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NUTRIÇÃO 
CLÍNICA
Bianca Duarte Beck
 
Magreza, anorexia 
e bulimia
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Analisar os fatores relacionados com a etiologia dos transtornos 
alimentares.
  Reconhecer os aspectos relacionados com a anorexia. 
  Definir características, riscos, complicações e tratamento de anorexia 
e bulimia.
Introdução
A busca por um corpo que a sociedade julga ser perfeito é algo cada vez 
mais recorrente entre as pessoas, com isso a busca pela magreza e o desen-
volvimento de transtornos alimentares, vem crescendo dia após dia. Um 
comportamento saudável em relação à alimentação é o reconhecimento 
de que um certo grau de preocupação com a dieta, a saúde e o peso, 
seja uma atitude normal. Entretanto, nos transtornos alimentares ocorre 
alteração grave do padrão alimentar associada a problemas fisiológicos.
Neste capítulo, você irá estudar sobre esse assunto, além de analisar 
os fatores relacionados com a etiologia dos transtornos alimentares, asso-
ciando a influência dos aspectos da alimentação na busca pela magreza. 
Além disso, irá conhecer os aspectos relacionados com a anorexia e a 
bulimia, definindo suas características, riscos, complicações e tratamento.
Transtornos alimentares e a magreza
Aspectos alimentares: transtornos de consumo, padrão 
e comportamento alimentar
O ato de se alimentar é um comportamento totalmente instintivo nos animais. 
Para homem, porém, comer é uma atividade composta por fatores psicológicos, 
sociais e culturais. Na história da alimentação, vemos as práticas alimentares 
associadas a signifi cados. Ao se alimentar, o homem estabelece crenças reli-
giosas, cria vínculos e laços familiares, expressa hostilidade, afeto, prestígio 
ou valores de uma classe social. 
Dessa forma, os estudos que buscam compreender a etiologia dos transtor-
nos alimentares não se restringem a tentar detectar um único fator patogênico 
ou simplesmente identificar fatores de risco: trata-se de buscar a compreensão 
de como vários fatores interagem no desenvolvimento dos transtornos alimen-
tares, analisando o indivíduo em particular. 
Na avaliação dos aspectos da alimentação de indivíduos, você deve conhecer 
os termos utilizados:
  Consumo alimentar: representa o conceito que avalia a ingestão de 
alimentos e é definido em termos de energia e micro e macronutrientes.
  Padrão alimentar: representa a estrutura da alimentação, seus horá-
rios, tipos de refeição e regularidade. Pode também ser denominado 
de estrutura alimentar.
  Comportamento alimentar: envolve todas as formas de convívio com 
o alimento. Trata-se de um conjunto de ações realizadas em relação ao 
alimento, que têm início com o momento da decisão, a disponibilidade, 
o modo de preparo, os utensílios usados, as preferências e aversões.
Nos transtornos alimentares (TA), o consumo, a estrutura e as atitudes 
alimentares estão comprometidos. Os indivíduos de desenvolvem TA esta-
belecem um padrão irregular e não saudável, com o consumo inadequado de 
energia e nutrientes. Em geral, essa condição ocorre pelo estabelecimento de 
uma relação complicada com o alimento e a alimentação.
 Magreza, anorexia e bulimia 412
Magreza
Sabemos que a aparência do corpo causa grande infl uência em nossas vidas. 
Ela integra a forma como nos apresentamos e determina a maneira como nos 
relacionamos, as oportunidades que temos socialmente, as reações e atitudes 
dos outros em relação a nós, impactando nossa vida afetiva e profi ssional. 
Entretanto, nossa aparência não infl uencia apenas na forma como os outros 
nos veem: ela também infl uencia na concepção que temos sobre a nossa ima-
gem. Essa concepção é que exerce a maior infl uência, condicionando muitos 
aspectos que vamos vivenciar. 
Todos os dias, recebemos estímulos externos sobre a representação da 
imagem corporal dita “ideal” na sociedade. Programas de televisão, outdoors, 
revistas, filmes e jornais estabelecem um padrão de magreza como sinônimo 
de felicidade, amor e, em última análise, sucesso. Já na infância, construímos 
imagens do que é um corpo “aceitável” ou “inaceitável”, e esses estímulos 
estão em toda parte. A gordura corporal é uma das características mais sujeitas 
à rejeição e à zombaria, mesmo na idade escolar.
O valor numérico do peso corporal influencia o valor social. O peso corporal 
é considerado, por muitas pessoas, o mais importante entre os atributos que 
compõem a atratividade – em parte porque somos capazes de controlar, em 
alguma medida, o nosso peso. A idealização da magreza e a depreciação da 
gordura afetam mais as mulheres do que os homens. Para muitas mulheres, 
especialmente as jovens, corresponder a esse padrão de beleza significa ter 
autocontrole, competência e atratividade sexual. A insatisfação com o corpo 
é frequentemente considerada um precursor essencial no desencadeamento do 
TA. Como resposta a essa pressão social, ocorre a adoção de atitudes extremas, 
na busca patológica pelo controle ou pela perda de peso. 
