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CURSO 1a EST. INTENDENTE MAGALHÃES, 1032 - 3° ANDAR VILA VALQUEIRE - RJ TEL.:3357-8671 / 7863-2466 Preparatório para Concursos Civis e Militares Ensino a Distância CHQAO Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais LÍNGUA PORTUGUESA Módulo I VILA VALQUEIRE VILA MILITAR Estrada Intendente Magalhães, n° 1032 - 3°andar Estrada São Pedro de Alcântara, n° 187 Rio de Janeiro - RJ Rio de Janeiro - RJ Central de Atendimento (21) 3357-8671 / 7863-2466 / 2457-4282 WWW.PRIMEIRADIRETRIZ.COM.BR RELAÇÃO DE ASSUNTOS L FONETICA E FONOLOGIA Exercícios de Fixação II. ORTOGRAFIA Exercícios de Fixação III. ACENTUAÇÃO Exercícios de Fixação IV. CRASE Exercícios de Fixação CLASSE DE PALA VRAS V. SUBSTANTIVO Exercícios de Fixação VL ARTIGO Exercícios de Fixação VH. ADJETIVO Exercícios de Fixação VIII. NUMERAL Exercícios de Fixação IX. PRONOME Exercícios de Fixação. X. VERBO Exercícios de Fixação XI. ADVÉRBIO Exercícios de Fixação XII. CONJUNÇÃO Exercícios de Fixação Xni. INTERJEIÇÃO RELAÇÃO DE ASSUNTOS XIV. PREPOSIÇÃO Exercícios de Fixação XV. ESTRUTURA DAS PALAVRAS Exercícios de Fixação LÍNGUA PORTUGUESA- CURSO l" DIRETRIZ FONETICA E FONOLOGIA FONOLOGIA (do grego: phoné = som + logia = estudo) é a parte da Gramática que estuda o fonema FONEMA é a mínima unidade de som capaz de estabelecer diferenciação entre um vocábulo e outro. Exemplo: f i t a f i l a Como se vê, a diferenciação entre as duas palavras acima é marcada pelos fonemas /t/ e Fonema e letra são conceitos distintos: - fonema é de natureza sonora; - letra é a representação gráfica do fonema. Num vocábulo, nem sempre há equivalência entre o número de letras e o de fonemas. O vocábulo falha, por exemplo, possui: - cinco letras ( f - a - I - h - a ) - quatro fonemas (f - a - Ih - a) O vocábulo fixo possui: - quatro letras (f - i - x - o) - cinco fonemas (f - i - c - s - o) Fique ligadol l . O h da palavra hora é uma letra que não representa fonema algum. Em hora há três fonemas apenas. 2. As letras m e n, quando não seguidas de vogai, também não representam um fonema. São sinais de nasalizacão da vogai anterior. No vocábulo canta, por exemplo, há apenas quatro fonemas (c-ã-t -a) Os fonemas se classificam em: VOCAIS: sons que resultam da livre passagem da corrente de ar pela boca. Funcionam sempre como base da sílaba. Lembrem-se de que não existe sílaba sem vogai. Casa, elefante, saci, bule, tomate, sopa. CONSOANTES: são ruídos que resultam de algum obstáculo encontrado pela corrente de ar. Só formam sílaba quando juntos de uma vogai. Luva, rato, jiló, dúvida. SEMI VOCAIS: são fonemas de caráter vocálico que se juntam a uma vogai para com ela formar sílaba. As semivogais nunca funcionam como base de sílaba. Cárie, coisa, tábua, lousa. CLASSIFICAÇÃO DAS VOCAIS Segundo a Nomenclatura Gramatical Brasileira, as vogais devem ser classificadas de acordo com os seguintes critérios: a) Quanto a zona de articulação: anteriores - a língua eleva-se gradualmente em direção ao palato duro (céu da boca), pele, perigo, livro. posteriores - a língua dirigi-se gradualmente em direção ao palato mole (véu palatino) mole, bolo, bula. médias : a língua permanece baixa, quase em repouso, casa, mala, pago. b) Quanto ao timbre abertas - são pronunciadas com a cavidade bucal mais aberta, casa, pele, loja fechadas - são pronunciadas com a cavidade bucal mais fechada, mesa, sino, porco, pura. reduzidas: são pronunciadas com pouca sonoridade. Situam-se em posição intermediária entre as abertas .e as fechadas, casa, dente, menino. c) Quanto ao papel das cavidades nasal e bucal: orais - a corrente de ar ressoa apenas na cavidade bucal, maré, pele, perigo, lima, loja, bolo, muro. LÍNGUA PORTUGUESA - CURSO 1a DIRETRIZ nasais - a corrente de ar, encontrando o véu palatino abaixado, ressoa também na cavidade nasal: alemã, órfã, empresa, ombro, penumbra, elefante, imã. Fique ligadol A nasalidade de uma vogai é marcada pelo til (~), ou pelas letras m e n em final de sílaba. d) Quanto a intensidade: tônicas - as proferidas com maior intensidade, casa, pele, bolo. átonas - as proferidas com menor intensidade, casa, pele, bolo CLASSIFICAÇÃO PÁS CONSOANTES Segundo a Nomenclatura Gramatical Brasileira, as consoantes devem ser classificadas de acordo com os seguintes critérios: a) Quanto ao papel das cavidades bucal e nasal: orais e nasais b) Quanto ao papel das cordas vocais: surdas e sonoras As consoantes surdas são aquelas produzidas sem vibração das cordas vocais: / p / , / t / , / k / , / f / , / s / , / x / . As sonoras são produzidas com vibração das cordas vocais: m /, / n /, / nh /. c) Quanto ao modo de articulação: • oclusivas: / p /, / b /, / 1 /, / d /, / k /, / g /. • constritivas: • fricativas: / s /, / z /. / j /, / f /, / v / • laterais: / v /, / Ih / • vibrantes: / r /, /rr /. d) Quanto à zona de articulação: - bilabiais: / p / , / b / , / m / - labiodentais: / f/, / v / - linguodentais: /1 /, / d /, / n / - alveolares: / z /, / s /, /1 /, / r / ENCONTROS VOCALICOS Os encontros vocálicos são três: ditongo, tritongo e hiato. 1) DITONGO é a combinação de uma vogai + uma semivogal, ou vice-versa, na mesma sílaba. Exemplos: pai, rei, sou pão, fui, herói, sério, quando: Dividem-se os ditongos em: a) orais: pai, pouco, jeito, rui b) nasais: mãe, pão, põe, muito (muito), bem (béi) c) decrescentes (vogai + semivogal): pauta, meu, riu, constitui, dói d) crescentes (semivogal + vogai): gênio, pátria, diabo, série, quatro, névoa, róseo, agüentar, quantia, tênue, vácuo. 2) TRITONGO é o conjunto semivogal + vogai + semivogal, formando uma só sílaba. O tritongo pode ser: a) oral: iguais, averiguei, averiguou, delinqüiu, sequóia. b) nasal: Quão, saguão, saguões, minguam (minguãu), enxágüem (enxágüei) 3) HIATO é o encontro de duas vogais pronunciadas em dois impulsos distintos, formando sílabas diferentes: Saara (Sa-a-ra) aorta (a-or-ta) faísca (fa-ís-ca) doer (do-er) LÍNGUA PORTUGUESA- CURSO 1a DIRETRIZ EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1 - (PUC-SP) Nas palavras ANJINHO, CARROCINHAS, NOSSA E RECOLHENDO, podemos detectar oralmente a seguinte quantidade de fonemas: a. três, quatro dois, quatro; b. cinco, nove, quatro, oito; c. seis, dês, cinco, nove; d. três, seis, dois, cinco; e. sete, onze cinco, dez. 2 - (UnB-DF) Marque a opção em que todas as palavras apresentam um dígrafo: a. fixo, auxilio, tóxico, exame b. enxergar, luxo, bucho, olho c. bicho, passo, carro, banho d. choque, sintaxe, unha, coxa 3 - (TER-MG) Ambas a palavras contêm exemplo de hiato em: a. árduo / mãe b. área / chapéu c. diário / quota d. pavio / moer e. luar / anzóis 4 - (UNI-RIO) Assinale a opção em que o vocábulo apresenta ao mesmo tempo um encontro consonantal, um dígrafo consonantal e um ditongo fonético: . a. ninguém b. coalhou c. iam d. nenhum e. murcham 5 - (PUC) Um mesmo fonema pode ser grafado de diferentes maneiras. Qual a lista de palavras que exemplifica essa afirmação? a. paciente, centro, existência b. existência, meses, batizaram c. projeto, prejudicando, propõe d. quem, quando, psiquiatra e. coisa, incomoda, continuidade 6 - (NCE) "... uma vacina experimental atingiu as condições exigidas..." A letra em destaque no trecho acima transcrito representa o mesmo som da letra destacada em: a. tóxico; b. enxame; c. máximo; d. inoxidável; e. inexorável LÍNGUA PORTUGUESA- CURSO l1 DIRETRIZ ORTOGRAFIA Ortografia é a parte da Gramática que trata do emprego correto das letras e dos sinais gráficos, na língua escrita. ALFABETO Nosso alfabeto é formado de 23 letras; entre as quais cinco são vogais (a e i o u), uma é apenas letra, já que não representa som nenhum (h) e dezessete são consoantes ( b c d f g j I m n p q r s t v x z). Obs.: O alfabeto, que se constitui de letras, se lê assim: a, bê, cê, dê, é, efe, Ge, agá, i, jota, ele, eme, ene, ó, pé, quê, erre, esse, té, u, vê, xis, zê, e não: a, bê, cê, dê, ê, fé, guê, agá, i, jê, lê, me, nê, ô, pé, quê, ré, sé, té, u, vê, xê, zê, ACENTOS GRÁFICOSEm português existem três acentos gráficos: o agudo ( '), o circunflexo ( A ) e o grave ('). O acento agudo indica sílaba tônica e vogai aberta (pé, pó) ou apenas sílaba tônica (refém, recém). O acento circunflexo indica sílaba tônica e vogai fechada (alô, você). O acento grave indica a crase (à, àquele). EMPREGO DE LETRAS Emprego da letra J A letra J é usada, entre outros, nos seguintes casos: - nas palavras derivadas de palavras terminadas em JÁ: gorjeta (gorJA^ garganta); franJinha (franJA). - em todas as formas dos verbos terminados em JAR : enferrujar: enferrujem, enferrujei Emprego da letra S A letra S é usada, entre outros, nos seguintes casos: Em todas as formas dos verbos querer e por(e seus derivados): quiS, puS, quiSeram, compuSermos, propuSer. No sufixo ES, indicando origem, procedência: chinêS, camponêS, burguêS, holandêS. Em geral, depois do ditongo: cauSa, louSa, coiSa. nos sufixos ESA e ISA, formadores de femininos. Ex.: duqueSa, princeSa, poetiSa, franceSa. Nos verbos terminados em ISAR., derivados de palavras que já têm a letra S no fim do radical: friSar (tríso): paraliSar (paralisia); piSar (piSo). Emprego da letra Z A letra Z é usada, entre outros, nos seguintes casos: Nos substantivos abstratos femininos derivados de adjetivos: rapideZ (rápido); sensateZ (sensato'): leveZa (leve) Nos verbos terminados em IZAR, derivados de palavras que não têm a letra S no fim do radical: atualiZar (atual); dinamiZar (dinâmico). Emprego da letra X Essa letra é usada, entre outros, nos seguintes casos: Em geral, depois de ditongo: feiXe, ameiXa, trouXa. Exceção: A palavra cauCHo e seus derivados (recauchutar, recauchutagem etc.) são escritos com CH. Em geral, depois de silaba inicial EN: enXame, enXó, enXugar, enXurrada. Exceções: enCHarcar (charco); enCHer, enCHente etc. (cheio); enCHumaçar (chumaço); enCHova (nome de um peixe). Emprego da letra H Esta letra, em início ou fim de palavras, não tem valor fonético: conservou-se apenas como símbolo, por força da etimologia e da tradição LÍNGUA PORTUGUESA - CURSO l" DIRETRIZ escrita. Grafa-se, por exemplo, hoje, porque esta palavra vem do latim hodie. Emprega-se o h: Inicial, quando etimológico: hábito, hélice, herói, hérnia, hesitar, haurir, hilaridade, homologar, Horácio, hortência, hulha, etc.; Mediai, como integrante dos dígrafos ch, —Ih, tili: chave, boliche, broche, cachimbo, capucho, chimarão, cochilar, fachada, flecha, machucar, mochila, telha, companhia, etc.; Final, em certas interjeicões: ah!, ih!, puh!; Em compostos unidos por hífen, no início do segundo elemento, se etimológico: sobre- humano, anti-higiênico, pré-histórico, super- homem, etc.; No substantivo próprio Bahia (Estado do Brasil), por secular tradição. Emprego da letra G Escrevem-se com G: Os substantivos terminados em - agem, igem, ugem: garagem, massagem, viagem, origem, vertigem, ferrugem, lanugem. Exceção: pajem As palavras terminadas em ágio, égio, igio, igio, úgio: contágio, estágio, egrégio, prodígio, relógio, refúgio. Palavras derivadas de outras que se grafam com g: massagista (de massagem) - vertiginoso (de vertigem) - ferruginoso (de ferrugem) - engessar (de gesso) - faringite (de faringe) - selvageria (de selvagem), etc. Os seguintes vocábulos: algema, angico, apogeu, auge, estrangeiro, gengiva, gesto, gibi, gilete, ginete, gíria, giz, hegemonia, herege, megera, monge, rabugento, rabugice, sugestão, tangerina, tigela. Emprego inicial maiúscula Use letra inicial maiúscula: Com nomes próprios em geral: Brasil,Teresa, Luis, Veja(revista), O Globo (jornal), etc. Com nomes de vias públicas: Rua da Paz, Avenida Tiradentes, etc. Com os nomes dos pontos cardeais e colaterais, quando designam regiões: os povos do Oriente e do Ocidente, a população do Nordeste e a do Sul, Zona Norte, Zona Oeste, etc. Não aparecendo- nomes de pontos cardeais e colaterais, usa-se inicial minúscula: região araraquarense, região sorocabana, etc. Com nomes de festas cristãs: Natal, Páscoa, Quaresma, etc. Com nomes religiosos, políticos e nacionalistas: Igreja Católica, Nação, Pátria, República, Império, etc. Com nomes de disciplinas: Português, Matemática, História, etc. Com pronomes de tratamento, exceto você, vocês: Senhor, Vossa Excelência, Sua Majestade, etc. Com nomes comuns, quando individualizados: nascer na Capital e morar no Interior, viajar ao Exterior a serviço do Estado e também da União, tirar o dinheiro do Banco e colocá-lo na Caixa, o Pólo Norte e o Pólo Sul, etc. Com o nome país, quando substitui um nome próprio geográfico evidente: Foi implantada a reforma econômica no Pais (= Brasil). o presidente chileno decretou estado de sítio no País (:= Chile). Nesse caso a palavra país vem sempre antecedida do artigo o. Com nomes de épocas notáveis: Idade Média, Era Atômica, etc. Com o nome palácio, quando significa sede de governo e vem determinado: Palácio dos Bandeirantes, Palácio do Planalto; etc. Com o nome Papa: O Papa nos visitará novamente, o Papa João Paulo II Emprego da letra inicial minúscula Use letra inicial minúscula: Com nomes de acidentes geográficos: baía de Guanabara, oceano Atlântico, cabo da Boa Esperança, morro das Pedras, monte Sinal, mar LÍNGUA PORTUGUESA - CURSO l* DIRETRIZ Morto, pico Everest. Com nome igreja, quando designa o edifício: a igreja matriz. Com os nomes de idiomas: aprender português, falar inglês e francês.. Com os nomes que designam cargos ou funções: presidente, governador, prefeito, deputado, senador, cardeal, bispo, arcebispo, rei, rainha, imperador, etc. Grafaremos, contudo: ministro da Educação, secretário da Saúde, presidente da República, etc. Com os nomes dos pontos cardeais que designam direções ou limites geográficos: viajar de leste a oeste, de norte a sul; a Venezuela fica ao norte do Brasil, e o Uruguai, ao sul. Com os nomes dos meses: janeiro, fevereiro, março, etc. Quando fazem parte de datas históricas, porém, grafam-se com inicial maiúscula: 7 de Setembro, 15 de Novembro, etc. Com o nome palácio, quando vem isolado: O governador retornou a palácio ao meio-dia. Estive em palácio hoje. Com os nomes de festas pagas: carnaval, micareta, etc. Com os adjetivos pátrios: brasileiros, alemães, etc. Com o nome papa, quando empregado como substantivo comum: os papas da história, conheci vários papas. Com os nomes que fazem parte de um substantivo comum e composto: pau-brasil, maria-mole, coco-da-bahia, etc. Em palavras átonas de títulos de livros e nomes de cidade: Capitães de Areia, São José do Rio Preto, etc. FORMAS VARIANTES Há palavras que podem ser grafadas de duas maneiras, sendo ambas aceitas pela norma culta. cota catorze cociente quota quatorze quociente cotidiano contacto caracter ótica secção ou quotidiano contato caráter óptica seção ABREVIATURAS / SIGLAS l - Compare: Abreviaturas Av. = avenida hab. = habitante prof. = professor g = grama m = metro Siglas CAN = Correio Aéreo Nacional MEC - Ministério da Educação e Cultura EMBRATEL = Empresa Brasileira de Telecomunicações FAB = Força Aérea Brasileira FUNAI = Fundação Nacional do índio Abreviatura - é a redução da palavra, utilizando- se a(s) primeiras(s) letra(s). Sigla - abreviatura de uma expressão por meio das letras iniciais das palavras componentes. Fique ligado] ONDE/AONDE Emprega-se aonde com os verbos que dão idéia de movimento. Eqüivale sempre a para onde Aonde você vai? / Aonde nos leva com tal rapidez? Naturalmente, com os verbos que não dão idéia de movimento emprega-se onde, 6 LÍNGUA PORTUGUESA - CURSO I" DIRETRIZ Onde estão os livros? / Não sei onde te encontrar. MAU/MAL Mau é sempre um adjetivo (seu antônimo é bom); refere-se, pois, a um substantivo. Escolheu um mau momento/ Era um mau aluno. Mal pode ser: a) advérbio de modo (antônimo de bem). Ele se comportou mal. / Seu argumento está mal estruturado. b) conjunção temporal (eqüivale a assim que). Mal chf gou, saiu. c) substantivo (quando precedido de artigo ou de outro determinante). O mal não temremédio. / Ela foi atacada por um mal incurável. CESSÃO / SESSÃO / SECÇÃO / SEÇÃO Cessão significa o ato de ceder, o ato de dar. Ele fez a cessão dos seus direitos autorais. A cessão do terreno para a construção do estádio agradou a todos os torcedores. Sessão é o intervalo de tempo que dura uma reunião, uma assembléia. Assistimos a uma sessão de cinema. Reuniram-se em sessão extraordinária. Secção (ou seção) significa parte de um todo, segmento, subdivisão. Lemos a notícia na secção (ou seção) de esportes. Compramos os presentes na secção (ou seção) de brinquedos. HÁ/A Na indicação de tempo, emprega-se: há para indicar tempo passado (eqüivale a faz). Há dois meses que ele não aparece. / Ele chegou da Europa há um ano. a para indicar tempo futuro. Daqui a dois meses ele aparecerá. / Ela voltará daqui a um ano. POR QUE/PORQUE / PORQUÊ/POR QUÊ Lembre-se, inicialmente, de que em final de frase a palavra que deve ser sempre acentuada. Você vive de quê? / Ela pensa em quê? 1. Escreve-se por que (separado): a) quando eqüivale a pelo qual e flexões Este é o caminho por que passa todos os dias. b) quando depois deíe vier escrita ou subentendida a palavra razão. Se ocorrer no final da frase, deverá ser acentuado. Por que razão você não compareceu? / Por que ele faltou à reunião? Você não compareceu por quê? / Ele faltou por quê? Não sabemos por que você não compareceu. / Não sabemos por que ele faltou. 2. Escreve-se porque (junto e sem acento) quando se tratar de uma conjunção explicativa ou causai. Geralmente eqüivale a pois. Tirou boa nota porque estudou bastante. / Não compareceu porque estava doente. 3. Escreve-se porquê (junto e com acento) quando se tratar de um substantivo. Nesse caso. virá precedido de artigo, ou outra palavra determinante. Nem o governo sabe o porquê da inflação. Não compreendemos o porquê da briga. QUE/SE A PALAVRA QUE A palavra que, em Português, pode ser: LÍNGUA PORTUGUESA - CURSO l" DIRETRIZ 1. Substantivo: quando eqüivale a alguma coisa. Neste caso, virá sempre determinada e acentuada. Ele tem um quê de misterioso. / Esse perfume tem um quê de enjoativo. 2. Preposição: quando vem ligando dois verbos de uma locução verbal. Eqüivalerá a de. Tenho que sair mais cedo. / Ela tem que dar uma resposta até amanhã . 3. Interjeição: quando exprime espanto, admiração, surpresa. Neste caso, será acentuada e seguida do ponto de exclamação. Usa-se também a variação o quê! Quê! Você ainda não resolveu os exercícios? / O quê! Você por aqui? 4. Partícula expletiva ou de realce: quando pode ser tirada da frase, sem prejuízo algum ao sentido. Neste caso, a palavra que não tem função alguma; como o próprio nome indica, é usada apenas para dar realce. Como partícula expletiva, aparece também na expressão é que. Quase que não consigo terminar o trabalho / Eles é que conseguiram terminar o trabalho. 5. Advérbio: quando modifica um adjetivo ou um advérbio. Eqüivalerá a quão. Que lindas são aquelas crianças! /Que longe é aquela cidade! 6. Pronome: enquanto pronome, a palavra que pode ser: a) pronome relativo: quando retoma um termo da oração antecedente, projetando-o na oração conseqüente. Eqüivalerá a o qual e flexões. Não encontramos as pessoas que saíram. / Este é o caminho que procurávamos b) pronome indefinido: como pronome indefinido, o que pode ser: I. Pronome substantivo indefinido: eqüivale a que coisa. Que houve com você? Você precisa de quê? II. Pronome adjetivo indefinido: quando vem determinando um substantivo. Que vida é essa? Que dia é hoje? Que livros você comprou! 