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Projeto de Recuperação Final – 1ª Série EM 
 
 
 
 
GRAMÁTICA 
 
MATÉRIA A SER ESTUDADA 
 
VOLUME CAPÍTULO ASSUNTO 
3 10 
 
Substantivo 
4 13 
 
Pronomes 
4 14 
 
Morfossintaxe dos Pronomes 
5 15 
 
Adjetivo 
5 18 
 
Verbo 
5 19 
 
Vozes e aspecto Verbal 
6 20 
 
Emprego das Formas Verbais 
 
 6 
 
 21- texto 
 
Polissemia 
 
 
 
LISTA DE EXERCÍCIOS PARA ENTREGAR 
 
1. Apelo 
Dalton Trevisan 
Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, para dizer a verdade, não senti 
falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa de esquina. Não foi ausência por uma semana: o batom ainda 
no lenço, o prato na mesa por engano, a imagem de relance no espelho. 
Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notícia de sua perda veio aos poucos: a pilha de 
jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo da escada. Toda a casa era um corredor deserto, até o canário 
ficou mudo. Não dar parte de fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite eles se iam. 
Ficava só, sem o perdão de sua presença, última luz na varanda, a todas as aflições do dia. 
Sentia falta da pequena briga pelo sal no tomate — meu jeito de querer bem. Acaso é saudade, 
Senhora? Às suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham. Não tenho botão na camisa. Calço 
a meia furada. Que fim levou o saca-rolha? Nenhum de nós sabe, sem a Senhora, conversar com os outros: 
bocas raivosas mastigando. Venha para casa, Senhora, por favor. 
Observando este período, responda: Às suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham. 
a) Que tipo de relação se estabelece entre as duas orações por meio da conjunção E? 
b) Como pode ser justificado o emprego do segundo verbo do período no presente, enquanto o primeiro se 
apresenta no pretérito? 
 
 
2. 
PESQUISA 
Mário Quintana 
Na gostosa penumbra da Biblioteca Municipal 
leio velhos jornais 
e 
dos anúncios prescritos 
das novidades caducas 
dos poetas mortos há tanto tempo que parecem de novo estreantes 
das ferocíssimas batalhas políticas do ano de 1910 
- brotam como balões meus sábados azuis. 
As horas bebidas aos goles 
(num copo azul) 
e as ruas de poeira e sol onde bailam sozinhos 
os meus sapatos de colegial. 
 
a) A leitura atenta do poema de Mário Quintana permite que se identifiquem, de maneira clara, referências a dois 
momentos diferentes: o presente e o passado. Transcreva palavras e expressões do poema que remetem a 
esses dois momentos. 
b) Como se explica que, no poema, formas verbais no presente possam fazer referência tanto ao tempo presente 
quanto ao tempo passado? 
 
 
3. 
 Aves de rapina 
Há muitos anos que os caminhos se arrastavam subindo para as montanhas. 
Percorriam as florestas perseguindo a distância, longos e lentos deslizavam nas planícies. 
Passaram chuvas, passaram ventos, 
Passaram sombras aladas… 
Um dia os aviões surgiram e libertaram a distância, 
Os aviões desceram e levaram os caminhos. 
 
a) Na primeira estrofe, fala-se do passado como o tempo dos acontecimentos que deslizavam “lentos e longos.” 
O emprego do pretérito imperfeito e o uso do gerúndio reforçam essa ideia. Explique por quê. 
b) Por meio do título o poema apresenta ao leitor uma avaliação sobre o progresso. Essa avaliação é positiva ou 
negativa? Justifique sua resposta, a partir de uma passagem do poema. 
 
 
4. Leia a propaganda abaixo, publicada na revista VEJA, em 17/11/99, e responda às perguntas: 
EU GRAVO, EU ASSISTO 
EU OUÇO, EU DANÇO, 
EU PENDURONA PAREDE, 
EU DECORO MINHA CASA, 
EU LEVO PARA VIAJAR, 
EU LIGO, EU FAÇO A FESTA, 
E DOU O SHOW. 
EU E A PHILIPS 
a) Qual o tempo verbal predominante nesse anúncio? 
b) Qual o sentido desse tempo verbal nesse anúncio? 
c) Por que razão você acredita que se preferiu utilizar nesse anúncio esse sentido desse tempo verbal? Que 
contribuição a mensagem anunciada ganha com essa forma verbal? 
d) Há uma repetição excessiva do pronome pessoal EU durante o anúncio. No entanto, no final, constatamos 
que o sujeito, na verdade, são dois: EU E A PHILIPS. Justifique esse procedimento, mostrando as vantagens 
que ele traz para o anúncio. 
 
 
5. 
 (...) 
Num tempo página infeliz da nossa história, 
passagem desbotada na memória 
Das nossas novas gerações 
Dormia a nossa pátria mãe tão distraída 
sem perceber que era subtraída 
Em tenebrosas transações 
(...) 
a) É correto afirmar que o verbo DORMIA tem uma conotação positiva ou negativa, tendo em vista o contexto em 
que ocorre? Justifique sua resposta. 
b) O verbo dormia apresenta-se em qual tempo e modo? Justifique seu uso no contexto do poema. 
 
 
6. Em um jornal de circulação restrita, vemos, na capa, a seguinte chamada: 
Inspire 
saúde! 
Sem fumar, 
respire 
aliviado! 
No interior do Jornal, a matéria começa da seguinte forma: Desperte o não-fumante que há em você!, seguida 
logo adiante de O fumante passivo – aquele que não fuma, mas freqüenta ambientes poluídos pela fumaça do 
cigarro – também tem sua saúde prejudicada. 
Jornal da Cassi – Publicação da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil, ano IX, n. 40, 
junho/julho de 2004. 
Levando em consideração os trechos citados, observamos, na chamada da capa, um interessante jogo 
polissêmico. 
a) Apresente dois sentidos de ‘Inspire’ em ‘Inspire saúde!’. Justifique. 
b) Apresente dois sentidos de ‘aliviado’ em ‘respire aliviado!’. Justifique 
 
7. 
(...) 
Ainda é cedo, amor 
Mal começaste a conhecer a vida 
Já anuncias a hora de partida 
Sem saber mesmo o rumo que irás tomar 
Preste atenção, querida 
Embora eu saiba que estás resolvida 
Em cada esquina cai um pouco a tua vida 
Em pouco tempo não serás mais o que és 
(...) 
Na linguagem coloquial do Brasil, ocorre com frequência a mistura de tratamento. Transcreva a forma do texto 
incorretamente empregada e reescreva-a de forma correta. Justifique sua resposta. 
 
