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Processos Infecciosos I: Módulo de parasitologia Miíase Oral Curso: Odontologia Professor: Vinícius Girão Equipe: Jeoclécia Matos da Costa e Louise de Menezes Coêlho Bibliografia: ABDO, E. N. Oral Myiasis: a Case Report. Med. Oral Patol. Oral Cir. Bucal., Valencia, v. 11, no. 2, p. E130-E131, Mar. 2006. STEPHAN, A.; FUENTEFRIA, N. B. Miíase Oral: Parasita Versus Hospedeiro. Rev. Assoc. Paul. Cir. Dent., São Paulo, v. 53, n. 1, p. 47-49, jan./fev. 1999. HAKIMI, R.; YAZID, I. Oral Mucosa Myiasis Caused by Oestrus Ovis. Arch. Iranian Med., Tehran, v. 5, no. 3, p. 194- 196, July 2002. FERRO, A. P. N. et al. Human Been Myiasis in the Uberlandia Region, State of Minas Gerais, Brazil. Biosci. J., Uberlândia, v. 19, n. 1, p. 77-81, jan./abr. 2003. Apresentação O que é miíase? Doença parasitária provocada pela larva da mosca popularmente conhecida como “VAREJEIRA”. A larva da mosca penetra na pele do hospedeiro, que pode ser o homem ou outros animais, onde vai se desenvolver. Número de casos registrados: No Brasil, a quantidade casos é bastante inferior, quando comparado com os outros casos, visto que, é uma condição rara acometer a cavidade oral. Nos casos que são relatados, os pacientes sofrem em sua maioria, deficiência mental. O ultimo estudo realizado em MG, relatou que, de 431 prontuários, 0,9% tinham miiase oral Objetivo da cartilha: Esta cartilha tem como objetivo informar a gravidade da parasitose e fazer com que a comunidade esteja ciente das precauções, cuidados e riscos desta doença. Morfologia do vetor - O vetor da miíase é a conhecida “mosca- varejeira” -Vetor é aquele que carrega o agente causador dentro ou em volta do seu corpo. - Possuem uma cor azul ou verde metalizada. - São de tamanho grande (em média 1,5 cm de comprimento). - Costumam ficar voando paradas no ar (como um beija- flor). - Em sua curta vida, uma fêmea pode botar de 500 a 800 ovos. Botam ovos em carne morta (em decomposição) ou tecidos vivos de mamíferos (principalmente em feridas). -Mais de 150 espécies de dípteros podem causar miíase em humanos Inúmeras são as espécies de moscas que podem infestar a cavidade oral, dependendo da distribuição geográfica dos dípteros.No Brasil, por exemplo, foram descritas as espécies Sarcophagi e Cochiliomia hominivorax -No que concerne à invasão tecidual, a miíase pode ser classificada em três diferentes: Obrigatórias (biontófagas ou primárias): as larvas de dípteros se desenvolvem naturalmente sobre ou dentro de vertebrados,alimentando-se de tecidos vivos. Dentre suas espécies, encontram-se: Cochliomy homini vorax e Dermatobia hominis; Facultativas (necrobiontófogas secundárias): aquela na qual as larvas de dípteros se desenvolvem em matéria orgânica em decomposição (cadáveres), atuando como saprófagas, mas podem,no entanto, acometer os tecidos necrosados em um hospedeiro vivo. Os gêneros mais comuns são: Phaenicia, Musca, Lucília e Fannia; Pseudomiíase (acidental): ocorre por ingestão de ovo e/ou larvas de dípteros presentes em alimentos contaminados. Pode ocasionar distúrbios intestinais. Morfologia do agente etiológico As manifestações clínicas variam de acordo com a espécie e a área do corpo envolvida, podendo configurar desde quadros benignos leves e assintomáticos, até formas graves com sérias complicações, até mesmo a morte. Dentre os sinais e sintomas clínicos mais comumente descritos na literatura estão a presença de mialgia, febre, odor acentuado e desconforto local. Além de inflamação dos tecidos circundantes, podem ser vistas ulcerações, necrose tecidual e até envolvimento ósseo. Os exames laboratoriais incluem a presença de hipereosinofilia e elevada taxa de sedimentação de eritrócitos. A movimentação das larvas facilita o diagnóstico da miíase oral. Entretanto, na ausência dessa movimentação, por vezes, além do exame visual clínico, a exploração cirúrgica e o exame histopatológico levam ao diagnóstico final. Caso o diagnóstico seja tardio e o número de larvas presentes na lesão demasidamente elevado, pode ocorrer maior dano tecidual, requerendo, inclusive, a realização de cirurgia estética Características Clínicas Ciclo A mosca faz a compostura no abdome do inseto hematófago e o inseto insere os ovos na pele do hospedeiro sem que haja a presença de ferida. A larva penetra no hospedeiro e se desenvolve em larva L1, L2 e L3, logo em seguida transforma-se em pupa e esta se torna adulto depois de todas essas ecdises. O adulto sai pelo poro que entrou e que permanece aberto para promover a entrada de oxigênio e recomeça o ciclo. Prevenção Em primeira instância, a higiene pessoal ajuda bastante na hora de prevenir a doença. Mas, além disso, há outras maneiras de se prevenir da miíase, tais como: - Caso viaje para locais que há frequência da doença, procure manter grande parte de seu corpo coberto, evitando picadas de mosquitos. Além disso, utilize sempre repelente. -Se você mora em locais com grandes ocorrências de miíase, proteja-se usando telas nas janelas e mosquiteiros. Em áreas tropicais, passe todas as roupas que você deixar secando no varal. A conduta padrão e que normalmente é utilizada a ser adotada para os casos de miíase oral é a remoção mecânica das larvas, com o auxílio da cureta periodontal e pinça clínica, geralmente ,sob anestesia ou analgesia, dependendo do estado clínico do paciente Tratamento A remoção das larvas deve ser realizada de modo cuidadoso, para que não sejam fragmentadas, e os seus restos permaneçam no local, servindo de meio para infecção.Esta remoção é um processo doloroso, incômodo e constrangedor, quer para o paciente quer para o profissional.
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