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Nome: Jessica Dambrate Curso: Enfermagem 4º período manha Disciplina: Ética e Bioética RESUMO: Ética, moral e direito O presente trabalho faz uma análise bibliográfica sobre as implicações da Ética, da Moral e do Direito atuando conjunta-me te no seio social, mas não abandonando assim a autonomia presente em cada a uma, na ética e no Direito como ciências e na moral. Desde a antiguidade – antes de Cristo –, filósofos gregos entendiam que os princípios inspiradores se chamavam ethos. Esse termo é sinônimo de ética, ou seja, o conjunto ordenado de princípios, valores e motivações últimas das práticas humanas, pessoais e sociais. Ética também significa o caráter ou o modo de ser de uma pessoa ou de uma comunidade. Assim, as pessoas que moram nela (nessa casa concreta, isto é, família, tribo, comunidade) têm valores, princípios e motivações inspiradoras para o comportamento. A partir da Idade Média – com a influência do cristianismo –, usava-se a palavra moral (do latim: mós/mores), equivalente a costumes e hábitos, tanto para os costumes quanto para o caráter e os princípios e valores que moldam a conduta, o agir em sociedade ou no grupo social em que o indivíduo se encontra inserido. A ética compreende a experiência da “morada humana”, que não significa um determinado espaço físico, mas sim uma teia de relações interpessoais ou interprofissionais de onde emergem as relações entre os moradores e entre os vizinhos. Tais relações ocorrem segundo critérios de valores, crenças e visões de mundo, que se fundam em princípios ou fundamentos, para que a convivência humana aconteça da forma mais harmoniosa possível – o que não significa ausência de conflitos. Esses estão presentes na convivência humana, que se move por interesses pessoais ou grupais. Há várias concepções éticas e morais de acordo com o contexto cultural. Pode-se falar da ética e da moral capitalistas vigentes em nossos dias. Na perspectiva capitalista, diz-se que bom é o que permite acumular mais com menos investimento e em menor tempo possível, ou seja, concentrar bens, riquezas. A moral capitalista consiste em “empregar menos gente possível, pagar menos salários e impostos e explorar melhor a natureza para acumular mais meios de vida e de riqueza”. Mas, no senso comum, diz-se que uma pessoa é ética quando se orienta por princípios, convicções e valores. Em outras palavras, diz que essa pessoa tem boa índole. Ao contrário, quando um comportamento é considerado antiético? Expondo o paciente a uma situação de perigo, de risco à própria vida e segurança desnecessariamente. Por desídia, negligência ou mesmo imprudência, o profissional que assim se comporta estaria agindo de modo antiético ou deixando de agir (negligência), provocando situações em que danos decorrentes de sua ação possam advir ao paciente. Tal comportamento estaria contrariando, a priori, o princípio ético segundo o qual é uma deontologia (uma obrigação) “assegurar ao cliente uma assistência de enfermagem isenta de riscos decorrentes de negligência (omissão), imprudência ou imperícia”. Diz-se que “uma pessoa é moral quando age em conformidade com os costumes e hábitos ‘consagrados’ social ou culturalmente”. Por exemplo, o profissional que exigir ou determinar que o paciente aceite a transfusão de sangue, contrariando ou desconsiderando suas convicções e crenças ou da coletividade a que ele pertence, poderá ser denunciado por abuso de autoridade e desrespeito à autonomia do paciente de recusar um tratamento médico. É preciso, nesses casos, considerar, entretanto, o dever do profissional de informar o paciente sobre os riscos, implicações e opções, caso não aceite o tratamento, mas jamais poderá impor sua vontade. Em que consistem os princípios senão em alicerces, origens ou fundamentos das ações humanas ou bases para as deliberações e tomadas de decisão? Segundo Miguel Reale, princípios são “verdades fundantes de um sistema de conhecimento, como tais admitidas por serem evidentes ou por terem sido comprovadas, mas também por motivos de ordem prática de caráter operacional, isto é, como pressupostos exigidos pelas necessidades da práxis” . A dimensão ética da existência humana é