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Gabarito Oficial Petição Inicial Indenizatória

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JUÍZO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE NOVA 
IGUAÇU/RJ. 
 
 
 
 
 
 
 
 
DANIEL DA SILVA DOS SANTOS, brasileiro, comerciante, casado, 
RG nº 2020202, inscrito no CPF sob nº 000.111.222-33, endereço eletrônico não 
informado, residente e domiciliado na rua Quatro, nº 5, Seis – Nova Iguaçu, CEP 26000-
000, por seu advogado regularmente constituído, com escritório estabelecido (endereço), 
email xxxx@yyy.com.br, , vem propor a presente 
 
AÇÃO INDENIZATÓRIA 
 
em face de UHULL, pessoa jurídica inscrita no CNPJ sob o nº 00.12345/0001-77, 
estabelecida na Rua Oito, nº 13, Barra da Tijuca/RJ – CEP 50025-030, endereço 
eletrônico desconhecido e TOKIO, pessoa jurídica inscrita no CNPJ sob o nº 
11.22222/0001-88, estabelecida na Av. 7 de setembro, n 1000, São Paulo/SP, endereço 
eletrônico desconhecido, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas. 
 
 
DOS FATOS 
 
O Autor realizou a comprar de um aparelho celular, em 20.03.2021, no 
valor de R$1.800,00 junto a loja Uhul (1º Réu). Após 4 meses de uso o produto parou de 
funcionar, quando foi orientado a levar o aparelho até uma assistência técnica do 
fabricante sob a alegação de que deveria aguardar o prazo de 30 dias para obter o conserto 
do produto. 
 Mesmo após esclarecer que utiliza o aparelho para assistir suas aulas 
na universidade, que estão online em decorrência da pandemia, teve seu pedido de troca 
imediata veementemente negado pelas Rés, sob a alegação de que teriam 30 dias para 
realizar o reparo. 
 
Ocorre que o aparelho se encontra até a presente data sem conserto, ou 
seja, há mais de 60 (sessenta) dias. Ressalta, por fim, que entrou em contato com o 2º Réu 
por diversas vezes, através de contato telefônico, email e junto a assistência técnica, não 
logrando êxito na solução do problema (docs anexos). 
 
DOS FUNDAMENTOS 
 
 
O Código de Defesa do Consumidor consagrou a Teoria Finalista para 
caracterização da condição de consumidor. Por tal teoria, todo aquele que adquire ou 
utiliza produto ou serviço como usuário final fático e econômico, deve ser considerado 
consumidor. Assim, trata o presente caso de uma relação de consumo, amparado pelo 
Código de Defesa do Consumidor. 
 
mailto:xxxx@yyy.com.br
Um dos principais direitos básicos garantido ao consumidor é a efetiva 
prevenção e reparação de danos sofridos pelo consumidor, inclusive dos danos morais 
(art. 6º, VI, CDC). Este direito concentra o cerne de todo o sentido da legislação 
consumerista: positivar regras capazes de prevenir potenciais lesões ao consumidor e 
garantir a escorreita reparação das que mesmo assim ocorrerem. 
Como desdobramento deste princípio, o Diploma Consumerista 
responsabiliza os fornecedores pelos vícios de qualidade que tornem os produtos 
impróprios ou inadequados ao uso, bem como os que aqueles que lhe diminuam o valor, 
nos termos do art. 18 do CDC, consagrando o vício do produto. 
Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não 
duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou 
quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que 
se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles 
decorrentes da disparidade, com a indicações constantes do recipiente, 
da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as 
variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a 
substituição das partes viciadas. 
Ademais, o art. 18, § 3º, CDC explicita que o consumidor pode exigir 
imediatamente qualquer das opções legais quando a extensão do vício implicar a 
qualidade do produto, ou, como no presente caso, se tratar de produto essencial. 
Art. 18, § 3° O consumidor poderá fazer uso imediato das alternativas 
do § 1° deste artigo sempre que, em razão da extensão do vício, a 
substituição das partes viciadas puder comprometer a qualidade ou 
características do produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de produto 
essencial. 
 
