Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PÁG.1 Professor do Município VSjun20 PÁG.2 PÁG.1 LÍNGUA PORTUGUESA Instagram: www.instagram.com/ten.prof.edvaldo ÍNDICE Fonologia ................................................................... 01 Acentuação Gráfica ................................................... 04 Uso do Hífen.............................................................. 10 Relações Lógico-Semânticas do Discurso ................ 13 Valor semântico dos Conectivos ............................... 19 Valor Semântico dos Adjuntos Adverbiais ................. 20 Flexão dos Nomes ..................................................... 25 Pronomes .................................................................. 27 Colocação Pronominal .............................................. 28 Verbos ....................................................................... 30 Vozes Verbais ........................................................... 34 Emprego dos Verbos ................................................. 35 Regência ................................................................... 39 Crase ......................................................................... 44 Sujeito e Predicado ................................................... 45 Concordância ............................................................ 50 Período Composto ..................................................... 54 Pontuação ................................................................. 59 Compreensão e Interpretação Textual ...................... 62 Tipologia Textual ....................................................... 64 VAI DAR CERTO ten.prof.edvaldo@bol.com.br Fonologia É o estudo funcional dos fonemas de uma língua. Fonemas e letras Fonema é a menor unidade sonora que se pode isolar no interior de uma palavra. O fonema possui a propriedade de estabelecer distinção entre palavras de uma língua. Tia/dia manto/mato caro/carro bola/bela fico/fixo Observando os pares acima, podemos concluir que: O fonema pode ser representado por uma única letra. O fonema pode ser representado por mais de uma letra. Uma letra pode representar mais de um fonema. Na língua escrita, os fonemas são representados por si- nais gráficos denominados letras. Além de letras, utiliza- mos notações léxicas (acentos gráficos, til, cedilha) para representar fonemas. Dígrafos Dígrafos ou digrama é o encontro de duas letras para re- presentar um único fonema. Dígrafos consonantais Ch / lh / nh / rr / sc / sc / ss / xc / gu / qu. Ex.: chuva, telha, rainha, carro, crescer, cresço, pêsse- go, excelente, guerra, esquentar. Dígrafos vocálicos Am, an, em, en, im, in, om, on, um, un. Ex.: tampa, canto, tempo, tenente, limpo, tinta, pomba, tonta, Jumbo, fundo. Classificação dos fonemas Os fonemas classificam-se, de acordo com a forma com que são emitidos, em vogais, consoantes e semivo- gais. Vogais são fonemas que resultam da livre passagem da corrente de ar pela boca, ou pela boca e cavidades nasais. PÁG.2 São representados pelas letras a, e, i, o, u e pelos dígra- fos vocálicos e funcionam sempre como base da sílaba. Não existe sílaba sem vogal. Consoantes são fonemas que resultam de algum obstá- culo encontrado pela corrente de ar. Só formam sílaba quando apoiadas em uma vogal os fonemas consoantes são representados pelas letras: b, c, d, f, g, j, l, m, n, p, q, r, s, t, v, x, z e pelos dígrafos consonantais. Semivogais são os fonemas /j/ e /w/. cuja articulação é semelhante à das vogais e que se juntam a uma vogal para com ela formar sílaba, São representados pelas le- tras e, i, o, u, quando pronunciadas de forma átona. Classificação das vogais Segundo a NGB, as vogais devem ser classificadas de acordo com quatro critérios: Quanto à zona de articulação Anteriores – e, i. Médias – a. Posteriores – o, u. Quanto ao timbre Abertas – casa, pele, loja. Fechadas – mesa, sino, porto, pura. Reduzidas – casa, tenente, menino. Quanto ao papel da cavidade bucal e nasal Orais – maré, pele, livro, loja, música. Nasais – órfã, empresa, ímã, ombro, penumbra. Quanto à intensidade Tônicas – casa, pele, lobo. Átonas – casa, pele, lobo. Classificação das consoantes A NGB classifica as consoantes da seguinte forma: Quanto ao modo de articulação Oclusivas Construtivas – fricativas, laterais e vibrantes. Quanto ao ponto de articulação Bilabiais Labiodentais Linguodentais Alveolares Palatais Velares Quanto ao papel das cordas vocais Surdas Sonoras Quanto ao papel das cavidades bucal e nasal Orais Nasais Encontros vocálicos Há, em português, três espécies de encontros vocálicos: ditongo, tritongo e hiato. Ditongo É o encontro de uma vogal e uma semivogal numa mesma sílaba, ou vice-versa. Não podemos ter duas vogais na mesma sílaba. Os ditongos podem ser: a) Crescentes – a semivogal vem antes da vogal. (ré- gua). b) Decrescentes – a vogal vem antes da semivogal. (pai). c) Orais – quando a vogal é oral. (mágoa). d) Nasais – quando a vogal é nasal. (falaram). Tritongo É o encontro de semivogal + vogal + semivogal numa mesma sílaba. Os tritongos podem ser: a) Orais – Paraguai, averiguei, enxaguou. b) Nasais – saguão, enxáguam, águam, enxáguem, saguões. Hiato É o encontro imediato de duas vogais, cada uma delas pertencendo a uma sílaba distinta: Ra-iz, ru-im, Sa-a-ra, pa-ul. Encontros consonantais Encontros consonantais são grupos formados por mais de uma consoante sem vogal intermediária. Podem ser: a) Perfeitos – as consoantes pertencem à mesma síla- ba. Blu-sa, pra-to, psi-co-lo-gi-a, crí-ti-ca. b) Imperfeitos – as consoantes pertencem a sílabas diferentes. Af-ta, ab-so-lu-to, rit-mo, pac-to. PÁG.3 Divisão silábica A divisão das sílabas de uma palavra é feita pela sole- tração. A separação é marcada pelo hífen (-). Convém observar as seguintes regras: a) Não se separam os ditongos e os tritongos. Au-ro-ra, U-ru-guai. b) Separam-se as vogais que formam um hiato. Ra-i-nha, ca-a-tin-ga, co-or-de-na-ção. c) Palavras como teia, maio, praia, meia e balaio são separadas assim: Tei-a, mai-o, prai-a, mei-a, ba-lai-o. d) Não se separam os dígrafos ch, lh, nh, gu, qu: Fi-lho, ma-nhã, fo-gue-te e) Não se separam os encontros consonantais perfeitos. a-plau-so, li-vrei-ro, bra-sa. f) Os demais encontros consonantais devem ser sepa- rados: Ed-val-do, Dig-no, rit-mo, oc-ci-pi-tal, ap-to, af-ta. g) Sempre se separam os dígrafos rr, ss, sc, xc, sc: As-cen-são, ex-ce-ção, car-ro-ça, des-ça, as-sas-si-no. Atenção para as seguintes palavras: Sub-lin-gual, sub-le-gen-da, ab-rup-to, su-bes-ti-mar, tungs-tê-nio, su-bo-fi-ci-al, subs-tan-ti-vo. Praticando com Edvaldo 01. (Consulpam 2019) Marque abaixo o item onde todas as palavras estão silabicamente separadas de forma CORRETA: A) A-ca-de-mi-a, re-fei-tó-rios, u-ti-li-tá-ri-o. B) Re-fe-i-tó-ri-os, a-po-i-o, ex-ce-lên-ci-a. C) ba-ir-ros, es-tá-di-os, ter-i-na-men-to. D) Man-ti-que-i-ra, um-se-u, ma-io-res. 02. (Cetrede 2019) Está CORRETA a divisão silábica de todas as palavras da alternativa A) Subs-tra-to / pers- pi-caz / ab-ro-gar. B) Ab-sces-so / ab-ru-pto. C) Feld-spa-to / des-in-to-xi-car. D) A-mné-sia / su-bli-nhar / zoo-bi-o-lo-gia. E) In-ex-au-rí-vel / ar-te-rios- cle-ro-se. 03. (Cetrede 2019) Nas palavras blusa, prato e pardo, encontra-se A) ditongos crescentes. B) encontros consonantais. C) hiatos. D) ditongos decrescentes. E) dígrafos. 04. (Cetrede 2019) As palavras também, igual, pia e égua possuem, respectivamente,A) ditongo crescente, ditongo crescente, hiato e ditongo crescente. B) dígrafo, tritongo, ditongo, e ditongo. C) ditongo decrescente, tritongo, hiato e ditongo cres- cente. D) ditongo, ditongo, ditongo e ditongo. E) ditongo decrescente, ditongo crescente, hiato e ditongo crescente. 05. (Cetrede 2016) Assinale a alternativa em que todos os vocábulos apresentam um dígrafo. A) Queijo, flecha, torresmo, piscina. B) Nascer, patriarca, tosse, também. C) Cachecol, ficha, prateleira, guerra. D) Tóxico, pretensão, carroça, bondade. E) Grandeza, florescer, misto, quitanda. 06. (Cetrede 2016) Marque a opção que apresenta encon- tro consonantal. A) Lenço. B) Guerra. C) Chumbo. D) Francês. E) Cachorro. 07. (UECE 2016) Analisando a palavra “TOCHA”, pode-se afirmar corretamente que há A) mais letras do que sons. B) 4 letras e 5 sons. PÁG.4 C) 4 letras e 4 sons. D) mais sons do que letras. 08. (Consulpam 2015) Assinale a alternativa em que to- das as palavras estão separadas corretamente: A) a-ve-ri-guei, Pi-au-í, mag-ní-fi-co B) sa-iu, p-neu, Jó-ia C) tun-gstê-nio, re-lap-so, pers-cru-tar D) at-mos-fe-ra, e-gi-pcio, pers-pi-caz 09. (Consulpam 2014) O substantivo soalheira apresenta: A) Um hiato e um ditongo oral decrescente. B) Dois ditongos, um oral crescente e um oral decrescen- te. C) Dois hiatos. D) Um hiato e um ditongo oral crescente. 10. (Consulpam 2014) A separação silábica das palavras está CORRETO em: A) Pés.si.mo, pro.fes.so.ra, vi.es.se B) Vies.se, ain.da, fre.guês C) Fre.gu.ês. a.in.da. pe.ssi.mo D) Qu.an.do. fre.gu.