contemplada, ao longo da história da humanidade, por grandes filósofos. Assim, Platão dizia que “o homem é um ser político”, porque vive em sociedades, nas pólis, nas cidades, nos grupos sociais, em constantes interações com outros homens. O homem é o único ser que, ao mesmo tempo em que vê algo, também analisa, interpreta, dá significado e racionaliza. Assim, ele pensa, questiona, investiga e exprime pensamentos e ideias por palavras com certa lógica, com concatenação. É capaz de relacionar-se com o outro, com o mundo e consigo mesmo. O homem é, segundo Kant, o único ser que pode dispor de sua vontade; tem amor pela sabedoria; é capaz de criar, construir e transformar algo a partir da própria realidade. Sobre o homem pensador, a clássica obra de Auguste Rodin, de 1889, tornou célebre a imagem de um ser reflexivo, voltado para si mesmo, pensativo e questionador. Ética Geral e Profissional Eduardo C. B. Bittar-texto correlacionado Para dar início ao estudo acerca da Ética, da Moral e do Direito, cabe a conceituação do que seja cada um, como meio de suporte para entender-se as peculiaridades e semelhanças deles e entre eles. Fazendo -se uma análise da origem etimológica da palavra ética, descobre-se que o “etos”, seria o hábito ou comportamento pessoal. decorrente da natureza ou de convenções sociais ou da educação. Desse modo, só se pode compreender o que é a ética a partir do conjunto de ações humanas, ou seja, a ética só existe como fruto das ações humanas, como afirma Eduardo C. B. Bittar (2010, p.25): O fino equilíbrio sobre a modulação e a dosagem dos comportamentos no plano da ação importa à ética.” Nesse sentido, pode -se já fazer uma breve ligação com a moral, de modo que são as ações morais que dizem respeito à ética, entendendo -se por ação moral aquela que é feita com habitualidade pelo ser humano, independente de possuir conteúdo ou não, mas que o confere a característica de ser considerado um ser único e capaz de governar -se, ou seja, é uma linha tênue entre a capacidade de definir e deliberar sobre sua própria personalidade (consigo mesmo, com familiares, com a sociedade, etc.) e a liberdade que todo ser humano possui (chamada por alguns de livre-arbítrio). Caracterizada como conjunto de normas sócias construídas ao longo da história por uma sociedade que tem o objetivo de formar sistemático conjunto de normas que orientem a vida social. Em relação ao Direito, como conjunto sistemático de normas que dirigem a sociedade, com a finalidade de estabelecer a harmonia e a paz social, pode-se de antemão abstrair sua íntima relação com a ética e a moral, ou melhor, a ação moral, como sendo o objeto de estudo daquela, pois aduz-se genericamente, que possuem praticamente o mesmo intuito, no entanto, se utilizam de métodos e formas diferentes, por vezes, como por exemplo, o modo coercitivo utilizado pelo Direito se houver transgressão de normas, que em regra é a privação de liberdade. Diferentemente do que ocorre diante uma infração de normas morais, sociais e éticas, até podendo ser por repreensão, mas não no modo do Direito. A ÉTICA E AS NORMAS MORAIS Para dar início ao estudo sobre estes dois temas, cabe a observação da origem etimológica distinta deles. O vocábulo “ética” vem do grego “ethos” significando “modo de ser” ou “caráter”. Já “moral” é termo vindo do latim “Morales” e significa “relativo a costumes”. Em linhas gerais pode -se dizer que a Ética é um conjunto de saberes adquiridos através da análise do comportamento humano numa tentativa de explicar as regras morais racionalmente, científica e teoricamente, ou seja, é uma reflexão das ações morais. No entanto, isso não significa dizerque esta ciência seja puramente normativa, a saber, estude exclusivamente a deontologia dá moral, até porque as normas morais não são apenas abstrações teóricas, ao contrário, são concretizações das experiências vividas no meio social, num dado momento histórico. A Moral, por sua vez, pode ser definida como a sistematização de regras inseridas e vividas no cotidiano das pessoas, de modo que cada cidadão as use, os orientando e direcionando para o que seja certo ou errado, bom ou mau, enfim, moral ou imoral. Na prática, vê -se que as duas tem caminhos e fins muito