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Apostila Int Engenharia

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Prévia do material em texto

INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
André Lunardi Steiner
2INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
SUMÁRIO
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFTEC
Rua Gustavo Ramos Sehbe n.º 107. 
Caxias do Sul/ RS 
REITOR
Claudino José Meneguzzi Júnior
PRÓ-REITORA ACADÊMICA
Débora Frizzo
PRÓ-REITOR ADMINISTRATIVO
Altair Ruzzarin
DIRETORA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD)
Lígia Futterleib
Desenvolvido pela equipe de Criações para o 
ensino a distância (CREAD)
Coordenadora e Designer Instrucional 
Sabrina Maciel
Diagramação, Ilustração e Alteração de Imagem
Igor Zattera, Leonardo Ribeiro 
Revisora
Introdução 3
A ENGENHARIA E O DESENVOLVIMENTO 
SOCIOECONÔMICO DO PAÍS 4
Histórico do Centro Universitário Uniftec 10
O estudo da engenharia 11
O engenheiro 13
História da engenharia 14
RELAÇÃO DO PROFISSIONAL 
DE ENGENHARIA COM O CREA 17
Lei 5.194 de 24 de dezembro de 1966 21
Resolução do Confea número 218 
de 28 de junho de 1973 28
Resolução do Confea número 235 
de 09 de outubro de 1975 29
Resolução do Confea número 380 
de 17 de dezembro de 1993 29
PROCESSOS DE GESTÃO E PRINCIPAIS 
MÉTODOS, TÉCNICAS E PROCESSOS 32
Lógica de processos e sistemas 33
Planejamento Avançado da 
Qualidade do Produto - APQP 35
Técnicas de produção enxuta 41
Softwares de automação 
de engenharia e produção 43
Nanotecnologia 46
Sistemas híbridos de propulsão 47
Internet das Coisas - IoT 49
NORMAS E PADRÕES NA ENGENHARIA 53
Normas regulamentadoras brasileiras 56
Normas ISO 61
Outras normas ISO 64
Normas ABNT/Inmetro 72
Norma OHSAS 76
Normas IEC 77
PGQP/PNQ 78
Normas mais aplicadas 80
PADRÕES INTERNACIONAIS DE MEDIDAS 85
A origem das unidades 86
Sistema Internacional de Medidas 88
3INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
Introdução
Neste ebook vamos desenvolver um estudo sobre diversas questões ligadas 
à Engenharia no geral, a qual é um vasto universo de estudos, desde a categoria 
do profissional até a aplicabilidade da função do Engenheiro.
Para desenvolver o conteúdo sobre Engenharia, vamos dividir este estudo 
em algumas etapas, as etapas 1, 2 e 3 serão fundamentais e conceituais em relação 
à engenharia, respectivamente. Já as etapas 5 e 6 vão discutir algumas bases 
fundamentais para o bom exercício da profissão em todos os seus âmbitos, como:
1. A evolução da engenharia no contexto de desenvolvimento econômico e 
social do país.
2. Relação do profissional de engenharia com o CREA.
3. Visão sistêmica dos processos de gestão empresarial e principais métodos, 
técnicas e processos utilizados pela engenharia.
4. Introdução das normas e padrões, bem como as suas interpretações e aplicações 
nas atividades de Engenharia.
5. Padrões internacionais de medidas.
O estudo e a atividade profissional de 
Engenharia tem uma amplitude imensa, com 
interligações de diversas áreas de conhecimento, 
bem como possibilidades de aplicação.
4INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
A ENGENHARIA E O 
DESENVOLVIMENTO 
SOCIOECONÔMICO 
DO PAÍS
Como surgiu a engenharia? 
Qual a sua aplicabilidade?
Ao escolher um curso de engenharia ou a profissão de 
engenheiro é importante compreender suas nuances e aplicabi-
lidade. Usualmente, um curso de engenharia é válido quando 
regulamentado por um órgão fiscalizador. O respectivo órgão 
visa supervisionar a grade curricular do curso, as disciplinas e 
profissionais de ensino, também se os mesmos estão atendendo 
aos requisitos mínimos, relacionados aos ditames educacionais 
Um estudo não existe por si só, ele é o resultado 
da união de diferentes necessidades e conceitos 
que acabam por formar uma ciência maior.
5INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
requeridos à formação, assim como para o desempenho da fun-
ção. Além disso, sendo a engenharia uma profissão regulamen-
tada por lei, é imprescindível que as premissas do curso estejam 
alinhadas com as necessidades legais da profissão em questão.
A disciplina de Introdução à Engenharia compreende iniciar 
o aluno nesse universo, fazendo um apanhado básico e gene-
ralista de questões que serão mais profundamente discutidas e 
requeridas nas demais disciplinas do curso e, para isso, a mesma 
visa gerar as seguintes competências aos alunos:
• Conhecer um panorama geral sobre os cursos de engenharia 
da instituição, área tecnológica, científica e entidades pro-
fissionais;
• Utilizar os conhecimentos e as técnicas da engenharia nos 
processos produtivos considerando tecnologias modernas vin-
culadas às questões econômicas, sociais, técnicas e ambientais;
• Aplicar os conhecimentos da engenharia na busca pelas 
inovações tecnológicas.
Para gerar estas competências, ou seja, para deixar o aluno 
apto a poder executar ou conhecer tais conceitos é necessário 
o desenvolvimento de algumas habilidades, ou seja, o aluno 
deve conseguir realizar e poder desenvolver os seguintes tópi-
cos que, garantidos, vão deixar o estudante apto a atender as 
competências definidas:
• Utilizar normas e padrões técnicos empregados em enge-
nharia;
• Compreender a importância do conhecimento da Engenharia 
para o desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental;
• Entender as técnicas utilizadas pela Engenharia com foco 
integrado e de inovação tecnológica;
6INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
• Diferenciar as aplicações e tecnologias empregadas na en-
genharia;
• Desenvolver demonstrativos práticos aplicados às atividades 
de engenharia.
 Assim, de maneira a criar as habilidades descritas, é neces-
sário o uso de algumas bases tecnológicas conceituais e práticas 
a fim de fundamentar o estudo. Estas bases tecnológicas estão 
distribuídas ao longo dos capítulos deste ebook:
• A evolução da engenharia no contexto de desenvolvimento 
econômico e social do país;
• Relação do profissional de engenharia com o CREA;
• Fundamentos e funções da engenharia e a visão sistêmica 
dos processos de gestão empresarial;
• A integração da engenharia com as tecnologias de infor-
mação e comunicação;
• Principais métodos, técnicas e processos utilizados pela 
engenharia;
• O perfil do profissional de engenharia e o mercado de tra-
balho atual;
• Introdução das normas e padrões, bem como suas interpre-
tações e aplicações nas atividades de Engenharia;
• Normas Regulamentadoras do MT – Ministério do Trabalho, 
discussão e aplicação nas empresas;
• Organização Internacional para Padronização (ISO);
• OHSAS 18000 – Gestão da Saúde e Segurança ocupacional;
7INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
• Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT);
• International Electrotechnical Comission (IEC);
• Padrões internacionais de medidas.
Todos esses detalhes estão definidos em um documento 
denominado Plano de Ensino, esse documento é de extrema 
importância, ele é a declaração que a instituição realiza sobre 
o que está se pro- pondo a entregar na disciplina em questão, 
ainda, o mesmo é validado junto a um conjunto maior de do-
cumentos, o qual é submetido aos órgãos competentes, sendo, 
neste caso, o Ministério da Educação e Cultura (MEC), de 
modo a demonstrar o cumprimento dos preceitos relacionados 
ao curso, conforme citado anteriormente.
É bastante interessante o aluno estar a par do Plano de 
Ensino de qualquer disciplina que esteja cursando, sendo que 
o mesmo deve estar prontamente divulgado e disponível para 
a consulta. É nesse documento que o aluno vai encontrar os 
detalhes do que pode esperar de cada uma das disciplinas, do 
mesmo modo que serve como instrumento para avaliar se a 
instituição está cumprindo com o que se propôs, assim como 
é direito do aluno poder realizar essa verificação e eventual 
cobrança. Normalmente, o Plano de Ensino também vai definir 
qual será o sistema de avaliação que será utilizado, de modo 
a verificar se, nos estágios pertinentes, o aluno entendeu e 
cumpriu com as bases tecnológicas, desenvolveu as habilidades 
requeridas e está apto às competências que dele se esperava.
 Segundo Bazzo e Pereira (1996), os alunos aportam na 
Instituição de Ensino e são literalmente jogados na “roda viva” 
do ambiente universitário. O termo é utiliza- do, porque um 
curso de nível superior, e aqui enquadramosos diversos cursos 
de Engenharia ministrados na UNIFTEC, não é “estanque”, 
não está “congelado”, o mesmo é extremamente dinâmico. 
Nesses cursos, há um grande número de iterações possíveis 
relacionado ao conhecimento prévio do aluno, o ambiente onde 
8INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
vive, o grau de dedicação do mesmo ao estudo, bem como suas 
possibilidades de poder realizar alguma aplicação prática. A 
única coisa que está, de certa forma, definida e estática é o 
plano de desenvolvimento para o aluno, todo o resto está em 
constante modificação e vai possibilitar o desenvolvimento de 
profissionais capazes, mas para isso o aluno deve sentir que 
pertence, desde o início, ao curso por ele escolhido, e compre-
ender a necessidade e a importância dos diferentes conteúdos 
didáticos que lhe serão repassados.
Naturalmente, algumas disciplinas serão mais teóricas do 
que outras, algumas serão mais técnicas, outras mais práticas. 
Outras de interesse mais imediato do aluno, ou chamam mais 
sua atenção, ou ainda, o aluno tem ou já teve algum contato 
com o assunto em questão, isso tudo é natural, mas volta-se a 
comentar que o profissional da Engenharia só estará pleno de 
suas capacidades se desenvolver todas as habilidades requeridas, 
ou seja, todas as disciplinas têm igual peso e importância para 
a formação do indivíduo.
9INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
Para tanto, existe a necessidade de uma visão integral do 
curso, ou seja, que o mesmo seja visto e entendido por com-
pleto. Dessa forma, um curso não se faz apenas com um bom 
corpo docente, laboratórios, bibliotecas, uma vez que essa é 
a estrutura disponibilizada pela Instituição de Ensino para 
cumprir sua parte do papel, mas o bom aproveitamento dessa 
estrutura depende, sobretudo, da qualidade e da dedicação dos 
próprios alunos que ingressam nesse curso. De certa forma, 
existem instituições com mais ou menos estrutura, com um 
docente que melhor explana sobre um assunto ou outro, mas 
há de se entender que, em ambos os casos, se o curso é valida-
do, e cumpre-se as necessidades requeridas para a formação 
do profissional que, será tão bom, quanto sua dedicação em 
aprender o permitir. Portanto, não existe docente, estrutura ou 
instituição que fará uma pessoa aprender o conteúdo, se essa 
não deseja ou não está envolvida com o estudo. Aprender o 
conteúdo é uma via de mão dupla, um curso é integralmente 
formado de estrutura, docentes e alunos.
Introdução à Engenharia é uma disciplina, como o próprio 
nome sugere, introdutória, é importante para o aluno com-
preender como seu curso é formado e estruturado, para tanto, 
como já mencionado, diversas informações acerca do curso são 
submetidas ao Ministério da Educação e Cultura que, após 
avaliação, define por permitir à instituição o desenvolvimento 
do curso ou não. Essa avaliação procura identificar se, tanto 
estrutura, como docentes, como Planos de Ensino estão de 
acordo com as necessidades do profissional que está buscando 
a formação e os requisitos legais para a profissão em questão. 
Todas essas informações estão contidas em um documento 
chamado Projeto Pedagógico de Curso (PCC), sendo assim, 
faz-se importante o aluno buscar compreender as informações 
contidas no mesmo, para então ter uma melhor visão do curso 
e do que foi previsto para o mesmo. Usualmente tais informa-
ções sobre os PCCs dos cursos estão prontamente acessíveis 
e identificáveis na respectiva página de informações sobre o 
curso escolhido no site da UNIFTEC.
10INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
Histórico do Centro Universitário Uniftec
A história da UNIFTEC surgiu nos primeiros anos da 
década de 90, em Caxias do Sul, na Serra Gaúcha, como uma 
Escola de Informática denominada Datapró. O objetivo da es-
cola era qualificar jovens na área da informática para trabalhar 
em empresas da região.
No ano de 2002, a demanda por profissionais qualificados 
para atuar no mundo do trabalho era grande. Nesse cenário, 
nasceu, em Caxias do Sul, a Faculdade de Tecnologia FTEC 
com uma missão bem definida. Instituição preocupada em 
atender às demandas da formação de profissionais de alta em-
pregabilidade e capacidade empreendedora.
Recentemente, no ano de 2016, a FTEC recebeu aprovação 
do MEC para elevação à categoria de Centro Universitário, 
passando agora a se chamar UNIFTEC, mais um importante 
marco na evolução da instituição, visto que com esse novo sta-
tus, a gama de cursos ofertados e níveis de educação recebem 
um incremento significativo, sendo um deles, por exemplo, 
a possibilidade de ofertar cursos de Stricto Senso, tais como 
Mestrados.
11INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
O estudo da engenharia
Como já explanado, o estudo da Engenharia requer um 
bom nível de dedicação e esforço, pois é função e prerrogativa 
do engenheiro, que o mesmo consiga compreender e analisar, 
dentro da sua área de atuação, os diferentes fenômenos que o 
cercam. Assim, a expectativa de adquirir novos conhecimentos 
e novas amizades renova as esperanças de um futuro melhor, 
contudo apenas aguardar que os professores entreguem os 
conhecimentos previamente elaborados, é uma atitude muito 
comodista e incompatível com os propósitos de uma formação 
universitária. Além do que, não é o perfil que se espera de 
um engenheiro, que normalmente tende a ser um profissional 
proativo e que busca seu aprimoramento constantemente.
Atualmente, acreditamos que de agente passivo, o estu-
dante agora deva passar a agente ativo do processo educacional. 
Logo, seu aprendizado deverá ser tão bom quanto seu nível 
de dedicação ao mesmo, visto que acreditamos que, após 10 
anos, a metade do que o engenheiro aprendeu no seu curso de 
graduação, será considerado como conhecimento obsoleto, a 
vista do surgimento constante de novas técnicas, tecnologias, 
aplicações e desafios que nos são impostos diariamente no 
âmbito profissional. No ritmo em que têm evoluído a Ciência 
e Tecnologia, calcula-se que dentro de 25 anos o montante de 
conhecimento será 4 vezes maior do que o existente atualmente 
e, dentro de 50 anos, 30 vezes maior, sendo assim, 97% do que 
será conhecido daqui a alguns anos, estará sendo descoberto ou 
inventado a partir de hoje. A busca pelo conhecimento e pela 
atualização é a forma de se manter conectado aos desafios e 
situações que serão atendidas pelo profissional da Engenharia.
Então, deixamos a questão:
O que deve ser ensinado em um curso de graduação?
12INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
 Essencialmente, a resposta para essa pergunta é: ensina-se 
a aprender e a estudar com eficiência!
Hoje, o bom engenheiro aprende conceitos básicos que 
possibilitem analisar tais conceitos no âmbito profissional e, 
assim, tomar decisões ou realizar propostas a fim de tornar seu 
trabalho mais eficiente. Muitas serão as nuances que o profis-
sional acabará por ter que buscar de maneira autodidata, pois 
é impossível um curso de formação conseguir prever todas as 
possibilidades de aplicação da Engenharia.
Saber estudar com eficiência e eficácia não é nato do ser 
humano, é algo que precisa ser aprendido, pois não há regras 
absolutas no tocante aos métodos de estudo, existem algumas 
dicas ou técnicas que acabam por ajudar a melhorar os resulta- 
dos. Conseguir enxergar um determinado assunto sob diferentes 
abordagens, a fim de compará-los e ref letir, criticamente, a 
respeito do tema, ajuda a despertar senso crítico e a concatenar 
diferentes disciplinas. Entretanto, é necessário aprender a fazer 
perguntas, uma vez que as perguntas certas no momento exato 
trazem respostas com alto grau de usabilidade, já perguntas 
fora de contexto podem vir a criar má interpretações. Outros 
detalhes que fazem a diferença são a racionalização do tempo 
(saber usar o tempo de forma coerente) e a confecção de um 
horário de estudo e trabalho realístico. Dessa forma, são fases 
do estudo:
• Preparação (ambiente, posição, material necessário, perse-
verança);
• Captação (professor em aula, leitura de livros, experiências 
e observações);
• Processamento (retere integrar os assuntos).
O estudante que, sobretudo, opta pela Engenharia, tem 
que estar ciente que este é um caminho árduo e que requer 
bastante dedicação, pois inúmeras serão as vezes que, como 
13INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
engenheiro, lhe serão feitas perguntas imaginando 
que, por re- presentar uma profissão tão nobre, e 
você como representante desta classe, deverá ter as 
respostas ou um meio correto de chegar as mesmas.
O engenheiro
Os engenheiros são indivíduos que combinam 
conhecimentos da ciência, da matemática e da eco-
nomia para solucionar problemas técnicos com os 
quais a sociedade se depara. Na verdade, é o co-
nhecimento prático que distingue o engenheiro do 
cientista.
Praticamente, todos os objetos feitos pelo ho-
mem, os quais você percebe a sua volta, resultaram do 
esforço de engenheiros, ocorrido em algum momento 
da história da humanidade ou da história deste ob-
jeto. Sendo assim, o engenheiro é integrante do que 
Engenharia
de Computação
Engenharia
Elétrica
Engenharia
de Produção
Engenharia
Mecânica
Engenharia
Civil
3000 aC
Física Química Biologia
1000 aC
dC 1700
dC 1800
dC 1900
dC 1950
Época atual
Agronomia
Engenharia Química
Engenharia Aeroespacial
Engenharia Bioquímica
Engenharia Nuclear
Engenharia Biomédica
Engenharia de Materiais
chamamos de equipe tecnológica, que vem a ser formada de Cientistas, 
Engenheiros, Tecnólogos e Técnicos.
O quadro abaixo busca relacionar as atividades científicas básicas, tais 
como física, química e biologia com os contextos históricos dos primórdios 
do que é considerado engenharia e seu surgimento:
Fonte: Evolução Histórica da Engenharia. Fonte: Holztapple (2006)
14INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
São habilidades requeridas de um engenheiro
• Habilidade para aplicar conhecimentos de matemática, 
ciência e engenharia;
• Habilidade para projetar e conduzir experimentos, assim 
como para analisar e interpretar dados;
• Habilidade para projetar um sistema, componente ou pro-
cesso para atender as especificações desejadas;
• Habilidade para trabalhar em equipes multidisciplinares;
• Habilidade para identificar, formular e solucionar problemas 
de engenharia;
• Entendimento das responsabilidades profissionais e éticas;
• Habilidade para se comunicar eficientemente;
• Conhecimento amplo e necessário para entender o impacto 
de soluções de engenharia em um contexto global e social.
História da engenharia 
É quase impossível determinar a data do surgimento da en-
genharia, visto que a história humana se desenvolve há milhares 
de anos e seu desenvolvimento tecnológico está relacionado com 
a respectiva função. É de se esperar que, há milhares de anos o 
homem já promovia seu próprio desenvolvimento tecnológico 
e que, na época, não havia a formalidade do estudo que existe 
hoje em dia, o conhecimento era transmitido entre as pessoas 
e de maneira muito empírica. Com o passar dos anos foram 
sendo criados locais para desenvolver as questões relacionadas à 
educação da humanidade e, a partir disso, começaram a existir 
certas formalizações. Nos dias atuais existem regulamentações 
a respeito de certas profissões, como a medicina, odontolo-
gia, direito, contabilidade, engenharia, entre outras. Essas 
profissões necessitam de um mínimo de conhecimento para 
que possam ser executadas, visto o grau de importância que 
têm ou o risco que trazem se executadas de maneira incorreta.
15INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
Síntese
• O engenheiro é o profissional que se utiliza dos seus co-
nhecimentos teóricos e práticos para solucionar problemas 
técnicos.
