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DIREITOS HUMANOS E SOCIEDADE INTERNACIONAL

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13
 (
Pichehe Rupia
CONCEITO E ANÁLISE DOS DIREITOS HUMANOS E SOCIEDADES NA SADC
 
Licenciatura 
em Direito – 4
º Ano
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTANCIA
NAMPULA
2020
)
Pichehe Rupia
CONCEITO E ANÁLISE DOS DIREITOS HUMANOS E SOCIEDADES NA SADC
 Licenciatura em Direito – 4º Ano
 (
Trabalho da cadeira de 
Direitos Humanos e Sociedade Internacional
 orientada p
e
lo tutor
 
ː
 
Dr.Jacques Kazadi
)
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTANCIA
NAMPULA
2020
Índice
Introdução	3
Conceito e análise dos direitos humanos e sociedades, na SADC	4
Direito	4
Conceito dos Direitos Humanos	5
O Conceito de Sociedade	5
Analise geral sobre os Direitos Humanos e Sociedade e no âmbito dos países da SADC	7
Direitos humanos em Moçambique: Legislação e programas	7
Conclusão	12
Bibliografia	13
Introdução
Este trabalho não tem a pretensão de abranger todas as questões envolvidas a cerca dos direitos Humanos e Sociedades na SADC. Trata-se, tão-somente, de uma contribuição para consulta por parte dos leitores. Pode também servir de instrumento de consulta a outros interessados em saber um pouco mais sobre direitos Humanos e Sociedades. Os aprofundamentos teóricos ou práticos poderão ser buscados nos materiais sugeridos na bibliografia no final deste trabalho, assim como em outros recursos.
A estrutura deste trabalho, por si só, serve de modelo para um trabalho realizado em sala de aula. 
Dada a complexidade dos temas, os conteúdos apresentados neste artigo são abordados de uma maneira sintética visando facilitar a leitura e interpretação dos mesmos.
Segundo afirmou-se, o trabalho está organizado de forma que facilite a consulta obedecendo a lógica de agrupamento temático dos conteúdos.
Conceito e análise dos direitos humanos e sociedades, na SADC
Direito 
Para Ascensão (1988:1475), direito é um conjunto de normas reguladoras da vida social, de qualquer modo, efectiva ou eventualmente, garantidas por meio de uma acção coercitiva do Estado. 
Segundo Bobbio (2004: 9), a palavra “direito”, no sentido de direito subjectivo (uma precisão supérflua em inglês, porque right tem somente o sentido de direito subjectivo) faz referência a um sistema normativo, seja ele chamado de moral ou natural, jurídico ou positivo. 
Faz sentido a existência de direito, quando existe um Estado capaz de impor as normas e sancionar os infractores. Enquanto não existir os mecanismos de coerção, as possibilidades da eficácia das normas de direito serão escassas. 
Para Brown (1999, citado por Cabrita 2011:112), os direitos são coisas escorregadias, complicadas e discurso dos direitos é um campo minado, onde cada passo conceptual corre o risco de auto destruição; além disso, isto é assim mesmo sem introduzir as complicações alegadamente geradas pelo relativismo cultural (…). Existe uma nítida dissociação entre os fracassos conceptuais, por um lado, e o apelo retórico do discurso dos direitos, por outro lado. 
Note-se, que direitos não são necessariamente o plural de direito. Quando se fala de direitos, refere-se a direitos humanos. A este respeito Cabrita (2011) diz que a resposta mais imediata a questão de saber o que é que os defensores de direitos humanos querem quando se referem aos direitos humanos é a de que, normalmente, quando usam tal expressão estão a referir-se aos direitos humanos reconhecidos pela Declaração Universal dos Direitos do Homem ou pelo direito Internacional. 
Esta posição remete a lista e não ao que os defensores de direitos humanos entendem por direitos humanos ou o que são direitos humanos para o movimento internacional dos direitos humanos. Embora seja correcto olhar para a lista, não é o mais adequado.
