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Regulamentação da profissão médica - Com o Brasil regulamenta o exercício da medicina? Introdução: Livre exercício profissional - Todo cidadão é livre para exercer a profissão que desejar, desde ele atenda as qualificações profissionais que são exigidas pela lei. - Em algumas profissões existem requisitos que precisam ser atendidos para que o cidadão exerça tal profissão Ex: pra ser dentista o cidadão tem que concluir a graduação em odontologia e depois registrar seu diploma perante o conselho regional de odontologia do estado que desejo atuar. - Por trás do exercício da medicina existe uma relevância e interesse publico muito grade. Quando falamos em medicina falamos em saúde publica e manutenção da vida, por isso quem vai exercer essa profissão precisa estar atento ao que a lei determina para que se possa atuar e exercer sua futura profissão de médico Exercício legal da medicina - Lei 12.842/2013 - Para exercer a medicina o sujeito necessita de: Habilitação profissional: diz respeito a conclusão do curso de barcharelado em medicina. É adquirida pelo ensino médico em instituições devidamente autorizadas ou reconhecidas pelo MEC. Habilitação legal: Posse de um título idôneo (diploma) e pelo registro desse título nas repartições competentes (CRM). Tenho que registrar meu titulo na repartição competente, o conselho regional de medicina do estado no qual o medico deseja atuar. - Os médicos formados por instituições estrangeiras, a princípio, não podem exercer a profissão médica no Brasil. Antes de se registrarem no CRM ele vai precisar validar o seu título perante o MEC no exame “revalida”. O profissional precisa passar por essa prova elaborada pelo ministério da educação e ter seu currículo analisado por uma instituição de ensino brasileira, e então assim ele consegue o reconhecimento do seu diploma e depois disso pode registrar o titulo no conselho regional de medicina do local onde ele deseja atuar Polemica: o programa “mais médicos” foi polêmico pois naquela ocasião os médicos estrangeiros tiveram uma autorização temporária para exercer a medicina no brasil mas ele não é praticado mais, foi uma exceção. Conselho de medicina - Temos 1 conselho Federal de Medicina e 27 Conselhos Regionais de Medina 27 pois cada estado mais o distrito federal tem o seu conselho regional de medicina - Existe uma hierarquia em que, acima dos 27 conselhos de cada estado temos o conselho federal de medicina, que vai ser o órgão máximo na estrutura de organização e fiscalização profissional médica. - Com que finalidade os conselhos de medicina são criados? são órgãos dotados de personalidade jurídica de direito público e atuam mediante uma delegação do Poder Público, tendo como finalidade principal, disciplinar, fiscalizar e julgar a postura ética da atividade profissional médica em todo o território nacional Órgãos dotados de personalidade jurídica de direito publico: Nosso ordenamento trabalha com a ideia de pessoa física e pessoa jurídica. Pessoa física: somos nós cidadão comuns, temos um registro com cadastro de pessoa física chamado CPF. Pessoa jurídica: se eu medico quero montar uma empresa com um colega de profissão após me formar, estarei criando uma pessoa jurídica, a empresa é uma pessoa jurídica de direito privado, um ente particular pois ela vai atender um interesse pessoal meu. OBS: quando falamos que o conselho federal e regional de medicina é uma pessoa jurídica de direito publico, queremos dizer que a principio eles são organizados como se fossem uma empresa, porem eles não tem finalidade privada ou particular, eles exercem uma função de caráter publico e relevância social, diferente de quem vai criar uma empresa, por isso estabelece essa personalidade de caráter de direito publico para os conselhos regionais e federal de medicina. 02/09/202 Isabela Machado Atuam diante de uma delegação do poder publico: O Governo federal que autoriza o funcionamento e manutenção desses conselhos. Delegar significa permitir, autorizar. É como se a atribuição da fiscalização profissional da medicina a principio coubesse ao governo federal, mas ele reconhece que ele sozinho não consegue fazer. Então ele autoriza que os conselhos regionais e o conselho federal de medicina promovam essa fiscalização. É como se ele passasse essa atribuição a eles. Tendo como finalidade fiscalizar, disciplinar e julgar a postura ética da atividade profissional medica em todo território nacional: Quando o governo federal cria os conselhos profissionais, sendo neste caso o conselho federal e os conselhos regionais de medicina , as vezes esse assunto gera polemica na classe profissional pois muitas pessoas dizem que o conselho não serve pra nada, apenas pra se pagar anuidade todo ano e isso infelizmente é verdade em alguns conselhos de determinadas profissões, alguns possuem uma atuação muito fraca. Porem, a ideia e intenção do legislador quando os cria é permitir eles consigam criar e ditar as regras básicas para o exercício profissional da medicina e das outras profissões no território nacional, dizendo como exercer, trazendo situações de como aquela profissão vai poder ser exercida, trazendo limites, direitos e prerrogativas para o profissional. O conselho não quer apenas punir o profissional quando ele cometer algo errado, ele também vai estabelecer seus direitos enquanto profissional, ele que vai reconhecer sua autonomia profissional e determinar o respeito a ela e garantir o exercício ético da sua atividade profissional em todo o território nacional. - Quando o conselho regional promove uma punição ao medico que comete a infração ética ele esta querendo trazer moralidade ao exercício da profissão, chamado de “caráter pedagógico da profissão”, em que se o profissional agiu errado precisa pagar pelo seu erro. A noção que se tem é que a falha do medico pode prejudicar a imagem e dignidade de toda uma classe profissional, e é pensando na manutenção dessa classe que se precisa punir o medico, ate mesmo para que outros colegas de profissão saibam que aquele ato é errado e pode ser punido. Então essa atitude fiscalizatória e julgadora do exercício profissional é importante pra manter uma organização com regras, já que saúde é um direito fundamental de todo brasileiro. - Importante lembrar também que apesar dos conselhos de medicina serem autorizados a funcionar pelo governo federal, eles tem total autonomia administrativa e financeira. A organização, a estrutura e o funcionamento dos conselhos regionais são regulados pelo conselho federal, não podendo haver ali nenhum tipo de vinculo ou intervenção do poder publico de qualquer esfera, federal, estadual ou municipal. O poder publico não pode intervir ou participar na estrutura de um conselho profissional, deve-se garantir que esse conselho não tenha nenhuma conotação politica, ele não pode se aliar a nenhuma figura politica, ele precisa estar restrito apenas a questão profissional, ao interesse da classe médica no caso do conselho de medicina. Ex: os conselhos regionais ou federal de medicina não podem apoiar nenhum candidato, Ex: se o conselho regional estiver precisando de novos funcionários ele não pode pedir ao governo do estado para transferir funcionários para o conselho Ex: os conselhos não podem utilizar uma verba transferida pelo governo estadual Isso tudo é pra garantir a existência de um conselho autônomo e independente pois para que ele consiga exercer as suas funções com liberdade ele não pode ter nenhum tipo de vinculação com qualquer órgão publico Ex: a OAB é constantemente atacada por alguns presidentes da republica e isso é um uma intervenção indevida, um desrespeito a autonomia profissional do conselho. Não só a OAB assim como todo conselho profissional tem muito oque melhorar, porem é “ ruim com ele, pior sem ele” pois se os profissionais não tivesse nenhuma estrutura como o conselho profissional, eles nãoteriam condições pra exercer sua profissão. O conselho trás garantias para os profissionais de sua classe. É necessário sim melhorar a estrutura dos conselhos mas não acabar com eles pois isso gera vulnerabilidade para os profissionais. - As atribuições dos conselhos regionais e do conselho federal de medicina são estabelecidas por uma lei bem antiga 9.649 no ano de 98, dentre elas a que mais nos interessa é a: atribuição para condução do processo ético profissional (PEP) - Polemica envolvendo o CRM: exame de qualificação para o medico recém formado. Alguns conselhos regionais de medicina a um tempo atrás defendiam que após a conclusão do curso de graduação de medicina, o medico recém formado deveria passar por um exame de qualificação: uma prova, e so depois disso ele deveria se inscrever no conselho. Esse tema é extremamente polemico e hoje o entendimento majoritário que prevalece em âmbito de conselho federal de medicina é que o exame NÃO pode ser exigido. Uma mudança só vai acontecer se tiver uma lei de âmbito federal. Isabela Machado Processo ético profissional (PEP) - Quando um medico comete uma infração ética, esse desvio pode sujeita-lo o a 3 esferas punitivas Civil: quantia indenizatória Penal: em âmbito criminal pode configurar algum tipo de crime, respondendo a um processo