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ANAMNESE Os 10 mandamentos do prontuário do paciente: 1- Fazer todo o registro de maneira clara, objetiva e legível; 2- Fazer somente anotações que se referem ao paciente; 3- Todas as evoluções e prescrições devem ser diárias, com datas. Hora, assinatura e carimbo; 4- Caso não tenha o carimbo, o nome do profissional e sua inscrição no conselho de classe devem estar escritos de forma legível; 5- Todas as folhas do prontuário devem ter a identificação do paciente com a etiqueta ou por escrito; 6- Todo procedimento deve ser registrado pelo profissional que o realizou; 7- Os espaços em branco devem ser anulados com um traço; 8- É proibido usar lápis, fita corretiva e liquido; 9- É proibido rasurar as anotações; 10- É proibido o uso de anotações. Obtenção da história clínica: Abordagem ao paciente + identificação + queixa principal + história da doença atual (HDA) + história patológica pregressa (médica e odontológica) + exame físico + exames complementares 1- Identificação: nome, endereço, sexo, data de nascimento, telefone, altura, peso, ocupação, etnia/raça, estado civil Alguns aspectos a serem levados em consideração ao saber o sexo, idade e raça do paciente: a) Hemofilia: doença ligada ao cromossomo X, logo é mais comum em homens; b) Leucopenia: pacientes negros e com doenças autoimunes são mais propensos; Elizabeth Teixeira c) HAS (hipertensos): pacientes mulheres, obesas e negras são mais propensas a doença; d) SAB (síndrome da ardência bucal): relacionada a transtornos de ansiedade, estresse pacientes com uso de antidepressivo por muito tempo (causando a xerostomia); 2- Queixa principal: Qual o motivo da consulta? Quais os sintomas e sinais? 3- História da doença atual (HDA): - Deve ser um relato claro e em ordem cronológica dos problemas que levaram o paciente a procurar o auxílio odontológico. - O paciente informa e o profissional organiza; - Deve constar o modo como os problemas do paciente começaram, como se desenvolveram, os sintomas que apareceram e os tratamentos feitos. - Deve conter: início dos sintomas, evolução dos sintomas, relação com outras queixas, situação do sintoma no momento atual. - Sintomas: localização, intensidade, início, duração, frequência, situações em que aparecem, se agravam ou se atenuam, sintomas associados; 4- História patológica pregressa: a) Anomalias cardíacas: fazer profilaxia antibiótica quando o paciente possuir valvas cardíacas protéticas, endocardite bacteriana prévia, condutos pulmonares construídos cirurgicamente, doença cardíaca congênita cianótica complexas; Obs.: profilaxia padrão: - Amoxicilina: 2g para adultos e 50mg/kg para crianças – 1h antes do procedimento. CIRURGIA BUCAL III - Clindamicina: 600 mg para adultos e 20mg/kg para crianças – 1h antes do procedimento. Indicada para pacientes alérgicos a betalactâmicos. - Azitromicina: 500mg para adultos e 15mg/kg em crianças – 1h antes do procedimento. Indicada para pacientes alérgicos a Penicilina. - Cefalexina: 2g para adultos e 50mg/kg para crianças – 1h antes do procedimento. Não pode ser usada em pacientes com reações do tipo imediata de hipersensibilidade (urticária, angioedema e anafilaxia). b) Diabetes Mellitus: é necessário saber a glicemia média do paciente, evitar o uso de corticosteroides e prescrever uma profilaxia pré operatória e antibioticoterapia pós operatória; Pré operatória: Amoxicilina – 2g, 1h antes do procedimento Pós operatória: Amoxicilina - 500mg de 8 em 8h por 7 dias c) Estomatorragia (hemorragia oral) e Fatnorragia (hemorragia do alvéolo): Problemas relacionados a fragilidade capilar. É necessário pedir hemograma completo, TP (10 a 14seg), TTPA (25 a 39seg), INR (0,8 a 1 seg), TGO (5 a 40U/L) e TGP (7 a 56 U/L); d) Epilepsia: medicamentos usados para o tratamento da doença pode causar problemas de coagulação e doenças hepáticas; e) Bronquite asmática: evitar prescrição de anti inflamatórios não esteroidais, anestésico com vasoconstritor (bissulfito de sódio), adrenérgicos. É necessário o controle da ansiedade para evitar crise – usar protocolo medicamentoso ou verbal para o controle; f) Urticária (alergia de hipersensibilidade): comum a substancias como o látex, metilmetacrilato (liquido de resina autopolimerizável), antibióticos, AINES; g) Síndrome paraneoplásicas: algumas substancias podem causar sintomas semelhantes a urticária na pele do paciente – deve ser investigado; h) Febre reumática: pacientes com a doença sem comprometimento valvar cardíaco e sem válvula protética não há necessidade de fazer profilaxia antibiótica; i) Artrite reumatoide: geralmente, pacientes com tal doença fazem uso crônico de AINES ou AIES. Caso faça o uso diário de corticosteroides, é necessário que no dia do procedimento a dose do medicamento seja dobrada, pois o individuo não produz cortisol suprarrenal; j) Ulcera gástrica: evitar prescrição de AINES ou AIES, pois inibem a COX-1 que é responsável pela proteção da mucosa gástrica; Obs.: o melhor anti inflamatório que não prejudica a mucosa gástrica é o gelo. k) Insuficiência renal: evitar prescrição de AIES ou AINES, pois eliminam a COX-2 que é responsável pela proteção dos rins. Entretanto, é necessário a adequação da dose do medicamento de acordo com o grau de insuficiência renal; Obs.: pacientes que realizam hemodiálise ou diálise e fazem uso da Heparina (anticoagulante) é necessário que o procedimento seja feito 1 dia antes do uso ou no dia seguinte do uso. l) Tuberculose: após 2 semanas com a doença e em tratamento, a doença não é mais transmissível; Obs.: paciente com tosse por mais de 3 semanas deve investigar. m) Covid-19: é necessário que o procedimento seja feito apenas 1 mês após a infecção; n) Vacinas (qualquer uma): realizar procedimento cirúrgico 14 dias após a aplicação; o) Doenças Venéreas: papiloma vírus (geralmente pode ser lesões pré malignas), sífilis – ficar atento as lesões que podem aparecer na região oral; p) Anemia Ferropriva: hematócrito baixo, hemácias hipocrômicas e microcísticas. É necessário pedir hemograma completo; q) Anemia Megaloblastica: hemácias hipercrômicas e macrocísticas. Paciente tem como sinal a língua careca (sem papilas). É necessário pedir hemograma completo; r) Tumores: pacientes que realizam esvaziamento ganglionar possuem pós operatório com edema severo (não há para onde drenar). Pacientes que realizaram quimioterapia ou radioterapia devem esperar até 5 anos após para a realização de procedimento cirúrgico odontológico; s) Medicamentos: - Digitálicos: usados para insuficiência cardíaca (necessário possível profilaxia antibiótica); - Antidepressivos: evitar o uso da Adrenalina como vasoconstritor, pois a monoaminoxidase (responsável pela degradação do vasocontritor) é inibida pelo medicamento, podendo causar excesso de