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Resumo dos textos - VLADIMIR MUCURY CARDOSO

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Estudo sobre revisão dos contratos de Laura Coradini Frantz
Art. 317. Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação.
O artigo mencionado acima derivou de disposição legal anterior, Código Civil de 1916, o qual, de início, objetivava apenas realizar a correção monetária. No entanto, com o desenvolver do tempo, observou-se a desnecessariedade de um dispositivo legal que regulasse a aplicação da correção monetária, uma vez que sua aplicação já era rotineira no país. 
Neste diapasão, ampliou-se a idéia, possibilitando a modificação contratual quando o contrato vier a se tornar desequilibrado, em virtude de fato superveniente. 
Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação.
Adentro, explicação do Dialogo das Fontes de Cláudia Lima Marques:
“ Na belíssima expressão de Erik Jayme, é o atual e necessário ‘dialogo das fontes’, a permitir a aplicação simultânea, coerente e coordenada das plúrimas fontes legislativas convergentes. ‘ Diálogo’ porque há influência recíprocas, ‘diálogo’ porque há aplicação conjunta das duas normas ao mesmo tempo e ao mesmo caso, seja complementariamente, seja subsidiariamente, seja permitindo a opção voluntária das partes sobre a fonte prevalente (especialmente em matéria de convenções internacionais e leis modelos) ou mesmo permitindo uma opção por uma das leis em conflito abstrato.”
A revisão contratual busca atender sempre a legítima expectativa dos contratantes, fazendo uso do princípio da conservação dos contratos. Sempre que for possível adaptar o vínculo obrigacional de forma tal a continuar a atender a função socioeconômico do contrato, é preterível à resolução. 
“ A revisão da prestação de um contrato que se tornou desproporcional ao longo de sua execução está de acordo com o ideal das legítimas expectativas, quando contratam, devam ser respeitadas. E “ a revisão do conteúdo dos contratos, sempre na tentativa de manutenção do vínculo e de adaptação da relação ao razoável e suportável para ambos os contratantes”, está em consonância com a consideração devida às legítimas expectativas. “
O princípio que deve pautar a revisão contratual é muito mais o princípio do equilíbrio econômico dos contratos, do que o da boa-fé objetiva.
Dois dos requisitos para que se utilize ou o art. 317 ou o 478 são que existe um período entre a conclusão do contrato e sua execução (hiato temporal, exemplo parcelamento de débito, a cada pagamento se extingue parcialmente o débito) e os contratos tem que ser bilaterais perfeitos ou sinalagmáticos (interdependência entre prestação e contra-prestação.)
A revisão prevista no art. 317 relaciona-se com a desproporção entre o valor da prestação no momento da contratação e o do momento da execução.
“ A idéia de desequilíbrio é sempre relacional a duas prestações diversas, supondo, pois, relações comutativas”, enquanto a “desproporção não supõe, necessariamente, a comutatividade, embora seja também uma noção relacional: é que pode haver uma desproporção na prestação considerando o momento de sua pactuação e o do pagamento.”
O art. 478, por sua vez, refere-se ao desequilíbrio entre a prestação e a contraprestação.
“ A onerosidade excessiva da prestação deverá ser considerada objetivamente, desconectada da situação subjetiva do devedor. A doutrina consumerista, principalmente Cláudia Lima Marques, vem aceitando, contudo, a ocorrência de eventos subjetivos do devedor como fundamento para a revisão ou para a resolução de contratos de longa duração, permitindo que “circunstâncias subjetivas passivas, como a perda do emprego, acidentes, divórcios, entre outros, sejam causas possíveis de inadimplemento sem culpa”, aptas a escusar o devedor do cumprimento da obrigação, como forma de impedir o superendividamento do consumidor.
Já no direito civil, um sistema que não é caracterizado pelo protecionismo, o argumento do superendividamento do devedor para revisar o contrato é descabido, pois se trata de situações paritárias, em que as partes estão aptas, em regra, a tutelar os seus próprios interesses.”
