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Princípios do Processo Penal

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Princípios:
- Princípio da presunção de inocência (estado de inocência ou presunção de não culpabilidade):
 	- Consiste no direito de não ser declarado culpado, senão após trânsito em julgado de sentença penal condenatória (STF (HC 126.292/ ADC’s 43 e 44 e ARE 964.246 RG/SP) - ou após a prolação de acórdão condenatório por Tribunal de Segunda Instância), ao término do devido processo legal, em que o acusado tenha se utilizado de todos os meios de prova pertinentes para sua defesa (ampla defesa) e para a destruição da credibilidade das provas apresentadas pela acusação (contraditório).
Previsão legal:
	- Previsto na CF e na Convenção Americana dos Direitos Humanos:
	Art.5º, LVII – Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença condenatória. 
		- “não será considerado culpado” – alguns autores entendem que a nossa CF adota a presunção de não culpabilidade e não de inocência.
	Art.8º, §2º - Convenção Americana de Direitos Humanos: Toda pessoa acusada de um delito tem direito a que se presuma sua inocência, enquanto não for legalmente comprovada sua culpa.
		- Presunção de inocência;
- Status normativo supralegal – acima da legislação supralegal e abaixo na Constituição;
		- Assegura 2º grau de jurisdição;
		- Usado pelo Supremo no HC 126, em que o mesmo afirma que com a prolação do acórdão há a comprovação da culpa.
Dimensão de atuação do princípio da presunção da inocência:
- Dimensão Interna:
	- Dever imposto aos sujeitos do processo; 
	- Regra probatória (in dubio pro réu): recai sobre a acusação o ônus de comprovar a culpabilidade do acusado, além de qualquer dúvida razoável, e não deste de provar a sua inocência.
	Art. 386.  O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça.
	VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1º do art. 28, todos do Código Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência;  
		- Em caso de dúvida absolvição.
	- Regra de tratamento: a privação cautelar da liberdade de locomoção, sempre qualificada pela nota da excepcionalidade, somente se justifica em hipóteses estritas. Em outras palavras, a regra é que o acusado permaneça em liberdade durante o processo; a imposição de medidas cautelares pessoais (prisão preventiva ou cautelares diversas da prisão) é a exceção.
- Dimensão Externa:
	- Projeta-se também fora do processo; Dever de terceiros, sujeito fora do processo;
	- O princípio da presunção de inocência e as garantias constitucionais da imagem, dignidade e privacidade demandam uma proteção contra a publicidade abusiva e a estigmatização do acusado, funcionando como limites democráticos à abusiva exploração midiática em torno do fato criminoso e do próprio processo judicial.
OBS. CIDH – Convenção interamericana de direitos humanos. Caso J vs Peru: A CIDH responsabilizou o Peru por violação ao estado de inocência, previsto no art.8.2 da CADH
Caso: A Sra. J. foi presa durante o cumprimento de medida de busca e apreensão residencial. Processada criminalmente por terrorismo e associação ao terrorismo, em virtude de suposta vinculação com o grupo armado Sendero Luminoso, foi absolvida em junho de 1993. Logo após ser solta, deixou o território peruano. Em dezembro do mesmo ano, a Corte Suprema Peruana cassou a sentença absolutória, determinou um novo julgado e decretou sua prisão.
Para CIDH, os distintos pronunciamentos públicos das autoridades estatais, sobre a culpabilidade de J. violaram o estado de inocência, princípio determinante que o Estado não condene, nem mesmo informalmente, emitindo juízo perante a sociedade e contribuindo para formar a opinião pública, enquanto não existir decisão judicial condenatória. Para a Corte, a apresentação da imagem da acusada para a imprensa, escrita e televisiva, ocorreu quando ela estava sob absoluto controle do Estado, além de as entrevistas posteriores também terem sido levadas a cabo sob conhecimento e controle do Estado, por meio de seus funcionários.
A Corte acentuou não impedir o estado de inocência que as autoridades mantenham a sociedade informada sobre investigações criminais, mas requer que isso seja feito com a discrição e a contextualização necessárias, de tal modo a garantir o estado de inocência. Assim, fazer declarações públicas, sem os devidos cuidados, sobre processos penais, gera na sociedade a crença sobre a culpabilidade do acusado.
Limite temporal do princípio da presunção de inocência:
- Não se admite execução provisória da pena, inconstitucionalidade da execução antecipada da pena -HC 84.078. “A execução de sentença após o julgamento do recurso de apelação significa, também, restrição do direito de defesa...” (2009)
2016- O STF passou a admitir que uma prisão penal seja objeto de execução antes do trânsito em julgado. O STF passou a admitir a execução provisória da pena.
