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Maria Eduarda Pontes 20.1 PRINCIPAIS TERMOS EM MEDIDA 1) Símbolo: é o que representa o atributo medido. Ex.: número, letra, palavra, etc. 2) Objeto: elemento para o qual a mensuração se dirige. Ex.: pessoas, empresas, etc. 3) Atributo: característica do objeto aferida pela mensuração. Ex.: atitude, aptidão, reação à mudança organizacional, etc. 4) Instrumento: meio utilizado para medir o atributo do objeto. Ex.: testes, telescópios, microscópios, questionários, etc. 5) Regras: formulações, previamente estabelecidas, que indicam os procedimentos para a atribuição de símbolos aos atributos dos objetos que determinam as relações entre o objeto e o símbolo. Ex.: atribuição de um escore para uma variável de clima organizacional. 6) Situação-padrão: diz respeito ao controle de variáveis que podem interferir no resultado da mensuração (medida). Ex.: dar instruções padronizadas quanto a aplicação de um teste de seleção em empresas. Por que medir? “Atribuir magnitudes a certa propriedade de um objeto ou classe de objetos, de acordo com certas regras pré-estabelecidas e com a ajuda do sistema numérico, de forma que sua validade possa ser provada empiricamente”. Maria Eduarda Pontes 20.1 • Objeto da teoria da medida: o uso do número na descrição dos fenômenos naturais. • Problema central da teoria da medida: justificar a legitimidade de se passar de procedimentos e operações empíricos (observação) para uma representação numérica destes procedimentos. CARACTERÍSTICAS DA MEDIDA O processo de mensuração é sempre quantitativo, implica sempre em um resultado numérico. A medida apresenta-se em unidades relativamente constantes, desde que as condições de mensuração também o sejam. Ex.: Metro (unidade constante) x pé, jarda, palmo (unidade não constante). A medida, boa parte das vezes, é relativa (não dispõe de um ponto zero absoluto). FUNÇÕES DA MEDIDA COMUNICAÇÃO: Condensa informações de maneira precisa e objetiva. OBJETIVIDADE: Reduz as possíveis ambiguidades. QUANTIFICAÇÃO: Permite uma descrição precisa do fenômeno, bem como sua comparação com outros fenômenos. PADRONIZAÇÃO: Assegura a equivalência entre objetos com características diversas. Maria Eduarda Pontes 20.1 FORMAS DE MEDIDA MEDIDA FUNDAMENTAL: São atributos que permitem uma medida direta e fundamental, dado que o instrumento utilizado para medi-los possui a mesma qualidade que se quer medir neles. Permitem a concatenação: dois objetos podem ser associados, formando um terceiro objeto de mesma natureza. ( Ex: cm, massa, duração temporal, etc. 1cm + 1 cm = 2 cm.) MEDIDA DERIVADA: Produto da mensuração baseada em indícios. Mensuração indireta e inferencial. Uma medida é derivada se finalmente pode ser expressa em termos de medidas fundamentais. Menor nível de certeza e maior número possível de erros. (Ex: Densidade = massa/volume.) MEDIDA POR LEI: São atributos mensuráveis somente com bases em leis científicas. É obtida indiretamente por meio da relação estabelecida entre duas ou mais variáveis. Ex: Lei do Reforço em Psicologia. (baseada em fatos empíricos). MEDIDA POR TEORIA: São atributos mensuráveis somente com bases em teorias científicas. Quando não existem sequer leis relacionando variáveis a medida, essa pode ser obtida a partir de teorias que hipotetizam relações entre os atributos da realidade, ou seja, os atributos devem ser medidos através de fenômenos a eles relacionados via teoria. USO DA MEDIDA Há legitimidade no uso do número na descrição dos fenômenos naturais se, e somente se, as propriedades estruturais, tanto do número quanto dos fenômenos naturais, forem salvaguardadas. Maria Eduarda Pontes 20.1 IDENTIDADE: Um número é idêntico a si mesmo e somente a si mesmo. A rigor, não são consideradas medidas, uma vez que só rotulam. Axiomas: Reflexividade: a = a ou a b. Simetria: se a = b, então b = a. Transitividade: se a = b e b = c, então a = c. ORDEM: Um número não é só diferente de outro, mas é maior ou menor do que outro. Axiomas: Assimetria: se a > b, então b a. Transitividade: se a > b e b > c, então a > c. Conectividade: ou a > b ou b > a. ADITIVIDADE: Os números podem ser somados, isto é, podem ser associados de modo que a soma de dois números, tirando o zero, produz um outro número diferente deles próprios. Axiomas: Comutatividade: a + b = b + a. Associatividade: (a + b) + c = a + (b + c). Maria Eduarda Pontes 20.1 NÍVEIS DE MEDIDA TIPO DE MEDIDA AXIOMAS SALVOS ANÁLISES POSSÍVEIS EXEMPLOS Nominal Identidade Frequência Moda Sexo Religião Cor dos olhos Ordinal Identidade Ordem Mediana Classes econômicas Escolaridade Intervalar Identidade Ordem Aditividade Média; DP; Correlações Temperatura (ºC) QI Razão Identidade Ordem Aditividade Todas Idade Peso Altura A medida psicométrica é uma medida por teoria e faz uso dos modelos matemáticos para a investigação dos processos comportamentais ou