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A patologia de pigmentação é o acúmulo de pigmentos nos tecidos, gerando reações inflamatórias. A pigmentação endógena p rovem de subs tânc i a s sintetizadas pelo próprio organismo, o qual indica que o organismo está sofrendo alguma agressão (não proveniente da pigmentação, mas alertada por ela). A pigmentação endógena pode ser dividida em 2 grupos: • PIGMENTOS HEMÁTICOS: se originam da hemoglobina • PIGMENTOS MELÂNICOS: originados da melanina _______________________________ PIGMENTOS MELÂNICOS - melanina A melanina é responsável pela coloração de mucosas, da pele, pelos etc. Sua produção é regulada por hormônios, mas caso haja uma disfunção no processo de sua síntese, pode haver aumento ou diminuição general izada de melanina, gerando pigmentos patológicos. O excesso pode levar à formação de máculas, pápulas ou nódulos vermelho- amarronzados, composto por células névicas/ melanócitos. Exemplos: •MELANOSE: manchas (escuras) ou sardas que aparecem devido a exposição inadequada ao sol. É mais comum em pessoas mais velhas, principalmente nas mãos, ombros, colo e rosto. •MELASMA: distúrbios de pigmentação causados por alteração hormonal, pré- disposição genética ou contato com substâncias de risco. Manchas escuras acastanhadas no rosto, braço e costas. • ACANTOSE NIGRICANS: manchas escuras resultantes de hiperceratose (aumento da c am a d a s u p e r f i c i a l d a p e l e ) e hiperpigmentação (lesões acinzentadas engrossadas) e podem estar associadas a doenças como diabetes, obesidade, doença ovariano, distúrbio metabólico, doença tireoidiano, câncer do aparelho digestivo. •MELANODERM IAS SECUNDÁR IAS : consequência de lesão instaladas • Redução hormonal pós gestação gera melanodermia; • Distúrbios endócrinos • Radiações (UV - sol por exemplo) A diminuição da produção de melanina t ambém pode ge r a r q u a d r o s d e pigmentação: 1 Maria Eduarda M. C. Fagundes - PATOLOGIA GERAL Pigmentações endógenas • VITILIGO: causado pela redução da quantidade de melanócitos produtores de pigmentos na epiderme. Apresenta manchas claras na pele, idiopática e adquirida. • Supõe-se que há a presença de auto-anticorpos LT citotóxicos que destroem os melanócitos ou por defeitos intrínsecos nessas células. • ACROMIA CICATRICIAL: quando há uma cicatriz, decorre da exaustão dos melanócitos ou sua destruição. • ACROMOTRIQUIAS: falta de pigmento no cabelo e nos pelos - relacionado ao fator idade e nutricional. • ALBINISMO: despigmentação generalizada congênita, forma recessiva autossômica. Incapacidade dos melanócitos de sintetizar tirosinase e produzir pigmento. _______________________________ PIGMENTOS MELÂNICOS - lipofucsina É u m p i g m e n t o a m a r e l o citoplasmático derivado da oxidação de lipídeos ou l ipoproteínas, geralmente insaturadas. Mais comum em idades mais avançadas ou em casos de deficiência nutricional: - a alimentação deficiente de proteínas leva a uma maior oxidação de lipoproteínas insaturadas = produção de lipofucsina - Com o avançar da idade a lipofucsina deposita- se especialmente nas células - ATROFIA PARDA: na caquexia há perda de proteínas - miocardiócitos contêm lipofucsina = cor parda e atrofia (redução de miofibrilas e da massa proteica). _______________________________ PIGMENTOS HEMOGLÍNEOS - ferruginosos • HEMOSSIDEROSE: distúrbio decorrente de uma hemorragia, havendo depósito de hemossiderina. 