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Sociedades em espécie Recapitulando: • Sociedade empresária: tem por objetivo social o exercício da empresa. • Sociedade simples: tem por objetivo social o exercício da atividade econômica não empresarial. Sociedade comum: Sociedade contratual em formação. Não é sociedade institucional. Não tem registro na junta comercial. Não tem personalidade jurídica. Não tem nome empresarial. Embora não tenha personalidade jurídica, a sociedade em comum tem capacidade processual (art. 75, IX, CPC), podendo: 1. Sofrer falência (art. 1º da Lei nº 11.101). 2. Pedir autofalência (art. 105 da Lei nº 11.01). 3. Não pode pedir a falência do devedor. 4. Não pode pedir o benefício da recuperação de empresas (art. 48 da Lei nº 11.101). A prova de existência é por escrito, entre os sócios e por qualquer meio, por terceiro. Sócios respondem solidária e ilimitadamente. Ao sócio que contrata pela sociedade, não se aplica o benefício de ordem. Patrimônio (art. 988, em 210 CJF). Sociedade em conta de participação: A Sociedade em Conta de Participação (SCP) é a estrutura pela qual duas ou mais pessoas se unem visando um fim específico. Dessa forma, uma pessoa fornece recursos à outra para que a última os utilize em determinado projeto ou empreendimento visando auferir resultados a serem compartilhados. A Sociedade em Conta de Participação tem como características a informalidade, discrição, baixo custo operacional, entre outras. O que a torna um ótimo modelo de negócios para aqueles que procuram a constituição de uma sociedade que não necessite de muita burocracia. Sociedade simples “pura”: Associação entre dois ou mais profissionais que exercem a mesma atividade, na qual eles se juntam e formam uma sociedade de modo a prestar serviços de natureza intelectual (científica, literária, artística) ou cooperativa. Exemplo: advogados e médicos. Legislação: segundo o CC, a sociedade simples é um tipo societário, sem vínculo empresarial, que pode ser constituído em nome coletivo. Caso não se opte pelos tipos societários, a sociedade será regida pelas regras específicas da sociedade simples. A regulamentação consta nos artigos 997 e 1038 do CC. Na sociedade simples, não há adoção de tipos societários. Neste caso, os sócios são responsáveis pelo financiamento e atuam diretamente na atividade da associação. Com isso, na sociedade simples pura, cada sócio é encarregado pela prestação de serviços que oferecem e respondem, de forma ilimitada, pela dívida contraída pela associação. Sociedade em nome coletivo: Conceito: tipo societário onde todos os sócios são solidários e todos respondem ilimitadamente pelas dívidas da sociedade, ou seja, a dívida da sociedade pode atingir os bens dos sócios. Art. 1.039. Somente pessoas físicas podem tomar parte na sociedade em nome coletivo, respondendo todos os sócios, solidária e ilimitadamente, pelas obrigações sociais. Parágrafo único. Sem prejuízo da responsabilidade perante terceiros, podem os sócios, no ato constitutivo, ou por unânime convenção posterior, limitar entre si a responsabilidade de cada um. De acordo com o artigo, essa sociedade é constituída, necessariamente, por pessoas físicas. A administração desta sociedade cabe exclusivamente aos sócios, não podendo um terceiro exercer esse papel administrativo. Art. 1.042. A administração da sociedade compete exclusivamente a sócios, sendo o uso da firma, nos limites do contrato, privativo dos que tenham os necessários poderes. • Registro: órgão competente, motivo pelo qual tem personalidade jurídica e nome empresarial. • Nome empresarial: composto pelo patronímico dos sócios ou alguns dos patronímicos, contando, ao final do nome, “& companha” = & Cia. • Contrato social: ele deve conter as cláusulas previstas no art. 997, com os devidos ajustes relativos ao nome empresarial que na sociedade em nome coletivo deve ser adotado à firma (composto pelo nome dos sócios), não podendo usar denominação social. • Objeto social: este tipo societário pode explorar atividade econômica, comercial ou civil, na qual perante terceiros, os sócios respondem solidária e ilimitadamente. Observações: Não é uma invenção