Adrenalina no individuo; - Anti-hipertensivos: evitar AINES (medicamentos competem entre si); - Anticoagulantes (Xarelto, Apixabana, Rivaroxabano): usado por pacientes com doenças cardiovasculares, infarto do miocárdio. É necessário pedir TP e INR para avaliação da coagulação; - AIES: o uso crônico dificulta a cicatrização; - Anti agregante plaqutário (Doril, Aspirina, AAS, ácido acetilsalicílico): pedir exame de TP para avalição da coagulação; - Anticoncepcional: alertar a paciente do risco de engravidar. A Rifampicina é o antibiótico mais comum. - Nitrogliceninas (Sustrate): usados para tratamento de Angina Pectoris – paciente deve ser submetido a procedimentos cirúrgicos a nível hospitalar para evitar o risco de infarto pós operatório; - Insulinas: pacientes que fazem uso de insulina diária devem ser agendados na parte da manhã e osatendimentos devem ser rápidos. É necessário ficar atento a uma possível hipoglicemia; CISTOS ODONTOGÊNICOS E NÃO ODONTOGÊNICOS Imagem radiolúcida, de halo radiopaco, sem aumento volumétrico da tabua óssea, de dimensão látero-lateral, reabsorção da cabeça do côndilo. É necessário exames de imagem. 1- Terceiro molar impactado 2- Raízes dos molares inferiores envolvidas Conduta clínica: teste de vitalidade dos elementos 36 e 37, caso algum esteja com canal esclerótico, a primeira conduta será o tratamento endodôntico. Caso os dentes estejam vitais, a conduta será extração do elemento 38. O segundo passo seria a punção aspirativa da lesão intraóssea, para enviar a coleta para exame citopatológico. Tratamento: ao remover o dente 38, pensar em retirar uma parte da lesão para exame histopatológico e marsupialização (diminuição da pressão osmótica). Ao saber do resultado do exame: ceratocisto ou cisto dentígero: acompanhar o paciente e quando a lesão diminuir seu tamanho, realizar a enucleação; ameloblastoma ou osteossarcoma: ressecção da mandíbula; Cistos ósseos apenas se desenvolvem em ossos da mandíbula e maxila. O que são? Cavidade patológica revestida por epitélio, recoberta por uma capsula de tecido conjuntivo e contendo no seu interior material fluido ou semi fluido Características clinicas: assintomáticos, mucosa que recobre a área apresenta-se normal, crescimento lento, mobilidade dentaria, tumefação, crepitação, flutuação e assimetria Para o diagnóstico: anamnese + exame clinico + palpação + sintomatologia associada + teste de vitalidade e percussão em dentes envolvidos Exames de imagem: rx periapical, panorâmica, oclusal, rx lateral obliquo (ramo ou corpo) e tomografia computadorizada Características radiográficas: Lesões radiolúcidas, uniloculares ou multiloculares, halo radiopaco, absorção radicular, deslocamento dentário Obs.: o halo radiopaco significa que a lesão teve crescimento lento, logo, podendo se pensar em alguma lesão cística ou benigna. Caso a lesão não tenha um halo bem definido, significa que a lesão obteve um crescimento rápido, podendo se pensar em alguma lesão mais agressiva (tumores malignos). 1- teste de vitalidade do elemento 37 (teste vital positivo) 2- acesso ósseo + retirada da lesão + envio do exame para histopatologia 3- marsupialização (descompressão do cisto) 4- acompanhamento 5- enucleação (artigo) Maiores incidências: - região de pré maxila anterior (caninos) e corpo mandibular (terceiros molares inferiores) Em cistos periapicais: maior incidência em maxila Em cistos dentigeros, queratocistos: maior incidência em mandíbula - Meia idade e do sexo feminino; - Cisto odontogênico mais comum: periapical/radicular/inflamatório; - Cisto odontogênico de desenvolvimento mais comum: dentígero; Biópsia por aspiração: deve ser feita por agulha grossa, pois há necessidade de aspirar o liquido interno. Possibilidades de líquidos: pus (cisto infectado), citrino, sangue (hemangioma); Cistos dos maxilares: Classificação: 1- Odontogênicos de desenvolvimento 2- Odontogênicos inflamatórios 3- Não odontogênicos de desenvolvimento 4- Não odontogênicos associados ao seio maxilar 5- Pseudocistos dos ossos maxilares CISTOS ODONTOGÊNICOS Se formam a partir de uma degeneração cística de células (ou remanescente celular) relacionadas a formação do órgão dentário; Podem ser de desenvolvimento ou inflamatórios (mais comum) Obs.: O mais comum é o inflamatório, o segundo é o dentígero e o em terceiro é o queratocisto. Odontogênese: entre a 6 e 28 semana de vida intra- uterina - O germe dentário: 1- O órgão do esmalte (região epitelial): derivado do ectorderma, era o epitélio odontogenico primitivo, que proliferou. Será o responsável pela formação do esmalte e outros tecidos. 2- Papila dentaria (ectomesenquima condensado): derivado das células migradas das cristas neurais, era o ectomesenquima (que se condensou). Suas células futuramente formarão a dentina e polpa dental. 3- Folículo (saco) dentário (ectomesenquima ao redor): derivado das células migradas das cristas neurais (ectomesenquima). Enche lateralmente o órgão do esmalte e a papila dentaria. Futuramente originará o periodonto de inserção (cemento, ligamento e osso alveolar) – ligado aos cistos inflamatórios Inflamatórios: Podem ser: a- Periapical: dente não vital sofre estímulo pela inflamação formando um cisto. Relacionado a raiz do dente. b- Periapical lateral ou paradental: ocasionalmente um cisto similar ao periapical pode se desenvolver ao longo da porção lateral da raiz, através de um forame lateral, dando origem ao cisto periapical lateral. c- Residual: apresenta-se como uma radiotransparência circular ou oval, de tamanho variável no interior do osso alveolar em um sítio de extração prévia. De desenvolvimento: Dentígero, de erupção, queratocisto, periodontal lateral, gengival do recém-nascido, epitelial calcificante (cisto de Gorlin); O mais comum dentro dos de desenvolvimento é o: a- dentígero (ou cisto folicular): - Cerca de 20%; - o cisto dentígero é um cisto que se origina pela separação do folículo que envolve a coroa de um dente incluso; - envolve a coroa de um dente incluso a esta, unido a ele na junção amelo-cementária; b- periodontal lateral: - raro, com incidência de menos de 20%; - cisto dentígero que não impediu a erupção do dente envolvido e se lateralizou; CISTOS NÃO ODONTOGÊNICOS de desenvolvimento: São eles: palatino do recém nascimento, do ducto nasopalatino (canal incisivo), palatino mediano, nasolabial, ducto tireoglosso, linfoepitelial (branquial), epidermóide e dermóide São originadas na embriologia: advinda do 1 arco faríngeo (formação da cabeça), do encontro dos processos maxilares e processos frontais, podendo ter aprisionamento de células/tecidos/restos embrionários que podem sofrer estímulos podendo formar um cisto na face. a- Cisto do ducto nasopalatino e cisto palatino mediano: São os cistos mais comum dos cistos não odontogênicos. Podendo ter origem de