	- O trânsito em julgado como limite estava dando ensejo a muitas manobras procrastinatórias para obstar o início da pena, o que dava ensejo a prescrição.
- Os recursos extraordinários não são permitem a discursão de fatos, nem de matéria probatória.
O STF entendeu que a possibilidade de início da execução da pena condenatória após a confirmação da sentença em segundo grau não ofende o princípio constitucional da presunção de inocência. Isso porque a manutenção da sentença condenatória pela segunda instância encerra a análise de fatos e provas que assentam a culpa do condenado, o que autoriza o início da execução da pena, até mesmo porque os recursos extraordinários ao STF e ao STJ comportam exclusivamente discussão acerca de matéria de direito.
 - Os Recursos Extraordinários não possuem efeito suspensivo.
- O supremo entende que tal entendimento não contraria o art.382 do CPP, ADC’s 43, 44:
	Art. 283.  Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do processo, em virtude de prisão temporária ou prisão preventiva.     
- No caso de equívoco o indivíduo pode obstar o início da execução através de habeas corpus ou cautelares pleiteada no Resp. 
ARE: 964.246 RG/SP – Rel. Min Teori Zavascki – Tornou efeito vinculante
STF mudou entendimento em 2019 – Estudar alteração do entendimento!!
OBS. Tribunal do Júri – condenado em júri, prisão imediata.
Princípio do “Nemo Tenetur se Detegere”:
- Ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo;
Previsão Legal: 
Art.8º CADH: 
2. Toda pessoa acusada de um delito tem direito a que se presuma sua inocência, enquanto não for legalmente comprovada sua culpa. Durante o processo, toda pessoa tem direito, em plena igualdade, às seguintes garantias mínimas:
g) direito de não ser obrigada a depor contra si mesma, nem a confessar-se culpada.
Art. 5º, LXIII, CF: O preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado.
- Direito ao silêncio; 
Titular do direito a não-autoincriminação:
- Suspeito/ investigado/ indiciado/ acusado.
- Preso ou solto
* Testemunha Se a sua resposta for determinar uma autoincriminação automaticamente a pessoa passa a ter direito a não-autoincriminação/ silêncio. 
        Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral: 
        Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. 
Advertência quanto ao direito de não produzir prova contra si mesmo:
- Dever de advertência – Art.5º, LXIII – “o preso será informado de seus direitos”;
- “Aviso de Miranda” Origem no julgamento Miranda vs. Arizona – 1966: Nenhuma validade pode ser conferida às declarações feitas pela pessoa à polícia, a não ser que antes ela tenha sido claramente informada de que tem o direito de não responder, que tudo o que disser pode vir a ser utilizado contra ele e que tem o direitoà assistência de defensor escolhido ou nomeado.
Obrigatoriedade de advertência quanto ao direito ao silêncio por parte da imprensa:
Alguns doutrinadores, como por exemplo Maria Elizabete Queijo, entendem que esse dever de advertência serve para todos, não apenas para o Estado, mas também para os particulares. 
Na visão do STF esse dever de advertência serva apenas para o Estado, não atingindo os particulares (imprensa).
Desdobramentos do princípio:
- Direito ao silêncio ou de permanecer calado:
	- Do exercício desse direito não pode resultar prejuízo ao imputado.
Art.198 do CPP - O silêncio do acusado não importará confissão, mas poderá constituir elemento para a formação do convencimento do juiz.
- A doutrina de maneira quase que unânime entende que a segunda parte do dispositivo (“mas poderá constituir elemento para a formação do convencimento do juiz”) não fora recepcionada pela CF/88. 
- Direito ao silêncio no Tribunal do Júri e sua utilização como argumento de autoridade:
	- O direito de silêncio pode ser exercido no Tribunal do Júri;
	- Independente da natureza do delito, o acusado não é obrigado a comparecer ao tribunal de júri (mudança de 2008);
	- O direito de silêncio quando exercido não pode ser utilizado como argumento de autoridade.
Art.478 do CPP: Durante os debates as partes não poderão, sob pena de nulidade, fazer referências: 
I – à decisão de pronúncia, às decisões posteriores que julgaram admissível a acusação ou à determinação do uso de algemas como argumento de autoridade que beneficiem ou prejudiquem o acusado;
II – ao silêncio do acusado ou à ausência de interrogatório por falta de requerimento, em seu prejuízo. 
- Direito à mentira ou inexigibilidade de dizer a verdade:
Parte da doutrina, como por exemplo Luíz Carlos Gomes defende que como desdobramento do direito de silêncio, o acusado tem direito de mentir, pois não é obrigado a produzir provas contra si mesmo.