penal e podendo ser preso Administrativa: aparecem os conselhos regionais de medicina. Esses conselho vão exercer sua atribuição administrativa através do processo ético profissional. - Temos que lembrar que essas 3 esferas são autônomas entre si e elas podem ser somadas, ou seja, pelo mesmo fato o sujeito pode responder na esfera civil, penal e adm. - Esse processo ético profissional é o meio de apuração das faltas ou desvios de conduta ética praticados por profissionais ligados a um determinado concelho. - Quando um profissional ligado a um conselho regional de medicina de minas gerais pratica um desvio de conduta, esse desvio vai ser denunciado ao CRM, sendo que qualquer pessoa pode fazer essa denuncia, um familiar de um paciente, um paciente, um colega de trabalho. A partir dai existem varias etapas: Primeira etapa: Denuncia. Essa denuncia é encaminhada ao CRM do local onde ocorreu o fato a ser punido, mesmo que o medico tenha inscrição no CRM de outro estado também. Quando ele pratica um desvio medico o CRM que vai buscar punição é o do local onde aconteceu o fato a ser punido. Segunda etapa: sindicância brevia. É uma investigação que vai acontecer antes do início do processo propriamente dito. O CRM vai antes de mais nada ouvir o medico envolvido, os pacientes que foram prejudicados pela conduta do medico, pode também ouvir o diretor clínico do hospital, a equipe de enfermagem que estava presenta no dia do fato etc. Após ouvir, ele vai verificar se realmente existem indícios da falha ética pra iniciar o processo ou se o caso já pode ser arquivado definitivamente, ou seja, o CRM vai verificar indícios, resquícios, vestígios de uma possível falha ética. Se identificada a fala ética, passa pra próxima fase Terceira fase: instauração do processo. Nessa fase temos a abertura do inicio do processo PEP propriamente dito. Nesse momento o medico é comunicado a se defender com um prazo de 15 dias. Ele pode se defender sozinho por escrito ou contratar um advogado, sendo o recomendado. Quarta fase: produção de provas. O medico pode pedir para ouvir testemunhas na sua defesa, pode pedir para que seja feita uma perícia por outra pessoa que enquanto perito dizer se a conduta foi correta ou não, e além da prova documental como por exemplo o prontuário do paciente. Quinta fase: reunião dos conselheiros. Os conselheiros (médicos fazem parte) do CRM do determinado estado vão se reunir e iniciar a analise do caso através de relatórios. Após o relatório e analise eles irão votar, e essa votação vai gerar a decisão do CRM, a decisão da maioria irá prevalecer. Essa decisão pode ser pela “inocência” do medico (ausência de falha medica) ou podem aplicar ao medico uma penalidade, podendo ser ela uma multa, uma advertência, uma suspenção temporária do exercício da medicina ou ainda em casos graves a cassação do registro do medico que é permanente, o medico nunca mais vai voltar a exercer a medicina em qualquer estado. Essa penalidade vai variar de acordo com a gravidade da conduta. - E se o medico não concorda com a decisão dada pelo CRM? É cabível um recurso. Ex: CRM de minas aplicou a penalidade mais grave: de cassação, e o medico não concorda com a decisão. Ele deve fazer um recurso para o conselho federal de medicina que é a instância máxima para julgar esses processos, e ele vai decidir se mantem ou se altera a decisão do conselho regional. Ex: se o conselho federal mantem a decisão do CRM e ainda assim o medico não concorda. Ele pode buscar o conselho judiciário, mas é muito raro ver um juiz alterar a decisão do conselho federal Inscrição do medico deficiente - Quando o acadêmico de medicina tem uma deficiência motora que o prejudica a movimentar suas mãos ele não será impedido de estudar e futuramente exercer a medicina. Porem, o MEC pode registrar o diploma dele com algumas restrições. Por exemplo: Talvez pela deficiência ele não vai poder exercer uma determinada especialidade cirúrgica. Se o MEC registrar o diploma desse medico com restrição decorrente da deficiência, essa restrição também irá constar no registro medico junto ao CRM. Isabela Machado - A faculdade informa ao MEC que o aluno tem a deficiência motora, então o MEC vai constar a restrição no diploma. Se essa restrição estiver no diploma ela também vai estar no registro dele junto ao CRM. É importante dizer isso pois quem tem a competência pra fazer a observação dessa deficiência é o MEC e não o CRM Suspensão do registro do medico por doença incapacitante - Depois que o medico já foi registrado Ex: um medico cirurgião geral um certo dia sofre um acidente de transito. Em virtude