Considerando as múltiplas influências da alimentação e o bombardeio 
da mídia sobre o corpo ideal, não surpreende que algumas pessoas evoluam 
das respostas típicas à fome e à saciedade para comportamentos obsessivos 
que visam perder peso e, em última instância, para um transtorno alimentar 
declarado. Além disso, a pressão social em relação à magreza exposta pela 
mídia pode criar um ambiente psicológico favorável ao desenvolvimento 
desses quadros, principalmente quando o indivíduo apresenta outros fatores 
de risco ou vulnerabilidades, como baixa autoestima, perfeccionismo, traços 
obsessivo-compulsivos, entre outros.
413Magreza, anorexia e bulimia
Fatores associados com a etiologia dos transtornos 
alimentares
Fatores socioculturais
A infl uência dos fatores socioculturais na epidemiologia, no desenvolvimento e 
na etiologia dos transtornos alimentares tem sido pesquisada desde o início dos 
anos 1980. A supervalorização do corpo feminino e a idealização da magreza, 
na cultura ocidental e oriental, reforçam os aspectos psicopatológicos centrais 
dos TA. Entretanto, vivemos um paradoxo: há nítido contraste entre a excessiva 
valorização da magreza e das dietas restritivas e a ampla disponibilidade de 
comidas calóricas, baratas e palatáveis.
Fatores familiares
Assim como a mídia, a infl uência da família e de amigos também é conside-
rada um fator importante, tanto no desencadeamento como na perpetuação 
dos sintomas alimentares. A opinião da família, especialmente a da mãe, 
é signifi cativa na formação da opinião dos fi lhos em relação à aparência, 
ao peso e à forma do corpo. Pacientes com TA com frequência relatam um 
ambiente familiar extremamente crítico. Mães de pacientes afetados muitas 
vezes apresentam intensa preocupação com o corpo, são críticas em relação 
à aparência e não raro também sofrem de TA ou tiveram alguns sintomas 
alimentares durante a vida.
Fatores individuais
Há muitos fatores específi cos do indivíduo e podem contribuir para o de-
senvolvimento dos TA. Alguns deles são características centrais do próprio 
indivíduo, como os traços de personalidade e os défi cits na autoestima, en-
quanto outros envolvem experiências pessoais e parecem estar localizados 
entre o ambiente e o indivíduo. As experiências interpessoais que têm sido 
frequentemente relacionadas ao desenvolvimento dos TA incluem abuso 
sexual, trauma e recebimento de constantes comentários depreciativos na 
infância. Além disso, transtornos do humor, transtornos de ansiedade, trans-
torno obsessivo-compulsivo na infância e a presença de traços perfeccionistas 
de personalidade também atuam como fatores de vulnerabilidade importante 
para o desenvolvimento de TA.
 Magreza, anorexia e bulimia 414
Genética
Os transtornos alimentares são doenças complexas, isto é , o padrão de herança 
genética é o resultado da interação de múltiplos genes com o meio ambiente. 
Logo, a vulnerabilidade genética pode nãoser o sufi ciente para causar a doença. 
O resultado do acúmulo de vários genes de pequeno efeito e sua interação com 
fatores ambientais adversos aumentam o risco da doença naquelas pessoas 
que carregam a carga genética e a infl uência ambiental. Entretanto, o estudo 
sobre o conceito de vulnerabilidade genética encontra sua aplicação prática na 
compreensão da patofi siologia da doença, podendo ser útil no desenvolvimento 
de novas formas de tratamento.
Alterações neurobiológicas e estudos de neuroimagem
As alterações nos neurotransmissores, neuropeptídeos e no sistema neuroendó-
crino encontradas em pacientes com TA são frequentemente reversíveis, com a 
remissão dos sintomas e a recuperação do peso. Essa observação torna difícil 
diferenciar as alterações que são efeito da desnutrição e do comportamento 
alimentar perturbado daquelas que podem estar causando esses quadros – ou 
seja, estado-relacionado ou traço-relacionado.
Fatores precipitantes e perpetuadores do quadro
A adoção de dieta para perda de peso é o fator precipitante mais frequente no 
desenvolvimento desses quadros. Entretanto, apenas uma pequena parcela 
dos indivíduos que fazem dieta desenvolve TA, sendo necessário que ocorra a 
interação de outros fatores de risco para o desencadeamento de todo o processo.
No link a seguir (AINETT; COSTA; SÁ, 2017), você encon-
tra um artigo no qual foram verificados a prevalência 
de insatisfação com a imagem corporal e os fatores 
associados em estudantes de Nutrição. Disponível em:
https://goo.gl/muAiZZ
415Magreza, anorexia e bulimia
https://goo.gl/muAiZZ
Anorexia
A anorexia inicia com um quadro mental de risco e evolui para uma doença 
física potencialmente fatal. O primeiro relato de caso publicado foi em 1689, 
que descreveu pela primeira vez o transtorno e menciona que os pacientes se 
julgam gordos e têm pavor da obesidade e do ganho de peso. 
