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Resumo Neuro - Núcleos da base

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23/9/2021 
 
MEDICINA FUNORTE - XXXI | ANNA CLARA 
TUTORIA 
P5F1 
NEUROLOCOMOÇÃO – NÚCLEOS DA BASE 
 
ANNA CLARA SF – MEDICINA FUNORTE XXXI 
 
NEUROLOCOMOÇÃO 
NÚCLEOS DA BASE 
 
Os núcleos da base são neurônios, ou seja, massas de substância cinzenta situadas na base do 
telencéfalo. 
São eles = claustrum, corpo amigdaloide (ou amigdala), núcleo caudado, putâmen e globo 
pálido além de núcleo basal de Meynert e o núcleo accumbens. 
Com base em critérios funcionais, incluem entre os núcleos da base a substância negra e o 
subtálamo, por conta da posição anatômica e são tratados como pertencendo 
respectivamente ao tronco encefálico e ao diencéfalo. 
 
 TELENCÉFALO 
 
 
Além disso, o núcleo caudado, o putámen e o globo pálido formam juntos o corpo estriado 
dorsal. 
E os núcleo basal de Meynert e o accumbens formam o corpo estriado ventral. 
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Globo pálido lateral, globo pálido medial e putamen = núcleo lentiforme. 
Claustrum = situado entre o putâmen e o córtex da ínsula. Tem conexões recíprocas com 
praticamente todas as áreas corticais, existindo várias hipóteses sobe seu funcionamento. 
Teria uma ação sincronizadora da atividade elétrica de várias partes do cérebro integrando-as, 
participando assim da regulação de comportamentos voluntários. 
Corpo amigdaloide e núcleo accumbens são importantes componentes do sistema límbico. 
Núcleo basal de Meynert = vias colinérgicas; 
Corpo estriado dorsal = centro do sistema extrapiramidal. Ele age modulando a ação do trato 
corticoespinhal (sistema piramidal); 
Núcleos da base, em especial o corpo estriado dorsal, são estruturas predominantemente 
motoras, mas também estão envolvidos com várias funções não motoras, relacionadas a 
processos cognitivos, emocionais e motivacionais. 
Sistema piramidal = passa nas pirâmides bulbares no bulbo. Trato corticoespinhal passa por 
elas, decussa nele e forma o corticoespinhal lateral. 
O que não é do trato corticoespinhal mas faz parte do sistema motor é chamado de 
extrapiramidal; é o caso do corpo estriado dorsal. 
 
OBS: correlações clínicas relacionadas aos núcleos da base estão, em suma, relacionadas com 
sistema motor (sintomas motores). Porém, alguns pacientes, além de sintomas motores, terão 
sintomas psiquiátricos pois os núcleos relacionam-se com o comportamento voluntário 
também. 
 
 
 
Núcleo caudado = tem 3 divisões 
 - cabeça, corpo e cauda 
Cápsula interna = conjunto de fibras os quais passam entre tálamo e o globo pálido. 
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Cápsula externa = conjunto de fibras os quais passam entre o putamen e o claustrum. 
 
 
 
 
Núcleo subtâlamico = tem grande importância funcional com os núcleos da base, apesar de 
que anatomicamente faz parte do diencéfalo. 
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Substância negra = localiza-se no mesencéfalo, porém tem grande importante funcional com 
os núcleos da base. 
 
 
 
CORPO ESTRIADO 
O corpo estriado dorsal, constituído pelo núcleo caudado, putâmen e globo pálido e que juntos 
formam o núcleo lentiforme, é dividido em: 
 Parte recente = neoestriado ou striatum = putâmen e núcleo caudado. 
 Parte antiga = paleoestriado ou pallidum = globo pálido. 
Globo pálido dividido em: 
-parte medial: pálido medial 
-parte lateral: pálido lateral 
O corpo estriado ventral pertence ao sistema límbico, e participam da regulação do 
comportamento emocional. 
 O principal componente é o núcleo accumbens, situado na união entre o putâmen e a 
cabeça do núcleo caudado. 
 
