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Crimes de Trânsito (Lei 9.503/97)

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(Lei 9.503/97) @Elisastudies._ 
O Código de Trânsito Brasileiro trata-se da Lei 
nº 9.503 de 1997 a qual disciplina e 
regulamenta as infrações, deveres, multas e 
procedimentos do trânsito brasileiro. 
Inicialmente, nos primeiros artigos, a Lei disciplina 
o que se entende por trânsito e define as vias 
terrestres e urbanas: 
Art. 1º O trânsito de qualquer natureza 
nas vias terrestres do território nacional, 
abertas à circulação, rege-se por este 
Código. 
§ 1º Considera-se trânsito a utilização 
das vias por pessoas, veículos e animais, 
isolados ou em grupos, conduzidos ou 
não, para fins de circulação, parada, 
estacionamento e operação de carga 
ou descarga. 
Portanto, os delitos cometidos por aqueles que 
conduzem veículos automotores na utilização 
das vias são tidos, genericamente, como crime 
de trânsito. 
Art. 2º São vias terrestres urbanas e rurais 
as ruas, as avenidas, os logradouros, os 
caminhos, as passagens, as estradas e as 
rodovias, que terão seu uso 
regulamentado pelo órgão ou entidade 
com circunscrição sobre elas, de acordo 
com as peculiaridades locais e as 
circunstâncias especiais. 
Parágrafo único. Para os efeitos deste 
Código, são consideradas vias terrestres 
as praias abertas à circulação pública, 
as vias internas pertencentes aos 
condomínios constituídos por unidades 
autônomas e as vias e áreas de 
estacionamento de estabelecimentos 
privados de uso coletivo. 
Os crimes que são respaldados no Código de 
Trânsito Brasileiro (CTB). Eles estão tipificados em 
duas partes: primeiramente, os artigos 291 a 
301, que tratam das disposições gerais, e os 
artigos 302 até o 312, que dispõem dos crimes 
em espécie. 
• Infração x crimes de trânsitos 
As infrações de trânsito tramitam no 
âmbito administrativo. Por óbvio, os 
processos são também administrativos, 
abertos no DETRAN (Departamento 
Estadual de Trânsito). Seu julgamento é 
feito por uma comissão composta por 
pessoas de diversas competências. As 
penalidades possíveis são multas, 
suspensão e cassação da CNH (Carteira 
Nacional de Habilitação) e apreensão do 
veículo. 
Já os crimes de trânsito, também 
considerados como infrações penais . Estes 
implicam na abertura de um processo 
judicial criminal. Processo este, que será 
julgado por um juiz . Sendo que tal 
julgamento poderá resultar em detenção 
do condutor infrator. 
• Aplicação subsidiária 
Dispõe o artigo 291 do CTB: “Aos crimes 
cometidos na direção de veículos automotores, 
previstos neste Código, aplicam-se as normas 
gerais do Código Penal e do Código de 
Processo Penal, se este Capítulo não dispuser de 
modo diverso, bem como a Lei nº 9.099, de 26 
de setembro de 1995, no que couber.” 
Basicamente, o CTB tem aplicação subsidiária 
aos crimes cometidos em veículos automotores, 
isto significa que, se o CP (Código Penal), CPP 
(Código de Processo Penal) e a Lei 9.099 não 
falarem nada acerca de tais infrações, aplica-
se o CTB. Porém, a aplicação subsidiária em 
relação a Lei 9.099 dependerá de algumas 
peculiaridades, por exemplo, os crimes 
cometidos dos artigos 304, 305, 307, 309, 
310, 311 e 312, que são infrações penais de 
menor potencial ofensivo, seguem os 
procedimentos da Lei 9.099, mas os artigos 
306 e 308 não se aplicam à Lei 9.099. 
Ressalta-se o primeiro parágrafo do Art. 291 do 
CTB em que, se houver lesão corporal culposa 
aplica-se a Lei 9.099, salvo nos casos de 
influência de álcool, disputa em via pública, 
velocidade acima, em 50 km/h, da permitida. 
