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da criação de uma força produtiva que tem de ser, em si e para si, uma força de massas.598 Abstraindo da nova potência de forças que decorre da fusão de muitas forças numa força global, o mero contato social provoca, na maioria dos trabalhos produtivos, emulação e excitação particular dos espíritos vitais (animal spirits) que elevam a capacidade individual de rendimento das pessoas, de forma que 1 dúzia de pessoas juntas, numa jornada simultânea de 144 horas, proporciona um produto global muito maior do que 12 trabalhadores isolados, cada um dos quais trabalha 12 horas, ou do que 1 trabalhador que trabalhe 12 dias consecutivos.599 Isso resulta do fato de que o homem é, por natureza, se não um animal político,600 como acha Aristóteles, em todo caso um animal social. Embora muitos executem simultânea e conjuntamente o mesmo ou algo semelhante, o trabalho individual de cada um pode ainda assim representar, como parte do trabalho global, diferentes fases do próprio processo de trabalho, as quais o objeto de trabalho percorre mais ra- pidamente em virtude da cooperação. Assim, por exemplo, quando pe- dreiros formam uma fila de mãos para levar tijolos do pé ao alto do andaime, cada um deles faz o mesmo, mas não obstante as operações individuais formam partes contínuas de uma operação global, fases específicas, que cada tijolo tem de percorrer no processo de trabalho, e pelas quais, digamos, as 24 mãos do trabalhador coletivo o trans- portam mais rapidamente do que as 2 mãos de cada trabalhador in- dividual que subisse e descesse o andaime.601 O objeto de trabalho MARX 443 598 "Enquanto um homem não é capaz de levantar 1 tonelada e 10 homens precisam esforçar-se para isso, 100 homens, porém, podem fazê-lo com a força apenas de um de seus dedos." (BELLERS, John. Proposals for Raising a Colledge of Industry. Londres, 1696. p. 21.) 599 "Há também" (quando, por exemplo, o mesmo número de trabalhadores é empregado por um arrendatário com 300 acres em vez de por 10 arrendatários com 30 acres cada um) “uma vantagem no número relativo dos servos, a qual não é tão fácil de reconhecer, a não ser por homens de prática. Diz-se naturalmente que assim como 1 está para 4, assim 3 está para 12; mas isso não se confirma na prática. Pois no tempo da colheita e em muitas outras operações que exigem a mesma pressa, o trabalho é realizado melhor e mais rápido pela união de muitas forças de trabalho. Por exemplo durante a colheita, 2 carroceiros, 2 carregadores, 2 enfeixadores, 2 recolhedores e os trabalhadores restantes no palheiro ou no celeiro realizam o dobro do trabalho que o mesmo número de trabalhadores, se estivessem divididos em grupos separados e em diferentes sítios.” ([ARBUTHNOT, J.] An Inquiry into the Connection between the Present Price of Provisions and the Size of Farmns. Por um farmer, Londres, 1773. p. 7-8.) 600 A definição de Aristóteles é na verdade que o homem é por natureza um cidadão urbano. Ela é tão característica para a antiguidade clássica como a definição de Franklin, de que o homem é por natureza um fazedor de instrumentos, para os ianques. 601 "Deve-se observar ainda que essa divisão parcial do trabalho também pode ocorrer onde os trabalhadores estão ocupados numa operação igual. Pedreiros, por exemplo, que fazem passar tijolos de mão em mão, até ao alto de um andaime executam todos eles o mesmo trabalho; existe, ainda assim, entre eles uma espécie de divisão de trabalho, que consiste em que cada um deles faz o tijolo cobrir determinada distância, todos em conjunto fazendo-o chegar a um ponto dado mais rapidamente do que o fariam se cada um deles carregasse separadamente seu tijolo ao alto do andaime." (SKARBEK, F. Théorie des Richesses Sociales. 2ª ed., Paris, 1839. t. I, p. 97-98.)
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