0012117-96.2020.8.19.0202 - APELAÇÃO 
1ª Ementa 
Des(a). MARCOS ANDRE CHUT - Julgamento: 24/08/2021 - VIGÉSIMA TERCEIRA 
CÂMARA CÍVEL 
APELAÇÃO. DIREITO DO CONSUMIDOR. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR 
DANOS MATERIAIS E MORAIS. AQUISIÇÃO DE SMARTPHONE COM 
CONTRATAÇÃO DE GARANTIA ESTENDIDA EM 25.05.2016. PRODUTO QUE 
APRESENTOU DEFEITO, SENDO TROCADO POR OUTRO DE IGUAL MODELO 
EM JULHO DO MESMO ANO. EM SETEMBRO, APÓS A QUEBRA DA TELA, 
EMBORA TENHA RECEBIDO AUTORIZAÇÃO DA TROCA PELA 
AUTORIZADA, ESTA NÃO FOI AUTORIZADA PELA SEGURADORA, AO 
ARGUMENTO DE QUE O CELULAR NÃO ERA OBJETO DO SEGURO. 
SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA PARCIAL DOS PEDIDOS, CONDENANDO A RÉ 
A AUTORIZAR O REPARO E AO PAGAMENTO DE R$3.000,00 A TÍTULO DE 
DANO MORAL. INSURGÊNCIA DE AMBAS AS PARTES. FALHA NA 
PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS DA RÉ QUE É EVIDENTE. A TROCA DO 
APARELHO POR OUTRO IDENTICO NÃO AFASTA A COBERTURA 
CONTRATUAL DA GARANTIA ESTENDIDA, DEVENDO O SEGURO SER 
TRANSFERIDO DO APARELHO INICIALMENTE CONTRATADO PARA O 
NOVO APARELHO. IMPERIOSA OBSERVÂNICA DA BOA-FÉ. DANO MORAL 
EVIDENCIADO NA PRIVAÇÃO DO USO DO 
APARELHO CELULAR, ESSENCIAL NOS DIAS ATUAIS. SENTENÇA QUE 
MERECE PEQUENA REFORMA APENAS PARA CONDENAR A RÉ AO 
PAGAMENTO DAS CUSTAS E HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS FIXADOS EM 
10% SOBRE O VALOR DA CONDENAÇÃO. DESPROVIMENTO DO RECURSO 
DA RÉ. PROVIMENTO DO RECURSO AUTORAL. 
http://www4.tjrj.jus.br/ejud/ConsultaProcesso.aspx?N=2021.001.42994
 
 
Importante destacar que o Autor realizou todas as tentativas 
administrativas possíveis para obter o devido reparo ou troca do produto, não havendo 
que se falar em decadência do direito. A entrega do produto na assistência técnica 
interrompeu o prazo, não havendo sequer, ainda, uma resposta negativa dos Réus, o que 
retomaria a contagem do prazo, conforme art. 26 da Lei 8.078/90. 
 
Identificado o vício e comunicado tempestivamente, o fornecedor deve 
saná-lo em até 30 dias, após os quais o consumidor pode exigir, dentre outras 
possibilidades, a substituição por outro de mesma espécie, como se depreende do art. 18, 
§1º, I, CDC. 
 
A situação fática atual se subsume perfeitamente à norma, mais 
precisamente ao parágrafo terceiro do artigo supracitado. Atualmente o produto objeto da 
lide – aparelho celular – é considerado um produto essencial, devendo sua troca ser 
imediata. O Réu forneceu produto com vício oculto e não o sanou quando instado, 
tampouco atendeu ao pedido de substituição manifestado pelo Autor, deixando-o à 
míngua com o produto viciado e retido na assistência técnica. 
 
