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Glicoproteínas Definição: A glicoproteína é um tipo de proteína que tem um carboidrato ligado. O processo ocorre durante a tradução da proteína ou como uma modificação pós- tradução, num processo chamado glicosilação. O carboidrato é uma cadeia de oligossacarídeos (glicano) que está covalentemente ligado às cadeias laterais do polipetídeo da proteína. Devido aos grupos -OH de açúcares, as glicoproteínas são mais hidrofílicas do que proteínas simples. Isso significa que as glicoproteínas são mais atraídas pela água do que proteínas comuns. A natureza hidrofílica dessa molécula também leva à dobragem característica da estrutura terciária da proteína. O carboidrato é uma molécula, muitas vezes ramificada, e pode consistir em: • Açúcares simples (por exemplo, glicose, galactose, manose, xilose) • Amino-açúcares (açúcares que possuem um grupo amino, tal como N-acetilglucosamina ou N- acetilgalactosamina); • Açúcares-ácidos (açúcares que possuem um grupo carboxilo, tal como ácido siálico ou ácido N- acetilneuramínico). FUNÇÕES • Moléculas estruturais • Agentes lubrificantes e protetoes • Moléculas de transporte • Moléculas imunológicas • Hormônios • Enzimas • Sítio de reconhecimento-fixação celular • Receptores • Regulação do dobramento de proteínas que são exportadas da célula SÍNTESE DE GLICOPROTEÍNAS • Glicoproteínas, que se destinam às membranas celulares, aos lisossomos, ou a serem exportadas da célula, são sintetizadas em ribossomos ligados ao RER. • Essas proteínas contêm sequências sinalizadoras específicas, que funcionam como "etiquetas de endereço" moleculares e encaminham as proteínas a seus devidos destinos. • Uma sequência sinalizadora hidrofóbica N-terminal inicialmente direciona essas proteínas ao RER, possibilitando que o polipeptídeo em crescimento seja deslocado ao lúmen do RER. • A seguir, as proteínas são transportadas por vesículas secretoras ao aparelho de Golgi, que funciona como um centro de triagem. • No Golgi, aquelas glicoproteínas que devem ser secretadas da célula (ou destinadas aos lisossomos) são empacotadas em vesículas que fundem com a membrana celular (ou lisossomal), liberando seus conteúdos. • As glicoproteínas que devem se tornar componentes da membrana celular se integram à membrana do Golgi, a qual forma "brotos" e posteriormente vesículas, que se fusionam com a membrana celular, incorporando, assim, as glicoproteínas. ➢ Síntese dos glicosídeos O-ligados A síntese dos glicosídeos O-ligados é muito semelhante à dos glicosaminoglicanos A proteína à qual os oligossacarídeos devem ser unidos é sintetizada no RER e deslocada ao seu lúmen. No processo O-glicosilação os oligossacarídeos são ligados à proteína através da hidroxila (cadeia lateral) presente na serina ou treonina; Função das glicosiltransferases. As glicosiltransferases responsáveis pela síntese gradual dos oligossacarídeos estão ligadas às membranas do aparelho de Golgi. Elas agem em uma ordem específica, sem usar um molde como na síntese de DNA, ANA ou de proteínas, mas reconhecendo a estrutura real do oligossacarídeo em crescimento como o substrato adequado. ➢ Síntese dos glicosídeos N-ligados A síntese de glicosídeos N-ligados ocorre no lúmen do RE e requer a participação do derivado fosforilado do dolicol (dolicol-pirofosfato), um lipídeo da membrana do RE. O produto inicial é processado no RE e no Golgi. 