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FISIOLOGIA CARDIOVASCULAR (aula 4/5)

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VASOS SANGUÍNEOS
· Sua função é garantir a circulação e a distribuição adequada do fluxo sanguíneo;
· Os vasos possuem adaptações para auxiliar a circulação do sangue;
VISÃO GERAL DA CIRCULAÇÃO
· Artérias:
· Transporta o sangue sob alta pressão para os tecidos;
· Tem como característica serem altamente distensíveis e elásticas (o que reduz pulsatilidade do fluxo);
· Tem essa característica devido sua parede;
· Sua distensibilidade permite que o sangue passe mais lentamente;
· Arteríolas: 
· Condutores do fluxo de sangue para os capilares;
· A resistência altera fluxo de acordo com a necessidade metabólica dos tecidos;
· Seu diâmetro está relacionado às atividades metabólicas dos tecidos;
· Regula a distribuição do fluxo sanguíneo para cada tecido;
· Capilares: 
· É onde ocorre a troca entre sangue e tecidos;
· É muito ramificado, fazendo com que o leito vascular tenha uma área de seção transversa extremamente elevada;
· Vênulas:
· É responsável pela coleta de sangue dos capilares;
· É importante que sua pressão sanguínea seja baixa;
· É altamente ramificado (em comparação as arteríolas);
· Veias:
· transporte de volta ao coração, reservatório de sangue modulável (alta capacitância).
· São bastante expansíveis, mas não são elásticas (pois não possuem tanto tecido elástico nas suas paredes);
CARACTERÍSTICAS DAS PAREDES DOS VASOS
· Todos possuem uma camada interna de endotélio e depois de tecido conjuntivo e musculatura lisa;
· O que vai diferenciar um dos outros será a proporção dessas camadas;
· As artérias possuem em sua parede bastante tecido conjuntivo (elástico e fibroso), além de uma camada significativa de musculatura liso;
· Nas arteríolas, predomina-se a musculatura lisa para poder ter a capacidade de contrair e relaxar, alterando o fluxo sanguíneo;
· Nos capilares não há tecido conjuntivo e musculatura lisa, somente o endotélio (o que é essencial para que ocorra a troca de material entre o plasma e o interstício);
· Na parede das vênulas, só vai haver uma camada fina de endotélio de tecido fibroso (estas são responsáveis para manter a pressão baixa no interior do vaso);
· E as veias, em comparação com as artérias, possui menor quantidade de tecido elástico e musculatura lisa;
· Mas luz das veias é maior do que a luz das artérias;
DISTRIBUIÇÃO DO VOLUME DE SANGUE
· Não é homogênea entre os leitos vasculares;
· Isso de deve por conta da luz dos compartimentos e da pressão (fazendo com que o sangue esteja querendo sempre sair);
· E como o compartimento venoso não promove uma pressão elevada, ele consegue comportar mais sangue;
· Fluxo ≠ Volume
· O fluxo (volume de sangue em determinado período de tempo) depende do débito cardíaco e da resistência periférica, e ele é igual em todos os leitos vasculares;
· O volume varia para cada compartimento;
· 
COMO O RETORNO VENOSO INFLUENCIA A PRESSÃO ARTERIAL
· Se o retorno venoso for menor, o volume diastólico vai ser menor e isso vai prejudicar o volume sistólico, diminuindo o débito cardíaco e, consequentemente, a pressão arterial diminui também;
COMPARTIMENTO ARTERIAL
· É compreendida como a parte entre o ventrículo esquerdo e as arteríolas;
· A PRESSÃO ARTERIAL MÉDIA é a pressão dentro dessa parte;
· O retorno venoso influencia na pressão arterial média;
COMPLACÊNCIA
· A maior pressão registrada é durante a sístole, quando o sangue é inserido no compartimento arterial e está no seu ponto de extensão máxima;
· Na sístole, o sangue arterial flui pelos capilares;
· Na diástole, o sangue está saindo desse compartimento e a valva da aorta se fecha;
· O sangue arterial continua fluindo nos capilares;
· As veias são apenas complacentes, mas as artérias são complacentes e elásticas;
ARTERIOESCLEROSE
· Com o passar dos anos, a tendência é que a gente perca a elasticidade, ficando apenas tecido fibroso;
· Desse modo, as paredes das artérias (principalmente da aorta) ficam mais rígidas;
· Ela perde a elasticidade e a capacidade de se estenderem;
· Isso faz com que o ventrículo tenha que desenvolver uma pressão maior, já que a parede não vai ser distensível, não conseguindo acomodar muito sangue;
· Ou seja, há o aumento do trabalho cardíaco durante a sístole por conta da maior rigidez das artérias;