2 • Hemossiderina é uma espécie de armazenagem de íons de ferro cristalizado que se acumula nas células, principalmente no retículo endotelial. É originado da lise das hemácias e representa uma das duas principais formas de armazenamento intracelular de ferro, e a outra é a ferritina. A deposição excessiva de hemossiderina no tecido pode ser localizada ou sistêmica. • A hemossiderina é formada após a degeneração da hemácia - tem cor amarelada. • Pode s e r l o c a l ( a c umu l o d e hemossiderina no local da lesão) ou difusa ( deposição excessiva de hemossiderina nas células de órgãos que realizam hemocaterese - baco, ficado, medula óssea) • HEMOCROMATOSE : aumento da absorção intestinal de ferro, gerando lesão tecidual (baço, pâncreas, fígado) devido a produção de radicais livres que geram produtos tóxicos que provocam morte celular. . Ganho > perda. • Primária: autossômica - mutação do gene HFE que regula a absorção de ferro. Logo, não conseguem regular níveis de ferro no sangue, havendo um aumento pois a ferroportina não será inibida. • Secundária: adquirida pela ingestão ou absorção de ferro em excesso, mas principalmente em anemia hemolítica e após transfusões repetidas de sangue (maior oferta de hemoglobina = maior degradação = mais ferro) • Repercussões: cirrose, diabetes, má absorção, pigmentação bronzeada na p e l e , n e c r o s e e m o r t e d e cardiomiócitos, atrofia testicular, amenorreia, degeneração e doenças articulares, insuficiência hepática, hipotireoidismo. • Sintomas: artrite, fadiga, dor abdominal, perda de peso e libido. • Sina is c l ín icos : esp lenomega l i a , hepatomegalia, artropatia. • HEMATINOSES: decorrente da quebra anormal de hemoglobina, como em pH desregulado, sob ação de parasitos. • Hematina acida formolínica: tecidos hemorrágicos, grânulos bronzeados- esverdeados. NÃO PATOLÓGICO. • Hematina ácida hidroclorídrica: acho do acido clorídrico sobre a Hb (pH muito acido -> ulcera) • Hematina esquitossomótica: digestão enzimática da Hb pelo parasito. 3 • Hematina malárica: homozoina - digestao enzimatica pelo Plasmodium spp. _______________________________ P IGMENTOS HEMOGLÍNEOS - não ferruginosos • PORFIRIAS: patologia resultante de alterações enzimáticas que participam da síntese do grupo heme. Há defeito na produção de enzimas da hemoglobina, causando o aumento da porfirina, uma substância da hemácia, sendo tóxico para o co rpo e l e v ando a s i n t omas principalmente no sistema nervoso e na pele. • .Doença autossômica dominante. • Hiperporfirinemia - aumento de porfiria no sangue • Hiperporfirinúria - urina vermelha escura a luz • Acumulo de porfiria na pele -> por ser fotossensível gera dermatite; • Rim com coloração parda escura pela deposição de porfiria; • Deposição de porfiria nos ossos (coloração achocolatada) e dentes (coloração rósea). _______________________________ PIGMENTOS BILEARES A bilirrubina provém da quebra da hemoglobina livre resultante de destruição das hemácias velhas. Com isso, a fração heme é separada da fração proteica (globina). Assim, com o grupo heme, sintetiza-se biliverdina que é reduzida em bilirrubina. Ela sai da bile como bilirrubina naão conjugada, transportada pela albumina, e, no fígado, é conjugada com acido glicurônico. Se a bilirrubina não conjugada não for conjugada e houver um aumento na sua quantidade, provocará um sinal clínico chamado de icterícia ocasionado pela deposição desta na pele, nas mucosas e nos diversos tecidos e órgãos, nos quais vão produzir diversas colorações que vai do amarelo ao negro, passando por várias tonalidades de verdes. • ICTERÍCIA: coloração amarelo-esverdeado mos tecidos devido ao aumento dos níveis séricos de bilirrubina não conjugada. • Fisiopatologia: produção excessiva de bilirrubina, captação hepática reduzida, conjugação hepática comprometida, excreção hepatocelular reduzida, fluxo biliar comprometido. • A nível macro apresenta coloração amarelo-esverdeada em tecido pálidos e a nível micro a Bb precipita e pigmenta no citoplasma das células. 4 5
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