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Aula 06 - O engnheiro de produção e o futuro

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26/02/2021 UNINTER - ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E A PROFISSÃO
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/19
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E A PROFISSÃO
AULA 6
 
 
 
26/02/2021 UNINTER - ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E A PROFISSÃO
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/19
 
 
 
 
 
 
 
Prof.ª Dayse Mendes
CONVERSA INICIAL
Nesta aula, falaremos de futuro. Um futuro que para alguns pode parecer distante, mas que para o engenheiro de produção já é quase
presente. Certamente, você estará em pouco tempo atuando com algumas — senão todas — das situações aqui descritas. Começamos falando
sobre as atividades do engenheiro do futuro. Um engenheiro de quem se espera que seja multidisciplinar, ou seja, um engenheiro capaz de detectar
problemas e apontar soluções para as mais diversas situações.
A seguir, comentamos acerca de inovações tecnológicas, cuja tendência é serem rapidamente incorporadas aos sistemas produtivos existentes.
Assim, você deve não só conhecê-las, como também saber como utilizá-las no seu dia a dia. No terceiro tema, tratamos de uma situação-problema
específica na atuação do engenheiro de produção: como proceder quando você precisa liderar pessoas? O próximo tema trata de algo que para
algumas empresas é futuro longínquo e para outras já é situação atual, que é a Indústria 4.0. Ainda nesse tema tratamos de Sociedade 5.0, uma
evolução do conceito de Indústria 4.0.
No último tema, tratamos da acessibilidade por meio do conceito de Desenho Universal. Assim, você estará preparado para seu futuro na
profissão.
TEMA 1 – PROFISSIONAIS MULTIDISCIPLINARES
O engenheiro do futuro deve ter a clareza de que ele não será somente um técnico especializado em um determinado assunto ao exercer seu
papel dentro de uma organização. O que se espera do engenheiro do futuro é um profissional que tenha múltiplas competências. E o que se
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entende por múltiplas competências? Como você já sabe, cada engenheiro, de acordo com o curso que realizou, tem atribuição dada pelo sistema
CONFEA/CREA (Conselho Federal de Engenharia e Agronomia/Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) para atuar em uma determinada
área. No entanto, é possível que em sua rotina diária o engenheiro precise atuar em mais de uma área técnica específica. Por exemplo, se você
trabalha como engenheiro de produção, mas a empresa em que você atua solicita de você um trabalho mais técnico, voltado à prevenção de
acidentes de trabalho, você terá a necessidade de buscar um curso de especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho, a fim de poder
assinar projetos nessa área.
O engenheiro de produção, pela sua ampla formação, que contempla tanto os aspectos técnicos da engenharia quanto os aspectos gerenciais,
mais voltados à administração, sai em vantagem quanto à multidisciplinaridade em relação aos demais cursos de engenharia. Nesse sentido, o
engenheiro de produção acaba atuando de forma versátil e criativa, pois, ao mesmo tempo em que tem uma sólida formação científica, também
tem visão sistêmica e entende não somente dos aspectos técnicos voltados à produção dos bens ou dos serviços, mas também dos aspectos
estratégicos que envolvem o sistema produtivo. Então, em um momento, esse engenheiro pode estar resolvendo questões de qualidade ou
manutenção no chão de fábrica; no momento seguinte, em negociação com um cliente da empresa; e logo a seguir, estar cuidando junto a um
fornecedor dos aspectos logísticos do transporte de um produto.
A formação mais ampla da graduação em Engenharia de Produção não garante a competência em todas as áreas em que se é possível atuar, ou
seja, apenas dominar as técnicas não vai fazer de ninguém um bom engenheiro. Desenvolver novos conhecimentos e aplicá-los à rotina
organizacional também é fundamental. Para desenvolver novos conhecimentos, é essencial entender o sistema educacional do país, ressaltando o
ensino superior.
