Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Políticas públicas de alimentação e nutrição no Brasil: de Lula a Temer Políticas públicas de alimentação e nutrição do Brasil: de Lula a Temer Francisco de Assis Guedes de VASCONCELOS 1 http://orcid.org/0000-0002- 6162-8067 Mick Lennon MACHADO 2 http://orcid.org/0000-0001-7550-1692 Maria Angélica Tavares de MEDEIROS 3 http://orcid.org/0000-0002-8982- 7084 José Anael NEVES 3 http://orcid.org/0000-0003-4139-4352 Elisabetta RECINE 4 http://orcid.org/0000-0002-5953-7094 Elaine Martins PASQUIM 4 http://orcid.org/0000-0002-0377-981X 1 Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Departamento de Nutrição. Campus Universitário, s / n., Trindade, 88040-9000, Florianópolvis, SC, Brasil. 2 Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Nutrição. Florianópolis, SC, Brasil. 3 Universidade Federal de São Paulo, Departamento de Políticas Públicas e Saúde Coletiva, Programa de Pós-Graduação em Alimentos, Nutrição e Saúde. Santos, SP, Brasil. 4 Universidade de Brasília, Faculdade de Ciências da Saúde, Departamento de Nutrição. Brasília, DF, Brasil. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#aff01 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#aff02 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#aff03 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#aff03 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#aff04 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#aff04 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en RESUMO Objetivo Analisar políticas públicas de alimentação e nutrição no Brasil, com ênfase nos últimos quinze anos (2003-2018). MÉTODOS Análise histórico-documental baseada em pesquisa bibliográfica sobre bases indexadas e visitas exploratórias a sites de agências governamentais. RESULTADOS As descobertas científicas e governamentais foram organizadas de acordo com os governos Lula, Dilma e Temer. Eles exploram o desenvolvimento de várias políticas públicas e programas de bem-estar em alimentação e nutrição, com foco principalmente no Programa Brasileiro de Erradicação da Fome, Programa de Assistência a Famílias Carentes, Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, Programa de Aquisição de Alimentos, Programa Nacional de Nutrição Escolar, Programa Nacional de Nutrição Escolar, Política de Segurança Nutricional, Sistema Nacional de Vigilância Alimentar e Nutricional e Programa Brasileiro de Erradicação da Miséria. Destacam-se a centralidade da idéia de combate à fome e à miséria nas políticas públicas nos primeiro e segundo mandatos de Lula e Dilma. O segundo mandato de Dilma é marcado pelo foco em alimentação saudável, além de apresentar os primeiros sinais de fragilização de políticas públicas em alimentação e nutrição. Atualmente, o governo Temer é caracterizado por processos de ruptura institucional e programática, cortes no orçamento e contratempos nos direitos adquiridos. Há evidências da necessidade de ativar instrumentos nacionais e internacionais para fazer valer o direito humano à alimentação adequada e consequente fortalecimento de políticas públicas sobre alimentação e nutrição. CONCLUSÃO Esse período apresenta uma expansão e qualificação de políticas públicas em alimentação e nutrição, principalmente no governo Lula e Dilma, com reveses no governo Temer, em que cortes orçamentários contínuos enfraquecem as políticas sociais, redução da fome, redução da pobreza e políticas de segurança alimentar e nutricional. Palavras-chave: Segurança Alimentar e Nutricional; Política de Nutrição; Programas e Políticas de Nutrição; Políticas públicas INTRODUÇÃO No Brasil, o caminho da institucionalização das políticas de alimentação e nutrição públicas, que começaram em meados dos anos 1930, converge com a história do surgimento da profissão de nutricionista, que completa 80 anos de existência em 2019 [ 1 , 2 ]. Ao longo dessa trajetória, torna-se relevante reconhecer as profundas mudanças econômicas, políticas, sociais e culturais que ocorreram tanto no contexto da sociedade brasileira quanto no contexto da sociedade humana. Essas mudanças incluem aquelas relacionadas ao perfil epidemiológico nutricional, que na década de 1930 consistiam principalmente de doenças associadas a deficiências nutricionais. Desde esse período até os dias atuais, as doenças nutricionais crônicas não transmissíveis foram superpostas, implicando a necessidade de construção de novos paradigmas e novas formas de intervenção em alimentos e nutrição [ 1 , 3 ]. Nos últimos 15 anos, vários estudos foram identificados no campo das políticas públicas de alimentação e nutrição no Brasil, alguns dos quais abordaram a questão de forma abrangente [ 4 - 6 ], enquanto outros se concentraram na análise de programas como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) [ 7 - 10 ]; o Programa Bolsa Família (PBF, Programa Bolsa Família ) [ 11 - 14 ]; o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA, Programa de Aquisição de Alimentos ) [ 15 , 16 ]; o programa de restaurantes econômicos apoiados pelo governo [17 , 18 ]; e o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN, Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional ) [ 19 , 20 ]. No presente artigo, supõe-se que, desde 2003, tenha ocorrido um processo de redefinição das estratégias de planejamento, gestão e execução de suas ações e programas no campo das políticas públicas de alimentação e nutrição. Assim, para promover uma mudança no modelo de desenvolvimento além do foco do crescimento econômico, buscou-se um processo que deveria basear-se na intersetorialidade efetiva entre os órgãos governamentais das diferentes esferas governamentais envolvidas, bem como na participação efetiva da sociedade civil organizada - o principal mecanismo de controle social dessa política - e, consequentemente, de promover e garantir o direito humano à alimentação adequada para todos os brasileiros [ 6 , 20 ]. Nesse sentido, o objetivo deste artigo é realizar uma análise histórico-documental das políticas públicas de alimentação e nutrição no Brasil, focada nos últimos 15 anos (2003-2018). MÉTODOS Este artigo é caracterizado como uma análise histórico-documental que busca sintetizar a trajetória das políticas públicas de alimentação e nutrição no Brasil nos últimos 15 anos. Para obter dados, informações e documentos sobre a trajetória das políticas brasileiras de alimentação e nutrição de 2003 a 2018, foram realizadas visitas exploratórias aos sites dos órgãos governamentais envolvidos, como: (1) Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA) Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (http://www4.planalto.gov.br/consea); (2) Ministério da Saúde - Coordenação Geral http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B01 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B02 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B01 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B03http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B04 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B06 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B07 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B10 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B11 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B14 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B15 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B16 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B17 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B18 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B19 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B20 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B06 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B20 de Alimentação e Nutrição (CGAN, Ministério da Saúde - Coordenação Geral de Alimentos e Nutrição) (http://dab.saude.gov.br/portaldab/cgan.php); (3) Ministério do Desenvolvimento Social (http://mds.gov.br/assuntos/bolsa-familia); e (4) o Ministério da Educação (http://www.fnde.gov.br/programas/pnae). Na tentativa de capturar artigos científicos sobre o assunto publicados nos últimos 15 anos, foi realizado um levantamento bibliográfico nas bases de dados Scientific Electronic Library Online (SciELO), National Library of Medicine (PubMed) e Web of Science, usando os termos: “política pública”; "politica social"; “Programas de alimentação e nutrição”; "Programas de nutrição"; "Comida e nutrição"; "nutrição"; "fome"; "Segurança alimentar e nutricional"; “Programa de Subsídios Familiares”; “ Programa Fome Zero”(Programa de Erradicação da Fome); “Programa Nacional de Nutrição Escolar” e sua sigla PNAE; “Restaurantes econômicos apoiados pelo governo”; “Programa de Aquisição de Alimentos” e sua sigla PAA, todos os termos sendo pesquisados em português e seus respectivos correspondentes no idioma inglês. Os critérios de inclusão envolveram os artigos originais, cujo conteúdo e objetivos continham análises das várias políticas governamentais de alimentação e nutrição nos cortes temporais definidos anteriormente. Os artigos selecionados abordaram as mais diversas metodologias para ampliar as possibilidades de ações identificadas. A interpretação dos resultados sugeriu que o tratamento de dados e informações deveria ser organizado em três macro indicadores ou períodos: governo Lula (2003-2010), governo Dilma (2011- 2016), e o governo Temer (2016-julho de 2018). A categorização procurou destacar a relação processual, histórica e social das políticas e programas de alimentação e nutrição. Era Lula (2003-2010): erradicação da fome ( Fome Zero ) e assistência a famílias carentes ( Bolsa Família ) O governo Lula iniciou-se em um clima de euforia causado pela publicidade das ações do Programa Fome Zero (PFZ, Programa de Erradicação da Fome), que visava erradicar a fome e implementar uma política nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) no Brasil, através de políticas estruturais, específicas e locais [ 21 ]. No primeiro ano do governo, os programas de transferência de renda condicional foram unificados com a criação do PBF. Objetivos de curto, médio e longo prazo foram elaborados, entre eles: promover o acesso à rede de serviços públicos, principalmente os relacionados à saúde, educação e assistência social; combater a fome e a pobreza; promover políticas de SAN; contribuir para o exercício pleno da cidadania e a emancipação sustentada das famílias mais vulneráveis à fome; e promover a intersetorialidade, complementaridade e sinergia das ações sociais da administração pública. Assim, o PBF previa a transferência de recursos monetários para as famílias em situação de pobreza e extrema pobreza, o acesso a serviços de saúde e educação sob a forma de condicionalidades, além de ações intersetoriais e programas complementares. O PBF se tornou o maior programa de transferência de renda do mundo, absorvendo a maioria dos recursos monetários destinados à Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (PNSAN, Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional) [ 11 ]. No final de 2010, o PBF havia beneficiado 12,8 milhões de famílias brasileiras, com uma transferência de renda de BRL14,4 bilhões por ano ( Tabela 1 ). Tabela 1 Número de famílias beneficiadas e valor orçamentário anual acumulado do Programa Bolsa Família (PBF, Programa Bolsa Família ) no Brasil, 2004 a 2018. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B21 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B11 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#t01 Ano Número de famílias Orçamento anual (BRL) 2004 6.571.839 3.791.785.038,00 2005 8.700.445 5.691.667.041,00 2006 10.965.810 7.524.661.322,00 2007 11.043.076 8.965.499.608,00 2008 10.557.996 10.606.500.193,00 2009 12.370.915 12.454.702.501,00 2010 12.778.220 14.372.702.865,00 2011 13.361.495 17.364.277.909,00 2012 13.902.155 21.156.774.695,00 2013 14.086.199 24.890.107.091,00 2014 14.003.441 27.187.295.233,00 2015 13.936.791 27.650.301.339,00 2016 13.569.576 28.506.185.141,00 2017 13.828,609 29.046.112.934,00 Até junho de 2018 13.736.341 14.881.878.458,00 Nota: BRL: moeda brasileira ( Reais : R $). Com base em dados do Ministério do Desenvolvimento Social (Brasil) [ 22 ]. Quinze anos após o início de sua implementação, há evidências do impacto do PBF na redução dos índices de desigualdade de renda e pobreza [ 23 ], minimizando a pobreza e a fome no Brasil [ 24 ]; o aumento do uso de serviços de saúde por crianças beneficiadas [ 25 ] e diminuição da mortalidade infantil pós-neonatal [ 26 ]. Por outro lado, quando se trata de estudos sobre o impacto do PBF no estado nutricional, no consumo alimentar e na SAN, os resultados ainda são inconclusivos [ 11 , 14 , 27 , 28 ]. Em 2003, o CONSEA foi reconstituído como uma agência consultiva do Presidente, com 1/3 de seu conselho composto por membros do governo e 2/3 compostos por membros da sociedade civil. Na ocasião, sua missão era ampliar o debate sobre a questão da SAN, e convocar a II Conferência Nacional de SAN , colocando a participação social no centro das mudanças estruturais relacionadas à SAN. agenda [ 29 ]. A II Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional , realizada em 2004, deliberou sobre a proposta da Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional (LOSAN, Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional ) [ 30 ]. Fundada em 2006, a LOSAN