Embora a restrição alimentação faça parte da doença, o problema se origina 
principalmente em um conflito psicológico. A anorexia chega a matar cerca 
de 10% das pessoas que sofrem dessa doença, seja por suicídio, problemas 
cardíacos ou infecções. Apenas aproximadamente um quarto dos pacientes 
com anorexia se recuperam dentro de seis anos; os demais vivem com a 
doença ou evoluem para outro transtorno alimentar. Já se sabe que, quanto 
maior for o tempo de ocorrência do transtorno, menores são as chances de 
uma completa recuperação. 
O início da anorexia pode começar com uma simples tentativa de perder 
peso. O culto à magreza e o estresse de manter certo peso para parecer atraente 
ou competente para uma função também pode causar transtorno alimentar. 
Além disso, as mudanças físicas relacionadas com a puberdade, o estresse 
do término da infância ou a vivência de trauma são exemplos de fatores 
desencadeantes de hábitos alimentares extremos.
Por ser uma condição altamente prevalente em jovens, muitas vezes ocorre 
um atraso em seu diagnóstico, pois a perda de peso fica subestimada. A 
ingestão de uma quantidade insuficiente de calorias durante o período de 
crescimento pode acarretar baixa estatura. Se a anorexia se instala antes da 
puberdade, a maturidade sexual e a menstruação também podem demorar 
mais para acontecer.
Dietas hipocalóricas e restritivas são o mais importante fator preditivo de 
transtorno alimentar. Uma vez iniciada a dieta radical, a anorexia pode ser 
iniciada – e, quando é observada, tende a progredir. Em alguns casos, a ano-
rexia pode levar à prática da compulsão alimentar, com ingestão de enormes 
quantidades de comida em pouco tempo, seguida de vômitos forçados. Além 
dos vômitos, a pessoa pode usar outros meios para se livrar da comida, como 
laxantes, diuréticos e enemas. Portanto, ela pode se manter em um estado 
de semi-inanição permanente ou alternar períodos em que passa fome com 
períodos de compulsão alimentar e mecanismos de compensação.
Conheça o perfil típico da pessoa que sofre de anorexia nervosa:
  Recusa alimentar: o paciente anoréxico se recusa a comer a quantidade 
suficiente de alimento para manter seu peso na faixa aceitável. A recusa 
 Magreza, anorexia e bulimia 416
alimentar é a característica principal da doença, associada ou não com 
outras práticas, como compulsão e vômitos. 
  Conflitos familiares: um traço comum a muitos casos são os conflitos 
familiares, geralmente associados à figura materna e a um pai ausente, 
do ponto de vista afetivo. As expectativas muito elevadas da família em 
relação ao peso corporal também são um fator importante. Envolvimento 
exagerado, rigidez, superproteção e negação são as interações diárias 
típicas dessas famílias.
  Necessidade de controle: problemas de controle são decisivos no de-
senvolvimento da anorexia. O transtorno alimentar permite que a pessoa 
anoréxica assuma o controle de sua alimentação quando, em outros 
aspectos, ela é impotente. Nas pessoas com anorexia, a autoestima está 
quase inteiramente ligada ao autocontrole.
  Abuso sexual: algumas crianças que sofreram abuso sexual evoluem 
para anorexia, na crença de que, se conseguirem dominar seu apetite 
por comida, relações sexuais e contato humano, terão controle e serão 
competentes para eliminar quaisquer sentimentos de vergonha. Além 
disso, a restrição alimentar interrompe o desenvolvimento e bloqueia os 
impulsos sexuais, podendo ser uma estratégia de prevenção de futura 
vitimização e sentimento de culpa.
  Isolamento social: muitas vezes, as pessoas anoréxicas se sentem 
desesperançosas quanto aos relacionamentos humanos, permanecendo 
isoladas socialmente, em razão de suas famílias disfuncionais. Assim, 
concentram-se na comida, em comer e no peso, em vez de buscarem 
se relacionar com outras pessoas.
Sinais de alerta precoces
No desenvolvimento da anorexia, é importante observar os sinais de alerta: 
  Dieta: no início do desenvolvimento da doença, a dieta se torna o foco 
da vida do indivíduo. Esse começo pode levar a grandes alterações da 
autoimagem e dos hábitos alimentares, como reduzir porções, excluir 
alimentos e grupos alimentares, espalhar a comida no prato.
  Satisfação ao observar os outros se alimentando: o indivíduo anoré-
xico às vezes prepara uma grande refeição, apenas para ficar olhando 
outras pessoas comerem, mas ele próprio se recusa a comer qualquer 
coisa.
417Magreza, anorexia e bulimia
  Atividade física compulsiva: anoréxicos também costumam fazer 
exercícios físicos compulsivamente, até que estes se tornem obsessivos 
e automáticos. Além disso, os exercícios podem compor as atividades 
diárias, ou a pessoa escolhe momentos e locais estranhos para se exer-
citar, por exemplo, fazer flexões enquanto escova os dentes.