• A engenharia está presente nos mais diferentes âmbitos e, 
essencialmente, toda tecnologia ao nosso redor foi fruto das 
ações de engenheiros.
• Existe a necessidade de profunda dedicação a fim de entender 
e poder aplicar os conhecimentos de engenharia, para assim 
tornar-se um bom profissional do ramo.
16INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
Exercícios
1. O que é ser um engenheiro?
2. Quais são suas principais atribuições?
3. Quais são as principais competências geradas por essa disciplina?
4. Das atribuições do engenheiro, quais as que você mais se identifica no âmbito do seu trabalho?
17INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
RELAÇÃO DO 
PROFISSIONAL 
DE ENGENHARIA 
COM O CREA
O que é o CREA? Qual a relação do 
engenheiro com este órgão?
A profissão do engenheiro é uma profissão regulamentada e 
que tem um órgão fiscalizador para atender as necessidades das 
empresas e dos técnicos nele credenciados. O credenciamento 
do profissional junto ao órgão é de suma importância para a 
correta execução e regularização de sua atividade e da atividade 
da empresa. No Rio Grande do Sul, este órgão é denominado 
Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio Grande 
do Sul, o CREA-RS e, do mesmo modo, praticamente cada 
estado brasileiro tem seu órgão regulador.
Existe um organismo que regulamenta e 
fiscaliza a profissão do Engenheiro, o CREA.
18INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
Tomando como exemplo o já citado CREA-RS, de 
acordo com as def inições na área institucional do site 
(http://www.crea-rs.org.br), o Conselho Regional de Engenha- 
ria e Agronomia do Estado do Rio Grande do Sul – CREA-RS 
- é uma entidade autárquica de fiscalização do exercício e das 
atividades profissionais, dotadas de personalidade jurídica de 
direito público, constituindo serviço público federal, vinculada 
ao Conselho Federal de Engenharia e Agronomia – Confea. 
O CREA-RS tem sede e foro na cidade de Porto Alegre e 
jurisdição no Estado do Rio Grande do Sul, instituída pela 
Resolução nº 2, de 23 de abril de 1934, na forma estabelecida 
pelo Decreto Federal nº 23.569, de 11 de dezembro de 1933, e 
mantida pela Lei n° 5.194, de 24 de dezembro de 1966, a fim 
de exercer papel institucional de primeira e segunda instâncias 
no âmbito de sua jurisdição. É o órgão de fiscalização, contro-
le, orientação e aprimoramento do exercício e das atividades 
profissionais da Engenharia, da Agronomia, da Geologia, da 
Geografia e da Meteorologia, em seus níveis médio e superior, 
no território de sua jurisdição. (artigos 1º e 2º do Regimento).
 Os Conselhos Profissionais não recebem nenhum tipo de 
subsídio do Governo, porém são vinculados ao Conselho Fede-
ral de Engenharia e Agronomia – Confea, o qual é a instância 
superior de regulamentação das profissões abrangidas. Assim, 
cabe ao Confea garantir a unidade de ação e a normatização de 
todos os CREAs, exercendo funções de supervisão financeira 
e administrativa sobre eles, vindo a fornecer Sistema Confea/
Crea. Ciente da importância do papel que desempenha na 
sociedade gaúcha, o Conselho abrange os profissionais da En-
genharia Civil, Geografia, Agrimensura, Engenharia Elétrica 
e Eletrônica, Eletrotécnica, Engenharia Industrial, Mecânica, 
Têxtil, Naval, Aeronáutica e Metalúrgica, Agronomia, Meteo-
rologia, Geologia, Engenharia de Minas, Engenharia Florestal, 
Engenharia Química, Engenharia de Segurança do Trabalho, 
Tecnólogos e os Técnicos de Nível Médio.
Segundo dados de 2017, existem 44 das respectivas Ins-
petorias atuando no Estado. O CREA-RS além de ser uma 
órgão fiscalizador no exercício profissional, também oferece 
19INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
proteção: tanto ao garantir o mercado de trabalho para aquele 
que é legalmente habilitado, como assegurar ao cidadão que os 
serviços, por ele contratados, possuam um responsável técnico. 
É nesse espaço que atua a fiscalização da Instituição, exigindo 
dos profissionais a Anotação de Responsabilidade Técnica 
(ART), documento que forma o acervo de cada profissional 
e garante à sociedade a certeza de que aquele, que executa o 
serviço, está legalizado.
Objetivos:
• Garantir à sociedade que somente profissionais tecnicamente 
habilitados sejam responsáveis por serviços e/ou obras;
• Registrar profissionais e empresas da área tecnológica;
• Fiscalizar o exercício profissional em defesa da comunidade.
De maneira análoga, cada órgão regulador ligado ao 
CONFEA também possui informações semelhantes e quepodem ser facilmente acessadas pelo profissional habilitado.
Atribuições:
• Autorizar a atuação da empresa ou do profissional, através 
do seu registro;
• Manter o Acervo Técnico do pro- fissional, com registro de 
todas as suas obras/serviços;
• Exigir da sociedade que somente profissionais tecnicamente 
habilitados sejam responsáveis por obras/serviços da área 
tecnológica;
• Registrar a ART - Anotação de Responsabilidade Técnica 
- documento que especifica as responsabilidades do profis-
sional quanto aos serviços/obras executados.
20INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
O Exercício profissional da Engenharia é 
regulado pela Lei 5.194, de 24 de dezembro de 
1966, a mesma que rege as atribuições, respon-
sabilidades e deveres do Engenheiro enquanto 
no âmbito do exercício da sua profissão. A 
seguir, vamos transcrever alguns trechos de 
maior relevância da referida lei com comen-
tários, quando apropriado. É de extrema im-
portância o profissional conhecer as regras que 
definem sua profissão, atribuições, bem como 
as penalidades a que possa sofrer no mau uso de 
suas atribuições e, inclusive, um valor mínimo 
definido por lei para exercício da profissão.
21INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
Lei 5.194 de 24 de dezembro de 1966
Inicialmente, busca-se estipular o que é a profissão de 
um engenheiro, caracterizando a mesma pelas realizações de 
interesse social e humano que importem na realização dos 
seguintes empreendimentos:
a. aproveitamento e utilização de recursos naturais;
b. meios de locomoção e comunicações;
c. edificações, serviços e equipamentos urbanos, rurais e re-
gionais, nos seus aspectos técnicos e artísticos;
d. instalações e meios de acesso a costas, cursos e massas de 
água e extensões terrestres;
e. desenvolvimento industrial e agropecuário.
Diante do exposto, para assegurar que o exercício da pro-
fissão seja realizado somente por profissionais habilitados, 
houve a necessidade da oficialização da profissão por meios 
legais, ou seja, foi outorgada legislação que define e rege tanto 
a profissão, como as atribuições do engenheiro, assegurando 
direitos e estipulando deveres ao detentor desse título. Portanto, 
a correta observação dos ditames legais e seus deveres, assegura 
ao profissional o exercício de profissão regulamentada e garan-
tida legalmente, tanto que, verificando o Artigo 3º temos que:
São reservadas exclusivamente aos 
profissionais referidos nessa Lei 
as denominações de engenheiro, arquiteto 
ou engenheiro-agrônomo, acrescidas, 
obrigatoriamente, das características 
de sua formação básica.
22INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
Note a importância que a legislação denota à profissão, dei-
xando claro que o título de engenheiro o profissional somente 
poderá ser utilizado por quem estiver habilitado e de acordo 
com essa legislação. Nesse momento, além da denominação de 
engenheiro, a lei garante que somente tal profissional estará 
apto e autorizado a realizar as tarefas designadas pela mesma 
legislação.
Fica claro também, antes de definir os direitos e atribuições 
do engenheiro, que o mesmo, de acordo com a própria legis-
lação, também pode sofrer sanções referentes ao uso ilegal do 
título ou exercício inapropriado da profissão, sendo estipulado 
como exercício ilegal as situações transcritas a partir do Artigo 
6º da legislação.
a. a pessoa física ou jurídica que realizar atos ou prestar serviços 
público ou privado reservados aos profissionais de que trata 
esta lei e que não possua registro nos Conselhos Regionais;
b. o profissional que se incumbir de atividades estranhas às 
atribuições discriminadas em seu registro;
c. o profissional que emprestar seu nome a pessoas, firmas, 
organizações ou empresas executoras de obras e serviços 
sem sua real participação nos trabalhos delas;
d. o profissional que, suspenso de seu exercício, continue em 
atividade;
Dessa forma, o primeiro parágrafo define que é considerado 
exercício ilegal executar a profissão sem o devido registro do 
profissional junto ao CREA, ou seja, mesmo formado em en-
genharia, a profissão somente é validada com o devi do registro. 
Já, o segundo parágrafo está descrevendo que o profissional 
não pode executar atividades que não sejam da competência do 
seu registro, por exemplo, o Engenheiro de Produção realizar 
projeto de estrutura civil (uma Ponte), isso cabe ao Engenheiro 
23INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
Civil, ou seja, mesmo formado em engenharia e registrado, o 
profissional tem uma gama de atividades que pode executar 
conforme a especialidade da sua formação, tais como, Enge-
nheiro Mecânico, Civil, Agrônomo, de Produção, de Materiais, 
cada qual abrange uma deter- minada gama de atividades. O 
terceiro parágrafo estipula que o profissional não pode sim-
plesmente atestar ou “assinar” por uma atividade que não tenha 
efetiva participação na etapa que lhe cabe como Engenheiro 
e, por fim, o quarto parágrafo define que, caso haja suspensão 
de sua atividade por qualquer motivo, o profissional não pode 
continuar a exercer a profissão sem o devido registro.
Definidas as eventuais execuções ilegais, o Artigo 7º da 
lei também define quais as atribuições do Engenheiro que são 
entendidas dentro do exercício legal da profissão, respeitando 
as atribuições relativas à especialidade de sua formação, sendo:
a. desempenho de cargos, funções e comissões em entidades es-
tatais, paraestatais, autárquicas, de economia mista e privada;
b. planejamento ou projeto, em geral, de regiões, zonas, cidades, 
obras, estruturas, transportes, explorações de recursos naturais 
e desenvolvimento da produção industrial e agropecuária;
c. estudos, projetos, análises, avaliações, vistorias, perícias, pa-
receres e divulgação técnica;
d. ensino, pesquisas, experimentação e ensaios;
e. fiscalização de obras e serviços técnicos;
f. direção de obras e serviços técnicos;
g. execução de obras e serviços técnicos;
h. produção técnica especializada, industrial ou agropecuária.
24INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
As atividades recém descritas são exclusivas de um “pro-
fissional” habilitado e registrado, e não, simplesmente, de uma 
empresa (pessoa jurídica). Visto que, para executar as referidas 
atividades, o profissional deve ser responsável pela execução 
das atividades da empresa, lembrando da questão abordada 
anteriormente quanto à participação efetiva na atividade.
Mais adiante, no Artigo 13º, a legislação define que os 
estudos, plantas, projetos, laudos e qualquer outro trabalho 
de engenharia, de arquitetura e de agronomia, seja público ou 
seja particular, somente poderão ser submetidos ao julgamento 
das autoridades competentes, bem como somente terão valor 
jurídico quando seus autores forem profissionais habilitados de 
acordo com esta lei. Desse modo, só é valido e então passível de 
qual- quer julgamento, trabalhos executados por profissionais 
legalmente habilitados, caso contrário, quaisquer um destes 
(estudos, plantas, projetos, laudos e qualquer outro trabalho 
de engenharia) serão considerados sem validade e não passí-
veis das sanções, nem tampouco, dos méritos atribuídos pela 
25INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
legislação. Para tanto, no Artigo 14º, a legislação define que 
existe a obrigatoriedade da existência, em qualquer um desses 
trabalhos citados, de assinatura, nome, titulação e número de 
registro de profissional legalmente habilitado e registrado para 
a execução da atividade.
Da mesma maneira, a legislação define, em seus artigos que 
vão do 17º ao 23º, que cabem direitos autorais (salvo contrato 
que expresse ao contrário) ao profissional que executar traba-
lhos legalmente registrados. Assim como, somente aos mesmos 
cabe o poder de realizar quaisquer alterações ou revisão, até 
mesmo em caso de alteração realizada por outro profissional 
habilitado, passando ao mesmo a total responsabilidade pelo 
trabalho em questão.
Ademais, é definida pela mesma legislação, nos artigos 
que vão do 24º ao 54º a criação do Conselho Federal de En-
genharia, Arquitetura e Agronomia (CONFEA)e Conselhos 
Regionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA), 
cabendo aos mesmos a verificação e fiscalização do exercício da 
profissão, seja em empresas, em obras, ou quaisquer trabalhos 
referentes ao previamente ex- posto pela legislação.
Do artigo 55 ao 70, a legislação trata do registro dos pro-
fissionais junto ao CREA, definindo que...
...os profissionais habilitados na forma estabelecida 
nessa lei só poderão exercer a profissão após o 
registro no Conselho Regional, sob cuja jurisdição achar 
o local de sua atividade. Assim, para os respectivos 
exercício e registro, o profissional terá uma carteira 
contendo o número do registro, a natureza do título, 
especializações e todos os elementos necessários a 
sua identificação. Essa carteira profissional, para os 
efeitos dessa lei, substituirá o diploma, valerá como 
documento de identidade e terá fé pública.
26INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
Tais artigos também tratam do registro das empresas que 
realizam atividades ligadas ao âmbito da engenharia.
Para a manutenção do registro do profissional ou da pessoa 
jurídica, são definidas anuidades que visam manter os serviços 
do CONFEA e CREA, bem como tais registros somente são 
válidos quando as anuidades estão em dia. Logo, o profissional 
ou entidade que não executar seu pagamento, terão seu regis-
tro cancelado e, portanto, inválido para execução do exercício 
profissional.
Mais um ponto interessante estabelecido por lei é que so-
mente poderão ser admitidos nas concorrências públicas para 
obras ou serviços técnicos, também para concursos de proje-
tos, profissionais e pessoas jurídicas, os que têm as referidas 
anuidades em dia.
Estipulados direitos e deveres do profissional, a legisla-
ção trata, nos artigos que vão de 71 a 79, das penalidades que 
podem ser atribuídas aos profissionais ou entidades que rea-
lizam exercício da profissão em desacordo com o estipulado 
na legislação, sendo definidas as seguintes, de acordo com a 
gravidade da falta
a. advertência reservada;
b. censura pública;
c. multa;
d. suspensão temporária do exercício profissional;
e. cancelamento definitivo do registro.
Somente quem pode definir e executar tais penalidades 
são o CONFEA ou os CREA, sendo também estipuladas 
pelos mesmos os eventuais valores para multas ou período de 
suspensão, até mesmo o cancelamento definitivo do registro, 
o qual impede que o profissional volte a exercer legalmente o 
exercício da Engenharia.
27INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
Por fim, a lei trata da remuneração do Engenheiro, defi-
nindo em seus artigos 82 e 83 que as remunerações iniciais dos 
engenheiros, arquitetos e engenheiros-agrônomos, qualquer 
que seja a fonte pagadora, não poderão ser inferiores a 6 (seis) 
vezes o salário-mínimo da respectiva região. Além disso, que 
os trabalhos profissionais relativos a projetos não poderão ser 
sujeitos a concorrência de preço, devendo, quando for o caso, 
ser objeto de concurso, ou seja, existem valores mínimos esti-
pulados pelos próprios CREA quanto ao tema.
Além da Lei 5.194 de 24 de Dezembro de 1966, o CON-
FEA define qual a atribuição para cada modalidade de profis-
sional de Engenharia (mecânica, química, metalúrgica, civil, 
produção, etc.). Uma boa parte das diferentes especialização 
da engenharia é estabelecida pela Resolução do CONFEA, 
número 218, de 28 de junho de 1973. Já algumas outras das 
diferentes especializações dentro da área de engenharia foram 
posteriormente definidas por outras legislações que vieram a 
complementar a anterior. Por exemplo, a Engenharia de Pro-
dução é estabelecida de acordo com a Resolução do CONFEA, 
número 235, de 9 de outubro de 1975, já a engenharia de 
Computação é estabelecida através da Resolução do CONFEA 
número 380 de 17 de dezembro de 1993.
28INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
Resolução do Confea número 218 
de 28 de junho de 1973
Discrimina atividades das diferentes modalidades profis-
sionais da Engenharia, Arquitetura e Agronomia. Para efeito 
de fiscalização do exercício profissional correspondente às 
diferentes modalidades da Engenharia, Arquitetura e Agro-
nomia em nível superior e em nível médio, ficam designadas 
as seguintes atividades:
• Atividade 01 - Supervisão, coordenação e orientação técnica;
• Atividade 02 - Estudo, planejamento, projeto e especificação;
• Atividade 03 - Estudo de viabilidade técnicoeconômica;
• Atividade 04 - Assistência, assessoria e consultoria;
• Atividade 05 - Direção de obra e serviço técnico;
• Atividade 06 - Vistoria, perícia, avaliação, arbitramento, laudo 
e parecer técnico;
• Atividade 07 - Desempenho de cargo e função técnica;
• Atividade 08 - Ensino, pesquisa, análise, experimentação, ensaio 
e divulgação técnica e extensão;
• Atividade 09 - Elaboração de orçamento;
• Atividade 10 - Padronização, mensuração e controle de qualidade;
• Atividade 11 - Execução de obra e serviço técnico; 
• Atividade 12 - Fiscalização de obra e serviço técnico;
• Atividade 13 - Produção técnica e especializada; 
• Atividade 14 - Condução de trabalho técnico;
• Atividade 15 - Condução de equipe de instalação, montagem, 
operação, reparo ou manutenção;
• Atividade 16 - Execução de instalação, montagem e reparo;
• Atividade 17 - Operação e manutenção de equipamento e ins-
talação;
• Atividade 18 - Execução de desenho técnico.
29INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
Resolução do Confea número 235 
de 09 de outubro de 1975
Discrimina as atividades profissionais do Engenheiro de Produ-
ção e resolve que compete ao Engenheiro de Produção o desempe-
nho das atividades 01 a 18 do artigo 1º da Resolução nº 218, de 29 
Junho 1973, referentes aos procedimentos na fabricação industrial, 
aos métodos e sequências de produção industrial em geral, bem 
como ao produto industrializado, seus serviços afins e correlatos.
Resolução do Confea número 380 
de 17 de dezembro de 1993
Discrimina as atividades profissionais do Engenheiro de Pro-
dução e resolve que Compete ao Engenheiro de Computação ou 
Engenheiro Eletricista com ênfase em Computação o desempenho 
das atividades do Artigo 9º da Resolução nº 218/73, acrescidas de 
análise de sistemas computacionais, seus serviços afins e correlatos, 
sendo que Os Engenheiros de Computação integram o grupo ou 
categoria da Engenharia - Modalidade Eletricista.
30INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
Síntese
• A profissão de engenheiro é regulamentada e seus direitos 
e responsabilidades profissionais são definidos conforme a 
Lei federal 5.194 de 24 de Dezembro de 1966.
• As atribuições gerais dos engenheiros são definidas pela 
resolução do CONFEA nº 218 de 28 de junho de 1973.
• As atribuições do engenheiro de produção são definidas 
pela Resolução do CONFEA nº 235 de 09 de outubro de 
1975 e as do engenheiro de computação são definidas pela 
Resolução do CONFEA nº 380 de 17 de dezembro de 1993.
• O engenheiro que executar irregularidades no seu âmbito 
profissional estará sujeito às penalidades previstas em virtude 
da regularização de sua profissão.
• O profissional deve ser registrado no órgão competente.
31INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
Exercícios
1. Quais são, segundo a lei, as atribuições de um engenheiro?
2. Quais são as penalidades sobre a má execução do exercício profissional?
3. Existe a necessidade do registro do profissional em órgão competente?
4. Quais as vantagens de uma profissão regulamentada?
32INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
A tecnologia, seu bom uso e aplicabilidade cercam o 
dia a dia da profissão do engenheiro, bem como os 
métodos para gerenciar o uso destes conhecimentos.
PROCESSOS DE 
GESTÃO E PRINCIPAIS 
MÉTODOS, TÉCNICAS 
E PROCESSOS
O que são processos de Gestão? 
Quais técnicas e tecnologias hoje 
envolvem o estudo da Engenharia?