8. A China detonou uma bomba e pouca gente percebeu o estrago que ela causou. Assim que abriu as 
portas para as multinacionais oferecendo mão-de-obra e custos muito baratos, o país enfraqueceu as relações 
de trabalho no mundo. Em uma recente análise, a revista inglesa The Economist mostra que a entrada da China, 
da Índia e da ex-União Soviética na economia mundial dobrou a força de trabalho.Com isso, o poder de 
barganha de sindicatos do mundo inteiro teria se esfacelado. Provavelmente por isso, diz a revista, salários e 
benefícios tenham crescido apenas 11% desde 2001 nas empresas privadas dos Estados Unidos, ante 17% nos 
cinco anos anteriores. 
(Você s/a, setembro de 2005) 
 
a) Transcreva uma oração do texto introduzida pelo pronome relativo que. 
b) Qual é o antecedente desse pronome, isto é, a palavra a que ele se refere? 
 
9. . Complete as frases com os verbos indicados entre parênteses. 
“Se você ________ (vir) à exposição e se ________ (dispor) a visitar o terceiro andar, poderá notar duas 
grandes fotos iluminadas. Quando as ________ (ver),observe seus efeitos de luz e sombra. para bem comparar 
a técnica utilizada, será conveniente que você ________ (manter-se) a uma boa distância. Se isso não 
________ (satisfazer) sua curiosidade, poderá adotar outra perspectiva. 
 
10. O termo ONDE encontra-se corretamente empregado na frase: 
a) A suspeita de falsificação nasceu por causa daquela folha onde havia uma rasura. 
b) Não sei onde foi que te decepcionei: ao não responder à tua carta? Ao não me desculpar por isso? 
c) Nos piores momentos é onde podemos reconhecer os verdadeiros amigos. 
d) Não tenho saudades de minha infância, onde sofri tantas injustiças. 
e) À saída dos torcedores é onde costuma haver muito tumulto. 
 
 
11. Indicar a ÚNICA frase correta na relação a seguir: 
a) O rapaz colocou-se entre eu e você; 
b) Entre mim e você há um grande segredo; 
c) Aquela notícia chegou até eu; 
d) Você trouxe o livro para mim ler; 
e) Nunca vi ele tão zangado. 
 
12. Dê os adjetivos equivalentesàs expressões em destaque. 
a) programa da tarde 
b) ciclo da vida 
c) representante dos alunos 
 
 
 
 
13. Leia os textos abaixo e faça o que se pede: 
“(…) No fundo o imponente castelo. No primeiro plano a íngreme ladeira que conduz ao castelo. Descendo a 
ladeira numa disparada louca o fogoso ginete. 
Montado no ginete o apaixonado caçula do castelão inimigo de capacete prateado com plumas brancas. E 
atravessada no ginete a formosa donzela desmaiada entregando ao vento os cabelos cor de carambola.” (A. de 
Alcântara Machado, Carmela). 
“(…) íamos, se não me engano, pela rua das Mangueiras, quando voltando-nos, vimos um carro elegante que 
levavam a trote largo dois fogosos cavalos. Uma encantadora menina, sentada ao lado de uma senhora idosa, 
se recostava preguiçosamente sobre o macio estofo e deixava pender pela cobertura derreada do carro a mão 
pequena que brincava com um leque de penas escarlates.” José de Alencar, Lucíola). 
 
Nesses excertos, observa-se que a maioria dos substantivos são modificados por adjetivos ou expressões 
equivalentes. 
Comparando os dois textos: 
a) aponte em cada um deles o efeito produzido por tal recurso linguístico 
b) justifique sua resposta. 
 
14. Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas da frase inicial: Vossa Excelência ............ que 
eu ............ traga ............ jornal? 
a) quer - lhe – vosso 
b) quer - vos - seu 
c) quereis - vos - vosso 
d) quer - lhe - seu 
e) quereis - lhe – vosso 
 
 
15. Una as orações usando o pronome relativo adequado. Traga a segunda oração para a primeira. 
 
a) Jorge trabalha em um grande escritório. Na frente do escritório há um restaurante francês. 
 
 
b) Esta é a aluna. Eu me referi a ela. 
 
 
16. Classifique os substantivos que seguem quanto ao gênero: 
 
a) Cobra – 
b) Carrasco - 
c) Artista - 
d) Cônjuge – 
e) Formiga – 
 
 17. Complete as orações empregando respectivamente o pretérito perfeito e o futuro do presente dos verbos 
entre parênteses: 
 a) (correr) - Ontem eles __________, amanhã vocês ___________ . 
 b) (ler) - Ontem eles __________ o texto, amanhã vocês __________ . 
 c) (ir) - Ontem eles __________ ao cinema, amanhã vocês __________ . 
 d) (vir) - Ontem eles __________ à cidade, amanhã vocês __________ . 
 e) (ver) - Ontem eles __________ a exposição, amanhã vocês __________ . 
 
 
 18. Passe os verbos e pronomes da primeira pessoa do singular para a primeira pessoa do plural. 
 a) Se eu assistisse ao filme, participaria do debate. 
 b) Se eu acordasse cedo, não perderia a aula. 
 
 19. Classifique o grau dos adjetivos: 
 a) Eles são os menos baixos do time 
 b) Ela era menor do que a amiga. 
 c) Elas estavam felicíssimas. 
 d) Há um aluno da sexta série que é muito estudioso. 
 e) Ele é o aluno mais calmo da sala. 
 
 
 20. Passe a frase abaixo para a voz passiva analítica e depois para a sintética. 
 
 Nós havíamos encontrado os livros de Matemática na biblioteca da escola. 
 
 
 
Leia a tirinha. 
 