remanescente epitelial do canal nasopalatino devido a traumas ou infecções bacterianas. Há uma maior predileção por homens. Pode provocar divergências radiculares dos incisivos centrais superiores. Caso a imagem seja em formato de coração, abaixo da espinha nasal, o cisto será o nasopalatino, logo, sendo mais anterior. Caso a imagem seja radiolúcida e em formato oval, acima da espinha nasal, serão palatino mediano, mais posterior. É formado no ponto de encontro dos processos maxilares e região nasal do processo frontal. O cisto nasopalatino fará aumento de volume nasolabial lateralmente. Já o cisto palatino mediano, o aumento será na linha média. O cisto nasolabial é comum em adultos do sexo feminino entre 40 e 50 anos. Apresenta-se como edema localizado, apagando o sulco nasolabial. b- Pseudocistos dos maxilares: - Cisto ósseo simples ou traumático (hemorrágico): na punção aspirativa, pode haver sangue coagulado ou ainda nada e os dentes envolvidos estarão vitais. - Cisto ósseo aneurismático: por trauma, irá ter formação de ar. - Cisto ósseo da Stafne ou cisto ósseo estático – formação de uma cortical mandibular menos espesso: Aparece na região de chanfradura antigoniana, logo à frente do ângulo da mandíbula. É uma área radiolúcida, uma rarefação, não sendo uma patologia, e sim uma característica fisiológica óssea onde se localiza a glândula submandibular. TRATAMENTO É necessário a avaliação do tamanho, estruturas acometidas 1- Enucleação (Partsch): é o tratamento de escolha (sem sacrifício as estruturas adjacentes) e indicadas para lesões pequenas(em até 3cm); Sua vantagem é permitir exame histopatológico da lesão por inteiro (biopsia excisional) e não existe necessidade de irrigações constantes; Em relação a desvantagens, é o risco de estruturas adjacentes; a- Com sutura b- Sem sutura Procedimento: Antissepsia intra e extra-bucal, anestesia, incisão, ostectomia, enucleação (com curetas), irrigação e aspiração, inspeção da loja óssea, sutura, medicação e recomendações pós operatórias. O preenchimento ósseo com enxerto na cavidade dependerá do tamanho da cavidade 2- Marsupialização (descompressão da cavidade): O princípio desse tratamento é diminuir a pressão intracística, o tamanho do cisto e preenchimento ósseo. É indicada para diminuir as injúrias aos tecidos, quando o acesso a toda a lesão é impossível, manutenção do dente na cavidade bucal, pacientes debilitados (menor extensão cirúrgica) e lesões extensas. Em relação às vantagens: é um procedimento mais simples e evita danos a estruturas vitais e fraturas ósseas. Em relação as desvantagens: tecido patológico “in situ”, irrigações diárias e limpeza da cavidade feito pelo paciente e necessidade de nova intervenção cirúrgica. Procedimento: antissepsia intra e extra bucal, anestesia (bloqueio regional), aspiração (punção), incisão (elíptica ou em meia-lua), ostectomia, remoção de uma janela de cápsula cística, irrigação e secagem, inspeção da loja óssea, sutura da capsula na mucosa bucal, preenchimento da cavidade com gaze + antibiótico, mediação e recomendações pós operatórias (lavagem com soro fisiológico). 3- Marsupialização seguida de enucleação: Indicada para acelerar o reparo, amplas lesões císticas, cistos infectados e quando o paciente possui dificuldade do paciente higienizar a cavidade Em relação as vantagens: procedimento inicial simples, remoção de todo o tecido patológico, cápsula cística mais espessa. Procedimento: união dos 2 procedimentos cirúrgicos – anestesia, punção, introdução do cateter, sutura do cateter na mucosa, acompanhamento clinico e radiográfico. 4- Enucleação com curetagem: 1- Labial 2- Associado a cárie 3- Lateral 4- Residual 5- Periapical 6- Dentigero (pode ser confundido com ameloblastoma) 7- Queratocisto SEIOS MAXILARES Seios paranasais são considerados espaços entre colunas, em que tais colunas são os pilares de forças existentes no esqueleto craniano. Podem ser chamados de antum. Apresentam-se como cavidades piramidais, situadas entre os dentes maxilares e a órbita, com suas bases nas paredes sinusiais e ápice no processo maxilar do osso zigomático. Lesões na órbita ou fraturas no rebordo orbitário podem comprometer os seios maxilares. O terço médio da face comporta os seios chamados de paranasais, e entre eles estão os seios maxilares. Os seio são formados por uma fina mucosa que é aderente ao periósteo e recebe o nome de membrana de Schneiderian. O epitélio é pseudo-estratificado cilíndrico ciliadas com células calciformes, o tecido conjuntivo contém glândulas. O epitélio ciliado auxilia na remoção de excreções e secreções que se formam na cavidade sinusial. óstios que drenam secreção dos seios: Os seios mailares drenam para o meato médio da cavidade nasal através de um óstio localizado no hiato semilunar. É muito comum ter pacientes que não possuem os seios frontais - Genesia dos seios frontais = cefaleia crônica; Iniciam seu desenvolvimento durante o terceiro mês de vida intrauterino e normalmente atingem seu desenvolvimento máximo ao redor dos 18 anos. É muito difícil crianças pequenas terem infecções relacionadas ao seio maxilar, pois o orifício (óstio) de drenagem desse seio é maior. Ao contrário de um adulto, que o orifício é muito menor. Quando há perda de elemento dentário posterior superior, ocorre uma pneumatização do seio, onde aumenta o assoalho da cavidade de cima para baixo. Nesses casos, para se fazer implante é necessário um procedimento cirúrgico de levantamento de seio. Não há infecções odontogênicas relacionadas ao seio maxilar em dentição decídua, pois há uma barreira, o germe dentário dos dentes permanentes que estão se formando. Funções: fornecer ressonância a voz, agir como câmaras aquecedoras do ar respirado, reduzir o peso da cabeça, produzir lisozima, bactericida para a cavidade nasal. Abcesso localizado dentro do seio maxilar é chamado de empiema. Hemorragia para dentro do seio maxilar por uma fratura do assoalho da órbita = hemosinus. Obs.: em um exame com sangue dentro do seio maxilar, a membrana não fica espessa, e ao mudar de posição, o sangue também muda. Ao contrário de uma infecção (sinusite), há espessamento de membrana, pois a infecção envolve todo o seio. Os filetes do nervo olfatório passam perpendicular a membrana do osso esfenoide, por esse motivo, ao ter uma sinusite, o olfato é alterado ou perdido. Uma infecção no seio maxilar é necessário antibioticoterapia (Amoxicilina com Clavulanato de Potássio ou com Metronidazol ou ainda Clindamicina com Metronidazol), pela presença de bactérias anaeróbias. Inervação: Ramo maxilar do V nervo craniano – nervo alveolar superior posterior Ramo maxilar do V nervo craniano – nervos alveolar superiores posteriores, médio e anterior Parestesia da asa do nariz, pálpebra inferior, labial superior = característica de fratura