do acidente ele fratura o braço. Enquanto o médio estiver acometido pela enfermidade, ele não vai poder exercer atividades cirúrgicas. Quando isso acontece, o medico precisa passar por uma pericia e se a incapacidade for contatada, ela irá constar no registro dele e ele ficará suspenso enquanto ela durar. Ex: mesmo com o braço imobilizado o cirurgião insiste em trabalhar e alguém o denuncia. O CRM vai convocar o medico para uma pericia que vai verificar se ele esta capacitado ou não e vai dizer quanto tempo a incapacidade vai durar, e durante esse tempo o registro dele fica suspenso e ele não vai poder exercer a atividade cirúrgica durante o período. Mas ele pode exercer a clinica medica. Ex: determinados colegas de trabalho do medico começam a observar que ele esta passando por uma depressão que esta prejudicando o exercício das funções médicas. Após uma denuncia, o CRM vai convocar esse medico pra passar por uma pericia realizada por uma junta medica composta por 3 psiquiatras que irão analisar e verificar seu estado de saúde mental. Eles vão ouvir o medico, pedir a realização de exames, histórico do medico etc. Em seguida essa pericia elabora um laudo e encaminha aos conselheiros do CRM que vão votar e de acordo com a maioria de votos eles podem suspender temporariamente o exercício da atividade medica, sendo que ela vai durar enquanto perdurar a enfermidade, não tem um prazo estabelecido Para que a suspensão termine, o medico deve passar por uma nova avaliação que irá contatar se ele já possui condições para voltar a exercer suas atividades. Se por exemplo após um ano que o medico esta fazendo tratamento pra depressão ele apresentar melhora, ele pode pedir ao CRM pra ser avaliado novamente. Se a pericia confirmar que ele pode voltar a trabalhar ele volta então a exercer suas atribuições. - A suspensão pode ser total ou parcial durante aquele período - Ao final do período de suspensão o medico é avaliadonovamente pela pericia e então pode retomar as suas atividades. Exercício ilegal da medicina - Crime - Art 282 do código penal trás um conjunto de crimes que podem ser punidos: Esse crime pode ser cometido por sujeitos que não possuem habilitação profissional e legal para o exercício da profissão medica e mesmo assim se passam por médicos. Ex: sujeito não termina a graduação de medicina e frauda um diploma e se passa por medico Exceder os limites da profissão medica. Quando o sujeito que embora seja medico, não tem a devida especialização exigida para a pratica do ato. Ex: paciente precisa passar por uma cirurgia no olho mas ela só pode ser realizada por um oftalmologista. Se um medico clinico resolve assumir a condução desse procedimento, ele ta exercendo a medicina ilegalmente - O crime de exercício ilegal da medicina estará caracterizado mesmo que nenhum paciente tenha sofrido efetivamente algum dano a saúde. Ou seja, esse crime é chamado de crime de “perigo abstrato”: ele se caracteriza mesmo que nenhum paciente tenha sido lesionado ou sofrido algum dano pela ação do sujeito que se passou por medico Ex: sujeito se passa por medico na ubs de um bairro durante uma semana ou mais e ate que a fraude fosse descoberta ele atendeu muitos pacientes mas por sorte nenhum deles teve algum tipo de dano. Mesmo assim o ato estará caracterizado como crime, o crime se caracteriza quando o medico coloca as vitimas com existência de risco, mesmo que não tenham sido lesionadas. - Exceção do exercício ilegal da medicina: quando o ato medico é realizado por alguém que não tem a devida especialização, mas se encontrava em uma situação considerada inadiável e imprescindível. Nesse caso então podemos registrar que não estará configurado o crime. 09/09/2021 Isabela Machado Ex: estou de plantão em um determinado hospital e não tem obstetra na equipe de plantão e aparece uma gestante em trabalho de parto. A gestante esta em uma situação de risco em que pode perder o neném ou pode ter complicações se o parto não for feito naquele momento. Se no momento só tiver eu, medico clinico geral, eu posso/devo fazer o parto, não vou estar exercendo a medicina ilegalmente pois naquela situação não havia condições de que o outro profissional chegasse a tempo e realizasse o procedimento. Ex: acidente em estrada. você medico presencia um acidente e sabe que a vitima esta em risco. Até a chegada do samu você pode praticar uma conduta, é uma situação de urgência e emergência para se preservar a vida. Ex: uma pessoa que não é da área medica, passa pelo acidente e não presta socorro. É configurado como crime de omissão de socorro. A pessoa deve prestar socorro, a