semelhantes e, a partir da interação que possuem dão suporte para a formação do bom convívio social através das preceptíticas ético -morais. A ÉTICA E O DIREITO Assim como há normas morais e éticas incidindo na sociedade, há também as normas jurídicas com grande e importante implicação na vida social. Estas normas atuam conjuntamente no meio social, ou seja, não há necessidade de exclusividade pois todas tem autonomia perante as outras como bem fala o professor doutor Eduardo Bittar: “Com essa observação, quer-se simplesmente dizer que é possível a constituição de uma especulação ética independente de uma ciência do direito, uma vez que a incidência daquela recairá sobre as ações eticamente relevantes, e a incidência desta será sobre as ações declaradas e constituídas como juridicamente relevantes. Por vezes, as ações são coincidentemente ética e juridicamente relevantes, o eu não prejudica a autonomia das referidas ciências, nem faz confundir o campo do jurídico com o campo da ética.” Mesmo assim por vezes essas normas convergem e divergem, pois como há normas que de tão relevante no mundo ético acabam tornando -se preceitos jurídicos, como, por exemplo, normas processuais que admitem a mentira como meio de o réu defender -se. Nota -se, desta feita, que andam juntas e são de inquestionável cumplicidade (embora sejam divergentes algumas vezes), tornando até impossível ao jurista penetrar no mundo jurídico totalmente alheio ao mundo ético, bom como ao pesquisador torna -se inviável o estudo sem ter conhecimento das normas legais vigentes. CONSIDERAÇÕES FINAIS Dando conclusão aos trabalhos, o que se pode retratar nesta pesquisa foi tão somente a importância fundamental que os três sistemas possuem para a vida em sociedade, de forma que não se vive sem a construção, por mínima que seja de normas éticas (valorizadas pela ação moral), que, em linhas gerais para se agir eticamente é preciso: ter conduta livre e autonomia; ação dirigida pela convicção pessoal e ser insuscetível de coerção; assim como de normas morais (sendo consideradas aquelas individualmente criadas por cada um como sendo princípios próprios) e normas jurídicas (aquelas com aspecto e caracterização mais formais e com força cogente) para o harmônico convívio social. Dois aspectos são relevantes no que tange à temática dos fundamentos éticos e morais da prática da enfermagem. Assim, entendemos que conceber o ser humano como um valor objetivo é reduzi-lo à condição de coisa ou mercadoria, o que por si já caracterizaria uma conduta eticamente inadmissível. O mesmo ocorre quando o profissional que atua na área da saúde trata o paciente como um objeto, sem cuidar dele como alguém que existe, que tem sua história, vontade, expectativas, desejos. Essa seria uma atitude irresponsável e não ética. É certo que a reciprocidade envolve as relações com o outro e com o mundo. Também seria sustentada pelos princípios e pelos valores em que se acredita, que incorporam respeito e justiça. O segundo ponto importante acerca da temática discutida consiste em não limitar a ética a um conjunto de normas, hermeticamente fechadas, prontas e acabadas. Ela pode ser representada por um conjunto de normas que regulam a convivência e o comportamento de pessoas em sociedade. É comum que essas pessoas tenham seu código de ética, de modo a guiar suas ações. Assim, o código de ética de uma categoria profissional específica dificilmente contempla todas as situações ou vicissitudes, mas procura orientar profissionais sobre comportamentos deles esperados nas relações com o cliente e com os colegas e outros profissionais no que tange às circunstâncias em que deve manter sigilo, por exemplo, sobre um fato que tomou conhecimento em função do exercício profissional. REFERÊNCIAS OGUISSO, T. Ética e moral. In: Oguisso, T. e Zoboli, E. Ética e Bioética: desafios para enfermagem e saúde. Barueri: Manole: 2017; páginas 43 a 55. BITTA R, Eduardo C. B. Curso de ética Jurídica: Ética geral e profissional. 7. ed. – São Paulo: Saraiva, 2010. PALERMAN, Chaïm. Ética e direito 2. Ed – São Paulo: Martins Fontes, 2005. Aspectos relevantes do dano moral - Página 2/2 - Jus.com.br | Jus Navigandi
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