  Lista de alimentos proibidos: à medida que o transtorno se agrava, a 
variedade de alimentos consumidos vai se restringindo, e os alimentos 
começam a ser classificados em permitidos e proibidos.
  Negação da fome: o indivíduo pode estar com fome, mas nega que 
esteja, acreditando que terá sucesso na vida simplesmente se mantendo 
bem magro. O processo se torna uma questão de força de vontade.
  Irritabilidade e isolamento: pessoas que sofrem de anorexia se tornam 
irritadas e hostis e, consequentemente, começam a se afastar da família 
e dos amigos. 
  Crença de racionalidade: pessoas anoréxicas se veem como racio-
nais e veem os outros como irracionais. Elas também tendem a ser 
excessivamente críticas, tanto em relação a elas mesmas, quanto em 
relação aos outros. 
  Distúrbios de sono e depressão: à medida que o estresse aumenta, 
surgem distúrbios do sono e depressão.
  Alterações metabólicas e fisiológicas: muitos dos problemas físicos 
e psicológicos associados à anorexia nervosa decorrem da ingestão 
calórica insuficiente, além das deficiências de nutrientes, como tiamina 
e vitamina B6. 
  Ciclo menstrual alterado: na mulher, esse conjunto de problemas, 
somado à redução cada vez mais acentuada do peso corporal e das 
reservas de gordura, interrompe os ciclos menstruais. Dieta extremamente hipocalórica: com a evolução da doença, o in-
divíduo anoréxico passa a comer uma quantidade mínima de alimento; 
não são raros os casos em que a ingestão diária é de 300 a 600 kcal. 
Em lugar dos alimentos, a pessoa chega a consumir até 20 latas de 
refrigerante diet e masca chicletes sem açúcar o dia inteiro.
Efeitos físicos da anorexia nervosa
Mesmo com a sua etiologia relacionada aos aspectos psicológicos, a anorexia 
causa efeitos físicos profundos e preocupantes. Em geral, o desenvolvimento 
da anorexia modifi ca a aparência e a composição corporal do indivíduo, re-
presentando uma magreza extrema. Um dos indicadores clínicos da anorexia 
 Magreza, anorexia e bulimia 418
nervosa é o peso corporal abaixo de 85% do esperado. O IMC é um indicador 
mais confi ável do grau de desnutrição; geralmente, um IMC de 17,5 ou menos 
indica um caso grave. Em crianças abaixo dos 18 anos, o peso adequado deve 
ser obtido a partir das curvas de crescimento. 
A desnutrição grave causa perturbações em vários sistemas corporais, já 
que força o organismo a conservar ao máximo suas reservas de energia. Essa 
tentativa de conservar as reservas de energia é a causa da maioria dos efeitos 
físicos da doença. Por isso, muitas complicações podem ser revertidas com o 
retorno ao peso saudável, desde que o dano não tenha sido demasiadamente 
prolongado. 
Os efeitos previsíveis da deficiência nutricional causada pela semi-inanição 
e as respectivas respostas hormonais são os seguintes:
  Queda da temperatura corporal e intolerância ao frio, por perda da 
camada de gordura de isolamento;
  Diminuição da taxa metabólica, pela queda da síntese de hormônios 
da tireoide; 
  Queda da frequência cardíaca, à medida que o metabolismo se torna 
mais lento, levando a fadiga prematura, desmaios e sono;
  Outras alterações da função cardíaca, inclusive perda de tecido do 
coração e arritmia cardíaca;
  Anemia por carência de ferro, que agrava a fraqueza;
  Pele fria, descamada, seca e áspera, que pode apresentar equimoses 
devido à perda da camada protetora de gordura existente sob a pele;
  Queda da contagem de leucócitos, aumentando o risco de infecção – essa 
é uma das causas de morte de pessoas que sofrem de anorexia nervosa;
  Sensação anormal de plenitude ou distensão abdominal, que pode se 
prolongar por várias horas após a alimentação;
  Queda de cabelos;
  Aparecimento de lanugem – pelos finos sobre o corpo, que servem 
para reter o ar e compensar parcialmente a perda de calor decorrente 
da diminuição do tecido adiposo;
  Constipação causada pela deterioração do trato gastrintestinal e pelo 
uso abusivo de laxantes;
  Baixo nível de potássio no sangue, agravado pela perda de potássio nos 
vômitos e como consequência do uso de certos tipos de diuréticos – isso 
aumenta o risco de distúrbios do ritmo cardíaco, que também são uma 
causa de morte de pessoas anoréxicas;
419Magreza, anorexia e bulimia
  Falha de ciclos menstruais, em decorrência do baixo peso corporal, da 
diminuição da gordura corporal e do estresse causado pela doença – as 
alterações hormonais associadas causam perda de massa óssea e maior 
risco de osteoporose no futuro;
  Alterações do funcionamento dos neurotransmissores cerebrais, levando 
à depressão;
  Possível perda de dentes, decorrente da erosão do esmalte pelo ácido 
do estômago, nos casos de vômitos frequentes;
  Rupturas musculares e fraturas de estresse, nos atletas, decorrentes da 
perda de massa muscular e óssea.