7. Conjunção: quando relaciona entre si duas orações. Neste caso, não exerce função sintática. Enquanto conjunção, a palavra que pode relacionar tanto as orações coordenadas quanto as subordinadas, daí classificar-se em conjunção coordenativa e conjunção subordinativa. Venha logo, que é tarde, (conjunção coordenativa explicativa) Falou tanto que ficou rouco (conjunção subordinativa consecutiva) A PALAVRA SE O se pode ser usado como: 1. Conjunção subordinativa integrante Ex.: Não sei se ele estará presente. • Obs.: Nesse caso, o se introduz sempre uma oração subordinada substantiva. 2. Conjunção subordinativa condicional Ex.: Se quiser sair mais cedo, termine logo o trabalho. 3. Partícula expletiva ou de realce Ex.: Vão-se embora todos os convidados Obs.: Nesse caso, o se não é indispensável ao sentido da frase. 4. Substantivo Ex.: O se pode desempenhar várias funções. 5. Pronome apassivador Ex. Perderam-se vários documentos importantes. Obs.: Nesse caso, temos a voz passiva sintética, e o se não possui função sintática. 6. Pronome pessoal (reflexivo) Com função de: a) objeto direto. Ex.: Ele feriu-se com a faca LÍNGUA PORTUGUESA - CURSO 1a DIRETRIZ b) objeto indireto. Ex.: Ele se dá muita importância Obs.: Quando exprime reciprocidade, o pronome se também pode ser. • objeto direto. Ex.: Eles se olharam com muita raiva • objeto indireto. Ex.: Todos deram-se provas de sincera amizade. 7. índice de indeterminação do sujeito Ex.: Aqui vive-se muito bem. Obs.: Nesse caso, o se acompanha sempre um verbo na 3 pessoa do singular, não possuindo função sintática. 8. Elemento integrante de verbos essencialmente pronominais Ex.: Ele se queixou dos maus-tratos recebidos. 9. Sujeito de um verbo no infinitivo Ex.: Ela deixou-se ficar à janela, sonhando. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1 - (UNIV. FED. MARANHÃO) Assinale a opção em que todas as palavras estão escritas corretamente: a. sossego, sucesso, começo; b. ricaço, sussego, assúcar; c. missanga, assado, assucena; d. moça, argamassa, sal ca; e. calsa, cansaço, falsa. 2 - (UNI-RIO) Assinale o item em que uma das palavras não é variante da outra, como as demais: a. exceção - excessão b. cousa - coisa c. secção - seção d. catorze - quatorze e. quotidiano - cotidiano 3 - (Fuvest) Complete com e ou i a. possu_ b. s quer c. habitu_ d. pr___vilégio 4 - (ITA-SP) Assinalar a alternativa em que todas as palavras estejam grafadas corretamente. a. chuchu, geito, vasio, pesquizar; b. chuchu, geito, vasio, pesquisar; c. xuxu, geito, vazio, pesquisar; d. xuxú, jeito, vasio, pesquizar; e. xuxu, jeito, vazio, pesquisar 5 - (Esfao) Marque a alternativa que completa corretamente as lacunas: "Age com , queres fazer à curiosidade alheia". a. discreção - senão - conseções b. discrição - se não - concessões c. discrição - senão - conseções d. discreção — se não — concessões e. discreção — se não — concessões 6 - (PUC) Assinale o grupo de palavras que completa corretamente as frases abaixo. Aquela tinha por objetivo descobrir a melhor maneira de o processo de vacinação no país. Não sei você vai e, portanto, não saberei o encontrar. a. pesquiza - modernizar - aonde - onde b. pesquisa - modernizar - aonde - onde c. pesquisa - modernisar - aonde - aonde d. pesquiza - modernizar - onde - aonde e. pesquisa - modernizar - onde - onde 7 - (TRE-MG) "A industriais provocou _ das atividades freqüentes entre os operários. A solução foi a do governo nas negociações". a. paralisação - discussões - intercessão b. paralisação - discursões - intersessão c. paralisação - discussões — interseção LÍNGUA PORTUGUESA- CURSO l* DIRETRIZ d. paralização - discursões - intercessão e. paralização - discussões - interseção 8 - (TRE-RJ) A alternativa em que a segunda palavra se escreve com a mesma letra ou dígrafo sublinhado na primeira é: a. "tensão"/ absten ao b. "exterior" / e tender c. "sucessiva" / exce ao Ü. "florescimento" / su inta e. "empirismo" / mpecilho 9 - (TRE-RIO) Extin_ão, conce_ão, suspen ao, ob ecar, cans ado. Para completar corretamente as palavras acima usam- se, respectivamente: a. c - ç - s - se - s b. ç-ss-s-c-s c. s-ss - s-sc-s d. s-c-s-sc-ç e. s -c~ç-s-ç 10 - (TFC) indique a alternativa em que não há erro de grafia. a. Porque chegou atrazado perdeu grande parte do explêndido espetáculo. b. Pediu-lhe que ascendesse a luz. pois a claridade não era impecilho a seu repouso. c. Ele não é uma exceção, também é muito ambicioso. d.Quizera eu que todas as espécies animais estivessem livres de extinção. e. Não poderia advinhar que sua musica viesse a ter tanto hesito. 11 - (TFC) Indique segmento totalmente correto quanto a grafia. a. Há intensão de se alcançar um consenso para evitar as divergências entre os parlamentares. b. É preciso cessarem as disensoes para se obter a aprovação da Lei de Diretrizes e bases na Educação. c. Um aquário pode ser tido como um ecossistema, no qual os escrementos dos peixes, depois de decompostos, fornecerão elementos essenciais à vida das plantas. d. O sol é o responsável pela emissão de luz, indispensável para a fotossíntese, no processo pelo qual as plantas produzem o alimento orgânico primário, assim como praticamente todo o oxigênio na atmosfera. e. Pesquizas recentes têm atribuído a choques meteóricos a súbita extinção dos dinossauros da face da terra. 12 - (ESAF) Considerando a diversidade de grafia da forma PORQUE, pode-se afirmar que está incorreta a frase: a. Assino esta revista especializada há muitos anos, mas este mês ela chamou minha atenção de modo especial, e vocês vão logo entender por quê. b. A decisão final sobre os reajustes do SFH sairá ainda este mês. Persistem algumas dúvidas porque a indexação voltou só para a parcela do salário até três mínimos. c. Conforme informação da caixa Econômica Federal, os mutuários desejam saber por que aqueles que têm data-base em setembro e repasse em sessenta dias terão, em novembro, correção mais elevada. d. Muitos desconhecem também os motivos por que se aplicarão a todos os mutuários com contratos de equivalência salarial plena as antecipações bimestrais e quadrimestrais pelo INPC. e. Por que se aplica o índice da poupança de setembro/90 a agosto/91 mais 3% de ganho real, descontando-se as antecipações? 13 - (TRT) me agrada. você brinca? A Ora, experiência passei, foi desagradável. Depois você saberá o a. Porque - porquê - porque - porque - por que b. Por que - porque - porque - porque - porque c. Por que - porquê - porque - porque - por quê d. Porque - porque - por quê - porque - por que e. Por que - por quê - porque - por que - porquê 10 LÍNGUA PORTUGUESA - CURSO l* DIRETRIZ 14 - (Analista Judiciário - Tribunal Regional Eleitoral - NCE) Como se pode ver no texto, obscenamente é um vocábulo grafado com SC. O item abaixo em que um dos vocábulos está erroneamente grafado é: a. ressuscitar / ascensão / piscina b. adolescente / deiscente / indescente c. convalescer / crescer / rescindir d. abscesso / florescente / transcender e. renascença / piscicultura / miscelânea 11 LÍNGUA PORTUGUESA - CURSO l1 DIRETRIZ ACENTUAÇÃO GRÁFICA - O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO O novo Acordo Ortográfico entrou em vigor em 1° de janeiro de 2009. Até 31 de dezembro de 2012, as novas regras coexistirão com as antigas. A partir de 1° de janeiro de 2013, sim, o novo Acordo Ortográfico substituirá de vez o antigo. Veremos o que muda com as novas regras, o que não muda, como a as bancas de concursos poderão explorar o assunto. O ALFABETO Como é hoje O nosso alfabeto tem oficialmente 23 letras: a, b, c d, e, f, g, h, i, j, I, m, n, o, p, q, r, s, t, u, v, x, z. Como vai ficar O nosso alfabeto passa a ter 26 letras, com a inclusão de k, w e y. Tais letras, contudo, devem ser usadas apenas em casos especiais como, por exemplo, em nomes de pessoas de origem estrangeira e seus derivados: Kant, kantismo, Darwin, darwinismo, Byron, byroniano; em nomes geográficos próprios de origem estrangeira e seus derivados, do tipo Kuwait, kuwaitiano, Malawi, malawiano, Okinawa, okinawano, Seychelles, seychellense; em siglas, símbolos e palavras adotadas como unidades de medida, do tipo www (World Wide Web), K. (símbolo químico de potássio), W (de west, oeste), kg (quilograma), km (quilômetro), kW (kilowatt), yd (de yard, jarda). Fique Ligadol 1. Os nomes próprios hebraicos podem conservar os finais ch, ph e th ou simplificá-los: Baruch ou Baruc, Enoch ou Enoc, Moloch ou Moloc, Loth ou Lot, Ziph ou 2if. Se tais "dígrafos" forem invariavelmente mudos, deverá haver a eliminação ou, se a força do uso o permitir, a adaptação: é o caso, por exemplo, de José (em vez de Joseph), de Nazaré(em vez de Nazareth), Judite (em vez de Judith). 2. As consoantes finais mudas b, c, d , g e t, em antropônimos e topônimos de tradição bíblica. Podem conservar-se ou não. São, portanto, corretas todas estas formas gráficas: David e Davi; Jacob ou Jacó, Josafat ou Josafá; Madrid ou Madri; etc. 3. O Acordo recomenda que topônimos e antropônimos de línguas estrangeiras sejam grafados, sempre que possível, de acordo com as nossas formas vernáculas. Exemplos: Genebra (em vez de Genéve), Milão (em vez de Milano), Munique (em vez de München), Zurique (em vez de Zürich), etc. Obs.: Os topônimos que não têm correspon- dência gráfica em Português devem manter sua grafia original: Washington, Los Angeles, Buenos Aires, etc. AS SEQÜÊNCIAS CQNSONÂNTICAS: Como é hoje a) Quando existe uniformidade nessas pronúncias, no que diz respeito aos países signatários do Acordo, a grafia é única: ficção, apto (aptidão), ato (agir), Egito, etc. b) Não havendo tal uniformidade, admite-se dupla grafia: setor / sector; conceção / concepção; súdito / súbdito; sutil / subtil; amídala / amígdala; anistia / amnistia; arimética / aritmética; etc. Como vai ficar a) A orientação é a mesma, e o Acordo relaciona os seguintes casos: compacto, convicção, convicto, ficção, friccionar, pacto, pictural, adepto, apto, díptico, erupção, eucalipto, inepto, núpcias, rapto; mas ação, acionar, afetivo, aflição, aflito, ato, coleção, coletivo, direção, diretor, exato, objeção, adoção, adotar, batizar, Egito, ótimo. 