Conceito dos Direitos Humanos 
Para Comparato ( 2007), direitos humanos são direitos próprios de todos os Homens, enquanto Homens, à diferença dos demais direitos, que só existem e são reconhecidos, em função de particularidades individuais ou sociais do sujeito. Trata-se, em suma, pela sua própria natureza, de direitos universais e não localizados, ou diferenciais. 
Segundo Mendes (2002), direitos humanos são definidos como um portefólio; um conjunto de direitos inerentes à essência do ser humano e que tem por primeiro e último fim garantir a este, entre outros direitos, a vida, a liberdade, a igualdade, a integridade sendo sempre de respeito e aplicação universal.
Por sua vez, Ascensão (1988: 1482) define direitos humanos como aqueles direitos que a pessoa humana possui pelo simples facto de o ser, derivados por isso da sua natureza, anteriores e superiores às ordens jurídicas positivas, que devem apenas reconhecê-los e assegurá-los. 
O simples facto de ser homem faz do indivíduo titular de direito. Não importa a raça, a língua, a religião, a nacionalidade, a filiação partidária, etc. deste individuo. A este respeito o art. 2º, I, da Declaração Universal, diz que “cabe a cada indivíduo todos os direitos e todas as liberdades enunciadas na presente Declaração, sem nenhuma distinção por razões de cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outro tipo, por origem nacional ou social, riqueza, nascimento ou outra consideração”, (Assembleia Geral das Nações Unidas, 1948). Portanto, a defesa e garantia dos direitos humanos não deve ser condicionada.
O Conceito de Sociedade 
A sociedade é a união dos homens, e não os homens; o cidadão pode morrer e o homem permanecer, (Montesquieu, 2001:67). 
Segundo Elliot e Turner (2012, citados Martins 2012:23), a sociedade, do ponto de vista tanto teórico quanto da realidade vivida pelos agentes sociais, apresenta três conceituações relevantes: sociedade como estrutura; sociedade como solidariedade e sociedade como processo criativo. 
A concepção da sociedade como estrutura, na perspectiva dos autores, procura ressaltar os apectos de competição, conflito, concorrência e rivalidades entreos actores sociais. Ao mesmo tempo também contempla dimensões morais e de conduta que permeiam as relações sociais. 
O advento de diversas formas de globalização, o desenvolvimento de novas tecnologias de informação, a formação e expansão de comunidades multiculturais tiveram forte impacto na concepção da sociedade como estrutura. 
Cada vez mais, a concepção da sociedade como estrutura vem sendo utilizada como uma forma de combate à diversidade cultural, como uma maneira de contestar os diversos movimentos sociais que visam questionar os fundamentos económicos, sociais e culturais do capitalismo avançado, (Ibid). 
É nesta concepção da sociedade que encontra-se espaço para se afirmar que os direitos humanos são: Universais, Indivisíveis, Inter-relacionados e Interdependentes. 
A concepção de sociedade como solidariedade procurava combater intelectualmente as concepções utilitaristas, individualistas e o conceito de homo economicus, dada sua incapacidade de compreender a importância dos vínculos sociais. O processo de globalização tem desafiado esse conceito de solidariedade, uma vez que está fundamentado numa forte integração entre os membros que compartilham a vida social – senso de pertença a uma comunidade com mesma linguagem e cultura, (Martins, 2012). 
A concepção da sociedade como solidariedade remete-nos aos direitos humanos da segunda geração, visto que, as revoluções socialistas que levaram a implementação destes direitos visavam essencialmente combater a ideia do homo economicus através da implementação de um Estado de bem-estar social. 