Destaco uma das críticas apontadas no livro tratado sobre análise contratual considerando apenas a equivalência das prestações. Não poderia ser aplicada de “maneira realista”, na medida em que diverge da própria “noção de contrato, pacto concluído a fim de obter um ganho, o que seria contrário à própria noção de equivalência. 
Entretanto, frisa-se que a análise da correspectividade das prestações não deve ser completamente desconsiderada, apenas deve ser utilizada como mais um recurso. 
- Critério da máxima criação de riquezas. Poder-se-ia considerar um contrato objetivamente equilibrado se uma das partes tiver aumentada sua riqueza sem que a situação da outra parte seja alterada. Então, seria a possibilidade máxima que tem um contrato para criar riquezas em determinada troca.
Haverá desequilíbrio quando a situação de uma das partes agravar-se, seja em razão da superveniência de acontecimentos imprevistos, seja em razão da modificação das circunstâncias econômicas, ou ainda quando a situação de um dos contratantes foi alterada (situação particularmente considerada). Desde que o devedor não possa honrar as suas dívidas, o desequilíbrio contratual aparece. 
A crítica feita a essa teoria é a grande abrangência de seu campo de atuação, que engloba, até mesmo, situações subjetivas do devedor, as quais, frisa-se novamente, não podem influenciar a execução do contrato.
Laurence Fin-Langer propõe a utilização de quatro critérios, quais sejam, a reciprocidade, a comutatividade, a equivalência e a proporcionalidade.
- A reciprocidade de obrigações e de direitos. O contrato desequilibrado seria o que não apresentasse a reciprocidade no conteúdo do contrato, manifesta em sua execução.
- (comutatividade dúvida)
- terceiro critério: equivalência das prestações. Salienta-se, no entanto, que não é análise meramente objetiva. Os valores devem ser aproximar, não pode haver uma desproporção absurda entre as prestações.
- O critério da proporcionalidade no Direito Privado funcionaria da seguinte forma: uma cláusula que poderia gerar o desequilíbrio deverá ser necessária e não poderá ser excessiva em relação à função que desempenha na economia do contrato. (pode-se entender por adequação da cláusula). Assim, o equilíbrio existirá se a cláusula em tela for necessária à eficácia do contrato e não for, para isso, exagerada.
As duas primeiras buscam analisar o equilíbrio quantitativo, ou seja, se as mesmas faculdades são destinadas a cada uma das partes, se as partes dispõe do mesmo número de vantagens.
 Estudo sobre a extinção das obrigações sem pagamento
Confusão – é quando a figura do credor e do devedor se confunde na mesma pessoa. Nesse caso, ocorrerá a extinção da obrigação. 
Torna-se válido mencionarmos, além do típico exemplo de confusão oriundo da sucessão causa mortis, a possibilidade de ocorrer tal instituto jurídico nos casamentos no regime da comunhão universal. Certo é, que neste regime o patrimônio dos cônjuges de confundem.
Art. 381. Extingue-se a obrigação, desde que na mesma pessoa se confundam as qualidades de credor e devedor.
Art. 382. A confusão pode verificar-se a respeito de toda a dívida, ou só de parte dela.
Art. 383. A confusão operada na pessoa do credor ou devedor solidário só extingue a obrigação até a concorrência da respectiva parte no crédito, ou na dívida, subsistindo quanto ao mais a solidariedade.
Art. 384. Cessando a confusão, para logo se restabelece, com todos os seus acessórios, a obrigação anterior.
Frisa-se que na confusão não há de sefalar em pagamento, haja vista a dissolução do vinculo jurídico sem o cumprimento da prestação devida. 
Registra-se que, no caso de dívidas solidarias, a dívida é extinta somente na quota parte do devedor solidário que adquiriu os direitos creditórios, ou seja, a solidariedade entre os demais devedores continua inabalada. Art. 383 supra mencionado.