. 
 
 21. Encontramos o efeito polissêmico empregado na seguinte palavra 
 a) vaca. 
 b) humano 
 c) costela. 
 d) radiografia. 
 e) conversa. 
 
 22. Diga qual o sentido da palavra destacada em cada caso. 
 
a) Aquele menino do nono ano é um gato. 
b) Foram processados por fazerem um gato na rede elétrica. 
c) Os boias-frias eram aliciados por um gato. 
d) Camila usava grampo nos cabelos. 
e) As gravações telefônicas foram possíveis porque fizeram um grampo. 
f) Carla é uma fera em informática 
g) É preciso domar a fera antes de adestrá-la 
h) Ela ficou uma fera porque ele estragou a almofada. 
 
 
LITERATURA 
Matéria a ser estudada (conteúdo): 
Apostila/Volume: Capítulo: Assunto: 
Livro 3 8 Romantismo no Brasil – 1ª fase 
Livro 3 9 Romantismo no Brasil – 2ª e 3ª fases 
Livro 3 10 Romantismo no Brasil – prosa indianista e histórica 
Livro 3 11 Romantismo no Brasil – prosa urbana e regional 
Livro 4 14 Realismo no Brasil 
Livro 5 15 Machado de Assis – Romance 
Livro 5 17 Naturalismo no Brasil – Autores e obras 
Livro 5 18 Aluísio Azevedo 
Livro 6 20 Parnasianismo 
Livro 6 21 Simbolismo 
 
LISTA DE EXERCÍCIOS PARA ENTREGAR 
 
1. Leia atentamente o poema abaixo: 
 
I-Juca Pirama 
Gonçalves Dias 
 
Meu canto de morte, 
Guerreiros, ouvi: 
Sou filho das selvas, 
Nas selvas cresci; 
Guerreiros, descendo 
Da tribo Tupi. 
Da tribo pujante, 
Que agora anda errante 
Por fado inconstante, 
Guerreiros, nasci; 
Sou bravo, sou forte, 
Sou filho do Norte; 
Meu canto de morte, 
Guerreiros, ouvi. 
 
Aos golpes do imigo, 
Meu último amigo, 
Sem lar, sem abrigo 
Caiu junto a mi! 
Com plácido rosto, 
Sereno e composto, 
O acerbo desgosto 
Comigo sofri. 
 
Meu pai a meu lado 
Já cego e quebrado, 
De penas ralado, 
Firmava-se em mi: 
Nós ambos, mesquinhos, 
Por ínvios caminhos, 
Cobertos d’espinhos 
Chegamos aqui! 
 
Eu era o seu guia 
Na noite sombria, 
A só alegria 
Que Deus lhe deixou: 
Em mim se apoiava, 
Em mim se firmava, 
Em mim descansava, 
Que filho lhe sou. 
 
Ao velho coitado 
De penas ralado, 
Já cego e quebrado, 
Que resta? — Morrer. 
Enquanto descreve 
O giro tão breve 
Da vida que teve, 
Deixai-me viver! 
 
Não vil, não ignavo, 
Mas forte, mas bravo, 
Serei vosso escravo: 
Aqui virei ter. 
Guerreiros, não coro 
Do pranto que choro: 
Se a vida deploro, 
Também sei morrer. 
 
A partir do trecho apresentado, extraído do clássico poema do indianismo brasileiro I-Juca Pirama, 
julgue verdadeiros ou falsos os itens a seguir. Reescreva os itens falsos, corrigindo-os. 
a) No contexto da literatura brasileira do século XIX, era incomum a presença de protagonistas 
ameríndios em poemas épicos e romances. Especialmente os autores que se filiaram ao 
romantismo tenderam a dar destaque, nos seus textos, a heróis de origem europeia, como forma de 
rejeitar o projeto de uma identidade brasileira. 
b) Ao utilizar como recurso de composição a narrativa em primeira pessoa do singular, o autor 
potencializa o apelo romântico do texto, fazendo que o drama do personagem Tupi seja sublinhado 
pela perspectiva íntima, a partir da qual os fatos são apresentados. 
c) O índio, nesse poema de Gonçalves Dias e nas demais obras do indianismo romântico brasileiro, é 
representado segundo técnica literária realista, por meio da qual se pretende revelar o índio como 
legítimo dono das terras e da identidade cultural do país. 
d) O movimento romântico brasileiro, do qual o poema I-Juca Pirama é produção exemplar, procurou 
estabelecer as bases literárias da identidade cultural brasileira, objetivando a superação do 
cosmopolitismo expresso pela estética neoclássica, característica do Arcadismo. 
 
 
2. Leia o poema abaixo: 
 
 
MEU ANJO 
 
Meu anjo tem o encanto, a maravilha 
Da espontânea canção dos passarinhos; 
Tem os seios tão alvos, tão macios 
Como o pelo sedoso dos arminhos. 
 
Triste de noite na janela a vejo 
E de seus lábios o gemido escuto. 
É leve a criatura vaporosa 
Como a froixa fumaça de um charuto. 
 
 
 
Parece até que sobre a fronte Angélica 
Um anjo lhe depôs coroa e nimbo… 
Formosa a vejo assim entre meus sonhos 
Mais bela no vapor do meu cachimbo. 
 
Como o vinho espanhol, um beijo dela 
Entorna ao sangue a luz do paraíso. 
Dá morte num desdém, num beijo vida, 
E celestes desmaios num sorriso! 
 
Me quis a minha sina que seu peito 
Não batesse por mim nem um minuto, 
E que ela fosse leviana e bela 
Como a leve fumaça de um charuto. 
 
 
(AZEVEDO, Álvares de. Poesias completas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000.) 
 
 
Quais características da Segunda Geração Romântica podem ser percebidas no poema de Álvares de 
Azevedo? Explique cada uma dessas características e depois exemplifique com versos do texto. 
 
 
Textos para a questão 3: 
 
 
Texto I 
 
 
 
Texto II 
 
Senhor Deus dos desgraçados! 
Dizei-me vós, Senhor Deus! 
Se é loucura...se é verdade 
Tanto horror perante os céus... 
Ó mar! Por que não apagas 
Co'a esponjade tuas vagas 
Do teu manto este borrão? 
Astros! Noite! Tempestades! 
Rolai das imensidades! 
Varrei os mares tufão! [...] 
 