Ressalte-se que o Autor confiou na credibilidade e competência das 
Rés, estabelecendo relação jurídica calcada no princípio da confiança, o qual foi 
exterminado pela atitude do Réu. Ao se portar da maneira relatada, a conduta do Réu 
ofende diretamente o princípio da boa-fé objetiva, faltando com o dever anexo de 
lealdade para com o Autor, não sanando o vício do produto e deixando de providenciar a 
substituição do produto quando exigida. 
 
 
Há ainda o direito básico à efetiva reparação está prevista no art. 14 do 
CDC, o qual expressa a necessidade de reparação dos danos sofridos quando o serviço 
prestado pelo fornecedor for defeituoso ou falho, configurando fato do serviço. Neste 
ponto importa dizer que a responsabilidade do fornecedor se dá de modo objetivo, 
cabendo a este provar não ter ocorrido defeito na prestação do serviço ou o rompimento 
do nexo de causalidade, como se impõe no art. 14, caput e § 3º, do CDC. 
 
No caso em tela, é notória a falha no serviço prestado pelos 
Requerentes. O Autor pagou por produto novo que já veio com vício e que o Réu não foi 
capaz de sanar em 30 dias. Some-se a isso, a injusta recusa do Réu em substituir o produto 
viciado, ao arrepio do direito positivo. 
Em decorrência direta de tal defeito, é cristalino dano moral sofrido 
pelo Autor, o qual pode ser descrito sucintamente como a ofensa a qualquer direito da 
personalidade, dentre eles, o direito à dignidade,à intimidade, à vida privada e à honra, 
dispostos exemplificativamente no art. 5º, X, da CRFB/88. 
 
É inegável o sentimento de impotência e de angústia experimentados 
pelo Autor, gastando considerável valor adquirindo produto de boa reputação no mercado 
e vê-lo se deteriorar tão precocemente. Maior ainda a revolta pelo descaso dos Requeridos 
com a situação. 
 
0232637-90.2015.8.19.0001 - APELAÇÃO 
Des(a). HORÁCIO DOS SANTOS RIBEIRO NETO - Julgamento: 10/08/2021 - 
DÉCIMA QUINTA CÂMARA CÍVEL 
http://www4.tjrj.jus.br/ejud/ConsultaProcesso.aspx?N=2020.001.48640
Direito do Consumidor. Vício do produto. Danos morais. Majoração. Apelação 
parcialmente provida. 1. A privação do uso de bens duráveis essenciais ao mundo 
moderno (televisão, geladeira, máquina de lavar, celular, etc.) causa danos morais, 
ultrapassando o mero aborrecimento. 2. Ademais, a ausência de reparo ou troca dentro 
do prazo de garantia contratual importa ainda em desrespeito ao consumidor, impotente, 
com um bem que adquiriu e não funciona. 3. Danos morais que se majora, consoante art. 
944, CC. 4. A responsabilidade é contratual. Incidência de juros de mora desde a citação, 
na forma do art. 405, CC. De outro lado, o termo inicial da correção monetária é a data 
do seu arbitramento - Súmula 362 STJ. 5. Apelação a que se dá parcial provimento 
 
Em que pese tal fato, a caracterização dessa espécie de dano prescinde 
de demonstração/quantificação da angústia e do sofrimento suportado. Provado o fato, 
presume-se o dano. Assim, situações como a presente são reconhecidas esta E. Corte 
como merecedoras de reparação de dano moral in re ipsa. 
 
