tratamos de um assunto complexo e que sofreu mudanças significativas com a lei 11�638/2007: o reconhecimento do goodwill em transações de incorporação� Iniciamos explican- do o conceito de goodwill e os benefícios fiscais decorrentes do seu reconhecimento� Finalmente, tratamos dos cálculos e da conta- bilização dos resultados dos investimentos em controladas e coligadas� Abordamos a contabili- dade para coligadas e a aplicação do método de equivalência patrimonial� 3131 Aprofunde seus estudos na bibliografia básica indicada, especialmente na obra de Marcelo Ca- valcante Almeida, na qual você encontrará muitos exemplos de operações envolvendo investidor e controladas e coligadas� Referências Bibliográficas & Consultadas ALMEIDA, M� C� Contabilidade avançada� 3� ed� São Paulo: Atlas, 2013� [Minha Biblioteca] ALMEIDA, M� C� Contabilidade avançada: textos, exemplos e exercícios resolvidos� 3� ed� São Paulo: Atlas, 2013� [Minha Biblioteca] ALMEIDA, M� C� Manual prático de interpretação contábil da Lei Societária� 2� ed� São Paulo: Atlas, 2012� [Minha Biblioteca] CARDOSO, R� L�; SZUSTER, F� R�; SZUSTER, N� Contabilidade geral: introdução à contabilidade societária� 4� ed� São Paulo: Atlas, 2013� [Minha Biblioteca] COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS� CPC 15, 18, 31, 36, 38� Disponível em: http:// www�cpc�org�br/CPC/Documentos-Emitidos/ Pronunciamentos� Acesso em: 05 mar� 2021� MARTINS, E� et al� Manual de contabilidade societária: aplicável a todas as sociedades: de acordo com as normas internacionais e do CPC� São Paulo: Atlas, 3� ed� São Paulo: Atlas, 2018� [Minha Biblioteca] NEVES, S� Contabilidade avançada� 17� ed� São Paulo: Saraiva, 2011� [Minha Biblioteca] PADOVEZE, C� L� Contabilidade geral facilitada� Rio de Janeiro: Método, 2017� [Minha Biblioteca] VICECONTI, P� Contabilidade básica� 16� ed� São Paulo: Atlas, 2013� [Minha Biblioteca] e-Book 2 Hamilton Moura CONTABILIDADE SOCIETÁRIA Sumário INTRODUÇÃO ������������������������������������������������� 3 COMBINAÇÕES DE NEGÓCIOS REFERENTES À FUSÃO, CISÃO E INCORPORAÇÃO, A PARTIR DO CPC 15 �������� 4 Qual é a definição de combinação de negócios? ��������������� 4 Qual é o objetivo do CPC 15? ����������������������������������������������� 7 CÁLCULO E CONTABILIZAÇÃO DAS TRANSAÇÕES QUE ENVOLVEM FUSÃO, CISÃO E INCORPORAÇÃO ���������������������������13 Procedimentos tributários �������������������������������������������������� 14 RECONHECIMENTO E MENSURAÇÃO, ÁGIO E COMPRA VANTAJOSA ��������������������21 Mais ou menos-valia ����������������������������������������������������������� 22 Goodwill ������������������������������������������������������������������������ 24 Ganho por compra vantajosa ��������������������������������������������� 24 CONTABILIZAÇÃO DE PERDAS POR REDUÇÃO AO VALOR RECUPERÁVEL – TESTE DE IMPAIRMENT�������������������������������26 Mensuração do valor justo de ativo intangível adquirido em combinação de negócios ��������������������������������������������� 29 Perdas de goodwill �������������������������������������������������������� 30 CONSIDERAÇÕES FINAIS ����������������������������34 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS & CONSULTADAS ��������������������������������������������35 3 INTRODUÇÃO Neste módulo, vamos tratar da combinação de negócios, de acordo com interpretações do CPC 15. Aqui você entenderá a definição de negócio para, então, estudar a combinação de negócios. Parece simples definir o que é um negócio, mas você perceberá que não é tão simples assim. Abordaremos também o cálculo e a contabilização das transações que envolvem a combinação de negócios, bem como os procedimentos tributários inerentes a esses processos. Você poderá reconhecer e mensurar o ágio e a compra vantajosa, e poderá diferenciar mais valia de goodwill� E, ao final, estudaremos a contabilização de perdas por redução ao valor recuperável dos ativos – o famoso teste de impairment� O CPC 15 é fundamental para que você conheça mais sobre a combinação de negócios. E aqui vamos tratar dos principais temas desse pronun- ciamento contábil. 44 COMBINAÇÕES DE NEGÓCIOS REFERENTES À FUSÃO, CISÃO E INCORPORAÇÃO, A PARTIR DO CPC 15 QUAL É A DEFINIÇÃO DE COMBINAÇÃO DE NEGÓCIOS? Em primeiro lugar, é preciso saber se os ativos adquiridos e passivos assumidos constituem um negócio. O CPC 15 define muito claramente o que pode ser considerado um negócio. Um negócio consiste em inputs – entrada de recur- sos – e processos (os processos são aplicados aos inputs), os quais têm a capacidade de contribuir para gerar outputs – saída de recursos. (a) input: qualquer recurso econômicoque gera outputs ou tem a capacidade de contribuir para gerar outputs quando um ou mais processos são aplicados sobre ele. Exemplos incluem: ativos não circulantes (incluindo ativos intangíveis ou direitos ao uso de ativos não circulantes), propriedade inte- lectual, a habilidade de obter acesso aos materiais necessários ou direitos e empregados; 55 (b) processos: qualquer sistema, padrão, proto- colo, convenção ou regra que, quando aplicado a um input ou inputs, gera outputs ou tem a capaci- dade de contribuir para gerar outputs. Exemplos incluem: processos de gestão estratégica, processos operacionais e processos de gestão de recursos. Esses processos normalmente são documenta- dos, porém a capacidade intelectual da força de trabalho organizada, que detém a experiência e as habilidades necessárias para seguir regras e con- venções, pode gerar os processos necessários e ser capaz de aplicá-los aos inputs para gerar outputs (faturamento, contabilidade, folha de pagamento e outros sistemas administrativos normalmente não são processos usados para criar outputs). (c) output: o resultado de inputs e processos apli- cados aos inputs que fornecem bens ou serviços a clientes, geram receita de investimento (como dividendos ou juros) ou geram outras receitas de atividades ordinárias. Embora um negócio geralmente tenha outputs, eles não são necessários para que o conjunto integrado de atividades e ativos se qualifique como negócio. Para ser capaz de ser conduzido e gerenciado para o objetivo identificado na definição de negócio, o conjunto integrado de atividades e ativos precisa ter dois elementos essenciais – os inputs e os processos a serem aplicados sobre os inputs. O 66 negócio não precisa incluir todos os inputs e os processos que o vendedor utilizava na operacio- nalização daquele negócio. Entretanto, para ser considerado um negócio, o conjunto integrado de