ês. vi.es.se Acentuação Gráfica As regras de acentuação gráfica procuram reservar os acentos para as palavras que se enquadram nos padrões prosódicos menos comuns da língua portuguesa. Disso, resultam as seguintes regras básicas: PROPAROXÍTONAS - são todas acentuadas. lâmpada – Atlântico – Júpiter – ótimo - flácido – PAROXÍTONAS - São acentuadas as que terminam em: ã, ãs, ão, ãos (foca um) ímã – órfã – ímãs – órfãs – bênção - órgão - órfãos Ons, us, um, uns, (foca dois) vírus – bônus – álbum - parabélum (arma de fogo) ps, r x, n, l, i, is (Pássaro RouXiNoL Ítalo ISraelita) Fórceps – éter – tórax - hífen – útil - júri – oásis • Ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou não de s. água – árduo - pônei – vôlei – cáries – mágoas OXÍTONAS – são acentuadas as que terminam em: a, as Pará – vatapá – estás – irás e, es vocês – café – Urupês – jacarés o, os jiló - avô – retrós - supôs em, ens alguém – vintém - armazéns – parabéns MONOSSÍLABOS TÔNICOS – são acentuados os termi- nados em: a, as pá – vá – gás – Brás e, es pé – fé – mês – três o, os só, xô, nós, pôs PÁG.5 ATENÇÃO! Proparoxítonas aparentes Os encontros ia, ie, io, ua, ue, uo finais, átonos, seguidos, ou não, de s, classificam-se quer como ditongos, quer como hiatos, uma vez que ambas as emissões existem no domínio da Língua Portuguesa: histó-ri-a e histó-ria; sé-ri-e e sé-rie; pá-ti-o e pá-tio; ár-du-a e ár-dua; tê-nu-e e tê-nue; vá-cu-o e vá-cuo» p.52 «São proparoxítonas (incluindo-se os vocábulos termina- dos por ditongo crescente)» p.71 BECHARA, Evanildo, Moderna Gramática Portuguesa. Rio de Janei- ro: Nova Fronteira, 2009 CUNHA, Celso & Luis Filipe Lindley CINTRA. Nova Gra- mática do Português Contemporâneo. Lisboa: Ed. J. Sá da Costa,1984:Todas as palavras proparoxítonas devem der acentuadas graficamente (...) Incluem-se neste preceito os vocábulos terminados em encontros vocálicos que costu- mam ser pronunciados como ditongos crescentes: área, espontâneo, ignorância, imundície, lírio, mágoa, régua, vácuo, etc.» p. 70 CUNHA, Celso & Luis Filipe Lindley CINTRA. Nova Gramática do Português Contemporâneo. Lisboa: Ed. J. Sá da Costa,1984 AS REGRAS ESPECIAIS Além dessas regras que você acabou de estudar e que se baseiam na posição da sílaba tônica e na terminação, há outras, que levam em conta aspectos específicos da sono- ridade das palavras. Essas regras são aplicadas nos se- guintes casos: HIATOS Quando a segunda vogal do hiato for i ou u, tônicos, acompanhados ou não de s, haverá acento: saída – proíbo – faísca – caíste – saúva – viúva – balaús- tre – carnaúba – país – aí - baú – Jaú CUIDADO: se o i for seguido de nh, não haverá acento. É o caso de rainha, moinho, tainha, campainha. Também não haverá acento se a vogal i ou a vogal u se repetirem, o que ocorre em poucas palavras: vadiice, sucuuba, man- driice, xiita. Convém lembrar que, quando a vogal i ou a vogal u forem acompanhadas de outra letra que não seja s, não haverá acento: ruim, juiz, paul, Raul, cairmos, contribuiu, contribu- inte. DITONGOS Ocorre acento na vogal tônica dos ditongos ei, eu, oi des- de que sejam abertos e não sejam paroxítonas, como em: anéis – aluguéis - coronéis – céu - chapéu – réu CUIDADO: não haverá acento se o ditongo for aberto, mas não tônico: chapeuzinho, heroizinho, aneizinhos, pas- teizinhos, ideiazinha. Você notou que, em todas essas palavras, a sílaba tônica é zi. Se o ditongo apresentar timbre fechado, também não haverá acento, como em azeite, manteiga, eu, judeu, hebreu, apoio, arroio, com- boio. O U e o I tônicos antecedidos de ditongo ou tritongo (Exceto em paroxítonas). Piauí – teiu - tuiuiú – sauí etc. FORMAS VERBAIS SEGUIDAS DE PRONOMES OBLÍ- QUOS Para acentuar as formas verbais associadas a pronomes oblíquos, leve em conta apenas o verbo, desprezando o pronome. Considere a forma verbal do jeito que você a pronuncia e aplique a regra de acentuação corresponden- te. Em cortá-lo, considere cortá, oxítona terminada em a e, portanto, acentuada. Em incluí-lo, considere incluí, em que ocorre hiato. Já em produzi-lo, não há acento, porque pro- duzi é oxítona terminada em i. ACENTOS DIFERENCIAIS Existem algumas palavras que recebem acento excepcio- nal, para que sejam diferenciadas, na escrita, de suas homófonas. São casos muito particulares e, por isso mesmo, pouco numerosos. Convém iniciar a relação lem- brando o acento que diferencia a terceira pessoa do singu- lar da terceira pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos ter e vir: ele tem - eles têm ele vem - eles vêm Com os derivados desses verbos, é preciso lembrar que há acento agudo na terceira pessoa do singular e circun- flexo na terceira do plural do presente do indicativo: Ele detém - eles detêm Ele intervém - eles intervêm Ele mantém - eles mantêm Ele provém - eles provêm Ele obtém - eles obtêm Ele convém - eles convêm Existe apenas um acento diferencial de timbre em portu- guês: pôde (terceira pessoa do singular do pretérito perfei- to do verbo poder), diferencial de pode (terceira do singu- lar). Há ainda uma palavra que recebe acento diferencial de tonicidade (uma é tônica, a outra é átona): Pôr (verbo) Por (preposição) PÁG.6 Praticando com Edvaldo 01. (Imparh 2020) Com referência à acentuação gráfi- ca, NÃO são acentuadas em razão da mesma regra as palavras: A) até e será. B) bíblico e países. C) hipotética e século. D) tecnológica e climáticas. 02. (Imparh 2019) Com relação às regras de acentuação gráfica, assinale a alternativa cujo teor está certo. A) O vocábulo “exuberância” é acentuada graficamente, porque é uma proparoxítona terminada em ditongo. B) A palavra “escritório” deve acentuar-se por ser pa- roxítona terminada em ditongo crescente oral. C) Os vocábulos “mágoa” e “abundância” se acentuam devido a regras diferentes. D) As palavras “é” e “aí” recebem acento gráfico em virtu- de da mesma regra. 03. (Cetrede 2019) Só em uma alternativa, todos os vocá- bulos estão acentuados corretamente. Assinale-a. A) Feiúra / epopéia / saúde. B) Projétil/ ínterim / vôo. C) Tórax / álcool / mártir. D) Cárie / júnior / gratuíto. E) Nóbel / íbero / fortuíto. 04. (Cetrede 2018) As palavras “relatório”, “vários” e “pá- reo” seguem a mesma regra de acentuação de A) história. B) revólver. C) miosótis. D) saúde. E) período. 05. (Imparh 2018) No tocante à acentuação da palavra “lençóis”, qual é a afirmação correta? A) Esse vocábulo se acentua por ter um ditongo aber- to e por ser oxítono. B) Não deveria haver o acento agudo em razão de essa palavra ser paroxítona. C) A colocação desse acento é facultativa, ou seja, tam- bém existe a forma “lençois”. D) O uso do acento agudo em ditongos abertos foi abolido pelo acordo ortográfico (AOLP 1990). 06. (Cetrede 2018) Qual das palavras a seguir deve rece- ber acento? A) Geleia. B) Destroi. C) Canoa D) Constroem. E) Nucleico. 07. (Consulpam 2015) Assinale a alternativa que indica corretamente a regra de acentuação da palavra destacada do texto: A) País – Acentuam-se as palavras oxítonas terminadas em “i”, seguido ou não de “s”. B) Séria – Acentuam-se as palavras paroxítonas termi- nadas em ditongo, seguido ou não de “s”. C) Praticá-la – Acentuam-se as palavras monossílabas terminadas em “a”, seguido ou não de “s”. D) Judiciário – Acentuam-se as vogais tônicas dos hiatos, seguidas ou não de “s”, na sílaba tônica. 08. (Consulpam 2015) Consoante ao Novo Acordo Ortográfico vigente (em vigor desde 2009 e obrigatório a partir de 2016), na sequência de versos “As cartas de amor, se há amor/Têm de ser/ ridículas” (texto 1), o vocá- bulo TÊM está grafado: A) De maneira INCORRETA, uma vez que o acento dife- rencial que distingue a 3 a pessoa do singular/plural do verbo TER não poderá mais ser utilizado B) De maneira CORRETA, uma vez que a obrigatoriedade do acento diferencial instituído a partir do Novo Acordo Ortográfico foi devidamente utilizado nesse caso. C) De maneira CORRETA, já que o acento circunflexo empregado na conjugação dos verbos ter e manter foi inalterado porque já era utilizado antes da promulga- ção do Novo Acordo. D) De maneira INCORRETA, pois o acento diferencial instituído pelo Novo Acordo Ortográfico não pode ser apli- cado aos verbos defectivos. PÁG.7 09. (Imparh 2015) Quanto à acentuação gráfica das pala- vras constantes do segundo parágrafo, qual é a afirma- ção incorreta? A) A acentuação gráfica da única palavra oxítona é devida ao fato de ela ser terminada pela vogal o. B) As palavras “Cássia" e “vários" podem ser acentuadas em virtude da mesma regra. C) Existem mais proparoxítonas aparentes do que proparoxítonas reais. D) Inexiste inadequação referente à acentuação gráfica. 10. (Imparh 2015) Em conformidade com o AOLP (1990), em vigor desde 1º. de janeiro de 2009, marque a opção verdadeira. A) De acordo com a base XI, a palavra “transgênero” pode escrita apenas dessa forma. B) A palavra “discórdia”, segundo a base XI, só pode ser classificada como paroxítona aparente. C) Conforme a base XV, a palavra “sexta-feira” deve ser hifenizada, diferentemente da palavra mandachu- va. D) Consoante a base XIX, o termo “papa”, grafado com inicial minúscula, apresenta incorreção com essa grafia. ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS MORFEMAS Govern-o, govern-a, des-govern-o, des-govern-a-do, go- vern-a-dor-es, in-govern-á-vel Cada um desses elementos formadores é capaz de for- necer alguma noção significativa à palavra que integra. Além disso, nenhum desses pode sofrer nova divisão. Estamos diante de unidades de significação mínimas, ou seja, elementos significativos indecomponíveis, a que da- mos o nome de morfemas. CLASSIFICAÇÃO DOS MORFEMAS RADICAIS É o morfema govern-, comum a todas as palavras ob- servadas nos exemplos anteriores, que faz com que as consideremos palavras de uma mesma família de signifi- cação. Ao morfema comum de uma família de palavras chamamos radical; às palavras que pertencem a uma mesma família chamamos cognatas. O radical é a parte da palavra responsável pela sua significação principal. AFIXOS Observe que des- e dor- dos exemplos anteriores são morfemas capazes de mudar o sentido do radical a que são anexados. Esses morfemas recebem o nome de afi- xos. Quando são colocados antes do radical, como acontece com des-, os afixos recebem o nome de prefixos. Quando, como –dor, surgem depois do radical, os afixos são cha- mados de sufixos. DESINÊNCIAS Se você agora pluralizar a palavra governo, encontrará a forma governos. Isso nos mostra que o morfema –s, acrescentado ao final da forma governo, é capaz de indi- car a flexão de número desse substantivo. Tomando o verbo governar e conjugando algumas de suas formas, você irá perceber modificações na parte final des- sa palavra: governava, governavas, governava, governá- vamos, governáveis, governavam. Essas modificações ocorrem à medida que o verbo vai sendo flexionado em número (singular/plural) e pessoa (primeira, segunda e terceira). Também ocorrem se modificarmos o tempo e o modo do verbo (governava, governara, governasse, por exemplo). Podemos concluir, assim, que existem morfemas que indi- cam as flexões das palavras. Esses morfemas sempre surgem na parte final das palavras variáveis e recebem o nome de desinências. Há desinências nominais (indicam flexões nominais, ou seja, o gênero e o número) e desi- nências verbais (indicam flexões do verbo, como número, pessoa, tempo e modo). PÁG.8 VOGAIS TEMÁTICAS Observe que entre o radical govern- e as desinências ver- bais surge sempre o morfema –a-. Esse morfema que liga o radical às desinências é chamado vogal temática. Sua função é justamente a de ligar-se ao radical, constituindo o chamado tema. É ao tema (radical + vogal temática) que se acrescentam as desinências. Tanto os verbos como os nomes apresentam vogais temáticas. PROCESSOS DE FORMAÇÃO DAS PALAVRAS DERIVAÇAÇÃO PREFIXAL OU PREFIXAÇÃO Resulta do acréscimo do prefixo à palavra primitiva, que tem o seu significado alterado; veja, por exemplo, alguns verbos derivados de pôr: Repor, dispor, compor, indispor. DERIVAÇÃO SUFIXAL OU SUFIXAÇÃO Resulta do acréscimo do sufixo à palavra primitiva. Unhada, alfabetizar, lealdade. DERIVAÇÃO PARASSINTÉTICA OU PARASSÍNTESE Ocorre quando a palavra derivada resulta do acrésci- mo simultâneo de prefixo e sufixo à palavra primitiva. É um processo que dá origem principalmente a verbos, obtidos a partir de substantivos e adjetivos. Veja alguns exemplos: Amaldiçoar, espreguiçar, engatilhar, esfarelar, enrijecer, engordar, apodrecer, enlouquecer, envelhecer, etc. DERIVAÇÃO REGRESSIVA Ocorre quando se retira a parte final de uma palavra primitiva, obtendo-se por essa redução palavra derivada. É um processo particularmente produtivo na formação de substantivos a partir de verbos principais da primeira e da segunda conjugações. Esses substantivos, chamados por isso de deverbais, indicam sempre o nome de uma ação. O mecanismo para sua obtenção é simples: substitui-se a terminação verbal formada pela vogal temática + desinên- cia de infinitivo (-ar ou –er) por uma das vogais temáticas nominais (-a, -e ou –o): Sacar – saque Cortar - corte Vender – venda Atacar – ataque DERIVAÇÃO IMPRÓPRIA Ocorre quando determinada palavra, sem sofrer qual- quer acréscimo o supressão em sua forma, muda de clas- se gramatical. Isso acontece, por exemplo, nas frases: Não aceitarei um não como resposta É um absurdo o que você esta propondo. Na primeira frase, não, um advérbio, converteu-se em substantivo. Na segunda, o adjetivo absurdo converteu-se em substantivo. COMPOSIÇÃO Costumam-se apontar dois tipos de composição: Composição por justaposição Ocorre quando os elementos que formam os compos- tos são simplesmente colocados lado alado (justapostos), sem que se verifique qualquer alteração fonética em al- gum deles: Segunda-feira, passatempo, para-raios, girassol. Composição por aglutinação Ocorre quando os elementos que formam o composto se aglutinam, o que significa que pelo menos um deles perde sua integridade sonora, sofrendo modificações. Vinagre (vinho+acre), Aguardente (água + ardente) HIBRIDISMO São palavras que combinam elementos de origens di- versas. Genocídio, televisão e automóvel (grego e latim) Surfista (inglês e português), Sambódromo (quimbundo e grego)etc. ABREVIAÇÃO VOCABULAR A Abreviação vocabular consiste na eliminação no seg- mento de alguma palavra a fim de se obter uma forma mais curta. Ocorre, portanto, uma verdadeira truncação, obtendo-se uma nova palavra cujo significado é o mesmo da palavra original. Cinematógrafo – cine Pneumático – pneu Pornográfico – pornô Analfabeto – analfa Professor – fessor SIGLONIMIZAÇÃO Essa palavra dá nome ao processo de formação de si- glas. As siglas são formadas pela combinação das letras iniciais de uma sequência de palavras que constitui um nome. BNB – Banco do Nordeste do Brasil IOF – Imposto sobre Operações Financeiras CBF – Confederação Brasileira de Futebol COMBINAÇÃO A combinação resulta do acoplamento de duas pala- vras, em que ao menos uma sofreu truncação. Brasiguaio, portunhol, bebemorar, grenal, chafé, showmí- cio, etc. NEOLOGISMO SEMÂNTICO Frequentemente, acrescentamos significados a determi- nadas palavras sem que elas passem por qualquer pro- cesso de modificação formal. Pense, por exemplo, na pa- lavra arara, nome de uma ave, que também é usada para designar uma pessoa nervosa, irritada. Arara, como senti- do de ¨irritado, nervoso¨, é um neologismo semântico, ou PÁG.9 seja, um novo significado que se soma ao que a palavra já possuía. EMPRÉSTIMOS LINGUÍSTICOS O português recebeu empréstimos principalmente da lín- gua francesa. Atualmente, a maior fonte de empréstimos é o inglês norte-americano. As palavras de origem estran- geiras normalmente passam por um processo de aportu- guesamento fonológico e gráfico. Bife, futebol, abajur, xampu, ¨shopping¨, etc. Praticando com Edvaldo 01. (Consulpam 2019) Marque o item onde só constam palavras derivadas: A) Combatente, visitação, treinamento. B) Principal, bancárias, próprias. C) Auditório, museu, militar. D) Ensino, logísticas, cadetes. 02. (Consulpam 2019) Marque o item onde só constam palavras derivadas: A) Maresia, sol, infiel. B) Pedreiro, vidraça, luzeiro. C) Caiado, roubo, insuportável. D) Maremoto, terremoto, terra. 03. (Consulpam 2015) Na frase: “... contra a Samarco e suas controladoras para criar um fundo de R$ 20 bilhões para iniciativas de minimização dos impactos e indenização.” A palavra destacada é formada pelo pro- cesso de: A) Derivação sufixal. B) Aglutinação. C) Derivação parassintética. D) Derivação prefixal. 04. (Consulpam 2015) Nas palavras ATENUADO, TE- LEVISÂO, PERCURSO, temos, respectivamente, os se- guintes processos de formação de palavras: A) parassíntese, hibridismo, prefixação B) aglutinação, justaposição, sufixação C) sufixação, aglutinação, justaposição D) hibridismo, parassíntese, justaposição 05. (Uece 2018) Assinale a palavra cujo processo de for- mação se diferencia das demais opções. A) descarrilamento B) irreconciliáveis C) consciência D) insignificante 06. (Uece 2018) Assinale a opção em que os três exem- plos seguem o mesmo processo de formação de palavras. A) contracheque – impunidade – representante B) estradinha – igualmente – poderosos C) desgraça – intocável – servidores D) representante – contracheque – igualmente Leia: Texto – A geração digital entra em cena Julia Baldacci Orlovsky brinca de boneca e faz roupinhas como toda criança de 5 anos fazia na época de sua mãe e continua fazendo ainda hoje. Com uma diferença: ela de- senha no computador os vestidos, que depois são impres- sos em tecido. O fim da velha brincadeira de casinha? Não, sinal dos tempos. A nova geração, nascida sob o signo da revolução da informática, sabe manejar compu- tadores com a mesma agilidade com que suas avós mane- javam dedal, agulha e linha (...). (Heitor Shimizu e Frances Jones. Época, São Paulo. Glo- bo, 19/10/1998. Fragmento). 07. (Uece 2017) O sufixo –INHA em “roupinhas” e “casi- nha” apresenta valor semântico A) pejorativo. B) afetivo. C) aumentativo. D) neutro. 08. (Uece 2016) Assinale a opção em que todas as pala- vras foram formadas pelo mesmo processo de derivação. A) irremediável – infeliz – inquieto B) infância – independente – inúmeras C) desapego – desamparo – irreal D) irremediável – desengano – insinua 09. (Uece 2011 adaptada) Atente ao que é dito sobre o vocábulo “vamovê” na frase “Mas, no vamovê, limita-se a exigir do leitor o projeto de escrita proposto pelo leitor” e marque com V o que for verdadeiro e com F o que for falso. ( ) Foi construído a partir de duas formas linguísticas que sofreram o fenômeno da apócope (supressão de um ou mais fonemas no final da palavra). ( ) Mesmo formado por dois verbos, esse vocábulo perten- ce à classe dos substantivos. ( ) Tem o mesmo sentido de "na hora do pega pra capar" e, assim como essa outra expressão popular, significa, em outro registro da língua, "na hora de agir", "na hora de pôr em prática a teoria". ( ) Está de acordo com o registro formal, por isso causa estranheza ao leitor. A sequência correta, de cima para baixo, é: A) V, V, F, V. B) F, V, F, V. C) V, V, V, F. D) V, F, V, V. 10. (Uece 2011) Assinale a opção em que os vocábulos apresentam o sufixo i(m/n) com o mesmo sentido que ele tem na palavra inelegíveis. A) Ingerir, imortal, irrealidade. B) Irracional, inimaginável, importar. C) Imprudente, impermeável, intolerante. D) Imergir, impenitente, ilegalidade. PÁG.10 11. (Uece 2011) Assinale a opção que contém os elemen- tos que estruturam a palavra “indefinível”, separados e classificados corretamente. A) in (prefixo) + definir (raiz) + ível (sufixo) B) in (sufixo) + definir (raiz) + ível (prefixo) C) inde (raiz) + finir (prefixo) + vel (raiz) D) inde (raiz) + finir (sufixo) + vel (raiz) 12. (Uece 2009) Marque a alternativa que apresenta a correlação adequada entre o elemento mórfico destacado nas palavras e sua classificação. A) Fustigados. Desinência de número. B) Velhas. Vogal temática. C) Restará. Radical. D) Viver. Desinência modo-temporal. E) Iludo. Vogal temática. 