Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Unidade 6- Análise dos Indicadores Financeiros – Indicadores de Liquidez Apresentação Prezado Estudante, A apuração de indicadores ou quocientes fornece uma ampla visão da situação econômica, financeira e patrimonial da empresa, e a sua análise deve ser realizada através da construção de série histórica com os números encontrados, os quais são apurados através da relação entre contas ou grupos de contas que integram as demonstrações contábeis. Os índices financeiros podem ser classificados em cinco categorias principais: liquidez, atividade, endividamento, lucratividade e valor de mercado. Os indicadores básicos de análise estão classificados em três grupos: Mensuração do Risco (Indicadores de Liquidez, Atividade e Endividamento), Mensuração da Rentabilidade (Indicadores de Rentabilidade) e Mensuração de Risco e Rentabilidade (Indicadores de Valor de Mercado). Na Unidade 6 iremos estudar os Indicadores de Liquidez e utilizá-los para melhorar o processo decisório na empresa. Objetivos de Aprendizagem: ✓ Aprofundar a análise das informações contábeis; ✓ Entender os princípios de liquidez; ✓ Compreender as análises dos Indicadores de Liquidez; 6.1. Introdução - Análise por Índices econômico-financeiros Na literatura você irá encontrar vários sinônimos para o mesmo termo: índice, quociente ou indicadores. Os Indicadores econômico-financeiros demonstram a performance da empresa e como essa se comporta diante às metas estabelecidas. Representam informações para tomada de decisão, medindo e avaliando os principais aspectos de produtos e processos. Os índices econômico-financeiros possibilitam uma visão ampla da situação econômica, financeira e patrimonial da empresa (GITMAN, 2010; SILVA, 2014). A análise por meio de indicadores é uma das técnicas mais empregadas entre os investidores, pois por meio da análise dos índices apurados, pode-se conhecer a política de crédito e de financiamento, a capacidade de honrar os seus pagamentos e a eficiência em gerenciar seus ativos (SILVA, 2014). Quando se deseja avaliar o desempenho de uma empresa busca-se maneiras de medir as consequências econômicas e financeiras das decisões de gestões passadas que esquematizaram ações de investimento, operações e investimentos ao longo do tempo (HELFERT, 2000). Os indicadores são utilizados principalmente para: a) avaliar; b) controlar; c) melhorar. i. Avaliar: preparar um diagnóstico inicial, fazer comparações com as informações anteriores ou de outras empresas, e apoiar a formulação de estratégias; ii. Comparar: controle de processos que estão em execução (PDCA), comparar com padrões de referência adotados (valores médios, limites inferior e superior); e iii. Melhorar: para monitorar o progresso dos resultados dos processos, referente às metas de melhoria estabelecidas. O principal objetivo de uma análise dos indicadores econômico-financeiros é mensurar informações precisas e prever situações futuras para a tomada de decisão mais adequada possível para uma empresa. Quando é realizada a análise das demonstrações contábeis, objetiva-se identificar investimentos e financiamentos, pois a situação da empresa vai depender da adequação entre eles. Portanto, todos os índices calculados procuram, de certa forma, medir a adequação entre esses dois fatores (MATARAZZO, 2010). As informações obtidas com a análise das Demonstrações Contábeis servem para diversos usuários (stakeholders), os quais podem ser internos e externos, que a utilizarão principalmente como instrumento de decisões de financiamento e investimento (SILVA, 2019). Inicialmente, a Análise das Demonstrações Contábeis foi um instrumento utilizado preponderantemente pelas instituições financeiras com objetivo de avaliar os riscos de crédito; mais tarde, porém, se firmou como instrumento de apoio gerencial e fornecedora de informações para investidores (MARION, 2012). A análise de índices envolve métodos de cálculo e interpretação de índices financeiros para analisar e monitorar o desempenho da empresa. Os insumos fundamentais para a análise de índices são a demonstração do resultado e o balanço patrimonial. 