não ser que a prestação do socorro coloque em risco a vida do sujeito que passa pelo local. “Charlatanismo” - Quer dizer que a pessoa é mentirosa, ele anuncia o produto e promete eficácia. - Esse crime ta previsto no artigo 283 do código penal. Ex: sujeito coloca nas redes sociais um anuncio de um produto que faz uma cura milagrosa de uma determinada doença, só que o produto que esta sendo vendido não tem comprovação cientifica e mesmo assim o sujeito faz toda uma encenação como se o produto fosse algo infalível, um meio de cura com uma formula secreta que cura por exemplo o HIV. O sujeito esta cometendo um crime de charlatanismo anunciando algo falso. Polemica: muita gente fala que o presidente Jair cometeu esse crime quando ele defendia excessivamente o uso da cloroquina pra combater a covid 19. “Curandeirismo” - Esta no artigo 284 do código penal. - O curandeiro é o sujeito que promove a tentativa de cura invocando o sobrenatural, usando de fraude e de meios intimidativos ou coreográficos para ministrar substancias que não contem nenhuma eficácia comprovada. - Ele promove tentativas de cura invocando figuras mitigas, normalmente ele envolve o lado religioso da pessoa, ele se apega a crença religiosa dela pra promover a ministração de uma substancia que não contem eficácia comprovada. Ex: pastor promete a venda de um óleo ungido que pode evitar ou proteger a covid. Ex: sujeito promove a cirurgia espiritual, abusando de uma crença. O paciente acredita naquela mensagem que o curandeiro transmite pois ele se apega a divindades, a presença do Deus que aquela pessoa acredita. Então a pessoa acredita que deus enviou o curandeiro pra promover um milagre com alguma substancia pra ele. Charlatanismo e Curandeirismo - Só é crime quando há o uso de material para cunho farmacológico? A diferença entre charlatanismo e curandeirismo esta no uso de algum material de cunho farmacológico. O charlatão só promete e anuncia a cura, Já no curandeiro aplica uma substancia no paciente e acredita que através dela ele vai cura-lo. - Ponto polemico entre os dois esta no aspecto religioso da questão: muitas religiões, principalmente a de matriz africana, tem rituais em que as pessoas acreditam na possibilidade de cura. - Ponto polemico: Todo ser humano tem direito a liberdade religiosa, somos livres pra seguir a ideologia religiosa que queremos, então nada nos impede de acreditarmos em uma coisa que o nosso líder religioso nos passou. Então se eu quiser usar a substancia que ele me indicou, ninguém pode me impedir. Então, quando se vai tentar punir a pessoa que cometeu o charlatanismo e curandeirismo ele vai alegar que os pacientes acreditaram nele por pura liberdade e convicção religiosa deles. - Então a liberdade religiosa pode ser um meio de defesa pra quem comete o charlatanismo e curandeirismo. Ex: em algumas igrejas evangélicas os lideres estavam promovendo a venda em um culto de cura e libertação, que segundo eles um potinho de óleo prevenia da covid-19. Vários fieis daquele segmento religioso começaram a utilizar o suposto óleo milagroso. Isso foi ganhando mídia e os lideres religiosos daquela igreja foram denunciados pelo crime de charlatanismo e curandeirismo pois estavam anunciando e aplicando uma substancia “milagrosa” que no possuía nenhuma comprovação cientifica. Isabela Machado - É necessário que o sujeita que se passa por medico, charlatão ou curandeiro tenham feito isso pelo menos mais de uma vez para que fique configurado os crimes, tem que haver habitualidade na pratica da conduta. Em resumo, quando se fala desses crimes, queremos lembrar que o congresso nacional prevê essas condutas como crime para proteger a saúde publica, coletiva dos cidadãos brasileiros e garantir o bom exercício da medicina dentro dos parâmetros científicos. Ele também quer preservar a garantia de padrões científicos que tenham embasamento cientifico na promoção de saúde publica. A intenção é proteger esse bem maior do cidadão que é o direito a saúde. Limites do ato medico - O ato medico é a utilização de estratégias e recursos para prevenir a doença, recuperar ou manter a saúde do ser humano de acordo com as normas técnicas dos conhecimentos científicos. Conhecimento que o medico adquire ao longo da formação. Então todo recurso e estratégia que o medico utilizar no atendimento de um paciente é um ato medico Ex: prescrever um medicamento, atestar um óbito, aplicar uma anestesia pra cirurgia, realizar um parto. - Certos atos não podem ser praticados pelos demais, somete por profissionais da saúde, precisando ser realizados de forma exclusiva ou pelo menos sob a