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Artigo - Políticas públicas de alimentação e nutrição no Brasil - de Lula a Temer

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Políticas públicas de alimentação e nutrição no Brasil: 
de Lula a Temer 
Políticas públicas de alimentação e nutrição do Brasil: de Lula a 
Temer 
Francisco de Assis Guedes de VASCONCELOS 1 http://orcid.org/0000-0002-
6162-8067 
 
Mick Lennon MACHADO 2 http://orcid.org/0000-0001-7550-1692 
 
Maria Angélica Tavares de MEDEIROS 3 http://orcid.org/0000-0002-8982-
7084 
 
José Anael NEVES 3 http://orcid.org/0000-0003-4139-4352 
 
Elisabetta RECINE 4 http://orcid.org/0000-0002-5953-7094 
 
Elaine Martins PASQUIM 4 http://orcid.org/0000-0002-0377-981X 
 
1 Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, 
Departamento de Nutrição. Campus Universitário, s / n., Trindade, 88040-9000, 
Florianópolvis, SC, Brasil. 
2 Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de 
Pós-Graduação em Nutrição. Florianópolis, SC, Brasil. 
3 Universidade Federal de São Paulo, Departamento de Políticas Públicas e Saúde 
Coletiva, Programa de Pós-Graduação em Alimentos, Nutrição e Saúde. Santos, SP, 
Brasil. 
4 Universidade de Brasília, Faculdade de Ciências da Saúde, Departamento de 
Nutrição. Brasília, DF, Brasil. 
 
 
 
 
 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#aff01
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#aff02
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#aff03
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#aff03
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#aff04
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#aff04
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en
RESUMO 
Objetivo 
Analisar políticas públicas de alimentação e nutrição no Brasil, com ênfase nos últimos 
quinze anos (2003-2018). 
 
MÉTODOS 
Análise histórico-documental baseada em pesquisa bibliográfica sobre bases indexadas e 
visitas exploratórias a sites de agências governamentais. 
RESULTADOS 
As descobertas científicas e governamentais foram organizadas de acordo com os 
governos Lula, Dilma e Temer. Eles exploram o desenvolvimento de várias políticas 
públicas e programas de bem-estar em alimentação e nutrição, com foco principalmente 
no Programa Brasileiro de Erradicação da Fome, Programa de Assistência a Famílias 
Carentes, Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, Programa de Aquisição 
de Alimentos, Programa Nacional de Nutrição Escolar, Programa Nacional de Nutrição 
Escolar, Política de Segurança Nutricional, Sistema Nacional de Vigilância Alimentar e 
Nutricional e Programa Brasileiro de Erradicação da Miséria. Destacam-se a centralidade 
da idéia de combate à fome e à miséria nas políticas públicas nos primeiro e segundo 
mandatos de Lula e Dilma. O segundo mandato de Dilma é marcado pelo foco em 
alimentação saudável, além de apresentar os primeiros sinais de fragilização de políticas 
públicas em alimentação e nutrição. Atualmente, o governo Temer é caracterizado por 
processos de ruptura institucional e programática, cortes no orçamento e contratempos 
nos direitos adquiridos. Há evidências da necessidade de ativar instrumentos nacionais e 
internacionais para fazer valer o direito humano à alimentação adequada e consequente 
fortalecimento de políticas públicas sobre alimentação e nutrição. 
CONCLUSÃO 
Esse período apresenta uma expansão e qualificação de políticas públicas em alimentação 
e nutrição, principalmente no governo Lula e Dilma, com reveses no governo Temer, em 
que cortes orçamentários contínuos enfraquecem as políticas sociais, redução da fome, 
redução da pobreza e políticas de segurança alimentar e nutricional. 
Palavras-chave: Segurança Alimentar e Nutricional; Política de Nutrição; Programas e 
Políticas de Nutrição; Políticas públicas 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
No Brasil, o caminho da institucionalização das políticas de alimentação e nutrição 
públicas, que começaram em meados dos anos 1930, converge com a história do 
surgimento da profissão de nutricionista, que completa 80 anos de existência em 
2019 [ 1 , 2 ]. 