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CONEXÕES E CIRCUITOS 
Corpo estriado = suas funções são exercidas por circuitos nos quais áreas corticais de funções 
diferentes projetam-se para áreas específicas do corpo estriado, que liga-se ao tálamo e, 
através deste, às áreas corticais de origem. Fecham-se em circuitos em alça corticoestriado-
talamocorticais. 
As alça corticoestriado-talamocorticais são 5 tipos: 
1. Circuito motor = começa nas áreas motora e somestésica do córtex e participa da 
regulação da motricidade voluntária. 
2. Circuito oculomotor = começa e termina no campo ocular motor e está relacionado 
aos movimentos oculares. 
3. Circuito pré-frontal dorsolateral = começa na parte dorsolateral da área pré-frontal, 
projeta-se para o núcleo caudado, daí para o globo pálido, núcleo dorsomedial do 
tálamo e volta ao córtex pré frontal = funções ou processos cognitivos. 
4. Circuito pré-frontal orbitofrontal = começa e termina na parte orbitofrontal da área 
pré-frontral e tem o mesmo trajeto do circuito pré-frontal dorsolateral = tendo 
funções de manutenção da atenção e supressão de comportamentos socialmente 
indesejáveis. 
5. Circuito límbico = origina-se nas áreas do sistema límbico, em especial a parte anterior 
do giro do cíngulo, projeta-se para o estriado ventral em especial o núcleo accumbens, 
daí para o núcleo anterior do tálamo. Este circuito está relacionado com 
processamento das emoções. 
 
Os dois primeiros circuitos são motores, os pré-frontais relacionados com funções 
psíquicas superiores, e os límbicos com as emoções. 
 
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Circuito motor 
 
Origina-se nas áreas motoras do córtex e na área somestésica. Projeta-se para o 
putamen de maneira somatotópica, ou seja, para cada região do córtex já uma região 
correspondente no putamen. Do putamen o circuito motor pode seguir por duas vias, 
direta e indireta. 
 
 Via direta = conexão do putamen se faz diretamente com o pálido medial e 
deste para os núcleos ventral anterior (VA) e ventral lateral (VL) do tálamo de 
onde se projetam para as mesmas áreas motoras de origem. 
 Via indireta = conexão do putamen é com o pálido lateral que projeta-se para 
núcleo subtalâmico e deste para o pálido medial seguido do tálamo e córtex. 
 
 
Via direita: Ativa os movimentos 
- cortex motor estimula o putamen; 
- putamen tem função inibitória sob o pálido medial; 
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- pálido medial tem função de inibir o tálamo – porém o pálido está inibido; 
- ou seja, o tálamo não é inibido, vai estar ativo, envia impulsos motores para o córtex. 
 
 
Via indireta: Retarda os movimentos 
-córtex motor manda sinapse excitatória do putamen; 
-putamen inibe o pálido lateral 
-pálido lateral tem função de inibir o subtálamo – porém do pálido está inibido; 
- ou seja, o subtálamo está ativo(não foi inibido); 
-subtálamo estimula o pálido medial (sinapse excitatória); 
-pálido medial faz sinapse inibitória do tálamo. 
-tálamo está inibido e não faz seu papel de ativar o cortex motor 
O mesmo neurotransmissor (ex.: dopamina) tem ações diferentes: 
- no putamen existem dois tipos de receptores de dopamina: D1 excitador e D2 inibidor. 
Nas duas vias: 
O pálido medial mantem inibição permanente dos dois núcleos talâmicos resultando em 
inibição das áreas motoras do córtex. 
 
Planejamento e refinamento do plano motor vai ter relação com os núcleos da base. 
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Substancia negra libera dopamina no putamen por meio das fibras nicroestriatais para as duas 
vias. 
D1= quando recebe dopamina tem função excitatória. 
D2 = quando recebe dopamina tem função inibitória. 
Via gaba = inibitória 
Via glutamina= excitatória 
 
 
Considerações funcionais e clínicas 
Funções do corpo estriado = atividade tônica inibitória das eferências do pálido medial é um 
freio permanente para movimentos indesejados. Na necessidade de realizar um movimento 
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interrompe este freio tônico permitindo liberação do comando motor ordenado pelo córtex 
cerebral. 
Núcleos da base = papel na preparação de programas motores e na execução automática de 
programas motores já aprendidos. 
Não se sabe exatamente como as vias direta e indireta docircuito motor interagem para o 
controle motor. 
A ideias mais aceita é de que os sinais para um dado movimento sejam direcionados para 
ambas as vias para a mesma população de neurônios palidais. 
As aferências da via indireta poderiam frear ou suavizar os movimentos, enquanto 
simultaneamente a direta o facilitaria e ambas participa na gradação de amplitude e 
velocidade do movimento. 
Comportamento motor normal depende do equilíbrio entre a atividade das vias direta e 
indireta. 
Síndromes clínicas que acometem o corpo estriado são devidas a alterações desse equilíbrio. 
Eram denominadas síndromes extrapiramidais em oposição as síndromes piramidais 
decorrentes de lesões do trato corticoespinhal. Esta classificação não é mais utilizada. 
Disfunção do corpo estriado 
São transtornos hipercinéticos, hipocinéticos ou comportamentais e emocionais(esses últimos 
de interesse neuropsiquiátrico). 
1- Hemibalismo 
É o mais conhecido. Hipercinético. 
Caracteriza-se por movimentos involuntários, de grande amplitude e forte intensidade, 
dos membros do lado da lesão, que se assemelham ao movimento de um indivíduo 
arremessando um objeto. 
Casos mais graves = esses movimentos não desaparecem com o sono, podendo levar o 
doente à exaustão. 
 