12 LÍNGUA PORTUGUESA - CURSO l" DIRETRIZ b) A orientação é a mesma, e o Acordo relaciona os seguintes casos: aspeto ou aspecto, cato ou cacto, carateres ou caracteres, dição ou dicção; fato ou facto, setor ou sector, cetro ou ceptro, conceção ou concepção, corruto ou corrupto, receçao ou recepção; assuncionista ou assumpcionista, assunção ou assumpção, assuntível ou assumptível, perentório ou peremptório, suntuoso ou sumptuoso, suntuosidade ou sumptuosidade; súdito ou súbdito, sutil ou subtil, amídala ou amígdala, anistia ou amnistia, indenizar ou indemnizar, onímodo ou omnímodo, onipotente ou omnipotente, onisciente ou omnisciente; arimética ou aritmética. EMPREGO DE E /1 EM SUFIXOS Como é hoje Há certa instabilidade gráfica dos sufixos iano e iense em vocábulos derivados de palavras terminadas por e(s). O natural do Acre, por exemplo, é acreano e acriano: as duas grafias são oficiais Como vai ficar Os sufixos iano e iense mantêm o i nos substantivos e adjetivos derivados, mesmo que as respectivas formas primitivas possuam e: acriano, de Acre; saussuriano, de (Ferdinand) Saussure; torriense, de Torres. Fique Ligadol Substantivos que constituem variações de outros terminados por vogai devem ser grafados sempre com final io, ia átono (e não eo, ea): veste, vestia. OS VERBOS TERMINADOS EM EAR E IAR Como é hoje a) Os verbos terminados em ear têm como modelo de conjugação PASSEAR: passeio, tu passeias, ele passeia, r\n<t seamos. vós passeais, eles passeiam. eu nóseu passeio, lu passeias, eie passeia, passeamos, vós passeais, eles passeiam. b) Em relação aos verbos terminados em iar, há de se considerar a seguinte divisão: 1) MEDIAR, ANSIAR, INCENDIAR e ODIAR (bem como todos os derivados desses verbos) seguem o modelo de ODIAR: eu odeio, tu odeias, ele odeia, nós odiámos, vós odiais, eles odeiam. 2) Os demais verbos terminados em iar seguem o modelo de variar: eu vario, tu varias, ele varia, nós variamos, vós variais, eles variam. Como vai ficar O acordo afirma que "Existem, no entanto, verbos em iar, ligados a substantivos com as terminações átonas ia ou io, que admitem variantes na conjugação: negoceio ou negocio (negócio); premeio ou prêmio (premi o, prêmio), etc. Essa parte do Acordo está imprecisa. Palavras do próprio Bechara, filólogo e gramático responsável por tentar eliminar alguns problemasgerados ou não previstos pelo Acordo: - O Acordo inaugurou o "etc.", que gera muitas complicações para as pessoas que normalizam a língua. O "etc." é para situações idênticas. Bechara tem razão, pois o problema é reconhecer a "identidade". Por exemplo: se o Acordo afirma que "Existem, no entanto, verbos em iar, ligados a substantivos com as terminações átonas ia ou io, que admitem variantes na conjugação: negoceio ou negocio (negócio); premeio ou premio(prémio, prêmio), etc., então pode-se por extensão raciocinar assim: premiar liga-se a prêmio, então eu prêmio ou premeio. 13 LÍNGUA PORTUGUESA- CURSO 1aDIRETRIZ negociar liga-se a negócio, então eu negocio ou negaceio. noticiar liga-se a noticia, então eu noticio ou noticeio caluniar liga-se a calúnia, então eu calunio ou caluneio. Mais estranho ainda é o caso de verbos integrantes do famoso "Mario", pois conforme afirma Maurício Silva, Doutor em Letras pela USP e especialista em Ortografia, em seu livro O Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, editora Contexto, O raciocínio se estende a eles também. Veja só: incendiar liga-se a incêndio, então eu incêndio ou incendeio. ansiar liga-se a ânsia, então eu ansio ou anseio. Conclusão: É óbvio que o Acordo está falho na redação em apreço. Entretanto, o bom senso é que nos deve nortear. A recomendação do Instituto Antônio Houaiss, atualmente sob a coordenação e assistência do respeitadíssimo José Carlos de Azeredo, conforme consta no livro Escrevendo pela nova ortografia, da Publifolha, é a de que os verbos do famoso "MARIO" (mediar, ansiar, remediar, incendiar, odiar, bem como todos os derivados de todos esses verbos) sejam conjugados conforme o modelo do verbo odiar: eu odeio, tu odeias, ele odeia, nós odiámos, vós odiais, eles odeiam. Além disso, "negoceio", "premeio", "noticeio" e similares dizem respeito à realidade lingüística de Portugal Portanto, o bom senso nos norteia a continuarmos com "negocio", "prêmio", "noticio", etc. É esse bom senso que se espera das nossas principais gramáticas e, sobretudo, de todas as bancas de concursos públicos. ACENTUAÇÃO GRAFICA DOS DITQNGOS ABERTOS Como é hoje Acentuam-se os ditongos abertos ei, eu e ni, seguidos ou não de s, quando integrantes da sílaba tônica da palavra. Ex.: assembléia, heróico, idéia, jibóia, etc. Como vai ficar Os ditongos abertos ei. e oi deixam de ser acentuados quando a palavra é paroxítona. Ex.: assembléia, heróico, idéia, jibóia, etc. Obs.: Tais ditongos (quando tônicos, claro) continuam a ser acentuados em palavras não paroxítonas. Ex.: papéis, céu. dói. chapéu, alcalóldico, aracnóideo. ACENTO DIFERENCIAL Como é hoje a) Emprega-se acento circunflexo nas terceiras pessoas do plural dos verbos ter e vir (e derivados) a fim de se distinguirem das terceiras pessoas do singular: ele tem, eles têm; ele vem, eles vêm; ele sustem, eles sustem; ele intervém, eles intervém. b) Emprega-se acento circunflexo na forma verbal pôr, para distingui-la da preposição por. c) Emprega-se acento circunflexo em pôde (3a pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo) para se distinguir de pode (3a pessoa do singular do presente do indicativo). d) Usa-se o acento diferencial para efeito distintivo nos seguintes vocábulos: pára (verbo) # para(preposição); pela (verbo e substantivo) # pela (contração de per + Ia); pélo(verbo) # pé Io (substantivo) # pelo (contração de per + Io); pó l o (substantivo) # pôlo( substantivo) # polo (contração de por + Io); pêra(substantivo) # péra (substantivo) # pera (preposição arcaica). Como vai ficar a) Mantém-se o acento circunflexo nas terceiras pessoas do plural dos verbos ter e vir (e 14 LÍNGUA PORTUGUESA - CURSO 1a DIRETRIZ derivados) a fim de se distinguirem das terceiras pessoas do singular: ele tem, eles têm; ele vem, eles vêm; ele sustem, eles sustem; ele intervém, eles intervém. b) Mantém-se o acento circunflexo na forma verbal pôr, para distingui-la da preposição por. c) Mantém-se o acento circunflexo em pôde (3a pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo) para se distinguir de pode (3a pessoa do singular do presente do indicativo). d) Deixa de haver acento diferencial nos seguintes vocábulos: para (verbo), pela (verbo e substantivo), pelo(verbo), pelo( substantivo), pólo(substantivo), pera(substantivo). Fique Ligadol 1. A primeira pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo (dos verbos da primeira conjugação) pode ou não receber acento gráfico, para distinguir-se da primeira pessoa do plural do presente do indicativo: (presente) eu amo, tu amas, ele ama, nós amamos, vós amais, eles amam; (perfeito)eu amei, tu amaste, ele amou, nós amamos ou amámos, vós amastes, eles amaram. 2. A forma verbal demos - primeira pessoa do plural do presente do subjuntivo pode receber acento circunflexo, para se distinguir de demos, primeira pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo). 3. O substantivo forma, quando pronunciado com "o" fechado (/ô/) pode levai' acento circunflexo: "fôrma". O ACENTO NOS HIATO COM VOGAL DOBRADA Como é hoje a) Emprega-se o acento circunflexo na terceira pessoa do plural do presente do indicativo e do subjuntivo dos verbos crer, dar, ler, ver e seus derivados: crêem, dêem, lêem, vêem, relêem. b) Emprega-se o acento circunflexo nas paroxítonas terminadas em oo (hiato): enjôo (substantivo e verbo), vôo (substantivo e verbo), etc. Como vai ficar a) Não mais se emprega o acento circunflexo nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo e do subjuntivo dos verbos crer, dar, ler, ver e seus derivados: crêem, dêem, lêem, vêem, relêem, etc. b) Não mais se emprega o acento circunflexo nas paroxítonas terminadas em oo (hiato): enjôo (substantivo e verbo), voo(substantivo e verbo), etc. ACENTO NAS VOCAIS I / U QUANDO SEGUNDAS DE HIATO Como é hoje a) Põe-se o acento agudo no i e no u tônicos que, não formam ditongos com a vogai anterior, desde que sozinhos na sílaba (ou acompanhados de s) e a sílaba seguinte não apresente o dígrafo nh. Ex.: aí, balaústre, cafeína, contraí-la, saúde, viúvo, etc. Como vai ficar a) Recebem acento agudo as vogais tônicas i e u de palavras oxítonas e paroxítonas, quando não seguidas de l, m, n, nh, r e z: país, saúde, saída, baú: paul(pântano), ruins, rainha. b) Deixam de receber o referido acento, contudo, as palavras paroxítonas cujas vogais tônicas são precedidas de ditongo: feiúra, boiuno, baiúca (taberna). Fique tigadol Se oxítonas, o acento é mantido. Ex.: Piauí, tuiuiús. 15 LÍNGUA PORTUGUESA- CURSO l' DIRETRIZ PRIMAZIA DE ALGUMAS REGRAS DE ACENTUAÇÃO As regras de acentuação gráfica podem ser divididas em dois grandes blocos: de um lado, o das regras essenciais ou nucleares (centrais); de outro, o das regras acessórias ou complementares (periféricas). As essenciais são as que constituem a espinha dorsal da acentuação. Ei-las: 1°) Acentuam-se oxítonas e monossílabos tônicos terminados em a(s), e(s) e o(s) Ex.: está, estás, já, olá; até, é, és, olé, pontapé; avó, só: adorá-lo, dá-las, fá-las-á; etc. 2a) Acentuam-se os oxítonas terminados em em ou ens. Ex.: armazém, armazéns. 