instituiu o SISAN, formado pelos seguintes três níveis de governo: Conferência de Segurança Alimentar e Nutricional , CONSEA, Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional ( CAISAN , Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional ), agências do FNS e entidades e instituições privadas sem fins lucrativos [ 31 ]. O PAA, criado em 2003, inovou ao ser concebido como um instrumento de política agrícola e acesso a alimentos adequados e saudáveis [ 20 ]. É um programa de compra institucional de alimentos de agricultores familiares, que cria cadeias de suprimentos curtas, reunindo produtores e consumidores, como forma de fortalecer as políticas de SAN e aumentar a renda dos produtores [ 32 ]. O Programa também incentiva a produção de alimentos sem pesticidas; melhorar a nutrição familiar e fortalecer outros programas de compra direta de alimentos, incluindo o PNAE.A III Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional foi realizada em 2007 e teve como objetivo contribuir para a construção do SISAN, propondo diretrizes, eixos e prioridades da Política e Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional e incorporando a soberania alimentar como elemento estratégico deste política pública [ 33 ]. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B22 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B23 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B24 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B25 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B26 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B11 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B14 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B27 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B28 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B29 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B30 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B31 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B20 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B32 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B33 Em 2010, por meio da Emenda Constitucional nº 64, os alimentos foram incluídos entre os direitos sociais no Brasil, previstos no artigo 6º da Constituição Federal de 1988. Nesse mesmo ano, o Decreto nº 7.272 / 2010, que regulamentava LOSAN, PNSAN e foram estabelecidos os parâmetros para elaboração do Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional [ 19 ]. Durante o governo Lula, houve alguns desenvolvimentos na primeira edição da Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN, Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional), publicada em 1999. Recine & Vasconcellos [ 5 ] destacaram eventos importantes desse período, a saber : a configuração e o desenvolvimento da vigilância de alimentos e nutrição, a produção regular de informações sobre o estado nutricional por meio de pesquisas de base populacional, a construção de uma agenda de promoção de alimentos saudáveis e o treinamento de recursos humanos. O monitoramento das questões alimentares e nutricionais no Brasil ganhou força com base em pesquisas populacionais, incluindo a Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS), em 2006, que incluiu o primeiro estudo nacional sobre prevalência de anemia e hipovitaminose. A, além das Pesquisas de Orçamento Familiar (POF, Family Budget Surveys) para os anos 2002-2003 e 2008-2009 [ 5 ]. Em relação à promoção de hábitos alimentares saudáveis, a agenda foi qualificada com a publicação da primeira edição do Guia Alimentar para a População Brasileira (2006), assumindo que a alimentação saudável deve basear-se em práticas alimentares com significado cultural e social, portanto, com base no consumo de alimentos e não de nutrientes [ 34 ]. Outro evento importante foi a criação dos Núcleos de Apoio ao Programa Saúde na Família (NASF), com o objetivo de qualificar e ampliar a amplitude, o alcance e a resolução das ações básicas de saúde, através da inserção de diferentes profissionais das equipes de saúde da família, entre eles o nutricionista [ 35 ]. Vasconcelos et al . [ 36 ] identificaram um aumento no número de nutricionistas em clínicas básicas de saúde após a criação do NASF, embora esse número permaneça abaixo das necessidades de saúde. Além disso, a inserção do nutricionista no NASF foi um passo importante para impulsionar a organização do cuidado nutricional nos serviços de saúde [ 35 ]. O governo Lula também foi o pano de fundo de mudanças nos marcos legais do PNAE, após a aprovação da Lei no 11.947 / 2009 e da Resolução no 38/2009 do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE, Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação ) ) [ 37 ] Entre essas modificações, destacam-se três diretrizes: o uso de hábitos alimentares adequados e saudáveis, incluindo o uso de alimentos variados e seguros, respeitando a cultura alimentar local, as tradições e os hábitos alimentares saudáveis; a inclusão da educação alimentar e nutricional no currículo escolar; e a exigência de aquisição de alimentos diversificados, produzidos localmente e preferencialmente pela agricultura familiar, utilizando pelo menos 30% dos recursos do FNDE para esse fim, priorizando a produção nativa das comunidades indígenas,quilombolas , assentamentos de reforma agrária e alimentos orgânicos e agroecológicos [ 37 ]. A Tabela 2 contém informações sobre o desempenho do PNAE em todo o governo Lula, em relação ao número de estudantes beneficiados e à quantidade de recursos financeiros gastos. Tabela 2 Número de alunos participantes e orçamento anual do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Brasil, 2003 a 2018. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B19 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B05 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B05 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B34 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B35 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B36 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B35 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B37 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B37 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#t02 Ano Alunos participantes (em milhões) Orçamento anual (em bilhões de reais) 2003 37,3 0,954 2004 37,8 1.025 2005 36,4 1.266 2006 36,3 1.500 2007 35,7 1.520 2008 34,6 1.490 2009 47,0 2.013 2010 45,6 3.034 2011 44,4 3.051 2012 43,1 3,306 2013 43,3 3.542 2014 42,2 3,693 2015 41,5 3,759 2016 40,3 3.400 2017 40,6 3.900 Até junho de 2018 40,8 1.800 Nota: BRL: moeda brasileira ( Reais : R $). Com base em dados do Ministério do Desenvolvimento