6.2. Os Indicadores de Liquidez A priori precisamos definir o conceito de liquidez, que conforme Gitman (2010) é a capacidade de uma empresa saldar, ou seja, quitar suas obrigações (dívidas) de curto prazo a medida que vencem. Os Indicadores de Liquidez evidenciam o grau de insolvência da empresa em decorrência da existência ou não de solidez financeira que garanta o pagamento dos compromissos assumidos com terceiros (ASSAF NETO, 2010). A liquidez diz respeito à solvência da posição financeira geral da empresa — a facilidade com que pode pagar suas contas em dia. Como um precursor comum de dificuldades financeiras é uma liquidez baixa ou em declínio, esses índices podem fornecer sinais antecipados de problemas de fluxo de caixa e insolvência iminente do negócio (GITMAN, 2010). Assim, o objetivo do estudo da liquidez é avaliar o grau de solvência da empresa, ou seja, capacidade financeira para saldar seus compromissos. Muitas pessoas confundem os Indicadores de Liquidez com índices de capacidade de pagamento. Entretanto, são indicadores distintos. Os índices de liquidez não são índices extraídos do fluxo de caixa que comparam as entradas com as saídas de dinheiro. São índices que, a partir do confronto dos Ativos Circulantes com as Dívidas, procuram medir quão sólida é a base financeira da empresa. Uma empresa com bons índices de liquidez tem condições de ter boa capacidade de pagar suas dívidas, mas não estará, obrigatoriamente, pagando suas dívidas em dia em função de outras variáveis como prazo, renovação de dívidas etc” (SILVA, 2019). Os índices de liquidez visam fornecer uma medida, ou melhor, um indicador da capacidade da empresa de pagar suas dívidas, a partir da comparação entre os direitos realizáveis e as exigibilidades” (SILVA, 2019). Os principais índices que mensuram a liquidez são: i) Liquidez Geral; ii) Liquidez Corrente; e iii) Liquidez Seca. O Índice de Liquidez Geral evidencia a situação financeira de curto e longo prazo de uma empresa, considera não somente os itens de curto prazo, mas também os de longo prazo que possam ser transformados no futuro em caixa. Indica o quanto a empresa possui de Ativos e para cada $1,00 de dívidas. É expressa por: 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 + 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑖𝑧á𝑣𝑒𝑙 𝑎 𝐿𝑜𝑛𝑔𝑜 𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 + 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑁ã𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 Já o Índice de Liquidez Corrente mensura a relação existente entre o Ativo Circulante e o Passivo Circulante, ou seja, indica o quanto a empresa possui de Ativo Circulante (curto prazo) para cada $1,00 de obrigações a curto prazo. É calculado pela Equação 2. 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 O Índice de Liquidez Seca indica o quanto a empresa possui de Ativo Líquido, visto que exclui o valor de estoques por não representar a mesma liquidez que o grupo do Ativo Circulante. Geralmente os estoques possui uma realização mais demorada que os demais elementos do grupo do Ativo Circulante. Assim, este indicador é calculado pela relação dos ativos circulantes de maior liquidez menos o estoque, com o total do Passivo Circulante: 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 − 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 Ainda temos a Liquidez Imediata, que relaciona os recursos mais líquidos da empresa, o caixa e o equivalente de caixa, em relação às dívidas de curto prazo. 