A educação superior no Brasil
abrange os cursos de graduação nas diferentes áreas profissionais, abertos a candidatos que tenham concluído o ensino médio ou equivalente e tenham sido
classificados em processos seletivos. Também faz parte desse nível de ensino a pós-graduação, que compreende programas de mestrado e doutorado e
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cursos de especialização. A partir da LDB de 1996, foram criados os cursos sequenciais por campo do saber, de diferentes níveis de abrangência, que são
abertos a candidatos que atendam aos requisitos estabelecidos pelas instituições de ensino superior. (Menezes, 2001)
Em busca de mais competências, você tanto pode dar continuidade a seus estudos fazendo novos cursos de graduação, como buscar os cursos
de pós-graduação. No caso de novas graduações, há engenheiros que buscam outros cursos de engenharia para poder se enquadrar em diferentes
atribuições conferidas pelo sistema CONFEA/CREA, de forma a poder assinar projetos de diferentes áreas de atribuição. Há também aqueles que
buscam se qualificar mais na área de gestão e buscam por cursos de Administração, Ciências Contábeis ou Economia.
Em qualquer desses casos, a legislação brasileira prevê a possibilidade do aproveitamento de disciplinas já cursadas em outros cursos de
graduação, desde que atendam a critérios de conteúdo e de carga horária sendo, portanto, equivalentes. Por exemplo, se você cursou Engenharia
de Produção e decide cursar Engenharia Mecânica, será dispensado de todas as disciplinas já realizadas no primeiro curso, em que tenha sido
aprovado e que sejam de conteúdo igual no segundo curso, como as disciplinas de Cálculo, Física, Química, entre outras. Assim, um segundo curso
de Engenharia terá um prazo de finalização menor em relação ao primeiro curso realizado. O aproveitamento de disciplinas vale para qualquer curso
de graduação, em qualquer área, a ser realizado por você após ser aprovado em disciplinas de outras graduações.
Figura 1 – Pós-graduação
 
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Fonte: ELENABSL/Shutterstock.
Você também pode seguir com sua carreira acadêmica fazendo cursos de pós-graduação. A pós-graduação no Brasil é dividida em dois ramos
distintos: lato sensu e stricto sensu. Conforme MEC (2019),
As pós-graduações lato sensu compreendem programas de especialização e incluem os cursos designados como MBA (Master Business Administration). Com
duração mínima de 360 horas, ao final do curso o aluno obterá certificado, e não diplomado. Ademais, são abertos a candidatos diplomados em cursos
superiores e que atendam às exigências das instituições de ensino — art. 44, inciso III, Lei n. 9.394/1996. As pós-graduações stricto sensu compreendem
programas de mestrado e doutorado abertos a candidatos diplomados em cursos superiores de graduação e que atendam às exigências das instituições de
ensino e ao edital de seleção dos alunos (art. 44, inciso III, Lei n. 9.394/1996). Ao final do curso o aluno obterá diploma.
A pós-graduação lato sensu é recomendada para aqueles que precisam agregar mais conhecimento específico em seu trabalho/profissão. Já a
pós-graduação stricto sensu é recomendada para quem busca uma carreira acadêmica, atuando como professor ou em projetos de pesquisa. Vale
ressaltar que você pode fazer uma pós-graduação em qualquer área, desde que tenha concluído sua graduação. Você não está limitado a cursos de
pós-graduação relacionados à engenharia.
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Um último aspecto a ser abordado em relação ao engenheiro de produção multidisciplinar diz respeito à possibilidade de atuação profissional
como um “engenheiro pedagógico” (Abepro, 2019), que busca entender e fazer avançar a educação superior em engenharia(graduação, pós-
graduação, pesquisa e extensão) e suas áreas afins,
a partir de uma abordagem sistêmica, englobando a gestão dos sistemas educacionais em todos os seus aspectos: a formação de pessoas (corpo docente e
técnico administrativo); a organização didático-pedagógica, especialmente o projeto pedagógico de curso; as metodologias e os meios de
ensino/aprendizagem, [...] que busca consolidar estas questões, assim como visa apresentar como resultados concretos das atividades desenvolvidas,
alternativas viáveis de organização de cursos para o aprimoramento da atividade docente. (Abepro, 2019)
Caso queira trabalhar na área acadêmica, é importante que o estudante de Engenharia de Produção procure atuar desde a graduação em
programas de iniciação científica e de projetos de pesquisa disponibilizados pela Instituição de Ensino Superior (IES).