No ordenamento jurídico brasileiro não há o crime de perjúrio (quando o acusado mente).
- Direito de não praticar qualquer comportamento ativo que possa incriminá-lo:
Ativo: está protegido.
Ex. exame grafotécnico: a parte não é obrigada a fornecer o material do seu punho para realização de perícia.
Ex.2: Bafômetro (ativo) – a parte não é obrigada a assoprar o bafômetro.
Passivo: não está protegido. 
Ex. reconhecimento de pessoas e coisas. 
Direito de não permitir a prática de prova invasiva:
Prova invasiva: implica na penetração no organismo humano, e na extração de uma parte dele.
Ex. Coleta de sangue, coleta de fios de cabelo, extração de parte do corpo para exame de DNA.
Prova não invasiva: inspeção, verificação corporal. Não há penetração no organismo humano.
OBS. fios de cabelo – depende de como será extraído do indivíduo. Se o cabelo estiver sido descartado voluntariamente ou involuntariamente, os fios poderão ser utilizados. Não poderão, entretanto, serem arrancados do indivíduo. 
STF- permitiu a coleta de material biológico da placenta (que fora descartada após o parto) para averiguação de paternidade do nascituro, embora oposição da mãe que alegava ter sido vítima de estupro por agentes federais. RcI- QO 2.040/DF. Constatou-se que ela teria engravidado de uma caneta bic. Engravidou para não ser extraditada. 
OBS. Não há violação do direito a privacidade/intimidade na utilização de materiais descartados pelo indivíduo para realização de perícia. O lixo está protegido apenas enquanto estiver no interior do seu domicílio, entretanto não está protegido após ser descartado.
Exame de Raio-X não é considerada prova invasiva – STJ
OBS. Raio X é muito utilizado na verificação de tráfico de drogas.
Nemo Tenetur se detegere e a prática de outros ilícitos:
Ex. Nardoni – O casal fora condenado pelos crimes de: Homicídio + fraude processual (por ter alterado a cena do crime)
- O direito ao silêncio não dá direito do indivíduo praticar novos crimes na tentativa de encobrir crimes anteriores
OBS. Falsa identidade para se esquivar de identificação não pode invocar tal princípio.
Súmula 522 do STJ: A conduta de atribui-se falsa identidade perante autoridade policial é típica, ainda que em situação de alegada autodefesa
Princípio do Contraditório:
Art.5º LV da CF: aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
Concepção original:
Elementos essenciais:
 - Direito à informação:
- Ciência dos atos processuais;
- Direito de participação:
- Possibilidade de reação (defesa);
Ampla defesa: aplica-se exclusivamente ao acusado, enquanto, que o contraditório vale para todos.
Conceito: Consiste na ciência bilateral dos atos ou termos do processo e a possibilidade de contrariá-los. Eis o motivo pelo qual se vale a doutrina da expressão “audiência bilateral”, consubstanciada pela expressão em latim “audiatur et altera pars” (seja ouvida também a parte contrária)
Súmula 707 do STF: Constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer contrarrazões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação de defensor dativo.
Concepção moderna:
- Contraditório efetivo e equilibrado:
	- Não basta cogitar a possibilidade de reação, pois a reação deve ser efetiva;
	- Mudança subjetiva e objetiva;
	- Ninguém será condenada sem defensor;
Mudança subjetiva: o juiz deve zelar pelo respeito a paridade de armas
Contraditório para a prova (contraditório real) e contraditório sobre a prova (diferido):
Contraditório real: é o contraditório que é observado por ocasião da produção da prova (a regra) 
Contraditório diferido: é o contraditório postergado. (Exceção a regra) Ex. interceptação telefônica.
Princípio da Ampla Defesa:
- Art.5º LV da CF: aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
- Defesa técnica (processual ou específica):
	- Exercida por um profissional da advocacia;
	- “Art. 261.  Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado ou julgado sem defensor.
Parágrafo único. A defesa técnica, quando realizada por defensor público ou dativo, será sempre exercida através de manifestação fundamentada.”
	- Súmula 523 do STF: “ No processo penal, a falta de defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu”
- Caráter irrenunciável da defesa técnica: a defesa técnica dispensa aceitação do acusado;
Súmula 708 do Supremo: “ é nulo o julgamento da apelação se, após a manifestação nos autos da renúncia do único defensor, o réu não foi previamente intimado para constituir outro”
	- Direito de escolha do defensor pelo próprio acusado;
Súmula 707 do STF: “Constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer contrarrazões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação de defensor dativo” 
	- Impossibilidade de o acusado exercer a sua própria defesa técnica, exceto se for profissional da advocacia (advogado inscrito na OAB).