Social, Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (Brasil) [ 38 ]. Dilma Era (2011-2016): Programa Brasileiro de Erradicação da Miséria ( Programa Brasil Sem Miséria ) e outras ações À primeira vista, pode-se dizer que, se o ponto focal do discurso político-ideológico do governo Lula era a luta contra a fome, no primeiro mandato de Dilma, o discurso era de combate à pobreza ou extrema pobreza, simbolizado pelo lançamento do Programa Brasil Sem Miséria (PBSM, Programa Brasileiro de Erradicação da Miséria). O combate à fome e à miséria foram as questões centrais que marcaram as políticas sociais e, em particular, as políticas de alimentação e nutrição, e podem ser entendidas como as principais ferramentas utilizadas para gerar consenso, legitimidade e hegemonia das duas administrações do Partido Trabalhista Brasileiro [ 39 ] . O PBSM foi baseado em uma ousada meta de erradicar a pobreza extrema no país antes de 2014, visando 16 milhões de brasileiros e estruturando-se em três eixos: (1) inclusão produtiva (rural e urbana); (2) garantia de renda para proteção social; e (3) acesso a serviços públicos de proteção e promoção social [ 40 - 42 ]. No campo específico das políticas públicas de alimentação e nutrição, o eixo de inclusão produtiva na área rural buscou articular açõesestratégicas voltadas ao acesso à água para produção e consumo, apoiando a estruturação produtiva e a comercialização de alimentos. Em 2011, 82.000 agricultores familiares extremamente pobres foram incluídos no PAA, que aplicou mais de BRL5 bilhões em compras de alimentos da agricultura familiar desde a sua criação até 2013 e já comprou cerca de 4 milhões de toneladas métricas de alimentos. O Programa de Promoção de Atividades Produtivas Rurais, até outubro de 2014, havia transferido recursos para mais de 123 mil famílias de pequenos agricultores [ 40 ]. No eixo garantia de renda, o PBF passou por mudanças operacionais e financeiras que resultaram em um reajuste do valor do benefício, com maiores correções para aqueles em maior vulnerabilidade, além da criação de novos benefícios e aumento do limite de benefícios, levando à inclusão de 1,3 milhão de crianças [ 40 ]. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B38 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B39 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B40 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B42 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B40 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B40 Na área de acesso aos serviços públicos, destaca-se o lançamento do Programa Brasil Afetuoso em 2012 [ 40 , 41 ], com foco em famílias em extrema pobreza, com crianças de até seis anos, beneficiárias do PBF, que passaram a receber o Benefício pela superação da pobreza extrema na primeira infância e, em fevereiro de 2013, a complementação de renda começou a cobrir todos os beneficiários do PBF. No campo específico de alimentação e nutrição, o Programa Brasil Afetuoso também consistiu em aumentar o número de vagas em creches, melhorias no PNAE, suplementação de vitamina A, ferro e outras vitaminas e minerais [ 40 , 41 ]. De acordo com a avaliação do MDS, o PBSM alcançou sua meta de acabar com a miséria já em março de 2013, quando 22 milhões de brasileiros haviam cruzado a linha e deixado extrema pobreza [ 42 ]. Merecem destaque outras estratégias relevantes da política social de alimentação e nutrição do primeiro mandato da administração Dilma: a divulgação do Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (2012/2015) [ 43 ]; a atualização do PNAN [ 44 ]; a publicação do Quadro de Referência da Educação Alimentar e Nutricional (FNE) para Políticas Públicas [ 45 ]; a instituição da Estratégia Nacional de Promoção da Amamentação e Alimentação Suplementar Saudável no Sistema Único de Saúde (SUS, Sistema Único de Saúde ) [ 46 ]; e o lançamento da nova edição do Guia Alimentar para a População Brasileira [ 47 ]. O segundo mandato do governo Dilma Rousseff (2015-2016) foi marcado por uma forte recessão e aumento das taxas de desemprego, devido a uma crise econômica global [ 48 ]. Essa crise foi intensificada por uma crise política que resultou no impeachment do presidente em agosto de 2016 [ 49 ]. Nesse momento, a partir de 2015, foi feita uma tentativa de lidar com essas crises, que resultaram em um corte de R $ 70 bilhões em gastos do governo, parcialmente aplicados a programas e políticas sociais [ 50 ]. Em 2015, houve uma redução de 6% em comparação com 2014 nos gastos do governo com o PAA, que em 2016 acumularam perdas de mais de 30% em comparação com 2014 [ 51 ]. De acordo com a Tabela 1 , em 2015, o número de famílias beneficiadas pelo PBF foi menor do que em 2014, uma redução que foi repetida em 2016, embora neste ano o orçamento para o programa tenha sido aumentado. Em relação ao PNAE, a Tabela 2 mostra que em 2016 houve uma redução de 9% no orçamento direcionado da administração federal aos estados e municípios em relação ao ano anterior. Em resposta ao aumento progressivo de doenças crônicas não transmissíveis, o segundo mandato do governo Dilma Rousseff enfatizou a promoção de hábitos alimentares saudáveis. Em 2015, o Pacto Nacional pela Alimentação Saudável foi estabelecido para aumentar a oferta, disponibilidade e consumo de alimentos saudáveis e combater o excesso de peso, obesidade e doenças enraizadas em uma dieta pobre [ 52 ]. Em 2016, foi elaborado o II Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, que reforçou a importância de enfrentar a crescente questão do excesso de peso e das DNT, além de promover o fornecimento de alimentos saudáveis para toda a população [ 53 ]. Temer Era (maio de 2016- julho de 2018) Em 12 de maio de 2016, a mudança do comando executivo federal levou a rupturas institucionais e programáticas e a cortes no orçamento que impactaram diretamente as políticas de alimentação e nutrição, indicando mudanças de paradigma e retrocessos nos princípios e direitos adquiridos. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B40 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B41 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B40 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B41 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B42 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B43 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B44 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B45 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B46 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B47 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B48 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B49 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B50 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B51 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#t01 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#t02 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B52 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B53 Uma das primeiras medidas adotadas pelo governo Temer nas áreas agrárias e rurais foi a extinção do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), o que aumentou a ameaça de aprovação do Projeto de Lei 6.299 / 2002, que flexibiliza a legislação sobre pesticidas [ 54 ]. Também digna de nota é a aprovação do novo regime fiscal estabelecido pela Emenda Constitucional No.95, que estabelece que os valores reais dos pisos de gastos do governo em saúde e educação ficam congelados por duas décadas [ 55 ]. recursos do PBF e da Estratégia Saúde da Família(ESF, Estratégia de Saúde da Família), a austeridade contínua e as reduções na cobertura de ambos os programas levarão a um aumento de 8,6% na mortalidade infantil até 2030 [ 56 ]. Se as políticas fossem mantidas nos parâmetros anteriores, as taxas de mortalidade abaixo de 5 anos para doenças diarréicas e desnutrição seriam 39,3% e 35,8% menores em 2030 [ 13 ]. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada ) [ 57 ], o ajuste fiscal não permitirá expansão da cobertura ou criação de novas iniciativas pelo Ministério do Desenvolvimento Social, uma vez que as perdas orçamentárias tendem a chegar a 54% em 2036. O corte orçamentário no Plano Plurianual de Segurança Alimentar e Nutricional (PPA) em 2017 em comparação a 2014 foi de cerca de 76%, enquanto o orçamento de pagamento da dívida externa aumentou344% [ 58 ]. O enfraquecimento do Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional é mostrado na Tabela 3 . Tabela 3 Percentual de redução orçamentária de programas e metas do Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. Brasil, 2014-2018. Programa / Objetivos LOA (2014) LOA (2018) Redução (%) Distribuição de alimentos para grupos populacionais tradicionais e específicos (cesta de alimentos) BRL82 milhões BRL27,4 milhões 67 Programa de concessão ecológica BRL106,2 milhões - 100 Apoio ao desenvolvimento sustentável de comunidades quilombolas , povos indígenas e povos e comunidades tradicionais BRL6 milhões - 100 Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) BRL630 milhões BRL185,4 milhões 71 Assistência Técnica e Extensão Rural para famílias assentadas e extrativistas (ATES) BRL357 milhões BRL19,7 milhões 94 Inclusão produtiva das mulheres BRL32,5 milhões BRL3,6 milhões 89 Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) BRL1,3 bilhão BRL431 milhões 67 Programa “Água para Todos” (Cisternas) BRL248,8 milhões BRL40,8 milhões 94 Cooperação Humanitária Internacional BRL38,4 milhões BRL6,3 milhões 84 Nota: LOA: Lei Orçamentária Anual; BRL: moeda brasileira ( Reais : R $) Com base em dados do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Brasil) [ 59 ]. Em maio de 2018, a proposta de Medidas Provisórias para viabilizar um acordo firmado com o movimento de transporte de cargas resultou no cancelamento de programas orçamentários que já haviam sofrido cortes anteriores, como reforma agrária e assistência técnica e programas de extensão rural [ 8 ]. , focada na preservação da biodiversidade, no combate à violência de gênero, na prestação de serviços de saneamento básico, desenvolvimento sustentável, moradia, além de vários programas de Saúde [ 13 ] e Educação [ 60 ]. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B54 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B55 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B56 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B13 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B57 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B58 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#t03 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B59 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B08 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B13 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B60 Esses fatos confirmam projeções preocupantes de retorno à insegurança alimentar, fome e pobreza no país. É necessário ressaltar que o Estado pode ser responsabilizado pelo descumprimento de suas obrigações com políticas sociais, principalmente Segurança Alimentar e Nutricional, considerando além da constituição o Protocolo de San Diego, assinado pelo Brasil em 1996, no qual o Estado não pode recuar em relação aos direitos econômicos, sociais e culturais, a Lei nº 11.346 / 2006 e o Decreto nº 7.272 / 2010, que institui o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN, Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional ). Dada essa estrutura, é reforçada a necessidade de ativar instrumentos nacionais e internacionais para reforçar o direito humano à alimentação adequada. A mobilização de agências responsáveis pelos direitos nacionais e internacionais é uma das formas viáveis de controlar e reverter a supressão de direitos. CONCLUSÃO O período analisado referente às políticas de alimentação e nutrição no Brasil revelou três grandes ciclos em sua construção histórica, em que foram identificadas mudanças de idéias, valores e interesses. No governo Lula, foram criados marcos legais com implementação e valorização da segurança alimentar e nutricional para reduzir a fome, embora houvesse contradições como o incentivo à agricultura industrial baseada em grandes propriedades. O governo Dilma pode ser subdividido em dois momentos, inicialmente com a idéia de erradicação da miséria e pobreza extrema, seguido de um período de recessão, no qual é iniciada uma política de austeridade, associada à promoção de hábitos alimentares saudáveis diante do agravamento. doenças crônicas não transmissíveis. Finalmente, a política de austeridade se intensifica com a administração Temer, COMO CITAR ESTE ARTIGO Vasconcelos FAG, Machado ML, Medeiros MAT, Neves JA, Recine E, Pasquim EM. Políticas públicas de alimentação e nutrição no Brasil: de Lula a Temer. Rev Nutr. 2019; 32: e180161. http://dx.doi.org/10.1590/1678-9865201932e180161 REFERÊNCIAS 1 Vasconcelos FAG. Combate à fome no Brasil: uma análise histórica de Vargas a Lula. Rev Nutr. 2005; 18 (4): 439-57. http://dx.doi.org/10.1590/S1415- 52732005000400001 [ Links ] 2 Domene SMA, Ota RRL, Nilson EAF, Ollertz MIS, Watanabe TT, Gallo PR. Experiências de políticas em alimentação e nutrição. Estud Av. 2007; 21 (60): 161-78. [ Links ] 3 Vasconcelos FAG. A ciência da nutrição em trânsito: nutrição e dietética à nutrigenômica. Rev Nutr. 2010; 23 (6): 935-45. http://dx.doi.org/10.1590/S1415- 52732010000600001 [ Links ] 4 Alves KPS, Jaime PC. A política nacional de alimentação e nutrição e seu diálogo com a política nacional de segurança alimentar e nutricional. Ciênc Saúde http://dx.doi.org/10.1590/1678-9865201932e180161 javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); Coletiva. 