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Princípios e Regras de Competência

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PRINCÍPIOS E REGRAS DE COMPETÊNCIA 
Os princípios da tipicidade e indisponibilidade das competências estão relacionados à distribuição de competências e compõem o conteúdo do juiz natural, sendo que, o descumprimento de tais princípios implica no descumprimento do princípio de juiz natural. 
Princípio da tipicidade das competências: Dispõe que as competências são distribuídas previamente (de ordinário) pelo legislador, pelo ordenamento jurídico. Havendo lacuna no ordenamento jurídico, é possível, conforme o caso, a aplicação da teoria da competência implícita (implied power[footnoteRef:1]). Não há vácuo de competência (sempre haverá um juízo competente para processar e julgar uma determinada demanda), e sim uma necessidade de garantia da completude do ordenamento jurídico. [1: O poder não expressamente mencionado na Constituição. ] 
Princípio da indisponibilidade da competência: Os órgãos jurisdicionais não podem afastar as regras de competência conforme a sua vontade[footnoteRef:2]. Ele age no limite de suas competências conferidas pelo ordenamento jurídico. [2: A delegação de uma competência, por exemplo, não é aceita de ordinário, é uma situação extraordinária. ] 
Regra da Kompetenzkompetenz: Todo juízo tem competência para julgar a própria competência. Será uma competência mínima (ou atômica), é uma competência para o controle da própria competência. 
Regra da perpetuação da jurisdição (“perpetuatio jurisdictionis”): É necessário que se determine qual será o juízo o juízo responsável concretamente para o processamento e julgamento da causa. A fixação dessa competência ocorre no momento do registro ou da distribuição da petição inicial (art. 43 do CPC), permanecendo a mesma até a prolação da sentença. 
A perpetuação de competência do juízo fixa-se no exato momento do registro ou distribuição, e nenhuma alteração do estado de fato e de direito superveniente poderá modificá-la. As regras de competência relativa não quebram a perpetuação da jurisdição. 
Existem, entretanto, exceções que impõem a redistribuição da causa, de forma a romper a perpetuação da jurisdição: a) quando ocorre supressão do órgão judiciário (a extinção de uma vara ou comarca); b) por alteração incidental da competência absoluta (em razão da matéria, função ou da pessoa). 
O desmembramento da comarca só implicará em na redistribuição de causa a competência (territorial) absoluta. 
Competência constitucional ou de jurisdição: A carta magna dispõe as competências dessas justiças: federal e estadual (a justiça comum); trabalhista, militar e eleitoral (a justiça especial). Essas organizações são formas de melhor distribuir as atividades jurisdicionais. 
A Constituição não apenas distribui as competências entre as “justiças” comuns e especiais, também distribui as competências para as cortes superiores ou órgãos de superposição, o Superior Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal Federal. Quando um órgão jurisdicional extrapola a fração do poder que lhe foi atribuído, há falta de competência, não de jurisdição. 
A jurisdição é a mesma para todos os órgãos. O juízo incompetente, de acordo com a regra da Kompetenzkompetenz, tem a competência mínima de reconhecer a própria incompetência. Não se pode falar em sentença inexistente, e sim em sentença inválida. Ademais, a incompetência constitucional é causa de ação rescisória (art. 966, II). 
Competência por distribuição: Onde houver mais de um juiz, os processos devem ser distribuídos, alternada e aleatoriamente, entre os juízos competentes abstratamente (art. 284). A distribuição deve ser feita de imediato, na data de propositura da demanda (art. 93 da CF). Assim, é fixado a competência concreta do juízo. 
As regras de competência concretizam a competência onde há mais de um juízo e válida o princípio do juiz natural (o juiz legalmente competente). Um dos requisitos para que se tenha um juiz natural é a fixação prévia de regras para de funções e atribuições onde houver mais de um juízo abstratamente previsto como competente, de forma equânime, impossibilitando às partes a optar os julgadores de sua preferência. 
As regras de distribuição são cogentes, são regras de competência absoluta. A fraude à distribuição significa violação ao princípio do juiz natural (art. 5º, LII e LIV da CF) e ao regramento relativo à distribuição, resultando em incompetência absoluta.

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