brasileira, existindo desde a idade média. A constituição deste tipo de sociedade é restrita às pessoas naturais (PF, podendo ser empresário individual ou não), não sendo admitido que outras sociedades (pessoas jurídicas) participem do quadro societário de uma sociedade em nome coletivo. Esse tipo de sociedade também permite que os sócios limitem entre si as suas responsabilidades no momento de elaboração do Contrato Social. É possível utilizar a desconsideração da personalidade jurídica. Sociedade em comandita simples: Conceito: esse tipo de sociedade é caracterizado pela existência de dois tipos de sócios: → Sócios comanditários; e → Sócios comanditados. Capital dividido em quotas que podem ser integralizadas por serviços. 1. Sócios comanditários: Têm responsabilidade limitada em relação às obrigações contraídas pela sociedade empresária, respondendo apenas pela integralização das quotas subscritas. Contribuem apenas com o capital subscrito, não contribuindo de nenhuma outra forma para o funcionamento da empresa, ficando alheios, inclusive, da administração daquela. Pessoa física ou jurídica, responsabilidade limitada. 2. Sócios comanditados: Contribuem com capital e trabalho, além de serem responsáveis pela administração da atividade de empresa. Sua responsabilidade perante terceiros é ilimitada, devendo saldar as obrigações contraídas pela sociedade. A firma ou razão social da sociedade somente pode conter nomes dos sócios comanditados, sendo que a presença do nome do sócio comanditário faz presumir que ele é comanditado, passando a responder de forma ilimitada. Pessoa física, responsabilidade ilimitada, administra a sociedade. Sociedade limitada: Conceito: consiste num tipo de associação que estabelece normas com base no valor investido por cada associado. O nome de cada uma das associações desse modelo é acompanhado da sigla “Ltda”, que significa “limitada”. É um dos tipos de empresa predominantes no Brasil, e sua base implica no contrato social. Sua origem está na responsabilidade limitada de companhia pertencentes a uma família e das sociedades anônimas. Esse formato de sociedade permite que a empresa tenha um administrador que não pertence ao quadro de sócios, desde que tenha o consentimento desses. Esse tipo de sociedade pode receber investimentos iguais de seus sócios, e investimentos correspondentes à porcentagem que cada um possui da empresa. Principais características: • Empresa LTDA: empresas constituídas por este tipo jurídico devem carregar a sigla LTDA em sua razão social. • Sociedade: é composta por dois ou mais sócios, não tendo obrigatoriedade de que eles exerçam atividades da mesma natureza. • Capital social: não tem valor mínimo. A responsabilidade do sócio é proporcional ao capital investido, mas todos respondem pelo total. • Responsabilidade: a responsabilidade dos sócios é restrita à empresa. Os bens pessoais são protegidos em caso de falência ou débitos. Apesar de a responsabilidade de cada sócio ser proporcional ao seu investimento no capital da empresa, todos os sócios de uma empresa respondem pelo seu capital total. Sendo assim, em uma organização na qual um dos sócios investiu 100 mil, e o segundo 5 mil, no caso de débitos com o Estado ou terceiros, ambos têm responsabilidade sobre o capital total de 105 mil da sociedade limitada. Outros pontos relevantes: • Os sócios devem atuar de maneira integrada para que a empresa alcance um bom desempenho. Esse modelo tendo como base as cotas individuais de cada um, o que é considerado é um ponto positivodas sociedades limitadas; • Nenhum sócio pode retirar dinheiro do caixa da empresa para cobrir despesas pessoais ou qualquer outa origem que não as contas da própria organização (autonomia da empresa). • Uma vez estabelecidas a sociedade entre os membros e as responsabilidades internas da companhia, o estabelecimento adquire status autogerenciável. Isso significa que todo e qualquer gasto efetuado após a formação da sociedade é de responsabilidade da empresa, não dos sócios individualmente. Sociedade anônima: Conceito: é a sociedade empresária com capital social dividido em ações, espécie de valor mobiliário, na qual os sócios, chamados