atividades e ativos deve incluir, no mínimo, o input e o processo substantivo que juntos contribuam, significativamente, para a capacidade de gerar output. Exemplos: 1) A empresa XYZ comprou equipamentos por R$ 20.000,00 à vista, com valor justo apurado de R$ 19.500,00. Essa compra não constitui um negócio e, de acordo com o CPC 15, deve ser contabilizada pelo custo de aquisição: D – Ativo imobilizado R$ 20.000,00 C – Conta bancária R$ 20.000,00 2) A empresa XYZ comprou equipamentos por R$ 25.000,00 à vista, com valor justo apurado de R$ 24.000,00. Essa compra, pelos critérios CPC 15, constitui um negócio. Então, os equipamentos devem ser contabilizados pelo valor justo e reco- nhecido o ágio. D – Ativo imobilizado R$ 24.000,00 D – Ágio R$ 1.000,00 C – Conta bancária R$ 25.000,00 77 3) A empresa XYZ comprou equipamentos por R$ 35.000,00, com valor justo apurado de R$ 35.500,00. O vendedor precisava de recursos imediatos e decidiu não esperar por uma oferta melhor. Os funcionários que operavam esses equipamentos foram transferidos para a XYZ. Portanto, essa compra constitui um negócio. Os equipamentos devem ser contabilizados pelo valor justo e deve ser reconhecido o ágio. D – Ativo imobilizado R$ 35.500,00 C – Ganho R$ 500,00 C – Conta bancária R$ 35.000,00 QUAL É O OBJETIVO DO CPC 15? O objetivo do CPC 15 é aprimorar a relevância, a confiabilidade e a comparabilidade das informações que a entidade fornece em suas demonstrações contábeis acerca da combinação de negócios e sobre seus efeitos. Para esse fim, o pronunciamento estabelece princípios e exigências da forma como o adquirente: (a) reconhece e mensura, em suas demonstrações contábeis, os ativos identificáveis adquiridos, os passivos assumidos e as participações societárias de não controladores na adquirida; 88 (b) reconhece e mensura o ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill adquirido) advindo da combinação de negócios ou o ganho proveniente de compra vantajosa; e (c) determina quais as informações que devem ser divulgadas para possibilitar que os usuários das demonstrações contábeis avaliem a natureza e os efeitos financeiros da combinação de negócios. Para determinar se uma operação ou outro evento é uma combinação de negócios, o pronunciamento exige que os ativos adquiridos e os passivos as- sumidos sejam um negócio. Se não constituírem um negócio, os ativos adquiridos devem ser conta- bilizados como uma simples aquisição de ativos. O CPC 15 define uma combinação de negócios como a operação ou outro evento em que o adqui- rente obtém o controle de um ou mais negócios. O adquirente pode obter o controle da adquirida de diversas formas, por exemplo: (a) pela transferência de caixa, equivalentes de caixa ou outros ativos (incluindo ativos líquidos que se constituam em um negócio); (b) pela assunção de passivos; (c) pela emissão de instrumentos de participação societária; 99 (d) por mais de um dos tipos de contraprestação acima; ou (e) sem a transferência de nenhuma contrapres- tação, inclusive por meio de acordos puramente contratuais Uma combinação de negócios, por razões legais, fiscais ou outras, pode ser estruturada de diversas formas, as quais incluem, mas não se limitam a: a) um ou mais negócios tornam-se controladas de um adquirente ou ocorre uma fusão entre o adqui- rente e os ativos líquidos de um ou mais negócios; b) uma entidade da combinação transfere seus ativos líquidos ou seus proprietários transferem suas respectivas participações societárias para outras entidades da combinação (ou para os pro- prietários dessas entidades); c) todas as entidades da combinação transferem seus ativos líquidos ou seus proprietários transferem suas respectivas participações societárias para a constituição de nova entidade (combinação por vezes qualificada na literatura como sendo uma transação roll-up ou uma transação put-together); ou d) um grupo de ex-proprietários de uma das entidades da combinação obtém o controle da entidade combinada. 1010 No vídeo IFRS 3 / CPC 15 – Combinação de Negócios, Edson Teixer faz uma introdução à combinação de negócios, explicando que incorporação, fusão e cisão são operações de natureza jurídica e não implicam ne- cessariamente em combinação de negócios. Acesse e assista: site.irko.com.br A natureza dos elementos do negócio varia confor- me o tipo de indústria, segmento e estrutura das operações da entidade (atividades), incluindo o estágio de desenvolvimento da entidade. Negócios estabelecidos têm, frequentemente, diferentes tipos de inputs, processos e outputs, enquanto novos negócios, com frequência, têm poucos inputs e processos e, às vezes, somente um único output (produto). Quase todos os negócios também têm passivos, mas não é necessário que um negócio contenha passivos. Além disso, o conjunto de atividades e ativos adquiridos que não seja um negócio pode ter passivos. Se o conjunto de atividades e ativos adquiridos tiver outputs, a continuação da receita não indica, por si só, que tanto o input quanto o processo substantivo foram adquiridos. A determinação de dado conjunto de atividades e ativos como um negócio deve ser baseada na SAIBA MAIS https://site.irko.com.br/blog/ifrs-3-cpc-15-combinacao-de-negocios-introducao-video-1 1111 capacidade de esse conjunto ser conduzido e ge- renciado como um negócio por um participante do mercado. Dessa forma, ao se avaliar se o conjunto é um negócio, não é relevante se o vendedor operou o conjunto como um negócio ou se o adquirente pretende operar o conjunto como um negócio. Se o conjunto de atividades e ativos não tiver ou- tputs na data de aquisição, o processo adquirido (ou grupo de processos) só deve ser considerado substantivo se: (a) for essencial para a capacidade de desenvol- ver ou converter o input ou inputs adquiridos em outputs; e (b) os inputs adquiridos incluírem tanto a força de trabalho organizada que possui a habilidade neces- sária, conhecimento ou experiência para executar esse processo (ou grupo de processos)e outros inputs que a força de trabalho organizada poderia desenvolver ou converter em outputs. Esses outros inputs podem incluir: (i) propriedade intelectual que poderia ser usada para desenvolver o bem ou serviço; (ii) outros recursos econômicos que poderiam ser desenvolvidos para gerar outputs; ou 1212 (iii) direitos para obter acesso a materiais ou direitos necessários que permitam a geração de outputs futuros. Exemplos de inputs mencionados nos incisos de (i) a (iii) incluem tecnologia, projetos de pesquisa e desenvolvimento em andamento, bens imóveis e interesses minerais. 