Ontem plena liberdade, 
A vontade por poder... 
Hoje... cúm’lo de maldade, 
Nem são livres p’ra morrer... 
Prende-os a mesma corrente 
- Férrea, lúgubre [fúnebre] serpente – 
Nas roscas da escravidão. 
E assim zombando da morte, 
Dança a lúgubre coorte 
Ao som do açoute [chicote] ... Irrisão [zombaria]! [...] 
 
3. a) O texto I foi produzido por um autor contemporâneo, Edgar Vasques, enquanto o texto II é de 
autoria de Castro Alves. A partir de informações trabalhadas em aula, indique a qual geração romântica 
o autor do texto II pertence e apresente duas características dessa geração que estejam presentes no 
poema. 
 
b) Os dois textos apresentam um caráter de denúncia social. A partir dos elementos presentes nos 
textos e também de seus conhecimentos prévios, explique se as duas produções abordam a mesma 
problemática. 
 
 
A seguir, você lerá dois textos. O primeiro é um fragmento de Memórias de um sargento de 
milícias, escrito por Manuel Antônio de Almeida; o segundo, de Senhora, escrito por José de 
Alencar. Para responder aos exercícios 4 e 5, leia-os observando as diferenças de linguagem 
e de ambiente social: 
 
 
Texto I: 
 
“Ao sair do Tejo [rio de Portugal], estando a Maria encostada à borda do navio, o Leonardo 
fingiu que passava distraído por junto dela, e com o ferrado sapatão assentou-lhe uma valente 
pisadela no pé direito. A Maria, como se já esperasse por aquilo, sorriu-se como envergonhada do 
gracejo, e deu-lhe também em ar de disfarce um tremendo beliscão nas costas da mão esquerda. Era 
isto uma declaração em forma, segundo os usos da terra: levaram o resto do dia de namoro cerrado; 
ao anoitecer passou-se a mesma cena de pisadela e beliscão, com a diferença de serem desta vez 
um pouco mais fortes; e no dia seguinte estavam os dois amantes tão extremosos e familiares, que 
pareciam sê-lo de muitos anos. 
 
Quando saltaram em terra começou a Maria a sentir certos enojos [enjoo]: foram os dois morar 
juntos: e daí a um mês manifestaram-se claramente os efeitos da pisadela e do beliscão; sete meses 
depois teve a Maria um filho, formidável menino de quase três palmos de comprido, gordo e vermelho, 
cabeludo, esperneador e chorão; o qual, logo depois que nasceu, mamou duas horas seguidas sem 
largar o peito. E este nascimento é certamente de tudo o que temos dito o que mais nos interessa, 
porque o menino de quem falamos é o herói desta história. 
Chegou o dia de batizar-se o rapaz: foi madrinha a parteira; sobre o padrinho houve suas 
dúvidas: o Leonardo queria que fosse o Sr. juiz; porém teve de ceder a instâncias da Maria e da 
comadre, que queriam que fosse o barbeiro de defronte, que afinal foi adotado. Já se sabe que houve 
nesse dia função [espetáculo]: os convidados do dono da casa, que eram todos dalém-mar, cantavam 
ao desafio, segundo seus costumes; os convidados da comadre, que eram todos da terra, dançavam o 
fado. O compadre trouxe a rabeca, que é, como se sabe, o instrumento favorito da gente do ofício. A 
princípio, o Leonardo quis que a festa tivesse ares aristocráticos, e propôs que se dançasse o minuete 
[antiga dança francesa com movimentos delicados e equilibrados] da corte. Foi aceita a ideia, ainda 
que houvesse dificuldade em se encontrarem pares. Afinal levantaram-se uma gorda e baixa matrona, 
mulher de um convidado; uma companheira desta, cuja figura era a mais completa antítese da sua; 
um colega do Leonardo, miudinho, pequenino, e com fumaças de gaiato, e o sacristão da Sé, sujeito 
alto, magro e com pretensões de elegante. O compadre foi quem tocou o minuete na rabeca; e o 
afilhadinho, deitado no colo da Maria, acompanhava cada arcada com um guincho e um esperneio. 
Isto fez com que o compadre perdesse muitas vezes o compasso, e fosse obrigado a recomeçar outra
tantas. 
 
Depois do minuete, foi desaparecendo a cerimônia, e a brincadeira aferventou, como se dizia 
naquele tempo. Chegaram uns rapazes de viola e machete: o Leonardo, instado pelas senhoras, 
decidiu-se a romper a parte lírica do divertimento. Sentou-se num tamborete, em um lugar isolado da 
sala, e tomou uma viola. Fazia um belo efeito cômico vê-lo, em trajes do ofício, de casaca, calção e 
espadim, acompanhando com um monótono zunzum nas cordas do instrumento o garganteado de uma 
modinha pátria. Foi nas saudades da terra natal que ele achou inspiração para o seu canto, e isto era 
natural a um bom português, que o era ele. [...] 
O canto do Leonardo foi o derradeiro toque de rebate para esquentar-se a brincadeira, foi o 
adeus às cerimônias. Tudo daí em diante foi burburinho, que depressa passou à gritaria, e ainda mais 
depressa à algazarra, e não foi ainda mais adiante porque de vez em quando viam-se passar através 
das rótulas da porta e janelas umas certas figuras que denunciavam que o Vidigal andava perto.” 
 