TEMA 2 – TENDÊNCIAS TECNOLÓGICAS
Uma série de novas tecnologias tem invadido a rotina do engenheiro de produção: Big Data , Realidade Virtual e Realidade Aumentada ,
Computação em Nuvem , Robôs Autônomos, Simulações, Internet das Coisas (IoT) , Blockchain , entre outras.
O engenheiro, em sua rotina de trabalho, já não faz mais cálculos à mão ou projetos a lápis no papel, pois todas as funções repetitivas ou
mecânicas, que não exigem novas soluções, são hoje realizadas por máquinas e softwares, não mais por pessoas. Portanto, cabe aos futuros
engenheiros de produção se incluírem nesse mundo digital, pois as organizações já estão caminhando nesse sentido e é natural que as mudanças
tecnológicas afetem os mais diversos setores da economia — seja hoje, seja num futuro próximo.
Assim, será parte da rotina do engenheiro de produção trabalhar para fazer a conexão entre todas essas novas tecnologias, integrando pessoas,
sistemas, fornecedores, clientes e outras partes interessadas, e inserindo inteligência nos processos produtivos que já sentem os impactos
disruptivos do uso dessas novas tecnologias. Organizações resistentes às mudanças serão organizações que terão produtos com pouco valor
[1] [2]
[3] [4] [5]
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agregado a oferecer ao mercado. Já as organizações que estão aderindo às inovações tecnológicas têm reduzido seus custos (embora possa haver
um investimento inicial de impacto financeiro relevante), ao elevar a eficiência de seus sistemas de produção, que se tornam mais inteligentes,
autônomos e customizáveis conforme novas tecnologias são agregadas a esses sistemas.
Figura 2 – Inovações tecnologias na produção
Fonte: SCHARFSINN/Shutterstock.
Será possível observar que os produtos passarão a ser rastreáveis com mais facilidade, o que garantirá o alcance de algumas prioridades
competitivas da manufatura, tais como qualidade, por meio do desempenho correto do produto e de sua conformidade com os padrões
estabelecidos; ou desempenho, quanto aos prazos de entrega. Além disso, haverá redução de custos na medida em que haverá diminuição da
quantidade de mão de obra empregada nos processos produtivos.
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Por outro lado, ao reduzir a mão de obra humana, aumentará a quantidade de softwares e de robotização nos sistemas produtivos. O
engenheiro trabalhará lado a lado com robôs participativos, modificando a relação homem-máquina. Cada vez mais serão usadas formas mais
refinadas de relacionamento, que começa com o já usual reconhecimento de comandos por voz, até a leitura de sinais cerebrais humanos para
interação com as máquinas, avançando e modificando as interfaces homem-máquina. A produtividade e, por consequência, a vantagem competitiva
das organizações será diretamente dependente da capacidade de melhorar essas interfaces para otimizar o processo produtivo.
Nesse cenário, o engenheiro de produção estará mais voltado aos aspectos estratégicos e menos aos operacionais dos sistemas produtivos. É
preciso, então, se preparar para entender e trabalhar com mudanças, ser flexível e aberto a inovações. Com todas as alterações que já ocorreram e
que ainda ocorrerão em nossa sociedade, a capacidade de operar com todas as novas tecnologias necessárias aos sistemas produtivos e,
simultaneamente, lidar com as pessoas envolvidas nos processos será um dos maiores desafios para o futuro profissional de engenharia de
produção.
TEMA 3 – O ENGENHEIRO COMO GESTOR DE PESSOAS
Quando você resolve ser um engenheiro, alguns mitos são levados em consideração, sem saber, nessa tomada de decisão. Em especial, aquele
de que você não gosta de pessoas, é antissocial e prefere ficar isolado em frente a seu computador a ter de conviver com outros seres humanos. O
que ninguém conta é que isso é uma farsa. O tempo todo, em especial se você é um engenheiro de produção, haverá a necessidade de se relacionar
com pessoas, como seu chefe (caso seja empregado), seus colegas de trabalho, clientes, fornecedores, entre outros. Caso você progrida na carreira,
haverá também subordinados. Você não terá apenas que conviver com pessoas e trabalhar em equipe, mas também comandá-las.