13 CÁLCULO E CONTABILIZAÇÃO DAS TRANSAÇÕES QUE ENVOLVEM FUSÃO, CISÃO E INCORPORAÇÃO O tratamento contábil exigido pelo CPC 15 (R1) é a aplicação do método de aquisição, que en- volve identificar o adquirente, determinar a data da aquisição, reconhecer e mensurar os ativos identificáveis adquiridos, os passivos assumidos e as participações societárias de sócios não con- troladores na adquirida e reconhecer e mensurar o ágio por rentabilidade futura (goodwill) ou ganho por compra vantajosa. Operações de fusão, cisão e incorporação, quando não envolvem a mudança de controle acionário, devem ser reconhecidas contabilmente sem que haja alteração nos valores registrados dos ativos e passivos considerados, entre outros pontos, relevantes e que devem ser verificados. Devemos verificar também que, quando há mudan- ça do controle acionário, os ativos e os passivos envolvidos devem apresentar uma nova base de avaliação, de tal modo a refletirem a nova realidade econômica consumada. 14 PROCEDIMENTOS TRIBUTÁRIOS De acordo com o artigo 1º do Regulamento do ICMS, o tributo incide sobre as operações relativas à circulação de mercadorias e sobre as prestações de serviços de transporte, interestadual e intermu- nicipal (por qualquer via) e de comunicação, con- siderando-se ocorrido o fato gerador do imposto na saída da mercadoria do estabelecimento de contribuinte. O artigo 2º do regulamento discorre sobre o fato gerador do imposto, entre outras, nas seguintes operações: IX. na transmissão da propriedade de mercadorias ou de título que a represente, quando esta não transitar pelo estabelecimento do transmitente; O artigo 3º do mesmo regulamento, considera saída do estabelecimento: I. na data de encerramento de suas atividades, a mercadoria constante do estoque. No entanto, o artigo 3º, VI da Lei Complementar nº 87/1996, dispõe que o ICMS não incidirá nas operações de qualquer natureza de que decorra a transferência de propriedade de estabelecimento industrial, comercial ou de outra espécie. Essa hipótese de não incidência não foi incorporada à legislação do ICMS do Estado de São Paulo. 15 Portanto, ocorrendo à saída de mercadorias para a empresa resultante do processo de fusão, incor- poração ou cisão, haverá a incidência do ICMS. Por outro lado, ocorrendo à transferência da titularidade do estabelecimento como um todo, não haverá a incidência do imposto Estadual. Base Legal: Art. 3º, VI da LC nº 87/1996 e Arts. 1º, I a III, 2º, VIII e 3º, I do RICMS/2000-SP (atualizado em 27/02/21). Cadesp (Inscrição Estadual): Quando a empresa passa por um processo de fusão, incorporação e cisão, deverá promover a regularização da sua situação no Cadastro de Contribuintes do ICMS (Cadesp). A portaria CAT 92/1998, em seu artigo 1º, institui o serviço ele- trônico de serviços fiscais, por meio da qual as empresas podem alterar seus dados cadastrais e para solicitar suspensão ou baixa de inscrição cadastral de estabelecimento. Base Legal: Art. 24 do RICMS/2000-SP e Arts. 1º, § 1º, e 11 do Anexo III da Portaria CAT nº 92/1998 (atualizado em 27/02/21). Prazo para comunicação das alterações: A transferência do estabelecimento a qualquer título, a mudança de endereço, a alteração de sócios, a suspensão ou o encerramento das atividades do 16 estabelecimento, bem como qualquer outra alteração dos dados anteriormente declarados no Cadesp: Artigo 25, inciso I, deverá ser comunicada à Se- cretaria da Fazenda, até o último dia útil do mês subsequente ao da ocorrência, pelo contribuinte; Artigo 25, inciso II, poderá ser promovida de ofício pela Secretaria da Fazenda, no interesse da Ad- ministração Tributária, nos termos de disciplina estabelecida pela Secretaria da Fazenda. § único: a transferência de titularidade do estabele- cimento será comunicada tanto pelo transmitente quanto pelo adquirente. Base Legal: Art. 25 do RICMS/2000-SP (atualizado em 27/02/21). Responsabilidade tributária: De acordo com o artigo 12, inciso III, do RICMS, a pessoa jurídica que resultar de fusão, transfor- mação ou incorporação é responsável pelo débito fiscal da pessoa jurídica fusionada, transformada ou incorporada. Artigo 12, inciso IV, é solidariamente responsável a pessoa jurídica que tiver absorvido patrimônio de outra em razão de cisão, total ou parcial, pelo débito fiscal da pessoa jurídica cindida, até a data do ato. 17 Base Legal: Art. 12, III e IV do RICMS/2000-SP (atualizado em 27/02/21). Livros fiscais: Artigo 232 do RICMS – Na hipótese de fusão, in- corporação, transformação, cisão ou aquisição, o novo titular do estabelecimento deverá comunicar à Secretaria da Fazenda, na forma por ela estabeleci- da, até o último dia útil do mês subsequente ao da ocorrência, a transferência, para o seu nome, dos livros fiscais em uso, assumindo a responsabilidade por sua guarda, conservação e exibição ao Fisco. § 1º. É permitida a adoção de livros novos em substituição aos que se encontram em uso. § 2º. O novo titular assumirá, também, a respon- sabilidade pela guarda, conservação e exibição ao Fisco dos livros fiscais já encerrados, pertencentes ao estabelecimento, bem como dos substituídos nos termos do parágrafo anterior. A Portaria CAT nº 17/2006 prevê em seu artigo 1º, inciso III, que, no caso de alteração cadastral decorrente de mudança de endereço do estabeleci- mento e no caso de aquisição de estabelecimento de outra pessoa jurídica, por compra e venda, doação, permuta, ou outra forma permitida em direito, que resulte na transferência da titularidade do estabelecimento, o contribuinte deverá: 18 a) indicar, por qualquer meio indelével, os dados cadastrais alterados, nos livros e documentos fiscais que continuarem a ser utilizados; b) inutilizar os impressos de documentos fiscais em uso, caso pretenda confeccionar novos impres- sos, hipótese na qual a numeração deverá seguir a sequência. O § 4º disciplina que, a adaptação de livros ou documentos fiscais, conforme previsto na letra “a” acima, deverá ser efetuada uma única vez. Base Legal: Art. 232 do RICMS/2000-SP e Art. 1º, III da Portaria CAT nº 17/2006 (atualizado em 27/02/21). SPED Fiscal: O artigo 1º § 3º da Portaria CAT 147/2009, dispõe que, no caso de incorporação, cisão ou fusão de empresas, a obrigatoriedade de entrega da Escritu- ração Fiscal Digital (EFD), comumente chamada de SPED Fiscal, se estenderá à empresa incorporadora e às empresas resultantes da cisão e da fusão, caso estejam obrigadas à entrega do Sped-Fiscal, respectivamente: 1) a empresa incorporada; 2) a empresa cindida; 3) pelo menos uma das empresas fusionadas. 