· E mesmo que ele consiga desenvolver essa pressão maior, o sangue vai ter que passar pelo segmento mais rapidamente, fazendo com que, na diástole, menos sangue flua para os capilares;
· 
· Durante a sístole, a pressão na aorta vai aumentar muito, já que o compartimento não consegue se expandir para acomodar o sangue;
· Durante a diástole, como a parede não acumulou energia elástica e a maior parte do sangue já teve que sair do compartimento mais rapidamente, e ele não acumulou um volume significativo de sangue para ser drenado aos poucos, a pressão diastólica vai ser menor do que a normal;
· Esses fatores, além de aumentar o trabalho cardíaco durante a sístole, durante a diástole, vai ter uma menor quantidade de sangue suprindo o miocárdio;
· Esse evento leva a uma maior probabilidade de um acidente cardiovascular;
PRESSÃO SANGUÍNEA AO LONGA DA CIRCULAÇÃO SISTÊMICA
· Variação da pressão nos segmentos;
· Calculando a diferença de pressão (da maior e da menor pressão), acha-se um valor referente a pressão de pulso;
PP = PS-PD
· PP: pressão de pulso;
· PS: pressão sistólica (maior);
· PD: pressão diastólica (menor);
· E a pressão arterial média representa a média da pressão que é exercida contra as paredes arteriais;
· Como o coração passa a maior parte do tempo em diástole, a pressão média de aproxima da diastólica;
PAM = PD +1/3 (PS-PD)
· É o valor da pressão diastólica menos um terço da pressão de pulso;
· Mas se tem o valor do débito cardíaco e da resistência periférica total, podemos usar a seguinte fórmula;
PAM = DC x RPT
· DC: débito cardíaco;
· RPT
· Quanto maior o débito cardíaco e a resistência, maior a pressão arterial;
· Maior o débito cardíaco pois mais sangue está sendo colocado no compartimento arterial em um período de tempo, aumentando a pressão que o sangue exerce nessa parede;
· E se a resistência for grande, significa que as arteríolas estariam impondo uma maior dificuldade para o sangue escoar fora desse compartimento, resultando no aumento de tempo que o sangue ficará retido, aumentando a pressão;
MICROCIRCULAÇÃO
ESTRUTURA
· Arteríolas (e metarteríolas);
· Capilares;
· Vênulas;
CONTROLE DE FLUXO
· É importante que cada tecido tenha capacidade de regular o seu próprio fluxo sanguíneo, uma vez que a necessidade metabólica de cada tecido pode variar bastante de acordo com a situação;
· Observa-se na imagem que o débito cardíaco aumentou também;
· A paralelidade dos tecidos permite essa mudança no fluxo de sangue;
· Nota-se a capacidade dos tecidos metabolicamente ativos de diminuírem a resistência ao fluxo sanguíneo e com isso aumentar o fluxo para o seu próprio tecido;
· E os tecidos que não têm sua capacidade metabólica aumentada vão ter a capacidade de aumentar a resistência (diminuir o diâmetro das arteríolas que vão irrigar as células) e assim diminuindo o fluxo sanguíneo;
· Se os tecidos se organizassem em série, haveria a necessidade de termos uma quantidade maior de sangue;
AUTO REGULAÇÃO MIOGÊNICA DO FLUXO SANGUÍNEO
· A arteríola vai ajustar seu diâmetro devido a modificação da pressão arterial, quando o metabolismo tecidual não sofrer nenhuma modificação;
· Tem se o aumento da resistência e a diminuição do fluxo;
· Resumindo, é o ajuste do diâmetro da arteríola frente modificações da pressão arterial;
INFLUÊNCIA METABÓLICA
· Teoria vasodilatadora;
· O aumento do metabolismo tecidual leva a célula a secretar substâncias que levariam a consequências na vasodilatação;
· Essas substâncias são várias e são todas subproduto do metabolismo celular; 
· Teoria da falta de nutrientes e O2;
· Um tecido aumenta seu metabolismo, consumindo mais rapidamente os nutrientes e oxigênio que estão chegando para ele de acordo com o fluxo sanguíneo;
· Quando há diminuição da pressão parcial de oxigênio e nos capilares, a arteríola fica com menos oxigênioe nutrientes disponíveis para manter seu estado contrátil;
· Isso resultaria na vasodilatação;
· Uma vez que a arteríola dilata, ocorre a diminuição da resistência do fluxo sanguíneo para aquele tecido, consequentemente aumentando o fluxo sanguíneo;
· Esse aumento de fluxo gera aumento na taxa de remoção proporcional ao fluxo sanguíneo;
· Ou seja, esse fluxo aumentado provoca uma mais rápida remoção dessas substâncias, e uma vez removidas, a arteríola volta a seu estado contrátil inicial;