Crimes 
 
Art. 291. 1º Aplica-se aos crimes de 
trânsito de lesão corporal culposa o 
disposto nos arts. 74, 76 e 88 da Lei no 
9.099, de 26 de setembro de 1995, 
exceto se o agente estiver: 
I - Sob a influência de álcool ou qualquer 
outra substância psicoativa que 
determine dependência; 
II - Participando, em via pública, de 
corrida, disputa ou competição 
automobilística, de exibição ou 
demonstração de perícia em manobra de 
veículo automotor, não autorizada pela 
autoridade competente; 
III - transitando em velocidade superior à 
máxima permitida para a via em 50 km/h 
(cinquenta quilômetros por hora). 
• Suspensão/proibição do direito de 
dirigir, multa e agravantes 
A Suspensão é aplicada para aqueles que já 
possuem a habilitação para dirigir, isso é, 
possuem a CNH, enquanto que a Proibição 
ocorre para os sujeitos que ainda não a 
possuem ou já perderam, e que ficam 
impedidos de prosseguir na habilitação. 
A natureza jurídica da Suspensão e da 
Proibição de dirigir ocorre de maneira dupla, 
isto é, podem representar tanta pena, uma 
punição, como também medida cautelar 
aplicada na fase de investigação. 
Muitas vezes a Suspensão se encontra no 
próprio tipo penal do CTB, isto é, o próprio 
artigo irá disciplinar a Suspensão temporária da 
habilitação para dirigir (CNH). 
ACUMULAÇÃO 
É possível a acumulação das penas restritivas 
de direitos do Código Penal com a pena de 
Suspensão da CNH. Em outras palavras, se um 
sujeito comete um delito no trânsito, tendo 
suspensa sua CNH, mas for cabível ao mesmo 
tempo a restritiva de direitos, estas serão 
acumuladas. 
PRAZO 
A regra geral, em relação aos prazos para 
Suspensão e Proibição, é de 2 meses até 5 anos, 
porém, há exceção quando se tratar do artigo 
307 do CTB, em que pode ser superior este 
prazo. 
Art. 307. Violar a suspensão ou a 
proibição de se obter a permissão ou a 
habilitação para dirigir veículo 
automotor imposta com fundamento neste 
Código: 
Penas - detenção, de seis meses a um 
ano e multa, com nova imposição 
adicional de idêntico prazo de 
suspensão ou de proibição. 
Em outras palavras, se a pena anterior era de 3 
anos de suspensão para dirigir, e o sujeito 
infringe esta suspensão, novamente será 
suspenso com um novo prazo, que, neste caso, 
será maior. 
MEDIDA CAUTELAR 
Art. 294. Em qualquer fase da 
investigação ou da ação penal, 
havendo necessidade para a garantia 
da ordem pública, poderá o juiz, como 
medida cautelar, de ofício, ou a 
requerimento do Ministério Público ou 
ainda mediante representação da 
autoridade policial, decretar, em decisão 
motivada, a suspensão da permissão ou 
da habilitação para dirigir veículo 
automotor, ou a proibição de sua 
obtenção. 
Parágrafo único. Da decisão que 
decretar a suspensão ou a medida 
cautelar, ou da que indeferir o 
requerimento do Ministério Público, 
caberá recurso em sentido estrito, sem 
efeito suspensivo. 
O Artigo 294 do CTB dispõe sobre a 
possibilidade da medida cautelar, questão que 
dita que o Juiz pode decretá-la para manter a 
ordem pública e prevenir que o sujeito ativo, o 
infringente, cometa novamente a infração ou 
crime. 
O Artigo também diz que a Medida Cautelar 
pode ocorrer em qualquer fase de 
investigação ou mesmo durante a ação 
penal. O prazo não é disciplinado pela Lei. 
Ademais, cabe recurso contra tal medida. 
À parte da lei, há discussão acerca da 
possibilidade da suspensão ou proibição na 
fase do inquérito. 
Após a entrada em vigor deste atual código, 
muitos condutores têm recebido sanções e 
restrições ao seu direito de dirigir sem ter tido 
oportunidade de praticar a ampla defesa, o 
contraditório, e sem que tenha havido trânsito 
em julgado. Em caso de prova, adote que parte 
da doutrina não considera legítima a 
possibilidade da suspensão ou proibição na 
fase do inquérito, e a outra parte a considera 
legítima. 