3a) Acentuam-se os paroxítonos terminados em r, x, n, l, is, ao(s), ã(s), ei(s), -i(s), u(s), um, uns, ou(s). Ex.: éter, túnel, órgão, imã, jóqueis, etc. 4a) Acentuam-se todos os proparoxítonos, quer sejam reais, quer sejam aparentes. Os aparentes são aqueles que terminam em encontros vocálicos instáveis (em geral ditongos crescentes, mas podem ser pronunciados como hiatos), isto é, ia, ie, io, na, uo, ea, eo, ao. etc. Ex .. protótipo, ínterim, nódoa, história, etc. Observemos que essas regras, chamadas centrais ou nucleares, não sofreram alteração substancial. As regras que sofreram alteração fazem parte do grupo de regras complementares. Por essa razão, há de se ter muito cuidado com alguns casos. Por exemplo, a Reforma Ortográfica eliminou o acento dos ditongos abertos ("ei" e "oi") em vocábulos paroxítonos: geléia e heróico, por exemplo, pela nova ortografia terão de ser grafados geléiae heróico. No entanto, o topônimo Méier, por exemplo, é e continuará sendo acentuado, pois se trata de um paroxítono terminado em r. Isso não é nenhuma novidade. Sabemos, por exemplo, que os oxítonos terminados em i e u não devem ser acentuados: saci, tatu. No entanto, açaí e baú, mesmo sendo oxítonos terminados em i e u, devem ser, sim, acentuados, pois outra regra de acentuação determina isso: aquela da segunda vogai de hiato. PORTUGUÊS (BRASIL) # PORTUGUÊS (PQRTUGUAU Em respeito a certas práticas correntes sobretudo em Portugal, o Acordo firma dupla grafia para alguma: poucas palavras oxítonas que têm dupla pronúncia. O Acordo relaciona os seguintes casos: bebê ou bebê bidê ou bidê. canapê ou canapé, caratê ou caraté, crochê ou croché, guichê ou guiché, matinê ou matinê, nenê ou nené ponjê ou ponjé (tecido de lã), purê ou purê, rape ou rape. cocô ou cocô, rô ou ró (letra do alfabeto grego); judô ou judô, metrô ou metro. Observe que, nestes dois últimos casos* a mudança não é de timbre, mas sim de localização de sílaba tônica. Algumas paroxítonas cujas vogais tônicas (e ou o) em fim de sílaba são seguidas de m ou n apresentam oscilação de timbre nas pronúncias cultas da língua, e por isso, há oscilação de acento gráfico: sêmen e sêmen xénon e xênon (elemento químico). Casos similares fémur e femur, vómer e vôrner (osso das fossas nasais) pônei e pônei, gónis e gônis (bico das aves), pénis e pênis, tênis e tênis, bônus e bônus, ônus e ônus, tônus e tónus, Vénus e Vênus; etc. Algumas proparoxítonas, reais e aparentes cujas vogais tônicas (e ou o) em fim de sílaba são seguidas de m ou n, apresentam oscilação de timbre nas pronúncias cultas da língua, acarretando oscilação de acento gráfico: acadêmico ou acadêmico, anatômico ou anatômico, cênico ou cênico, cômodo ou cômodo, fenômeno ou fenômeno, gênero ou gênero, topônimo ou topônimo, Amazônia ou Amazônia, Antônio ou Antônio, blasfêmia ou blasfêmia, fêmea ou fêmea, gêmeo ou gêmeo, gênio ou gênio, tênue ou tênue. 16 LÍNGUA PORTUGUESA - CURSO 1a DIRETRIZ ACENTUAÇÃO DAS FORMAS ARGUIR E REPARGU1R Duas regras mexeram com tais verbos. Eis a primeira: "Os verbos arguir e redarguir prescindem do "cento agudo na vogai tônica grafada u nas formas rizotônicas: arguo, arguis, argui, arguem; argua, arguas, argua, arguam." (Base X do Acordo) Eis a segunda: "O trema, sinal de diérese, é inteiramente suprimido em palavras portuguesas ou aportuguesadas.". (Base XIV do Acordo) Pelo Acordo, podemos observar o seguinte: Presente do Indicativo Hoje eu arguo tu arguis ele argúi nós argüimos vós arguis eles arguem Pós-Acordo eu arguo tu arguis ele argui nós argüimos vós arguis eles arguem É fácil perceber que a estrita obediência ao Acordo gera homonímias, pois, conforme assinala José Carlos Azeredo, coordenador do Instituto Antônio Houaiss, em Escrevendo pela Nova ortografia. Ed. Publifolha, 1a edição, página 40: 'A abolição do acento agudo nas formas verbais abrangidas por este item e a eliminação do trema dão origem a novas homografías: arguis é grafia comum à 2a pessoa do singular (com 'u' tônico) e à 2a pessoa do plural (com i tônico) do presente do indicativo" O professor Bechara, contudo, supervisor da equipe de lexicógrafos da Academia Brasileira de Letras, apresenta, em seu livrinho O que muda com o Novo Acordo Ortográfico, Nova Fronteira, página 34, uma proposta que parece simplificadora. pareando de vez o verbo arguir com os demais verbos da língua terminados em uir, influir, constituir, etc. Veja: Presente do indicativo eu arguo eu influo tu arguis tu influis ele argúi ele influi nos argüimos vós arguis eles arguem nós influímos vós influis eles influem O Dicionário Escolar da Língua Portuguesa, da Academia Brasileira de Letras, 2a edição, ratifica o raciocínio do ilustre. Ressaltemos, porém, que não necessariamente os demais gramáticos e lexicógrafos seguirão essa proposta. A prática do acordado ainda está embrionária. Por enquanto, nossa função é registrar informações, sobretudo para que possamos lidar com as bancas de concursos públicos. ACENTUAÇÃO DAS FORMAS TERMINADAS EM GUAR, QUAR E OUIR Pelo Acordo, verbos como aguar, apaniguar (favorecer, sustentar), apaziguar, apropinquar. averiguar, desaguar. enxaguar, obliquar, delinquir e afins, passam a ser abundantes. Veja: Presente do Indicativo Hoje Pós-Acordo Eu averiguo averíguo ou averiguo Tu averiguas averíguas ou averiguas Ele averigua averigua ou averigua Nós averiguamos averiguamos Vós averiguais averiguais Eles averiguam averiguam ou averiguam Presente do Indicativo Hoje Eu oblíquo Tu oblíquas Ele oblíqua Nós obliquamos Vós obliquais Eles obliquam Pós-Acordo oblíquo ou oblíquo oblíquas ou oblíquas oblíqua ou oblíqua obliquamos obliquais obliquam ou obliquam Presente do Subjuntivo Hoje Eu averigüe Tu averigües Ele averigüe Pós-Acordo averigüe ou averigüe averigües ou averigües averigüe ou averigüe 17 LÍNGUA PORTUGUESA - CURSO l1 DIRETRIZ Nós averigüemos averiguemos Vós averigüeis averigueis Eles averigüem averíguem ou averiguem Presente do Subjuntivo Hoje Eu obliqüe Tu obliqües Ele obliqüe Nós obliqüemos Vós obliqüeis Eles obliqüem Pós-Acordo obliqüe ou obliqüe obliqües ou obliqües obliqüe ou obliqüe obliqüemos obliqüeis obliqüem ou obliqüem O TREMA Como é hoje Emprega-se o trema para indicar que a semivogal "u" é pronunciada e átona nos grupos gue, qui, que, qui. Ex.: agüentar, redargüir, seqüestro, delinqüir. Como vai ficar O trema é inteiramente suprimido em palavras portuguesas ou aportuguesadas, mantendo-se apenas em palavras derivadas de nomes estrangeiros. Ex.: agüentar, redarquir, seqüestro, delinqüir, tranqüilo, lingüiça; mas mülleriano, de Müller. O professor Bechara, entretanto, adverte: "Com o fim do trema em palavras portuguesas ou aportuguesadas, não haverá modificação na pronúncia dessas palavras. O trema não será mais usado, mas as palavras que o possuíam continuarão a ser pronunciadas como antes." (Evanildo Bechara) O HIFEN NAS AFIXAÇOES Como é hoje a) Deve haver hífen quando os prefixos auto, contra, extra, infra, infra, neo, proto. pseudo, semi, supra e ultra se, ligam a palavras iniciadas por vogai, h, m ou n. A exceção a essa regra fica por conta de extraordinário. Ex.: auto-retrato, contra- almirante, pseudo-autor, etc. b) Deve haver hífen quando os prefixos ante. anti, arqui e sobre se ligam a palavras iniciadas por h, m ou s. Ex.: ante-sala, anti-higiênico, sobre-humano, etc, Exceções: sobressair, sobressalente, sobressalto, etc. "ixosc) Deve haver hífen quando os prefixus hiper, super e inter se ligam a palavras iniciadas por h ou r Ex .. hiper-realismo. super-homem. d) Deve haver hífen quando os prefixos ab, ad, ob, sob e sub se ligam a palavras iniciadas por r Ex.: sub-reino. Fique Ligadol Os nossos lexicógrafos e gramáticos, entretanto, sempre aconselharam o uso do hífen também nos casos em que o segundo elemento começa por h ou com a mesma letra com que o prefixo termina. Isto é b (no caso de sob, sub, ab e ob) e d (no caso de ad) e) Deve haver hífen quando os prefixos circum, mal e pan se ligam a palavras Iniciadas por vogai ou n. Ex. mal-humorado, pan- americano. Circum-adjacente, etc f) Deve haver hífen quando bem e co se ligam a palavras que tenham vida autônoma na língua ou quando a pronúncia o requeira. Ex.: bem-aventurança, co-autor, etc. Esta regra tem grande número de exceções: benfeitor, bendito, benquisto, cooperar, coordenar, etc. g) Deve haver hífen quando o primeiro elemento é qualquer um destes: além, aquém, recém; pré, pós e pró (tônicos); sem, soto (a), vice, vizo e ex(cessamento), Ex.: além-mar, pós- modemo, ex-diretor etc. h) Deve haver hífen quando uma palavra terminada por vogai acentuada grafícamente 18 LÍNGUA PORTUGUESA - CURSO 1a DIRETRIZ (ou ainda quando a pronúncia o exige) se liga a qualquer um destes sufixos: açu, guaçu, mirim. Ex.: mutum-açu, amoré-çuaçu, tuiú- rnirirn, açaí-mirim, etc. Como vai ficar a) Deve haver hífen se qualquer prefixo (ou pseudoprefixo) ante, anti, circum,co, contra, entre, extra, hiper, infra, intra, pós, pré, pró, sobre, sub, super, supre, ultra, etc.: aero, agro, arqui, auto, bio, eletro, geo, nitiro inter, macro, maxi, micro, mini, iiiulti, neo, per, pluri, proto, pseudo, retro, semi, tele, etc. se liga a elemento iniciado por h. Ex.: super- homem, extra-humano, co-herdeiro, semi- hospitalar, etc. Fique Ligadol Não ocorre hífen quando o primeiro é dês ou in. Ex.: desumano, infiel, etc. e) Se o prefixo (ou pseudoprefixo) termina em vogai, o hífen deve ser usado em duas circunstancias: se o segundo elemento começa por h ou pela mesma vogai com que o prefixo termina. Ex.: auto-observação, anti-ibérico, contra- almirante, anti-inflamatório, anti- inflamatóriosio, anti-higiênico, etc. Fique Ligadol 1. Nas formações com o prefixo co, este aglutina-se em geral com o segundo elemento mesmo quando iniciado por o: coobrigação, coocupante, coordenar, cooperação, cooperar, etc. 