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neos, por exemplo, Isócrates,682 e até mesmo para os gregos do tempo do Império Romano.683 Durante o período manufatureiro propriamente dito, isto é, o período em que a manufatura era a forma dominante do modo de produção capitalista, a plena realização de suas tendências se choca com obstáculos de diversas naturezas. Embora, como vimos, ela criasse ao lado da graduação hierárquica dos trabalhadores uma divisão sim- ples entre trabalhadores qualificados e não qualificados, o número dos últimos fica muito limitado em virtude da influência predominante dos primeiros. Embora ajustasse as operações especiais aos diversos graus de maturidade, força e desenvolvimento dos seus órgãos vivos de tra- balho e portanto induzindo a exploração produtiva de mulheres e crian- ças, essa tendência malogra geralmente devido aos hábitos e à resis- tência dos trabalhadores masculinos. Embora a decomposição da ati- vidade artesanal reduzisse os custos de formação e portanto o valor do trabalhador, continua necessário para o trabalho de detalhe mais difícil um tempo mais longo de aprendizagem, e mesmo onde este se tornava supérfluo, os trabalhadores procuravam zelosamente preser- vá-lo. Encontramos, por exemplo, na Inglaterra, as laws of apprenti- ceship684 com seus sete anos de aprendizagem em pleno vigor até o fim do período manufatureiro, tendo sido postas de lado apenas pela grande indústria. Uma vez que a habilidade artesanal continua a ser a base da manufatura e que o mecanismo global que nela funciona não possui nenhum esqueleto objetivo independente dos próprios tra- balhadores, o capital luta constantemente com a insubordinação dos trabalhadores. “A fraqueza da natureza humana”, exclama o amigo Ure, “é tão grande que quanto mais hábil for o trabalhador, tanto mais ele se torna voluntarioso e mais difícil de ser tratado e, por con- seguinte, causa grande dano ao mecanismo global, por meio de seus caprichos tolos.”685 Por todo o período manufatureiro continua, por isso, a queixa sobre a falta de disciplina dos trabalhadores.686 E se não tivéssemos MARX 481 682 "Ele" (Busíris) “dividiu a todos em castas especiais (...) ordenou que sempre os mesmos indivíduos executassem os mesmos ofícios, porque ele sabia que os que mudam suas ocu- pações não se aprofundam em nenhuma; os que, porém, permanecem na mesma ocupação, realizam tudo com a maior perfeição. Realmente verificaremos que em suas artes e ofícios eles superaram seus rivais em maior medida do que o mestre superou o remendão, e em relação à instituição por meio da qual mantêm a monarquia e a constituição restante do Estado, são tão excelentes que os célebres filósofos, que trataram do assunto, elogiaram a constituição estatal egípcia mais que as outras.” (ISÓCRATES. Busíris, cap. 8.) 683 Cf. Diod. Sic. 684 Leis da aprendizagem. (N. dos T.) 685 URE. Op. cit., p. 20. 686 O que foi dito no texto é mais válido para a Inglaterra do que para a França, e mais para a França do que para a Holanda.
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