acionistas, respondem pelas obrigações sociais até o limite do preço de emissão das ações que possuem. Sua principal característica é a divisão por ações. Nomenclatura: S.A, AS ou S/A. Fundamentação: Lei nº 6.404/76 – Lei das Sociedades Anônimas. Ações: títulos de participação de livre circulação e dotados de valor uniforme. CVM: a Comissão de Valores Mobiliários é uma entidade autárquica que organiza e disciplina o mercado financeiro. Trata-se de uma natureza jurídica, na qual os sócios que são denominados acionistas, tem suas participações e responsabilidades atreladas à quantidade de ações de cada um. Geralmente é indicada para empresas com investimento inicial alto – grandes corporações. A sociedade anônima tem, entre suas vantagens, a separação do patrimônio pessoal do acionista do patrimônio da empresa. É necessariamente sociedade empresária. Isso quer dizer que a participação e a responsabilidade de cada sócio, chamados de acionistas, está totalmente vinculada e limitada ao preço de emissão das ações que adquirir. Tipos de S.A: 1. S.A de Capital Aberto: A Sociedade Anônima de Capital Aberto é aquela em que os valores mobiliários (ações, debêntures, parte beneficiárias) são lançados (ou seja, abertos, no sentido de serem disponibilizados) para negociações em bolsas de valores ou mercados similares. Podem ser livremente negociadas em bolsa de valores ou mercado de balcão, ampliando, com isso, a possibilidade de obtenção de investimentos. 2. S.A de Capital Fechado: Não demanda o registro da CVM, uma vez que não há emissão de valores mobiliários negociáveis em bolsas de valores. Não é considerada sendo pública. Trata do formato empresarial particular, no qual as ações restringem-se aos acionistas especificados, sem a inclusão de suas operações em bolsa de valores ou mercado de balcão vinculado à CVM. Sociedade em comandita por ações: Conceito: tem o capital dividido em ações, regendo-se pelas normas relativas à sociedade anônima, sem prejuízo das demais normas especificadas no CC, e opera sob firma ou denominação. A sua característica principal é o fato de ter o seu capital divido em ações como acontece com as sociedades anônimas, porém, têm responsabilidade ilimitada os acionistas que ocupam as funções de administradores ou gerentes. Somente os acionistas poderão ser administradores ou gerentes. Estatuto social. Acionistas diretores: responsabilidade ilimitada. Acionistas não diretores: responsabilidade limitada. Sociedade cooperativa: Conceito: a sociedade cooperativa consiste na reunião de pessoas que apresentam interesses comuns com o intuito de desempenhar tarefas e serviços sem fins lucrativos, apenas visando a benefícios maiores para todos os membros. O funcionamento da cooperativa é regido pela Lei nº 5.764/71. Além disso, todos os participantes são considerados como donos da instituição. A participação de cada um tem o poder de impulsionar a continuidade das atividades da entidade. Fundamentação: CF, art. 5º, XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento; Lei 5.764/1971. CC, art. 1.093. A sociedade cooperativa reger-se-á pelo disposto no presente Capítulo, ressalvada a legislação especial. Características – art. 1.094, CC: I - variabilidade, ou dispensa do capital social; II - concurso de sócios em número mínimo necessário a compor a administração da sociedade, sem limitação de número máximo; III - limitação do valor da soma de quotas do capital social que cada sócio poderá tomar; IV - intransferibilidade das quotas do capital a terceiros estranhos à sociedade, ainda que por herança; V - quorum, para a assembleia geral funcionar e deliberar, fundado no número de sócios presentes à reunião, e não no capital social representado; VI - direito de cada sócio a um só voto nas deliberações, tenha ou não capital a sociedade, e qualquer que seja o valor de sua participação; VII - distribuição dos resultados, proporcionalmente ao valor das operações efetuadas pelo sócio com a sociedade, podendo ser atribuído juro fixo ao capital realizado; VIII - indivisibilidade do fundo de reserva entre os sócios, ainda que em caso de dissolução da sociedade.
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