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CUIDADOS NA HORA DO NASCIMENTO

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Ana Victória Ribeiro Barbosa – M7 
----CUIDADOS NA HORA DO NASCIMENTO----
INTRODUÇÃO 
No Brasil, nascem cerca de 3 milhões de crianças 
ao ano, das quais 98% em hospitais. Sabe- se que 
a maioria delas nasce com boa vitalidade; 
entretanto, manobras de reanimação podem ser 
necessárias de maneira inesperada. São 
essenciais o conhecimento e a habilidade em 
reanimação neonatal para todos os profissionais 
que atendem RN em sala de parto, mesmo quando 
se esperam crianças hígidas sem hipóxia ou asfixia 
ao nascer. O risco de haver necessidade de 
procedimentos de reanimação é maior quanto 
menor a idade gestacional e/ou o peso ao nascer. 
PREPARO PARA A ASSITÊNCIA 
O preparo para atender o RN na sala de parto 
inclui necessariamente: 
 Realização de anamnese materna. 
 Disponibilidade do material para 
atendimento. 
 Presença de equipe treinada em 
reanimação neonatal. 
ANAMNESE MATERNA 
Estas são as condições associadas ao maior risco 
de necessidade de reanimação:
 
MATERIAL PARA ATENDIMENTO 
Todo material necessário para reanimação deve 
ser preparado, testado e estar disponível, em local 
de fácil acesso, antes do nascimento. Esse material 
é destinado à manutenção da temperatura, 
aspiração de vias aéreas, ventilação e 
administração de medicações. A temperatura 
Ana Victória Ribeiro Barbosa – M7 
ambiente na sala de parto deve ser, no mínimo, de 
26C para que se mantenha com maior facilidade a 
temperatura corpórea normal do RN.
 
EQUIPE PARA REANIMAÇÃO NEONATAL 
Considerando-se a frequência elevada da 
necessidade de realização de algum procedimento 
de reanimação no RN e a rapidez com que tais 
manobras devem ser iniciadas, é fundamental que 
pelo menos um profissional capaz de iniciar de 
forma adequada a reanimação neonatal esteja 
presente durante todo o parto. 
Os auxiliares atuarão junto ao médico, e este deve 
dedicar-se exclusivamente ao RN. No caso do 
nascimento de gemelares, deve-se dispor de 
material e equipe próprios para cada criança. 
Para a recepção do RN, devem-se utilizar as 
Ana Victória Ribeiro Barbosa – M7 
precauções-padrão, que compreendem 
lavagem/higienização correta das mãos e uso de 
luvas, avental impermeável, máscara e proteção 
facial para evitar contaminação do profissional 
com material biológico do RN. 
AVALIAÇÃO DA VITALIDADE AO NASCER 
Imediatamente após o nascimento, a necessidade 
de reanimação depende da avaliação rápida de 
quatro situações referentes à vitalidade do 
concepto, sendo feitas as seguintes perguntas: 
1. Gestação a termo? 
2. Ausência de mecônio? 
3. Respirando ou chorando? 
4. Tônus muscular bom? 
Se a resposta é sim a todas as perguntas, 
considera-se que o RN está com boa vitalidade e 
não necessita de manobras de reanimação. 
A determinação da necessidade de reanimação e 
a avaliação de sua eficácia dependem da avaliação 
simultânea de dois sinais: 
 Respiração. 
 Frequência cardíaca (FC). 
A FC é o principal determinante da decisão de 
indicar as diversas manobras de reanimação. Logo 
após o nascimento, o RN deve respirar de maneira 
regular e suficiente para manter a FC acima de 100 
bpm. A FC é avaliada por meio da ausculta do 
precórdio com estetoscópio, podendo 
eventualmente ser verificada pela palpação do 
pulso na base do cordão umbilical. Tanto a 
ausculta precordial quanto a palpação do cordão 
podem subestimar a FC. 
A avaliação da coloração da pele e das mucosas do 
RN não é mais utilizada para decidir 
procedimentos na sala de parto. Estudos têm 
mostrado que a avaliação da cor das 
extremidades, do tronco e das mucosas é 
subjetiva e não tem relação com a saturação de 
oxigênio ao nascimento. Além disso, RN com 
esforço respiratório e FC adequados podem 
demorar alguns minutos para ficarem rosados. 
Nos RNs que não precisam de procedimentos de 
reanimação ao nascer, a saturação de oxigênio 
com um minuto de vida situa-se ao redor de 60% 
– 65%, só atingindo valores de 87% – 92% no 
quinto minuto de vida. 
ESCALA DE APGAR 
O boletim de Apgar não deve ser utilizado para 
determinar o início da reanimação nem as 
manobras a serem instituídas no decorrer do 
procedimento. No entanto, sua aferição 
longitudinal permite avaliar a resposta do RN às 
manobras realizadas e a eficácia dessas manobras. 
Se o escore é inferior a sete no quinto minuto, 
recomenda-se sua aplicação a cada cinco 
minutos, até 20 minutos de vida. Enfatiza-se que, 
apesar da subjetividade e da dificuldade em 
aplicá-lo em RN sob ventilação, o 
acompanhamento dos escores de Apgar em uma 
instituição permite identificar a necessidade de 
implementar programas educacionais e melhoria 
no cuidado perinatal, além de verificar o impacto 
das intervenções na qualidade do serviço. É 
necessário que a documentação do escore de 
Apgar seja concomitante à dos procedimentos de 
reanimação executados, em formulário específico. 
 