Tratamento da anorexia nervosa
O tratamento requer uma equipe multidisciplinar, formada por médicos expe-
rientes, nutricionistas, psicólogos e outros profi ssionais de saúde, que deverão 
trabalhar em conjunto. No cenário ideal, esse paciente é encaminhado para 
uma clínica de transtornos alimentares ligada a um centro médico. Em geral, 
o tratamento começa em regime ambulatorial; podem ser necessárias três a 
cinco consultas por semana. 
Também pode ser indicada a internação em hospital-dia (permanência de 6 
a 12 horas), assim como a hospitalização propriamente dita. A hospitalização 
é necessária para pessoas cujo peso cai abaixo de 75% do esperado, ou que 
apresentam problemas médicos agudos, transtornos psicológicos graves ou 
risco de suicídio. Depois de ganhar a confiança e a cooperação do paciente 
anoréxico, a equipe procura trabalhar em conjunto para restaurar o senso de 
equilíbrio, de propósito e de perspectivas futuras da vida. 
Terapia nutricional 
A primeira meta da terapia nutricional é ganhar a confi ança e a cooperação da 
pessoa, com o objetivo básico de aumentar a ingestão de alimentos. O ideal 
é que o ganho de peso seja sufi ciente para trazer a taxa metabólica ao nível 
normal e reverter o máximo possível de sinais físicos da doença. 
A ingestão de alimentos é planejada inicialmente para diminuir ou deter 
a perda de peso. Em seguida, o foco passa a ser a recuperação de hábitos 
alimentares adequados. Depois de vencida essa etapa, pode-se esperar um 
lento ganho de peso, em torno de 1 kg a 1,5 kg por semana. A nutrição enteral 
(por sonda) ou parenteral (intravenosa) só deve ser usada se for necessário 
 Magreza, anorexia e bulimia 420
realimentar a pessoa imediatamente. Essas técnicas podem assustar o paciente 
e levá-lo a perder confiança na equipe médica.
As pessoas que sofrem de anorexia nervosa precisam de muito apoio durante 
o processo de realimentação, já que costumam experimentar efeitos descon-
fortáveis, com os quais não estão acostumadas, como sensação de estômago 
cheio e aumento da temperatura e da gordura do corpo. O processo é assustador 
para elas, porque esses efeitos podem simbolizar a perda do controle. 
Além disso, as rápidas mudanças nos níveis sanguíneos de eletrólitos e 
minerais associadas à realimentação podem ser perigosas – especialmente as 
variações de potássio, fósforo e magnésio. Por isso, é fundamental monitorar 
os níveis desses elementos no sangue durante o processo de incorporação de 
mais alimentos à dieta.
O profissional nutricionista da equipe não só ajuda a pessoa que sofre de 
anorexia nervosa a alcançar e manter o estado nutricional adequado, mas 
também fornece informações corretas sobre os nutrientes ao longo de todo o 
período de tratamento, incentiva uma atitude saudável quanto à alimentação 
e ajuda o anoréxico a aprender a se alimentar, em resposta aos estímulos 
naturais de fome e saciedade.
 Em seguida, o foco deve passar a ser a identificação de escolhas alimentares 
adequadas e saudáveis, que promovam o ganho de peso, a fim de alcançar 
e manter a meta de peso definida clinicamente. É aconselhável adicionar à 
alimentação um suplemento vitamínico-mineral, além de cálcio.
O excesso de atividade física dificulta o ganho de peso e, por isso, a equipe 
profissional deve orientar a pessoa anoréxica para que modere a sua atividade 
física. Em muitos centros de tratamento, a pessoa fica em repouso relativo no 
leito, nas primeiras fases da recuperação, para que possa ganhar peso.
A chave para a solução do problema é buscar ajuda profissional. Pessoas 
anoréxicas podem estar à beira da inanição e do suicídio; além disso, cos-
tumam ser muito inteligentes e resistem ao tratamento. Algumas disfarçam 
o emagrecimento usando várias camadas de roupas, colocando moedas nos 
bolsos ou nas roupas íntimas e bebendo muita água.
Terapia de cunho psicológico
Uma vez atacados os problemas físicos da anorexia nervosa, o tratamento deve 
se voltar para os problemas emocionais de base, que levaram à radicalização 
da dieta e aos demais sintomas da doença. Para se curar, a pessoa anoréxica 
precisa rejeitar a sensação de realização que ela associa à magreza e começar 
a se aceitar com um peso corporal saudável. Se os terapeutas conseguirem 
421Magreza, anorexia e bulimia
descobrir o motivo do transtorno, poderão desenvolver estratégias de resolução 
de confl itos que ajudem a restaurar o peso normal e os hábitos alimentares 
saudáveis.Também pode ser útil educar o paciente quanto às consequências 
médicas da semi-inanição.
