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Isabela Miquilini Fraturas do Osso Frontal Ducto Nasofrontal - Localizado no assoalho póstero-medial - Responsável pela drenagem de muco do seio frontal - Percurso póster- inferior através do etmoide e desemboca no meato médio nasal - Fisiopatologia: • O seio frontal age como uma barreira para os conteúdos intracranianos • Envolvimento da parede p o s t e r i o r m e r e c e atenção • Comunicação entre a cavidade intracraniana e ambiente sinusal • Risco de meningite e abscesso cerebral - Obstrução ou dano ao ducto nasofrontal • Aumento de muco e • desenvo lv imento de mucocele • Acúmulo de bactérias e desenvo lv imento de infecção • E r o s ã o d e o s s o c i r c u n j a c e n t e e desenvo lv imento de osteomielite ou sequestro ósseo • 99% das complicações do seio frontal são fruto da drenagem nasofrontal inadeguada Epidemiologia - 2 a 15 % das fratura em traumas de face - 43 a 61 % tábua anterior - 19 a 51 % tábua anterior e posterior - 2,5 a 25 % lesão no ducto nasofrontal - 0,6 a 6% tábua posterior - Osso mais fraturado até 6 ou 7 anos Classificação Geral Podem ser classificadas de acordo com sua extensão: de 1 7 Isabela Miquilini 1. Fraturas que envolvem a parede anterior 2. Fraturas que envolvem a parede posterior 3. Fraturas que causam lesão ao ducto nasofrontal Classificação de Escher TIPO 1 • Envolve as paredes anterior e posterior • Fraturas cominutas • Fístula liquórica frequente em 2/3 das fraturas TIPO 2 • Localizada medianamente, pouco deslocamento; fístula liquórica 20% dos casos TIPO 3 • Parte mais inferior, com d i s j unção c ran i o fac i a l ; depressão da base do nariz; associado a fraturas • NOE; 10 % dos casos TIPO 4 • Fronto-orb i ta i s la tera i s ; impactos laterais; 10 % dos casos CONSIDERAÇÕES CLINICAS ATLS Escala de coma de Glasgow Neurocirurgia O prognóstico depende: - Se são isoladas - Se associadas a outras lesões no cérebro, crânio, órbitas e globo oculares, terço medio e tecidos moles adjacentes - Avaliação multidisciplinar EXAME FÍSICO - Avaliação Específica da Região do Crânio - Avaliação oftalmológica completa - Inspeção e palpação de tecidos moles e duros - Parestesia em região frontal e couro cabeludo é comum - Rinorréia ou Otorréia Sinais Clínicos Possíveis - Equimose e Edema - C r e p i t a ç ã o ó s s e a / Afundamento - Equimose e Edema - Rinorréia Fístula Liquórica - LCR - Teste do anel ou do halo (mais comum) - B2 Transferrina (padrão ouro) de 2 7 Isabela Miquilini - Aval ia r a compos ição química Imaginologia Tomografia Computadorizada - Corte axial • Grau de cominuição da tábua anterior e posterior - Corte coronal • Envolvimento do teto de órbita - Corte sagital • Útil na avaliação do trato de drenagem nasofrontal Tratamento - Acesso coronal - Acesso pelas lacerações já existentes em c a s o s d e l o c a l i z a ç ã o adequada e que p e r m i t a a visibilidade da fratura - Fraturas simples, em galho verde ou minimamente d e s c o l o c a d a s n ã o necessitam de tratamento cirúrgico • Deslocamento menor que espessura da tábua anterior foi considerado sem consequências - Edema de tecidos moles • Pode ser necessário a reavaliação após 7 - 10 • d i a s , a f i m d e determinar O grau de deformidade visual - Fraturas deslocadas e cominutas • P o d e m r e q u e r e r intervenção cirúrgica a f i m d e c o r r i g i r d e f o r m i d a d e s d e contorno e diminuir o risco de complicações sinusais - A nt i b i ó t i c o s n ã o s ã o necessários, a menos que as fraturas sejam abertas e contaminadas de 3 7 Isabela Miquilini - Descongestionantes sinusais podem ser úteis durante o período de observação - Alguns autores recomendam o tratamento cirúrgico de fraturas que envolvem mais de 25% da parede posterior - Outros preconizam, que na p r e s e n ç a d e u m a drenagem nasofronta l patente e ausência de laceração na dura ou lesões ce rebra i s , podem se r t r a t a d a s d e