13. (Uece 2006) Possui desinência do feminino a palavra da opção: A) "colega". B) "culpada" C) "malha". D) "quantia". Uso do Hífen Uso do hífen com compostos Usa-se o hífen nas palavras compostas que não apresen- tam elementos de ligação. Exemplos: Guarda-chuva, arco-íris, boa-fé, segunda-feira, mesa- redonda, vaga-lume, joão-ninguém, porta-malas, porta- bandeira, pão-duro, bate-boca etc. * Exceções: Não se usa o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição, como girassol, ma- dressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedis- ta, paraquedismo. Usa-se o hífen em compostos que têm palavras iguais ou quase iguais, sem elementos de ligação. Exemplos: Reco-reco, blá-blá-blá, zum-zum, tico-tico, tique-taque, cri- cri, glu-glu, rom-rom, pingue-pongue, zigue-zague, esconde-esconde, pega-pega, corre-corre etc. Não se usa o hífen em compostos que apresentam ele- mentos de ligação. Exemplos: Pé de moleque, pé de vento, pai de todos, dia a dia, fim de semana, cor de vinho, ponto e vírgula, camisa de força, cara de pau, olho de sogra Incluem-se nesse caso os compostos de base oracional. Exemplos: Maria vai com as outras, leva e traz, diz que diz que, deus me livre, deus nos acuda, cor deburro quando foge, bicho de sete cabeças, faz de conta * Exceções: água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará, à queima- roupa. Usa-se o hífen nos compostos entre cujos elementos há o emprego do apóstrofo. Exemplos: Gota-d’água, pé-d’água Usa-se o hífen nas palavras compostas derivadas de to- pônimos (nomes próprios de lugares), com ou sem ele- mentos de ligação. Exemplos: Belo Horizonte — belo-horizontino Porto Alegre — porto-alegrense PÁG.11 Mato Grosso do Sul — mato-grossense-do-sul Rio Grande do Norte — rio-grandense-do-norte África do Sul — sul-africano Usa-se o hífen nos compostos que designam espécies animais e botânicas (nomes de plantas, flores, frutos, raí- zes, sementes), tenham ou não elementos de ligação. Exemplos: Bem-te-vi, peixe-espada, peixe-do-paraíso, mico-leão- dourado, andorinha-da-serra, lebre-da-patagônia, erva- doce, ervilha-de-cheiro, pimenta-do-reino, peroba-do- campo, cravo-da-índia. Obs.: não se usa o hífen, quando os compostos que de- signam espécies botânicas e zoológicas são empregados fora de seu sentido original. Observe a diferença de senti- do entre os pares: a) bico-de-papagaio (espécie de planta ornamental) - bico de papagaio (deformação nas vértebras). b) olho-de-boi (espécie de peixe) - olho de boi (espécie de selo postal). Uso do hífen com prefixos As observações a seguir referem-se ao uso do hífen em palavras formadas por prefixos (anti, super, ultra, sub etc.) ou por elementos que podem funcionar como prefixos (aero, agro, auto, eletro, geo, hidro, macro, micro, mini, multi, neo etc.). Casos gerais Usa-se o hífen diante de palavra iniciada por h. Exemplos: anti-higiênico anti-histórico macro-história mini-hotel proto-história sobre-humano super-homem ultra-humano Usa-se o hífen se o prefixo terminar com a mesma letra com que se inicia a outra palavra. Exemplos: micro-ondas anti-inflacionário sub-bibliotecário inter-regional Não se usa o hífen se o prefixo terminar com letra diferen- te daquela com que se inicia a outra palavra. Exemplos: autoescola antiaéreo intermunicipal supersônico superinteressante agroindustrial aeroespacial semicírculo * Se o prefixo terminar por vogal e a outra palavra come- çar por r ou s, dobram-se essas letras. Exemplos: minissaia antirracismo ultrassom semirreta Casos particulares Com os prefixos sub e sob, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r. Exemplos: sub-região sub-reitor sub-regional sob-roda Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal. Exemplos: circum-murado circum-navegação pan-americano Usa-se o hífen com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, vice. Exemplos: além-mar além-túmulo aquém-mar ex-aluno ex-diretor ex-hospedeiro ex-prefeito ex-presidente pós-graduação pré-história pré-vestibular pró-europeu recém-casado recém-nascido sem-terra vice-rei O prefixo co junta-se com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o ou h. Neste último caso, corta- se o h. Se a palavra seguinte começar com r ou s, do- bram-se essas letras. Exemplos: coobrigação coedição coeducar PÁG.12 cofundador coabitação coerdeiro corréu corresponsável cosseno Com os prefixos pre e re, não se usa o hífen, mesmo dian- te de palavras começadas por e. Exemplos: preexistente preelaborar reescrever reedição Na formação de palavras com ab, ob e ad, usa-se o hífen diante de palavra começada por b, d ou r. Exemplos: ad-digital ad-renal ob-rogar ab-rogar Outros casos do uso do hífen Não se usa o hífen na formação de palavras com não e quase. Exemplos: (acordo de) não agressão (isto é um) quase delito Com mal*, usa-se o hífen quando a palavra seguinte co- meçar por vogal, h ou l. Exemplos: mal-entendido mal-estar mal-humorado mal-limpo * Quando mal significa doença, usa-se o hífen se não hou- ver elemento de ligação. Exemplo: mal-francês. Se houver elemento de ligação, escreve-se sem o hífen. Exemplos: mal de lázaro, mal de sete dias. Usa-se o hífen com sufixos de origem tupi-guarani que representam formas adjetivas, como açu, guaçu, mirim. Exemplos: capim-açu amoré-guaçu anajá-mirim Usa-se o hífen para ligar duas ou mais palavras que oca- sionalmente se combinam, formando não propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares. Exemplos: ponte Rio-Niterói eixo Rio-São Paulo 5. Para clareza gráfica, se no final da linha a partição de uma palavra ou combinação de palavras coincidir com o hífen, ele deve ser repetido na linha seguinte. Exemplos: Na cidade, conta- -se que ele foi viajar. O diretor foi receber os ex- -alunos. Praticando com Edvaldo 01. (Consulpam 2015) Assinale a alternativa em que o uso do hífen foi empregado CORRETAMENTE em todas as palavras: A) Auto-escola, anti-histórico, ob-nubilado, aquém-Pirineus B) Auto-estima, joão-de-barro, mal-nascido, olho d’água. C) Auto-observação, neo-realismo, mal-me-quer, bate- estacas D) Anti-ibérico, couves-flores, inter-racial, bem-me- quer. 02. (Imparh 2015) Em conformidade com o Acordo Orto- gráfico da Língua Portuguesa (AOLP 1990), em vigor des- de 1º de janeiro de 2009, é correto asseverar que: a) se deve grafar com hifens apenas a locução adverbial dia-a-dia. b) se trata de um erro de ortografia, pois o substantivo dia- a-dia tem hifens. c) o substantivo dia a dia não se grafa mais com hi- fens por causa desse acordo. d) o substantivo dia a dia apresenta duas maneiras de ser grafada, ou seja, com ou sem hífenes. 03. (CCV 2017) Todos os vocábulos encontram-se corre- tamente grafados na alternativa: a) acessível – hiper-inflação. PÁG.13 b) re-utilização – autoestrada. c) ascenção – impressindível. d) infra-estrutura – agronegócio e) macroeconomia – socioeconômico. 04. (CCV 2016) Assinale a alternativa cuja palavra, como “autorretrato” (linha 05), sofreu mudança gráfica no Novo Acordo Ortográfico (Decreto Nº 6.583, de 29 de setembro de 2008). a) Bem-te-vi b) Autoanálise c) Extraterrestre d) Recém-casado e) Super-realidade 05. (CCV 2016) Como “corresponsável” e “coautor”, tam- bém está grafada corretamente, conforme o Decreto Nº. 6.583, de 29 de setembro de 2008 (Novo Acordo Ortográ- fico), a palavra: a) reelaborar. b) auto-estima. c) extra-oficial. d) superrealista. e) pré-estabelecer. 06. (CCV 2013) Como autoestima, está grafada conforme o Novo Acordo Ortográfico (Decreto Nº. 6.583, de 29 de setembro de 2008), a palavra: a) auto-suficiente. b) auto-realização. c) auto-medicação. d) auto-organização. e) auto-administração. 07. (CCV-Unilab 2011) O prefixo de interlocução está empregado conforme as regras do Novo Acordo Ortográfi- co em: a) inter-social. b) inter-ação. c) interrelação. d) interhispânico. e) interpartidário. Relações Lógico-Semânticas do Discurso A noção de texto é central na linguística textual, abran- gendo realizações em todos os campos, que tenham a extensão mínima de dois signos linguísticos, sendo que a situação pode assumir o lugar de um dos signos como em "Oh! Meu Deus!". Para a interpretação ou construção de um texto é ne- cessária a junção de vários fatores que dizem respeito tanto aos aspectos formais como as relações sintático- semânticas, quanto às relações entre o texto e os elemen- tos que o circundam: falante, ouvinte, situação. Um texto bem construído e, naturalmente, bem interpre- tado, vai apresentar um conjunto de características que fazem com que ele seja coerente e coeso. Vamos ao estudo da coesão e coerência: ANÁFORA Fala-se de anáfora quando a interpretação de uma ex- pressão (habitualmente designada portermo anafórico) depende da interpretação de uma outra expressão presen- te no contexto-verbal (o termo antecedente). Mais concre- tamente, a expressão referencialmente não autônoma (o termo anafórico) retoma, total ou parcialmente, o va- lor referencial do antecedente. Há casos de anáfora em que o termo anafórico e o antecedente são correferentes (isto é, designam a mesma entidade), mas há também casos de anáfora sem correferência. Exemplos: “Aquela voz