Um aspecto fundamental do tratamento psicológico é mostrar à pessoa 
como ela pode retomar o controle de outros aspectos de sua vida e lidar com 
situações difíceis. À medida que a alimentação entra na rotina normal, é 
possível dar mais atenção a outras atividades, até então negligenciadas.
Bulimia
A bulimia é um transtorno alimentar que se caracteriza por episódios de com-
pulsão alimentar, seguidos de vários métodos compensatórios de eliminação do 
alimento. Trata-se de um transtorno mais comum em adultos jovens. Em geral, 
as pessoas suscetíveis costumam ter fatores genéticos e hábitos de vida que as 
predispõem ao excesso de peso, e muitas já tentaram dietas emagrecedoras na 
adolescência. É uma doença que acomete mais indivíduos do sexo feminino; 
ainda, as mulheres que sofrem de bulimia geralmente têm o peso normal ou 
um pouco acima do normal. Elas também costumam ser sexualmente ativas, 
o que não ocorre com os pacientes que sofrem de anorexia.
O pensamento do indivíduo que sofre de bulimia é constantemente rela-
cionado com a alimentação; entretanto, ao contrário da pessoa anoréxica, que 
se afasta do alimento quando enfrenta problemas, a pessoa bulímica se volta 
para o alimento em situações de crise. Outro diferencial está relacionado ao 
enfrentamento: ao contrário da anorexia, as pessoas com bulimia reconhecem 
que o seu comportamento é anormal. Esse transtorno envolve sentimentos 
Saiba mais sobre o assunto neste artigo (SANTOS, 
2016), que discute a influência do relacionamento 
familiar sobre o desenvolvimento da anorexia. Dis-
ponível em: 
https://goo.gl/o942VT
 Magreza, anorexia e bulimia 422
https://goo.gl/o942VT
de culpa e arrependimento, e é frequente que esses indivíduos tenham baixa 
autoestima e sofram de depressão – a depressão chega a acometer mais de 
50% dos pacientes. À distância, elas parecem pessoas sem nenhum tipo de 
transtorno; porém, no íntimo, sentem-se frustradas, envergonhadas e sem 
controle sobre a sua vida.
Outra característica de indivíduos bulímicos é a impulsividade, que se 
reflete em comportamentos como furto, atividade sexual intensa, uso abusivo 
de drogas e álcool, automutilação ou tentativas de suicídio. Essa impulsividade 
presente na bulimia está ligada à incapacidade de controle das respostas 
impulsivas e do desejo. Alguns estudos demonstraram que pessoas bulímicas 
tendem a vir de famílias desorganizadas ou desestruturadas.
Comportamento típico na bulimia
Ao contrário da anorexia, a identifi cação dos indivíduos bulímicos não é 
visualmente evidente. Muitas pessoas com comportamento bulímico nem 
chegam a ter um diagnóstico; os critérios de diagnóstico especifi cam que a 
pessoa precisa se alimentar compulsivamente e eliminar a comida pelo menos 
duas vezes por semana, durante três meses. Entretanto, as pessoas que sofrem 
de bulimia têm um padrão alimentar secreto, escondendo os seus hábitos 
alimentares anormais. Dessa forma, a maioria dos diagnósticos de bulimia 
se baseia em relatos do próprio paciente; logo, as estimativas de incidência 
provavelmente são mais baixas do que a realidade.
Veja as características de episódios de compulsão alimentar:
  Ingestão de uma quantidade anormal de alimento de uma só vez;
  Sinais de falta de controle de seu próprio comportamento;
  Episódios de compulsão alternados com tentativas de limitar rigidamente 
a ingestão de alimentos;
  Sentimento de culpa ou descumprimento de regras; 
  Ciclos de compulsão alimentar – vômitos, com repetições diárias, se-
manais ou em intervalos mais longos;
  Escolha de um momento específico – a maioria dos episódios de com-
pulsão alimentar ocorre à noite, quando é menos provável que sejam 
interrompidos por outras pessoas, e em geral duram de 30 minutos a 
2 horas; 
  Estresse, tédio, solidão ou depressão como fator desencadeante do 
episódio;
423Magreza, anorexia e bulimia
  Surto que ocorre após um período de dieta rigorosa, podendo estar 
ligado a uma intensa sensação de fome;
  Episódios compulsivos que, uma vez iniciados, são incontroláveis – o 
indivíduo não consegue parar de comer;
  Perda do controle, perda da capacidade de apreciar ou mesmo sentir o 
paladar da comida (é isso que diferencia um simples excesso alimentar 
da compulsão);
  Consumo de alimentos como bolos, biscoitos, sorvetes e outros alimentos 
supérfluos e ricos em carboidratos, durante os episódios bulímicos, 
porque podem ser vomitados com relativa facilidade e conforto;
  Ingestão de 3.000 kcal ou mais em um único episódio de compulsão 
alimentar;
É importante ressaltar que pessoas que sofrem de bulimia nervosa não 
se orgulham de seu comportamento. Depois de um episódio de compulsão 
alimentar, geralmente se sentem culpadas e deprimidas. Com o tempo, passam 
a ter baixa autoestima, sentem-se desesperadas e ficam presas em um círculo 
vicioso de obsessão.