MULTA REPARATÓRIA 
Art. 297. A penalidade de multa 
reparatória consiste no pagamento, 
mediante depósito judicial em favor da 
vítima, ou seus sucessores, de quantia 
calculada com base no disposto no § 1º 
do art. 49 do Código Penal, sempre que 
houver prejuízo material resultante do 
crime. 
§ 1º- A multa reparatória não poderá ser 
superior ao valor do prejuízo 
demonstrado no processo. 
§ 2º- Aplica-se à multa reparatória o 
disposto nos arts. 50 a 52 do Código 
Penal.§ 3º- Na indenização civil do dano, o 
valor da multa reparatória será 
descontado. 
O artigo 297 do CTB fala acerca da 
penalidade da multa que consiste no 
pagamento, através de um depósito judicial em 
favor do sujeito passivo. Este cálculo não 
aborda danos morais. 
Em relação à natureza jurídica, há divergência. 
Uma parte da doutrina aborda que se trata de 
sanção penal, decorrente de crime, já a outra 
parte da doutrina (majoritária) coloca como 
sanção civil. 
AGRAVANTES 
Ainda há de se falar sobre possíveis agravantes, 
que podem não só aumentar o prazo da 
suspensão e proibição da habilitação (CNH) 
como também o valor das multas. São elas: 
Art. 298. São circunstâncias que sempre 
agravam as penalidades dos crimes de 
trânsito ter o condutor do veículo 
cometido a infração: 
I - Com dano potencial para duas ou 
mais pessoas ou com grande risco de 
grave dano patrimonial a terceiros; 
(Ocorre quando há um dano para mais de duas 
pessoas, com grande risco de perdas 
monetárias à terceiros) 
II - Utilizando o veículo sem placas, com 
placas falsas ou adulteradas; (Sujeito 
que comete infração e está com veículo 
irregular no que tange a placas) 
III - Sem possuir Permissão para Dirigir ou 
Carteira de Habilitação; 
IV - Com Permissão para Dirigir ou 
Carteira de Habilitação de categoria 
diferente da do veículo; (Trata-se de 
sujeito que possui CNH na categoria B 
mas dirige veículo que necessita de 
categoria A) 
V - Quando a sua profissão ou atividade 
exigir cuidados especiais com o 
transporte de passageiros ou de carga; 
(O artigo se refere a motoristas de ônibus, 
taxistas, etc.) 
VI - Utilizando veículo em que tenham 
sido adulterados equipamentos ou 
características que afetem a sua 
segurança ou o seu funcionamento de 
acordo com os limites de velocidade 
prescritos nas especificações do 
fabricante; (Segue a mesma linha de 
raciocínio, o sujeito dirige carro 
adulterado, com motor diferenciado, 
nitro, etc.) 
VII - Sobre faixa de trânsito temporária ou 
permanentemente destinada a pedestres. 
(Sujeito comete infração na faixa onde é 
para pedestres) 
• Crimes previstos no CTB 
HOMICÍDIO CULPOSO 
Originalmente, o art. 302 da Lei nº 9.503/97 
punia, no caput, com pena de detenção de dois 
a quatro anos, a conduta de praticar 
homicídio culposo na direção de veículo 
automotor. No parágrafo único, ficavam 
anunciadas as causas de aumento de pena. 
A partir da vigência da Lei nº 12.971/14, ao 
caput do art. 302 se somaram dois parágrafos: 
o primeiro, anunciando as mesmas majorantes do 
revogado parágrafo único, e o segundo, 
circunstâncias qualificadoras do crime. 
Art. 302 – Praticar homicídio culposo na 
direção de veículo automotor: 
Pena: detenção, de dois a quatro anos, 
e suspensão ou proibição de se obter a 
permissão ou a habilitação para dirigir 
veículo automotor. 
1º – No homicídio culposo cometido na 
direção de veículo automotor, a pena é 
aumentada de 1/3 (um terço) à metade, 
se o agente: 
I – Não possuir Permissão para Dirigir ou 
Carteira de Habilitação; 
II – Praticá-lo em faixa de pedestres ou 
na calçada; 
III – Deixar de prestar socorro, quando 
possível fazê-lo sem risco pessoal, à 
vítima do acidente; 
IV – No exercício de sua profissão ou 
atividade, estiver conduzindo veículo de 
transporte de passageiros. 