A concepção de sociedade como criação procura afastar-se da análise que enfatiza a existência de forças sociais que actuam sobre as condutas individuais, tão presente na ideia de sociedade como estrutura. Ao mesmo tempo, busca distanciar-se da postura que tem como alvo – num contexto de multiculturalismo – a criação de valores universais e cosmopolitas capazes de reforçar os vínculos sociais numa sociedade globalizada, que marca a concepção de sociedade como solidariedade, (Ibid). 
É na concepção da sociedade como criação que se pode enquadrar a ideia do relativismo culturalna defesa e promoção dos direitos. Ideia esta defendida por muitos países asiáticos e tantos outros em Desenvolvimento.
Analise geral sobre os Direitos Humanos e Sociedade e no âmbito dos países da SADC
Direitos humanos em Moçambique: Legislação e programas 
Ao falarmos dos direitos humanos em Moçambique é importante ter em conta as revisões constitucionais ocorridas em 1990 e em 2004. A Constituição de 1990 alargou a carta de Garantias e Direitos fundamentais de forma a incluir novos direitos e liberdades fundamentais que não tinham sido previstos na Constituição de 1975. E na de 2004 tivemos também a ampliação do catálogo referente aos direitos humanos. 
A respeito da Constituição de 1990, AfriMAP (2006:4) diz que esta inclui expressamente o direito à igualdade perante a lei (artigo 66), o que não era explícito na constituição de 1975; 
· Outras disposições incluíam o direito à vida, com a abolição da pena de morte (artigo 70);
· A liberdade de expressão e o direito a informação (artigo 74); 
· A liberdade de movimento (artigo 83); 
· O direito a formar e participar em partidos políticos (artigo 77); 
· O direito de contestar a violação de direitos (artigo 81); 
· O direito a apresentar petições e reclamações (artigo 80); e o direito de recorrer a tribunais em caso de violação de tais direitos (artigo 82). 
A constituição de 1990 também inclui um capítulo relativo aos direitos e deveres económicos e sociais, o que representou uma mudança digna de realce, tendo em conta a forma como a questão económica era abordada na constituição de 1975. A este respeito AfriMAP (2006:4) diz que ela previu o direito à propriedade privada (artigo 86), o direito a herança (artigo 87), e o direito a trabalhar numa profissão de livre escolha (artigo 88), contra uma contribuição justa (artigo 89). O direito a educação (artigo 92) e o direito de cuidados médicos e de saúde foram também reconhecidos. 
No que se refere a educação, é importante notar que segundo Manhique (2009: 39), a área de educação é importante para o país, face a ainda fraca base de qualificação dos recursos humanos que vem afectando, de maneira considerável, o desempenho e limitando a efectividade e eficiência de todas as instituições da sociedade em geral, e do Estado, em particular. Esta situação dificulta a luta que o Estado moçambicano tem estado a fazer para o alcance do desenvolvimento. Aliás, não podemos erradicar a pobreza enquanto existir um maior número de pessoas sem educação formal ou com baixo nível de escolarização. 
Oppenheimer e Isabel (2002:71, Manhique, 2009: 3961) dizem que existe uma forte relação entre a educação e pobreza: “os chefes de agregado familiar com maior nível de educação tendem a ser menos pobres. Esta relação é mais forte nas zonas urbanas que nas zonas rurais, e nos agregados chefiados por mulheres do que nos chefiados por homens”. Estas situações demonstram o quanto é importante o direito humano educação, o que fez com que, influenciado pelas instituições financeiras internacionais, para além da acção do Estado, a sociedade civil, incluindo as instituições religiosas e o sector privado, também se envolva na promoção de programas de expansão do acesso e melhoria da qualidade da educação, bem como a gestão das instituições de ensino. Actualmente, temos em Moçambique 48 instituições de ensino superior e mais de 130 mil estudantes. Este é um dado importante, quando falamos do direito humano a educação, particularmente ao direito do acesso ao ensino superior.