Ao longo dessa trajetória, torna-se relevante reconhecer as profundas mudanças 
econômicas, políticas, sociais e culturais que ocorreram tanto no contexto da 
sociedade brasileira quanto no contexto da sociedade humana. Essas mudanças 
incluem aquelas relacionadas ao perfil epidemiológico nutricional, que na década de 
1930 consistiam principalmente de doenças associadas a deficiências 
nutricionais. Desde esse período até os dias atuais, as doenças nutricionais crônicas 
não transmissíveis foram superpostas, implicando a necessidade de construção de 
novos paradigmas e novas formas de intervenção em alimentos e nutrição [ 1 , 3 ]. 
Nos últimos 15 anos, vários estudos foram identificados no campo das políticas 
públicas de alimentação e nutrição no Brasil, alguns dos quais abordaram a questão 
de forma abrangente [ 4 - 6 ], enquanto outros se concentraram na análise de 
programas como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) 
[ 7 - 10 ]; o Programa Bolsa Família (PBF, Programa Bolsa Família ) 
[ 11 - 14 ]; o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA, Programa de Aquisição de 
Alimentos ) [ 15 , 16 ]; o programa de restaurantes econômicos apoiados pelo 
governo [17 , 18 ]; e o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e 
Nutricional (SISAN, Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional ) 
[ 19 , 20 ]. 
No presente artigo, supõe-se que, desde 2003, tenha ocorrido um processo de 
redefinição das estratégias de planejamento, gestão e execução de suas ações e 
programas no campo das políticas públicas de alimentação e nutrição. Assim, para 
promover uma mudança no modelo de desenvolvimento além do foco do crescimento 
econômico, buscou-se um processo que deveria basear-se na intersetorialidade 
efetiva entre os órgãos governamentais das diferentes esferas governamentais 
envolvidas, bem como na participação efetiva da sociedade civil organizada - o 
principal mecanismo de controle social dessa política - e, consequentemente, de 
promover e garantir o direito humano à alimentação adequada para todos os 
brasileiros [ 6 , 20 ]. 
Nesse sentido, o objetivo deste artigo é realizar uma análise histórico-documental 
das políticas públicas de alimentação e nutrição no Brasil, focada nos últimos 15 anos 
(2003-2018). 
MÉTODOS 
Este artigo é caracterizado como uma análise histórico-documental que busca 
sintetizar a trajetória das políticas públicas de alimentação e nutrição no Brasil nos 
últimos 15 anos. 
Para obter dados, informações e documentos sobre a trajetória das políticas 
brasileiras de alimentação e nutrição de 2003 a 2018, foram realizadas visitas 
exploratórias aos sites dos órgãos governamentais envolvidos, como: (1) Conselho 
Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA) Conselho Nacional de 
Segurança Alimentar e Nutricional 
(http://www4.planalto.gov.br/consea); (2) Ministério da Saúde - Coordenação Geral 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B01
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B02
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B01
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B03http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B04
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B06
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B07
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B10
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B11
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B14
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B15
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B16
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B17
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B18
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B19
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B20
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B06
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B20
de Alimentação e Nutrição (CGAN, Ministério da Saúde - Coordenação Geral de 
Alimentos e Nutrição) (http://dab.saude.gov.br/portaldab/cgan.php); (3) Ministério 
do Desenvolvimento Social (http://mds.gov.br/assuntos/bolsa-familia); e (4) o 
Ministério da Educação (http://www.fnde.gov.br/programas/pnae). 