2014; 19 (11): 4331-40. http://dx.doi.org/10.1590/1413- 812320141911.08072014 [ Links ] 5 Recine E, Vasconcellos AB. Políticas nacionais e o campo da alimentação e nutrição em saúde coletiva: cenário atual. Ciênc Saúde Coletiva. 2011; 16 (1): 73- 9. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232011000100011 [ Links ] 6 Rigon SA, Schmidt ST, Bógus CM. Desafios da nutrição no Sistema Único de Saúde para construção da interface entre a saúde e a segurança alimentar e nutricional. Cad Saúde Pública. 2016; 32 (3): e00164514. http://dx.doi.org/10.1590/0102- 311X00164514 [ Links ] 7 Recine E. O Programa Nacional de Alimentação Escolar: o mundo se inspira, é capaz de manter os avanços? Cad Saúde Pública. 2017; 33 (12): e00087617. http://dx.doi.org/10.1590/0102-311x00087617 [ Links ] 8 Schwartzman F, Mora CAR, Bogus CM, Villar BS. Antecedentes e elementos da vinculação do programa de alimentação escolar do Brasil com uma agricultura familiar. Cad Saúde Pública. 2017; 33 (12): e00087617. http://dx.doi.org/10.1590/0102-311x00099816 [ Links ] 9 Silva EO, Amparo-Santos L, Soares MD. Alimentação escolar e constituição de identidades dos escolares: da merenda para pobres ao direito à alimentação. Cad Saúde Pública. 2018; 34 (4): e00142617. http://dx.doi.org/10.1590/0102- 311x00142617 [ Links ] 10 Gabriel CG, Calvo MCM, Vasconcelos FAG, Lacerda JT, Freitas SFT, Schmitz BAS. Avaliação da gestão municipal do Programa Nacional de Alimentação Escolar nos maiores municípios de Santa Catarina, Brasil. Cad Saúde Pública. 2014; 30 (9): 2017-23. http://dx.doi.org/10.1590/0102-311XER00112813 [ Links ] 11 Cotta RM, Machado JC. O programa de transferência de renda do Bolsa Família e segurança alimentar e nutricional no Brasil: uma revisão crítica da literatura. Rev Panam Salud Publica. 2013; 33 (1): 54-60. [ Links ] 12 Lima FE, Rabito EI, Dias MR. Estado nutricional da população adulta no Programa Bolsa Família em Curitiba, Paraná, Brasil. Rev Bras Epidemiol. 2011; 14 (2): 198- 206. [ Links ] 13 Trevisani JJD, Burlandy L, Jaime PC. Fluxos decisórios na aplicação das condições de saúde do programa bolsa família. Saúde Soc. 2012; 21 (2): 492- 509.http://dx.doi.org/10.1590/S0104-12902012000200021 [ Links ] 14 Wolf MR, Barros Filho Ade A. Status nutricional dos beneficiários do Programa Bolsa Família no Brasil: uma revisão sistemática. Ciênc Saúde Coletiva. 2014; 19 (5): 1331-8. http://dx.doi.org/10.1590/1413-81232014195.05052013 [ Links ] 15 Assis SCR, Priore SE, Franceschini SCC. Impacto no programa de aquisição de alimentos na segurança alimentar e nutricional dos agricultores. Ciênc Saúde Coletiva. 2017; 22 (2): 617-26. http://dx.doi.org/10.1590/1413- 81232017222.02292015 [ Links ] 16 Batista LMG, Ribeiro SMR, Santos RHS, Araújo RMA, Ribeiro AQ, Priore SE, et al . Percepção de agricultores familiares do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) sobre o significado de fazer parte do PAA e sua compreensão sobre conceitos javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); relacionados à alimentação, nutrição e saúde. Saúde Soc. 2016; 25 (2): 494- 504. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-12902016150258 [ Links ] 17 Godoy KC, Sávio KEO, Akutsu RC, Gubert MB, Botelho RBA. Perfil e situação de segurança alimentar dos usuários dos restaurantes populares no Brasil. Cad Saúde Pública. 2014; 30 (6): 1239-49. http://dx.doi.org/10.1590/0102-311X00084013 [ Links ] 18 Sobrinho FM, Silva YC, Abreu MNS, Pereira SCL, Dias Júnior CS. Fatores determinantes da segurança alimentar e nutricional: estudo realizado em Restaurantes Populares de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Ciênc Saúde Coletiva. 2014; 19 (5): 1601-11. http://dx.doi.org/10.1590/1413- 81232014195.18022013 [ Links ] 19 Machado ML, Gabriel CG, Soar C, Mamed GR, Machado PMO, Lacerda JT, et al . Adequação normativa dos planos estaduais de segurança alimentar e nutricional no Brasil. Cad Saúde Pública. 2018; 34 (1): e00206716. http://dx.doi.org/10.1590/0102-311X00206716 [ Links ] 20 Burlandy L. A construção da política de segurança alimentar e nutricional no Brasil: estratégias e desafios para a promoção da intersetorialidade no âmbito do governo federal. Ciênc Saúde Coletiva. 2009; 14 (3): 851- 60. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232009000300020 [ Links ] 21 Presidência da República (Brasil). Lei no 10.836, de 9 de janeiro de 2004. Cria o Programa Bolsa Família e dá outras providências. Brasília: Diário Oficial da União; 2004 [citado 2018 em 29 de junho]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004- 2006/2004/lei/l10.836.htm [ Links ] 22 Ministério do Desenvolvimento Social (Brasil). Relatórios de informações sociais. Brasília: Ministério do Desenvolvimento Social; 2018 [citado 2018 jul 3]. Disponível em: http://aplicacoes.mds.gov.br/sagi [ Links ] 23 Peña CR, Pinheiro DS, Albuquerque PHM, Fernandes LM. A eficácia das transferências de renda: um estudo das tendências e vantagens da desigualdade antes e depois do Programa Bolsa Família. Rev Adm Pública. 2015; 49 (4): 889- 913. http://dx.doi.org/10.1590/0034-7612135532 [ Links ] 24 Organização para Alimentação e Agricultura. O estado da insegurança alimentar no mundo: fortalecendo o ambiente propício à segurança e nutrição alimentar. Roma: FAO; 2014. [ Links ] 25 Shei A, Costa F, Reis MG, Ko AI. O impacto do programa de transferência de renda condicionada do Bolsa Família no Brasil na utilização e resultados da saúde da criança. BMC Int Health Direitos Hum. 2014; 14: 10. http://dx.doi.org/10.1186/1472-698X-14-10 [ Links ] 26 Rasella D, Aquino R, Santos C, Paes-Sousa R, Barreto M. Efeito de um programa de transferência condicional de renda na mortalidade infantil: uma análise nacional dos municípios brasileiros. Lanceta. 2013; 382: 57- 64. http://dx.doi.org/10.1371/journal.pntd.0003357 [ Links ] 27 Andrade MV, Chein F, Souza LR, Puig-Junoy J. Políticas de transferência de renda e os impactos na imunização de crianças: O Programa Bolsa Família. Cad Saúde javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/lei/l10.836.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/lei/l10.836.htm javascript:void(0); http://aplicacoes.mds.gov.br/sagi javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); Pública. 2012; 28 (7): 1347-58. http://dx.doi.org/10.1590/S0102- 311X2012000700013 [ Links ] 28 Pereira Lima L, Oikawa Zangirolani LT. Programa Bolsa Família: perfil, ações intersetoriais e percepção dos gestores de serviços, em um estudo de caso nos Morros de Santos. Demetra. 