ASSISTÊNCIA AO RN A TERMO COM BOA 
VITALIDADE AO NASCER 
Se, ao nascimento, verifica-se que o RN é a termo, 
está respirando ou chorando e com tônus 
Ana Victória Ribeiro Barbosa – M7 
muscular em flexão, sem a presença de líquido 
amniótico meconial, a criança apresenta boa 
vitalidade e não necessita de qualquer manobra 
de reanimação. 
Três metanálises recentes com vários ensaios 
clínicos randomizados, além de um estudo 
nacional, concluíram que o clampeamento em 
tempo oportuno do cordão umbilical é benéfico 
em comparação ao clampeamento imediato com 
relação aos índices hematológicos na idade de 3 a 
6 meses. 
CLAMPEAMENTO OPORTUNO DO CORDÃO 
O RN a termo com boa vitalidade deve ser secado 
e posicionado sobre o abdome da mãe ou ao nível 
da placenta por, no mínimo, um minuto, até o 
cordão umbilical parar de pulsar 
(aproximadamente três minutos após o 
nascimento), para só então realizar-se o 
clampeamento. 
Após o clampeamento do cordão, o RN poderá ser 
mantido sobre o abdome e/ou tórax materno, 
usando o corpo da mãe como fonte de calor, 
garantindo-se que o posicionamento da criança 
permita movimentos respiratórios efetivos. O 
contato pele a pele imediatamente após o 
nascimento, em temperatura ambiente de 26C, 
reduz o risco de hipotermia em RNs a termo que 
nascem com respiração espontânea e que não 
necessitam de ventilação, desde que cobertos 
com campos preaquecidos. Nesse momento, 
podem-se iniciar a amamentação. 
ASPÉCTOS ÉTICOS DA ASSITÊNCIA AO RN 
NA SALA DE PARTO 
O primeiro aspecto ético controverso refere-se à 
decisão de não iniciar a reanimação na sala de 
parto relacionada à viabilidade fetal. Apesar de 
não existir consenso em relação ao “quão 
pequeno é o pequeno”, as recomendações atuais 
assumem que neonatos abaixo de 22 a 23 
semanas de idade gestacional não apresentam 
viabilidade para a vida extrauterina. Porém, na 
prática, a idade gestacional não é conhecida de 
maneira precisa em uma parcela significativa dos 
casos. Técnicas usadas para determinar a idade 
gestacional podem variar de 1 a 2 semanas, e o 
sinal clínico das pálpebras fundidas pode estar 
presente em cerca de 20% dos nascidos vivos com 
idade gestacional entre 24 e 27 semanas, 
dificultando a tomada de decisões na sala de 
parto. Parece então prudente recomendar que a 
reanimação seja instituída se o diagnóstico da 
idade gestacional não estiver previamente 
estabelecido. 
A conduta de “esperar e ver” para então iniciar a 
reanimação deve ser abandonada, pois retardar o 
início dos procedimentos pode resultar em lesões 
do RN pelo estresse ao frio, hipoglicemia, 
hipotensão e hipoxemia, aumentando ainda mais 
sua morbidade e mortalidade. 
Outro aspecto ético controverso que deve ser 
considerado refere-se à duração dos 
procedimentos de reanimação na sala de parto, ou 
seja, o momento adequado para se interromper a 
reanimação neonatal. Séries de casos relatados 
na literatura indicam que a reanimação superior a 
10 minutos em RN sem atividade cardíaca pode 
não ser justificada no momento presente, dada à 
elevada frequência de morte e graves sequelas, 
nos raros sobreviventes.É possível que, no futuro, 
o uso da hipotermia terapêutica, em casos de 
encefalopatia hipóxico-isquêmica grave, possa 
alterar essa recomendação.

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