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contaria como trabalho médio nem sua força de trabalho como força de trabalho média. Esta não se venderia ao todo ou apenas abaixo do valor médio da força de trabalho. Pressupõe-se, portanto, determinado mínimo de eficiência no trabalho, e veremos mais adiante que a pro- dução capitalista encontra meios para medir esse mínimo. Nem por isso esse mínimo deixa de se desviar da média, embora, por outro lado, o valor médio da força de trabalho tenha de ser pago. Dos 6 pequenos mestres, portanto, um obteria mais, outro menos do que a taxa geral da mais-valia. As desigualdades se compensariam para a sociedade, mas não para o mestre individual. Portanto, a lei geral da valorização só se realiza completamente para o produtor individual tão logo ele produza como capitalista, empregue muitos trabalhadores, ao mesmo tempo, pondo assim em movimento, desde o início, trabalho social médio.595 Mesmo não se alterando o modo de trabalho, o emprego simul- tâneo de um número relativamente grande de trabalhadores efetua uma revolução nas condições objetivas do processo de trabalho. Edifícios em que muitos trabalham, depósitos para matéria-prima etc., recipien- tes, instrumentos, aparelhos etc., que servem a muitos simultânea ou alternadamente, em suma, uma parte dos meios de produção é agora consumida em comum no processo de trabalho. Por um lado, o valor de troca de mercadorias e, portanto, também de meios de produção, não aumenta por uma exploração qualquer aumentada de seu valor de uso. Por outro lado, cresce a escala dos meios de produção utilizados em comum. Um quarto em que trabalham 20 tecelões com seus 20 teares deve ser mais espaçoso do que o quarto de 1 tecelão com 2 ajudantes. Mas a produção de uma oficina para 20 pessoas custa menos trabalho do que a produção de 10 oficinas para 2 pessoas cada uma, e assim o valor de meios de produção coletivos e concentrados massi- vamente não cresce em geral na proporção de seu volume e seu efeito útil. Meios de produção utilizados em comum cedem parte menor do seu valor ao produto individual, seja porque o valor global que trans- ferem se reparte simultaneamente por uma massa maior de produtos, seja porque, comparados com meios de produção isolados, entram no processo de produção com um valor que, embora seja absolutamente maior, considerando sua escala de ação, é relativamente menor. Com isso diminui um componente do valor do capital constante, diminuindo também, portanto, na proporção de sua grandeza, o valor total da mer- cadoria. O efeito é o mesmo que se os meios de produção da mercadoria MARX 441 595 O senhor prof. Roscher pretende ter descoberto que 1 costureira que durante 2 dias é empregada pela senhora professora realiza mais trabalho que 2 costureiras que a senhora professora emprega no mesmo dia.* O senhor professor não devia fazer suas observações sobre o processo de produção capitalista no quarto das crianças e nem em circunstâncias em que falta o personagem principal, o capitalista. * ROSCHER, W. Die Grundlagen der Nationaloekonomie. 3ª ed., Stuttgart, Augsburg, 1858. p. 88-89. (N. da Ed. Alemã.)
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