Na sua rotina diária, o engenheiro precisa, além de seus conhecimentos técnicos, entender como gerir pessoas, comunicar-se com elas e liderar
adequadamente, de forma a obter dessas pessoas eficácia e produtividade. Há ainda outros complicadores. Um exemplo é o caso de projetos que
terão um ciclo de vida. Ao encerrar as atividades do projeto, é necessário planejar como desmobilizar todo o pessoal utilizado, mantendo o contato
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com pessoal estratégico que pode ser utilizado em novos projetos. No caso do Brasil, esses complicadores são acrescidos das dificuldades em se
lidar com toda a complexidade de nossa legislação trabalhista, embora tenha havido uma certa flexibilização recentemente.
Figura 3 – O engenheiro gestor de pessoas
Fonte: STOCKPHOTOVIDEO/Shutterstock.
Assim, há a necessidade de se capacitar tanto em termos comportamentais, quanto em questões mais técnicas relacionadas a recursos
humanos para poder atuar como um engenheiro líder de pessoas. No quesito comportamental, é necessário perceber que cada pessoa é diferente,
ou seja, tem valores e experiências diferentes que levam a formas diferentes de pensar e resolver situações de trabalho. Então, um quesito
importante é aprender a gerir conflitos, o que exige saber escutar e saber colocar-se no lugar do outro.
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Aprender técnicas de trabalho e de comando de equipes é outro item fundamental para o engenheiro gestor de pessoas. Para tanto, ele precisa
conhecer as pessoas que comporão sua equipe de trabalho e assegurar que cada uma delas está fazendo a função que melhor pode desempenhar.
Há a necessidade de estabelecer com clareza quais os papéis e as responsabilidades de cada componente da equipe. Conforme o trabalho vai se
desenrolando, também é função do líder dar feedback de desempenho para cada pessoa do grupo, de forma a reconhecer o bom trabalho e
reconduzir ações que não estejam em conformidade com o planejado.
Ainda no âmbito comportamental, é necessário compreender acerca das questões de comprometimento, incentivo e motivação das pessoas em
relação ao trabalho. É preciso entender que a motivação é uma questão interna de cada pessoa. Assim, não é possível motivar ninguém, mas é
possível incentivar e criar condições de trabalho que favoreçam o comprometimento das pessoas. Uma equipe comprometida será mais produtiva,
menos sujeita a erros.
Há também o aspecto mais técnico da gestão de pessoas, habitualmente tratado por um gestor de recursos humanos, que diz respeito à folha
de pagamento, contratação, demissão, entre outros aspectos. O engenheiro normalmente não é responsável por essesaspectos, mas deve conhecer
os trâmites, pois, como gestor de pessoas, auxiliará o responsável na decisão de contratação ou demissão, de premiações quando do cumprimento
de metas, de advertências ou penalizações quando do descumprimento de normas, entre outras situações de rotina trabalhista.
Pode-se observar que esse papel do engenheiro de produção, como gestor de pessoas, é realmente importante para qualquer empresa, já que,
por meio de suas ações e exemplos, a equipe de trabalho ou projeto sob sua responsabilidade deverá ser proativa e trazer soluções criativas,
inovadoras e eficazes às situações problemas que surgem no processo produtivo. O engenheiro deve levar em consideração que as pessoas
constituem o capital humano da organização. Sem elas e seu conjunto dos conhecimentos e habilidades para desenvolver, não haverá valor
econômico agregado à organização.
TEMA 4 – INDÚSTRIA 4.0 E SOCIEDADE 5.0
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A forma de produzir vem se modificando significativamente, em especial por conta da inserção de alta tecnologia na indústria. Por alta
tecnologia, entende-se aquela considerada de ponta, ou seja, relacionada às mais recentes inovações tecnológicas que possam ser utilizadas em
processos produtivos. Essa transição de processos produtivos analógicos em processos altamente informatizados e automatizados nas indústrias
tem sido denominada de Indústria 4.0. Uma combinação de sistemas ciber-físicos, a Internet das Coisas e a Internet dos Sistemas tornaram possível
a Indústria 4.0 e a fábrica inteligente.