Texto II: 
 
“Há anos raiou no céu fluminense uma nova estrela. 
Desde o momento de sua ascensão ninguém lhe disputou o cetro [bastão usado pelos reis]; foi 
proclamada a rainha dos salões. 
Tornou-se a deusa dos bailes; a musa dos poetas e o ídolo dos noivos em disponibilidade. 
Era rica e formosa. [...] 
Aurélia era órfã; e tinha em sua companhia uma velha parenta, viúva, D. Firmina Mascarenhas, 
que sempre a acompanhava na sociedade. 
Mas essa parenta não passava de mãe de encomenda, para condescender com os escrúpulos 
da sociedade brasileira, que, naquele tempo, não tinha admitido ainda certa emancipação feminina. 
Guardando com a viúva as deferências devidas à idade, a moça não declinava um instante do 
firme propósito de governar sua casa e dirigir suas ações como entendesse. [...] 
Na sala, cercada de adoradores, no meio das esplêndidas reverberações de sua beleza, Aurélia 
bem longe de inebriar-se da adoração produzida por sua formosura, e do culto que lhe rendiam; ao 
contrário parecia unicamente possuída de indignação por essa turba [multidão] vil [que se compra por 
baixo preço] e abjeta [desprezível]. [...] 
Convencida de que todos os seus inúmeros apaixonados, sem exceção de um, a pretendiam 
unicamente pela riqueza, Aurélia reagia contra essa afronta, aplicando a esses indivíduos o mesmo 
estalão [padrão]. 
Assim costumava ela indicar o merecimento de cada um dos pretendentes, dando-lhes certo 
valor monetário. Em linguagem financeira, Aurélia cotava os seus adoradores pelo preço que 
razoavelmente poderiam obter no mercado matrimonial. [...] 
Riam-se todos destes ditos de Aurélia, e os lançavam à conta de gracinhas de moça espirituosa; 
porém a maior parte das senhoras, sobretudo aquelas que tinham filhas moças, não cansavam de 
criticar desses modos desenvoltos, impróprios de meninas bem-educadas. 
Os adoradores de Aurélia sabiam, pois ela não fazia mistério, do preço de sua cotação no rol da 
moça; e longe de se agastarem com a franqueza, divertiam-se com o jogo que muitas vezes resultava 
do ágio de suas ações naquela empresa nupcial. [...] 
 
 
4. Os dois textos apresentam em comum o ambiente urbano do Rio de Janeiro do século XIX e 
o relacionamento entre homem e mulher. 
a) Que classe social cada um dos textos retrata? 
b) Que importância ou significado tem o casamento para as personagens do texto II? 
c) Nas duas obras, as personagens femininas transgridem as regras sociais, porém de forma 
diferente. Qual a transgressão de cada uma delas? 
 
5. Senhora e Memórias de um sargento de milícias são obras consideradas precursoras do 
Realismo – movimento literário da segunda metade do século XIX, que se caracteriza pela 
objetividade e pela crítica ostensiva à sociedade burguesa – em virtude do retrato mais direto, 
crítico e objetivo que fazem da realidade. Contudo, as duas obras ainda estão presas a certas 
convenções românticas. 
 
 
 
 
a) Qual dos dois romances foge mais às convenções românticas, tais como linguagem 
metafórica, amor e mulher idealizada? 
b) Qual dos dois romances aprofundamais a crítica à sociedade, já apresentando elementos 
próprios da crítica realista? Justifique. 
 
 
6. O quadro abaixo pertence ao período do Realismo, estilo artístico baseado na fiel e 
minuciosa reprodução de modelos da natureza e da vida contemporânea. Aponte e explique as 
características da literatura realista que também podem ser observadas no quadro ao lado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7. Leia os fragmentos a seguir, retirados de romances de Machado de Assis, e responda à 
questão abaixo. 
 
"Mas o livro é enfadonho, cheira a sepulcro, traz certa contração cadavérica; vício grave, e aliás ínfimo, 
porque o maior defeito deste livro és tu, leitor. Tu tens pressa de envelhecer, e o livro anda devagar; tu 
amas a narração direta e nutrida, o estilo regular e fluente, e este livro e o meu estilo são como os 
ébrios, guinam à direita e à esquerda, andam e param, resmungam, urram, gargalham, ameaçam o céu, 
escorregam e caem ..." 
 (Memórias Póstumas de Brás Cubas) 
 
"A leitora que é minha amiga e abriu este livro com o fim de descansar da cavatina de ontem para a 
valsa de hoje quer fechá-lo às pressas, ao ver que beiramos um abismo. Não faça isso, querida; eu 
mudo de rumo." 
(Dom Casmurro) 
Identifique duas características típicas da prosa machadiana presentes nos dois fragmentos acima e 
explique-as. 
 
8. Leia o trecho abaixo, de Memórias Póstumas de Brás Cubas: 
 
O emplasto 
Um dia de manhã, estando a passear na chácara, pendurou-se-me uma ideia no trapézio que eu 
tinha no cérebro. 
Uma vez pendurada, entrou a bracejar, a pernear, a fazer as mais arrojadas cambalhotas. Eu 
deixei-me estar a contemplá-la. Súbito, deu um grande salto, estendeu os braços e as pernas, até tomar 
a forma de um X: decifra-me ou devoro-te. 
Essa ideia era nada menos que a invenção de um medicamento sublime, um emplasto anti-
hipocondríaco, destinado a aliviar a nossa melancólica humanidade. 
COURBET: Os Quebradores de Pedra, 1849. 
Óleo sobre tela, 159 x 259 cm. 
 
Na petição de privilégio que então redigi, chamei a atenção do governo para esse resultado, 
verdadeiramente cristão. Todavia, não neguei aos amigos as vantagens pecuniárias que deviam 
resultar da distribuição de um produto de tamanhos e tão profundos efeitos. Agora, porém, que estou cá 
do outro lado da vida, posso confessar tudo: o que me influiu principalmente foi o gosto de ver 
impressas nos jornais, mostradores, folhetos, esquinas e, enfim, nas caixinhas do remédio, estas três 
palavras: Emplasto Brás Cubas. Para que negá-lo? Eu tinha a paixão do arruído, do cartaz, do foguete 
de lágrimas. Talvez os modestos me arguam esse defeito; fio, porém, que esse talento me hão de 
reconhecer os hábeis. Assim, a minha ideia trazia duas faces, como as medalhas, uma virada para o 
público, outra para mim. De um lado, filantropia e lucro; de outro, sede de nomeada. Digamos: — amor 
da glória. 
Um tio meu, cônego de prebenda inteira, costumava dizer que o amor da glória temporal era a 
perdição das almas, que só devem cobiçar a glória eterna. Ao que retorquia outro tio, oficial de um dos 
antigos terços de infantaria, que o amor da glória era a coisa mais verdadeiramente humana que há no 
homem e, consequentemente, a sua mais genuína feição. 
Decida o leitor entre o militar e o cônego; eu volto ao emplasto. 
Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas. Obra completa, v. I. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992, p. 514-5 (com adaptações). 
Com relação ao texto acima, à obra Memórias Póstumas de Brás Cubas e a aspectos por eles 
suscitados, julgue verdadeiros ou falsos os itens a seguir. Reescreva os itens falsos, corrigindo-os. 
 