Conforme já comentamos, a profissão do engenheiro é cir-
cundada pelo uso da tecnologia, pelo seu desenvolvimento e pela 
melhor aplicação dessa no âmbito do seu exercício profissional. 
A tecnologia, de maneira mais ampla, não está tão somente 
33INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
relacionada aosprodutos e aos materiais que uti-
lizam como muitos pressupõem, nem tampouco 
se limita ao uso de tecnologias de informação. Ela 
também está nos meios utilizados para gerenciar 
processos e produtos e, para tanto, é primordial 
ao engenheiro conseguir desenvolver uma visão 
sistêmica sobre os produtos, processos e sistemas 
que se utilizam no seu âmbito profissional. Dessa 
maneira, proporcionará uma melhor união entre 
as diferentes tecnologias e mais fácil obterá meios 
de executar suas ou outras operações de forma 
mais eficiente.
Neste capítulo, procuraremos realizar 
um apanhado geral sobre tecnologias de 
gestão, de informação e de produtos, as 
mais utilizadas, ou ainda, que estão sendo 
mais avaliadas quanto suas aplicabilidades.
Lógica de processos e sistemas
Um processo é uma operação de transformação, essencialmente, 
utilizado nas entradas (inputs) que podem ser matéria-prima, insumos, 
máquinas, pessoas, instruções e, devolvendo as saídas (ou- tputs), 
que podem ser o serviço, produto, sobras de material, rejeitos, etc. 
Nesse processo de se utilizar das entradas e, ao realizar a operação, 
transformar a junção das mesmas em saídas, obrigatoriamente existe 
um gasto (custo) e agregação de valor (lucro). Portanto, não existe 
agregação de valor sem transformação, do mesmo modo que não se 
pode chamar de processo uma operação que não agregue valor. Um 
sistema tão somente é a ligação de diversos processos, ou seja, as saídas 
de um processo serão as entradas do processo subsequente.
Um processo pode utilizar como objeto principal de trabalho tanto 
Matérias-primas (normalmente processos industriais), Informações 
(tipicamente processos sem uma saída tangível) ou Pessoas (serviços 
realizados ao consumidor).
34INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
Materiais Informações Consumidores
Manfutatura
Mineração e extração
Operações de varejo
Armazéns
Serviços postais
Transporte
Contadores
Matriz de banco
Pesquisa e marketing
Analistas financeiros
Serviços de notícias
Institutos de pesquisa
Telecomunicações
Cabeleireiros
Hotéis
Transporte de pessoas
Teatro/Cinema
Parques
Dentistas/Médicos
Quadro: Tipos de Objetos e suas Operações adaptado de Slack (2009) 
Figura: Processos e sistemas
ProcessoEntrada (Input) Saída (Output)
Processo ProcessoProcesso
35INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
Planejamento Avançado da 
Qualidade do Produto - APQP
Seguindo pela linha dos processos, uma das tecnologias 
de Gestão de Processos mais utilizadas atualmente é o Pla-
nejamento Avançado da Qualidade do Produto (na sigla, em 
inglês, e mais aplicada comercialmente, APQP). Conforme 
define o Manual do APQP, editado pela AIAG (2008), o 
APQP é uma sistemática de gestão do processo de desen-
volvimento de um produto ou serviço e tem como principal 
objetivo estabelecer etapas e fases de acordo com os níveis de 
qualidade requisitados pelo cliente em virtude da complexi-
dade ou aplicabilidade de seu produto, tudo isso para garantir 
que os requisitos estabelecidos pelo cliente sejam atendidos. 
Assim, a meta desse planeja- mento é fazer com que haja uma 
comuni- cação entre todas as partes envolvidas no projeto, bem 
como uma fiscalização para que as mesmas sejam cumpridas 
conforme o planejamento.
 Os principais benefícios obtidos com a aplicação do APQP são:
• Direcionar recursos para satisfazer o cliente;
• Promover a identificação antecipada das alterações neces-
sárias;
• Evitar alterações de última hora;
• Fornecer um produto de qualidade dentro do prazo a um 
custo reduzido.
Os objetivos centrais a serem cumpridos com o uso da 
sistemática são:
• O planejamento e definição do programa a ser realizado;
• A determinação das expectativas e necessidade aguardadas 
pelo cliente com relação ao projeto;
• Definir e planejar um programa de qualidade a ser utilizado.
36INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
 A metodologia visa a segurança quanto a definição e 
execução de um projeto para transmitir ao cliente maior nível 
de confiabilidade ao efetuar a compra do produto final e, para 
isso, busca determinar controles aplicáveis a todos os processos 
de manufatura de sistema, subsistemas e componentes. Esses 
sendo definidos dentro da medida do possível, ainda na fase 
de projeto e desenvolvimento do produto, com vistas a aplicar 
os mesmos a sua fase de produção normal para fornecimento.
O APQP não visa substituir uma boa sistemática de Gestão 
de Projeto, com seu cronograma, divisões por fases, detalha-
mento de atribuições, ações, responsáveis entre outros. Respec-
tivamente, é normalmente utilizado nas empresas, entretanto 
visa a acrescentar nesses planejamentos uma análise das ati-
vidades do produto e do processo, com base no alinhamento 
dos requisitos dos fornecedores e dos clientes, principalmente 
em termos de qualidade. Sendo assim, o APQP é reconhecido 
como um planejamento da qualidade dos produtos, e garante 
o cumprimento de todas as atividades solicita- das no planeja-
mento, para que no final da produção as peças possam atender 
aos requisitos de qualidade exigidos.
O planejamento avançado da qualidade do produto pode 
ser representado pela figura a seguir, denominada de ciclo de 
planejamento da qualidade do produto, a qual é similar ao ci-
clo PDCA de Demin. A figura é uma forma para se obter um 
controle de processos, de modo que quando uma fase termina 
a outra, na sequência, inicia-se. Assim, o ciclo do APQP pode 
ser definido como “a busca interminável pela melhoria contí-
nua que somente pode ser alcançada adquirindo experiência 
em um programa e aplicando o conhecimento no programa 
subsequente.” (Manual APQQ AIAG 2008).
37INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
Agi
r Planejar
Realizar
Est
ud
ar
Me
lho
ria
 co
ntín
ua
Desenvolvimento de tecnologias e conceitos
processo e verificação do protótipo
Desenvolvimento do produto/
valid
açã
o d
o p
roc
es
so
Confir
maç
ão 
do 
pro
du
to
 e
Avaliação da 
resposta e ação 
corretiva
Planejar 
e definir
Projeto e 
desenvolvimento 
do produto
Projeto e 
desenvolvimento 
do processo
Validação do 
produto e 
processo
Ciclo de Planejamento da Qualidade de Produto – Fonte Manual APQP AIAG (2008)
38INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
Um passo fundamental para o desenvolvimento 
do APQP é reunir uma equipe de trabalho para 
realizar o desenvolvimento do cronograma de pla-
nejamento da qualidade do produto. O formato do 
cronograma apresentado, segundo O Manual de 
APQP da AIAG (2008), facilita a projeção de re-
latórios e a relação do início e termino de cada fase, 
de acordo como está descrito na seguinte figura.
Conceito/Início/
Aprovação
Planejar
e definir o
programa
Verificação
do projeto e
desenvolvimento
do produto
Verificação
do projeto e
desenvolvimento
do processo
Validação do
produto e
do processo
Análise da
retroalimentação
e ação corretiva
Aprovação
do programa Protótipo
Planejamento
Projeto e desenvolvimento do processo
Análise da retroalimentação e ação corretiva
Projeto e desenvolvimento
do produto
Validação do
produto e do processo
Planejamento
Produção
Piloto Lançamento
Cronograma de planejamento 
da qualidade do produto. 
Fonte: Manual APQP AIAG 
(2008)
39INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
Essa ideia gráfica serve para definir o cronograma das 
cincos fases que serão abordadas a seguir:
Fase 1 – Planejar e definir o programa: Antes da realização 
do cronograma deve-se iniciar o processo de organização da 
equipe responsável. Esta fase tem como objetivo assegurar com 
clareza as necessidades e expectativas do cliente com relação 
ao projeto, bem como destacar o seu valor competitivo para 
a empresa. Serão realizadas algumas tarefas que são denomi-
nadas de Outputs, são estas: os Objetivos do projeto, metas 
de confiabilidade e qualidade, lista preliminar de materiais, 
f luxograma preliminar do processo, f luxograma preliminar de 
materiais, lista preliminar de características especiais, suporte 
da gerência e plano de garantia do produto;
Fase 2 – Projeto e Desenvolvimento do Produto: Conforme 
o segmento do projeto, nessaetapa busca-se ter uma ideia da 
viabilidade do projeto, comparando-se com nível de qualidade 
requerido, definição de metodologias de produção, condições 
impostas pelos desenhos da engenharia, custos, pesos por 
unidade, prazos e a realização de um protótipo. Os Outputs 
dessa fase são compostos por uma análise com mo- dos e 
efeitos de falha do projeto (DFMEA), verificação do projeto, 
projeto para produção e montagem, construção do protótipo, 
Plano de Controle, análise crítica do projeto, especificações da 
engenharia, desenhos da engenharia, alteração de desenhos e 
especificações, bem como as especificações do material.
Fase 3 – Projeto e desenvolvimento de processo: Para que 
essa fase seja rea- lizada de maneira eficiente e rápida, as fa-
ses subsequentes devem estar alinha- das e finalizadas com 
sucesso, pois será aqui que os principais aspectos do plano de 
manufatura serão definidos para que a realização do sistema 
de manufatura atenda aos requisitos do projeto. Os Outputs 
serão listados sendo os padrões e especificações de embalagem, 
suporte da gerência (disponibilizando operadores e planos de 
40INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
treinamentos), análise crítica do sistema de qualidade, f luxo-
grama do processo, layout das instalações, estudos preliminares 
de capabilidade do processo, instruções do processo, plano de 
análise de medições, plano de controle de pré-lançamento, 
análise de modo e efeitos de falha do processo (PFMEA);
Fase 4 – Validação do produto e do processo: Com a maior 
parte do projeto elaborado, essa etapa é estabelecida com o 
intuito de realizar um checklist dos processos de manufatura. 