Na tentativa de capturar artigos científicos sobre o assunto publicados nos últimos 
15 anos, foi realizado um levantamento bibliográfico nas bases de dados Scientific 
Electronic Library Online (SciELO), National Library of Medicine (PubMed) e Web of 
Science, usando os termos: “política pública”; "politica social"; “Programas de 
alimentação e nutrição”; "Programas de nutrição"; "Comida e 
nutrição"; "nutrição"; "fome"; "Segurança alimentar e nutricional"; “Programa de 
Subsídios Familiares”; “ Programa Fome Zero”(Programa de Erradicação da 
Fome); “Programa Nacional de Nutrição Escolar” e sua sigla PNAE; “Restaurantes 
econômicos apoiados pelo governo”; “Programa de Aquisição de Alimentos” e sua 
sigla PAA, todos os termos sendo pesquisados em português e seus respectivos 
correspondentes no idioma inglês. Os critérios de inclusão envolveram os artigos 
originais, cujo conteúdo e objetivos continham análises das várias políticas 
governamentais de alimentação e nutrição nos cortes temporais definidos 
anteriormente. Os artigos selecionados abordaram as mais diversas metodologias 
para ampliar as possibilidades de ações identificadas. A interpretação dos resultados 
sugeriu que o tratamento de dados e informações deveria ser organizado em três 
macro indicadores ou períodos: governo Lula (2003-2010), governo Dilma (2011-
2016), e o governo Temer (2016-julho de 2018). A categorização procurou destacar 
a relação processual, histórica e social das políticas e programas de alimentação e 
nutrição. 
Era Lula (2003-2010): erradicação da fome ( Fome Zero ) e assistência a 
famílias carentes ( Bolsa Família ) 
O governo Lula iniciou-se em um clima de euforia causado pela publicidade das ações 
do Programa Fome Zero (PFZ, Programa de Erradicação da Fome), que visava 
erradicar a fome e implementar uma política nacional de Segurança Alimentar e 
Nutricional (SAN) no Brasil, através de políticas estruturais, específicas e locais [ 21 ]. 
No primeiro ano do governo, os programas de transferência de renda condicional 
foram unificados com a criação do PBF. Objetivos de curto, médio e longo prazo 
foram elaborados, entre eles: promover o acesso à rede de serviços públicos, 
principalmente os relacionados à saúde, educação e assistência social; combater a 
fome e a pobreza; promover políticas de SAN; contribuir para o exercício pleno da 
cidadania e a emancipação sustentada das famílias mais vulneráveis à fome; e 
promover a intersetorialidade, complementaridade e sinergia das ações sociais da 
administração pública. Assim, o PBF previa a transferência de recursos monetários 
para as famílias em situação de pobreza e extrema pobreza, o acesso a serviços de 
saúde e educação sob a forma de condicionalidades, além de ações intersetoriais e 
programas complementares. 
O PBF se tornou o maior programa de transferência de renda do mundo, absorvendo 
a maioria dos recursos monetários destinados à Política Nacional de Segurança 
Alimentar e Nutricional (PNSAN, Política Nacional de Segurança Alimentar e 
Nutricional) [ 11 ]. No final de 2010, o PBF havia beneficiado 12,8 milhões de famílias 
brasileiras, com uma transferência de renda de BRL14,4 bilhões por ano ( Tabela 1 ). 
Tabela 1 Número de famílias beneficiadas e valor orçamentário anual acumulado do Programa 
Bolsa Família (PBF, Programa Bolsa Família ) no Brasil, 2004 a 2018. 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B21
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B11
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#t01
Ano Número de famílias Orçamento anual (BRL) 
2004 6.571.839 3.791.785.038,00 
2005 8.700.445 5.691.667.041,00 
2006 10.965.810 7.524.661.322,00 
2007 11.043.076 8.965.499.608,00 
2008 10.557.996 10.606.500.193,00 
2009 12.370.915 12.454.702.501,00 
2010 12.778.220 14.372.702.865,00 
2011 13.361.495 17.364.277.909,00 
2012 13.902.155 21.156.774.695,00 
2013 14.086.199 24.890.107.091,00 
2014 14.003.441 27.187.295.233,00 
2015 13.936.791 27.650.301.339,00 
2016 13.569.576 28.506.185.141,00 
2017 13.828,609 29.046.112.934,00 
Até junho de 2018 13.736.341 14.881.878.458,00 
Nota: BRL: moeda brasileira ( Reais : R $). 
Com base em dados do Ministério do Desenvolvimento Social (Brasil) [ 22 ]. 