subindo do mar de barracas e legumes eram como a própria sirena policial, documentando, por seu uivo, a ocorrência grave, que fatalmente se estaria con- sumando ali, na claridade do dia, sem que ninguém pu- desse evitá-la.” (retomada de uma palavra gramatical. Referente "-la" = "a ocorrência grave"). “Estamos ficando velhos. Há de consolar-nos o fato de que isso não é privilégio de alguns. Estamos todos.” (re- tomada de uma frase inteira. Referente "isso" = "Estamos ficando velhos"). “Você sabe por que a televisão, a publicidade, o cinema, a Internet e os jornais defendem os músculos torneados, as vitaminas milagrosas, as modelos longilíneas e as acade- mias de ginásticas? Porque tudo isso dá dinheiro. Sabe por que ninguém fala do afeto e do respeito entre duas pessoas comuns, ainda que meio gordas, um pouco feias, que fazem piquenique na praia? Porque isso não dá di- nheiro para os negociantes, embora signifique prazer para os participantes.” (retomada de várias frases ou uma ideia. Referente "isso" = "Estamos ficando velhos"). O professor acordou feliz naquele dia. Edvaldo foi dar aula na Faculdade Prominas. (retomada por palavra lexi- cal "Edvaldo" = "professor"). O professor faz 50 anos no dia 01 de Janeiro de 2017. No dia seguinte parte para uma grande viagem de férias pela Amazônia. Aqui, exemplifica-se um caso de anáfora temporal. O va- lor referencial da locução adverbial no dia seguinte constrói-se a partir da interpretação do termo PÁG.14 antecedente, a expressão temporal no dia 01 de Janeiro de 2017. Assim, o dia seguinte designa o dia 02 de Janei- ro de 2017. Leia estes versos de Manuel Bandeira: “Vi uma estrela tão alta, Vi uma estrela tão fria! Vi uma estrela luzindo Na minha vida vazia”. Observe que o poeta inicia os três primeiros versos com a mesma expressão “Vi uma estrela”, com o objetivo de enfatizar essa ideia. Esse recurso é usado frequentemente também na poesia. Veja outro exemplo, agora nos versos de Vinícius de Mo- raes: “Tende piedade, Senhor, de todas as mulheres Que ninguém mais merece tanto amor e amizade Que ninguém mais deseja tanta poesia e sinceridade Que ninguém mais precisa tanto da alegria e serenidade”. A anáfora consiste também em repetir uma palavra ou expressão em espaços regulares durante o texto. “Noite – montanha. Noite vazia. Noite indecisa. Confusa noite. Noite à procura, mesmo sem alvo.” (Carlos Drum- mond de Andrade) “Acorda, Maria, é dia de matar formiga de matar cascavel de matar estrangeiro de matar irmão de matar impulso de se matar”. (Carlos Drummond de Andrade) O poema “O último andar”, de Cecília Meireles, apresenta dois casos de anáfora: a repetição se dá nas expressões “último andar” e em “é lá que eu quero morar”, enfatizando o anseio do eu lírico em viver no último andar. “No último andar é mais bonito: do último andar se vê o mar. É lá que eu quero morar. O último andar é muito longe: custa-se muito a chegar. Mas é lá que eu quero morar. Todo o céu fica a noite inteira sobre o último andar. É lá que eu quero morar. Quando faz lua, no terraço fica todo o luar. É lá que eu quero morar. Os passarinhos lá se escondem, para ninguém os maltratar: no último andar. De lá se avista o mundo inteiro: Tudo parece perto, no ar. É lá que eu quero morar: no último andar.” CATÁFORA Numa cadeia de referência, a expressão que estabelece o referente pode ocorrer no discurso subsequente àquele em que surgem as expressões referencialmente depen- dentes habitualmente designadas por termos anafóri- cos (anáfora). Quando a cadeia de referência exibe esta ordenação linear, o termo catáfora substitui o ter- mo anáfora. No fragmento textual "A aluna olhou-o e disse: - Edvaldo, você está com um ar cansado", o pronome pessoal o é uma expressão referen- cialmente não autônoma, cujo valor depende da interpre- tação de uma expressão presente no contexto discursivo subsequente, o nome próprio Edvaldo. Catáfora designa este tipo particular de anáfora, em que o termo anafórico precede o antecedente. De vocês só quero isto: dedicação. (antecipação de uma palavra gramatical "isto" = "dedicação") ELIPSE Leia a seguinte afirmação, extraída da obra de Autran Dourado: “A praia deserta, ninguém àquela hora na rua”. Observe que após o vocábulo “ninguém”, está implícito o verbo estava. Ele não aparece na afirmação, mas pode- mos notar sua ausência pelo contexto. Por isso dizemos que aqui ocorreu elipse do verbo estava. Veja esta outra sentença: “No fim da festa, sobre as mesas, copos e garrafas vazi- as”. Nesta frase, podemos identificar facilmente a ausência do verbo haver (No fim da festa haviam, sobre as mesas, copos e garrafas vazias). Portanto, podemos afirmar que, neste caso, também ocorreu elipse do verbo haver. A Elipse consiste em omitir um termo da frase, mas pode- mos facilmente identificá-lo pelo contexto. Outros exemplos: “Na casa vazia, nenhum sinal de vida” – elipse da expres- são “não havia”. “A tarde talvez fosse azul, não houvesse tantos desejos” (Carlos Drummond de Andrade) – elipse da conjunção “se”, antes de “não”. Na frase "O professor viajou e reencontrou sua amada", verifica-se a elipse do sujeito da segunda oração, mas PÁG.15 esse sujeito continua a ser interpretado anaforicamente, por retomada do valor referencial do antecedente ‘O pro- fessor’. SINONÍMIA É um processo muito utilizado por falantes de uma língua. Sabe quando não queremos repetir o mesmo termo ou palavra a todo instante? Uma das maneiras de acabar com esse problema é com uso de sinônimos. Por exem- plo, se digo: “Passe um dia na linda casa de Edvaldo.” e quiser referir-me novamente ao termo sublinhado “casa”, posso lançar mão de um sinônimo para não o ter que re- petir: “Passe um dia na linda casa de Edvaldo e verá como o lar dele é aconchegante.” Para saber se o candidato domina mais esse subterfúgio da Língua Portuguesa, os avaliadores pedem a ele que substitua palavras ou termos retirados do texto e assinale em qual opção encontram-se aqueles que não alteram o sentido, ou os que alteram. Para se resolver esse tipo de questão é importante que o candidato tenha um certo do- mínio lexical, que conheça muitas palavras, o que é possí- vel conseguir por meio de muita leitura. Pode-se ler de tudo. Jornais, revistas, livros, bulas de remédio, outdoors, placas de trânsito... o fundamental é buscar informação. Exemplos: triste = melancólico. resgatar = recuperar maciço = compacto ratificar = confirmar digno = decente, honesto reminiscências = lembranças insipiente = ignorante. HIPONÍMIA Relação semântica em que uma palavra está num plano hierárquico inferior, uma vez que pertence a uma classe ou espécie que a inclui ao nível do significado. Este fato implica que o significado do hipônimo (etimologicamente significa nome pequeno) é mais específico e mais restrito do que o significado do hiperônimo a que pertence. O con- ceito de hiponímia também só é entendido em relação ao conceito de hiperonímia. Dizemos que há uma relação de hiponímia se o sentido de A estiver incluído no sentido de B, sendo que B deve possuir uma propriedade mais gené- rica e que inclua ao mesmo tempo o sentido de A e dos seus co-hipônimos. Por exemplo, peixe é hiperônimo em relação à sardinha, salmão, pirambu, pescada, bacalhau, que por sua vez são hipônimos de peixe e co-hipônimos entresi. Os verbos afirmar, exclamar, sussurrar, murmu- rar, entre ouros, são hipônimos do verbo dizer. Os no- mes: amarelo, branco, laranja, castanho, verde, azul, cin- zento, vermelho, são hipônimos do hiperônimo cor. No mesmo nível hierárquico, os hipônimos de um mesmo hiperônimo, por possuírem semas semelhantes, podem estabelecer entre si outras relações semânticas, como a sinonímia, a antonímia ou a heteronímia. HIPERONÍMIA Relação semântica de superordenação hierárquica que uma palavra assume em relação à outra (o hipônimo) em virtude da sua maior abrangência de sentido. O hiperôni- mo é etimologicamente um nome que está numa posição hierárquica superior (hiper) por ser capaz de incluir outras palavras - os seus hipônimos; ou seja, comporta-se como um nome de espécie ou de classe, mais genérico, menos restrito, a que pertencem subclasses de palavras coloca- das num nível inferior na hierarquia do significado. Assim, a hiperonímia só é entendida em relação à hiponímia. Por exemplo, a palavra fruta é hiperônima em relação à maçã, pera, banana, laranja ou ao pêssego. A palavra animal é um hiperônimo de cão, gato, leão, tigre, elefante, girafa, rinoceronte, etc. Ou ainda, a palavra vestuário é um hipe- rônimo de camisa, calças, saia, casaco, cachecol, etc. HOLONÍMIA Em termos bem objetivos, é o todo pela parte, ou seja, é uma palavra: “corpo”, em relação as suas partes: cabeça, pernas, braços, pés, etc. Neste caso, “corpo” tem uma relação de holonímia, quer dizer, de hierarquia semântica, com “pés”. Assim também acontece com: computador e monitor; alfa- beto e letras; carro e cinto de segurança, etc. MERONÍMIA É o contrário da holonímia, ou seja, é a parte pelo todo. Logo, a parte por si só, “teclas” infere o todo “teclado” e faz relação semântica com o mesmo, chamada de mero- nímia. Quando digo ou escrevo o merônimo “dentes”, lem- bro-me de seu holônimo “boca” ANTONÍMIA São palavras que possuem significados contrários, como largo e estreito, dentro e fora, grande e pequeno. O impor- tante é saber que os significados são opostos, excluem- se. Exemplos: bom x mau bem x mal condenar x absolver simplificar x complicar HOMONÍMIA É a identidade fonética e, ou gráfica de palavras com sig- nificados