Quando cessar a confusão, a obrigação é restaurada como se nunca tivesse ocorrido tal confusão. Art. 384.
(dúvida: a contagem da prescrição é suspensa ou interrompida?)
Remissão – é a dispensa, do devedor de pagar a dívida realizada pelo credor. Segundo Caio Mário é uma particular espécie de renuncia. 
Art. 385. A remissão da dívida, aceita pelo devedor, extingue a obrigação, mas sem prejuízo de terceiro.
Não existe uma forma específica para a realização da remissão, mas ela deve seguir a forma indicada no instrumento do negócio jurídico, isto é, quando for feito por testamento, neste deverá constar o instrumento necessário.
Existem dois tipos de remição, quais sejam, a expressa e a tácita.
A primeira citada, expressa, ocorre quando a renuncia for feita mediante instrumento público ou particular. 
A segunda, a tácita ou implícita, ocorre de determinada atitude do credor. Vale salientar que não se presume, fora os casos estipulados pela lei. Um exemplo, é Art. 386. A devolução voluntária do título da obrigação, quando por escrito particular, prova desoneração do devedor e seus co-obrigados, se o credor for capaz de alienar, e o devedor capaz de adquirir.
Em relação ao exemplo supra mencionado, na ocorrência de uma lide sobre a entrega do título, caberá ao credor o ônus de provar que o título de posse do devedor não reúne todos os requisitos de validade. 
Menciono, neste diapasão, que a remissão pode recair somente sobre uma garantia real, prevalecendo, assim, a obrigação. 
Sobre essa possibilidade, o art. 387, menciona uma remissão tácita sobre o tema.
Art. 387. A restituição voluntária do objeto empenhado prova a renúncia do credor à garantia real, não a extinção da dívida.
A remissão pode, ainda, ser parcial, ocorrendo quando houver uma redução no valor da dívida.
A remissão de acordo como o seguinte artigo, Art. 385. A remissão da dívida, aceita pelo devedor, extingue a obrigação, mas sem prejuízo de terceiro, possui natureza contratual, por torna imperativa, além do ato volitivo do credor, a aceitação do devedor.
Caio Mario entende a natureza da remissão como sendo um ato unilateral, ao qual bastaria a não-aposição do devedor, não sendo imperativa a aceitação.
A gratuidade é elemento imperativo da remissão.
As dívidas que envolvem um interesse de ordem pública são insuscetíveis de remissão. Não sendo possível o pai renunciar o status de pai, mas é possível renunciar as conseqüências patrimoniais, filho renunciar a herança, por exemplo.
Em relação ao perdão dado um dos devedor solidários, vale transcrever, Art. 388. A remissão concedida a um dos co-devedores extingue a dívida na parte a ele correspondente; de modo que, ainda reservando o credor a solidariedade contra os outros, já lhes não pode cobrar o débito sem dedução da parte remitida.
Além disso, o perdão da obrigação principal desvincula as garantias e possíveis fiadores. No entanto, perdão ao fiador, por exemplo, não libera o devedor. 
Quando o objeto for indivisível e um dos credores renunciar a dívida, os demais poderão continuar exigindo o pagamento, já com desconto.
(Dúvida, nesse caso se converte obrigação em pecuniária né? Mas, os devedores não são obrigados a pagar diferente do pactuado, certo? Eles abrem mão disso quando aceitam a primeira renuncia?)
Por fim, a remissão pode se sujeitar a termo ou a condição.
Estudo sobre Dação em pagamento
A dação em pagamento é quando o devedor entrega ao credor coisa diferente da compactuada e, com isso, ocorre à extinção da dívida. Insta atentar ser imperativa a anuência do credor para a realização desse negócio jurídico. 
Essa idéia, resumida na expressão latina “datio pro soluto”, é positivada no Art. 356. O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida..