V – (Revogado pela Lei nº 11.705, de 
2008) 
2º – (Revogado pela Lei nº 13.281, de 
2016) 
LESÃO CORPORAL 
No caso de lesão corporal, as mesmas 
agravantes do artigo 302 são aplicadas. 
Art. 303 – Praticar lesão corporal 
culposa na direção de veículo 
automotor: 
Pena: detenção, de seis meses a dois 
anos e suspensão ou proibição de se 
obter a permissão ou a habilitação para 
dirigir veículo automotor. 
Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 
1/3 (um terço) à metade, se ocorrer 
qualquer das hipóteses do §1º do art. 
302. 
OMISSÃO DE SOCORRO 
Esse tipo penal incrimina aquele que, na ocasião 
de acidente, não presta socorro imediato à 
vítima. Ou deixa de solicitar a autoridade 
pública competente para fazê-lo. Nesse caso, a 
obrigação é do condutor de veículo no evento, 
independentemente de ter dado causa ao 
sinistro, pois, caso tenha motivado o acidente 
será responsabilizado na forma dos crimes 
previstos nos arts. 302 e 303 do CTB. 
Art. 304. Deixar o condutor do veículo, 
na ocasião do acidente, de prestar 
imediato socorro à vítima, ou, não 
podendo fazê-lo diretamente, por justa 
causa, deixar de solicitar auxílio da 
autoridade pública: 
Pena: detenção, de seis meses a um ano, 
ou multa, se o fato não constituir elemento 
de crime mais grave. 
Parágrafo único. Incide nas penas 
previstas neste artigo o condutor do 
veículo, ainda que a sua omissão seja 
suprida por terceiros ou que se trate de 
vítima com morte instantânea ou com 
ferimentos leves. 
FUGA DO LOCAL DO ACIDENTE 
Trata-se de tipo incriminador que visa penalizar 
aquele que foge do local do acidente. Sendo 
tal ato praticado para evitar a 
responsabilização civil e penal. 
Art. 305 – Afastar-se o condutor do 
veículo do local do acidente, para fugir 
à responsabilidade penal ou civil que lhe 
possa ser atribuída: 
Pena: detenção, de seis meses a um ano, 
ou multa. 
EMBRIAGUEZ AO VOLANTE 
Refere-se ao crime descrito no artigo 306 do 
Código de Trânsito, que fala sobre dirigir com a 
capacidade psicomotora alterada. 
Art. 306 – Conduzir veículo automotor 
com capacidade psicomotora alterada 
em razão da influência de álcool ou de 
outra substância psicoativa que 
determine dependência: 
Pena: detenção, de seis meses a três 
anos, multa e suspensão ou proibição de 
se obter a permissão ou a habilitação 
para dirigir veículo automotor. 
1º – As condutas previstas no caput 
serão constatadas por: 
I – Concentração igual ou superior a 6 
decigramas de álcool por litro de sangue 
ou igual ou superior a 0,3 miligrama de 
álcool por litro de ar alveolar; ou 
II – Sinais que indiquem, na forma 
disciplinada pelo Contran, alteração da 
capacidade psicomotora. 
2º – A verificação do disposto neste 
artigo poderá ser obtida mediante teste 
de alcoolemia ou toxicológico, exame 
clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal 
ou outros meios de prova em direito 
admitidos, observado o direito à 
contraprova. 
3º – O Contran disporá sobre a 
equivalência entre os distintos testes de 
alcoolemia ou toxicológicos para efeito 
de caracterização do crime tipificado 
neste artigo. 
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES QUANTO A 
EMBRIAGUEZ NO VOLANTE 
A conduta pode ser constatada pelas seguintes 
maneiras: 
− Concentração igual ou superior a 6 
decigramas de álcool por litro de sangue ou 
igual ou superior a 0,3 miligrama de álcool 
por litro de ar alveolar; ou 
− Sinais que indiquem, na forma disciplinada 
pelo Contran, alteração da capacidade 
psicomotora. 
Essa verificação pode acontecer mediante o 
“teste de alcoolemia ou toxicológico, exame 
clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal ou 
outros meios de prova em direito admitidos”. 