19 Base Legal: Art. 1º, § 3º da Portaria CAT nº 147/2009 (atualizado em 27/02/21). Emissão de notas fiscais: De acordo com artigo 125, caput, I do RICMS/ 2000-SP, o contribuinte deverá emitir Nota Fiscal antes de iniciada a saída da mercadoria de seu estabelecimento. Em não havendo a circulação (saída física) de bens e/ou mercadorias, não há que se falar em emissão de Nota Fiscal, pois, de acordo com o artigo 204 do RICMS/2000-SP, é vedada a emissão de documento fiscal que não corresponda a uma efetiva saída ou entrada de mercadoria, exceto nas hipóteses expressamente previstas na legislação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) ou Imposto de Circulação de Mercadorias e de Prestação de Serviços. Base Legal:Art. 125º e 204º do RICMS 2000-SP (atualizado em 27/02/21). Infrações e penalidades: O contribuinte que não observar os procedimentos obrigatórios previstos na legislação estará sujeito às infrações e penalidades cominadas no RICMS/ 2000-SP, entre as quais destacamos, a seguir, as mais importantes, em relação ao assunto aqui tratado: 20 Artigo 527, VI. a) Falta de inscrição no cadastro de contribuintes – multa equivalente ao valor de 70 (setenta) UFESPs por mês de atividade ou fração, sem prejuízo da aplicação das demais penalidades previstas. b) Falta de comunicação de encerramento de atividade do estabelecimento – multa equivalen- te a 70 (setenta) UFESPs; inexistindo estoque de mercadoria ou em se tratando de estabelecimento prestador de serviço – multa equivalente ao valor de 70 (setenta) UFESPs. c) Falta de comunicação de mudança de estabe- lecimento para outro endereço – multa equivalente a 3% (três por cento) do valor das mercadorias remetidas do antigo para o novo endereço, nunca inferior ao valor correspondente a 70 (setenta) UFESPs. d) Falta de comunicação de qualquer modificação ocorrida relativamente aos dados constantes do formulário de inscrição – multa no valor de 70 UFESPs. Base Legal: Art. 527, VI, “a”, “c” e “f” do RICMS/ 2000-SP (atualizado em 27/02/21). 2121 RECONHECIMENTO E MENSURAÇÃO, ÁGIO E COMPRA VANTAJOSA Nas combinações de negócios realizadas sem a transferência de contraprestação para obtenção do controle da adquirida, para calcular o ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill), ou o ganho por compra vantajosa, o adquirente deve utilizar o valor justo de sua participação na adqui- rida, no lugar do valor justo da contraprestação transferida. Seguindo as mesmas diretrizes do regramento contábil, a legislação fiscal determina que o con- tribuinte que avaliar investimento pelo valor de patrimônio líquido deverá, por ocasião da aquisição da participação, desdobrar o custo de aquisição (preço de compra) em: (i) valor de patrimônio líquido na época da aquisição; (ii) mais ou menos-valia, que corresponde à di- ferença entre o valor justo dos ativos líquidos da investida, na proporção da porcentagem da parti- cipação adquirida, e o valor de patrimônio líquido na época da aquisição; e (iii) ágio por rentabilidade futura (goodwill) ou ganho por compra vantajosa, que corresponde à 2222 diferença entre o custo de aquisição do investi- mento e o somatório do patrimônio líquido e da mais ou menos-valia. No que diz respeito ao tratamento fiscal dado à mais ou menos-valia, bem como ao goodwill e ganho por compra vantajosa, a legislação deter- mina que tais montantes sejam registrados na conta de investimento da adquirente por meio de subcontas distintas, bem como que o valor da mais ou menos-valia seja baseado em Laudo de Alocação do Preço de Compra (PPA – Purchase Price Allocation), que determina o valor justo dos ativos e passivos da sociedade adquirida, para fins de mensuração do custo de aquisição, o qual deverá ser protocolado na Secretaria da Receita Federal até o último dia útil do 13º mês subsequente ao da aquisição da participação. Cumpridos tais requisitos ao desdobramento do custo de aquisição, a legislação fiscal nacional estabelece os seguintes efeitos fiscais. MAIS OU MENOS-VALIA – O ganho ou a perda admitido(a) pela investidora em decorrência da variação do investimento, por ajustes dos ativos e passivos da investida, refletidos na investidora mediante equivalência patrimonial, desde que devidamente registrados em subcontas vinculados à mais ou menos-valia correspondente, 2323 poderão ser diferidos e computados na determina- ção do lucro real do período de apuração em que o contribuinte alienar ou liquidar o investimento (os valores deverão ser controlados fiscalmente na Parte B do Lalur); – Para fins de mensuração do ganho ou perda de capital na alienação ou liquidação do investimento, será considerado o valor do patrimônio líquido re- gistrado na contabilidade do contribuinte somado aos saldos existentes nas subcontas da mais ou menos-valia; – Após evento especial (absorção do patrimônio da investida pela investidora), o saldo de mais ou menos-valia de ativos evidenciado em subconta passará a integrar definitivamente o custo de aqui- sição do investimento para fins fiscais, passando a ser dedutível mediante sua realização, seja para fins de cálculo de ganho de capital, seja pela reali- zação do ativo, mediante depreciação, amortização, exaustão, alienação ou baixa. O art. 186 e 187 da IN 1.700/17 estabelecem que a diferença entre o valor da mais ou menos-valia registrado contabilmente na data de aquisição da participação societária e o valor lançado em contrapartida à conta que registra o bem ou direi- to que lhe deu causa, em decorrência do evento de incorporação, fusão ou cisão, será excluída ou 2424 adicionada, respectivamente, ao lucro líquido para apuração do lucro real e do resultado ajustado à medida que o bem ou direito for sendo realizado, inclusive mediante depreciação, amortização, exaustão, alienação ou baixa. Por força da alínea “c” do inciso III do art. Art. 186 da IN 1.700/2017, o aproveitamento fiscal da mais-valia como integrante do custo de aquisição será comprometido nos casos em que houver alienação ou baixa do ativo que tenha dado causa à mais-valia, ao passo que o saldo existente na contabilidade não poderá ser considerado como integrante do custo. GOODWILL – A amortização fiscal do goodwill será possível quando do confronto, em um mesmo acervo patri- monial, do ágio por rentabilidade futura (goodwill) escriturado pela investidora com os lucros advindos da empresa investida (que justifique o pagamento desse sobre preço), e desde que decorrentes en- tre partes