2. Nas formações em que o prefixo ou pseudo prefixo termina em vogai e o segundo elemento começa por r ou s, devem estas consoantes duplicar-se, Assim: antirreligioso, antissemita, etc. c) Deve haver hífen se os prefixos circum e pan se ligam a palavras iniciadas por vogai, h, m ou n. Ex.: circum-escolar, circum-murado, pan- africano, etc. Fique Ligadol Especialistas defendem a inclusão das consoantes b e p, Ex.: pan-brasileiro, pan- psiquismo, etc. Ressaltemos, contudo, que nossos dicionários registram, já há um bom tempo, a forma pampsiquismo. d) Deve haver hífen quando os prefixos hiper, inter e super se ligam a palavras iniciadas por h ou r. Ex.: hiper-requintado, super-raivoso, etc. e) Deve haver hífen, independentemente do segundo elemento, quando se fazem presentes os seguintes prefixos: pré, pós e pró (tônicos); soto(a), vice, vizo e ex(cessamento). Ex .. ex- mulher, pré-vestibular, pós-graduação, etc. f) Deve haver hífen quando uma palavra terminada por vogai acentuada grafícamente (ou ainda quando a pronúncia o exige) se liga a qualquer um destes sufixos: açu, quaçu, mirim. Ex: mutum-açu, amoré-guaçu, tuiú-mirim, açaí- mirim, capim-açu, etc O HÍFEN NAS COMPOSIÇÕES m Como é hoje Deve haver hífen nas palavras compostas por justaposição cujos elementos (substantivos, adjetivos, numerais ou verbos) constituem uma nova unidade morfológica e de sentido, mantendo o acento próprio, ainda que o primeiro elemento esteja reduzido: ano-luz, tio-avô, arco- íris, etc. Como vai ficar A regra não sofreu alteração, e o novo Acordo arrola os seguintes exemplos: ano-luz, arcebispo-bispo, arco-íris, decreto-lei, médico- cirurgião, rainha-cláudia (tipo de ameixa), tenente-coronel, tio-avô, turma-piloto, alcaide- mor, amor-perfeito, guarda-noturno, mato- 19 LÍNGUA PORTUGUESA - CURSO l" DIRETRIZ grossense, norte-americano, porto-alegrense, sul-africano, áfro-asiático, afro-1 uso-brasileiro, azul-escuro, luso-brasileiro, primeiro-ministro, primeiro-sargento, primo-infeção, segunda- feiram, conta-gotas, fínca-pé, guarda-chuva. O Acordo, entretanto, acrescenta o seguinte: "Certos compostos, em relação aos quais se perdeu, em certa medida, a noção de composição, grafam-se aglutinadamente: girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedista, etc." A imprecisão do conteúdo desse "acréscimo" levou Bechara, Azeredo e outros grandes expoentes de nossa língua a nos aconselharem o seguinte: Os outros compostos com as formas verbais "para" e "manda" seguirão separados por hífen conforme a tradição lexicográfica. Por isso mesmo, no Dicionário Escolar da Academia Brasileira de Letras, Companhia Editora Nacional, encontram-se as seguintes grafias: para-brisa(s), para-choque(s), para-lama(s), para-raio(s), manda-lua, manda-tudo, etc. O HÍFEN NAS COMPOSIÇÕES (11) Em relação a nomes de lugar (topônimos) e de espécies botânicas e zoológicas, o novo Acordo Ortográfico estabelece o seguinte: Emprega-se o hífen nos topônimos compostos, iniciados pelos adjetivos grã, grão, por forma verbal ou cujos elementos estejam ligados por artigo: Grã-Bretanha, Grão-Pará; Abre-Campo; Passa-Quatro, Quebra-Costas, Quebra-Dentes, Traga-Mouros, Trinca-Fortes; Albergaria-a-Velha, Baía de Todos-os-Santos, Entre-os-Rio s, Montemor-o-Novo, Trás-os- Montes. Os demais topônimos compostos são escritos sem hífen: América do Sul. Duas exceções: Guiné-Bissau e TimorLeste. Emprega-se o hífen nas palavras compostas que designam espécies botânicas e zoológicas: batata-inglesa, bem-te-vi, etc. O HÍFEN NAS COMPOSIÇÕES Emprega-se o hífen quando o primeiro elemento da palavra composta for bem ou mal e o segundo elemento começa por vogai ou h: bem-apanhado, bem-humorado, mal -habituado, mal-estar; Fique ligadol 1. O advérbio bem pode ou não aglutinar-se ao segundo elemento ainda que este comece por consoante: bem-nascido (cf. mamascido). benfeitor, bem-vindo. 2. No caso de mal, a tradição lexicográfica recomenda haver hífen, quando o segundo elemento começar também com 1. Ex. mal-limpo. Assim aparece, por exemplo, no próprio Dicionário Escolar da ABL, edição já pós-reforma. Deve haver hífen quando o primeiro elemento for qualquer um destes: além, aquém, recém e sem. Ex.: além-túmulo, recém-nascido, sem-teto. O hífen pode ser usado também para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando, não propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares. Ex.: a ponte Rio-Niterói, o vôo Brasil -França, etc. RESUMO Item Dupla grafia de alguns oxítonos Hoje bebê nene bidê crochê guichê matinê purê rape cocô judô A partir de 2013 bebê ou bebê nene ou nene bidê ou bidê crochê ou crochê guichê ou guichê matinê ou matinê purê ou purê 20 LÍNGUA PORTUGUESA - CURSO 1a DIRETRIZ Dupla grafia de alguns paroxítono s Dupla grafia de alguns proparoxítonos . . - Argüir e redargüir metrô • sêmen fêmur pônei pênis tênis bônus ônus acadêmico anatômico cênico cômodo fenômeno gênero topônimo Amazônia Antônio blasfêmia fêmea gêmeo gênio tênue eu arguo tu argüis ele argüi eles argüem eu averiguo rape ou rape cocô ou cocô judô ou judô (paroxítono metrô ou metro (paroxítono) sêmen ou sêmen fêmur ou fêmur pônei ou pônei pênis ou pênis tênis ou tênis bônus ou bônus ônus ou ônus acadêmico ou acadêmico anatômico ou anatômico cênico ou cênico cômodo ou cômodo fenômeno ou fenónimo gênero ou gênero topônimo ou topônimo Amazônia ou Amazônia Antônio ou Antônio blasfêmia ou blasfêmia fêmea ou fêmea gêmeo ou gêmeo gênio ou gêmeo tênue ou tênue eu arguo tu argüis ele argui eles argüem eu averiguo ou Verbos terminados em guar, quar e quir Trema é abolido Grafia de bibliônimos tu averiguas ele averigua eles averiguam freqüente seqüestro Memórias Póstumas de Brás Cubas averiguo tu averiguas ou averiguas ele averigua ou averigua eles averiguam ou averiguam freqüente seqüestro Memórias Póstumas de Brás Cubas ou Memórias póstumas de Brás Cubas A palavra deve ser grafada com hífen se o prefixo se liga a um elemento começado por h. com hífen se o prefixo termina em vogai e o 2° elemento começa por h ou pela mesma vogai sem hífen, se o prefixo termina Exemplos super- homem extra- humano co-herdeiro pré-história pan- helenismo semi- hospitalar auto- observação anti- ibérico contra- almirante anti- inflamatório anti- higiênico antireligioso Observações Esta é a regra geral. Há, contudo, exceções: os prefixos dês e in não são hifenizados: Desumanos, infiel, etc. Observe que sempre haverá hífen. Cuidado merecem os prefixos co e ré, que, em geral se juntam ao 2° elemento: coabitar, coobrigação, cooperar, reencamar, reaver, reeducar, etc. Observe que as 21 LÍNGUA PORTUGUESA - CURSO l" DIRETRIZ em vogai e o 2° elemento começa por r ou s com hífen, se o prefixo é circum ou pun e o 2° elemento começa por h, vogai, m, n. com hífen, se o prefixo é soto(a), vice, vizo, ex(cessamento) , pré, pró ou pós. com hífen, se o prefixo é super, hiper, inter, e o 2° elemento começa por h ou r. com hífen se o prefixo é ad, :ib, ob,sob, ou sub, e o 2° elemento começa por h ou r. com hífen, se bem ou mal se ligam a elemento iniciado por vogai ou h; antissemita circum- escolar circum- murado pan- africano pan- americano circum- hospitalar soto -ministro ex-marido pré-natal pós-reforma super- resistente hiper-realista ab-rogar sub- humano sub-réptil bem- humorado mal- habituado bem-estar mal-estar consoantes dobram. Bechara defende o hífen também seo2° elemento começa por b ou p: pan- psiquismo. Mas os dicionários há muito registram a forma pampsiquismo. Os prefixo átonos pré, pró e pôs nunca são hifenizado. Ex.: prever, propor, pospor, etc. A regra deve ser estendida a casos similares: nuper (recente) ou ciber(espaço. Também há hífen, se o 2° elemento começa pela mesma consoante final do prefixo: sub-base, ad- digital, etc. O advérbio bem tem comportament o irregular, segundo a tradição: bem- nascido, bem- sem hífen, se o composto perdeu a noção de composição com hífen, se é um topônimo envolvendo grã, grão, verbo ou artigo. com hífen, se a palavra designa alguma espécie botânica ou animai. sem hífen nas locuções substantivas, adjetivas, pronominais, adverbiais, prepositivas ou conjuncionais. parquedas paraquedism 0 mandavhuva grã- Bretanha grão-Pará. abre-campo entre-os-rios batata- inglesa feijão-preto bem-te-vi pica-pau cão de guarda fim de semana sala de jantar cor de açafrão por isso a fim de que vindo, benfeitor, etc. Mas continuam com hífen: pára-choque, para-lamas, para-raios, manda- tudo. etc. Exceções: Guiné-Bissau e Timo-leste também são hifenizado s. Lógico: não há hífen em aplicação diversa. Eu bem te vi hoje. Casos consagrados (são muitos e quase sempre propensos a divergências): água-de- colônia, arco- da-velha, cor- de-rosa, mais- que-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa, etc. 22 LÍNGUA PORTUGUESA - CURSO 1a DIRETRIZ EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1 - (Univ. Fed. Ouro preto-MG) A palavra em que a acentuação ocorre unicamente em vista da presença do hiato é: a. Cocaína b. Estaríamos c. Galáxias d. Platéia e. Zoólogos 2 - (PUC) Aponte a palavra acentuada pela mesma regra de "inevitável". a. Política b. Verificáveis c. Países d. Contrário e. Fácil 3 - (Eletronorte - NCE) Duas palavras que são acentuadas em função da mesma regra são: a. Sanduíche / rápido b. Água / família c. Pátria / saída d. Você / três e. Cafeína / café 4 - (NCE) A forma verbal "há" leva acento ortográfico porque: a. É um monossílabo átono; b. É uma forma verbal; c. É palavra sem valor semântico; d. É monossílabo tônico terminado em "a"; e. A vogai "a" tem timbre aberto. 