supervisão do medico. Ex: um paciente internado quase terminando seu tratamento. Só o medico assistente pode dar a alta ao paciente, um enfermeiro não pode fazer isso. O ato medico chamado alta hospitalar é exclusivo do medico Ex: fisioterapeuta não pode colocar aparelhos engessados ou talas em pacientes, só um medico ortopedista ? Ex de polemica: prescrição de medicamentos. Eles só podem ser rescrito pelo medico, os farmacêuticos tem limitações. - Quando se fala em limite do ato medico queremos lembrar por exemplo que quando um enfermeiro da altapra um paciente ele esta agindo ilegalmente, usurpando uma função do medico. Dependendo da gravidade isso pode configurar um crime e além do crime ele vai ser punido pela sua falha ética pelo conselho regional de enfermagem. Interdição cautelar - O CRM por maioria dos votos de seus conselheiros poderá interditar o exercício profissional do medico cuja a ação ou omissão esteja prejudicando seus pacientes ou a população. Essa interdição pode ser aplicada no inicio do processo ético profissional ou durante o seu andamento e perdurar ate que a decisão final seja tomada - Quando se fala em interdição cautelar, o medico que esta sendo investigado no processo ético profissional por esta prejudicando os pacientes ou a população do local onde ele atua. O CRM identifica que aquele medico não pode continuar exercendo aquela atividade pois ela pode trazer risco para a população em geral, então o CRM no início do processo pode interditar cautelarmente o exercício profissional daquele medico ate a decisão final do processo. Suponhamos que os conselheiros concluem que não houve falha ética: ele volta a exercer a profissão, Suponhamos que os conselheiros decidiram aplicar uma multa ou advertência: ele pode voltar a exercer a profissão Suponhamos que os conselheiros decidiram cassar o registro do medico: ele não voltará mais a exercer suas atividades - A interdição cautelar não é regra, ela só a acontece nos casos que o CRM considerar de maior gravidade, não é todo processo ético profissional que vai paralisar o medico. Interdição ética do trabalho medico - O CRM também tem instrumentos e poderes pra valorizar o trabalho da classe médica. Ele pode impedir que o medico exerça suas atividades profissionais em estabelecimentos de saúde que não apresentem as condições mínimas para a prestação da assistência medica, com a necessária segurança que o ato medico requer. Ex: você enquanto medico foi contratado pra trabalhar em um hospital publico do estado do rio de janeiro que é famoso pela precariedade do serviço de saúde. Quando se chega la para trabalhar, você observa que falta tudo que precisa trabalhar, desde luvas de procedimento ate medicação básica pra atender os pacientes no pronto socorro. Você enquanto medico também esta correndo um risco e se vê prejudicado quando trabalha sem as condições mínimas de segurança, se expõe ao risco de por alguma eventualidade um paciente vier a ter uma complicação ou impossibilidade de atendimento pela falta dos recursos basicos no local. Então, pensando em te proteger você profissional pode enunciar aquele estabelecimento para o CRM. Essa interdição dará inicio a um processo de fiscalização e durará enquanto as irregularidades não forem sanadas. Após a denuncia o CRM vai ate o estabelecimento realizar um mapeamento do local, elaborar laudos de fiscalização, registrar a visita com meios de registro e se ele ver que o trabalho medico não tem como ser exercido ali ele vai interditar o estabelecimento e o medico só vai poder voltar a trabalhar ali quando todas as irregularidades apontadas por ele forem sanadas. - O CRM só pode atuar em relação aos profissionais de sua classe. - Ele vai agir em relação aos médicos, ele não vai poder atuar, o fechamento do estabelecimento vai depender da vigilância sanitária. Por isso é importante que o CRM atue em conjunto com outros órgãos quando for exercer este tipo de fiscalização. Ex: o delegado do CRM vai visitar o estabelecimento junto com a equipe, pelos menos 3 conselheiros devem ir no local. Eles podem chamar a vigilância sanitária pra ir junto e dependendo da gravide a vigilância também pode elaborar um laudo e suspender ou fechar o estabelecimento. Ele pode também convocar a policia dependendo da gravidade, por exemplo caso a unidade não deixe o CRM entrar no local. - Essa interdição ética do trabalho medico pensa na preservação do próprio profissional de medicina. Isabela Machado Processo ético profissional (PEP) “Charlatanismo” “Curandeirismo” Charlatanismo e Curandeirismo
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