da parede frontal do seio maxilar. Vascularização: Ramo da artéria maxilar interna – artéria infraorbitária Artéria alveolar antero-superior Geralmente, o sangue é drenado para a boca e nariz Suprimento linfático: gânglios submandibulares (inflamatórios) – mobilidade, dolorido, edemaciado, aderido a planos superficiais. PATOLOGIAS RELACIONADAS AO SEIO MAXILAR: Sinusites (odontogênicas ou não odontogênicas) Cistos de retenção, Cistos odontogênicos, Mucocele Fraturas e tumores malignos Tumores benignos, pólipos, antrolito Diagnóstico: Exame clinico da cavidade bucal e face + palpação + paracentese (lavagem nasal) + diafanoscopia (avaliação das passagens de luz através das paredes do seio maxilar) Exame de imagem: Rx periapicais, incidência mento naso placa ou PA de Waters, incidência de Caldwell ou frontonaso, tomografia de face, panorâmica, perfil ou lateral de face, ressonância magnética, USG, endoscopia Padrão ouro: tomografia 1- Sinusite: - gotejamento de secreção purulenta na orofaringe - tosse crônica noturna = gotejamento acelerado e irritação da orofaringe Comunicação buco-sinusial: acontece na remoção de um elemento dentário com infecção odontogênica e na cicatrização, não há fechamento completo do alvéolo, podendo ser de grande dimensão ou uma fístula. Dentes mais próximos do seio (em ordem decrescente): 2 molar superior 1 molar superior 3 molar superior 2 pré molar superior 1 pré molar superior Canino superior COMUNICAÇÕES BUCO-SINUSAIS: Causas: exodontias de dentes posteriores superiores, devido a proximidade com o seio maxilar; traumatismos gerados pelo uso inadequado de instrumentos; destruição do seio maxilar por lesões periapicais; remoção de cistos e/ou tumores do palato ou seio maxilar. Diagnóstico: Radiografias apicais: observa-se descontinuidade da linha radiopaca que delimita o assoalho do seio maxilar. Radiografias panorâmicas e projeções de Waters: o seio comprometido apresentará radiopacidade difusa (velamento do seio), comparada ao seio do lado oposto. Tomografia computadorizada (corte axial): maior riqueza de informações, não sofre magnificação, nem sobreposição. Manobra de Valsalva: pressiona-se as asas nasais bilateralmente, obstruindo as narinas do paciente e solicita a ele que expire o ar pelo nariz, mantendo a bocaaberta. Quando há comunicação, o ar será expirado através do alvéolo, para dentro da boca, provocando o borbulhamento do sangue, acumulado no alvéolo, com um som característico de ar. Complicações: Sinusite maxilar aguda ou crônica, oriunda da contaminação do seio pela flora bucal Desenvolvimento de uma fistula – comunicação epitelizada entre a cavidade oral e o seio maxilar. Caso haja comunicação, é necessário o fechamento para evitar a contaminação alimentar ou salivar que pode levar a uma infecção bacteriana, cicatrização prejudicada, sinusite maxilar crônica. Técnicas de tratamento: Comunicação de 2 a 6mm: sutura em forma de 8 sobre o alvéolo dental para assegurar a permanência do coágulo de sangue na área, ou a inserção de uma esponja gelatinosa dentro do alvéolo e antes da sutura. Comunicação de 7mm ou mais: reparo através de um retalho. Quando há fístula: tratamento do seio maxilar com remoção do trajeto fistuloso e utilização de retalhos para o fechamento completo da fístula. 1- Corpo adiposo bucal: A bola adiposa da bochecha pode ser usada para fechar as comunicações buco-sinusais, devido a sua localização anatômica, é usada como enxerto pediculado. Ela também é recomendada para o fechamento de fístulas e comunicações de tamanhos e localizações variadas. Entretanto, só pode ser usada uma única vez. Pode causar trismo pós operatório, retrações ou deiscência do enxerto, cobre o defeito, mas não oferece suporte rígido, possibilidade de ficar uma depressão na bochecha, geração de alterações na fala, necrose do tecido adiposo originada da tensão ou manipulação excessiva do mesmo. A sutura não deve ser feita sob pressão e a alimentação pós operatória deve ser leve. 2- Retalho palatino rodado: Técnica recomendada para o fechamento tardio de fístulas buco-sinusais e em insucessos da utilização do retalho bucal. Contra indicações: difícil a rotação do retalho palatino, possibilidade de necrose tecidual, hemorragia da artéria palatina maior e desconforto. 3- Retalho deslizante vestibular: Indicados para o fechamento de comunicações buco- sinusais imediatas e pequenas (<5mm). É necessário atenção a pacientes desdentados, pois a técnica leva um estreitamento do sulco vestibular. 4- Enxertos ósseos: É usado enxertos ósseos da região de sínfise mandibular, pois é considerada de fácil acesso, redução do tempo operatório, queixas mínimas no pós operatório, ausência de cicatriz visível, e considerado o enxerto ideal, pois possui porção de osso cortical para a reconstrução do seio maxilar e porção de osso esponjoso que contém células-tronco mesenquimais multipotentes. 5- Tratamento medicamentoso - Umidificação do ar para fluidificar secreções ressecadas do óstio sinusal; - Descongestionantes de administração sistêmica (Pseudoefrina) e spray nasal contendo vasoconstritores (efedrina 2% ou fenilefrina 0,25%), para diminuir a congestão nasal e do seio, por 7 a 10 dias; - Analgésicos narcóticos ou não esteroidais; - Antibióticos (Penicilina, Clindamicina, Metronidazol): Amoxicilina + ácido clavulânico 500 mg + 125mg - de 8 em 8h, por 5 dias. Caso seja suspeito durante uma extração que o dente foi para dentro do seio: Não espirrar, não tossir, não fazer bochechos, suturar, recomendações, antibioticoterapia, esperar 1 mês para que o dente seja aprisionado pela membrana e posterior cirurgia Incisão cirúrgica para acesso ao seio maxilar: incisão de Caldwell-Luc, através da parede lateral do seio, acima dos ápices dos dentes remanescentes. LESÕES EM TECIDO MOLE Podem ser localizadas na pele ou em mucosas. Durante o exame clínico, na manipulação dos tecidos moles devem observar-se princípios de antissepsia (irrigar abundantemente com soro fisiológico 0,9% estéril, realizar antissepsia com Clorexidina 0,12% em mucosa bucal e Clorexidina alcoolica a 2% na face. Quais são os tipos de lesão? Contusão Abrasão Lacerações Feridas com perda de substância Ferida no lábio CONTUSÃO É uma lesão fechada resultante de um trauma rombo e deve ser examinado quanto a presença de possíveis fraturas em profundidade na região traumatizada. Características: edema e hematoma com pele e mucosa íntegros. ABRASÃO Caracteriza-se por apresentar perda das camadas epitelial e papilar da pele, deixando uma ferida superficial e sangrante muito dolorosa, em razão da exposição das terminações nervosas. Irrigação abundante com soro fisiológico 0,9% estéril favorece a limpeza e remoção de corpos estranhos, evitando infecção subsequente e tatuagens de difícil correção posterior. LACERAÇÃO