a) O compromisso do narrador com a verdade dos fatos, honestidade decorrente da vida além-túmulo, e 
o seu interesse pela ciência e pela filosofia aproximam a narrativa de Memórias Póstumas de Brás 
Cubas da forma de narrar do Naturalismo, ou seja, da descrição objetiva da realidade. 
b) As “arrojadas cambalhotas” (segundo parágrafo) da ideia inventiva de Brás Cubas relacionam-se à 
forma como Machado de Assis compôs esse romance, no qual o narrador intercala a narrativa de 
suas memórias com divagações acerca de temas diversos, o que produz constante vaivém na 
condução do enredo. 
c) A partir de Memórias Póstumas de Brás Cubas, o conjunto da obra machadiana divide-se em duas 
fases: a primeira é constituída por obras em que o foco narrativo é em terceira pessoa e o tema 
revela interesse pela sorte dos pobres, como em Helena, por exemplo; a segunda é formada de obras 
construídas a partir da perspectiva do narrador-personagem associado à classe dominante local, a 
exemplo de Dom Casmurro. 
d) O romancista Machado de Assis é considerado o responsável pela introdução de um novo modelo 
narrativo no romance nacional ao lançar um olhar crítico para a sociedade de sua época. 
e) A história de Memórias Póstumas é narrada de acordo com a memória do personagem, quebrando a 
linearidade do enredo, que não apresenta a ordem: começo, meio e fim. 
 
 
9. Considere as seguintes afirmativas: 
I. "Esforço-me por entrar no espartilho e seguir uma linha reta geométrica: nenhum lirismo, nada de 
reflexões, ausente a personalidade do autor." Gustav Flaubert 
(Cf. BOSI, Alfredo. "História concisa da literatura brasileira." São Paulo: Cultrix, 1994. p.169) 
 
II. "Em "Thérese Raquin", eu quis estudar temperamentos e não caracteres. Aí está o livro todo. Escolhi 
personagens soberanamente dominadas pelos nervos e pelo sangue, desprovidas de livre-arbítrio, 
arrastadas a cada ato de sua vida pelas fatalidades da própria carne [...]." Émile Zola 
(Cf. BOSI, Alfredo. "História concisa da literatura brasileira." São Paulo: Cultrix, 1994. p.169) 
 
Os princípios estéticos introduzidos por Flaubert e Zola, respectivamente, os mentores do Realismo e 
do Naturalismo, servem como parâmetro para que se possam estabelecer as diferenças básicas entre 
essas duas escolas literárias. Reflita sobre as afirmações dos referidos escritores franceses e destaque 
os pontos convergentes e divergentes entre as manifestações da prosa de ficção realista-naturalista no 
Brasil. 
 
10. Leia o fragmento abaixo, retirado do livro O Bom-crioulo, de Adolfo Caminha: 
 
“O convés, tanto na coberta como na tolda, apresentava o aspecto de um acampamento nômade. A 
marinhagem entorpecida pelo trabalho, caíra numa sonolência profunda, espalhada por ali ao relento, 
 
numa desordem geral de ciganos que não escolhem o terreno para repousar. Pouco lhe importavam o 
chão úmido, as correntes de ar, as constipações, o beribéri. Embaixo era maior o atravancamento. 
Macas de lona suspensas em varais de ferro, umas sobre as outras, encardidas como panos de 
cozinha, oscilavam à luz moribunda e macilenta das lanternas. Imagine-se o porão de um navio 
mercante carregado de miséria. No intervalo das peças, na meia escuridão dos recôncavos moviam-se 
corpos seminus, indistintos. Respirava-se um odor nauseabundo de cárcere, um cheiro acre de suor 
humano diluído em urina e alcatrão. Negros, de boca aberta, roncavam profundamente, contorcendo-se 
na inconsciência do sono. Viam-se torsos nus abraçando o convés, aspectos indecorosos que a luz 
evidenciava cruelmente. De vez em quando uma voz entrava a sonambular cousas ininteligíveis. Houve 
um marinheiro que se levantou, no meio dos outros, nu em pelo, os olhos arregalados, medonho, 
gritando que o queriam matar.” 
 
 O livro de Adolfo Caminha pertence ao Naturalismo, movimento que tematiza alguns dos problemas da 
realidade urbana brasileira vividos pelas classes mais desfavorecidas no final do século XIX. Para isso, 
utiliza-se de uma visão científica fortemente influenciada pela teoria do “determinismo”. 
 
a) Explique a teoria determinista e qual sua relação com os textos naturalistas. 
b) Indique, no texto acima, como o ambiente pode ter influenciado o caráter de Amaro, um 
escravo foragido que, no início da trama, é gentil com todos, mas, no final, termina matando,por ciúmes, seu amante Aleixo. 
 
