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EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: PARA QUÊ E PARA QUEM?

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UNIVERSIDADE ANHAGUERA INIDERP EDUCACIONAL
LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
JESSIANE CHAVES SOUZA - 3087848987
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: PARA QUÊ E PARA QUEM?
SÃO SEBASTIÃO - DF
2019
Introdução
 Educação de Jovens e Adultos deu inicio na época da colonização do Brasil, onde se iniciou a preocupação com a educação.
 Segundo (Soares e Galvão, 2004) a educação de adultos existe desde o período colonial e que era junto com a educação e catequese era dada a crianças indígenas, sendo assim realizada com índios adultos, e por parte dos jesuítas que aprendeu a língua desse grupo para catequizá-los e educá-los. A prioridade era dada a crianças, pois, acreditavam que adultos por terem mais experiências de vida já tinham mais vícios e manias que não conseguiriam mudar. (Soares e Galvão, 2004).
 Educação de Jovens e Adultos regulamentada pela lei de Diretrizes e Bases do Ministério da Educação. Esta modalidade conhecida como EJA, atende jovens com mais de 15 anos, adultos e idosos que por algum motivo não conseguiram completar o ensino fundamental ou médio na idade regulamentar.
 A política educacional nacional definiu como meta a promoção da igualdade de oportunidade para o acesso, em uma lógica de aprendizagem ao longo da vida. Para este fim foram criados programas com a finalidade de flexibilizar o acesso de jovens e adultos as escolas.
 A EJA tem uma trajetória histórica de ações descontínuas, marcada por uma diversidade de programas, muitas vezes não caracterizada como escolarização. Com a aprovação da LDB 9394/96 e das Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação de Jovens e Adultos, Parecer nº 11/2000, a EJA é caracterizada como modalidade da educação básica correspondente ao atendimento de jovens e adultos que não frequentaram ou não concluíram a educação básica. 
Quais são os fatores históricos, políticos e sociais que perpassam a Educação de Jovens e Adultos na educação brasileira?
 Na década de 30 com as mudanças políticas e econômicas e a industrialização no Brasil a EJA começa a marcar seu espaço na história da educação brasileira.
As reformas da década de 20 tratam da educação dos adultos ao mesmo tempo em que cuidam da renovação dos sistemas de um modo geral. Somente na reforma de 28 do Distrito Federal ela recebe mais ênfase, renovando-se o ensino dos adultos na primeira metade dos anos 30 (PAIVA, 1973, p. 168).
 
 A primeira escola noturna foi criada em 1854 com o intuito de alfabetizar os trabalhadores, expandiu-se rapidamente. Até 1874 já existiam 117 escolas, sendo que as mesmas possuíam fins específicos, como por exemplo: no Pará para a alfabetização de indígenas e no maranhão para esclarecer colonos de seus direitos e deveres (PAIVA, 1973).
 A educação nos anos de 1887 – 1897 foi considerada como a salvação dos problemas da nação. Houve a expansão da rede escolar, e as “ligas contra o analfabetismo”, surgidas em 1910, que visavam à imediata supressão do analfabetismo, vislumbraram o voto do analfabeto (PAIVA, 1973).
 A história da Educação de Jovens e Adultos - EJA - no Brasil é permeada pela trajetória de ações e programas destinados à Educação Básica e, em particular, aos programas de alfabetização para o combate ao analfabetismo.
 Em 1946 surge a Lei Orgânica do Ensino Primário que previa o ensino supletivo, em 1947 surge um programa que visa atender as pessoas adultas, com a criação do SEA (Serviço de Educação de Adultos).
 Em 1952, foi criada a Campanha Nacional de Educação Rural (CNER), que atendia a população que vivia no meio rural.
 Foi criada em 1958 a Campanha de Erradicação do Analfabetismo (CNEA), tinha como proposta criar projetos com atividades de acordo com a realidade de cada município, mas pouco se diferenciou das outras campanhas.
 Visando especificamente o atendimento do segmento de adolescentes e adultos, ocorreu em 1947 com o lançamento da Primeira Campanha Nacional de Educação de Adolescentes e Adultos (CEAA), iniciativa do Ministério da Educação e Saúde e coordenada por Lourenço Filho.
Essa Campanha percebia a educação como processo destinado a proporcionar a cada indivíduo, segundo suas capacidades, os instrumentos indispensáveis ao domínio da cultura de seu tempo, as técnicas que facilitassem o acesso a essa cultura e com os quais cada homem pudesse desenvolver-se e procurar melhor ajustamento social (BEISEGEL, 1974).
Qual a função social da escola, diante do processo de escolarização da população analfabeta e com baixa escolaridade?
 A Constituição Federal (1988) garante acesso de todos à educação, mas devido a desigualdade social, a exclusão e aos complexos processos de marginalização pelos quais ainda passa grande parte da população, é preciso que haja outra lei, para garantir que, os que foram excluídos dos direitos garantidos pela primeira, sejam atendidos na segunda .
 Sabemos que a EJA passou por muitas dificuldades para se manter e como resultado vemos hoje nossa população jovem e adulta sendo alfabetizadas. A EJA é um projeto extraordinário, pois as pessoas que não tiveram a oportunidade de estudar na época correta podem ser alfabetizadas nesse momento de suas vidas. A escola tem um papel fundamental na socialização desses indivíduos, pois a mesma tem a função de desenvolver as potencialidades físicas, cognitivas e afetivas dos alunos, capacitando-os para torná-los cidadãos participativos na sociedade em que vivem. Cabe a escola formar alunos com senso critico, reflexivo, autônomo e conscientes de seus direitos e deveres tendo compreensão as realidade econômica, social e política do país, sendo aptas a construir uma sociedade mais justa, tolerantes as diferenças culturais.
Quais são os desafios e as possibilidades para a efetivação do direito à educação de Jovens e Adultos?
 Ao se analisar a trajetória da Educação de Jovens e Adultos (EJA), é possível identificar avanços importantes na direção de seu reconhecimento como direito para um conjunto expressivo de sujeitos que, por motivos diversos, não tiveram acesso – ou possibilidade de permanência – a um dos bens públicos mais valorizados em nossa sociedade, a educação.
 É possível identificar avanços importantes ao analisar a trajetória da Educação de Jovens e Adultos na direção de seu reconhecimento como direito para um conjunto expressivo de sujeitos que, por motivos diversos, não tiveram acesso ou possibilidade de permanência a um dos direitos sociais mais valorizados em nossa sociedade, a educação.
 Os aspectos formais e legais conquistados para a educação dos trabalhadores. Os direito e especificidades assegurados pala Constituição Brasileira de 1988, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9.394/1996 que reconhecem o EJA como modalidade da Educação Básica com identidade própria, rompendo com uma concepção de educação supletiva e com a idéia de ensino regular noturno. A inclusão da EJA no programa de financiamento (FUNDEB). A criação do Programa Nacional do Livro Didático da Educação de Jovens e Adultos. Incentivos a novas matriculas na EJA, por meio da Resolução 48/2012 que prevê a transferência dos recursos financeiros para a manutenção de novas turmas de EJA.
 A Educação de Jovens e Adultos nasce em um contexto de reparação de uma garantia fundamental constante no Art. 6º da Constituição Federal – Capitulo dos Direitos Sociais (Brasil, 1988). Por outro lado, é obrigação do Estado assegurar aos seus cidadãos o direito a educação gratuita e de qualidade. Conforme o artigo que prevê a oferta adequada as necessidades e disponibilidades, garantindo aos que forem trabalhadores as condições de acesso e permanecia na escola (Brasil, 1996, Art. 4º).
CONSIDERACÕES FINAIS
 