Quinze anos após o início de sua implementação, há evidências do impacto do PBF 
na redução dos índices de desigualdade de renda e pobreza [ 23 ], minimizando a 
pobreza e a fome no Brasil [ 24 ]; o aumento do uso de serviços de saúde por crianças 
beneficiadas [ 25 ] e diminuição da mortalidade infantil pós-neonatal [ 26 ]. Por outro 
lado, quando se trata de estudos sobre o impacto do PBF no estado nutricional, no 
consumo alimentar e na SAN, os resultados ainda são inconclusivos [ 11 , 14 , 27 , 28 ]. 
Em 2003, o CONSEA foi reconstituído como uma agência consultiva do Presidente, 
com 1/3 de seu conselho composto por membros do governo e 2/3 compostos por 
membros da sociedade civil. Na ocasião, sua missão era ampliar o debate sobre a 
questão da SAN, e convocar a II Conferência Nacional de SAN , colocando a 
participação social no centro das mudanças estruturais relacionadas à SAN. agenda 
[ 29 ]. A II Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional , realizada em 
2004, deliberou sobre a proposta da Lei Orgânica de Segurança Alimentar e 
Nutricional (LOSAN, Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional ) [ 30 ]. 
Fundada em 2006, a LOSAN instituiu o SISAN, formado pelos seguintes três níveis 
de governo: Conferência de Segurança Alimentar e Nutricional , CONSEA, Câmara 
Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional ( CAISAN , Câmara Intersetorial 
de Segurança Alimentar e Nutricional ), agências do FNS e entidades e instituições 
privadas sem fins lucrativos [ 31 ]. 
O PAA, criado em 2003, inovou ao ser concebido como um instrumento de política 
agrícola e acesso a alimentos adequados e saudáveis [ 20 ]. É um programa de 
compra institucional de alimentos de agricultores familiares, que cria cadeias de 
suprimentos curtas, reunindo produtores e consumidores, como forma de fortalecer 
as políticas de SAN e aumentar a renda dos produtores [ 32 ]. O Programa também 
incentiva a produção de alimentos sem pesticidas; melhorar a nutrição familiar e 
fortalecer outros programas de compra direta de alimentos, incluindo o PNAE.A III Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional foi realizada em 
2007 e teve como objetivo contribuir para a construção do SISAN, propondo 
diretrizes, eixos e prioridades da Política e Plano Nacional de Segurança Alimentar e 
Nutricional e incorporando a soberania alimentar como elemento estratégico deste 
política pública [ 33 ]. 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B22
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B23
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B24
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B25
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B26
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B11
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B14
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B27
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B28
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B29
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B30
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B31
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B20
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B32
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B33
Em 2010, por meio da Emenda Constitucional nº 64, os alimentos foram incluídos 
entre os direitos sociais no Brasil, previstos no artigo 6º da Constituição Federal de 
1988. Nesse mesmo ano, o Decreto nº 7.272 / 2010, que regulamentava LOSAN, 
PNSAN e foram estabelecidos os parâmetros para elaboração do Plano Nacional de 
Segurança Alimentar e Nutricional [ 19 ]. 
Durante o governo Lula, houve alguns desenvolvimentos na primeira edição 
da Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN, Política Nacional de Segurança 
Alimentar e Nutricional), publicada em 1999. Recine & Vasconcellos [ 5 ] destacaram 
eventos importantes desse período, a saber : a configuração e o desenvolvimento da 
vigilância de alimentos e nutrição, a produção regular de informações sobre o estado 
nutricional por meio de pesquisas de base populacional, a construção de uma agenda 
de promoção de alimentos saudáveis e o treinamento de recursos humanos. 
O monitoramento das questões alimentares e nutricionais no Brasil ganhou força com 
base em pesquisas populacionais, incluindo a Pesquisa Nacional de Demografia e 
Saúde (PNDS), em 2006, que incluiu o primeiro estudo nacional sobre prevalência de 
anemia e hipovitaminose. A, além das Pesquisas de Orçamento Familiar (POF, Family 
Budget Surveys) para os anos 2002-2003 e 2008-2009 [ 5 ]. 