Os dois fragmentos abaixo pertencem à obra O Cortiço, de Aluísio Azevedo. Leia-os com 
atenção para responder aos exercícios 11 e 12: 
 
“Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade 
de portas e janelas alinhadas. 
Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada, sete horas de chumbo. Como que 
se sentiam ainda na indolência de neblina as derradeiras notas da última guitarra da noite antecedente, 
dissolvendo-se à luz loura e tenra da aurora, que nem um suspiro de saudade perdido em terra alheia. 
A roupa lavada, que ficara de véspera nos coradouros, umedecia o ar e punha-lhe um farto acre 
de sabão ordinário. As pedras do chão, esbranquiçadas no lugar da lavagem e em alguns pontos 
azuladas pelo anil, mostrava uma palidez grisalha e triste, feita de acumulações de espumas secas. 
Entretanto, das portas surgiam cabeças congestionadas de sono; ouviam-se amplos bocejos, 
fortes como o marulhar das ondas; pigarreava-se grosso por toda a parte; começavam as xícaras a 
tilintar; o cheiro quente do café aquecia, suplantando todos os outros; trocavam-se de janela para janela 
as primeiras palavras, os bons dias; reatavam-se conversas interrompidas à noite; a pequenada cá fora 
traquinava já, e lá dentro das casas vinham choros abafados de crianças que ainda não andam. No 
confuso rumor que se formava, destacavam-se risos, sons de vozes que altercavam, sem se saber 
onde, grasnar de marrecos, cantar de galos, cacarejar de galinhas. De alguns quartos saíram mulheres 
que vinham dependurar cá fora, na parede, a gaiola do papagaio, e os louros, à semelhança dos donos, 
cumprimentavam-se ruidosamente, espanejando-se à luz nova do dia.” 
 
“Daí a pouco, em volta das bicas era um zunzum crescente; uma aglomeração tumultuosa de 
machos e fêmeas. Uns, após outros, lavavam a cara, incomodamente, debaixo do fio de água que 
escorria da altura de uns cinco palmos. O chão inundava-se. As mulheres precisavam já prender as 
saias entre as coxas para não as molhar; via-se-lhes a tostada nudez dos braços e do pescoço, que 
elas despiam, suspendendo o cabelo todo para o alto do casco; os homens, esses não se preocupavam 
em não molhar o pelo, ao contrário metiam a cabeça bem debaixo da água e esfregavam com força as 
ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas da mão.” 
(AZEVEDO, Aluísio. O cortiço. São Paulo: Cirando Cultural, 2010) 
 
11. a) Retire do texto um trecho que demonstre a personificação do cortiço. Explique como 
essa personificação influencia a construção da obra. 
b) Explique, com trecho do texto, como os cinco sentidos humanos são explorados na obra. 
c) Identifique uma das correntes filosófico-cientificistas do final do século XIX utilizadas no texto 
lido. 
 
 
12. O que é zoomorfismo? Exemplifique sua resposta com uma passagem dos trechos acima. 
 
13. O trecho abaixo descreve o velho Botelho, agregado à casa de Miranda, vizinho do cortiço 
de João Romão: 
 Era um pobre-diabo caminhando para os setenta anos, antipático, cabelo branco, curto e duro, 
como escova, barba e bigode do mesmo teor; muito macilento, com uns óculos redondos que lhe 
aumentavam o tamanho da pupila e davam-lhe à cara uma expressão de abutre, perfeitamente de 
acordo com seu nariz adunco e com a sua boca em lábios: viam-se lhe ainda todos os dentes, mas, tão 
gastos, que pareciam limados até ao meio. Andava sempre de preto, com um guarda-chuva debaixo do 
braço e um chapéu de Braga enterrado nas orelhas. Fora em seu tempo empregado de comércio, 
depois corretor de escravos; contava mesmo que estivera mais de uma vez na África negociando 
negros por sua conta. Atirou-se muito às especulações; durante a guerra do Paraguai, ainda ganhara 
forte, chegando a ser bem rico; mas a roda desandou e, de malogro em malogro, foi-lhe escapando 
tudo por entre as suas garras de ave de rapina. E agora, coitado, já velho, comido de desilusões, cheio 
de hemorróidas, via-se totalmente sem recursos e vegetava à sombra do Miranda, com quem por 
muitos anos trabalhou em rapaz, sob as ordens do mesmo patrão, e de quem se conservara amigo, a 
princípio por acaso e mais tarde por necessidade. 
 
a) Por que podemos afirmar que a descrição de Botelho é tipicamente naturalista? 
b) Copie um pequeno trecho que justifique sua resposta. 
 
14. O Realismo, o Naturalismo e o Parnasianismo ocorreram concomitantemente, na segunda metade 
do século XIX. Todos esses movimentos tinham, em comum, a crítica ao Romantismo. Quais 
características românticas eram criticadas? O que os autores desses movimentos propunham no lugar? 
 
15. Leia o poema abaixo, de Olavo Bilac. 
 
A Um Poeta 
 
Longe do estéril turbilhão da rua, 
Beneditino, escreve! No aconchego 
Do claustro, na paciência e no sossego, 
Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua! 
 
Mas que na forma de disfarce o emprego 
Do esforço; e a trama viva se construa 
De tal modo, que a imagem fique nua, 
Rica mas sóbria, como um templo grego. 
 
 
 
Não se mostre na fábrica o suplício 
Do mestre. E, natural, o efeito agrade, 
Sem lembrar os andaimes do edifício: 
 
Porque a Beleza, gêmea da Verdade, 
Arte pura, inimiga do artifício, 
É a força e a graça na simplicidade. 
 
 
a) De acordo com o eu lírico, como é o trabalho do poeta parnasiano? 
b) Aponte características formais do poema que comprovem a preocupação parnasiana com a 
perfeição da forma. 
 
16. Explique o princípio da “arte pela arte” defendido pelo Parnasianismo. 
 
17. Leia os textos abaixo. O primeiro é um poema de Olavo Bilac e o segundo, uma música de Caetano 
Veloso. 
 
Texto 1: 
 
LÍNGUA PORTUGUESA 
Última flor do Lácio, inculta e bela 
És, a um tempo, esplendor e sepultura: 
Ouro nativo, que na ganga impura 
A bruta mina entre os cascalhos vela... 
 
Amo-te assim desconhecida e obscura, 
Tuba de alto clangor, lira singela, 
que tens o trom e o silvo da procela 
E o arrolo da saudade e da ternura! 
 
 
 
Amo o teu viço agreste e o teu aroma 
 
De virgens selvas e de oceano largo! 
Amo-te, ó rude e doloroso idioma, 
 
Em que da voz materna ouvi: "meu filho!" 
E em que Camões chorou, no exílio amargo, 
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
Texto 2: 
 
LÍNGUA 
 
Gosto de sentir a minha língua roçar 
A língua de Luís de Camões. 
Gosto de ser e de estar 
E quero me dedicar 
A criar confusões de prosódia 
E uma profusão de paródias 
Que encurtem dores 
E furtem cores como camaleões. 
Gosto do Pessoa na pessoa 
Da rosa no Rosa, 
E sei que a poesia está para a prosa 
Assim como o amor está para a amizade. 
E quem há de negar que esta lhe é superior? 
E deixa os portugais morrerem à míngua, 
"Minha pátria é minha língua" 
- Fala Mangueira! 
Flor do Lácio Sambódromo 
Lusamérica latim em pó 
O que quer 
O que pode 
Esta língua? 
 