Métodos compensatórios após a compulsão
Após os eventos de compulsão alimentar, surgem a exacerbação do sentimento 
de culpa e o medo de engordar. Então se iniciam os métodos compensatórios: 
a pessoa provoca o vômito ou usa outros meios de eliminação, na esperança de 
não ganhar peso. Entretanto, mesmo com os vômitos, de 33 a 75% das calorias 
ingeridas ainda são absorvidas, causando um ganho de peso inevitável. Com o 
uso de laxantes ou enemas, cerca de 90% das calorias são absorvidas, porque 
eles atuam no intestino grosso – e a maior parte dos nutrientes é absorvida 
anteriormente.
Outro fator observado nesses indivíduos é a utilização do exercício físico 
como método compensatório. O exercício é considerado excessivo quando 
praticado em condições ou horários inadequados, ou quando a pessoa não 
interrompe a atividade, apesar de ter sofrido lesões ou outras complicações 
médicas.
Inicialmente, os pacientes bulímicos costumam induzir o vômito colocando 
os dedos bem fundo na garganta. Os reflexos fisiológicos desses estímulos 
levam o paciente a criarem marcas e cicatrizes ao redor das juntas dos dedos, 
sendo esse um sinal característico da doença. Com a evolução do quadro, o 
 Magreza, anorexia e bulimia 424
indivíduo bulímico pode desenvolver a capacidade de vomitar apenas con-
traindo os músculos abdominais.
Problemas de saúde decorrentes da bulimia nervosa
Os vômitos autoinduzidos são um método fi sicamente destrutivo de eliminar 
os alimentos ingeridos. De fato, a maioria dos problemas de saúde associados 
à bulimia nervosa é decorrente dos vômitos:
  A exposição repetida dos dentes ao conteúdo ácido do vômito causa 
desmineralização, tornando-os doloridos e sensíveis a alimentos quentes, 
frios e ácidos. Às vezes, o dentista é o primeiro a perceber os sinais 
de bulimia nervosa. 
  O potássio sanguíneo pode cair significativamente, com a repetição dos 
vômitos ou com o uso de certos diuréticos. A queda do potássio pode 
causar distúrbios do ritmo cardíaco e até morte súbita.
  As glândulas salivares podem ficar inchadas, por conta de infecções e 
irritação pelos vômitos persistentes.
  Em alguns casos, surgem úlceras no estômago, sangramento e rupturas 
no esôfago.
  O uso frequente de laxantes pode causar constipação. 
  Em geral, a bulimia nervosa é um transtorno potencialmente incapa-
citante, que pode levar à morte, em geral por suicídio, queda do nível 
de potássio no sangue ou infecção grave.
Tratamento nutricional da bulimia nervosa
O tratamento da bulimia nervosa – assim como o da anorexia nervosa – requer 
uma equipe multidisciplinar experiente. Bulímicos têm menor probabilidade 
do que anoréxicos de iniciar o tratamento em estado de desnutrição; entre-
tanto, se a pessoa bulímica apresentar uma perda de peso signifi cativa, esta 
deve ser tratada antes dos problemas psicológicos. Em caso de uso excessivo 
de laxantes, vômitos repetidos, uso de drogas e depressão, especialmente se 
houver sinais evidentes de danos físicos, pode ser necessária a hospitalização.O aconselhamento nutricional tem dois objetivos principais: corrigir falsas 
concepções sobre a alimentação e restabelecer hábitos alimentares regulares. 
A meta primária do tratamento é desenvolver um padrão alimentar normal. 
Para que essa meta seja alcançada, alguns especialistas incentivam o paciente 
a elaborar cardápios e manter um diário da sua alimentação. Nele devem ser 
425Magreza, anorexia e bulimia
registrados a ingestão de alimentos, os momentos em que sentiram fome, 
fatores ambientais que precipitaram os episódios de compulsão alimentar, bem 
como os pensamentos e sentimentos que acompanham os ciclos de compulsão 
alimentar–vômitos. O diário não só representa um meio de monitorar com 
exatidão a ingestão de alimentos, mas também ajuda a identificar situações 
que, aparentemente, desencadeiam os episódios de compulsão alimentar.
Com a efetividade dessa meta inicial, os episódios de compulsão tendem 
a diminuir. O ideal é que essas pessoas não adotem regras dietéticas radicais 
quanto à escolha de alimentos saudáveis, pois essa é apenas outra faceta das 
atitudes obsessivas típicas da bulimia. Em vez disso, incentiva-se uma ati-
tude madura quanto à nutrição, ou seja, consumir regularmente quantidades 
moderadas de vários tipos de alimentos, procurando equilibrar os diversos 
grupos alimentares, a fim de vencer o problema.