psíquicos do ser humano. Embora se encontre no limite entre a Psicologia e a Estatística, os modelos teóricos da Psicometria fundamentam-se em uma visão epistemológica do homem, concepção esta que não pode unicamente ser reduzida a parâmetros estatísticos per si. TCT ( TEORIA CLÁSSICA DOS TESTES) Na Teoria Clássica de Teste, o todo é o mais importante. Ao preparar a avaliação, o educador pensa na prova completa, na qual a soma de cada questão resulta na nota do aluno, com o objetivo de analisar o domínio do seu conhecimento. Ele quantifica cada questão, ou seja, ele diz que a questão número dois vale mais do que a questão número um porque trabalha mais conceitos didáticos e assim por diante. Maria Eduarda Pontes 20.1 A Teoria Clássica de Teste, possui como premissa básica que quanto mais acertos, maior o domínio do aluno em determinado assunto. Colocando o foco na quantidade de acertos do aluno, isto é, no valor final da nota. ➔ Comportamentalista. ➔ Monista e Materialista. TRI (TEORIA DE RESPOSTA AO ITEM) A Teoria de Resposta ao Item ficou bastante em evidência entre os educadores pelo fato desse modelo de avaliação ser usado pelo ENEM. A TRI possui uma precisão muito grande, pois se baseia numa análise estatística na qual o nível de dificuldade da questão não é mais definido pelo educador, e sim pelo aluno. Ou seja, a probabilidade de acerto de um item depende do seu nível de domínio do assunto. E assim permitir uma análise mais equilibrada, pois leva em conta o comportamento do aluno durante toda a prova para determinar a sua proficiência, utilizando itens bem definidos e eficazes para inibir o acerto ao acaso (chute). A Teoria de Resposta ao Item se apresenta como o melhor método para avaliar os estudantes de maneira justa e objetiva. Assim, é possível medir o desempenho dos alunos em uma escala maior e mais detalhada, entendendo se o aprendizado foi efetivo. Isso possibilita também comparar estudantes do mesmo nível escolar (série/ano) que fizeram provas em turmas diferentes. Aproximando, assim, cada vez mais das habilidades reais do aluno, medindo a diferença de um aluno para o outro de forma individualizada. A TRI não considera apenas a dificuldade específica de cada questão e o número de acertos do aluno, mas se baseia também na coerência individual dos alunos em suas provas e no nível de dificuldade atribuído a cada item por meio de fórmulas estatísticas bastante precisas. ➔ Cognitiva. ➔ Dualista e interacionista. PARÂMETROS INDIVIDUAIS DOS ITENS: 1. Modalidade: Corresponde ao conteúdo semântico verbal ou motor que se mostra mais apropriado para representar um construto; Maria Eduarda Pontes 20.1 2. Dimensionalidade: Diz respeitoà definição dos itens críticos ou mais representativos de um comportamentos ou traço latente; 3. Dificuldade (complexidade): A dificuldade de um item se dá pelo nível de magnitude exigido pelo traço latente sob avaliação. Quanto maior a exigência do traço, maior a dificuldade ou complexidade do item. 4. Discriminação: Capacidade de um item diferenciar sujeitos com magnitudes próximas do mesmo traço (teta). 5. Viés de Resposta: Atitude, consciente ou não, de o sujeito responder de maneiras sistemáticas alheias ao conteúdo semântico dos itens. Respostas ao acaso (“chute”); estereotipadas (sempre em um dos extremos da escala ou no ponto neutro); dadas em função de supostas expectativas dos outros (desejabilidade social); etc. PARÂMETROS DOS TESTES (GRUPOS DE ITENS): O principal parâmetro da medida psicométrica é a demonstração da adequação da representação, ou seja, a demonstração do isomorfismo. Isomorfismo (equivalência de formas): números e medidas devem ser usados quando e até o ponto em que as propriedades dos números forem paralelas às propriedades dos objetos e eventos. USO DA MEDIDA O uso do número na descrição dos fenômenos naturais, ou seja, o uso do número estatístico (medida) somente se justifica se responder afirmativamente a duas questões: É legítimo utilizar o número para descrever os fenômenos da ciência? É útil, vantajoso, utilizar o número para descrever os fenômenos da ciência? • Em geral, a medida do fenômeno psicológico é do tipo “por teoria”; Maria Eduarda Pontes 20.1 • A medida do fenômeno psicológico é relativa, não dispondo do ponto zero absoluto (raro uso da escala de razão); • Menor precisão do que as medidas das ciências exatas; • Grande número de variáveis intervenientes; • Na maior parte das vezes trabalham-se com construtos e não com conceitos. • Muitas vezes, os testes são utilizados como instrumento diagnóstico único. • O objeto de estudo é, por vezes, isolado do seu contexto para a viabilidade da mensuração. • Muitos construtos são sensíveis à influência do treinamento (efeito- prática). • O valor preditivo da medida é influenciado pela modificabilidade do construto no tempo e espaço.
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