Friso que a ´”datio pro solvendo” é diferente da dação em pagamento, haja vista que nesse instituto há a entrega de um título, de cuja a liquidação fica dependendo a quitação da dívida. 
Para melhor compreensão registro que os requisitos da dação em pagamento são: 
- existência de uma dívida
- acordo do credor
- entrega de coisa diversa da devida, com a intenção de extinguir a obrigação.
Válido é, salientar que a entrega de uma das coisas na obrigação alternativa não é evidentemente dação em pagamento. 
O cumprimento da obrigação ou entrega da coisa ( em substituição da acordada) tem que ocorrer no próprio momento da dação em pagamento. Não pode se acorda em cumprir algo no futuro, haja vista que, assim sendo, irá se caracterizar uma novação.
A dação em pagamento é regulada pelas regras de compra e venda. Art. 357. Determinado o preço da coisa dada em pagamento, s relações entre as partes regular-se-ão pelas normas do contrato de compra e venda.
Neste estudo, é salutar apresentar o conceito de evicção, o qual se verifica quando o pagamento dado em uma dação em pagamento torna-se, por algum motivo, ineficaz. 
Quando ocorrer a evicção a obrigação, extinta pela dação em pagamento, é restaurada com todas as suas características, sendo certo que as garantias prestadas por terceiros somente serão restauradas se esses assim concordarem. Art. 359. Se o credor for evicto da coisa recebida em pagamento, restabelecer-se-á a obrigação primitiva, ficando sem efeito a quitação dada, ressalvados os direitos de terceiros.
Art. 358. Se for título de crédito a coisa dada em pagamento, a transferência importará em cessão
`(dúvida: diferença entre datio pro solum e datio pro solvendo)
Estudo sobre novação
A novação ocorre quando uma obrigação é extinta através do surgimento de uma nova. 
Enquanto no pagamento acontece o cumprimento da obrigação, na novação isso não ocorre. Nesse instituto jurídico, a obrigação é extinta e cria-se uma nova, a qual substitui a antiga. Frisa-se que as características desse novo vínculo são completamente autônomos ao anterior. 
Imperativo é, salientar que esse novo vínculo pode apresentar as mesmas partes, bem como tanto o passivo como o sujeito ativo podem ser alterados.
A novação, logicamente, tem que nascer do acordo das partes.
Para essa modalidade de extinção de obrigação ser válida é mister, que a obrigação primária seja válida.
Vale mencionar os seguintes pontos importantes:
- Uma obrigação anulável pode ser novada, ao contrário da nula. Uma obrigação prescrita também pode, mas tem que ser feita de forma tal que seja inequívoca a vontade de renunciar a prescrição, segundo o professor Caio Mario. 
- A obrigação criada tem que surgir de forma imediata a extinção da anterior. Se o novo vínculo for nulo, a obrigação anterior não se extingue, bem como acontece com a anulável que for considerada nula.
- Quando a nova obrigação criada for condicional. Só será extinto o vinculo obrigacional antigo quando ocorrer à condição.
O animus novandi pode ser tácito ou expresso. Quando tácito, não ocorre uma presunção da novação, kA que tem que ser dedutível de forma inequívoca. 
A doutrina entende que para ocorrer a novação a nova obrigação tem que ser incompatível com a anterior, isto é, não podem coexistir juntas as obrigações. 
Existem dois tipos de novação, quais sejam, a objetiva, quando há alteração do objeto permanecendo os mesmos sujeitos e a subjetiva, na qual há alteração dos sujeitos.
A novação subjetiva divide-se em duas, que são as seguintes:
- quando o novo devedor sucede ao antigo, ocorrendo, com isso, a extinção da dívida originária.
- quando, devido a uma nova obrigação, há alteração do credor. Frisa-se que é diferente da cessão de crédito. Na novação é imperativa a manifestação de vontade tanto do credor como do devedor, já que o consentimento das partes é condição da novação.