Esse conceito surge na Alemanha, em 2011, quando o governo alemão decide incentivar o uso de alta tecnologia em sua indústria, não
somente em grandes organizações, mas também em pequenas e médias empresas. A Alemanha entende que esse caminho é estratégico para seu
desenvolvimento socioeconômico. Assim, em 2013, é criado o Industrie 4.0 Working Group, cujo objetivo era apresentar ao governo alemão
recomendações para a implantação do conceito de Indústria 4.0.
Interessante ressaltar que, embora as políticas e programas elaborados pelo governo alemão estejam voltadas ao financiamento de sistemas
ciber-físicos, entende-se que as pessoas é que são estratégicas no processo e a tecnologia vem para auxiliar o desenvolvimento do trabalho,
melhorando o ambiente e a segurança na execução das tarefas e aumentando a eficiência e a produtividade do trabalhador. Nessa nova indústria, o
trabalhador será direcionado a atividades de alto valor agregado e não realizará mais tarefas repetitivas e operacionais. Essa situação exigirá
capacitação de mão de obra para essa nova forma de produzir.
No Brasil, o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços decidiu instituir, em 2017, um grupo de trabalho para trazer à sociedade uma
proposta acerca da Indústria 4.0 para o país. A ideia é que esse grupo de trabalho — o GTI 4.0 — elabore premissas sobre como fomentar o
aumento da competitividade da indústria nacional por meio dos avanços produzidos pela Indústria 4.0.
Figura 4 – A Indústria 4.0
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Fonte: ZAPP2PHOTO/Shutterstock.
O nome Indústria 4.0 é elaborado pensando na evolução da sociedade ao longo da história. Assim, nossa sociedade teria passado, ao longo de
20 séculos, pelo primeiro estágio, de caça e coleta, no qual o homem começa a se relacionar e a modificar a natureza ao seu redor, de forma a
atender melhor às suas necessidades, iniciando a criação e o cultivo para sua subsistência. O segundo estágio está relacionado ao surgimento da
agricultura, em que o homem deixa de ser nômade, passa a ter seu próprio espaço de cultivo, inicia as trocas de produtos e todo esse cenário
propicia o surgimento de pequenas cidades. O terceiro estágio diz respeito à criação de máquinas e ao surgimento das fábricas, ao longo da
Revolução Industrial, que transformam a vida das pessoas, tornando-as cada vez mais urbanas e dependentes dessa sociedade industrial.
Assim, um próximo momento da sociedade seria o quarto, levando então à ideia de denominá-lo de Indústria 4.0, ou seja:
As três primeiras revoluções industriais trouxeram a produção em massa, as linhas de montagem, a eletricidade e a tecnologia da informação, elevando a
renda dos trabalhadores e fazendo da competição tecnológica o cerne do desenvolvimento econômico. A quarta revolução industrial, que terá um impacto
mais profundo e exponencial, se caracteriza, por um conjunto de tecnologias que permitem a fusão do mundo físico, digital e biológico. (Indústria 4.0, 2019)
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Com a transformação do setor produtivo, advinda da implantação das tecnologias propostas pela Indústria 4.0, começam a surgir mudanças na
sociedade como um todo, em um processo de avanços que acaba por afetar a todos nós. Esse efeito, que transborda da indústria, está relacionado
ao uso de tecnologias como Big Data, Inteligência Artificial e Internet das Coisas (IoT) não somente para a produção, mas também para a criação de
soluções relacionadas a todo o tipo de necessidades humanas.
Figura 5 – Smart City
Fonte: MONICAODO/Shutterstock.