HIPEREMIA ATIVA E REATIVA
· São exemplos esse tipo de controle metabólico do fluxo;
· Hiperemia ativa:
· O fluxo sanguíneo aumenta durante o período de elevação da taxa metabólica;
· A partir do momento que a taxa metabólica diminui, o fluxo sanguíneo diminui também;
· Hiperemia reativa:
· O fluxo sanguíneo no tecido é interrompido, por algum motivo, durante um período;
· Nesse período, o tecido consome os nutrientes e oxigênio ainda presentes na célula e no interstício, liberando substâncias do metabolismo; 
· Quando a oclusão do vaso é removida, ocorre o aumento exacerbado do fluxo de sangue, mesmo que seu metabolismo não se altere;
ENDOTÉLIO
· O próprio endotélio produz e libera fatores que modulam o fluxo sanguíneo do vaso;
· Existem receptores na membrana do endotélio que percebem alterações do fluxo;
· O aumento no fluxo causa um arraste na membrana do endotélio que sensibiliza seus receptores;
· Esse arraste é chamado de Estresse de Cisalhamento;
· Esse estresse sensibiliza receptores que ativam vias de sinalização que podem levar a diversos efeitos;
· Um exemplo é a maior produção de óxido nítrico a partir do maior estresse de cisalhamento;
· O óxido nítrico é produzido pela célula endotelial e vai provocar relaxamento na musculatura lisa;
· Também há a produção de Ácido Araquidônico a partir da COX, levando a constrição ou relaxamento da musculatura lisa;
· E a produção de endotelina, que se liga a receptores na musculatura lisa e causando constrição e proliferação nessa;
· O endotélio não é só uma camada inerte de células revestindo o vaso, é um conjunto de células bastante ativas; 
· Esses fatores listados acima vão alterar o fluxo sanguíneo de forma mais aguda;
· Mas o endotélio pode provocar a regulação do fluxo sanguíneo a longo prazo, por conta da estimulação da angiogênese (formação de novos vasos) e um desses fatores é o VEGF (fator de crescimento vascular); 
SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS MEDIADORAS
· A todo momento, as arteríolas estão expostas a diversas substâncias que podem provocar sua vasoconstrição ou vasodilatação;
· Ela então decifra todas essas informações e ajusta seu diâmetro para cada necessidade;
· Algumas são produzidas de uma forma mais local e outras que têm uma origem mais sistêmica e agem em locais específicos da arteríola;
CAPILARES
· Passando pelas arteríolas, o sangue segue em direção aos capilares;
· É onde ocorrem as trocas de substâncias;
VIAS DE TROCA TRANSCAPILAR
· Difusão:
· Quando o soluto/gás for permeável à membrana celular (ou seja, se for uma substância lipossolúvel), elas vão atravessar livremente as 2 membranas das células endoteliais;
· Ou se o soluto for pequeno e hidrosoluto, ele vai passar por vias onde a água passa livremente por canais preenchidos por água ou por junções paracelulares; 
· Mas se a substância for grande, ela terá que passar por transcitose;
· Transcitose:
· É a formação de vesículas que englobam a substância na luz e serão levadas ao interstício;
· Eventualmente, várias vesículas podem se unir formando o canal vesicular;
FLUXO DE MASSA TRANSCAPILAR
· A movimentação vai depender da pressão;
· Pressão hidrostática:
· É a pressão que o próprio fluido faz contra as paredes do compartimento que ele está inserido;
· Dentro do capilar, é a pressão que o sangue faz dentro da parede do endotélio;
· No interstício, haverá uma pressão que vai se opor a saída de líquido dentro do capilar para o interstício pois já há a presença de fluidos ali;
· A pressão do interstício é tão baixa que pode ser negativas em alguns casos;
· Pressão osmótica (ou oncótica):
· Ela existe devido a quantidade de solutos que está ali no meio;
· A pressão hidrostática, dentro do capilar, é a pressão que vai favorecer a saída de fluidos de dentro do capilar para o interstício;
· Ou seja, é uma pressão que favorece a filtração (movimento/fluxo de massa do interior do capilar para o exterior);
· E a pressão osmótica é uma pressão que se opõem à saída de fluido de dentro do capilar;
· Ao todo, podemos considerar 4 forças de pressão;
· Filtração efetiva de líquido: saída de líquidos para o interstício; 
· Pc – Pi > TTc – TTi
· A diferença da pressão hidrostática do capilar e do interstício é maior do que a diferença da pressão osmótica do capilar e do interstício;