Em relação à promoção de hábitos alimentares saudáveis, a agenda foi qualificada 
com a publicação da primeira edição do Guia Alimentar para a População Brasileira 
(2006), assumindo que a alimentação saudável deve basear-se em práticas 
alimentares com significado cultural e social, portanto, com base no consumo de 
alimentos e não de nutrientes [ 34 ]. 
Outro evento importante foi a criação dos Núcleos de Apoio ao Programa Saúde na 
Família (NASF), com o objetivo de qualificar e ampliar a amplitude, o alcance e a 
resolução das ações básicas de saúde, através da inserção de diferentes profissionais 
das equipes de saúde da família, entre eles o nutricionista [ 35 ]. Vasconcelos et 
al . [ 36 ] identificaram um aumento no número de nutricionistas em clínicas básicas 
de saúde após a criação do NASF, embora esse número permaneça abaixo das 
necessidades de saúde. Além disso, a inserção do nutricionista no NASF foi um passo 
importante para impulsionar a organização do cuidado nutricional nos serviços de 
saúde [ 35 ]. 
O governo Lula também foi o pano de fundo de mudanças nos marcos legais do PNAE, 
após a aprovação da Lei no 11.947 / 2009 e da Resolução no 38/2009 do Fundo 
Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE, Fundo Nacional de 
Desenvolvimento da Educação ) ) [ 37 ] Entre essas modificações, destacam-se três 
diretrizes: o uso de hábitos alimentares adequados e saudáveis, incluindo o uso de 
alimentos variados e seguros, respeitando a cultura alimentar local, as tradições e os 
hábitos alimentares saudáveis; a inclusão da educação alimentar e nutricional no 
currículo escolar; e a exigência de aquisição de alimentos diversificados, produzidos 
localmente e preferencialmente pela agricultura familiar, utilizando pelo menos 30% 
dos recursos do FNDE para esse fim, priorizando a produção nativa das comunidades 
indígenas,quilombolas , assentamentos de reforma agrária e alimentos orgânicos e 
agroecológicos [ 37 ]. A Tabela 2 contém informações sobre o desempenho do PNAE 
em todo o governo Lula, em relação ao número de estudantes beneficiados e à 
quantidade de recursos financeiros gastos. 
Tabela 2 Número de alunos participantes e orçamento anual do Programa Nacional de 
Alimentação Escolar (PNAE). Brasil, 2003 a 2018. 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B19
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B05
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http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B37
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#t02
Ano 
Alunos participantes (em 
milhões) 
Orçamento anual (em bilhões de 
reais) 
2003 37,3 0,954 
2004 37,8 1.025 
2005 36,4 1.266 
2006 36,3 1.500 
2007 35,7 1.520 
2008 34,6 1.490 
2009 47,0 2.013 
2010 45,6 3.034 
2011 44,4 3.051 
2012 43,1 3,306 
2013 43,3 3.542 
2014 42,2 3,693 
2015 41,5 3,759 
2016 40,3 3.400 
2017 40,6 3.900 
Até junho de 
2018 
40,8 1.800 
Nota: BRL: moeda brasileira ( Reais : R $). 
Com base em dados do Ministério do Desenvolvimento Social, Fundo Nacional de 
Desenvolvimento da Educação (Brasil) [ 38 ]. 
Dilma Era (2011-2016): Programa Brasileiro de Erradicação da Miséria 
( Programa Brasil Sem Miséria ) e outras ações 
À primeira vista, pode-se dizer que, se o ponto focal do discurso político-ideológico 
do governo Lula era a luta contra a fome, no primeiro mandato de Dilma, o discurso 
era de combate à pobreza ou extrema pobreza, simbolizado pelo lançamento 
do Programa Brasil Sem Miséria (PBSM, Programa Brasileiro de Erradicação da 
Miséria). O combate à fome e à miséria foram as questões centrais que marcaram as 
políticas sociais e, em particular, as políticas de alimentação e nutrição, e podem ser 
entendidas como as principais ferramentas utilizadas para gerar consenso, 
legitimidade e hegemonia das duas administrações do Partido Trabalhista Brasileiro 
[ 39 ] . 