𝐶𝑎𝑖𝑥𝑎 𝑒 𝐸𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 Esse índice mensura o quanto do passivo circulante pode ser pago de imediato com os recursos existentes no caixa da empresa. Índice Fórmula Interpretação Corrente 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 Indica a capacidade financeira de cumprir os seus compromissos de curto prazo, isto é, quanto à empresa tem de Ativo Circulante para cada R$ 1,00 de Passivo Circulante Seca 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 − 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 Apresenta a capacidade financeira liquida para cumprir os compromissos de curto prazo, isto é, quanto à empresa tem de Ativo Circulante líquido para cada R$ 1,00 do Passivo Circulante Geral 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 + 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑖𝑧á𝑣𝑒𝑙 𝑎 𝐿𝑜𝑛𝑔𝑜 𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 + 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑁ã𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 Revela a competência que a empresa tem em pagar suas obrigações em longo prazo. Se o resultado do índice for superior a R$1,00 traduz que ela possui bens e direitos suficientes para liquidar seus compromissos financeiros Imediata 𝐶𝑎𝑖𝑥𝑎 𝑒 𝐸𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 Indica a capacidade financeira de cumprir seus compromissos de curto prazo com os Ativos de maior liquidez da empresa Quadro 1: Resumo das Fórmulas e Interpretação dos Índices de Liquidez Fonte: Matarazzo (2010); Gitman (2010) e Assaf Neto e Lima (2011). De modo geral, quanto maior o índice de liquidez corrente, mais líquida a empresa. A liquidez abaixo de certos limites pode indicar alguma dificuldade de liquidez, mas raramente tal conclusão será mantida quando o Índice de Liquidez Corrente for satisfatório. Por sua vez, o Índice de Liquidez Seca conjugado com o Índice de Liquidez Corrente é um reforço à conclusão de que a empresa é uma “atleta de liquidez” (MATARAZZO, 2010). Liquidez Corrente L iq u id ez S ec a Alta Baixa A lta Situação financeira boa Situação financeira em princípio insatisfatória, mas atenuada pela boa Liquidez Seca. Em certos casos pode até ser considerada razoável. B aix a Situação financeira em princípio satisfatória. A baixa Liquidez Seca não indica necessariamente comprometimento da situação financeira. Em certos casos pode ser sintoma de excessivos estoques “encalhados” Situação financeira insatisfatória Quadro 2: Liquidez seca x Liquidez corrente Fonte: Matarazzo (2010, p. 108). Para a análise dos Indicadores de Liquidez, o gestor precisa ter muita atenção e cuidado no processo. Ter liquidez baixa pode representar um risco financeiro. Todavia, pode parecer, à primeira vista, que quanto maior o índice de liquidez, melhor a situação financeira da empresa. Contudo, o crescimento demasiado dos quocientes de liquidez pode indicar sérias dificuldades em relação à estrutura dos negócios, tais como entesouramento ou encaixe excessivo (elevação da liquidez imediata, acima das necessidades operacionais); estoques elevados, em decorrência de itens invendáveis ou baixa capacidade de comercialização; grande volume de contas a receber, por dilatação de prazos concedidos a clientes etc. Daí a necessidade de examinar cada componente de per si dos ativos e passivos (Circulante e Longo Prazo). Tal exame será realizado quando se der a análise da rotação de valores” (SILVA, 2019). É importante que a análise da liquidez seja efetuada de forma comparativa com vários exercícios ou períodos, não apenas da mesma empresa, mas também de seus principais concorrentes, pois somente dessa forma será possível identificar o nível de comprometimento do capital de giro, de forma a melhor determinar a capacidade de contrair novas obrigações (SILVA, 2019). 6.3. Exemplificando a análise dos Indicadores de Liquidez Para a análise iremos considerar: a) Cálculo b) Interpretação c) Considerações importantes Os indicadores serão separados por: i) Capacidade de Pagamento de Longo Prazo ii) Capacidade de Pagamento de Curto Prazo iii) Capacidade de Pagamento Imediato Sabemos que o Balanço é apresentado em duas colunas paralelas (Ativo e Passivo), entretanto para melhor visualização apresentamos separados, primeiramente o grupo de contas do Ativo, e posteriormente o grupo de contas do Passivo e Patrimônio Líquido. Balanço Patrimonial Empresa ABC – 31/12/Ano2 Ativo circulante Ano 1 Ano 2 Caixa R$ 50.000,00 R$30.000 Banco R$ 120.000,00 R$100.000 Clientes R$ 23.000,00 R$30.000 Títulos e valores mobiliários R$ 12.000,00 R$12.000 Estoques R$ 35.000,00 R$28.000 Impostos diferidos ativos R$ 10.000,00 R$8.000 Contas a receber R$ 25.000,00 