A definição do quantum indenizatório é outro ponto que merece 
atenção. O Réu é um fornecedor de atuação nacional, amplamente conhecido e que 
registra vultuosa receita anual. Não ensejaria a pacificação social, fim último do direito, 
a fixação de indenização em valor inexpressivo, por não atender nem ao caráter punitivo 
tampouco ao pedagógico. Ademais, o tempo dispensado pelo consumidor na tentativa de 
solucionar um problema que foi criado tão somente pelos fornecedores deve ser motivo 
para justificar a razoável condenação em danos morais. 
0005940-53.2019.8.19.0008 - APELAÇÃO 
Des(a). ALCIDES DA FONSECA NETO - Julgamento: 20/05/2021 - DÉCIMA 
SEGUNDA CÂMARA CÍVEL 
APELAÇÃO CÍVEL. RELAÇÃO DE CONSUMO. AQUISIÇÃO DE PRODUTO 
NOVO COM DEFEITO. CELULAR COM DEFEITOS NA TELA E NA BATERIA. 
DANO MORAL CARACTERIZADO. PEQUENOS REPAROS NA SENTENÇA 
ATACADA. Sentença atacada que julgou procedente em parte os pedidos, condenada a 
ré-MOTOROLA a substituir o celular defeituoso por outro similar e a pagar danos morais 
de R$ 3.000,00 (três mil reais), despesas processuais e honorários advocatícios de 10% 
(dez por cento) sobre o valor da condenação. Relação jurídica que possui indiscutível 
natureza consumerista, a ensejar a aplicação do Código de Defesa do Consumidor. Autor-
apelante que adquiriu celular novo, com garantia e que poucos meses depois, parou de 
funcionar corretamente. Trocas por outros aparelhos que também apresentaram defeitos. 
Sete visitas à assistência técnica. Manutenção da condenação à substituição do produto 
que deve ser acrescida da possibilidade de o consumidor optar, no cumprimento de 
sentença, pelo ressarcimento do valor pago, devidamente acrescido de juros de mora e 
correção monetária. Dano moral caracterizado. Autor-apelante que perdeu dias na 
tentativa de conserto do produto e em visitas à assistência técnica. Tempo vital que 
constitui atributo da personalidade e que foi perdido, em razão da prática abusiva 
da fornecedora e do evento danoso dela resultante. De fato, o tempo na vida de uma 
pessoa constitui um bem extremamente valioso, cujo desperdício se afigura 
irrecuperável, de modo que se torna completamente descabido falar-se em "mero 
aborrecimento", indicativo de algo simples, desimportante, suportável. Quantum 
reparatório. Utilização do método bifásico para arbitramento do dano. Valorização do 
http://www4.tjrj.jus.br/ejud/ConsultaProcesso.aspx?N=2021.001.34245
interesse jurídico lesado e das circunstâncias do caso concreto. Fixação que merece ser 
majorada para R$ 10.000,00 (dez mil reais). Precedentes. Honorários fixados com 
observância dos critérios legais previstos no artigo 85, §2º, do CPC. PARCIAL 
PROVIMENTO DO RECURSO. 
 
Pelo exposto, configura-se o dano moral indenizável reconhecido por 
esta corte entendendo-se por compensação justa e razoável o valor de R$10.000,00 (dez 
mil reais). 
 
DOS PEDIDOS 
 
Ante o exposto, pede e requer a V. Exa.: 
 
a) A citação dos Réus para comparecerem à audiência de conciliação a 
ser designada pelo juízo; 
 
b) A procedência dos pedidos com a condenação dos Reus ao 
pagamento de R$1.800,00 (mil e oitocentos reais) devidamente atualizados 
monetariamente, a título de danos materiais; 
 
c) A condenação do Réus ao pagamento de R$10.000,00 (dez mil reais) 
a título de danos morais; 
. 
 
 
DAS PROVAS 
 
Para provar o alegado, requer a utilização de todos os 
meios admitidos em direito, na amplitude do art. 369 do CPC, especialmente a prova 
documental superveniente e depoimento pessoal das Rés, sem prejuízo da inversão do 
ônus da prova aplicável ao caso. 
 
 
DO VALOR DA CAUSA 
 
Dá-se à presente o valor de R$11.800,00 (onze mil e 
oitocentos reais). 
 
 
E. deferimento. 
 
Local, data. 
 
 
ADVOGADO 
OAB

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