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Geociências Capítulo 2 Tempo geológico
QUESTÕES PARA DISCUSSÃO
1. Quais são os princípios que a escala geológica segue com relação ao registro nas rochas e à sequencia dos eventos no tempo? Explicar.
Há muito tempo a sistematização da geologia montou uma escala geológica utilizável
mundialmente, baseada no registro das rochas, seus minerais constituintes, suas estruturas (estratificações, dobramentos, falhas), seus fósseis, etc. A escala apresenta formas de raciocínio que dão sentido ao registro nas rochas e à sequência dos eventos no tempo, baseadas em dois princípios:
· O princípio do Atualismo (uniformidade dos processos geológicos), proposto por James Hutton, baseado na ideia de que o presente é a chave do passado. Estudando-se os processos atuais do planeta e os efeitos que deixam nas rochas, podemos decifrar os registros antigos, associando-lhes processos equivalentes.
· O princípio da Superposição, continuidade lateral e horizontalidade original das camadas de rochas, proposto por Nicolaus Steno, baseado na ideia de que as rochas se superpõem segundo suas idades. Em um pacote de rochas estratificadas, as mais antigas encontram-se na base e as mais novas no topo.
 (
Professor
 
Érico
 
Francisco
 
Innocente
)
Apesar de válidas, as divisões atribuídas aos intervalos do tempo permitem desvendar apenas a idade relativa das rochas e dos eventos a elas associados.
2. O que é escala de tempo geológico?
A escala de tempo geológico é uma medida dos intervalos de tempo que separam um determinado evento de outro e permite situá-los cronologicamente ao longo da história do planeta. De acordo com ela, o tempo pode ser dividido em quatro grandes unidades, que reúnem eventos geológicos em ordem decrescente de abrangência: Éon, Era, Período e Época.
3. Explicar Idade relativa.
A idade relativa das rochas pode ser obtida observando-se as marcas dos eventos nelas registrados, a ordem natural de superposição das camadas sedimentares e os fósseis que elas contêm.
4. Explicar Idade absoluta.
A idade absoluta das rochas, ou dos eventos nelas impressos, pode ser obtida por datação absoluta que é feita medindo-se a taxa de desintegração de um isótopo radioativo, como, por exemplo, o U238 que se desintegra até Pb206, a uma razão de desintegração constante. O método permite determinar a idade da rocha ou das transformações que ela sofreu em Ma (milhão de anos). Para períodos mais recentes usa-se o método do C14.
5. Explicar escala radiométrica do tempo.
Nela, os intervalos de tempo são medidos a partir do registro das transformações que ocorrem em elementos químicos especiais, conhecidos como isótopos e que apresentam propriedades radioativas. Isótopo é um elemento químico instável, cujo núcleo atômico se desintegra lentamente, emitindo energia radioativa e, gradualmente, transforma-se em outro elemento químico mais estável. A liberação lenta da energia radioativa (Raios Alfa, Beta e Gama) vão aos poucos se transformando em outros elementos. Entre os mais importantes, citamos:
· Urânio (237U) que se transforma em Chumbo (237Pb);
· Potássio (40K) que se transforma em Argônio (40Ar);
· Rubídio (87Rb) que gera o Estrôncio (87Sr);
· Carbono (14C) que se transforma em Nitrogênio (14N).
Os elementos radioativos (elementos-pai) transformam-se em elementos radiogênicos (elementos-filho). Segundo o princípio da radioatividade, os elementos-pai transformam-se em elementos-filho em velocidade constante, mesmo que se alterem as condições ambientais onde ambos estão colocados.
Seguindo o princípio da radioatividade foi possível estabelecer uma espécie de relógio para medir o tempo de transformações das rochas da crosta, calculando a quantidade relativa de elementos-pai e elementos-filho que as rochas contém.
6. Explicar escala paleontológica.
O tempo geológico é muito longo se o comparamos com o curto intervalo de tempo que trata da existência do Homem. É possível datar os eventos utilizando o registro geológico da distribuição dos fósseis nas rochas. Fóssil é todo resto ou vestígio de um ser vivo do passado geológico, encontrado preservado nas rochas.
A utilização desta técnica (escala) é denominada escala paléontológica do tempo e inclui grandes intervalos, caracterizados pelo surgimento, predomínio e declínio das espécies vivas ao longo do tempo.
A escala paléontológica tem o tempo é dividido nos seguintes intervalos, contados em sequência decrescente a partir do início do registro da vida na Terra:
•	Idade dos organismos unicelulares
•	Idade dos organismos multicelulares
•	Idade dos metazoários grandes
•	Idade dos primeiros organismos invertebrados
•	Idade dos primeiros organismos vertebrados
•	Idade das primeiras plantas terrestres
•	Idade dos primeiros insetos
•	Idade dos primeiros vertebrados terrestres
•	Idade dos dinossauros
•	Idade dos vegetais com flores
•	Idade dos mamíferos
7. Explicar o termo Antropógeno ou Período Antropogênico.
Termo Antropógeno ou Período Antropogênico foi proposto por Pavlov em 1922. É usado na Rússia, em substituição ao termo Quaternário, para identificar o período geológico mais recente, marcado pela evolução do Homem, desde a família Hominidae até o moderno Homo sapiens (Gerasimov, 1979 apud Oliveira, 1995).
8. Explicar o Termo Quinário ou Tecnógeno.
Termo Quinário ou Tecnógeno foi proposto por Ter-Stepanian em 1988. Substitui a época Holoceno, sendo "período em que a atividade humana passa a ser qualitativamente diferenciada da atividade biológica na modelagem da Biosfera, desencadeando processos (tecnogênicos) cujas intensidades superam em muito os processos naturais". Esse período teria iniciado há 10.000 anos, correspondendo à revolução neolítica, isto é, quando o Homem conquista as primeiras técnicas de produção de alimentos, deixando sua fase de coletor, durante a qual não se destacava do conjunto de atividades biológicas nas suas relações com a natureza (OLIVEIRA, 1995).
9. Explicar o Termo Depósitos Tecnogênicos.
Termo Depósitos Tecnogênicos é usado para representar depósitos formados como resultados da atividade humana (Gerasimov, 1982 apud Oliveira, 1995). Oliveira (1994) coloca que esse conceito abrange depósitos construídos (aterros de diversos tipos) e depósitos induzidos (corpos aluvionares resultantes de processos erosivos, desencadeados pelo uso do solo).
Os depósitos tecnogênicos são exemplos bem marcantes da interferência do Homem nos processos naturais, correspondendo a registros do desenvolvimento humano no planeta, principalmente quando são formados depósitos contendo artefatos ou fragmentos que refletem os estágios desse desenvolvimento.
Referências
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(Eds.). Geologia de Engenharia. São Paulo: Associação Brasileira de Geologia de Engenharia (ABGE), 1998. cap. 1, p.7-13.
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OLIVEIRA, A. M. dos S. et al Geologia de Engenharia. São Paulo: ABGE, 2002.
OLIVEIRA, A.M.S. Depósitos tecnogênicos e assoreamento de reservatórios: exemplo do reservatório de Capivara, Rio Paranapanema, SP/PR. São Paulo, 1994, 221p, vol.01. Tese (Doutorado em Geografia Física) - Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo.
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WICANDER, R; MONROE, J. S. Fundamentos da Geologia. São Paulo: Cengage Learning, 2009.
Professor Érico Francisco Innocente.

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