diferentes. Existem três tipos de homônimos: Homônimos homógrafos – palavras de mesma grafia e significado diferente. Exemplo: jogo (substantivo) e jogo (verbo). Homônimos homófonos – palavras com mesmo som e grafia diferente. Exemplo: cessão (ato de ceder), sessão (atividade), seção (setor) e secção (corte). PÁG.16 Homônimos perfeitos – palavras com mesma grafia e mesmo som. Exemplo: planta (substantivo) e planta (ver- bo); morro (substantivo) e morro (verbo). PARONÍMIA É a semelhança gráfica e, ou fonética entre palavras. Exemplos de parônimos: Outros exemplos de homônimas e parônimas: Acender (atear fogo) e ascender (subir); acento (sinal grá- fico) e assento (cadeira); ao invés de (ao contrário de) e em vez de (e lugar de); apreçar (tomar preço) e apressar (dar pressa); asado (alado) e azado (oportuno); assoar (limpar o nariz) e assuar (vaiar); acerca de (a respeito de), a cerca de (distância aproximada) e há cerca de (aproximadamente tempo que passou); à-toa (ruim) e à toa (sem rumo); descriminar (inocentar) e discriminar (se- parar); despensa (depósito) e dispensa (licença); flagrante (evidente) e fragrante (perfumoso); mandado (ato de man- dar) e mandato (procuração); paço (palácio) e passo (mar- cha); ratificar (confirmar) e retificar (corrigir); tapar (fechar) e tampar (cobrir com a tampa); vultoso (volumoso) e vultu- oso (rosto inchado). Lista com alguns homônimos e parônimos: afim = semelhante, com afinidade a fim de = com a finalidade de amoral = indiferente à moral imoral = contra a moral, libertino, devasso arrear = pôr arreios arriar = abaixar bucho = estômago de ruminantes buxo = arbusto ornamental caçar = abater a caça cassar = anular cela = aposento sela = arreio censo = recenseamento senso = juízo cessão = ato de doar seção ou secção = corte, divisão sessão = reunião chá = bebida xá = título de soberano no Oriente chalé = casa campestre xale = cobertura para os ombros cheque = ordem de pagamento xeque = lance do jogo de xadrez, contratempo comprimento = extensão cumprimento = saudação concertar = harmonizar, combinar consertar = remendar, reparar conjetura = suposição, hipótese conjuntura = situação, circunstância coser = costurar cozer = cozinhar deferir = conceder diferir = adiar descrição = representação discrição = ato de ser discreto despercebido = sem atenção, desatento desapercebido = desprevenido discente = relativo a alunos docente = relativo a professores emergir = vir à tona imergir = mergulhar emigrante = o que sai imigrante = o que entra eminente = nobre, alto, excelente iminente = prestes a acontecer esperto = ativo, inteligente, vivo experto = perito, entendido espiar = olhar sorrateiramente expiar = sofrer pena ou castigo estada = permanência de pessoa estadia = permanência de veículo fúsil = que se pode fundir fuzil = carabina fusível = resistência de fusibilidade calibrada incerto = duvidoso inserto = inserido, incluso indefesso = incansável indefeso = sem defesa infligir = aplicar pena ou castigo infringir = transgredir, violar, desrespeitar intemerato = puro, íntegro, incorrupto intimorato = destemido, valente, corajoso intercessão = súplica, rogo interse(c)ção = ponto de encontro de duas linhas laço = laçada lasso = cansado, frouxo soar = produzir som suar = transpirar sortir = abastecer surtir = originar sustar = suspender suster = sustentar tacha = brocha, pequeno prego taxa = tributo tachar = censurar, notar defeito em taxar = estabelecer o preço INTERTEXTUALIDADE Acontece quando há uma referência explícita ou implíci- ta de um texto em outro. Também pode ocorrer com ou- tras formas além do texto, música, pintura, filme ou novela. Apresenta-se explicitamente quando o autor informa o objeto de sua citação. Num texto científico, por exemplo, o autor do texto citado é indicado, já na forma implícita, a indicação é oculta. Por isso é importante para o leitor o conhecimento de mundo, um saber prévio, para reconhe- PÁG.17 cer e identificar quando há um diálogo entre os textos. A intertextualidade pode ocorrer afirmando as mesmas idei- as da obra citada ou contestando-as. Há duas formas: a Paráfrase e a Paródia. PARÁFRASE Na paráfrase as palavras são mudadas, porém a ideia do texto é confirmada pelo novo texto, a referência ocorre para atualizar, reafirmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer com outras palavras o que já foi dito. Temos um exemplo citado por Affonso Romano Sant’Anna em seu livro “Paródia, paráfrase & Cia” (p. 23): Texto Original Minha terra tem palmeiras Onde canta o sabiá, As aves que aqui gorjeiam Não gorjeiam como lá. (Gonçalves Dias, “Canção do exílio”). Paráfrase Meus olhos brasileiros se fecham saudosos Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’. Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’? Eu tão esquecido de minha terra… Ai terra que tem palmeiras Onde canta o sabiá! (Carlos Drummond de Andrade, “Europa, França e Ba- hia”). Este texto de Gonçalves Dias, “Canção do Exílio”, é muito utilizado como exemplo de paráfrase e de paródia, aqui o poeta Carlos Drummond de Andrade retoma o texto primi- tivo conservando suas ideias, não há mudança do sentido principal do texto que é a saudade da terra natal. PARÓDIA A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar ou- tros textos, há uma ruptura com as ideologias impostas e por isso é objeto de interesse para os estudiosos da língua e das artes. Ocorre, aqui, um choque de interpretação, a voz do texto original é retomada para transformar seu sen- tido, leva o leitor a uma reflexão crítica de suasverdades incontestadas anteriormente, com esse processo há uma indagação sobre os dogmas estabelecidos e uma busca pela verdade real, concebida através do raciocínio e da crítica. Os programas humorísticos fazem uso contínuo dessa arte, frequentemente os discursos de políticos são abordados de maneira cômica e contestadora, provocando risos e também reflexão a respeito da demagogia pratica- da pela classe dominante. Com o mesmo texto utilizado anteriormente, teremos, agora, uma paródia. Texto Original Minha terra tem palmeiras Onde canta o sabiá, As aves que aqui gorjeiam Não gorjeiam como lá. (Gonçalves Dias, “Canção do exílio”). Paródia Minha terra tem palmares onde gorjeia o mar os passarinhos daqui não cantam como os de lá. (Oswald de Andrade, “Canto de regresso à pátria”). O nome Palmares, escrito com letra minúscula, substitui a palavra palmeiras, há um contexto histórico, social e racial neste texto, Palmares é o quilombo liderado por Zumbi, foi dizimado em 1695, há uma inversão do sentido do texto primitivo que foi substituído pela crítica à escravidão exis- tente no Brasil. Praticando com Edvaldo Leia: “Sou perseverante, eu sei. À mesa que ponho ninguém senta. Nas camas que arrumo ninguém dorme. Não há ninguém nesta casa, vazia há tanto tempo.” 01. (Imparh 2018). Marque a frase em que a palavra gri- fada constitui o antônimo de “perseverante”. (A) Quando se trata de manter a casa limpa, sou uma mulher incansável! (B) Às vezes, sinto-me tão volúvel por me preocupar com coisas tão fúteis... (C) Vejo, todos os dias, como sou persistente em deta- lhes de uma vida tão vazia. (D) A vontade insistente de manter esta casa limpa dá significado a minha existência! Leia: Os deuses, meus descendentes; os profetas, meus public- relations, os legisladores, meus advogados; proibir-te-ão como luxúria, como adultério, como crime, e até como atentado ao pudor! 02. (Imparh 2016) Os substantivos “luxúria” e “pudor”, ambos apresentam entre si uma relação de: A) homonímia. B) paronímia. C) antonímia. D) sinonímia. 03. (Imparh 2015) Neste excerto, “O papa Francisco pe- diu nesta sexta-feira (23) que os aparelhos tecnológicos, como celulares e tablets, não atrapalhem as conversas em família”, a relação de coesão entre “aparelhos tecnológi- cos” e “celulares e tablets” se dá por meio da: A) hiperonímia, a relação existente entre um termo mais genérico (“aparelhos tecnológicos”) e um mais específico (“celulares e tablets). B) meronímia, o segundo termo (“celulares e tablets”) constitui uma parte do primeiro (“aparelhos tecnológicos”). C) catáfora, o segundo termo (“celulares e tablets”) retoma o primeiro termo (“aparelhos tecnológicos”). PÁG.18 D) anáfora, o primeiro termo (“aparelhos tecnológicos”) aponta para o segundo (“celulares e tablets”). 04. (Imparh 2015) Considere-se este verso da música Tua presença, de Paulo César Baruk, “Eu correria o mundo se não estivesses aqui”. A relação semântica existente entre a palavra sublinhada nesse verso e a palavra “correria” na frase “Com a correria do dia a dia” é de: A) homonímia. B) sinonímia. C) antonímia. D) paronímia. 05. (Imparh 2015) Aponte a frase em que o termo desta- cado apresenta oposição semântica com o verbo “assimi- lar” (l. 08). a) Daniel Oppenheimer decidiu agregar mais dados rele- vantes a sua pesquisa. b) Os leitores desse texto poderão absorver bem mais informações se escreverem a mão. c) Os estudantes que assistiram à palestra não puderam participar de outras pesquisas na área. d) Os pesquisadores de Princeton chegaram a esque- cer as teorias da neurolinguística acerca disso. Leia: “Não se irrite o leitor com esta confissão. Eu bem sei que, para titilar-lhe os nervos da fantasia, devia padecer um grande desespero, derramar algumas lágrimas, e não almoçar. Seria romanesco; mas não seria biográfico. A realidade pura é que eu almocei, como nos demais di- as...”