5 - (CM - 1° grau) Os acentos das palavras subúrbio e revólver explicam-se, respectivamente, porque se têm de acentuar os: a. Paroxítonos terminados em ditongo e os terminados em "r"; b. Paroxítonos terminados em ditongo oral e os terminados em "r"; c. Proparoxítonos terminados em ditongo oral e os paroxítonos terminados em "r"; d. Proparoxítonos terminados em ditongo e os paroxítonos terminados em "r"; e. Paroxítonos terminados em ditongo oral e os oxítonos terminados em "r". 6 - (AFÃ) observe a acentuação destas palavras: além, artística, botânica, cadavérica, é, está, fácil, gênio, há, imutável, já, Luís, ponderável, só, também, vocabulário. Assinale a opção em que a acentuação de cada palavra se explica por uma regra específica, distinta das regras das demais palavras da alternativa: a. Há-já-é-só b. Botânica - além - fácil - Luís c. Imutável - está - cadavérica - artística d. Também - gênio - ponderável - vocabulário 7 - (NCE) A alternativa em que as duas palavras destacadas recebem acento gráfico pela mesma razão é: a. Público - órgãos b. Também - vêem c. É-à d. Polêmicas - difícil e. Língua - controvérsias 8 - (NCE) A forma verbal têm aparece acentuada graficamente com acento circunflexo pela mesma razão de uma das palavras a seguir. Qual? a. Pôde b. Lêem c. Contém d. Vê e. vêm 9 - (NCE) Que par de palavras abaixo não tem sua acentuação gráfica justificada com base na mesma regra? a. Súditos - fábrica b. Denúncia - consciência c. Está-ia, j d. Útil - agradável e. País - saúde 23 LÍNGUA PORTUGUESA- CURSO l' DIRETRIZ 10 - (UFRJ) O vocábulo "pôs" leva acento gráfico pelo mesmo motivo de uma das palavras a seguir. Qual? a. Pôr b. Está c. Três d. Compôs e. Têm 11 - (TRE-MT) Segue a mesma regra de acentuação de país a palavra: a. Saúde b. Aliás c. Táxi d. Grêmios e. Heróis 12 - (TRE-ES) "Aí" é acentuada pelo mesmo motivo de: a. Aqui b. Dá c. É d. Baú e. Porém 13 - (NCE) A palavra países leva acento porque: a. É proparoxítona; b. É paroxítona com hiato; c. O "i" é tônico como segunda vogai do hiato; d. Apresenta ditongo aberto; e. É paroxítona terminada em "s". 14 - (TRE-RJ) A alternativa que apresenta erro quanto à acentuação em um dos vocábulos é: a. Lápis-júri b. Bônus - hífen c. Ânsia - série d. Raízes - amável e. Anhangabaú - bambu 15 - (Inspetor de Policia - Policia Civil - NCE) O item em que aparece um par de vocábulos acentuados grafícamente por motivos distintos é: a: Há-pôr; b. Universitários-raciocínio; c. Cocaína - heroína; d. Lógica - hábito; e. Demonstrá-la - aliás. 24 LÍNGUA PORTUGUESA - CURSO T DIRETRIZ CRASE - ACENTO GRAVE A crase é a Junção do A (preposição) + A (artigo). Logo, se temos um artigo A ou AS é porque temos um substantivo feminino posterior a este artigo. Por este motivo nunca poderá haver crase antes de verbo, pronomes pessoais ou quaisquer outras palavras que impossibilitem a utilização do artigo. Há três regras básicas que precisam ser compreendidas por todos aqueles que queiram utilizar corretamente o acento grave: PRIMEIRA REGRA BÁSICA Se substituirmos o substantivo feminino por um substantivo masculino e o termo que preceder este substantivo passar de A para AO é porque leva crase. Ex: Entregamos a prova a diretora. Entregamos o teste ao diretor. SEGUNDA REGRA BÁSICA Percebemos que antes do primeiro substantivo (prova-teste) só há o artigo, pois passou de A para O, então não devendo haver crase neste caso. No entanto, antes do segundo substantivo (diretora-diretor), o termo passou de A para AO, o que caracteriza a existência tanto da preposição quanto do artigo, conseqüentemente formalizando a crase. Portanto, a frase correta seria: "Entregamos a prova à diretora." Quando houver verbos que derem idéia de locomoção, não se pode aplicar aquela primeira regra básica. A "dica" exata para este caso é o de transformar a frase "ir a", "locomover-se a", "dirigir-se a" por "volto". Aparecendo depois deste verbo a palavra "de", não há crase: aparecendo "da", há crase. Ex: Fui a Ipanema. Fui a Bahia. Em "Fui a Ipanema", não há crase porque eu substituo por "volto de "Ipanema": no entanto, em "fui a Bahia", substituo por "volto da Bahia", caracterizando o uso da crase. Portanto, o correto seria "Vou à Bahia". TERCEIRA REGRA BÁSICA Pode haver também a utilização do acento grave, quando se junta a preposição A com os pronomes demonstrativos AQUILO, AQUELE, AQUELES, AQUELA e AQUELAS. A "dica" para se discernir se há crase ou não antes destes pronomes demonstrativos é substituir por outro pronome demonstrativo (isto, este, estes, esta, estas, isso, esse, esses, essa, essas). Caso apareça a preposição A é porque há a crase, caso contrário, a crase não existirá. Ex: Eu me referi aquilo. (Eu me referi a isso.) Como substituí e apareceu a preposição é porque há a crase. O certo é: "Eu me referi àquilo." Vendi aqueles brinquedos. (Vendi estes, brinquedos.) Como substituí e não apareceu a preposição é porque não há a crase e a frase já está correta. Aquele lugar eu não vou. (A este lugar não vou.) Como substituí e apareceu a preposição é porque há a crase. O certo é: "Aquele lugar eu não vou". Aquele livro eu não li. (Este livro eu não 1Í.) Como substituí e não apareceu a preposição é porque não há a crase e a frase já está correta. Fique ligadol 1) Nunca haverá crase antes da palavra terra, quando esta significar terra firme,solo, chão. Ex: Depois de dois meses no mar. voltei a terra. Não houve crase nesta frase, pois a palavra terra aí significa terra firme. 2) Expressões craseadas: à toda. à tona. à janela, à beca. à direita (ou à esquerda), à solta, à vontade, às claras, às vezes, às custas de, à força, à uma, à procura, à luz (dar à luz), à distância de, à cata, à mesa, às segundas. 3) Utilização de crase com palavra implícita. Ex: Ele se veste à (moda de) Luís XV. Ele foi à (indústria) Fiat. 4) Antes de hora. a) hora do relógio usa-se a crase. 25 LÍNGUA PORTUGUESA- CURSO l'DIRETRIZ Ex: Ele chegou às duas c quinze. Ele chegou à uma. Ele virá às três. b) Tempo - usa-se o verbo "haver" Ex: Ele chegou há uma hora atrás. Ele já chegou há quinze minutos. c) tempo futuro - usa-se a preposição A. Ex: Ele chegará daqui a dez minutos. 5) Em relação ao verbo PREFERIR, o uso tanto dos advérbios MAIS e MENOS quanto da preposição DE é totalmente INADEQUADA. A preposição que deverá ser utilizada nesta ocasião é A. Interessante também é observar que o critério para os elementos comparados há de ser o mesmo; portanto se antes de um termo houver a ocorrência de artigo, antes do outro também terá que haver; caso contrário a inocorrência do artigo haverá de ser anterior aos dois substantivos. Ex.: Prefiro televisão a rádio. Prefiro a televisão ao rádio. Prefiro rádio a televisão Prefiro o rádio à televisão 6) Retornando à situação relativa ao critério de construção de um período quando houver dois ou mais elementos numa mesma estruturação sintática - vide item 5 -observe: "Trabalho de domingo a sábado". Antes do termo DOMINGO há apenas a ocorrência da preposição DE, por isso apenas a ocorrência da preposição A antes do termo sábado. "Trabalho do domingo ao sábado." Antes do termo DOMINGO há a ocorrência da contração da preposição DE com o artigo O, sendo assim antes do termo sábado a ocorrência do artigo se faz necessária. "Trabalho de segunda a sexta." Não há artigo antes SEGUNDA e SEXTA, somente as preposições DE e A. "Trabalho da segunda à sexta." Há o artigo antes de ambos os termos, daí a explicação da existência da crase. "Trabalho de duas a oito horas." Não há artigo antes de duas nem antes de oito. "Trabalho das duas às oito horas." Há artigo contraído com a preposição antes de duas e antes de oito, justificando assim a ocorrência do acento grave. Fique ligadol E importante também esclarecer que estes dois últimos exemplos aludidos possuem valores semânticos diferentes. Em "Trabalho de duas a oito horas.", o significado da frase indica que o período mínimo de trabalho é de duas horas e o máximo de oito. Já em "Trabalho das duas às oito horas."; o valor do período é de que o meu trabalho tem inicio impreterivelmente às duas e finaliza também impreterivelmente às oito horas 7) O uso do artigo antes de pronome possessivo é facultativo. Ex: Pedi um favor a (ou ao) meu tio. Pedi um favor a (ou à minha tia). Pedi um favor a (ou às) minhas primas. Fui à (ou a) sua casa. Fui a (ou às) suas casas. 8) Normalmente é facultativo o uso do artigo antes de substantivos no plural. Ex: Sou contrário a atos grosseiros. Sou contrário aos atos grosseiros. Sou contrário a ações grosseiras. Sou contrário às ações grosseiras. 9) Não há crase antes de Nossa Senhora e nomes de santos (não podem possuir artigos) Ex: Fui a Santa Maria. Pedi ajuda a Santa Edwiges. Referi-me a Nossa Senhora. Pedi um favor à santa. 10) Antes de Virgem Santíssima, pode haver crase. Ex: Sempre orei à Virgem Santíssima. 11) Não haverá crase no meio de termos iguais. Ex: Cara a cara. Olho a olho. Boca a boca. 12) Utilização de crase antes de quai Para que haja crase antes desta palavra é fundamental que a regência peça a preposição A e o termo antecedente seja um substantivo feminino. Ex: Esta foi a notícia à qual fiz referência. 26 LÍNGUA PORTUGUESA - CURSO l" DIRETRIZ Observe que "fazer referência" exige a preposição a e o termo antecedente do pronome relativo é um substantivo feminino. Ex: É linda a cidade à qual eu fui ontem. Fique ligado1. E importante esclarecer que neste caso não há ocorrência da contração de preposição com pronome relativo, mas sim da preposição A com a parte integrante do pronome relativo A (A QUAL). 13) Somente pode haver crase antes do que quando houver uma palavra implícita feminina e a regência exigir a preposição A, Aludi a essa novela e à (novela) que acabou nesta semana. Fui à Cidade Maravilhosa e à (cidade) que tu me recomendaste. Fique ligado\ Gramaticalmente, a existência deste caso de crase demarca a ocorrência do encontro da preposição A com o pronome demonstrativo A. À leitura dos exemplos acima também se poderia proceder da seguinte forma: "Aludi a essa novela e à (àquela) que acabou nesta semana," Fui à Cidade Maravilhosa e à (àquela) que tu recomendaste. 