A polêmica reside no fato de o CTB prever a 
prova testemunhal do agente de trânsito como 
forma de comprovar a alteração da 
capacidade motora. 
No anexo II da Resolução Nº 432/2012 do 
Conselho Nacional de Trânsito (Contran) consta 
uma lista de sinais nos quais o agente pode se 
basear para observar as alterações na 
capacidade psicomotora. Alguns deles são 
sonolência, olhos vermelhos e odor etílico no 
hálito, além de atitudes como agressividade e 
exaltação. 
O mais comum, no entanto, é somente enquadrar 
a conduta do motorista como crime caso ele 
tenha aceito o teste do bafômetro e o resultado 
tenha sido superior a 0,3 mg de álcool por litro 
de ar alveolar. 
VIOLAÇÃO DA SUSPENSÃO OU PROIBIÇÃO DE 
DIRIGIR 
Trata-se, portanto, da violação de proibição de 
dirigir, consistente num tipo penal que visa tornar 
a efeito uma sanção ou medida cautelar 
impostaem razão de outro delito de trânsito. 
Sendo assim, suspenso o direito de dirigir, e o 
agente vier a descumprir tal ordem, logo 
incorrerá no referido crime. 
Para incursão nesta conduta, não somente é 
necessário o descumprimento de proibição 
judicial, sendo também suficiente a proibição 
administrativa. 
Art. 307 – Violar a suspensão ou a 
proibição de se obter a permissão ou a 
habilitação para dirigir veículo 
automotor imposta com fundamento neste 
Código: 
Pena: detenção, de seis meses a um ano 
e multa, com nova imposição adicional 
de idêntico prazo de suspensão ou de 
proibição. 
Parágrafo único. Nas mesmas penas 
incorre o condenado que deixa de 
entregar, no prazo estabelecido no § 1º 
do artigo 293, a Permissão para Dirigir ou 
a Carteira de Habilitação. 
RACHA / PEGA 
O artigo 308, penaliza o motorista que 
participou de competição automobilística não 
autorizada em via pública, gerando situação 
de risco. O tempo de detenção (que é de seis 
meses a três anos) aumenta nos seguintes 
casos: 
1 – Se a conduta criminosa resultar em lesão 
corporal de natureza grave e caso as 
circunstâncias demonstrem que o agente não 
quis o resultado nem assumiu o risco de 
produzi-lo, a pena será de reclusão de três a 
seis anos; 
2 – Se da prática do crime resultar morte 
(também sem que haja indícios de intenção de 
produzir o resultado), a pena será de reclusão 
de cinco a dez anos. 
Art. 308 – Participar, na direção de 
veículo automotor, em via pública, de 
corrida, disputa ou competição 
automobilística não autorizada pela 
autoridade competente, gerando 
situação de risco à incolumidade pública 
ou privada: 
Pena: detenção, de 6 (seis) meses a 3 
(três) anos, multa e suspensão ou 
proibição de se obter a permissão ou a 
habilitação para dirigir veículo 
automotor. 
1º – Se da prática do crime previsto no 
caput resultar lesão corporal de 
natureza grave, e as circunstâncias 
demonstrarem que o agente não quis o 
resultado nem assumiu o risco de produzi-
lo, a pena privativa de liberdade é de 
reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, sem 
prejuízo das outras penas previstas neste 
artigo. 
2º – Se da prática do crime previsto no 
caput resultar morte, e as circunstâncias 
demonstrarem que o agente não quis o 
resultado nem assumiu o risco de produzi-
lo, a pena privativa de liberdade é de 
reclusão de 5 (cinco) a 10 (dez) anos, 
sem prejuízo das outras penas previstas 
neste artigo. 
DIRIGIR SEM HABILITAÇÃO 
É punido aquele que conduz veículo automotor 
em via pública sem permissão ou habilitação 
para dirigir. O sujeito ativo de tal crime pode 
ser qualquer pessoa, ao passo que o sujeito 
passivo é a sociedade. Seu elemento subjetivo 
é o dolo de perigo, não se punindo a 
modalidade culposa. Seu objeto material é o 
veículo automotor, ao passo que o jurídico é a 
segurança viária. 