O PBSM foi baseado em uma ousada meta de erradicar a pobreza extrema no país 
antes de 2014, visando 16 milhões de brasileiros e estruturando-se em três eixos: 
(1) inclusão produtiva (rural e urbana); (2) garantia de renda para proteção social; e 
(3) acesso a serviços públicos de proteção e promoção social [ 40 - 42 ]. 
No campo específico das políticas públicas de alimentação e nutrição, o eixo de 
inclusão produtiva na área rural buscou articular açõesestratégicas voltadas ao 
acesso à água para produção e consumo, apoiando a estruturação produtiva e a 
comercialização de alimentos. Em 2011, 82.000 agricultores familiares 
extremamente pobres foram incluídos no PAA, que aplicou mais de BRL5 bilhões em 
compras de alimentos da agricultura familiar desde a sua criação até 2013 e já 
comprou cerca de 4 milhões de toneladas métricas de alimentos. O Programa de 
Promoção de Atividades Produtivas Rurais, até outubro de 2014, havia transferido 
recursos para mais de 123 mil famílias de pequenos agricultores [ 40 ]. 
No eixo garantia de renda, o PBF passou por mudanças operacionais e financeiras 
que resultaram em um reajuste do valor do benefício, com maiores correções para 
aqueles em maior vulnerabilidade, além da criação de novos benefícios e aumento 
do limite de benefícios, levando à inclusão de 1,3 milhão de crianças [ 40 ]. 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B38
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B39
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http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B40
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B40
Na área de acesso aos serviços públicos, destaca-se o lançamento do Programa Brasil 
Afetuoso em 2012 [ 40 , 41 ], com foco em famílias em extrema pobreza, com crianças 
de até seis anos, beneficiárias do PBF, que passaram a receber o Benefício pela 
superação da pobreza extrema na primeira infância e, em fevereiro de 2013, a 
complementação de renda começou a cobrir todos os beneficiários do PBF. No campo 
específico de alimentação e nutrição, o Programa Brasil Afetuoso também consistiu 
em aumentar o número de vagas em creches, melhorias no PNAE, suplementação de 
vitamina A, ferro e outras vitaminas e minerais [ 40 , 41 ]. 
De acordo com a avaliação do MDS, o PBSM alcançou sua meta de acabar com a 
miséria já em março de 2013, quando 22 milhões de brasileiros haviam cruzado a 
linha e deixado extrema pobreza [ 42 ]. 
Merecem destaque outras estratégias relevantes da política social de alimentação e 
nutrição do primeiro mandato da administração Dilma: a divulgação do Plano 
Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (2012/2015) [ 43 ]; a atualização do 
PNAN [ 44 ]; a publicação do Quadro de Referência da Educação Alimentar e 
Nutricional (FNE) para Políticas Públicas [ 45 ]; a instituição da Estratégia Nacional de 
Promoção da Amamentação e Alimentação Suplementar Saudável no Sistema Único 
de Saúde (SUS, Sistema Único de Saúde ) [ 46 ]; e o lançamento da nova edição do 
Guia Alimentar para a População Brasileira [ 47 ]. 
O segundo mandato do governo Dilma Rousseff (2015-2016) foi marcado por uma 
forte recessão e aumento das taxas de desemprego, devido a uma crise econômica 
global [ 48 ]. Essa crise foi intensificada por uma crise política que resultou no 
impeachment do presidente em agosto de 2016 [ 49 ]. Nesse momento, a partir de 
2015, foi feita uma tentativa de lidar com essas crises, que resultaram em um corte 
de R $ 70 bilhões em gastos do governo, parcialmente aplicados a programas e 
políticas sociais [ 50 ]. 
Em 2015, houve uma redução de 6% em comparação com 2014 nos gastos do 
governo com o PAA, que em 2016 acumularam perdas de mais de 30% em 
comparação com 2014 [ 51 ]. De acordo com a Tabela 1 , em 2015, o número de 
famílias beneficiadas pelo PBF foi menor do que em 2014, uma redução que foi 
repetida em 2016, embora neste ano o orçamento para o programa tenha sido 
aumentado. Em relação ao PNAE, a Tabela 2 mostra que em 2016 houve uma 
redução de 9% no orçamento direcionado da administração federal aos estados e 
municípios em relação ao ano anterior. 