2016; 11 (Supl.1): 1297- 315. http://dx.doi.org/10.12957/demetra.2016.21374 [ Links ] 29 Silva ACF, Recine E, Johns P, Gomes FS, Ferraz MA, Faerstein E. História e desafios dos movimentos sociais brasileiros para a conquista do direito à alimentação adequada. Saúde Pública Glob. 2018; 0 (0): 1- 9. http://dx.doi.org/10.1080/17441692.2018.1439516 [ Links ] 30 Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. Relatório final. II Conferência Nacional de Segurança Alimentar; 17-20 de março de 2004; Olinda, Pernambuco. Olinda: Consea; 2004 [citado 2018 jul 3]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/II_Conferencia_2versao.pdf [ Link s ] 31 Presidência da República (Brasil). Lei nº 11.346, de 15 de setembro de 2006. Cria o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional - SISAN com vistas a garantir o direito humano à alimentação adequada e dá outras providências. Brasília: Diário Oficial da União; 2006 [citado 2018 em 25 de junho]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004- 2006/2006/lei/l11346.htm [ Links ] 32 Cunha WA, Freitas AF, Salgado RJSF. Efeitos dos programas de uso de alimentos para agricultura familiar em Espera Feliz, MG. Rev Econ Sociol Rural. 2017; 55 (3): 427-44. http://dx.doi.org/10.1590/1234-56781806-94790550301 [ Links ] 33 Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. III Conferência Nacional de Segurança Alimentar; 3-6 de julho de 2007; Fortaleza. Fortaleza: Consea; 2007 [citado 2018 em 3 de julho]. Disponível em: http://www4.planalto.gov.br/consea/eventos/conferencias/arquivos-de- conferencias/3a-conferencia-nacional-de-seguranca-alimentar-e- nutricional/relatorio-final-iii-conferencia -nacional-de-seguranca-alimentar-e- nutricional.pdf [ Links ] 34 Ministério da Saúde (Brasil). Secretaria de Atenção à Saúde. Guia alimentar para a população brasileira: promovendo a alimentação saudável. Brasília: Ministério da Saúde; 2006. [ Links ] 35 Ministério da Saúde (Brasil). Portaria nº 154, de 24 de janeiro de 2008.Cria os Núcleos de Apoio à Saúde da Família - NASF. Brasília: Diário Oficial da União; 2008 [citado 2018 em 25 de junho]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2008/prt0154_24_01_2008.ht ml [ Links ] Vasconcelos IAL, Sousa MF, Santos LMP. Evolução quantitativa de nutricionistas em Atenção Básica do Brasil: uma contribuição dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família e da Estratégia de Saúde da Família de 2007 a 2013. Rev Nutr. 2015; 28 (4): 431- 50. http://dx.doi.org/10.1590/1415-52732015000400009 [ Links ] 37 Presidência da República (Brasil). Lei nº 11.947, de 16 de junho de 2009. Dispõe sobre o atendimento à alimentação escolar e o Programa Dinheiro Direto na Escola aos alunos da educação básica; altera como Leis nº 10.880, de 9 de junho de 2004, javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/II_Conferencia_2versao.pdf javascript:void(0); javascript:void(0); http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11346.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11346.htm javascript:void(0); javascript:void(0); http://www4.planalto.gov.br/consea/eventos/conferencias/arquivos-de-conferencias/3a-conferencia-nacional-de-seguranca-alimentar-e-nutricional/relatorio-final-iii-conferencia-nacional-de-seguranca-alimentar-e-nutricional.pdfhttp://www4.planalto.gov.br/consea/eventos/conferencias/arquivos-de-conferencias/3a-conferencia-nacional-de-seguranca-alimentar-e-nutricional/relatorio-final-iii-conferencia-nacional-de-seguranca-alimentar-e-nutricional.pdf http://www4.planalto.gov.br/consea/eventos/conferencias/arquivos-de-conferencias/3a-conferencia-nacional-de-seguranca-alimentar-e-nutricional/relatorio-final-iii-conferencia-nacional-de-seguranca-alimentar-e-nutricional.pdf http://www4.planalto.gov.br/consea/eventos/conferencias/arquivos-de-conferencias/3a-conferencia-nacional-de-seguranca-alimentar-e-nutricional/relatorio-final-iii-conferencia-nacional-de-seguranca-alimentar-e-nutricional.pdf javascript:void(0); javascript:void(0); http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2008/prt0154_24_01_2008.html http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2008/prt0154_24_01_2008.html javascript:void(0); javascript:void(0); nº 11.273, de 6 de fevereiro de 2006, nº 11.507, de 20 de julho de 2007; revoga dispositivos da Medida Provisória nº 2.178-36, de 24 de agosto de 2001, e a Lei nº 8.913, de 12 de julho de 1994; e dá outras providências. Brasília: Diário Oficial da União; 2009 [citado 2018 em 25 de junho]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007- 2010/2009/lei/l11947.htm [ Links ] 38 Ministério da Educação (Brasil). Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. PNAE: Programa Nacional de Alimentação Escolar. 2017 [citado 2018 jul 28]. Disponível em: http://www.fnde.gov.br/programas/pnae [ Links ] 39 Faleiros VP. A política social do estado capitalista brasileiro. 8a ed. São Paulo: Cortez; 2000. [ Links ] 40 Ruckert INJ, Rabelo MM. O Programa Bolsa Família e os esforços para reduzir a pobreza. Indic Econ FEE. 2013; 40 (4): 83-98. [ Links ] 41 Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (Brasil). O Brasil sem miséria. Brasília: Ministério do Desenvolvimento Social; 2014. [ Links ] 42 Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (Brasil). Plano Brasil sem miséria: cadernos de resultados: 2011-2014. Brasília: Ministério do Desenvolvimento Social; 2014 [citado 2018 jul 28]. Disponível em: http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/brasil_sem_miseria/cadernod egraficosbsm-35anos.pdf [ Links ] 43 Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (Brasil). Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional: 2012/2015. Brasília: CAISAN; 2011 [citado 2018 em 30 de junho]. Disponível em: http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/seguranca_alimentar/Plano_C aisan.pdf [ Links ] 44 Ministério da Saúde (Brasil). Política nacional de alimentação e nutrição. Brasília: Ministério da Saúde; 2011 [citado 2018 em 30 de junho]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_alimentacao_nut ricao.pdf [ Links ] 45 Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (Brasil). Marco de referência de educação alimentar e nutricional para as políticas públicas. Brasília: Ministério do Desenvolvimento Social; 2012 [citado 2018 em 30 de junho]. Disponível em: http://acervodigital.mds.gov.