Art. 309 – Dirigir veículo automotor, em 
via pública, sem a devida Permissão para 
Dirigir ou Habilitação ou, ainda, se 
cassado o direito de dirigir, gerando 
perigo de dano: 
Pena: detenção, de seis meses a um ano, 
ou multa. 
ENTREGAR VEÍCULO A NÃO HABILITADO 
É o tipo penal incriminador da conduta daquele 
que permite, confia ou entrega a direção de 
veículo automotor à pessoa não habilitada 
para conduzi-lo. Seja por falta de habilitação, 
estado de saúde física ou mental, assim como 
pela embriaguez, não sendo necessário que 
seja completa, bastando apenas que o 
condutor esteja sob influência de álcool ou 
substância de efeito análogo. 
Art. 310. Permitir, confiar ou entregar a 
direção de veículo automotor a pessoa 
não habilitada, com habilitação 
cassada ou com o direito de dirigir 
suspenso, ou, ainda, a quem, por seu 
estado de saúde, física ou mental, ou por 
embriaguez, não esteja em condições de 
conduzi-lo com segurança: 
Pena: detenção, de seis meses a um ano, 
ou multa. 
DIRIGIR EM VELOCIDADE INCOMPATÍVEL COM 
A SEGURANÇA 
Este tipo penal visa responsabilizar aquele que 
conduz veículo automotor em velocidade 
incompatível com lugares públicos com grande 
concentração de pessoas, provocando o 
perigo concreto. 
Art. 311. Trafegar em velocidade 
incompatível com a segurança nas 
proximidades de escolas, hospitais, 
estações de embarque e desembarque 
de passageiros, logradouros estreitos, ou 
onde haja grande movimentação ou 
concentração de pessoas, gerando 
perigo de dano: 
Pena: detenção, de seis meses a um ano, 
ou multa. 
INOVAR ARTIFICIOSAMENTE EM ACIDENTE 
AUTOMOBILÍSTICO 
Este tipo penal visa incriminar aquele que frauda 
o processo, mediante inovação, quando de 
acidente automobilístico que gerou vítima, 
podendo ser antes ou durante a investigação 
criminal, induzindo ao erro o juiz, agente policial 
ou perito. 
Art. 312. Inovar artificiosamente, em caso 
de acidente automobilístico com vítima, 
na pendência do respectivo 
procedimento policial preparatório, 
inquérito policial ou processo penal, o 
estado de lugar, de coisa ou de pessoa, 
a fim de induzir a erro o agente policial, 
o perito, ou juiz: 
Pena: detenção, de seis meses a um ano, 
ou multa. 
Parágrafo único. Aplica-se o disposto 
neste artigo, ainda que não iniciados, 
quando da inovação, o procedimento 
preparatório, o inquérito ou o processo 
aos quais se refere. 
Substituição da pena 
De início cumpre observar que, nos moldes do 
art. 312-A, se a pena privativa de liberdade for 
igual ou inferior a um ano, caso venha a ser 
substituída por uma restritiva de direito, esta 
deverá ser cumprida em conformidade com as 
atividades listadas. 
Igual raciocínio se impõe se a privativa de 
liberdade for superior a um ano. Devendo 
então ser substituída por uma restritiva de direito 
e multa. 
Art. 312- a) Para os crimes relacionados 
nos artigos 302 a 312 deste Código, nas 
situações em que o juiz aplicar a 
substituição de pena privativa de 
liberdade por pena restritiva de direitos, 
esta deverá ser de prestação de serviço 
à comunidade ou a entidades públicas, 
em uma das seguintes atividades: 
I – Trabalho, aos fins de semana, em 
equipes de resgate dos corpos de 
bombeiros e em outras unidades móveis 
especializadas no atendimento a vítimas 
de trânsito; 
II – Trabalho em unidades de pronto-
socorro de hospitais da rede pública que 
recebem vítimas de acidente de trânsito 
e politraumatizados; 
III – Trabalho em clínicas ou instituições 
especializadas na recuperação de 
acidentados de trânsito; 
IV – Outras atividades relacionadas ao 
resgate, atendimento e recuperação de 
vítimas de acidentes de trânsito.

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