1. Síntese do dolicol-oligossacarídeo. Em primeiro lugar, como acontece com glicosídeos O- ligados, a proteína é sintetizada no RER e entra no seu lúmen. No entanto, a proteína não é glicosilada com açúcares individuais nessa etapa da síntese; é formado, primeiramente, um oligossacarídeo ligado a lipídeo. Esse lipídeo consiste no dolicol (um lipídeo da membrana do RE) unido por meio de uma ligação pirofosfato a um oligossacarídeo contendo N- acetilglicosamina, manose e glicose. Os açúcares acrescentados sequencialmente ao dolicol pelas glicosil-transferases de membrana são, em primeiro lugar, N-acetilglicosamina, seguido de manose e glicose. O oligossacarídeo com 14 unidades de açúcar é então transferido do dolicol para o N amídico da cadeia lateral de uma asparagina da proteína a ser glicosilada por uma proteína-oligossacarídeo-transferase presente no retículo endoplasmático. 2. Processamento final de oligossacarídeos N- ligados. Após a incorporação na proteína, o oligossacarídeo N- ligado é processado pela remoção de resíduos manosil e glicosil específicos, à medida que a glicoproteína se movimenta através do RER. Por fim, as cadeias oligossacarídicas são completadas no Golgi por meio da adição de vários açúcares para produzir uma glicoproteína complexa, ou não são mais processadas, deixando cadeias ramificadas, contendo manoses, formando uma glicoproteína rica em manose. O destino final das N-glicoproteínas é o mesmo das O- glicoproteínas; por exemplo, podem ser liberadas pelas células ou fazer parte da membrana celular. Além disso, as N-glicoproteínas podem ser translocadas para os lisossomos. 3. Enzimas destinadas aos lisossomos. As N-glicoproteínas, ao serem processadas no Golgi, podem ser fosforiladas em um ou mais resíduos específicos de manose. Os receptores de manose-6-P, localizados no aparelho de Golgi, ligam-se aos resíduos de manose- 6-P dessas enzimas-alvo, resultando no seu empacotamento em vesículas e no transporte aos lisossomos. A doença da célula I é uma síndrome rara, em que as enzimas hidrolases ácidas, normalmente encontradas nos lisossomos, estão ausentes, resultando em acúmulo de substratos normalmente degradados pelas enzimas lisossomais nessas vesículas. Além disso, quantidades elevadas de enzimas lisossomais são encontradas no plasma desses pacientes, sugerindo que o processo de transporte direcionado aos lisossomos (e não a via sintética dessas enzimas) esteja deficiente. Já foi determinado que indivíduos com a doença da célula I não têm a capacidade enzimática de fosforilar os resíduos de manose das enzimas lisossomais, causando destinação incorreta dessas proteínas a sítios extracelulares, em lugar de encaminhá-las às vesículas lisossomais. RESUMINDO... • As glicoproteínas ligadas ao oxigêncio são aquelas em que o hidrato de carbono se liga ao átomo de oxigênio (O) do grupo hidroxila (-OH) do grupo R do aminoácido treonina ou serina. Os carboidratos ligados ao oxigênio podem também ligar-se a hidroxilisina ou hidroxiprolina. O processo é denominado O-glicosilação. As glicoproteínas ligadas ao oxigênio são ligadas ao açúcar dentro do complexo de Golgi. • Glicoproteínas ligadas ao N têm um hidrato de carbono ligado ao nitrogênio (N) do grupo amino (-NH 2) do grupo R do aminoácido asparagina. O grupo R é geralmente a cadeia lateral da asparagina. O processo de ligação é chamado de N-glicosilação. As glicoproteínas ligadas ao nitrogênio ligam-se ao açúcar da membrana reticular endoplasmática e depois são transportadas para o complexo de Golgi para modificações. Glicosilação N-ligado Glicosilação O-ligado Inicia-se no RE e continua no CG Ocorre exclusivamente no CG Açúcares ligados ao radical NH2 de resíduos aspargina Açúcares ligados ao radical OH de serina ou de treonina Adição de oligossacarídeos em bloco no RE e modificações no CG Adição de monossacarídeos é sequencial nas diferentes cisternas de CG Oligossacarídeos grandes, com mais de 4 resíduos Os oligossacarídeos são pequenos
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