Em resposta ao aumento progressivo de doenças crônicas não transmissíveis, o 
segundo mandato do governo Dilma Rousseff enfatizou a promoção de hábitos 
alimentares saudáveis. Em 2015, o Pacto Nacional pela Alimentação Saudável foi 
estabelecido para aumentar a oferta, disponibilidade e consumo de alimentos 
saudáveis e combater o excesso de peso, obesidade e doenças enraizadas em uma 
dieta pobre [ 52 ]. Em 2016, foi elaborado o II Plano Nacional de Segurança Alimentar 
e Nutricional, que reforçou a importância de enfrentar a crescente questão do excesso 
de peso e das DNT, além de promover o fornecimento de alimentos saudáveis para 
toda a população [ 53 ]. 
Temer Era (maio de 2016- julho de 2018) 
Em 12 de maio de 2016, a mudança do comando executivo federal levou a rupturas 
institucionais e programáticas e a cortes no orçamento que impactaram diretamente 
as políticas de alimentação e nutrição, indicando mudanças de paradigma e 
retrocessos nos princípios e direitos adquiridos. 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B40
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http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B53
Uma das primeiras medidas adotadas pelo governo Temer nas áreas agrárias e rurais 
foi a extinção do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), o que aumentou a 
ameaça de aprovação do Projeto de Lei 6.299 / 2002, que flexibiliza a legislação 
sobre pesticidas [ 54 ]. Também digna de nota é a aprovação do novo regime fiscal 
estabelecido pela Emenda Constitucional No.95, que estabelece que os valores reais 
dos pisos de gastos do governo em saúde e educação ficam congelados por duas 
décadas [ 55 ]. recursos do PBF e da Estratégia Saúde da Família(ESF, Estratégia de 
Saúde da Família), a austeridade contínua e as reduções na cobertura de ambos os 
programas levarão a um aumento de 8,6% na mortalidade infantil até 2030 [ 56 ]. Se 
as políticas fossem mantidas nos parâmetros anteriores, as taxas de mortalidade 
abaixo de 5 anos para doenças diarréicas e desnutrição seriam 39,3% e 35,8% 
menores em 2030 [ 13 ]. 
Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA, Instituto de Pesquisa 
Econômica Aplicada ) [ 57 ], o ajuste fiscal não permitirá expansão da cobertura ou 
criação de novas iniciativas pelo Ministério do Desenvolvimento Social, uma vez que 
as perdas orçamentárias tendem a chegar a 54% em 2036. O corte orçamentário no 
Plano Plurianual de Segurança Alimentar e Nutricional (PPA) em 2017 em comparação 
a 2014 foi de cerca de 76%, enquanto o orçamento de pagamento da dívida externa 
aumentou344% [ 58 ]. O enfraquecimento do Plano Nacional de Segurança Alimentar 
e Nutricional é mostrado na Tabela 3 . 
Tabela 3 Percentual de redução orçamentária de programas e metas do Plano Nacional de 
Segurança Alimentar e Nutricional. Brasil, 2014-2018. 
Programa / Objetivos 
LOA 
(2014) 
LOA 
(2018) 
Redução 
(%) 
Distribuição de alimentos para grupos populacionais tradicionais e 
específicos (cesta de alimentos) 
BRL82 
milhões 
BRL27,4 
milhões 
67 
Programa de concessão ecológica 
BRL106,2 
milhões 
- 100 
Apoio ao desenvolvimento sustentável de comunidades quilombolas , 
povos indígenas e povos e comunidades tradicionais 
BRL6 milhões - 100 
Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) 
BRL630 
milhões 
BRL185,4 
milhões 
71 
Assistência Técnica e Extensão Rural para famílias assentadas e 
extrativistas (ATES) 
BRL357 
milhões 
BRL19,7 
milhões 
94 
Inclusão produtiva das mulheres 
BRL32,5 
milhões 
BRL3,6 
milhões 
89 
Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) 
BRL1,3 
bilhão 
BRL431 
milhões 
67 
Programa “Água para Todos” (Cisternas) 
BRL248,8 
milhões 
BRL40,8 
milhões 
94 
Cooperação Humanitária Internacional 
BRL38,4 
milhões 
BRL6,3 
milhões 
84 
Nota: LOA: Lei Orçamentária Anual; BRL: moeda brasileira ( Reais : R $) 
Com base em dados do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional 
(Brasil) [ 59 ]. 