não relacionadas, à razão de 1/60 (um sessenta avos), no máximo, para cada mês do período de apuração. GANHO POR COMPRA VANTAJOSA – O valor do ganho por compra vantajosa deverá ser excluído via Lalur no momento da aquisição do 2525 investimento e adicionado nas hipóteses previstas de realização do investimento (alienação ou baixa do investimento e evento especial); – Após evento especial (absorção do patrimônio da investida pela investidora), o ganho por compra vantajosa deverá ser computado na determinação do lucro real dos períodos de apuração subsequen- tes à data do evento, à razão de 1/60, no mínimo, para cada mês do período de apuração. Destaca-se, por fim, que o não cumprimento dos requisitos fiscais, implica: (i) o não aproveitamento da mais-valia como integrante do custo de aquisição do bem e a obri- gatoriedade de considerar a menos-valia como integrante do respectivo custo; (ii) a não amortização fiscal do ágio por rentabili- dade futura (goodwill), à razão de 1/60; e (iii) o não aproveitamento do diferimento em 1/60 da tributação do ganho por compra vantajosa. 26 CONTABILIZAÇÃO DE PERDAS POR REDUÇÃO AO VALOR RECUPERÁVEL – TESTE DE IMPAIRMENT De acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 15 – Combinação de Negócios, o adquirente deve reconhecer na data da aquisição, separadamente do ágio derivado da expectativa de rentabilidade futura (goodwill) apurado em uma combinação de negócios, um ativo intangível da adquirida, in- dependentemente de o ativo ter sido reconhecido pela adquirida antes da aquisição da empresa. Isso significa que a adquirente reconhece como ativo, separadamente do ágio derivado da expectativa de rentabilidade futura (goodwill), um projeto de pesquisa e desenvolvimento em andamento da adquirida se o projeto atender à definição de ativo intangível. Um projeto de pesquisa e desenvolvimen- to em andamento da adquirida atende à definição de ativo intangível quando: (a) corresponder à definição de ativo; e (b) for identificável, ou seja, é separável ou resulta de direitos contratuais ou outros direitos legais. O teste de redução ao valor recuperável é um pro- cedimento contábil realizadopara descobrir se um 27 ativo está deteriorado, ou seja, se os benefícios econômicos que o ativo incorpora diminuíram drasticamente. O valor contábil de um ativo reflete seu valor. Concei- tualmente, o valor deve ser igual ao seu valor justo e sempre que o valor contábil for diferente do seu valor justo, o valor contábil deve ser reduzido pelo valor da diferença por meio do reconhecimento de uma despesa denominada despesa de redução ao valor recuperável na demonstração do resultado. A despesa de redução ao valor recuperável é dife- rente da depreciação e amortização. Representa um ajuste pontual feito como e quando necessário. O teste de impairment tem duas etapas: Etapa 1: compare a soma de todos os fluxos de caixa líquidos não descontados que se espera que o ativo gere com o valor contábil do ativo. Se o valor contábil for menor que a soma do fluxo de caixa, isso indica perda de valor e vice-versa. Etapa 2: uma vez estabelecido que ocorreu re- dução ao valor recuperável, o valor da despesa de redução ao valor recuperável é determinado como a diferença entre o valor contábil do ativo e seu valor justo. 28 No vídeo Impairment – Teste de Recuperabilidade, o professor Mário Jorge se aprofunda no procedimento do teste de recuperabilidade dos ativos e esclarece sobre valor justo, valor em uso e valor recuperável. Clique no link e assista! https://www.youtube.com/watch?v=Nsni1we-9Lw&t=8s Exemplo de um ativo tangível Sua empresa possui uma frota de 100 ônibus arti- culados a diesel. Os ambientalistas estão pressio- nando o governo para exigir que as empresas de transporte público mudem para ônibus híbridos. Você espera ganhar R$ 6 milhões com os ônibus a cada ano, nos próximos 5 anos. Há 50% de chan- ce de que as novas leis sejam aprovadas, o que reduzirá sua receita com a frota em 30%. O valor de transporte de sua frota é de R$ 27 milhões e o custo de capital da sua empresa é de 10%. Descu- bra se há perda por redução ao valor recuperável. Na primeira etapa do teste de redução ao valor recuperável, você precisa comparar a soma dos fluxos de caixa não descontados esperados com o valor contábil da frota. O fluxo de caixa esperado por ano é de R$ 5,1 milhões (= 0,5 × R$ 6 milhões + 0,5 × R$ 6 milhões × (1 - 0,3)). O total de fluxos FIQUE ATENTO https://www.youtube.com/watch?v=Nsni1we-9Lw&t=8s 29 de caixa não descontados esperados ao longo da vida útil remanescente do ativo é de R$ 25,5 mi- lhões (R$ 5,1 milhões × 5). Como o valor contábil é maior do que a soma dos fluxos de caixa, o ativo está deteriorado. Na segunda etapa, você precisa descobrir o valor real da despesa de redução ao valor recuperável, que é igual à diferença entre o valor justo do ativo e seu valor contábil. O valor presente dos fluxos de caixa esperados, que, nesse caso, chega a R$ 19,33 milhões, é um bom indicador do valor justo. A perda por redução ao valor recuperável que deve ser reconhecida é igual a R$ 7,67 milhões (= R$ 27 milhões – R$ 19,33 milhões). MENSURAÇÃO DO VALOR JUSTO DE ATIVO INTANGÍVEL ADQUIRIDO EM COMBINAÇÃO DE NEGÓCIOS De acordo com o CPC 15, se um ativo intangível adquirido em uma combinação de negócios for se- parável ou resultar de direitos contratuais ou outros direitos legais, considera-se que o seu valor justo pode ser mensurado com confiabilidade. Quando, para as estimativas utilizadas na avaliação do valor justo de ativo intangível, existir uma gama de re- sultados possíveis, com diferentes probabilidades, a incerteza passa a fazer parte da determinação do valor justo. Se um ativo intangível adquirido 30 em uma combinação de negócios tiver vida útil definida, haverá a presunção de que o valor justo possa ser estimado com segurança. Um ativo intangível adquirido em combinação de negócios pode ser separável, mas apenas em con- junto com um contrato a ele relacionado, ativo ou passivo identificável. Nesses casos, a adquirente deve reconhecer o ativo intangível separadamente do ágio derivado da expectativa de rentabilidade futura (goodwill), mas em conjunto com o item relacionado. PERDAS DE GOODWILL O ágio derivado da expectativa de rentabilidade futura (goodwill) reconhecido em uma combinação de negócios é um ativo que representa benefícios econômicos futuros gerados por outros ativos ad- quiridos em uma combinação de negócios, que não são identificados individualmente e reconhecidos separadamente. Tais