Além disso, deve-se realizar aconselhamento nutricional, trabalho com 
a imagem corporal, educação nutricional e planejamento alimentar. Dessa 
forma, o profissional auxilia o paciente na realização de refeições estruturadas 
e planejadas, conduzindo mudanças alimentares, de forma a minimizar a 
restrição alimentar autoimposta, reduzindo ou eliminando, assim, os episódios 
de compulsão alimentar e purgação.
Tratamento psicológico
O objetivo primário da psicoterapia é melhorar a autoaceitação do paciente 
e ajudá-lo a se preocupar menos com o seu peso corporal. Além disso, a 
psicoterapia contribui para corrigir os pensamentos do tipo “tudo ou nada”, 
típicos das pessoas bulímicas.
Pessoas que sofrem de bulimia nervosa precisam reconhecer que têm um 
transtorno grave, que pode acarretar severas complicações médicas, caso 
não seja tratado. As recaídas são frequentes, por isso o tratamento acontece 
em longo prazo. Pessoas que sofrem desse transtorno necessitam de ajuda 
profissional, porque podem ficar muito deprimidas e apresentar alto risco 
de suicídio. Cerca de 50% das pessoas que sofrem de bulimia nervosa se 
recuperam totalmente; muitas outras continuam a lutar com o problema, em 
graus variados, pelo resto da vida. A dificuldade de tratamento reforça a 
importância da prevenção.
 Magreza, anorexia e bulimia 426
1. Assinale a alternativa que associa 
o termo consumo, padrão ou 
comportamento alimentar 
com a sua relação correta.
a) Consumo alimentar: representa 
a estrutura da alimentação.
b) Padrão alimentar: representa 
a ingestão de alimentos.
c) Consumo alimentar: representa 
a ingestão de alimentos.
d) Comportamento alimentar: 
representa a estrutura 
da alimentação.
e) Comportamento 
alimentar: representa a 
ingestão de alimentos.
2. Assinale a alternativa que apresenta 
uma característica da anorexia:
a) presença de hiperatividade. 
b) episódios de compulsão 
alimentar. 
c) negação psicológica do apetite. 
d) consumo de alimentos 
hipercalóricos.
e) satisfação com a 
imagem corporal.
3. Qual o principal risco que envolve 
os vômitos na bulimia?
a) Constipação.
b) Alterações na arcada dentária.
c) Queda do nível sanguíneo 
de potássio.
d) Dores abdominais.
e) Depressão.
4. A anorexia é um transtorno 
mais frequente em:
a) idosos.
b) crianças.
c) homens.
d) mulheres de meia idade.
e) adolescentes do sexo feminino.
5. O profissional de saúde que 
costuma estar envolvido na 
identificação da bulimia é o: 
a) fisioterapeuta.
b) educador físico.
c) dentista.
d) fonoaudiólogo.
e) assistente social.
Neste link (FRANCISCO, 2017), você encontra uma pesquisa que discute sobre a bulimia 
e o desenvolvimento de depressão. Disponível em: 
https://goo.gl/HuKTfy
427Magreza, anorexia e bulimia
https://goo.gl/HuKTfy
AINETT, W. S. O.; COSTA, V. V. L.; SÁ, N. N. B. Fatores associados à insatisfação com a 
imagem corporal em estudantes de nutrição. Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição 
e Emagrecimento, v. 11, n. 62, 2017. Disponível em: <http://www.rbone.com.br/index.
php/rbone/article/view/487>. Acesso em: 30 jan. 2018.
FRANCISCO, R. M. H. Bulimia nervosa e depressão. 2017. Dissertação (Mestrado)–Fa-
culdade de Medicina, Universidade do Porto, Porto, 2017. Disponível em: <https://
repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/105012/2/197821.pdf>. Acesso em: 30 
jan. 2018.
SANTOS, F. O papel da família sobre a anorexia nervosa: breve discussão teórica. 
Clínica e Cultura, v. 5, n. 2, p. 11-20, 2016. Disponível em: <https://seer.ufs.br/index.
php/clinicaecultura/article/view/5559/5989>. Acesso em: 30 jan. 2018.
Leituras recomendadas
CORDÁS, T. A.; KACHANI, A. T. Nutrição em psiquiatria. Porto Alegre: Artmed, 2010.
NUNES, M. A. et al. Transtornos alimentares e obesidade. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.
WARDLAW, G. M.; SMITH, A. M. Nutrição contemporânea. 8. ed. Porto Alegre: AMGH, 
2013.
 Magreza, anorexia e bulimia 428
http://www.rbone.com.br/index.
http://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/105012/2/197821.pdf
https://seer.ufs.br/index.
Para ver as respostas de todos os exercícios deste 
livro, acesse o link abaixo ou utilize o código QR 
ao lado.
https://goo.gl/NtS4rt
Gabaritos
429Gabaritos
https://goo.gl/NtS4rt
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da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
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