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/1024/mar co_EAN.pdf?sequence=1 [ Links ] 46 Ministério da Saúde (Brasil). Portaria nº 1.920, de 5 de setembro de 2013. Institui uma estratégia nacional de promoção do aleitamento materno e alimentação complementar saudável no Sistema Único de Saúde (SUS) - Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil. Brasília: Diário Oficial da União; 2013 [citado 2018 em 30 de junho]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt1920_05_09_2013.ht ml [ Links ] 47 Ministério da Saúde (Brasil). Secretaria de Atenção à Saúde. Guia alimentar para a população brasileira. 2a ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2014. [ Links ] http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l11947.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l11947.htm javascript:void(0); http://www.fnde.gov.br/programas/pnae javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/brasil_sem_miseria/cadernodegraficosbsm-35anos.pdf http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/brasil_sem_miseria/cadernodegraficosbsm-35anos.pdf javascript:void(0); http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/seguranca_alimentar/Plano_Caisan.pdf http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/seguranca_alimentar/Plano_Caisan.pdf javascript:void(0); http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_alimentacao_nutricao.pdf http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_alimentacao_nutricao.pdf javascript:void(0); http://acervodigital.mds.gov.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/1024/marco_EAN.pdf?sequence=1 http://acervodigital.mds.gov.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/1024/marco_EAN.pdf?sequence=1 javascript:void(0); http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt1920_05_09_2013.html http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt1920_05_09_2013.html javascript:void(0); javascript:void(0); 48 Barbosa Filho F. A crise econômica de 2014/2017. Estud Av. 2017; 31 (89): 51- 60. http://dx.doi.org/10.1590/s0103-40142017.31890006 [ Links ] 49 Machado C, Lima L, Baptista T. Políticas de saúde no Brasil em tempos contraditórios: caminhos e tropeços na construção de um sistema universal. Cad Saúde Pública. 2017; 33 (Supl.2). http://dx.doi.org/10.1590/0102-311x00129616 [ Links ] 50 Mota LA, Moraes AM. O ajuste fiscal e a crise do novo desenvolvimento no segundo mandato de Dilma Rousseff. Rev Café Sociol. 2017; 6 (2): 354-74. [ Links ] 51 Carmial LMF. O projeto de desenvolvimento das possibilidades de desenvolvimento do Brasil. Ideias. 2017; 10: 1- 7. http://dx.doi.org/10.4000/ideas.2222 [ Links ] 52 Presidência da República (Brasil). Decreto nº 8.553, de 3 de novembro de 2015. Institui o pacto nacional de alimentação saudável. Brasília; 2015 [citado 2018 2 de julho]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015- 2018/2015/Decreto/D8553.htm [ Links ] 53 Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (Brasil). Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional - PLANSAN 2016-2019. Brasília: Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário; 2017 [citado 2018 jul 28]. Disponível em: http://www.mds.gov.br/webarquivos/arquivo/seguranca_alimentar/caisan/plan san_2016_19.pdf [ Links ] 54 Maluf RS, Flexor G. Questões agrárias, agrícolas e agrícolas: conjunturas e políticas públicas. Rio de Janeiro: E-Papers; 2017. [ Links ] 55 Presidência da República (Brasil). Emenda Constitucional nº 95, de 15 de dezembro de 2016. Altera o Ato das Exposições Constitucionais Transitórias, para instituir o Novo Regime Fiscal, e dá outras providências. Brasília: Diário Oficial da União; 2016 [citado 2018 2 de julho]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc95.htm [ Links ] 56 Rasella D, Basu S, Hone T, Paes-Sousa R, Ocké-Reis CO. Morbimortalidade infantil associada a respostas políticas alternativas à crise econômica no Brasil: um estudo de micro-simulação em âmbito nacional. PLoS Med. 2018; 15 (5): e1002570. http://dx.doi.org/10.1371/journal.pmed.1002570 [ Links ] 57 Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (Brasil). Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.Nota Técnica nº27: o novo regime fiscal e suas implicações para uma política de assistência social no Brasil. Brasília: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada; 2016 [citado 2018 jul 28]. Disponível em: http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/nota_tecnica/160920_nt_2 7_disoc.pdf [ Links ] 58 Instituto de Estudos Socioeconômicos. Brasil: direitos humanos em tempos de austeridade. 2017 [citado 2018 em 13 de junho]. Disponível em: http://www.inesc.org.br/noticias/biblioteca/publicacoes/direitos-humanos-em- tempos-de-austeridade/view [ Links ] javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Decreto/D8553.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Decreto/D8553.htm javascript:void(0); http://www.mds.gov.br/webarquivos/arquivo/seguranca_alimentar/caisan/plansan_2016_19.pdf http://www.mds.gov.br/webarquivos/arquivo/seguranca_alimentar/caisan/plansan_2016_19.pdf javascript:void(0); javascript:void(0); http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc95.htm javascript:void(0); javascript:void(0); http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/nota_tecnica/160920_nt_27_disoc.pdf http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/nota_tecnica/160920_nt_27_disoc.pdf javascript:void(0); http://www.inesc.org.br/noticias/biblioteca/publicacoes/direitos-humanos-em-tempos-de-austeridade/view http://www.inesc.org.br/noticias/biblioteca/publicacoes/direitos-humanos-em-tempos-de-austeridade/view javascript:void(0); 59 Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. Documento Síntese. Encontro Nacional 5a Conferência +2; 2018 6-8 de março; Brasília, Distrito Federal. Brasília: Consea; 2018 [citado 2018 26 de junho]. Disponível em: http://www4.planalto.gov.br/consea/eventos/conferencias/conferencias- 2/encontro-5a-2/documento-sintese-consea-versao-web.pdf [ Links ] 60 Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Brasil). Exposição de Motivos (EM) nº 002-2018 / Consea. Brasília: Consea; 2018. [ Links ] Recebido: 31 de julho de 2018; Revisado: 25 de outubro de 2018; Aceito: 27 de novembro de 2018 Correspondências para: FAG VASCONCELOS. E-mail: < f.vasconcelos@ufsc.br >. CONTRIBUIDORES A FAG VASCONCELOS participou da concepção, desenvolvimento, revisão e aprovação da versão final do artigo. Todos os demais autores participaram do desenvolvimento, revisão e aprovação da versão final do artigo. http://www4.planalto.gov.br/consea/eventos/conferencias/conferencias-2/encontro-5a-2/documento-sintese-consea-versao-web.pdf http://www4.planalto.gov.br/consea/eventos/conferencias/conferencias-2/encontro-5a-2/documento-sintese-consea-versao-web.pdf javascript:void(0); javascript:void(0); mailto:f.vasconcelos@ufsc.br
Compartilhar