f o r m a conservadora de 4 7 Tratamento Isabela Miquilini ABORDAGEM CIRÚRGICA DA TÁBUA POSTERIOR DO SEIO FRONTAL Cranialização do seio frontal é a técnica de escolha 1. Acesso coronal 2. Cran iotomia b i f rontal (neurocirurgia) 3. R e m o ç ã o d a t á b u a posterior do seio frontal 4. Eliminação de toda a mucosa do seio frontal 5. R e m o ç ã o d e te c i d o cerebral necrótico e reparo da dura 6. Regularização óssea e o b s t r u ç ã o d o d u c to nasofrontal 7. Reconstrução da parede anterior do seio frontal Como avaliar a potência do dueto nasofrontal - Angiocateter de grosso calibre é posicionado dentro da abertura do ducto e a solução é injetada. - Azul de metileno, propofol, fluoresceína, contraste e outras solução podem ser usadas - Solução salina - A so l ução d e v e s e r ob s e r va d o debaixo do c o r n e t o médio ou na orofaringe OBLITERAÇÃO DO SEIO E OBSTRUÇÃO DO DUCTO NASOFRONTAL - Remoção de toda a mucosa sinusial • A mucosa remanescente do ducto nasofrontal, pode ser revertida para dentro do nariz. - O b s t r u ç ã o d o d u c t o nasofrontal • Tecido autógeno (fáscia, músculo..) - Obliteração do seio • Hidroxiapatita, cementos ósseos, osso, cartilagem, m ú s c u l o s , e s p o n j a s absorvíveis de gelatina, gordura… - Reconstrução da tábua anterior. • Malha de titânio, placas e parafusos, enxerto ósseo de 5 7 Isabela Miquilini Complicações Transoperatórias - Sangramento intracraniano, c o n v u l s õ e s , d a n o neurológico, fístula de FCE, l esão of ta lmológ ica e hematoma Pós-operatórias - P r e c o c e s : Comunicação nasossinusal e intracran iana , s inus i te , meningite, irregularidades cosméticas - T a r d i a s : Mucocele e mucopiocele, sinusite tardia do seio frontal e a b s c e s s o c e re b ra l secundário a infecção do seio frontal Sinusite - A sinusite frontal geralmente ocorre no início do período pós-operatório - Edema aumentado, eritema, sensibilidade generalizada n a f ro n te e re g i õ e s periorbitárias e febre - Tratamento inicial consiste em descongestionantes nasais antibioticoterapia dependendo da gravidade dos sintomas (febre) - Descongestionantes ajudam a minimizar a inflamação da mucosa e facilitar a drenagem e função sinusal normal Meningite - A infecção invasiva pode progredir a partir da sinusite bacteriana e evoluir em um abscesso intracraniano, meningite, empiema e trombose do seio cavernoso. - Geralmente está relacionada com: - Obstrução incompleta do ducto nasofrontal - Drenagem inadequada do seio frontonasal - R e m a n e s c e n t e d e mucosa após obliteração - Lacerações na dura máter - Pac i entes apresentam sintomas de sinusite, bem como: cefaleias intensas, t o n t u r a s , a c h a d o s n e u r o l ó g i c o s l o c a i s , alteração na visão e febre de 6 7 Isabela Miquilini - Te ra p i a m é d i c a c o m a n t i b i ó t i c o s e descongestionantes - Tra ta m e nto c i r ú rg i c o : Drenagem do abscesso, reparo da dura ou defeitos cranianos, separação do t r a t o a e r o d i g e s t i v o , obl i teração do espaço morto e cranialização I"egularidades cosméticas - Geralmente resultante de re ab s o rç ã o ó s s e a o u infecção - Pode ser reconstruída com enxertos ósseos l ivres , malhas de titânio, implantes aloplást icos (pol iet i leno poroso de alta intensidade (Medpor), polieteretercetona (PEEK), ou cemento ósseo onlay. MUCOCELE OU MUCOPIOCELE - A mucosa respiratór ia encarcerada entre os segmentos fraturados ou remanescentes após a obliteração sinusal podem c o n t i n u a r a c re s c e r , resultando em mucoceles ou mucopioceles Mucocele É um cisto expansivo preenchido pormuco secretado pelas células caliciformes na mucosa ciliada Mucopiocele Sao mucoceles infectadas - A natureza expansiva desta lesão benigna contribui para o s e u p o t e n c i a l d e morbidade, que pode incluir efeito cerebral em massa e cegueira - O tratamento cirúrgico inclui abordagens endoscópicas ou abertas de 7 7