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uma das 20 operações, as quais, em virtude das experiências, foram
ainda muito mais subdivididas, isoladas e tornadas autônomas como
funções exclusivas de trabalhadores individuais.
A origem da manufatura, sua formação a partir do artesanato,
é portanto dúplice. De um lado, ela parte da combinação de ofícios
autônomos de diferentes espécies, que são despidos de sua autonomia
e tornados unilaterais até o ponto em que constituem apenas operações
parciais que se complementam mutuamente no processo de produção
de uma única e mesma mercadoria. De outro lado, ela parte da coo-
peração de artífices da mesma espécie, decompõe o mesmo ofício indi-
vidual em suas diversas operações particulares e as isola e as torna
autônomas até o ponto em que cada uma delas torna-se função exclusiva
de um trabalhador específico. Por um lado a manufatura introduz,
portanto, a divisão do trabalho em um processo de produção ou a de-
senvolve mais; por outro lado, ela combina ofícios anteriormente se-
parados. Qualquer que seja seu ponto particular de partida, sua figura
final é a mesma — um mecanismo de produção, cujos órgãos são seres
humanos.
Para o entendimento correto da divisão do trabalho na manufa-
tura é essencial atentar para os seguintes pontos: antes de mais nada,
a análise do processo de produção em suas fases particulares coincide
inteiramente com a decomposição de uma atividade artesanal em suas
diversas operações parciais. Composta ou simples, a execução continua
artesanal e portanto dependente da força, habilidade, rapidez e segu-
rança do trabalhador individual no manejo de seu instrumento. O ofício
permanece a base. Essa estreita base técnica exclui uma análise ver-
dadeiramente científica do processo de produção, pois cada processo
parcial percorrido pelo produto tem que poder ser realizado como tra-
balho parcial artesanal. Precisamente por continuar sendo a habilidade
manual a base do processo de produção é que cada trabalhador é apro-
priado exclusivamente para uma função parcial e sua força de trabalho
é transformada por toda vida em órgão dessa função parcial. Final-
mente, essa divisão do trabalho é uma espécie particular da cooperação
e algumas de suas vantagens decorrem da natureza geral e não dessa
forma particular da cooperação.
2. O trabalhador parcial e sua ferramenta
Descendo agora aos pormenores, é desde logo claro que um tra-
balhador, o qual executa a sua vida inteira uma única operação simples,
transforma todo o seu corpo em órgão automático unilateral dessa ope-
ração e portanto necessita para ela menos tempo que o artífice, que
executa alternadamente toda uma série de operações. O trabalhador
coletivo combinado, que constitui o mecanismo vivo da manufatura,
compõe-se porém apenas de tais trabalhadores parciais unilaterais.
Em comparação com o ofício autônomo produz por isso mais em menos
MARX
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