. Machado de Assis 06. (Imparh 2012) Marque a oração em que o verbo em destaque constitui uma antonímia para titilar: RESPOSTA: B Leia: (Imparh 2009) “A expansão do domínio português terra adentro, na cons- tituição do Brasil, é obra dos brasilíndios ou mamelucos. Gerados por pais brancos, a maioria deles lusitanos, sobre mulheres índias, dilataram o domínio português, exorbi- tando a dação de papel das Tordesilhas, excedendo a tudo que se podia esperar.” (Ribeiro, Darcy. 1995) 07. A forma pronominal “deles” refere-se a A) Brasilíndios. B) Mamelucos. C) Pais brancos. D) Brasilíndios e mamelucos. E) Brasilíndios, mamelucos e pais brancos. 08. (Imparh 2009) O dicionário registra o verbete brasilíndio com o sentido de “indígena do brasil”. No texto acima, o referido termo deve ser lido como: A) Antônimo de mameluco. B) Sinônimo de mameluco. C) Hipônimo de mameluco. D) Hiperônimo.de mameluco. E) Equivalente à acepção dicionarial. 09. (Uece 2018) Assinale a opção em que os parônimos em destaque estão com significação INVERTIDA. A) O agente fiscalizador do trânsito inflige penas a quem infringe as leis do trânsito. B) Os vultosos números de mortes no trânsito superam os de vítimas com algum tipo de sequela temporária, como faces vultuosas. C) Pere Navarro apresentou várias conjeturas sobre o trânsito no Brasil, considerando a conjuntura da época da entrevista. D) O iminente especialista em segurança viária preo- cupa-se com a eminente catástrofe no trânsito do Bra- sil. Sinônimo é um vocábulo que, em determinado texto, apresenta significado semelhante ao de outro e que pode, em alguns contextos, ser usado no lugar desse outro sem alterar o sentido da sentença. Hiperônimo é um vocábulo ou um sintagma de sentido mais genérico em relação a outro. Ele abarca vocábulos de sentidos menos genéricos ou mais específicos. Hipônimo é um vocábulo menos geral ou mais específico, cujo sentido é abarcado pelo sentido do hiperônimo. 10. (Uece 2015) Considere a ordem em que foram distri- buídos os vocábulos do excerto transcrito a seguir e assi- nale a opção correta: “abracei a senda do crime e envere- dei pela do furto...”. A) Os vocábulos roubo e furto são sinônimos e um pode substituir o outro, indistintamente, em qualquer contexto. B) Crime é hiperônimo de furto. Isso significa que o sentido do vocábulo crime é mais genérico do que o sentido do vocábulo furto. C) Nesse contexto, a inversão da posição dos vocábulos crime e furto seria aceitável: “abracei a senda do furto e enveredei pela do crime”. D) Sendo vereda um caminho estreito e enveredar, seguir por uma vereda, seria lógico dizer “abracei a vereda do crime e enveredei pelo caminho do furto”. Leia: O impacto social, provocado por essas obras relacionadas à Copa do Mundo, também é questionado pelo professor. "São obras que estão levando a milhares de remoções. Essas famílias estão sendo destinadas a morar em espa- ços mais periféricos: as obras estão gerando exclusão social e territorial", critica. Segundo o governo do Ceará, cerca de 2.140 famílias terão seus imóveis atingidos total ou parcialmente pela obra do VLT. PÁG.19 11. (Uece 2014) “Essas famílias estão sendo destinadas a morar em espaços mais periféricos ...”. O termo em negri- to significa A) limitados. B) próximos. C) incompletos. D) afastados. Leia: É uma falha do nosso registro civil: as crianças não rece- bem número ao nascer. Dão-lhes apenas um nome, às vezes surrealista, que as acompanhará por toda a vida como pesadelo, quando a numeração pura e simples viria garantir identidade insofismável, poupando ainda o vexa- me de carregar certos antropônimos. Carlos Drummond de Andrade 12. (Uece 2009) O vocábulo “insofismável” pode ser subs- tituído, sem alteração do sentido do que lhe é dado no texto, por A) Solúvel. B) Indiscutível. C) Violável. D) Incógnita. E) Absurda.Leia: “No afã do progresso material, ele se desespiritualizou. Desespiritualizando-se, o homem não colocou o progresso material efetivamente a seu serviço.” 13. (Uece 2008) A palavra “afã” tem como sinônimos A) ânsia; ambição; pressa. B) contradição; revolta; negação. C) falha; erro; descuido. D) busca; interesse; pesquisa. Leia o excerto abaixo: “Diversos estudos mostram isso há muito tempo. Por exemplo, uma análise feita por psicólogos alemães sobre a rotina de violonistas da Universidade das Artes em Ber- lim, em 1993. Eles dividiram os alunos em dois grupos de acordo com sua habilidade: os de “elite” e os “medianos”. Os dois grupos dedicavam em média 50 horas por sema- na ao estudo do violino. Só que os medianos praticavam aleatoriamente ao longo do dia, enquanto os de elite con- centravam seu trabalho em dois períodos fixos: de manhã e à tarde. Quanto melhor o violonista, mais rígida era essa divisão entre trabalho e lazer. E isso tinha um baita impac- to nas vidas dos músicos. Os melhores dormiam uma hora a mais por noite e dedicavam mais tempo à diversão. No fim das contas, os mais habilidosos eram também os mais relaxados.” 14. (CCV 2013) O pronome “isso” no comentário “E isso tinha um baita impacto nas vidas dos músicos.”, faz remis- são à: A) prática de violino ao longo do dia. B) fixação do trabalho em dois turnos. C) maior destinação de tempo ao lazer. D) rígida divisão entre trabalho e lazer. E) noite de sono mais longa e relaxante. Valor Semântico dos Conectivos VALOR DAS CONJUNÇÕES Para lá de importante é ter domínio sobre o valor semânti- co (o significado) das conjunções, ou seja, é preciso saber que circunstâncias nos trazem as orações iniciadas por elas, relativamente à ideia expressa na oração à qual es- tão ligadas. Tais circunstâncias inferem-se, em geral, do próprio nome das conjunções. Por exemplo, na frase: “es- tamos bem preparados, portanto teremos um bom de- sempenho”, a conjunção (portanto) é conclusiva, e a ora- ção iniciada por ela (negrito) expressa uma conclusão, decorrente do que se diz na oração anterior, isto é, do fato de estarmos bem preparados. Assim, as conjunções, além de ligar orações as seguintes circunstâncias: • Aditiva - adição, soma, aproximação: As flores embelezam e perfumam o ambiente. • Alternativa – alternância, exclusão: “Ou troteia, ou sai da estrada.” • Adversativa – adversidade, oposição: O Brasil é um país rico, mas os brasileiros são pobres. • Conclusiva – conclusão, consequência, resultado: “Penso, logo existo”. • Explicativa – explicação, motivo: Trabalhemos, porque o trabalho dignifica. • Causal – causa razão: “Estou triste, porque não tenho você perto de mim”. • Condicional – condição: Se a chuva parar, iremos ao jogo. • Concessiva – concessão (isto é: a oração iniciada por ela concede uma garantia de que a ideia da outra se realiza): Embora tenhamos pouco tempo, concluiremos o trabalho. • Conformativa – conformidade, concordância: Devemos proceder conforme estabelece o regulamento. • Consecutiva – consequência, efeito: Tem contado tantas mentiras, que ninguém acredita nele. • Final – finalidade, resultado desejado ou preconcebido: Estudarei esse assunto, a fim de que possa compreendê- lo. PÁG.20 • Proporcional – proporção, medida: À proporção que estudava, compreendia melhor o assun- to. • Temporal – tempo: Quando voltares, visita-me. • Integrante – a conjunção integrante inicia uma oração que integra o sentido (além de exercer uma função sin- tática) de um termo da oração anterior: Espera-se que venças. (sujeito de “espera-se”) A verdade é que vencerás. (predicativo) VALOR DAS PREPOSIÇÕES Especificamente falando sobre as preposições, é impor- tante sabermos que elas fazem parte das dez classes gramaticais e que possuem a função de ligar termos den- tro de uma oração. Elas também estabelecem relações semânticas entre o termo regente (aquele que pede a preposição) e o termo regido (aquele que completa seu sentido). Por isso veja- mos uma relação em que há esta ocorrência: Peguei o livro do professor com o compromisso de devol- vê-lo amanhã - Valor semântico de posse. As esculturas de cerâmica fizeram o maior sucesso duran- te a exposição – Matéria. Estudar com os amigos é muito mais proveitoso – Com- panhia. O conhecimento é a chave para o sucesso – Finalidade. Fiz o trabalho conforme você sugeriu – Conformidade. Falamos sobre Machado de Assis durante a apresentação do seminário – Assunto. O garoto se feriu com a faca – Instrumento. Aguardávamos com ansiedade o resultado do concurso – Modo. O cachorro morreu de uma epidemia desconhecida – Causa. A plateia protestou contra o alto preço da mensalidade – Oposição. O orientador estipulou um prazo de vinte dias para a en- trega da tese de dissertação – Tempo. Valor Semântico do Adjunto Adverbial É a função sintática da palavra ou da expressão que ser- vem para modificar ou intensificar o sentido do verbo, do predicativo ou de outro adjunto adverbial, atribuindo-lhes uma circunstância. Não se deve confundir adjunto adverbial com advérbio: advérbio é a classe gramatical; adjunto adverbial é a fun- ção sintática. Em outras palavras: advérbio é o nome da palavra; adjunto adverbial é a função que a palavra exerce na oração. Classificação dos Adjuntos Adverbiais Adjunto Adverbial de Tempo Ex. O ônibus chegará a qualquer momento. De vez em quando, vou à praia do Pirambu. Ninguém confia nos políticos hoje em dia, no Ceará. Observe que, quando o adjunto adverbial estiver no final da oração, não será separado por vírgula, a não ser que haja dois ou mais adjuntos adverbiais coordenados. Se o adjunto adverbial estiver no início da oração ou entre os elementos formadores da oração, deverá estar separado por vírgula. Adjunto Adverbial de Lugar Ex. O policial observava o bandido a distância. O documento está em cima da