Causa mais comum = lesão do núcleo subtalâmico, geralmente resultantes de 
pequenos acidentes vasculares. 
Sintomas como dos distúrbios hipercinéticos em geral devem-se à diminuição da 
atividade excitatória das projeções do núcleo subtalâmico para o pálido medial, 
diminuindo o efeito inibidor deste sobre os núcleos talâmicos e sobre as áreas motoras 
do córtex. 
As áreas respondem exageradamente aos comandos corticais ou de outras aferências 
e aumentam a tendência dos neurônios corticais dispararem espontaneamente, dando 
origem a movimentos involuntários. 
 
Se o subtálamo está lesado, não ativa pálido medial, não inativa tálamo Tálamo ativa e 
assim ativa córtex. As duas vias estão ativando o movimento. Qualquer estimulo 
 
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2- Doença de Parkinson 
Três sintomas básicos : tremor, rigidez e bradicinesia. 
 
-Tremor manifesta-se nas extremidades principalmente quando elas estão paradas. 
-Rigidez resulta de uma hipertonia de toda a musculatura esquelética; 
-Bradicinesia manifesta-se por lentidão e redução da atividade motora espontânea, na 
ausência de paralisia. 
 
Grande dificuldade para dar início aos movimentos. 
Disfunção está na substancia negra, resultando em diminuição de dopamina nas fibras 
nigroestriatais. 
 
Cessa a atividade moduladora que fibras nigroestriatais exercem sobre as vias direta e 
indireta resultando em aumento da inibição dos núcleos talâmicos. 
 
Terapêutica visa aumentar o teor de dopamina nas fibras nigroestriatais. 
 
Administração de dopamina não obteve sucesso, pois essa anima só atravessa a 
barreira hematoencefálica em concentrações muito altas e tóxicas para o restante do 
organismo. 
 
Isômero levogiro da diidroxifenilalamina (Levo-Dopa) atravessa a barreira, é captado 
pelos neurônios e fibras dopaminérgicas da substancia negra e transformando em 
dopamina, o que causa melhora dos sintomas. 
 
Fisiopatologia 
Perda da aferencia dopaminérgica para o estriado leva à diminuição de atividade da 
via direta, onde a dopamina tem ação excitatória e aumento na via indireta, onde a 
dopamina tem ação inibitória. 
 
No circuito direto = o receptor é D1 ativador 
No circuito indireto = o receptor é D2 inibitório 
 
Alterações levam ao aumento na atividade do pálido medial, consequente aumento da 
inibição dos neurônios talamocorticais, ocasionando os sintomas hipocinéticos 
característicos da doença. 
 
Via indireta = ocorre excessiva atividade do nuceo subtalamico, o que parece ser um 
fator importante na produção dos sintomas da lesão desse núcleo, reduzindo a 
excitação excessiva do pálido medial, melhora os sinais de parkinsonismo. 
Resultados similares podem se obtidos lesando-se por cirurgia esterotáxica, o pálido 
medial. 
 
3- Coreia de Sydenham 
Movimentos involuntários rápidos que lembram uma dança (movimentos coreicos) 
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hipotonia, distúrbios psiquiátricos como habilidade afetiva, sintomas obsessivos-
compulsivo, hiperatividade. 
 
Sintomas motores = comprometimentos do circuito motor. 
Sintomas neuropsiquiátricos = comprometimento de circuitos pré frontais. 
 
Ocorre principalmente em crianças após infecção de febre reumática, doença 
autoimune, com anticorpos que lesão o núcleo da base. 
 
4- Transtorno obsessivo compulsivo (TOC) 
Doença psiquiátrica que tem como característica principal obsessão e compulsões 
como de limpeza pode resultar em excessivas lavagens das mãos ao ponto de ferir a 
pele. Comprometimento dos dois circuitos pré frontais. 
 
CASO CLÍNICO 
 
 
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