A respeito do acesso ao ensino superior o artigo 114 (1) da constituição da Republica de Moçambique estabelece que: “O acesso às instituições públicas do ensino superior deve garantir a igualdade e equidade de oportunidade e a democratização do ensino, tendo em conta as necessidades em quadros qualificados e elevação do nível educativo e científico no país”. 
A Constituição de 2004 estabelece no seu artigo 43 que os preceitos constitucionais relativo aos direitos fundamentais são interpretados e integrados em harmonia com Declaração Universal dos Direitos Humanos e a Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Povos. 
Para a AfriMAP (2006:6) afirmou e aperfeiçoou e clarificou diversas disposições relacionadas com a protecção dos direitos humanos e também reconheceu alguns novos direitos: 
· A constituição de 2004 introduziu o direito de acção popular (artigo 81). Tanto individual como colectivamente, os cidadãos tem direito de reclamar indeminações, assim como o direito de agir em defesa da saúde pública, dos direitos dos consumidores, da preservação do ambiente e do patrimonio cultural (artigo 81). A constituição de 2004b também inclui novas disposições relativas à utilização da informática (artigo 71). 
· Enquanto a Constitução de 1990 reconhecia o direito dos arguidos a assistencia e patrocinio judiacial (artigo 100), a Constituição de 2004 ao arguido o direito de escolher o seu defensor para o assistir em todos os actos do processo (artigo 62). 
· Quanto a prisão preventiva, a Constitui,ão de 1990 previa que esta apenas era permitida nos casos previstos na lei e que os detidos deveriam serb 
· presentes a um juíz dentro de um período fixado na lei para este verificar a legalidade da detenção (artigo 101). A constituição de 2004 adianta, por seu turno, que os detidos sejam prontamente informados das razões da sua detenção e a sua familia sobre esta informada (artigo 64). 
· A constituição de 1990 previa o direito de habeas corpus (artigo 102), sendo o seu processo fixado na lei. A constituição de 2004 estipulou umprazo de oito dias para os tribunais responderem a petições de habeas corpus (artigo 66). 
· A constituição de 2004 introduziu o principio de que a pena não ser de carácter perpétuo nem transmissível e de que, salvo as limitações inerentes à condenação, naão implica de quasquer direitos civis, profissionais ou políticos, nem priva o condenado de seus direitos fundamentais (artigo 61). 
· A constituição de 2004 prevê maior protecção para os advogados no exrcicio das suas funções, incluindo o direito de comunicação em privado entre o advogado e o seu constituinte, mesmo quando este se encontra detido (artigo 63). 
· A Carta dos Direitos, Deveres e Liberdades Fundamentais de 2004 é vinculativa tanto para as entidades públicas e privadas como para o Estado, pelo que, de facto se aplica a pessoas singulares e colectivas. 
· Entretanto, a Liga Moçambicana dos Direitos Humanos (2005:08) diz que o processo de adopção de convenções por parte de Moçambique é rico em contradições e imprecisões, desde logo, por falta de um critério a ser seguido pelos órgãos responsáveis que tomam os actos de ratificação62. 
· Note-se, que é pouco provável que não haja critérios na acção de um Estado para adopção de instrumentos internacionais, o que pode ocorrer é a incompreensão destes critérios por organizações da sociedade civil, tais como a Liga. 
Em Moçambique, o órgão do Estado com competência para ratificar os tratados é a Assembleia da República. A este respeito, a Constituição da República de Moçambique (CRM), nos termos da alínea e) do nº 2 do artigo 179, estabelece que: “é da exclusiva competência da Assembleia da República aprovar e denunciar os tratados que versem sobre matérias da sua competência”. Os tratados internacionais sobre os Direitos Humanos fazem parte dos tratados cuja aprovação depende da Assembleia da República. 