14) O artigo é facultativo antes de África, Europa, Espanha, França, Holanda, Escócia etc. Ex: Fui à (ou a) França. - Volta da (ou de) França. Quero ir à (ou a) Espanha. - Volta da (ou de) Espanha. 15) Depois da preposição ATÉ, o uso da preposição A é facultativo. Ex. fui até o (ou ao) Leblon. Fui até a (ou à) Urca. 16) Antes de pronome de tratamento, não há artigo. Ex: Peço ajuda a Vossa Excelência. Fique ligado\ Os pronomes de tratamento SENHORA, SENHORITA, DAMA, DONA e MADAME admitem a presença de artigo. Haverá a crase se a regência exigir a preposição A. Ex. Eu vi a senhora (o senhor) ontem. Peço um favor à senhora (ao senhor). EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1 - (CM-3° Grau) Ocorre uma situação de crase facultativa na opção: a. Nenhum deles vem a ser exatamente o brasileiro. b. Pedi um favor a Julia. c. A rainha da Inglaterra, a qual tem já idade avançada, está, não obstante, muito bem. d. Comemorar o "descobrimento" é, no fundo, reforçar a visão colonialista. e. Evite ficar devendo dinheiro a essa empresa de crédito. 2 - (CM-3° Grau) o acento grave da crase foi empregado erroneamente em: a) Essa proposta não visa à pura e simples cura da doença. b) Ele enviou ontem um ofício à secretaria de Cultura. c) Essas qualidades são indispensáveis à atividade de pesquisador. d) Entreguei o requerimento à uma funcionária que trabalha nesta sala. e) A funcionária acompanhou o cliente até à porta 3 - (CN-2° Grau) A seqüência que preenche corretamente as lacunas da frase "Os juizes federais __ três semanas, começaram discutir _ quem cabe administrar os depósitos judiciais, tarefa _ _ muito atribuída Caixa Econômica Federal" é: a. a, há, a, há, a; b. a, há, à, a, há; c. há, a, a, há, a; 27 LÍNGUA PORTUGUESA - CURSO 1a DIRETRIZ d. há, à, a, há, à e. há, a, a, há, à 4 - (TRF - Atendente Judiciário) O sinal indicador da crase foi corretamente empregado na frase: "Que estivesse bem cedo junto ao edifício Brasília para assistir à coleta do lixo". Dentre as opções abaixo, porém, este sinal foi incorretamente utilizado em: a. O bom repórter não poupa elogios à higiene dos lixeiros. b. Na adolescência o motorista teria sucumbido à previsão de uma velhice pobre. c. A esperança sobrevive até mesmo à uma ou outra mutilações. d. O motorista parece dizer às pessoas da cidade: "O lixo é Vosso". e. Os metais do caminhão esplendiam à luz da manhã. 5 - (URFJ - Corregedoria Geral da Justiça) "... necessidade de se ajudarem umas às outras..." O acento grave indicativo da crase, neste caso, é resultante da: a. Presença simultânea de uma preposição e de um artigo definido feminino; b. Necessidade de se indicar a presença de um complemento diferente do anterior; c. Combinação de uma preposição com um pronome indefinido; d. Contração de uma preposição com um pronome demonstrativo; e. Obrigação de evitar-se a ambigüidade. 6 - (UM-SO) Marque o período em que o uso da crase é permitido. a. Enviei à Roma suas fotografias. b. Foi à Lapa para inaugurar a gráfica. c. Alô, franceses, chegamos à Paris. d. Viajou à Londres, a fim de rever antigo amor. e. Referimo-nos à Niterói, em nossa excursão pelo interior. 7 - (Fesp) Assinale a alternativa que completaa frase. "Após reunião, todos foram sala, para assistir chegada dos hóspedes. a. a-a-a b. à-à-à c. a -à-à d. à-a-a e. a-a-a 8 - (ESAF) Assinale a frase em que o acento indicativo de crase foi empregado incorretamente: a. Ao voltar de férias, devolverei tudo à Vossa Senhoria. b. O candidato falou às classes trabalhadoras. c. Fiquei à espera de meus amigos. d. Sua maneira de falar é semelhante à de Paulo. e. Você só poderá ser atendido ás 9 horas. 9 - (TRE-MT) O uso do acento grave (indicativo de crase ou não) está incorreto em: a. Primeiro vou à feira, depois e que vou trabalhar. b. Às vezes não podemos fazer o que nos foi ordenado. c. Não devemos fazer referências àqueles casos. d. Sairemos às cinco da manhã. e. Isto não seria útil à ela I O - (TRE-RJ) "A tensão social poderia levar- nos a duas extremas posições", das expressões que substituem a sublinhada na passagem acima, aquela cujo a pode ter o acento grave indicativo de crase é: a. a mesma posição; b. a certa posição; c. a alguma posição; d. a qualquer posição; e. a posições distintas. I 1 - (TRE-RO) I - O povo da região vai votar à pé ou à cavalo. II - pedimos à V. Excelência que não se esqueça do povão, que não o elegeu à toa. III - O cabo eleitoral dirigiu-se à ela e ensinou- lhe a copiar o nome. IV - Permaneceram reunidos à noite, face a face, a conversar. 28 LÍNGUA PORTUGUESA- CURSO l" DIRETRIZ A ocorrência de crase está corretamente indicada: a. Somente na I; b. Somente na II; c. Somente na III; d. Somente na IV; e. Somente na II e na IV. 12 - (TRE-RJ) O "a" (sublinhado) que deverá levar o acento grave indicativo de crase está na seguinte alternativa: a. Eles entregaram pizza a domicilio. b. O menino não quis ir a casa dos tios. c. A encomenda foi entregue a uma pessoa estranha. d. As moças começaram a gritar logo no início do filme. e. O fiscal não se referia a candidatas, mas a candidatos. 13 - (TTN) marque a letra cuja seqüência preenche corretamente, pela ordem de aparecimento, as lacunas abaixo: "O exame das propostas da reforma fiscal, primeira abordagem, leva __ conclusão de que __ carga tributária continuará incidir mais sobre salários e menos sobre lucros e grandes fortunas". a. à-à-a-a b. à -a-à-a c. a-a-a-à d. a -à-a-a e. a-a-à-a 14 - (AFTN) Assinale a frase na qual a palavra não deve receber o acento indicativo de crase. a. Os apelos a internacionalização da Amazônia ganham contornos de avalanche. b. Toda manhã a esta hora, depois de ler o jornal do dia, fico deprimida. c. Aquela hora morta da madrugada todos estavam recolhidos ao leito. d. Muitas reivindicações dos sindicatos trabalhistas, são semelhantes as da classe patronal. e. Os petroleiros apresentaram ao Ministro uma pauta reivindicações igual a que haviam divulgado no ano anterior. 15 - (ANA-NCE) O caso do acento grave indicativo da crase em "relacionadas à água" repete-se em: a. As águas aumentaram devido à chuva; b. Entregaram o caso à prefeitura; c. Os rios secavam à medida que o verão chegava; d. Serviam comida à população carente; e. Saíram às escondidas. 16 - (TRT) No trecho "Do décimo andar à rua", foi usado adequadamente o acento indicativo da crase. O mesmo não ocorre na frase: a. Há muito não se assistia à peças com tanto senso crítico com estas. b. Chegando-se à varanda, era possível admirar a paisagem. c. Do Leblon a Ipanema e de Jacarepaguá à Barra, todas as vias expressas estavam engarrafadas. d. O povo referia-se às nossas praias como redutos de esgoto e mau cheiro. e. As ondas dirigiam-se à direita e à esquerda do palanque sobre a areia. 17 - (Técnico judiciário Administrativo GO 2003-Fundec) Assinale a alternativa em que ocorre o uso indevido da crase. a. O professor dirigiu-se à sala. b. Maria fez uma promessa à Nossa Senhora. c. Refiro-me àquilo que vi. d. O prisioneiro fugiu às pressas. 18 - (TRT-FCC) Segundo pesquisas recentes, os brasileiros parecem estar sempre dispostos oferecer mais horas de trabalho __ empresas, o que muitas vezes pode levá-los _um esgotamento físico e mental. a. à-às-à b. à-as-a c. a-as-à 29 LÍNGUA PORTUGUESA- CURSO l" DIRETRIZ d. a-às-a e. a-as-a CLASSE DAS PALAVRAS Na língua portuguesa há dez classes de palavras: substantivo, artigo, adjetivo, numerai, pronome, verbo, advérbio, preposição, conjunção, interjeição. As seis primeiras classes são variáveis, isto é flexionam-se em gênero, número, etc.; as quatro outras são invariáveis. SUBSTANTIVO Estrela, Lua, floresta, amizade, ódio, beija- flor, Deus, Diabo, Brasil e livraria são seres que existem ou que imaginamos existir. Em português, qualquer ser que existe ou que imaginamos existir recebe o nome de substantivo. Tipos de Substantivo O substantivo pode ser: comum - quando se refere a todos os seres de uma mesma espécie. Ex.: jornal (esse nome se refere a toda a espécie jornal), cidade (esse nome identifica toda a espécie cidade). próprio - quando se refere a um só ser de uma mesma espécie. Ex.: O Globo (esse nome identifica a um só ser da espécie jornal), Recife (esse nome identi- fica um ser da espécie cidade). simples - quando formado por um só radical. Exemplos: flor, couve, moleque, pé. composto - quando formado por mais de um radical. Ex.: couve-flor, pé-de-moleque. primitivo - quando dá origem a outros substantivos... Ex: carro. derivado - quando se origina de outro substantivo, o primitivo. Ex.: carroça, carroceiro, carretei, carruagem, carriola, carrossel, etc. concreto - quando indica um ser de existência independente, real ou não. Ex.: beija-flor, estrela, ar. Deus, alma, lobisomem, fada. abstrato - quando indica um ser de existência dependente, isto é, ser que não existe no mundo exterior, mas apenas em nossa consciência. Ex.: amor (existe noutro ser; é, portanto, ser dependente), saudade (não existe no mundo exterior), inveja (existe apenas na consciência das pessoas), ódio, etc. Entre os substantivos comuns se encontram os coletivos, que, embora estejam no singular, indicam vários seres da mesma espécie. Ex.: exército (muitos soldados), manada (muitos elefantes, ou muitos cavalos, ou muitos búfalos, etc.). Toda e qualquer palavra antecedida de um artigo se toma automaticamente um substantivo: o não, um sim, o amanhecer, um cinco, etc. FLEXÃO DOS SUBSTANTIVOS Os substantivos flexionam-se para indicar o gênero, o número e o grau. GÊNERO 30
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