benefícios econômicos futuros podem advir da sinergia entre os ativos identificáveis adquiridos ou de ativos que, individualmente, não se qualificam para reconhecimento em separado nas demonstrações contábeis. Para testar a perda de valor, o ágio deve ser alocado a cada uma das unidades geradoras de caixa da adquirente, ou grupos de unidades geradoras de caixa, que se espera que se beneficiem das siner- 31 gias da combinação, independentemente de outros ativos ou passivos da adquirida serem atribuídos a essas unidades ou grupos de unidades. Cada unidade ou grupo de unidades ao qual o goodwill é assim alocado deve representar o nível mais baixo dentro da entidade no qual o ágio é monitorado para fins de gestão interna; e não ser maior do que um segmento operacional determinado. Uma unidade geradora de caixa à qual o ágio foi alocado deve ser testada quanto à redução ao valor recuperável pelo menos anualmente, comparando o valor contábil da unidade, incluindo o ágio, com o valor recuperável da unidade: Se o valor recuperável da unidade exceder o valor contábil desta, a unidade e o ágio alocado a essa unidade não serão prejudicados. Se o valor con- tábil da unidade exceder seu valor recuperável, a entidade deve reconhecer uma perda por redução ao valor recuperável. A perda por redução ao valor recuperável é alocada para reduzir o valor contábil dos ativos da unidade (grupo de unidades) na seguinte ordem: primeiro, reduza o valor contábil de qualquer ágio alocado à unidade geradora de caixa (grupo de unidades); e, em seguida, reduza os valores contábeis dos outros ativos da unidade (grupo de unidades) proporcionalmente. 32 A redução ao valor recuperável de ativos por meio do Impairment Test, foi introduzida no artigo 183 da Lei 6.404/1976 por meio da Lei 11.638/2007, que estabelece em seu parágrafo 3º: § 3º. A companhia deverá efetuar, periodicamente, análise sobre a recuperação dos valores registra- dos no imobilizado, no intangível e no diferido, a fim de que sejam: I� registradas as perdas ao valor do capital apli- cado, quando houver decisão de interromper os empreendimentos ou atividades a que se desti- navam ou quando comprovado que não poderão produzir resultados suficientes para recuperação desse valor; ou II� revisados e ajustados os critérios utilizados para determinação da vida útil econômica esti- mada e para cálculo da depreciação, exaustão e amortização. O teste de impairment tem a finalidade de assegurar que os ativos não estejam registrados contabil- mente por um valor superior àquele possível de ser recuperado no tempo por uso nas operações da entidade ou em sua eventual venda (CPC 01). Segundo interpretação do CPC 01, o valor contábil de um ativo não pode estar registrado por um va- lor superior ao valor que obteria em sua venda ou 33 em sua utilização. Quando esse valor for superior, deve ser reconhecida a perda por desvalorização do ativo, tendo como contrapartida o resultado do período. Figura 1: Valor contábil líquido. Valor Contábil Líquido Valor líquido de venda Valor em uso Valor Recuperável Comparado com Fonte: Elaboração própria. Conforme ilustrado acima, o valor recuperável é o maior entre o valor justo do ativo ou da unidade geradora de caixa menos o custo e o valor em uso. O valor em uso é o valor presente dos fluxos de caixa incrementais líquidos que uma empresa gera ao usar o ativo em suas operações. 3434 CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste módulo, estudamos alguns pontos impor- tantes da combinação de negócios (CPC15). Iniciamos com algumas definições – em primeiro, o significado de negócio, conforme interpretação do pronunciamento contábil. Com o entendimento do que é um negócio, passa- mos a abordar o assunto objeto da unidade, que é a combinação de negócios. Explicamos também o objetivo do CPC 15. Em seguida, passamos para o cálculo e a con- tabilização das transações que envolvem fusão, cisão e incorporação, que não necessariamente implicam em uma combinação de negócios. Tra- tamos também dos aspectos tributário envolvendo a combinação de negócios. A seguir, estudamos o reconhecimento e a mensu- ração do ágio e a compra vantajosa. Explicamos os conceitos de mais ou menos-valia e goodwill� E, finalmente, falamos sobre o teste de impairment e suas etapas; e apresentamos um exemplo de im- pairment de um ativo tangível. Estudamos, também, a mensuração do valor justo do ativo intangível e perdas de goodwill� Referências Bibliográficas & Consultadas ALMEIDA, M. C. Contabilidade avançada� 3� ed� São Paulo: Atlas, 2013. [Minha Biblioteca] ALMEIDA, M. C. Contabilidade avançada: textos, exemplos e exercícios resolvidos. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2013. [Minha Biblioteca] ALMEIDA, M. C. Manual prático de interpretação contábil da Lei Societária. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2012. [Minha Biblioteca] CARDOSO, R. L.; SZUSTER, F. R.; SZUSTER, N. Contabilidade geral: introdução à contabilidade societária. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2013. [Minha Biblioteca] COMITÊ DE PRONUNCIAMENTO CONTÁBEIS. CPC 01 (R1). Disponível em: http://static.cpc. aatb.com.br/Documentos/27_CPC_01_R1_ rev%2012.pdf. Acesso em: 08 mar. 2021. COMITÊ DE PRONUNCIAMENTO CONTÁBEIS. CPC 15 (R1). Disponível em: http://static.cpc. aatb.com.br/Documentos/235_CPC_15_R1_ rev%2014.pdf. Acesso em: 08 mar. 2021. LEI 11.639/2007. Disponível em: http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/ lei/l11638.htm. Acesso em: 05 mar. 2021. LEI COMPLEMENTAR 87/1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/ lcp87.htm. Acesso em: 04 mar. 2021. MARTINS, E. et al� Manual de contabilidade societária: aplicável a todas as sociedades: de acordo com as normas internacionais e do CPC. São Paulo: Atlas, 3. ed. São Paulo: Atlas, 2018. [Minha Biblioteca] NEVES, S. Contabilidade avançada. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. [Minha Biblioteca] PADOVEZE, C. L. Contabilidade geral facilitada� Rio de Janeiro: Método, 2017. [Minha Biblioteca] PORTARIA CAT 147/2009. Disponível em: https://www.legisweb.com.br/ legislacao/?id=169637. Acesso em: 04 mar. 2021. SECRETARIA DA FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Regulamento do ICMS-SP. Disponível em: https://legislacao.fazenda.sp.gov.br/ Paginas/ind_temas.aspx. Acesso em: 05 mar. 2021. VICECONTI, P. Contabilidade básica. 