Soluções de continuidade com tamanho, forma e localização diversas. Além de comprometer a mucosa, a pele e os músculos, podem atingir as glândulas salivares, lacrimais e seus ductos, estruturas nervosas motoras e sensitivas alojadas nesses tecidos. Lacerações extensas e/ou múltiplas podem necessitar de ultrassom e raio-x para avaliação e presença de corpos estranhos nas estruturas teciduais. Na tomografia computadorizada: utilizar janela de tecidos moles. Obs.: lesões por estilhaços de parabrisa quase sempre contém fragmentos de vidros que podem ou não ser radiopacos. O tratamento da ferida lacerada na região de bucomaxilofacial, em razão do rico suprimento sanguíneo não exige grande debridamento das margens, apenas remoção de tecidos visivelmente não vitais. Nas feridas intrabucais, as pequenas glândulas salivares devem ser isoladas e removidas, facilitando a sutura da mucosa. As lesões comunicantes, perfurantes ou transfixantes localizadas nas áreas intra e extrabucais devem ser suturadas de dentro da cavidade bucal para fora, ou seja, da mucosa para a pele. As feridas resultantes de mordidas, é indicado o atendimento tardio, em razão da possibilidade e consequente interferência na cicatrização. Lesões por arma de fogo (PAF, segundo sua complexidade própria ou relacionada a fraturas ósseas, tem indicações de tratamento imediato ou tardio, envolvendo atendimento especializado em CTBMF e da cirurgia plástica. Alerta sempre para realizar o reforço da vacina antitetânica. FERIDA COM PERDA DE SUBSTÂNCIA De maior extensão e dependente de atendimento sob anestesia geral, deverá aguardar estabilização sistêmica do paciente e a conclusão dos outros diagnósticos especializados. No atendimento inicial, recomenda-se a aproximação hipocrática (segunda intenção) dos tecidos com sutura de estabilização e/ou tamponamento das feridas. No tratamento reconstrutivo estão previstas rotações de retalhos ou enxertos para correção de defeitos residuais (CTBMF, cirurgia plástica e dermatologia). FERIDA NO LÁBIO Requer uma aproximação precisa de suas margens. Antes da infiltração anestésica local, os pontos de referência (filtro, linha do lábio) devem ser identificados e marcados, evitando-se assim, a distorção causada pelo edema progressivo na área que se soma a infiltração anestésica local. É extremamente importante adaptar o bordo do vermelhidão do lábio. Definido o posicionamento dos bordos, a sutura inicia pela mucosa intraoral e reconstrói os planos do músculo orbicular dos lábios, finalizando com delicados pontos isolados na mucosa do vermelhidão e da pele. As características básicas da sutura decorrem dos planos teciduais envolvidos, da intenção cicatricial e dos tipos de pontos disponibilizáveis. Nos planos teciduais, a sutura reconstrói e protege a área operada em seus distintos planos segundo a anatomia local. Elimina espaços mortos, que acumulam líquidos ou secreções, possíveis meios de cultura de microrganismos. Ainda promove a hemostasia e diminuia dor pós-operatório. Tanto na localização superficial quanto na profunda, a viabilidade técnica não elimina o domínio acadêmico para sua execução. Na intenção cicatricial, organiza e acelera a cicatrização em primeira intenção, que é a união primária mais desejada. Na segunda com reparo por granulação, a sutura não é primordial. Na terceira intenção haverá indicação de sutura secundária. O ponto de sutura, composto por laçada de fio, transpassado no interior dos tecidos, deixa exposta 2 extremidades denominadas chicotes, látegos ou cintas. Tipos de pontos: os tipos de pontos evoluem em complexidade, segundo a indicação e os resultados desejados. - Ponto simples: de passagem única entre os 2 bordos da incisão e completado pelo nó duplo, é a unidade básica e segura da sutura. - Ponto “U” vertical. - Ponto “U” horizontal. LESÕES ÓSSEAS - Maxila ou terço médio: classificada como Le Fort I, II e III, existe uma classificação mais atual devido aos traumas atuais de maior impacto. - Mandíbula ou terço inferior - Nariz Tratamento das fraturas ósseas podem ser realizadas com técnica fechada ou aberta. Técnica fechada ou incruenta: usada nos traumatismos resultantes de impactos de pouca energia. Tem grande indicação nas fraturas da mandíbula sem deslocamento, pois a restrição na redução resulta em alinhamento e nivelamento limitados. A partir da oclusão dentária, as odontossínteses permitem uma imobilização intermaxilar. Nos traumatismos dentoalveolares e dentários, sua indicação é uma constante. Técnica aberta, cruente ou cirúrgica: permite um acesso direto a área óssea fraturada. Nesse processo, podem ser usadas as vias intrabucal e extrabucal. A presença de feridas nos tecidos moles pode facilitar o tratamento aberto. A sequência do tratamento cirúrgico baseia-se no reconhecimento das estruturas anatômicas tridimensional da face. Redução: Representa o início da cascata do tratamento e compreende a reposição anatômica dos segmentos ósseos. Esta, se não for compatível com um bom nivelamento e alinhamento dos segmentos, produz uma consolidação alterada e disfuncional. Tal resultado, poderá ser detectado na queixa tardia de diplopia (visão dupla – fratura do assoalho da órbita), retrusão sagital da face, maloclusão dentária e pseudoartrose, entre outras associadas ou não a infecções. Estabilização: Compreende uma possibilidade de resolução das fraturas sem deslocamento no tratamento fechado (sem incisão). Também é um princípio aplicado aos tratamentos paliativos no atendimento de urgência de trauma. Pode ainda ser um tempo no tratamento cirúrgico, para favorecer a aplicação de osteossínteses semirrígidas e rígidas. Fixação: prevê a imobilização e pode ser obtida por diferentes meios. Odontossíntese: de trabalho direto ou indireto, variável quanto ao tempo de permanência, pode ser aplicada na técnica fechada. Na técnica aberta, tem sua utilidade transitória durante a intervenção cirúrgica ou na fixação intermaxilar, complementando a estabilização. Na técnica aberta, tem sua utilidade transitória durante a intervenção cirúrgica ou na fixação intermaxilar, complementando a estabilização pós-operatória dos segmentos fraturados. Osteossíntese: é aplicada diretamente no osso, durante a técnica aberta. Pode ser realizada com fio metálico (fixação não rígida) ou com miniplacas/microplacas e parafusos (fixação rígida). Suspensão: Método de fixação indireto. Baseia-se no uso de pontos fixos no esqueleto craniofacial para apoio e sustentação da estrutura óssea fraturada. Tem grande aplicabilidade nas fraturas maxilares. A partir de odontossíntese diretas ou indiretas, a maxila pode ser sustentada no arco zigomático e no osso frontal superior a sutura frontomalar ou frontozigomática. Indiretamente, a mesma situação se fará por meio da imobilização da mandíbula, compactando