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Surge então, como proposta, construir um modelo de organização social, a Sociedade 5.0, em que essas tecnologias são utilizadas para
fornecer o que for necessário para estabelecer o bem-estar para qualquer pessoa, em qualquer hora e lugar. A proposta surge no Japão, como um
projeto de governo para a criação de uma smart society, ou seja, uma sociedade composta por sistemas híbridos, na qual pessoas e máquinas
trabalham integradas para construir uma sociedade mais inteligente. Um primeiro passo para a construção de uma smart society é o planejamento
de smart cities, ou seja, cidades totalmente conectadas, nas quais mundo físico e ciberespaço se integram em harmonia.
TEMA 5 – DESENHO UNIVERSAL
Além das preocupações técnicas, cabe ao engenheiro conectar-se a um mundo que exige maior acessibilidade e inclusão a todas as pessoas, de
forma que possa abranger a toda a diversidade humana ao realizar um projeto. Esse parece um pensamento utópico, mas a ideia é que
efetivamente se possam criar produtos acessíveis a todo o tipo de pessoas, sem que o produto esteja sujeito às suas características individuais
específicas.
Conforme Carletto e Cambiaghi (2016, p. 10) os produtos universais deveriam, portanto, adaptar-se a uma larga escala
de preferências e de habilidades individuais ou sensoriais dos usuários. A meta é que qualquer ambiente ou produto poderá ser alcançado, manipulado e
usado, independentemente do tamanho do corpo do indivíduo, sua postura ou sua mobilidade.
O desenho universal seria realizado para toda as pessoas, e não somente àquelas que dele dependem.
Dessa forma, o desenho universal preconiza que se evite a necessidade de projetar ambientes e produtos especiais para pessoas com
deficiências, já que qualquer pessoa apresentará, ao longo de sua vida, situações de limitação, seja pela sua idade, pelo seu tamanho, por uma
enfermidade, por ser gestante, por segurança, entre outras variadas situações. “Portanto, a normalidade é que os usuários sejam muito diferentes e
que deem usos distintos aos previstos em projetos” (Carletto; Cambiaghi, 2016, p. 11).
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Figura 6 – Desenho universal
 
Fonte: VSTOCK24/Shutterstock.
O conceito de Desenho Universal surgiu com mais força na década de 1990 por causa da necessidade de dois grupos distintos:
O primeiro composto por pessoas com deficiência que não sentiam suas necessidades contempladas nos espaços projetados e construídos. O segundoformado por arquitetos, engenheiros, urbanistas e designers que desejavam maior democratização do uso dos espaços e tinham uma visão mais abrangente
da atividade projetual. (Governo do Estado de São Paulo, 2010, p. 14)
Dentre esses profissionais, um grupo de arquitetos norte-americanos define, na década de 1990, critérios para que os projetos atendessem a
um maior número de usuários. Esse grupo definiu os sete princípios do Desenho Universal, que são:
uso equitativo;
uso flexível;
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uso simples e intuitivo;
informação de fácil percepção;
tolerância ao erro (segurança);
esforço físico mínimo;
dimensionamento de espaços para acesso;
uso abrangente.
Carletto e Cambiaghi (2016, p. 12-16) explicam cada um dos sete princípios da seguinte forma:
O princípio do uso equitativo (igualitário ou equiparável) diz respeito aos espaços, objetos e produtos que podem ser utilizados por pessoas com diferentes
capacidades, tornando os ambientes iguais para todos.
O princípio do uso flexível (adaptável) está relacionado ao design de produtos ou espaços que atendem pessoas com diferentes habilidades e diversas
preferências, sendo adaptáveis para qualquer uso.
O princípio do uso simples e intuitivo (óbvio) refere-se a projetos de fácil entendimento para que uma pessoa possa compreender, independentemente de
sua experiência, conhecimento, habilidades de linguagem, ou nível de concentração.
O princípio da informação de fácil percepção (conhecido) faz referência àquelas informações necessárias que são transmitidas de forma a atender as
necessidades do receptador, seja ela uma pessoa estrangeira, com dificuldade de visão ou audição.
O princípio da tolerância ao erro (segurança) é previsto para minimizar os riscos e possíveis consequências de ações acidentais ou não intencionais.