 
A leitura do poema de Bilac revela que sua atitude ante a Língua Portuguesa é solene e respeitosa. 
Pelo acúmulo de adjetivos e pelo recurso a imagens rebuscadas, típicas do Parnasianismo, o poeta 
tenta demonstrar sua admiração ante as riquezas e potencialidades expressivas do idioma falado em 
nosso País. Confrontando o poema de Bilac e a letra da música de Caetano, percebemos neste uma 
atitude em parte semelhante à de Bilac mas com alguns ingredientes próprios. Faça um comentário 
sucinto a esse respeito. 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
 
Alma fatigada 
 
Nem dormir nem morrer na fria Eternidade! 
mas repousar um pouco e repousar um tanto, 
os olhos enxugar das convulsões do pranto, 
enxugar e sentir a ideal serenidade. 
 
A graça do consolo e da tranquilidade 
de um céu de carinhoso e perfumado encanto, 
mas sem nenhum carnal e mórbido quebranto, 
sem o tédio senil da vã perpetuidade. 
 
Um sonho lirial d'estrelas desoladas, 
onde as almas febris, exaustas, fatigadas 
possam se recordar e repousar tranquilas! 
 
Um descanso de Amor, de celestes miragens, 
onde eu goze outra luz de místicas paisagens 
e nunca mais pressinta o remexer de argilas! 
(CRUZ E SOUSA. Obra completa. Riode Janeiro: Editora José Aguilar, 1961, p. 191-192.) 
 
18. O poema simbolista de Cruz e Sousa mostra a relação entre a vida e a morte ou entre a vida e a 
eternidade. Releia atentamente o soneto e, partindo do pressuposto de que o Simbolismo brasileiro 
desenvolveu e ampliou algumas características do Romantismo, identifique no desenvolvimento do 
conteúdo do soneto, sobretudo no desejo manifestado nos últimos três versos, uma característica típica 
do Romantismo. 
 
A questão a seguir toma por base um texto do poeta simbolista brasileiro Alphonsus de Guimaraens 
(1870-1921). 
 
ERAS A SOMBRA DO POENTE 
 
 
Eras a sombra do poente 
Em calmarias bem calmas; 
E no ermo agreste, silente, 
Palmeira cheia de palmas. 
 
Eras a canção de outrora, 
Por entre nuvens de prece; 
Palidez que ao longe cora 
E beijo que aos lábios desce. 
 
Eras a harmonia esparsa 
Em violas e violoncelos: 
E como um voo de garça 
Em solitários castelos. 
 
Eras tudo, tudo quanto 
De suave esperança existe; 
Manto dos pobres e manto 
Com que as chagas me cobriste. 
 
Eras o Cordeiro, a Pomba, 
A crença que o amor renova... 
És agora a cruz que tomba 
À beira da tua cova. 
 
("Pastoral aos Crentes do Amor e da Morte", 1923. In: GUIMARAENS, Alphonsus de. POESIAS - I. Rio de Janeiro: Org. 
Simões, 1955, p. 284.) 
 
19. O texto em pauta, de Alphonsus de Guimaraens, apresenta nítidas características do simbolismo 
literário brasileiro. Releia-o com atenção e, a seguir: 
a) aponte duas características tipicamente simbolistas do poema; 
b) com base em elementos do texto, comprove sua resposta. 
 
20. Leia o poema abaixo, de Cruz e Sousa: 
 
Ó Formas alvas, brancas, Formas claras 
De luares, de neves, de neblinas!... 
Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas... 
Incensos dos turíbulos das aras... 
 
Formas do Amor, constelarmente puras, 
De Virgens e de Santas vaporosas... 
Brilhos errantes, mádidas frescuras 
E dolências de lírios e de rosas... 
 
Indefiníveis músicas supremas, 
Harmonias da Cor e do Perfume... 
Horas do Ocaso, trêmulas, extremas, 
Réquiem do Sol que a Dor da Luz resume... 
 
Visões, salmos e cânticos serenos, 
Surdinas de órgãos flébeis, soluçantes... 
Dormências de volúpicos venenos 
Sutis e suaves, mórbidos, radiantes... 
 
Infinitos espíritos dispersos, 
Inefáveis, edênicos, aéreos, 
Fecundai o Mistério destes versos 
Com a chama ideal de todos os mistérios. 
 
Do Sonho as mais azuis diafaneidades 
Que fuljam, que na Estrofe se levantem 
E as emoções, todas as castidades 
Da alma do Verso, pelos versos cantem. 
 
Que o pólen de ouro dos mais finos astros 
Fecunde e inflame a rima clara e ardente... 
Que brilhe a correção dos alabastros 
Sonoramente, luminosamente. 
 
Forças originais, essência, graça 
De carnes de mulher, delicadezas... 
Todo esse eflúvio que por ondas passa 
Do Éter nas róseas e áureas correntezas... 
 
Cristais diluídos de clarões álacres, 
Desejos, vibrações, ânsias, alentos, 
Fulvas vitórias, triunfamentos acres, 
Os mais estranhos estremecimentos... 
 
Flores negras do tédio e flores vagas 
De amores vãos, tantálicos, doentios... 
Fundas vermelhidões de velhas chagas 
Em sangue, abertas, escorrendo em rios... 
 
Tudo! vivo e nervoso e quente e forte, 
Nos turbilhões quiméricos do Sonho, 
Passe, cantando, ante o perfil medonho 
E o tropel cabalístico da Morte... 
 
a) Explique o papel dos substantivos abstratos e dos adjetivos na construção do texto. 
b) Identifique um exemplo de sinestesia e comente a proposta simbolista que justifica esse emprego.

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