Em maio de 2018, a proposta de Medidas Provisórias para viabilizar um acordo 
firmado com o movimento de transporte de cargas resultou no cancelamento de 
programas orçamentários que já haviam sofrido cortes anteriores, como reforma 
agrária e assistência técnica e programas de extensão rural [ 8 ]. , focada na 
preservação da biodiversidade, no combate à violência de gênero, na prestação de 
serviços de saneamento básico, desenvolvimento sustentável, moradia, além de 
vários programas de Saúde [ 13 ] e Educação [ 60 ]. 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B54
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B55
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http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732019000100301&tlng=en#B60
Esses fatos confirmam projeções preocupantes de retorno à insegurança alimentar, 
fome e pobreza no país. É necessário ressaltar que o Estado pode ser 
responsabilizado pelo descumprimento de suas obrigações com políticas sociais, 
principalmente Segurança Alimentar e Nutricional, considerando além da constituição 
o Protocolo de San Diego, assinado pelo Brasil em 1996, no qual o Estado não pode 
recuar em relação aos direitos econômicos, sociais e culturais, a Lei nº 11.346 / 2006 
e o Decreto nº 7.272 / 2010, que institui o Sistema Nacional de Segurança Alimentar 
e Nutricional (SISAN, Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional ). 
Dada essa estrutura, é reforçada a necessidade de ativar instrumentos nacionais e 
internacionais para reforçar o direito humano à alimentação adequada. A mobilização 
de agências responsáveis pelos direitos nacionais e internacionais é uma das formas 
viáveis de controlar e reverter a supressão de direitos. 
CONCLUSÃO 
O período analisado referente às políticas de alimentação e nutrição no Brasil revelou 
três grandes ciclos em sua construção histórica, em que foram identificadas 
mudanças de idéias, valores e interesses. No governo Lula, foram criados marcos 
legais com implementação e valorização da segurança alimentar e nutricional para 
reduzir a fome, embora houvesse contradições como o incentivo à agricultura 
industrial baseada em grandes propriedades. O governo Dilma pode ser subdividido 
em dois momentos, inicialmente com a idéia de erradicação da miséria e pobreza 
extrema, seguido de um período de recessão, no qual é iniciada uma política de 
austeridade, associada à promoção de hábitos alimentares saudáveis diante do 
agravamento. doenças crônicas não transmissíveis. Finalmente, a política de 
austeridade se intensifica com a administração Temer, 
COMO CITAR ESTE ARTIGO 
Vasconcelos FAG, Machado ML, Medeiros MAT, Neves JA, Recine E, Pasquim 
EM. Políticas públicas de alimentação e nutrição no Brasil: de Lula a Temer. Rev 
Nutr. 2019; 32: e180161. http://dx.doi.org/10.1590/1678-9865201932e180161 
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Recebido: 31 de julho de 2018; Revisado: 25 de outubro de 2018; Aceito: 27 de 
novembro de 2018 
Correspondências para: FAG VASCONCELOS. E-mail: < f.vasconcelos@ufsc.br >. 
CONTRIBUIDORES 
A FAG VASCONCELOS participou da concepção, desenvolvimento, revisão e 
aprovação da versão final do artigo. Todos os demais autores participaram do 
desenvolvimento, revisão e aprovação da versão final do artigo. 
http://www4.planalto.gov.br/consea/eventos/conferencias/conferencias-2/encontro-5a-2/documento-sintese-consea-versao-web.pdf
http://www4.planalto.gov.br/consea/eventos/conferencias/conferencias-2/encontro-5a-2/documento-sintese-consea-versao-web.pdf
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mailto:f.vasconcelos@ufsc.br

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