· Nenhum movimento de líquido: as pressões estão igualadas, entra e sai líquidos, mas não há favorecimento de nenhum lado;
· Pc – Pi = TTc – TTi
· A diferença da pressão hidrostática do capilar e do interstício é igual a diferença da pressão osmótica do capilar e do interstício;
· Reabsorção efetiva de líquido: a pressão que favorece a entrada de fluido é maior do que a pressão que favorece a saída;
· Pc – Pi < TTc – TTi
· A diferença da pressão hidrostática do capilar e do interstício é menor do que a diferença da pressão osmótica do capilar e do interstício;
MAGNITUDE APROXIMADA DAS PRESSÕES
ESTRUTURA DOS CAPILARES LINFÁTICOS
· Recaptura o fluido perdido do capilar para o interstício e a reabsorção de proteínas;
· São vasos com fundo cego, e conforme o fluido se acumula no interstício, as células se afastam uma das outras;
· Como as células estão arranjadas dessa forma e presas por fibras, quando o fluido se acumula, os filamentos de ancoramento favorecem a abertura de entradas que favorecem a entrada de fluidos do interstício para dentro do capilar;
· O capilar depende da diferença de pressão;
· Existem valvas que favorecem a movimentação unidirecional do fluxo;
· A contração da musculatura esquelética em torno do vaso vai funcionar como uma bomba pressórica, favorecendo a movimentação do fluido dentro desses vasos linfáticos;
EDEMAS
· É resultado das alterações nas trocas capilares, sendo um desequilíbrio entre as pressões hidrostáticas e coloidosmótica, favorecendo o acúmulo de fluidos no interstício;
· Está relacionada com o aumento da pressão hidrostática capilar, a pressão do fluido dentro do capilar favorecendo a saída de fluido;
· O aumento da pressão H. capilar não é resultado do aumento da pressão arterial, mas sim do aumento da pressão venosa;
· Outro motivo é a diminuição da pressão coloidosmótica do plasma, por conta da menor síntese de proteínas plasmáticas no fígado, por exemplo;
· O aumento da pressão coloidosmótica do interstício também é outra causa, já que o acúmulo gera a saída para o capilar (um trauma pode gerar isso ou uma infecção que levasse ao aumento da impermeabilidade do capilar);
RAIO DA ARTERÍOLA
VEIAS
COMPARTIMENTO VENOSO CENTRAL E PERIFÉRICO
· Central:
· Circula dentro do tórax;
· Envolve o átrio direito e as veias cavas que chegam no átrio;
· Periférico:
· Suas veias estão distribuídas nos diversos tecidos sistêmicos;
· E todas vão drenar o sangue que vai para as veias cavas;
· Possui um grande volume de sangue venoso;
· Pressão de enchimento cardíaco: pressão venosa central, é a que vai direcionar o sangue para dentro do ventrículo;
· A diferença de pressão entre o periférico e o central vai ditar o retorno venoso;
RETORNO VENOSO
· Fluxo de sangue que parte do compartimento venoso periférico em direção ao compartimento venoso central;
· Se dá em função da diferença de pressão entre eles;
· E é inversamente proporcional a resistência venosa (fórmula do fluxo sanguíneo);
· Pressão venosa central é a pressão nesse compartimento que vai ditar o enchimento cardíaco, influenciando no débito cardíaco (determina o volume diastólico final);
· Variação do retorno venoso em função da pressão venosa central;
· Pressão de enchimento sistêmico do compartimento venoso periférico é 7 mmHg;
· Então se a pressão é 7 também, não há fluxo de sangue;
· O fluxo é cada vez maior quanto menor for a pressão venosa central;
· Quando é 0 chega-se ao seu máximo de 7 L/min;
· Abaixo de zero, com a pressão negativa, a luz diminui e a veia entra em colapso, além de não acrescentar em nada no retorno venoso;
· Diferentes fatores afetam a complacência e volume do compartimento venoso periférico e consequentemente sua pressão;
· Aí depende se afeta ambos ao mesmo tempo ou cada um separadamente e como afeta;
· Quando a pessoa contrai a musculatura, ela tende a comprimir a veia, causando uma maior pressão e auxiliando no retorno venoso;
FATORES QUE AUMENTAM A PRESSÃO V. CENTRAL
ALTERAÇÃO NAS CURVAS
· A alteração da pressão e da resistência ocorrem concomitantemente;
· Sofrem variação no deslocamento de um lado para o outro e na angulação;
Obs. o retorno venoso entra indiretamente na equação de pressão arterial devido sua influência no volume sistólico;

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