R$30.000 Total do Ativo Circulante R$ 275.000,00 R$263.000 Ativo não circulante Realizável a longo prazo Títulos e valores mobiliários R$ 14.000,00 Imobilizado Imóveis R$ 300.000,00 R$ 200.000 Terrenos R$ 120.000,00 R$ 70.000 Veículos R$ 70.000,00 R$ 160.000 Maquinários R$ 60.000,00 R$ 80.000 Depreciação acumulada -R$ 30.000,00 -R$ 27.795 Investimento Imóveis a comercializar R$ 200.000,00 R$ 280.000 Imóveis de aluguel R$ 300.000,00 R$ 350.000 Ações em controladas R$ 20.000,00 R$ 23.000 Total do ativo não circulante R$ 1.054.000,00 R$1.135.205,00 Total do Ativo R$ 1.329.000,00 R$1.398.205,00 Passivo circulante Ano 1 Ano 2 Fornecedores R$ 100.000,00 R$ 120.000 salários a pagar R$ 30.300,00 R$ 35.000 Impostos a pagar R$ 20.700,00 R$ 30.500 Empréstimos e financiamentos R$ 360.000,00 R$ 380.095 Contas a pagar R$ 120.000,00 R$ 75.000 Adiantamento de clientes R$ 37.000,00 R$ 43.000 Impostos diferidos passivos R$ 56.000,00 R$ 60.000 Total do passivo Circulante R$ 724.000,00 R$743.595,00 Passivo não circulante Fornecedores R$ 150.000,00 R$ 160.800 Duplicatas a pagar R$ 35.000,00 R$ 80.000 Contas a pagar R$ 46.000,00 R$ 50.000 Empréstimos e financiamentos R$ 67.000,00 R$ 90.000 Empréstimos e financiamentos em moeda estrangeira R$ 90.000,00 R$ 33.810 Total Passivo não Circulante R$ 388.000,00 R$414.610,00 Patrimônio Líquido Capital social R$ 170.000,00 R$ 170.000 Reservas de capital R$ 30.000,00 R$ 50.000 Reservas de Lucros R$ 15.000,00 R$ 20.000 Ações em tesouraria R$ 15.000,00 Prejuízos acumulados -R$ 13.000,00 Total do Patrimônio Líquido R$ 217.000,00 R$240.000,00 Total do Passivo R$ 1.329.000,00 R$1.398.205,00 i)Capacidade de pagamento a longo prazo 1) Liquidez Geral 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 + 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑖𝑧á𝑣𝑒𝑙 𝑎 𝐿𝑜𝑛𝑔𝑜 𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 + 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑁ã𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 a) Cálculo Ano 1 𝑅$275.000 + 𝑅$14.000 𝑅$724.000 + 𝑅$388.000 = 0,2598 Ano 2 𝑅$263.000 𝑅$743.595 + 𝑅$414.205 = 0,2271 b) Interpretação No ano 1 temos o índice de 0,2598, o que significa que para cada R$1 de dívida de longo prazo a empresa possui R$0,2598 de ativos de curto prazo (Ativo Circulante) e longo prazo (Realizável e Longo Prazo) para liquidá-los. Já no ano 2 temos o índice de 0,2271, o que significa que para cada R$1 de dívida de longo prazo a empresa possui R$0,2271 de ativos de curto prazo (Ativo Circulante) e longo prazo (Realizável e Longo Prazo) para liquidá-los. c) Considerações Importantes Também é conhecida como a Liquidez Financeira, pois o Índice de Liquidez Geral mostra a capacidade de pagamento da empresa a Longo Prazo, considerando tudo o que ela converterá em dinheiro (a Curto e Longo Prazo), relacionando-se com tudo o que já assumiu como dívida (a Curto e Longo Prazo). O Indicador não deve ser visto isoladamente, mas em conjunto com os demais indicadores de liquidez. Pode ser que, num ano em que a empresa adquira um vultosofinanciamento, investindo-o total- mente em seu Ativo Permanente, reduza sensivelmente sua Liquidez Geral, o que aumentará consideravelmente o Passivo a Longo Prazo, mas não aumentará o Ativo Circulante e o Realizável a Longo Prazo. ii) Capacidade de Pagamento de Curto Prazo 2) Liquidez Corrente 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 a) Cálculo Ano 1 𝑅$275.000 𝑅$724.000 = 0,3798 Ano 2 𝑅$263.000 𝑅$743.595 = 0,3536 b) Interpretação No ano 1 temos o índice de 0,3798, o que significa que para cada R$1 de dívidas de curto prazo a empresa possui R$0,3798 de ativos de curto prazo (Ativo Circulante) para liquidá-los. Já no ano 2 temos o índice de 0,3536, o que significa que para cada R$1 de dívidas de curto prazo a empresa possui R$0,3536 de ativos de curto prazo (Ativo Circulante) para liquidá-los. c) Considerações importantes Isoladamente, os índices de Liquidez Corrente superiores a 1,0, de maneira geral, são positivos. Conceituar o índice, todavia, sem outros parâmetros, é uma atitude bastante arriscada, por isso desaconselhável. Em nosso exemplo, os índices estão abaixo de 1,0, mostrando insuficiência em saldar as dívidas de curto prazo. A empresa precisa gerenciar adequadamente os recursos para não ficar numa situação desfavorável financeiramente. Entretanto é preciso considerar que existem ativos que tem a conversão em dinheiro de forma mais lenta (como por exemplo o Estoque), o que pode causar maiores problemas na situação financeira da empresa a curto prazo. 