Note-se, no entanto, que, normalmente, a iniciativa de ratificação de um instrumento internacional é do Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação. A matéria é apreciada pelo Governo e remetido a Assembleia da República. Segundo a natureza da matéria que o documento trata, o Presidente da Assembleia da República manda para a comissão especializada da Assembleia da Republica e manda sempre para a Comissão dos Assuntos Jurídicos, Direitos Humanos e Legalidade para apreciar a constitucionalidade ou não de qualquer dos instrumentos (Dias, 2009, citado por Manhique, 2009.63). 
Há o entendimento de que as áreas económicas sobrepõe-se sobreas sociais no processo de ratificação dos instrumentos internacionais dos Direitos Humanos. A este respeito Oppenheimer e Isabel (2002:68, citados por Manhique, 2009) afirmam que a posição dominante fundamental das instituições financeiras internacionais e cooperação multi e bilaterais oficiais, imposta aos países do Sul por via das variadíssimas condicionalidades da ajuda externa, continua a ser o prosseguimento de uma política social “restritiva”, o único considerado compatível com uma economia liberal competitiva, no quadro globalizado. 
Todavia, é notória a preocupação do Estado na ratificação dos Instrumentos Internacionais dos Direitos Humanos, e há avanços na proteção dos direitos humanos. A respeito da ratificação, a AfriMAP (2006) diz que desde a independência nacional em 1975, Moçambique tem ratificado, sem reservas, a maior parte dos principais instrumentos internacionais e africanos relativos aos direitos humanos. Alguns destes instrumentos são os seguintes: 
· A Convenção das Nações Unidas para a Eliminação de todas as Formas de Descriminação Racial (1983); 
· A Convenção das nações Unidas Relativa ao Estatuto dos Refugiados (1983); 
· O Pacto internacional Sobre Direitos Civis e Políticos (1993); 
· O Segundo Protocolo adicional ao Pacto internacional Sobre Direitos Civis e Políticos com vista à abolição da pena de morte (1993); 
· A Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança (1994); 
· A Convenção das Nações Unidas sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (1997); 
Conclusão
Como forma de terminar destaquei que direitos humanos são direitos próprios de todos os Homens, enquanto Homens, à diferença dos demais direitos, que só existem e são reconhecidos, em função de particularidades individuais ou sociais do sujeito. Trata-se, em suma, pela sua própria natureza, de direitos universais e não localizados, ou diferenciais.
a sociedade, do ponto de vista tanto teórico quanto da realidade vivida pelos agentes sociais, apresenta três conceituações relevantes: sociedade como estrutura; sociedade como solidariedade e sociedade como processo criativo. 
Estas situações demonstram o quanto é importante o direito humano educação, o que fez com que, influenciado pelas instituições financeiras internacionais, para além da acção do Estado, a sociedade civil, incluindo as instituições religiosas e o sector privado, também se envolva na promoção de programas de expansão do acesso e melhoria da qualidade da educação, bem como a gestão das instituições de ensino. Actualmente, temos em Moçambique 48 instituições de ensino superior e mais de 130 mil estudantes. Este é um dado importante, quando falamos do direito humano a educação, particularmente ao direito do acesso ao ensino superior.
Bibliografia
ASCENSÃO, J. (1988). Direito. In Encicclopedia Luso-Brasileira de Cultura (pp. 1474–1485). 
Afrimap. (2006). Moçambique: O sector da Justiça e o Estado de Direito, Londres, Open Socity Foundation. 
MANHIQUE, G. (2009). A eficácia dos instrumentos internacionais dos Direitos Humanos nos Países em Desenvolvimento: o caso de Moçambique (1990-2004). Instituto Superior de Ralações Internacionais, Maputo. 
MENDES, V. (2002). Direitos Humanos, Declarações e Convenções Internacionais. (Vislis, Ed.). Lisboa. 
OPPENHEIMER, J. e Isabel, R. (2002). A Cooperação Direccionada para os Grupos Vulneráveis no Contexto da Concentração Urbana Acelerada, A Pobreza em Maputo, Ministério de Cooperação e Solidariedade, Departamento de Cooperação.

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