escrivaninha. De vez em quando, vou ao cinema. A locução adverbial a distância só receberá o acento grave indicativo de crase, se possuir a preposição de, formando a locução prepositiva à distância de. Por exem- plo: O policial observava o bandido à distância de cem metros. Adjunto Adverbial de Modo Ex. Os namorados caminhavam lado a lado. Caminhei à toa pelo Pirambu. O acontecimento espalhou-se boca a boca. À toa, adjunto adverbial, não tem hífen. Quando for locu- ção adjetiva, ou seja, quando estiver qualificando um substantivo, terá hífen. Por exemplo, Aquele homem à-toa só anda à toa. Adjunto Adverbial de Negação Ex. Não o procurarei mais. De modo algum, você usará esse objeto. Observe que o adjunto adverbial não, apesar de estar no início da oração, não está separado por vírgula. Isso por- que é representado por apenas uma palavra. Portanto só PÁG.21 será separado por vírgula o adjunto adverbial que for re- presentado por mais de uma palavra. Adjunto Adverbial de Afirmação Ex. Decididamente estou disposto a ajudá-lo. Sem dúvida alguma, iremos até aí amanhã. Adjunto Adverbial de Dúvida Ex. Quem sabe, conseguiremos a vaga. Talvez encontremos a solução. Adjunto Adverbial de Intensidade Ex. Ele bebeu em excesso. Adjunto Adverbial de Meio Ex. Gosto de viajar de avião. Atacou os desordeiros a pedras. Nas expressões adverbiais femininas, muitas vezes ocorre o acento grave sem que haja a crase, isto é, a fusão de dois aa. Verifique: Comprei o carro à vista. Se trocarmos por um masculino correspondente, teremos: Comprei o carro a prazo. Evidência clara de que na expressão à vista não houve a fusão de dois aa. Nesses casos, o uso do acento grave é justificado por alguns gramáticos por uma questão de tradição da língua, ou para tornar o contexto mais claro, evitando-se ambiguidades. Não confundaadjunto adverbial de meio com adjunto ad- verbial de modo. Este indica a maneira como a ação é praticada; aquele, o instrumento usado para a ação ser praticada. Por exemplo: Andei de bicicleta, vagarosamen- te. de bicicleta é o meio; vagarosamente, o modo. Adjunto Adverbial de Causa Ex. Frank Zappa morreu devido a um câncer na próstata. O poço secou com o calor. Adjunto Adverbial de Companhia Ex. Passeei a tarde toda com Edvaldo. Andarei junto dele. Adjunto Adverbial de Finalidade Ex. Eles vieram aqui para um estudo aprofundado de Por- tuguês. Convidei meus amigos para um passeio. Adjunto Adverbial de Oposição Ex. O Ferroviário jogará com o Fortaleza. Ela agiu contra a família. Adjunto Adverbial de Argumento Ocorrerá o adjunto adverbial de argumento com as ex- pressões chegar de e bastar de, no Imperativo. Ex. Chega de brigas. Basta de incompetência. Adjunto Adverbial de Assunto Ocorrerá o adjunto adverbial de assunto, quando houver verbo, indicando comunicação entre as pessoas (falar, conversar, discutir...) com as preposições de, sobre, a locução prepositiva acerca de, a respeito de... Ex. Conversamos sobre Edvaldo ontem. Edvaldo falará a respeito dos problemas educacionais brasileiros. Adjunto Adverbial de Preço Ex. Essa camisa custa muito caro. As palavras caro e barato só serão adjunto adverbial de preço, junto do verbo custar. Caso surjam com verbo de ligação, funcionarão como predicativo do sujeito, concor- dando com este elemento. Por exemplo As calças custaram caro. Mas As calças estão caras. Adjunto Adverbial de Matéria Ex. Fiz de ouro o meu relógio. Adjunto Adverbial de Acréscimo Ex. Além da tristeza, sentia um profundo mal-estar. Adjunto Adverbial de Concessão Ocorrerá adjunto adverbial de concessão na indicação de fatores contrários iniciados por apesar de, embora, inobs- tante... Ex. Apesar de você, sou feliz. Adjunto Adverbial de Condição Ex. Sem disciplina, não há educação. Adjunto Adverbial de Conformidade Ex. Faça tudo conforme os regulamentos da empresa. Adjunto Adverbial de Substituição Ex. Abandonou suas convicções por privilégios. PÁG.22 Praticando com Edvaldo 01. (Consulpam 2018) A conjunção presente na fra- se “A sociedade é desigual porque a partilha do poder econômico gera diferenças históricas definidas pela divi- são social do trabalho e da propriedade” estabelece entre as orações que liga uma relação semântica de: A) Finalidade. B) Causalidade. C) Condicionalidade. D) Proporcionalidade. “Toda saudade é uma espécie de velhice. Talvez, então, a melhor coisa seria contar a infância não como um filme em que a vida acontece no tempo, uma coisa depois da outra, na ordem certa, sendo essa conexão que lhe dá sentido, princípio, meio e fim." 02. (Consulpam 2015) Qual das ideias abaixo expressa o sentido da palavra “então" no contexto? A) Audição B) Conclusão C) Oposição D) Consequência 03. (Uece 2018) Na frase “À frente do Departamento Geral de Trânsito da Espanha entre 2004 e 2012, o engenheiro comandou ações que contribuíram para uma queda drásti- ca das mortes em acidentes de trânsito do país. (...) Ainda assim, o país se preocupa agora com um novo perigo...”, a expressão conectiva destacada apresenta valor semân- tico de A) concessão. B) prioridade. C) alternância. D) exemplifi- cação. 04. (Uece 2018) A expressão conectiva destacada em “... para a melhoria do trânsito, tais como cooperação, solida- riedade, honestidade e valorização da vida” apresenta valor semântico de A) prioridade. B) finalidade. C) exemplificação. D) causa- lidade. 05. (Uece 2018) Assinale a opção em que a conjunção destacada nos trechos retirados do texto e a relação de sentido estabelecida estão corretamente identificadas. A) “... compartilhá-los com todos os cidadãos para que estejam conscientes da magnitude da catástrofe do trânsi- to”. – TEMPO B) “... as leis eram as mesmas, mas o cidadão passou a cumpri-las”. – CAUSA C) “... se não são tomadas outras iniciativas, em seis meses retornamos ao ponto de partida”. – CONDIÇÃO D) “... mandar mensagem enquanto se dirige equivale...” – CONSEQUÊNCIA. 06. (Uece 2018) A expressão conectiva destacada em “...os seus cidadãos perdem a segurança para andar nas ruas, seja por medo de bandido, seja por medo de polícia” apresenta valor semântico de A) condição. B) finalidade. C) alternância. D) concessão. 07. (Uece 2018) Assinale a opção que garante a mesma ideia presente em: “Não é punitivo, mas alerta”. A) Como não é punitivo, alerta. B) Uma vez que é punitivo, alerta. C) Embora não seja punitivo, alerta. D) Ainda que seja punitivo, alerta. 08. (Uece 2018) No subtítulo “Multa não tem valor legal, apenas educativo”, o termo destacado tem como principal função a de estabelecer uma circunstância em relação à palavra seguinte. Essa circunstância é de A) tempo. B) inclusão. C) lugar. D) exclusão. 09. (Uece 2017) Assinale a opção em que o valor semân- tico da conjunção destacada está corretamente identifica- do. A) “...faz roupinhas como toda criança de 5 anos fazia na época de sua mãe...” — oposição. B) “...não sabem ler nem escrever, mas desde os 3 mexe no micro.” — consequência. C) “...o mouse é mais fácil de movimentar do que a caneta. — comparação. D) “Quando ligados à rede mundial, navegam pelos si- tes...” — conclusão. 10. (Cetrede 2015) Os versos “Como um velho boiadeiro levando a boiada, / Eu vou tocando os dias pela longa estrada” estabelecem uma circunstância de A) comparação. B) causa. C) consequência. D) condição. E) proporção. ESCRITA E FIXAÇÃO DE INFORMAÇÃO Com a correria do dia a dia e a tecnologia ao alcance de todos, escrever à mão tornou-se algo menos frequente. Mas pesquisadores da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, elucidaram que nem sempre o que se apresenta como mais fácil é o melhor método. Eles expli- caram que escrever aumenta a memorização das informa- ções. Estudo realizado pelo psicólogo Daniel Oppenhei- mer comprovou, por meio de um teste aplicado a estudan- tes, que após 30 minutos da apresentação de uma pales- tra, quando interrogados sobre o assunto abordado, os voluntários que digitaram no notebook, apesar de terem anotado uma grande quantidade de texto, conseguiram assimilar bem menos as explicações do tema proposto – diferente do que aconteceu com o grupo que escreveu à mão. (Revista Extrafarma. 10 ed. Nov. e dez. 2014, p. 16) 11. (Imparh 2015) Existe entre “a correria do dia a dia e a tecnologia ao alcance de todos” e o fato de escrever a mão ter-se tornado menos frequente, respectivamente, uma relação de: PÁG.23 a) causa e efeito. b) efeito e causa. c) condição e hipótese. d) hipótese e condição. 12. (Cetrede 2014) Leia o texto abaixo e, em seguida, assinale a opção que preenche, de uma forma coesa e coerente, as três lacunas. De acordo com o cientista Ja- mes Lovelock, por conta do aquecimento global, a sobre- vivência da raça humana corre sério risco. Na visão do estudioso, até 2020, secas e outros extremos climáticos serão lugar-comum. Para outros pesquisadores, __________ a rapidez __________ as mudanças climáti- cas acontecem em todo o mundo, há possibilidade de se reverter a situação, caso sejam tomadas medidas imedia- tas __________ reduzir a emissão de gases poluentes. A) portanto – que – objetivando B) não obstante – com que – no sentido de C) dessa maneira – na qual – para D) no entanto – como – de modo E) quanto à – na qual – é o caso Leia o excerto abaixo: (...) Denise teve uma infecção no seio, chamada de mastite, logo depois que o primeiro filho nasceu. “Eram dores hor- ríveis, direto. Fiquei mais de um mês tomando antibiótico e não fazia efeito nenhum”, conta ela. Não fazia efeito por- que a bactéria era resistente a antibióticos. Identificada a bactéria,
Compartilhar