3) Liquidez Seca 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 − 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 a)Cálculo Ano 1 𝑅$275.000−𝑅$35.000 𝑅$724.000 =0,3314 Ano 2 𝑅$263.000−𝑅$28.000 𝑅$743.595 = 0,3160 b)Interpretação No ano 1 para cada $ 1,00 de dívida de Passivo Circulante a empresa dispõe de R$ 0,3314 de Ativo Circulante, sem os Estoques. No ano 2 para cada $ 1,00 de dívida de Passivo Circulante a empresa dispõe de R$ 0,3160 de Ativo Circulante, sem os Estoques. c)Considerações importantes O índice de Liquidez Seca é bastante conservador, que elimina um fator de incerteza (Estoque) para que possamos apreciar a situação financeira da empresa. Como os outros índices, não deve ser analisado isoladamente. O indicador de Liquidez Seca deve ser analisado principalmente em conjunto com o indicador Prazo Médio de Rotação de Estoques (Indicador de Atividade) que evidencia quantas vezes a empresa vende seu estoque no período. iii)Capacidade de Pagamento em prazo imediato 4) Liquidez Imediata 𝐶𝑎𝑖𝑥𝑎 𝑒 𝐸𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 a)Cálculo Ano 1 𝑅$50.000 + 𝑅$120.000 + 𝑅$12.000 𝑅$724.000 = 0,2513 Ano 2 𝑅$30.000 + 𝑅$100.000 + 𝑅$12.000 𝑅$743.595 = 0,1909 b)Interpretação No ano 1 temos o índice de 0,2513, o que significa que para cada R$1 de dívida de curto prazo a empresa possui R$0,2513 de caixa e equivalentes de caixa (Ativos com maior liquidez) para liquidá-los. Já no ano 2 temos o índice de 0,1909, o que significa que para cada R$1 de dívida de longo prazo a empresa possui R$0,1909 de caixa e equivalentes de caixa (Ativos com maior liquidez) para liquidá-los. c)Considerações importantes É um índice sem muito destaque, pois relacionamos dinheiro disponível com valores, que vencerão em datas as mais variadas possível, embora a Curto Prazo. O ideal é que a empresa mantenha certos limites de segurança o suficiente para cumprir as obrigações emergentes. Não é aconselhável manter recursos alocados nas disponibilidades a fim de obter altos índices de Liquidez Imediata. O Caixa e Bancos perdem o poder aquisitivo com a inflação. Nem sempre reduções sucessivas nesse índice significam situações constrangedoras; podem significar uma política mais rígida de disponível e, até́ mesmo, uma redução do limite de segurança. Outro ponto que merece destaque é que, a empresa deixando altos valores no caixa e banco pode estar perdendo oportunidades de investimento que lhe renderam maiores benefícios futuros. 6.4. Nota Importante sobre Indicador de Liquidez Se o grau de liquidez for: Igual a um, a empresa estaria operando em estado de pré-insolvência (situação nula); Menor que um, a empresa seria insolvente, ou seja, estaria em estado de passivo a descoberto; Maior que um, quanto mais elevado, melhor será a situação da Empresa. Referências ASSAF NETO, Alexandre; LIMA, Fabiano Guasti. Estrutura e análise de balanços: um enfoque econômico financeiro. 9ª. ed. São Paulo: Atlas, 2010. GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. 12 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. HELFERT, Erich A. Teorias de análise financeira: um guia prático para medir o desempenho dos negócios. 9ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2000. MARION, José Carlos. Análise das demonstrações contábeis: contabilidade empresarial. 7. ed. – São Paulo : Atlas, 2012. MATARAZZO, Dante Carmine. Análise financeira de balanços: abordagem gerencial. 7 ed. São Paulo: Atlas, 2010. SILVA, Alexandre Alcantara de. Estrutura, análise e interpretação das demonstrações contábeis. 4 ed. – São Paulo: Atlas, 2014. SILVA, Alexandre Alcantara de. Estrutura, análise e interpretação das demonstrações contábeis. 5 ed. – São Paulo: Atlas, 2019.
Compartilhar