Nesse sentido, uma verificação do f luxograma e do plano de 
controle é realizada de forma rigorosa para saber qual necessi-
dade do cliente está sendo atendida. Os Outputs citados nessa 
fase são: corridas piloto de produção, avaliação dos sistemas de 
medição, aprovação do planejamento da qualidade e suporte da 
gerência, avaliação do plano de controle, aprovação de peças da 
produção, testes de validação da produção, estudo preliminar 
de capabilidade do processo;
Fase 5 – Retroalimentação, avaliação e ação corretiva: Essa 
etapa é responsável por avaliar os esforços e o funcionamento 
de todo o planejamento da qualidade do produto ou serviço. 
Nesse estágio entrará em vigor e será avaliado a partir que todas 
as etapas e variações que estiverem presentes e concluídas. Os 
Outputs são citados como a variação reduzida, maior satisfação 
do cliente, uso efetivo das lições aprendidas junto às melhores 
práticas, entrega e assistência aprimoradas.
Junto ao APQP, a metodologia acaba citando a necessidade 
do desenvolvimento de uma série de documentos que visam 
o registro de todas as fases, além do que, buscam a avaliação 
futura de qualquer discrepância ocorrida, ou seja, cria-se um 
histórico sistêmico e rastreável das condições do desenvolvi-
mento do produto e processo. Alguns destes documentos são 
o DFMEA, PFMEA, Plano de Controle, MAS, etc. Todos 
esses serão vistos em mais detalhes na disciplina de Tópicos 
Avançados de Qualidade.
41INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
Técnicas de produção enxuta
Como veremos adiante, na disciplina de Sistemas de Pro-
dução, as Técnicas de Manufatura Enxuta são reconhecidas 
como desenvolvidas na empresa Toyota Motor Company, 
quando do desenvolvi- mento de implementação à época, 
também do que foi chamado Sistema Toyota de Produção. 
Logo, a empresa acabou por definir diversas metodologias 
e sistemáticas que atualmente são tidas como a linha de 
pensamento produtivo mais adequada para os atuais ditames 
e necessidades de mercado, visto que vivemos tempos de 
demandas variáveis, de baixos volumes de altas variedades de 
produtos. Portanto, essas ferramentas e sistemas desenvol-
vidos na Toyota formam o que os especialistas denominam 
hoje como Sistemáticas de Manufatura Enxuta (Lean Ma-
nufacturing), as quais somente serão citadas neste capítulo 
para nos fundamentar quanto à estrutura da própria Toyota.
Qualidade superior, custo menor
e prazo de entrega reduzido, eliminando
a perda de tempo das atividades
Estabilidade Operacional
Heijunka • Trabalho Standard • TPM • Cadeia de valor
Cultura de
Melhoria
Contínua
Jidoka
• Interrupção manual
ou automática da linha
• Separação das
atividades do operador
e da máquina
• À prova de erros
• Controle visual
Jidoka
• Takt Time
• Fluxo de uma peça
• Sistema de puxar
a produção
Estrutura do Sistema Toyota de Produção adaptado de Liker (2005)
42INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
As explicações destas técnicas são relativamente extensas, 
porém serão citadas para um estudo posterior e mais aprofun-
dado.
• Cadeira de Valor: estudo das dimensões de mercado e ob-
jetivos de produtos aplicáveis à organização de forma a 
melhor definir os conceitos a serem em- pregados no seu 
sistema produtivo.
• TPM (Manutenção Produtiva Total): visa a mantenabili-
dade dos níveis produtivos da empresa sob quaisquer tipos 
de circunstâncias.
• Trabalho Standard: definição dos f luxos do processo de 
cada produto executado no sistema, bem como a definição 
dos padrões de execução do mesmo quando em situação de 
produção.
• Heijunka: técnica que busca o alisamento de produção de 
modo que produtos diferentes possam vir a ser processados 
em um mesmo processo produtivo.
• Just-in-Time: ideologia aplicada com vistas ao fato de que, 
dentro do espaço entendido como aceitável de entrega do 
produto, a empresa possa realizar as atividades de compra 
de matéria-prima, recebimento, processamento e entrega do 
produto final, objetivando o nível de es- toque zero.
• Jidoka: ideologia que visa dotar os processos de inteligência 
suficiente para decidir sobre eventuais flutuações em seus 
resultados.
Em virtude da competitividade do mercado atual, cada vez 
mais as metodologias de manufatura enxuta fazem-se necessárias 
de entendimento e aplicação, em qualquer que seja o processo.
43INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
Softwares de automação 
de engenharia e produção
O suo de softwares vem sendo uma das grandes alternativas 
para ganho de produtividade. Em se tratando de engenharia, atu-
almente existem diversos sistemas computadorizados de suporte às 
questões de processos e manufatura, onde os mais conhecidos são:
• Sistemas de Projeto Auxiliado por Computador (CAD): softwa-
res que auxiliam a desenhar produtos, evitando o uso de papel, 
canetas especiais, diminuindo questões de erros dimensionais, 
arquivamento, edição, etc.
• Sistemas de Engenharia Auxiliada por Computador (CAE): 
softwares que auxiliam em questões mais avançadas de projeto. 
Muitos dos sistemas de CAE, hoje em dia, (normalmente atrela-
dos a algum software de CAD) já realizam análise em massa de 
produtos, verificação de interferência de montagem de produtos 
distintos, análise de tolerâncias simulando a funcionabilidade 
44INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
do produto em situações de medidas de execução diferentes, 
análise de fadiga dos produtos utilizando teorias de Análise 
de Elementos Finitos (FEA), análise do f luxo de fluídos por 
meio, por entre ou dentro de algum objeto através de teorias de 
Análise Cinemática e Dinâmica de fluídos (CFD).
• Sistemas de Manufatura Auxiliado por Computador (CAM): 
softwares que auxiliam nas questões de análises, gestão e con-
troles de sistemáticas de manufatura, tais como a transferência 
de arquivos eletrônicos para máquinas (DNC), pro- gramação 
de máquinas CNC pela simulação do processo de usinagem, 
execução de protótipos de peças a partir de resinas (Impressoras 
3D), simulação de elementos discretos ou eventos de produção 
(simulação de processos de fabricação).
Hoje, essa tecnologia permite, com um número menor de 
pessoas envolvidas, realizar o Processo de Projeto, que vai desde 
a concepção até ao protótipo em poucos dias, demonstrando tre-
mendos ganhos de produtividade.
45INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
Há de se destacar, dentre os softwares considerados CAE, 
os softwares de Projeto de Processo, onde atualmente é possíveloperar virtualmente máquinas em situações reais de produ-
ção, com programação e tempos válidos, simular movimen-
tação de operadores em uma dada situação (MTM) e até f 
luxos produtivos, colocando todas essas questões lado a lado, 
com um alto grau de certeza, praticamente é possível rea-
lizar todo o projeto funcional de um processo antes mes-
mo de ser comprada a primeira máquina. Fala-se em ín-
dices de acerto de mais de 90%, ou seja, ainda sobram 
cerca de 10% de ajustes a serem feitos no chão de fábrica 
com as máquinas instaladas, mas efetivamente isto é uma 
situação muito melhor do que contar única e exclusivamente 
com a experiência e catálogos de máquinas, podendo prever 
situações de velocidades de processos, movimentação, ergo-
nomia, capacidade, simulações de ritmo, sequenciamento de 
produção, verificação virtual do funcionamento dos processos, 
muito antes do tempo usualmente conhecido.
• Sistemas de ERP: os sistemas de ERP (Enterprise Resource 
Plannning) ou Planejamento de Recursos Corporativos são 
uma classe de softwares que abrangem um grande número 
de processos internos da organização, que vão desde o ca-
dastro de produtos, estruturas de fabricação, necessidades de 
produção, planejamento de produção, controle de produção, 
compra de matéria-prima, pagamentos e custos associados.
46INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
Nanotecnologia
Em se tratando de tecnologias aplicadas à materiais, atualmente a nanotecnologia é 
o assunto mais comentado pela vasta gama de aplicabilidades dos conceitos da mesma 
e dos materiais produzidos por esses conceitos. Existem aplicações tanto na indústria 
da tecnologia de informação (computadores), como na de tecnologia de comunicações, 
vestuário, construção civil, construção aeroespacial, construção automotiva, biologia, 
alimentação, entre outros vários.
Uma das tecnologias associadas e necessárias para o estudo da Nanotecnologia é 
o Microscópio eletrônico de varredura (MEV), que permite a observação de átomos 
e moléculas ao nível atômico.
Essencialmente, a Nanotecnologia trata do estudo de manipulação da matéria 
em escala atômica e molecular, onde se encontram estruturas com medidas entre 1 a 
100 nanômetros (ver capítulo sobre siglas e padrões de medidas). O princípio básico 
da nanotecnologia é a construção de estruturas e novos materiais a partir dos átomos, 
sendo essa uma área muito promissora e que está literalmente no início dos seus estudos 
e aplicabilidade, apesar dos já surpreendentes resultados na produção de semicondu-
47INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
tores, compostos plásticos e metálicos, Chips, Materiais com 
base biológica, entre outros. O objetivo principal não é chegar 
a um controle preciso e individual dos átomos, mas elaborar 
estruturas estáveis com a manipulação dos mesmos.
Apesar das incertezas e discussões sobre as implicações 
futuras da nanotecnologia (estamos tratando de uma tecnolo-
gia totalmente nova), o debate acontece de forma relativa aos 
eventuais problemas ambientais, intoxicações, saúde e fisio-
logia, economia, etc. No entanto, até o momento não existe 
nada formal sobre legislação aplicável para regulação no uso 
desta tecnologia.
Sistemas híbridos de propulsão
As discussões acerca de economia e consumo de combustível 
(visto seu preço que usualmente é crescente), futura escassez e 
dependência de combustíveis fósseis (gasolina, diesel), potencial 
de poluição dos mesmos, eficiência energética de motores à 
combustão são fatores determinantes para uma realidade cada 
vez mais latente, a do uso de sistemas híbridos de propulsão 
nos automóveis, entendendo que os automóveis são os maiores 
usuários de motores de combustão, além de serem produtos de 
produção e presença mundiais.