a maxila. Em pacientes edêntulos, usam- se meios protéticos, como goteiras e prótese total. A ligadura circunferencial como método indireto, usada na mandíbula edêntula, permite a sustentação de uma prótese ou goteira para fixação intermaxilar. Tratamento imediato: Pode consistir em um atendimento paliativo (alívio dos sintomas, sem cura) ou hipocrático (ataduras, tipoia), com possível prejuízo de sua estabilização e fixação em curto espaço de tempo. Sua finalidade está em um maior controle de complicações já presentes. Entre as condições que requerem esse tipo de tratamento, incluem-se fraturas múltiplas de mandíbula com grande mobilidade, que interferem na deglutição e causam dor e agitação do côndilo mandibular 6na fossa craniana média; fraturas do terço médio da face com hemorragias pouco controláveis na via aérea, acompanhadas ou não de perda de líquido cerebroespinal; e fraturas alveolar abrigando dentes luxados ou fraturados. Tratamento mediato: Depende das condições locais e sistêmicas. Quando na presença de infecções ou edemas, especialmente em fraturas cominutivas de difícil acesso e imobilização, a demora do atendimento pode ser vantajosa. O paciente em tratamento intensivo (UTI) cuja evolução é lenta deverá aguardar pelo tratamento tardio. A preferência temporal no tratamento mediato é de até 14 dias após o trauma. Tratamento tardio: Envolve a resolução de sequelas funcionais e estéticas a partir de reconstruções do esqueleto facial. O controle das infecções é primordial para a cura das áreas lesadas. A intervenção em tempo hábil previne complicações relacionadas a infecção secundária ou consolidações inadequadas. As sequelas, quando presentes, estão relacionadas a pseudoartrose, perpetuando a instabilidade e mobilidade nos segmentos fraturados, ou a anquilose, que provoca a imobilização progressiva das ATMs. LESÕES DENTOALVEOLARES Podem envolver o dente e seus tecidos de sustentação. Ocorrendo de forma isolada ou combinada, devem ser avaliadas e tratadas a partir de um protocolo especifico. As lesões dentárias comprometem a integridade da coroa e/ou da raiz e do tecido pulpar, exigindo um atendimento de urgência. As lesões dos tecidos de sustentação envolvem os tecidos periodontais e osso alveolar. No periodonto, podem ser observadas concussão, subluxação, luxação (intrusiva, extrusiva ou lateral) e avulsão. A estrutura óssea pode sofrer fraturas com deslocamento, em galho verde e por esmagamento, com diferentes graus de comprometimento dentário. Os tratamentos devem evoluir a partir de odontossínteses rígidas ou semirrígidas. Odontossíntese: Promove uma imobilização das estruturas dentárias entre si, mas pode também ter atuação indireta, estendendo-se as estruturas ósseas fraturadas que alojam os próprios dentes. Seu trabalho, quando horizontal, abrange apenas um arco dentário. Quando presente nos arcos maxilomandibulares, tem uma atuação também vertical, possibilitando a imobilização da mandíbula. Pode ser direta quando o fio de aço, contornando o colo cervical, é adaptado ao natural alinhamento ou desalinhamento do arco dentário. Já a indireta repousa sua passada de fio de aço sobre um barra ou fio metálico, geralmente de maior calibre. Este, mantido por vestibular no perímetro do arco, não permite adaptação aos contornos das coroas dentárias envolvidas. Contenção rígida: É aplicada para a imobilização dos fragmentos fraturados, sejam dentários ou ósseos. O fio de aço número 0, como odontossíntese direta, e a barra de Erich, como técnica indireta, são sistemas de contenção rígida. Contenção semirrígida: Permite algum grau de imobilização e é indicada principalmente nos casos de concussão, subluxação, luxação e exarticulações dentárias. Pode ser aplicada pelo fio de aço número00, geralmente torcido. Fio ortodôntico: Tem grande indicação na contenção dessas fraturas. Usa-se o fio redondo de aço inoxidável 020” para contenção rígida e o fio twist-flex .016” para o efeito semirrígido. A fixação dos fios passivos será na superfície dentária vestibular por meio de colagem ponto a ponto com ataque ácido e resina fotopolimerizável. Esses mesmos fios poderão estar embutidos nos braquetes. Em média, a contenção rígida é mantida por 4 a 6 meses, e a semirrígida por 2 a 3 semanas. O tratamento no trauma dentoalveolar é de domínio do cirurgião-dentista, e o regime ambulatorial favorece o tratamento no consultório dentário. Entretanto, mesmo tratando-se de trauma local, as avaliações clínica e sistêmica do paciente deve ser realizada com rigor, sob risco de complicações mediatas ou tardias. Os traumatismos dentoalveolares podem estar associados a lesões nas áreas próximas (peribucal, face e crânio) ou distantes (abdômen e tórax). A avulsão ou extrusão é considerada a lesão mais grave e mais frequentemente nos dentes incisivos superiores em pacientes entre 7 e 10 anos de idade. O reimplante deve ser imediato, se possível no local do acidente, visto seu caráter de emergência. O período extra-alveolar do dente e sua forma de transporte são fatores diretamente relacionados ao sucesso do tratamento. TRATAMENTO COMPLEMENTAR AO TRAUMA Considerando as características do trauma bucomaxilofacial, que pode envolver a cavidade bucal, as fossas nasais e os seios maxilares, com comprometimento ou não da área neurológica, a medicação do paciente deve estar focada nas consequências da contaminação e na presença de dor. Medicação antimicrobiana: pode ter indicação profilática ou terapêutica. A prescrição de anti-inflamatório: deve ser avaliada caso a caso. A profilaxia do tétano: dependerá das condições de imunidade do paciente. A indicação de analgésicos ou hipnoanalgésicos está associada ao limiar individual de dor e a gravidade das fraturas. A possibilidade da imobilização imediata de fraturas diminui o nível de intensidade de dor. Em pacientes impossibilitados de realizar uma adequada higiene bucal ou que necessitem de controle químico coadjuvante de placa bacteriana, podem ser prescritos bochechos com solução aquosa de Clorexidina 0,12% a cada 6 horas. CONSIDERAÇÕES FINAIS O atendimento de pacientes vítimas de trauma requer a atuação de uma equipe transdisciplinar, de modo que um especialista possa ser acionado sempre que um tratamento específico for necessário. Independentemente da gravidade do trauma e de suas sequelas, a recuperação física, estética e emocional do paciente poderá levar um longo período. No atendimento do trauma dentoalveolar, o controle clínico periódico é indispensável. A eficiência e a estabilidade de contenção, associada a outras terapias odontológicas, refletem a complexa evolução deste processo de cura. TRAUMATOLOGIA BUCO-MAXILO- FACIAL ATENDIMENTO INICIAL AO POLITRAUMATIZADO O uso de anestésico local pode causar intoxicação sistêmica, seguindo as etapas: 1- Euforia 