16. ed. São Paulo: Atlas, 2013. [Minha Biblioteca] e-Book 3 Hamilton Moura CONTABILIDADE SOCIETÁRIA Sumário INTRODUÇÃO ������������������������������������������������� 4 PROCEDIMENTOS DE CONSOLIDAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ������������ 5 O que é consolidação das demonstrações financeiras?���� 5 Abordagens comuns para consolidação financeira ����������� 7 Procedimentos de consolidação ����������������������������������������� 9 Barreiras para um processo de consolidação financeira rápido e eficaz ��������������������������������������������������������������������� 11 DEFINIÇÕES E OBJETIVOS DA CONSOLIDAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ������������������13 Objetivo �������������������������������������������������������������������������������� 13 Definições ���������������������������������������������������������������������������� 14 Requisitos contábeis ���������������������������������������������������������� 16 Perda de controle ��������������������������������������������������������������� 17 DEMONSTRAÇÕES ABRANGIDAS PELA CONSOLIDAÇÃO ������������������������������������������19 Demonstrações abrangidas e divulgação ������������������������� 19 Eliminação de transações entre companhias ������������������� 21 ELIMINAÇÃO DE TRANSAÇÕES ENTRE COMPANHIAS ����������������������������������������������26 Reconciliação entre empresas ������������������������������������������� 26 Interesses minoritários ������������������������������������������������������� 27 Transações entre empresas ����������������������������������������������� 29 Problemas comumente encontrados na consolidação financeira ����������������������������������������������������������������������������� 30 CONSIDERAÇÕES FINAIS ����������������������������34 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS & CONSULTADAS ��������������������������������������������35 4 INTRODUÇÃO Neste módulo, você vai entender o que é a conso- lidação das demonstrações contábeis, como as empresas abordam o processo de consolidação financeira, e os procedimentos de consolidação, à luz do CPC. Para melhor compreender e aplicar a consolidação, vamos entender algumas definições, os objetivos da consolidação e os requisitos contábeis para a preparação das demonstrações financeiras consolidadas� Também é necessário saber quais as demonstra- ções que estão sujeitas à consolidação, de acordo com as regras contábeis� As transações entre controladoras e controladas de um grupo de empresas é de fundamental im- portância na consolidação – é preciso eliminar investimentos, operações de compra e venda e comissões entre companhias do grupo� Você terá uma visão ampla da consolidação finan- ceira e dos problemas que, em geral, são encon- trados nas empresas que fazem a consolidação. 55 PROCEDIMENTOS DE CONSOLIDAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Antes de falar sobre os procedimentos, vamos en- tender o que é a consolidação das demonstrações financeiras e quais são as abordagens comuns para a consolidação financeira. O QUE É CONSOLIDAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS? Basicamente, é o processo de juntar os dados financeiros das empresas pertencentes a um mesmo grupo econômico em um único conjunto de demonstrações financeiras. Como a controla- dora controla suas subsidiárias, faz sentido que os ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas, despesas e fluxos de caixa da controladora e de suas subsidiárias sejam apresentados nas de- monstrações financeiras como se fossem uma única entidade econômica� As demonstrações financeiras consolidadas forne- cem às partes interessadas uma visão da empresa como um todo� 66 Alguns exemplos da utilidade da consolidação para as partes interessadas: y Reguladores e entidades de auditoria contam com essa fonte para verificar se uma empresa está em conformidade com as regras e regulamentos aos quais está vinculada� y Os investidores podem confiar nas demonstrações financeiras consolidadas para avaliar a situação de uma empresa, ou seja, se essa empresa está ganhando ou perdendo em seu mercado e como as atividades operacionais, financeiras e de inves- timento dessa empresa estão sendo gerenciadas� y Gerentes e executivos de alto nível revisam as demonstrações financeiras consolidadas para avaliar seu desempenho corporativo e identificar segmentos de negócios de alto e de baixo valor agregado, bem como riscos e oportunidades potenciais� Para fins de consolidação, as demonstrações fi- nanceiras da controladora e de suas subsidiárias precisam ser preparadas com a mesma data e com políticas contábeis uniformes� Embora a consolidação financeira exija a com- binação das demonstrações financeiras da con- troladora e de suas subsidiárias, a consolidação financeira não é simplesmente somar os ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas ou despesas 77 das subsidiárias e da controladora. Em vez disso, as transações das subsidiárias são complexas e geralmente requerem ajustes para consolidação� ABORDAGENS COMUNS PARA CONSOLIDAÇÃO FINANCEIRA Dependendo de sua situação e estratégias, as empresas abordam o processo de consolidação financeira de diferentes maneiras. Uso de planilhas A abordagem mais comum envolve ouso de plani- lhas para processar e consolidar manualmente os dados exportados de sistemas financeiros distintos. Suas vantagens: y É a solução mais rápida e barata no curto prazo. y Familiaridade dos usuários com a interface� Suas desvantagens: y Razoável chance de erros administrativos, resultando em imprecisão dos dados� y Problemas com controle de versão� y Mais tempo e dinheiro gastos no fechamento, no longo prazo. É hora dos CFOs (Chief Financial Officer) modernos seguirem em frente e encontrarem outras alterna- tivas melhores para o Excel. 