 Perceber que a educação de jovens e adultos, historicamente, tem um papel secundário no cenário da educação brasileira, impulsiona-nos a compreendê-la, para melhorcontribuir para a reversão desse quadro, assim como dar-lhe visibilidade.
 Embora tenha evoluído muito em termos de legislação, a educação que cria e garantem oportunidades de concluir o Ensino Fundamental e Médio, ingressar no Ensino Superior e simultaneamente a formação escolar ter acesso a uma formação cultural ampla não precisam da EJA. Mas ao contrario, pessoas que desde criança precisaram parar de estudar para trabalhar em período integral com certeza não tem nem a mesma formação nem as oportunidades. Nesta perspectivas percebemos que EJA abarca pessoas que fugiram a ’’regra’’ do que a legislação propõe para a educação. Mais do que fugiram a regra, ficaram a margem do que determinam as leis com relação ao direito para todos.
 Na afirmação inicial de nossa hipótese a educação se propõe a formar para cidadania. Segundo o Dicionário Aurélio Buarque de Holanda Ferreira “cidadania é a qualidade ou estado do cidadão”, entende-se por cidadão “o individuo no gozo dos direitos civis e políticos de um estado, ou no desempenho de seus deveres para com estes”. Se tornarmos por parâmetro esta definição de cidadania, nossos alunos de EJA ainda não a atingiram. Devemos compreender cidadania num sentido amplo. Podemos partir de uma definição teórica, mas precisamos que o conceito seja vivenciado, que as pessoas o entendam de fato e identifiquem-se com tal definição em suas vidas. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BEISEGEL, Celso Rui. Estado e educação popular: um estudo sobre a educação de adultos. São Paulo: Pioneira, 1974.
BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Nº 9394/1996. MEC
BRASIL. Presidência da Republica. Constituição Federal. GPR, 1988.
DI PIERRO, Maria Clara; GRACIANO, Mariângela. A Educação de Jovens e Adultos no Brasil: informe apresentado à oficina regional da UNESCO para America Latina y Caribe. São Paulo: Ação Educativa – Assessoria, pesquisa e informação, 2003. http://www.acaoeducativa.org.br/downloads/relorealc.pdf acessado em 20 de abriu de 2019.
FREIRE, P. Educação e Mudança. 7. Ed. Rio de Janeiro: Paz na Terra, 1983.
FRIGOTTO, G.; M.; CIAVATTA, M. (Org). Teoria e educação no labirinto da capital. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.
PAIVA, V. Educação popular e educação de adultos. São Paulo: Loyola 1973. V. 1. (Temas Brasileiro, 2).
SANTOS, Edicleia Aparecida Alves dos; STREMEL, Margareth Leonardi Kuhn; Oliveira, Rita de Cássia da Silva. A Necessidade de Reinventar a Historia da Educação de Jovens e Adultos no Brasil. Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG, 2004. http://www. Cereja.org.br/arquivoo_upload/edicleia_margareth_rita_necessidades_%20reiventar_eja.pdf artigo em PDF acessado em 20 de abril de 2019.
TORINO, Malena Talayer. Educação e Estrutura de Produção. São Paulo: Autores Associados, 1982.

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