2- Depressão do sistema nervoso central – convulsão + parada cardiorrespiratória; EPIDEMIOLOGIA DO POLITRAUMATISMO FACIAL - Homens > mulheres - Fraturas de mandíbula + maxila + contusões de tecido mole + fraturas de nariz > outras lesões - Idade entre 20-40 anos > outras idades Obs.: cada relação muda conforme o lugar/região onde est sendo pesquisado Distribuição trimordal de óbitos: - 1° pico: seg a min do trauma (hemorragias); - 2° pico: min a horas do trauma (ruptura de baço, fígado, fraturas pélvicas); - 3° pico: dias a semanas do trauma; FATORES QUE INFLUENCIAM 1- Geográficos 2- Socioeconômicos 3- Culturais; 4- Mudança no padrão epidemiológico; SUPORTE AVANÇADO DE VIDA NO TRAUMA Objetivos: - avaliar a condição do doente e de forma rápida e precisa; - reanimar e estabilizar o doente em obediência a prioridades definidas; - garantir que seja sempre prestado o melhor atendimento possível; - iniciar a avaliação primaria e secundaria necessária dentro da “hora de ouro” para o cuidado de emergência das lesões agudas que implicam risco de vida; Obs.: o trauma não discrimina idade, raça, sexo e nível econômico; O trauma não é uma doença. O hospedeiro é o doente, o vetor de transmissão é a causa do trauma; ATLS –Advanced Trauma Life Support (Suporte Avançado de Vida – trata-se de um programa de treinamento para profissionais que lidam com atendimento ao paciente traumatizado. 1- Preparação 2- Triagem 3- Exame primário (ABCDE) 4- Reanimação 5- Medidas auxiliares ao exame primário e a reanimação 6- Exame secundário (da cabeça ao dedo do pé); 7- Medidas auxiliares ao exame secundário; 8- Reavaliação e monitorização continua; 9- Cuidados definitivos; ABCDE – EXAME PRIMÁRIO A – vias aéreas com proteção da coluna cervical; B – respiração e ventilação; C – circulação com controle da hemorragia; D – incapacidade, estado neurológico; E – exposição/controle do ambiente; A – VIAS AÉREAS: Assegurar a permeabilidade das vias aéreas Causas: comprometimento encefálico, fraturas faciais, mandibulares/maxilares ou tráqueo-laríngeas; Técnicas de manutenção das VAS: - “chim lift”: elevação do queixo; - aspirador rígido; - “jaw thrust”: anteriorização da mandíbula – subluxações de até 5mm, mesmo com o colar cervical; - cânula orofaríngea; Assegurar a patência das vias aéreas e manter a oxigenação ocupam o lugar de destaque na abordagem inicial; Os seguintes fatores estão relacionados a maior risco de próteses nas vias aéreas: 1- Inconsciência; 2- Relaxamento da língua; 3- Corpos estranhos; 4- Trauma de face; 5- Ferimentos penetrantes no pescoço; 6- Fratura de laringe/traqueia; 7- Queimaduras das vias aéreas; - aspirar secreções e remover corpos estranhos; - elevação do queixo e tração da mandíbula; - cânula oro ou nasofaringe; - intubação oro ou nasotraqueal; - cricotireoidostomia; - cirúrgica (traqueostomia); Via aérea definitiva: A- Via aérea cirúrgica: Indicações: - impossibilidade de intubação orotraqueal; - edema de glote; - Fratura de laringe; - hemorragia copiosa (em intensidade); - lesões faciais extensas; Tipos: - cricotireoidostomia por punção (emergencial); - cricotireoidostomia cirúrgica (emergencial); Feito justamente no ligamento cricotireoideo, localizado entre cartilagens cricoide e tireoide; - traqueostomia (eletiva – não emergencial); Feito nos anéis traqueais; B- Respiração e ventilação: - expor o tórax do paciente; - inspeção, palpação, ausculta e percussão; - verificar se a respiração é eficaz e se o paciente está bem oxigenado; - via aérea prévia não significa uma ventilação adequada; - não há necessidade de exame complementar para diagnosticar lesões potencialmente fatais; - nesta fase, o oxímetro de pulso deve ser conectado ao paciente; C- Circulação: É a principal causa de óbito no trauma. Avaliação: - nível de consciência (menor perfusão cerebral); - cor da pele (cianose – perda 30% da volemia); - PA (diminuição – perda 30% volemia); - pulso (taquicardia, filiformes - fraco, ausentes); - diurese (50ml/h); A primeira dúvida a ser esclarecida é se existe má perfusão tissular ( Indícios importantes: nível de consciência, cor e temperatura da pele, frequência e características do pulso; O próximo passo é controlar a hemorragia interrompendo o sangramento; Diagnóstico precoce da hemorragia: Controla da hemorragia – parar sangramento Como? Compressão externa, alinhar e imobilizar fraturas, estabilizar bacia, tamponamento e cirurgia; Os três parâmetros rápidos são: cor da pele, pulso e nível de consciência. D- Incapacidade e estado neurológico:Quanto mais alto o valor de Glasgow, menos lesões o paciente obteve. Quando menor o valor, mais lesões o paciente teve. - <8 = intubação; - A (alerta), V (resposta ao estimulo verbal), D (só responde a dor), I (inconsciência); - Pupilas: tamanho e reação (isocóricas e fotorreagentes); - Rebaixamento – diminuição da oxigenação – lesão cerebral ou choque hipovolêmico; - diagnóstico de exclusão: hipoglicemia, álcool e/ou drogas; Exames complementares: - Rx crânio: de pouca utilidade; - TC crânio: é o exame de escolha; Fraturas de base de crânio: - otorréia (sangramento no ouvido); - rinorréia (perda de liquor pelo nariz); - sinal de Battle (equimose da região mastoidea); - sinal de guaxinim (equimose preorbitária); E- Exposição: - despir totalmente o paciente; - cobrir o paciente: prevenir hipotermia; - cobertores aquecidos; - Fluidos aquecidos; - ambiente aquecido; Principais causas de morte na exposição: - acidose; - hipotermia; - coagulopatia; EXAMES SECUNDARIOS Histórico de: A – alergias M – medicações P – passado médico L – líquidos e alimentos ingeridos A – ambiente e eventos relacionados ao trauma Medidas auxiliares ao exame secundário: - radiografias adicionais da coluna; - tomografia computadorizada; - angiografia; - urografia excretora; - estudo radiológico das extremidades; - ultrassom; - broncoscopia; - esofagoscopia; ATENDIMENTO IMEDIATO NOS TRAUMATISMOS FACIAIS ATENDIMENTO INICIAL DO TRAUMATIZADO DE FACE Princípios gerais da abordagem ao trauma facial: - diagnóstico preciso e completo; - exame físico + exames radiológicos; - tratamento dos ferimentos em tecidos moles; - tratamento das fraturas facias e mandibulares; Para o diagnóstico: - dor - edema/esquimoses (blefarohematomas); - crepitação e mobilidades ósseas - hipoestesia, parestesias, paralisia ou disestesias; - má oclusão dentária; - distúrbios visuai; - assimestrias; Avaliação física: - lacerações, abrasões, edema, contusões, hematoma, possíveis alterações do contorno, equimoses (preoribitária, sinal de Battle, assoalho bucal) - avaliação dos nervos cranianos - avaliação da visão, movimentos extraoculares e reação da pupila a luz; - palpação externa: terços inferiores, médio e superior; - avaliação da ATM e da oclusão; Exame físico: - rinodesvio; - obstrução nasal; - perda