OBS. Os membros do MP estão impedidos de exercer advocacia, mesmo em causa própria, por serem atividades incompatíveis. 
	- Patrocínio de defesa técnica de dois ou mais acusados pelo mesmo defensor:
		- É permitido, desde que não haja colidência (conflito de interesses) de teses pessoais, ou seja desde que a tese de ambas sejam equivalentes.
- Autodefesa (material ou genérica):
- É exercida pelo próprio acusado;
- O acusado por optar pelo seu não exercício;
Desdobramentos:
- Direito de audiência:
	- Direito que o acusado tem de ser ouvido pelo juiz.
	- Interrogatório – meio de defesa
- Direito de presença:
	- Direito que o acusado possui de acompanhar os atos da instrução probatória;
	- Se o indivíduo estiver preso em outra unidade da federação, ainda assim, terá o direito de presença, fazendo-se necessário o deslocamento com escolta. Sendo possível ainda a vídeo conferência.
		- A inobservância desse direito é causa de nulidade relativa – deveser comprovado a requisição e o prejuízo para o réu.
	- Natureza relativa do direito de presença: há situações em que o direito de presença possa causar constrangimento a pessoa da vítima e das testemunhas
	“Art. 217.  Se o juiz verificar que a presença do réu poderá causar humilhação, temor, ou sério constrangimento à testemunha ou ao ofendido, de modo que prejudique a verdade do depoimento, fará a inquirição por videoconferência e, somente na impossibilidade dessa forma, determinará a retirada do réu, prosseguindo na inquirição, com a presença do seu defensor.           
Parágrafo único. A adoção de qualquer das medidas previstas no caput deste artigo deverá constar do termo, assim como os motivos que a determinaram.”      
- Desnecessidade de deslocamento de acusado preso para oitiva de testemunhas perante o juízo deprecado. 
- O direito de presença deve ser respeitado, mas poderá ocorrer por vídeo conferência (remota);
- Nulidade relativa;
- Capacidade postulatória autônoma do acusado:
	- Devido a importância da liberdade de locomoção, o acusado possui capacidade postulatória, ainda que o mesmo não seja formado na área de direito.
	- Interpor recursos (na primeira instância);
	- Provocar incidentes à execução penal;
	- Impetrar habeas corpus.
- Ampla defesa no processo administrativo disciplinar: 
	- STF entendo que no processo administrativo, não necessita de advogado, entretanto há ampla defesa (obrigatória).
OBS. STJ – súmula 343 – entendimento diferente. Entende que é obrigatória a assistência por advogado.
	- Súmula STF vinculante nº 5: “A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a constituição” 
		- Não é aplicável a execução penal.
	- No processo administrativo existe ampla defesa:
		- Direito a informação;
		- Direito à reação;
		- Direito à apreciação das suas razões por um órgão parcial.
- Ampla defesa da execução penal:
	- Ampla defesa obrigatória;
	- Defensor obrigatório;
Súmula nº 533 do STJ: “Para o reconhecimento da prática da falta disciplinar no âmbito da execução penal, é imprescindível a instauração de procedimento administrativo pelo diretor do estabelecimento prisional, assegurando o direito de defesa, a ser realizado por advogado constituído ou defensor público nomeado”
Princípio do Juiz Natural:
Conceito: Direito que cada cidadão possui de conhecer antecipadamente a autoridade jurisdicional que irá processar e julgá-lo caso venha a praticar um fato delituoso
- Visa garantir a imparcialidade do julgador;
Previsão constitucional:
Art.5º:
“XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;”
Tribunal de Exceção: 
- É o oposto de juiz natural;
- É o juízo criado após a prática do ato delituoso, especificamente para julgá-lo.
OBS. também é tribunal de exceção aquele criado “ad pernomam”, ou seja, com vistas ao julgamento específico de uma determinada pessoa ou grupo de pessoas, mesmo que para fatos futuros.
As justiças especiais, como justiça militar e eleitoral, gozam de previsão constitucional e não são tribunais de exceção, uma vez que são criadas antes da prática de fatos que irão julgar.
Competência do foro prerrogativa de função: prevista na Constitucionalidade e visa resguardar a imparcialidade, não se trata de um privilégio pessoal.
Regras de proteção que derivam do juiz natural:
- Só podem exercer jurisdição os órgãos instituídos pela Constituição;
- Ninguém pode ser julgado por órgão instituído após o fato;
- Entre os juízos pré-contituídos vigora uma ordem taxativa de competências que exclui qualquer alternativa deferia à discricionariedade de quem quer que seja.