O princípio do esforço físico mínimo relaciona-se ao produto para ser usado eficientemente, com conforto e com o mínimo de fadiga.
O princípio do dimensionamento de espaços para acesso e uso abrangente estabelece dimensões e espaços apropriados para o acesso, o alcance, a
manipulação e o uso, independentemente do tamanho do corpo (obesos, anões etc.), da postura ou mobilidade do usuário (pessoas em cadeira de rodas,
com carrinhos de bebê, bengalas etc.).
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Para que o Desenho Universal possa ser cumprido de forma adequada na sociedade, criaram-se uma série de leis e de normas de forma a
garantir as especificações necessárias e que as mesmas sejam cumpridas. No Brasil, a publicação do Decreto Federal n. 5.296/2004, complementado
pelo Decreto n. 10.014/2019, deu ao Desenho Universal força de lei, estabelecendo normas gerais e critérios básicos para a promoção da
acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. Assim, o desenho universal passa a ser, a partir de 2004, uma
determinação que deve ser cumprida, para a garantia do direito de todos os cidadãos brasileiros.
Operacionalizando a lei, uma série de normas técnicas foram criadas ao longo do tempo de forma a gerar os parâmetros necessários ao
atendimento dos princípios do desenho universal no momento em que profissionais estejam criando seus projetos. Um exemplo é a NBR 9050,
norma relativa à acessibilidade a edificações mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. No Brasil, tais normas ficam sob a responsabilidade da
ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).
Quando você estiver realizando um projeto, deverá se preocupar com a questão do desenho universal, não apenas para cumprir com a lei, mas
também porque, além de garantir a acessibilidade a todos, traz a vantagem de reduzir custos e preço por não exigir adaptações. As soluções de
engenharia sempre devem seguir esse caminho, resolver os problemas, serem eficientes, produtivas, conformes e de custo adequado.
FINALIZANDO
Você pôde conhecer nessa aula um pouco sobre o futuro próximo do engenheiro de produção ao entender que essa profissão exige
conhecimentos multidisciplinares, dentre eles o conhecimento do uso de novas tecnologias produtivas, mas também de como trabalhar com
pessoas e liderá-las. Tudo isso no cenário da Indústria 4.0 e da Sociedade 5.0, bem como da preocupação de inclusão e acessibilidade por meio do
conceito de Desenho Universal.
REFERÊNCIAS
26/02/2021 UNINTER - ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E A PROFISSÃO
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 18/19
CARLETTO, A. C.; CAMBIAGHI, S. Desenho Universal: um conceito para todos. 2016. Disponível em: <https://www.maragabrilli.com.br/wp-
content/uploads/2016/01/universal_web-1.pdf>. Acesso em: 9 dez. 2019.
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO. Desenho Universal: habitação de interesse social. 2010. Disponível em
<http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/Cartilhas/manual-desenho-universal.pdf>. Acesso em: 9 dez. 2019.
MEC. Ministério da Educação. Qual a diferença entre pós-graduação lato sensu e stricto sensu? Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/component/content/article?id=13072:qual-a-diferenca-entre-pos-graduacao-lato-sensu-e-stricto-sensu>. Acesso em: 9
dez. 2019.
MENEZES, E. T. de; SANTOS, T. H. dos. Dicionário Interativo da Educação Brasileira: Educabrasil. São Paulo: Midiamix, 2001. Disponível em:
<https://www.educabrasil.com.br/sistema-educacional-brasileiro/>. Acesso em: 11 dez. 2019.
 Big Data é o estudo e análise de grandes conjuntos dados que não podem, pelo seu tamanho, ser analisados pelos sistemas tradicionais.
 São tecnologias utilizadas em equipamentos eletrônicos. Na realidade virtual, você se sente imerso em cenários informatizados. Na realidade
aumentada, a tecnologia projeta imagens no mundo real.
 Serviços de computação e acesso on-line a esses serviços sem a necessidade de instalar programas.
 Interconexão de objetos com a internet por meio digital.
 Tecnologia de segurança de dados.
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26/02/2021 UNINTER - ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E A PROFISSÃO
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 19/19

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