	As garantias,em regra, são extintas. Contudo, as partes podem acordar a prevalência de tais garantias, sendo certo que quando a garantias for prestada por um terceiro é imprescindível a anuência deste. 
Estudo sobre o texto teoria dos Contratos
A clássica teoria do direito contratual brasileiro era embasada pela existência de três princípios, quais sejam, a amplitude da liberdade, a intangibilidade do pactuado e a relatividade dos seus efeitos. 
Atualmente, a teoria moderna considera, paralelamente aos princípios supra-mencionados, os seguintes princípios, quais sejam, a boa-fé objetiva, o equilíbrio econômico do contrato e a função social do contrato.
Os princípios constitucionais, que devem sempre ser considerados em qualquer negócios jurídicos, modificam essencialmente os aspectos essenciais. 
O dever de informar atua na fase das tratativas garantindo o exercício da liberdade contratual em condições aperfeiçoadas de autonomia, na medida em que o negócio será ou não concluído com base em uma melhor e mais completa apreensão de realidade.
 A boa-fé encontra a sua base constituição no princípio da dignidade da pessoa humana. Doravante, deixa-se a idéia do contratante isolado e passa-se a adotar a idéia de que os negócios jurídicos estão inseridos em uma sociedade. 
O bem para a sociedade não é mais alcançado através de medidas isoladas e, sim, mediante a correlação dos interesses individuais, isto é, o interesse comum não é mais uma simples soma de interesse.
É salutar a transcrição de trecho do texto: “ a incidência da boa-fé objetiva sobre a disciplina obrigacional determina uma valorização da dignidade da pessoa, em substituição à autonomia do indivíduo, na medida em que se passa a encarar as relações obrigacionais como um espaço de cooperação e solidariedade entre as partes e, sobretudo, de desenvolvimento da personalidade humana.”
A boa-fé subjetiva consiste numa análise específica do individuo. Com isso, considera-se aspectos pessoas, psicológicos.
Enquanto, a boa-fé objetiva é genérica, não se busca a análise do âmbito individual, com todas as suas especificidades. Pelo contrário, exige-se um padrão uniforme de conduta a ser seguido por todas as pessoas. Neste instituto, as características específicas do agente pouco importam. 
A boa-fé gera um dever de cooperação entre as partes, a fim de alcançar o fim socioeconômico do contrato. 
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé. 
Uma das funções atribuídas à boa-fé é a chamada função interpretação-integração, consistente na interpretação realizada pelo magistrado no intuito de alcançar a função socioeconômica dos negócios jurídicos protegendo os princípios constitucionais. 
A boa-fé possui ainda a função de limitar o exercício de direitos. Incontestável é, que tal função converge com a famosa figura do abuso do Direito. 
Registro, neste momento, a seguinte teoria:
Teoria dos atos próprios - importa em reconhecer a existência de um dever por parte dos contratantes de adotar uma linha de conduta uniforme, proscrevendo a duplicidade de comportamento, seja na hipótese em que o comportamento posterior se mostra incompatível com atitudes indevidamente tomadas anteriormente (tu quoque), seja na hipótese em quem embora ambos os comportamentos considerados isoladamente não apresentem qualquer irregularidade, consubstanciam quebra de confiança se tomados em conjunto (venire contra factum proprium). 
- teoria do adimplemento substancial – de acordo com esta teoria, ainda que a norma contratual ou legal preveja a rescisão do contrato, o fato de a prestação ter sido substancialmente satisfeita veda ao credor, de acordo com os ditames da boa-fé, o exercício do direito de rescisão. 
- Teoria Venire contra factum proprium – proscreve o comportamento contraditório que importe quebra de confiança, revertendo legítimas expectativas criadas na outra parte. Ao contrário da tu quoque, que a atitude específica que é contraditória, a venerie contra factum proprium exige apenas um desvio de conduta em relação à linha de atuação que aquele contratante vinha assumindo como padrão.

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