Os sistemas híbridos de propulsão são, basicamente, a asso-
ciação de pequenos propulsores a combustão, os quais auxiliam 
o carregamento de baterias ou ainda executam a função de apoio 
em necessidades de potências maiores, juntamente ao uso de 
motores elétricos que fazem a função de propulsores principais 
dos veículos automotores. Também existem aplicações que uti-
lizam geradores à hidrogênio associados aos veículos, além de 
sistemas de recuperação de energia, etc. A grande maioria dos 
sistemas está associada ao uso ou geração de energia elétrica, 
visto a grande eficiência que pode ser obtida com a utilização 
desses sistemas.
48INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
Outras aplicações de sistemas híbridos dão conta do uso de mais de 
uma fonte de energia renovável em série ou paralelo, caso de, por exemplo, 
uso de geradores eólicos com apoio de placas solares para carregamento 
de bancos de bateria a fim de realizarem a alimentação de energia de 
residências.
Algumas barreiras a esses sistemas ainda estão associadas ao tamanho, 
peso e custo de baterias, a perda de eficiência de algumas dessas baterias 
com o passar do tempo, além do custo dos geradores eólicos, por exemplo, 
ou ainda o custo dos geradores a base de hidrogênio.
Muitas são as ideias de aplicação, veículos disponíveis, combinações 
de sistemas, bem como diversas são as iniciativas de incentivos de desen-
volvimento desses sistemas, ainda, algumas dessas são encabeçadas por 
governos de diversas partes do mundo. Recentemente o Governo Alemão, 
por exemplo, determinou a extinção de automóveis à combustão até a década 
de 2050. Pode parecer distante, mas pensando nos impactos mundiais em 
termos de indústria, materiais envolvidos, tecnologias que ainda precisam 
ser desenvolvidas ou ainda disseminadas, realmente são metas ousadas.
49INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
Internet das Coisas - IoT
O termo internet das Coisas, ou internet of things foi 
definido por Kevin Ashton por volta de 1999, durante uma 
apresentação na Procter & Gamble (P&G), na qual foi feita 
a ligação da ideia de RFID (Identificação por radiofrequ-
ência do inglês Radio-Frequency IDentification) dentro da 
cadeia de suprimentos com o tema em foco na época, que 
era a internet. O termo ganhou expressiva notoriedade na 
área das telecomunicações sem fio, com a ideia de marcar 
presença e garantir uma variedade de coisas ou objetos, 
como RFID, tags, sensores, atuadores, telefones móveis, etc. 
50INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
Mais atualmente, tem-se como definição, segundo Firjan 
(2016) que a internet das coisas “é a rede de objetos físicos, 
sistemas plataformas e aplicativos com tecnologia embarcada 
para comunicar, sentir ou interagir com ambientes internos e 
externos. Permite que as coisas interajam uma com as outras e 
que tomada de decisões sejam feitas”, ou seja, é a interligação 
dos objetos físicos por meio de dados globais ou locais. Com 
a IoT, objetos podem ser identificados individualmente e 
mesmo assim haver interação uns com os outros, afim de 
alcançar objetivos comuns de forma autônoma.
O termo vem literalmente invadindo os diversos ramos 
da engenharia, seja na parte produtiva, com o advento da 
Indústria 4.0, seja na parte mecânica, com a maior interati-
vidade com os diferentes objetos, na área civil, com a grande 
conectividade entre os diversos componentes da cadeia e, 
claro, na parte computacional com o desenvolvimento de 
sistemas e softwares para as diversas plataformas “conver-
sarem” entre si.
51INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
Síntese
• A engenharia é uma profissão que lida com tecnologia dos 
mais diversos tipos, o tempo todo.
• O uso de tecnologias visa maior rendimento e eficiência 
aos sistemas.
• Quando utilizadas geram impactos positivos e negativos ao 
exercício profissional do engenheiro.
• A necessidade de aprimoramento e aprendizado do uso de 
certas tecnologias são uma barreira.
• Em termos de eficiência, a aplicação destas tecnologias geram 
benefícios fantásticos para os sistemas onde são aplicadas.
52INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
Exercícios
1. Qual a importância do desenvolvimento tecnológico para o exercício profissional de um engenheiro?
2. Que tipos de impactos positivos relacionados à profissão do engenheiro estas tecnologias podem trazer?
3. Que tiposde impactos negativos relacionados à profissão do engenheiro estas tecnologias podem trazer?
4. Você vê a possibilidade de aplicação destas tecnologias no âmbito do seu trabalho?
53INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
NORMAS E 
PADRÕES NA 
ENGENHARIA
O que são normas? Quais suas influências 
no âmbito do exercício da Engenharia?
Normas também são um tipo de tecnologia necessária 
e muito utilizada no âmbito profissional da engenharia, no 
entanto, criamos um capítulo à parte, visto seu grau de abran-
gência e diversidade.Padronização e normatização são uma necessidade 
latente em termos globais, sendo o engenheiro um 
dos grandes profissionais envolvidos nesse âmbito.
54INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
Cada vez mais, em termos de mundo, busca-se a padroni-
zação, não de produtos, pois funcionam ao contrário, porém 
cada vez mais se quer diversificação. Assim, busca-se padro-
nização em termos de padrões de comparação. Uma parte 
desta demanda por padrões até pode vir do usuário comum, 
do cliente final dos produtos, mas no geral o grande público 
não consegue entender tal tipo de padrão normativo, os quais 
estamos falando agora.
Usualmente, esses padrões normativos são relativamente 
complexos de serem interpretados, em muitos casos requerem 
conhecimento de causa e experiência no assunto em questão. 
Fato, é que os mesmos acabam sendo necessários para que, 
tecnicamente, possam ser comparados dois produtos ou ainda, 
que determinado processo, meio de avaliação, produto ou defi-
nição, seja realizado de uma maneira que efetivamente satisfaça 
as necessidades técnicas tidas como elementares para o caso 
em questão e que, ainda, possa-se, em muitas vezes, exigir um 
mínimo de performance, informação ou ainda resultado de 
determinado produto ou serviço.
Para tal, muitos organismos e sociedades já foram criados 
com o intuito de estipular padrões. Alguns desses organismos 
são bem focados em um tipo específico de padronização, como 
por exemplo, a AWS (American Welding Society) que visa a 
padronização de métodos de avaliação de insumos e proces-
sos de soldagem, única e exclusivamente. Por outro lado, há 
organismos que definem normas somente no âmbito nacional 
de um país e outros organismos que têm como missão definir 
padrões a serem utilizados a nível mundial, como é o caso da 
ISO (Organização Inter- nacional de Padronização). Já, há 
outros organismos que são regionais, mas suas normas são 
aceitas em outros lugares do mundo, um caso, por exemplo, é 
a DIN (Instituto Alemão de Normatização).
55INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
Essas normas são escritas em forma de comitês formados por 
engenheiros ou técnicos com conhecimento reconhecido sobre ao 
assunto em questão. Após a descrição da mesma, normalmente é 
enviada para grupos de interesse que avaliam e verificam a aplica-
bilidade da mesma, seus eventuais e possíveis impactos, bem como 
utilizam-nas por um breve período, em caráter de teste (ou draft, 
como usualmente são chamados). Ao retornarem, são realizadas as 
correções necessárias e então publicadas. O engenheiro deve co-
nhecer, no âmbito da execução do exercício profissional, as normas 
existentes e aplicáveis aos processos, produtos ou serviços com os 
quais está envolvido, a fim de poder fazer a melhor interpretação 
possível dos requisitos. Chamamos de interpretação, porque em 
vista da grande diversidade já citada, torna-se bastante complexo 
pensar em um texto que seja diretamente aplicável na sua íntegra a 
qualquer situação. O mais normal de acontecer é que seja realizada 
uma avaliação no texto versus o processo, produto ou serviço para 
verificar o que os dizeres da norma irão incidir sobre os mesmos.
Uma das piores atitudes que um engenheiro pode ter é a 
de menosprezar uma norma ou não tomar conhecimento da 
mesma, visto que algumas são mundialmente reconhecidas 
e estabelecem diversos requisitos. Nesse sentido, muitas 
delas são compulsórias, ou seja, têm caráter de atendimento 
obrigatório, sendo assim, sua não observação pode levar o 
produto ou serviço em questão a falhar em algum requisito 
ou ainda impedir a execução de um trabalho, ou ain-
da, tornar o projeto impraticável, entre outras. Des-
se modo, boa parte do trabalho de um engenheiro, 
principalmente nos dias atuais é compreender a aplicar os 
ditames de tais normas, quer ele se sinta confortável com 
isso ou não.
A seguir, comentaremos sobre alguns organismos e 
classes de normas, bem como sobre a aplicabilidade de 
algumas mais conhecidas.
56INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
Normas regulamentadoras brasileiras
Conhecidas e denominadas no Brasil como NR’s, segundo o Ministério do 
Trabalho, as Normas Regulamentadoras, relativas à segurança e saúde do trabalho, 
são de observância obrigatória pelas em- presas privadas e públicas, bem como pe-
los órgãos públicos da administração direta e indireta, e pelos órgãos dos Poderes 
Legislativo e Judiciário, os quais possuam empregados regidos pela Consolidação 
das Leis do Trabalho (CLT). Assim, o não cumprimento das disposições legais e 
regulamentares sobre segurança e saúde no trabalho acarretarão ao empregador a 
aplicação das penalidades previstas na legislação pertinente.
As NRs são normas emitidas pelo Ministério do Trabalho para determinar pa-
drões de segurança e saúde que devem ser atendidos pelas empresas. Algumas destas 
normas são bastante extensas e complexas, requerem muito tempo de estudo e ava-
liação sobre sua aplicabilidade e, ainda, tem caráter compulsório, como já explicado.