Lei modificadora da competência e sua possível aplicação imediata aos processos em andamento:
Ex.1: Crimes dolosos contra a vida praticado por militares, ainda que em serviço, contra civis – foi alterado pela Lei 9.299/96 -> antes dessa lei a competência era da justiça militar, após essa lei a competência é da justiça comum 
- Os processos em andamento podem ser deslocados com a lei nova que altera a competência?
	- De acordo com a doutrina, não! Pois violaria o princípio do juiz natural
	OBS. a competência é regida pela lei em vigor à época do crime. 
 	- Os tribunais superiores firmaram o entendimento de que lei que altera a competência tem aplicação imediata aos processos em andamento.
OBS. os processos da segunda instância não são atingidos pela alteração da competência, pois haveria violação à competência recursal.
Ex.2: Tráfico internacional de drogas cometido em comarca onde não há vara federal – antigamente era julgado pela lei estadual, entretanto de acordo com a nova lei de drogas o tráfico internacional sempre será julgada pela justiça federal, ainda que naquela cidade não haja vara federal. 
	- Art.70 Da lei 11.343/2006: P.U: Os crimes praticados nos Municípios que não sejam sede de vara federal serão processados e julgados na vara federal da circunscrição respectiva.
Ex.3: Ampliou a competência da justiça militar – Lei 13.491/2017
Convocação de Juízes de 1º grau para substituir desembargadores: 
- Possui previsão legal- Art.118, LC-35/79;
- Critério para convocação do juiz:
	- Critério de escolha deve ser objetivo;
	- A escolha se dá por decisão da maioria absoluta do Tribunal respectivo, ou se houver, se seu órgão especial.
	- O próprio desembargador não pode escolher o juiz que irá substituí-lo.
Julgamento por turma (ou câmara) composta, em sua maioria ou exclusivamente por juízes convocados:
- É permitido, exceto no julgamento por foro privilegiado em que há previsão expressa do limite de juízes que podem atuar. 
Especialização para o julgamento de crimes de lavagens de capitais:
Especializar Varas – não é matéria alcançada pela reserva legal em sentido estrito, apenas pelo princípio da legalidade em sentido amplo.
Lei 5.010/66, art.12 – Todavia após a CF/88 a competência é do TRF e não do Conselho da Justiça Federal, através de resolução/provimento.
Princípio da Publicidade:
- Ligado ao caráter democrático do processo penal;
Publicidade permite o controle da sociedade dos atos praticados pelo Estado.
- Garantia de segundo grau ou garantia de garantia (Ferrajioli)
- Tal princípio proporciona o controle sobre as demais garantias (demais princípios expostos acima)
Previsão constitucional, convencional e legal:
CF, Art.93 - IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;   
CF, art. 5º, LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
CADH- Convenção americana -Art.8º 5.
CPP – Art.792 - As audiências, sessões e os atos processuais serão, em regra, públicos e se realizarão nas sedes dos juízos e tribunais, com assistência dos escrivães, do secretário, do oficial de justiça que servir de porteiro, em dia e hora certos, ou previamente designados.
§ 1o  Se da publicidade da audiência, da sessão ou do ato processual, puder resultar escândalo, inconveniente grave ou perigo de perturbação da ordem, o juiz, ou o tribunal, câmara, ou turma, poderá, de ofício ou a requerimento da parte ou do Ministério Público, determinar que o ato seja realizado a portas fechadas, limitando o número de pessoas que possam estar presentes.
§ 2o  As audiências, as sessões e os atos processuais, em caso de necessidade, poderão realizar-se na residência do juiz, ou em outra casa por ele especialmente designada. (caiu em desuso esse inciso)
Divisão da Publicidade:
Publicidade ampla (plena, absoluta, popular ou geral): 
- Funciona como regra;
- O processo é aberto a todos, não apenas as partes e seus procuradores, como também ao público;
- Direito de assistência, o público pode acompanhara realização dos atos processuais;
- Direito de narração dos atos processuais;
- Consulta dos autos por qualquer pessoa
Publicidade restrita (segredo de justiça):
- Quando há necessidade de proteção da intimidade e de interesse social;
Ex.792, §1º CPP.
- Pode haver restrição ao público em geral. Ex. crimes sexuais. Art.234-B do CP;
- Publicidade pode envolver as próprias partes. Ex. Art. 217 CPP- retirada do acusado da sala de audiência.
OBS. Segredo de justiça está dentro da cláusula de reserva de jurisdição Quando o segredo de justiça declarar o segredo de justiça, somente o próprio juiz, ou autoridade competente superior poderá remover esse segredo de justiça.

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