88 Uso sistemas ERP As empresas que adotam essa abordagem desejam usar o componente de contabilidade geral de seu sistema ERP existente. Suas vantagens: y Permite que as empresas aproveitem a tecno- logia existente. y Não requer novo treinamento da equipe para usar o sistema� Suas desvantagens: y Pode não funcionar bem para empresas maio- res, com vários sistemas ERP e planos de contas� y Recursos de relatórios limitados� Uso ferramentas especializadas O uso de software especializado de fechamento e consolidação fornece um caminho rápido para a consolidação e relatórios financeiros consistentes, pois as empresas com sistemas distintos são inte- gradas por meio de um processo de mapeamento� É relativamente rápido de implementar e com baixo impacto sobre os recursos� Suas vantagens: y Um alto nível de funcionalidade� y Recursos de relatórios flexíveis. y Fácil integração com outros sistemas ERP� 99 Sua desvantagem: y Escolher a ferramenta certa, em um mercado um tanto saturado, pode ser difícil� PROCEDIMENTOS DE CONSOLIDAÇÃO Demonstrações financeiras consolidadas: y Combinar itens semelhantes de ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas, despesas e fluxos de caixa da controladora com os de suas subsidiárias. y Compensar (eliminar) o valor contábil do in- vestimento da controladora em cada subsidiária e a parcela da controladora do patrimônio de cada subsidiária (o CPC 15 R1 – Combinação de Negó- cios explica como contabilizar qualquer goodwill relacionado)� y Eliminar totalmente os ativos e passivos in- tragrupo, patrimônio líquido, receitas, despesas e fluxos de caixa relativos às transações entre as entidades do grupo (lucros ou perdas resultantes de transações intragrupo que são reconhecidas nos ativos, tais como: estoque e imobilizado, são eliminados na íntegra)� Uma entidade que relata inclui as receitas e des- pesas de uma subsidiária nas demonstrações financeiras consolidadas desde a data em que ela ganha o controle até a data em que a entida- 1010 de que relata deixa de controlar a subsidiária. As receitas e despesas da controlada são baseadas nos valores dos ativos e passivos reconhecidos nas demonstrações financeiras consolidadas na data de aquisição� A controladora e as controladas devem ter as mesmas datas de divulgação ou consolidação com base em informações financeiras adicionais preparadas pela controlada, a menos que isso seja impraticável. Quando impraticável, são utilizadas as demonstrações financeiras mais recentes da subsidiária, ajustadas para os efeitos de transa- ções ou eventos significativos entre as datas de relato da subsidiária e as demonstrações finan- ceiras consolidadas� A diferença entre a data das demonstrações financeiras da subsidiária e das demonstrações financeiras consolidadas não deve ser superior a três meses� No vídeo Equivalência Patrimonial – Noções iniciais, a professora Camila Sá explica, em linhas gerais, quando deve ser adotado o Método de Equivalência Patrimonial no reconhecimento de investimentos permanentes� Clique no link e assista! https://www.youtube.com/watch?v=2dgsrxZFY3E SAIBA MAIS https://www.youtube.com/watch?v=2dgsrxZFY3E 1111 BARREIRAS PARA UM PROCESSO DE CONSOLIDAÇÃO FINANCEIRA RÁPIDO E EFICAZ Devido a pressões de dentro e de fora das organi- zações há barreiras que as impedem de alcançar um fechamento financeiro eficiente. Demandas externas para um processo de consolidação financeira mais rápido As empresas estão enfrentando regulamentações mais rígidas em relação aos prazos de arquiva- mento, integridade e divulgações de negócios dos mercados financeiros globais. Clientes, parceiros, funcionários e comunidades estão exigindo mais transparência no funcionamen- to interno das empresas – e como as empresas impactam os ambientes em que operam� Problemas internos Alguns dos problemas mais comuns incluem: y Qualidade de dados e erros de coleta desses dados� As empresas, especialmente aquelas com várias filiais em locais diferentes, precisarão fazer um esforço extra para alcançar um processo de conso- lidação financeira correto, logo de início, da coleta 1212 de dados à normalização, e superar os problemas que podem surgir durante o processo, tais como: y Erros de entrada manual de dados� y Entrega atrasada de relatório das unidades� y A falta de validação e controles� y Má integração com sistemas de origem� y Falta de integração entre vários processos de fechamento� 13 DEFINIÇÕES E OBJETIVOS DA CONSOLIDAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS OBJETIVO O objetivo é estabelecer princípios para a apresen- tação e a preparação de demonstrações financeiras consolidadas, quando uma entidade controla uma ou mais entidades. (CPC 36 R3) Para atingir esse objetivo, o CPC 36 R3: y Exige que uma controladora apresente demons- trações financeiras consolidadas; y Define o princípio de controle e estabelece o controle como a base para a consolidação; y Estabelece como aplicar o princípio de con- trole para identificar se um investidor controla um investida e, portanto, deve consolidar a investida; y Define os requisitos contábeis para a prepara- ção de demonstrações financeiras consolidadas; y Define uma entidade de investimento e esta- belece uma exceção para consolidar subsidiárias específicas de uma entidade de investimento. 14 DEFINIÇÕES Demonstrações financeiras consolidadas As demonstrações financeiras de um grupo no qual os ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas, despesas e fluxos de caixa da controladora e de suas controladas são apresentados como de uma única entidade econômica� Controle de uma investida Um investidor controla uma investida quando o investidor está exposto, ou tem direitos, a retornos variáveis de seu envolvimento com a investida e tem a capacidade de afetar esses retornos por meio de seu poder sobre a investida� Entidade de investimento É uma entidade que: y Obtém fundos de um ou mais investidores com a finalidade de fornecer a esse(s) investidor(es) serviços de gestão de investimento, y Compromete-se com seu(s) investidor(es) de que seu objetivo comercial é investir fundos exclu- sivamente para obter retornos de valorização de capital, receita de investimento ou ambos, e y Mede e avalia o desempenho de substancial- mente todos os seus investimentos com base no valor justo� 15 Controladora Um investidor considera todos os fatos e circuns- tâncias relevantes ao avaliar se controla uma investida� Uma entidade que controla uma ou mais entidades� O investidor controla a investida quando atende aos requisitos: y Poder sobre a investida Direitos existentes que dão a capacidade atual de dirigir as atividades relevantes� y Exposição Exposição a, ou direitos sobre, retornos variáveis decorrentes de seu envolvimento com a investida� y Capacidade de usar seu poder Capacidade de utilizar o seu poder sobre a investida para afetar o valor de seus retornos� O poder surge de direitos� Esses direitos podem ser, por exemplo, direitos de voto, fácil de mensurar, ou mais complexos, como incorporadas em disposi- ções contratuais� Um investidor que detém apenas direitos de proteção não pode ter poder sobre uma investida e, portanto, não pode controlá-la� 16 Um investidor deve estar exposto, ou ter direitos, a retornos variáveis de seu envolvimento com uma investida para controlá-la� Esses retornos
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