Atualmente, o ministério do Trabalho têm definidas 35 normas regulamenta-
doras emitidas e aplicáveis, sendo que a de número 27 encontra-se revogada, ou seja, 
inválida. São as NRs a saber:
57INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
Norma Regulamentadora Nº 01 - Disposições Gerais; Norma Regulamentadora Nº 19 – Explosivos;
Norma Regulamentadora Nº 02 - Inspeção Prévia; Norma Regulamentadora Nº 20 - Segurança e Saúde no Trabalho com Inf lamáveis e Combustíveis;
Norma Regulamentadora Nº 03 - Embargo ou Interdição; Norma Regulamentadora Nº 21 - Trabalho a Céu Aberto;
Norma Regulamentadora Nº 04 - Serviços Especializados em Engenharia de 
Segurança e em Medicina do Trabalho; Norma Regulamentadora Nº 22 - Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração;
Norma Regulamentadora Nº 05 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes; Norma Regulamentadora Nº 23 - Proteção Contra Incêndios;
Norma Regulamentadora Nº 06 - Equipamentos de Proteção Individual (EPI); Norma Regulamentadora Nº 24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho;
Norma Regulamentadora Nº 07 - Programas de Controle Médico de Saúde 
Ocupacional (PCMSO); Norma Regulamentadora Nº 25 - Resíduos Industriais;
Norma Regulamentadora Nº 08 – Edificações; Norma Regulamentadora Nº 26 - Sinalização de Segurança;
Norma Regulamentadora Nº 09 - Programas de Prevenção de Riscos Ambientais; Norma Regulamentadora Nº 27 - Revogada pela Portaria GM n.º 262, 29/05/2008 Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no MTB;
Norma Regulamentadora Nº 10 - Segurança em Instalações e Serviços em 
Eletricidade; Norma Regulamentadora Nº 28 - Fiscalização e Penalidades;
Norma Regulamentadora Nº 11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e 
Manuseio de Materiais; Norma Regulamentadora Nº 29 - Segurança e Saúde no Trabalho Portuário;
Norma Regulamentadora Nº 12 - Segurança no Trabalho em Máquinas e 
Equipamentos; Norma Regulamentadora Nº 30 - Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário;
Norma Regulamentadora Nº 13 - Caldeiras, Vasos de Pressão e Tubulações; Norma Regulamentadora Nº 31 - Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura;
Norma Regulamentadora Nº 14 – Fornos; Norma Regulamentadora Nº 32 - Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde;
Norma Regulamentadora Nº 15 - Atividades e Operações Insalubres; Norma Regulamentadora Nº 33 - Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados;
Norma Regulamentadora Nº 16 - Atividades e Operações Perigosas; Norma RegulamentadoraNº 34 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e Re- paração Naval;
Norma Regulamentadora Nº 17 – Ergonomia; Norma Regulamentadora Nº 35 - Trabalho em Altura;
Norma Regulamentadora Nº 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na 
Indústria da Construção;
Norma Regulamentadora Nº 36 - Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de 
Abate e Processamento de Carnes e Derivados.
58INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
Torna-se bastante complicado definir o disposto em todas 
essas normas visto a extensão de algumas delas, do mesmo modo 
definir que alguma é mais importante que outra também estaria 
sendo comentada uma incoerência. Seria incoerente, uma vez 
que algumas são extremamente direcionadas para operações 
em específico, já as demais têm aplicabilidade praticamente 
total em todo e qualquer tipo de processo.
Contudo, como forma de destaque, podemos citar a NR de 
número 12, que trata de segurança no trabalho em máquinas e 
equipamentos, ou seja, praticamente todo e qualquer processo 
produtivo está sendo interferido por tal norma. Respectivamen-
te, essa foi emitida originalmente em 1978 e, no ano de 2010, 
sofreu uma modificação bastante drástica, elevando bastante o 
grau de severidade dos seus requisitos, mesmo já tendo passado 
por cerca de 7 pequenos ajustes desde então.
Dentro de seus requisitos, estaremos trazendo a transcrição 
de sua parte introdutória de Disposições Gerais para se ter uma 
ideia de seu funcionamento e aplicabilidade.
Princípios gerais da NR12 atualizada 
pela redação de 21 de setembro de 2016
12.1 - Esta Norma Regulamentadora e seus anexos defi-
nem referências técnicas, princípios fundamentais e medidas 
de proteção para garantir a saúde e a integridade física dos 
trabalhadores, também estabelece requisitos mínimos para a 
prevenção de acidentes e doenças do trabalho nas fases de projeto 
e de utilização de máquinas e equipamentos de todos os tipos. 
Ainda, sua fabricação, importação, comercialização, exposição 
e cessão a qualquer título, em todas as atividades econômicas, 
sem prejuízo da observância do disposto nas demais Normas 
Regulamentadoras - NR aprovadas pela Portaria n.º 3.214, de 
8 de junho de 1978, nas normas técnicas oficiais e, na ausência 
ou omissão destas, nas normas internacionais aplicáveis.
12.1.1 - Entendemos como a fase de utilização o transporte, 
montagem, insta- lação, ajuste, operação, limpeza, manutenção, 
inspeção, desativação e desmonte da máquina ou equipamento.
59INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
12.2 - As disposições dessa Norma referem-se às máquinas 
e equipamentos novos e usados, exceto nos itens em que houver 
menção específica quanto a sua aplicabilidade.
12.2 - As máquinas e equipamentos comprovadamente 
destinados à exportação estão isentos do atendimento dos re-
quisitos técnicos de segurança previstos nesta Norma.
12.2 B - Essa norma não se aplica em máquinas e equi-
pamentos:
a) movidos ou impulsionados por força humana ou animal;
b) expostos em museus, feiras e eventos, para fins históricos 
ou que sejam considerados como antiguidades e não sejam mais 
empregados com fins produtivos, desde que sejam adotadas 
medidas que garantam a preservação da integridade física dos 
visitantes e expositores;
c) classificados como eletrodomésticos.
12.2 C - É permitida a movimentação segura de máquinas 
e equipamentos fora das instalações físicas da empresa para 
reparos, adequações, modernização tecno- lógica, desativação, 
desmonte e descarte. (Inserido pela Portaria MTE n.º 857, de 
25/06/2015).
12.3 - O empregador deve adotar medidas de proteção 
para o trabalho em máquinas e equipamentos, capazes de 
garantir a saúde e a integridade física dos trabalhadores, bem 
como medidas apropriadas sempre que houver pessoas com 
deficiência, envolvidas direta ou in- diretamente no trabalho.
12.4 - São consideradas medidas de proteção a ser adotadas 
nessa ordem de prioridade:
a) medidas de proteção coletiva;
b) medidas administrativas ou de organização do trabalho;
c) medidas de proteção individual.
60INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
12.5 - Na aplicação desta Norma e de seus anexos, devem-se 
considerar as características das máquinas e equipamentos do 
processo, a apreciação de riscos e o estado da técnica.
12.5 A - Cabe aos trabalhadores:
a) cumprir todas as orientações relativas aos procedimentos 
seguros de operação, alimentação, abastecimento, limpeza, 
manutenção, inspeção, transporte, desativação, desmonte e 
descarte das máquinas e equipamentos;
b) não realizar qualquer tipo de alteração nas proteções 
mecânicas ou dispositivos de segurança de máquinas e equi-
pamentos, de maneira que possa colocar em risco a sua saúde 
e integridade física ou de terceiros;
c) comunicar seu superior imediato se uma proteção ou 
dispositivo de segurança foi removido, danificado ou se perdeu 
sua função;
d) participar dos treinamentos fornecidos pelo empregador 
para atender às exigências/requisitos descritos nesta Norma;
e) colaborar com o empregador na implementação das 
disposições contidas nesta Norma.
12.5.1 - Não é obrigatória a observação de novas exigên-
cias advindas de normas técnicas publicadas posteriormente à 
data de fabricação, importação ou adequação das máquinas e 
equipamentos, desde que atendam a Norma Regulamentadora 
n.º 12, publicada pela Portaria n.º 197/2010, seus anexos e suas 
alterações posteriores, bem como às normas técnicas vigentes 
à época de sua fabricação, importação ou adequação.
Como pontos a serem enfatizados, o fato da norma estipu-
lar que a mesma é aplicável a qualquer equipamento utilizado 
nos processos, independentemente de sua data de fabricação 
e do fato de terem sido adquiridos usados, sendo que também 
são consideradas máquinas as de uso agrícola, mesmo as auto 
propelidas, ou seja, estas não são consideradas veículos, e sim, 
máquinas de produção.
61INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
Normas ISO
ISO é a sigla de International Organization for 
Standardization, é uma entidade de padronização e 
normatização que foi criada em Genebra, na Suíça, 
em 1947. Em grego ISOS significa “igual”, que re-
mete a padrão, o qual é o propósito da instituição. 
O Organismo tem como objetivo principal aprovar 
normas inter- nacionais em todos os campos técni-
cos, como normas técnicas, classificações de países, 
normas de procedimentos e processos, e etc. A ISO 
promove a normatização de empresas e produtos, 
para manter a qualidade permanente. Suas normas 
mais conhecidas são a ISO 9000 e ISO 14000.
Norma ISO 9001
As normas da série ISO 9000 constituem uma 
série de padrões internacionais para “Gestão da Qua-
lidade” e “Garantia da Qualidade”, ou seja, elas não 
62INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
são destinadas a um “produto” e nem para alguma indústria 
específica, têm aplicabilidade a praticamente todo o tipo de 
processo, no entanto, não é uma norma compulsória, sendo a 
mais conhecida desta série a norma ISO9001.
 A ISO9001 tem como objetivo orientar a implantação 
de sistemas de qualidade nas organizações. As regras e os pa-
drões da Gestão da Qualidade e Garantia da Qualidade são 
complementares aos padrões do produto, e são implanta- dos 
para melhorar a sua qualidade, com impacto na funcionali-
dade do Sistema da Qualidade, sendo que tem como produto 
um aumento da sua produtividade, decorrente da redução de 
desperdícios, da redução de produtos não conformes, ainda, 
da redução de retrabalho na execução das atividades.
A respectiva norma não garante que a qualidade do seu 
produto é melhor que a do seu concorrente, garante apenas que 
a sua empresa se comprometa a entregar ao cliente exatamente 
aquilo que prometeu na hora da venda. A empresa se compro-
mete a resolver qualquer problema decorrente dessa venda, do 
mesmo modo que não garante a ausência de falhas, mas que 
todas essas sejam registradas e analisadas para descobrir a 
causa básica, bem como corrigidas para evitar a sua repetição.
Atualmente, está na versão denominada ISO9001:2015, 
sendo que a mesma está, neste momento,

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