de projeção dos malares; - mobilidade dentária; - má oclusão dentária; - assimetrias da face; Inspeção intra-oral: - avaliação das áreas de laceração mucosa e equimose; - exame da oclusão e da área de dentes com mobilidades ou ausentes; - prematuridades oclusais unilaterais com mordida aberta contralateral = suspeita de fratura maxilar e/ou mandibular; EXAMES RADIOGRÁFICOS OBS.: caldwell = PA, Waters = PA, Towne = AP; Geralmente, pacientes que fraturam o arco zigomático, terão dificuldade em abertura de boca, pois a fratura comprometerá o processo coronóide; - Tomografia: padrão ouro; Pode ser feita em janela de tecidos moles, ósseos ou ainda reconstrução facial; A anatomia das tomografias são diferentes da anatomia real (topográfica); - Panorâmica; ARTIGO – ATENDIMENTO EMERGENCIAL DO PACIENTE PORTADOR DE TRAUMATISMO DE FACE Introdução: “Politraumatismo” é definido como lesões diversas que atingem mais de 1 região do corpo. Algumas regras devem ser seguidas para minimizar problemas maiores em relação a esses pacientes: 1- Conhecimento interdisciplinar do CD; 2- O CD mais experiente deve assumir a liderança; 3- O paciente deve ser examinado de forma sistêmica e ser considerado como portador de lesão de coluna cervical, até que se prove ao contrário; Fisiopatologia do trauma: O trauma se estabelece quando há ruptura da integridade tecidual anatômica. Podendo apresentar lesões de tecido mole e/ou duro. LESÕES TECIDUAIS COMUNS NOS POLITRAUMATIZADOS: 1. Contusões: Produzidos por agentes mecânicos rombos; Lesões teciduais sem que haja solução de continuidade; Também ecnontradas associadas a traumatismos dento-alveolares e fraturas de ossos faciais; Existem quatro graus: - Grau I: equimose – rotura de vasos e consequente hemorragia intersticial, de coloração violácea, modificando a cor a medida que vai desaparecendo; - Grau II: hematoma – rotura de vasos maiores e o sangue se acumula entre espaços anatômicos; - Grau III: necrose – desintegração tissular com comprometimento celular irreversível; - Grau IV: esmagamento - trituração tecidual com desintegração de elementos anatômicos; 2. Feridas: Soluções de continuidade aparente da pele e/ou mucosa; Classificam-se como: - Escoriações: esfoliações da epiderme ou das mucosas, não atingindo partes profundas. Produzido por atrito na pele com superfície áspera. - Puntiformes: causadas por instrumentos perfurantes. - Incisas: resultado da ação de instrumentos cortantes e possuem duas bordas regulares bem nítidas. - Contusa: solução de continuidade e dos tecidos moles, apresentando borda irregular e esmagada. - Perfurocortantes: apresentam pequenas bordas regulares, nítidas e de grande profundidade. - Transfixante: solução de continuidade que atravessa toda a espessura dos tecidos atingidos, penetrando em um lado e saindo do outro. 3. Fraturas ósseas: São soluções de continuidade do osso. Predominância: - entre 10-30 ano; - acidentes automobilísticos, agressões, quedas, acidentes esportivos/trabalho; DIAGNÓSTICO: 1- Avaliação dos sinais vitais: a- Frequência cardíaca: - pulso radial - pulso carotídeo: avaliação em casos de trauma extensos, devido a vasoconstrição periférica, dificultando o pulso radial Faixa de normalidade: 60 a 80 bpm, de fácil percepção e cheio. O aumento da frequência pode indicar: hipovolemia, ansiedade – pulso torna-se difícil de aferição; A diminuição da frequência pode indicar debilidade cardíaca; b- Pressão arterial: Avaliada pela artéria braquial. Faixa de normalidade: 120x80mmHg, sendo normal até 140x90. O aumento da pressão pode indicar: ansiedade ou processos patológicos. A diminuição da pressão pode indicar queda do volume circulatório ou deficiência cardíaca. c- Frequência respiratória: Aferida por expansão da caixa torácica. Faixa de normalidade: 16 a 20 respirações por minuto. O aumento indica ansiedade ou hipovolemia. A diminuição indica depressão respiratória, podendo evoluir para uma parada cardíaca. d- Temperatura corpórea: É usado um termômetro colocado na axila ou no reto. Faixa de normalidade: 36,5°C a 37,2°C. O aumento indica instalação de um processo infeccioso. A diminuição indica queda de volemia e tensão arterial. 2- Exame clinico geral: Avalia-se: - estado das feridas e/ou fraturas por inspeção e palpação; - inspeção de globos oculares, narinas, cavidade oral, ouvidos, presença ou não de assimetria facial, movimentação ocular, má oclusão, mobilidade da musculatura cuticular e excreção salivar; - palpação das proeminências ósseas, contorno esquelético facial, tecidos moles, glândulas salivares, observando se há presença ou ausência de dor, crepitação, degraus, angulação e mobilidade nos ossos da face; 3- Avaliação neurológica: Usa-se a escala de Coma de Glasgow (ECG). 4- Exames radiográficos: As que mais se utilizam são: - axial de Hirtz; - perfil de OPN (raios moles); - PA de face fronto-násio e násio-mento; - PA de mandíbula; - lateral obliqua; - Towne ou AP de crânio; - perfil; - póstero-anterior de face; 5- Outros exames complementares: Na presença de processos infecciosos, é necessário exames, como: hematócrito, plaquetometria e leucograma; ETAPAS DA CONDUTA: 1- Liberação das vias aéreas superiores: Causas de obstrução das vias aéreas:queda da língua por perda de consciência ou fratura mandibular, presença de sangue, vômito, fragmentos ósseos, dentes, próteses deslocadas, etc. Para desobstrução: Por substâncias ou fragmentos: faz-se uma rápida limpeza da cavidade oral e orofaringe, de forma manual ou com um aspirador ou sugador. Em queda de língua por perda de consciência: paciente deve ter a língua tracionada para frente e a mandíbula anteriorizada por manipulação bimanual ao nível das regiões de ângulo da mandíbula. Intubação: a orotraqueal é preferível à nasotraqueal, visto que os pacientes geralmente apresentam sangramento nasal e fraturas, dificultando a passagem do tubo pelo nariz. A cricotireoidostomia é indicada na falha da intubação naso/orotraqueal, esmagamento de face com múltiplas fraturas, graves traumatismos de tecidos moles com obstrução nasal associada, edema ao nível da língua e mucosa da orofaringe. 2- Estabilização da coluna cervical: Toda vítima de múltiplos traumas deve ser considerada como portadora de lesão da coluna cervical até que se prove o contrário. Suspeita-se de lesão cervical quando - paciente referir dor no local; - existir desnível a palpação dos processos espinhosos das vertebras cervicais; - alteração da sensibilidade ou motricidade dos membros; - história do trauma for sugestiva; Situações como essa, é necessário a imobilização da cervical com colares cervicais; 3- Controle da hemorragia: Em hemorragias superficiais é feito compressão digital com ou sem compressa, por 10min. Já em hemorragias maiores, os vasos devem ser pinçados e/ou ligados. Sangramentos em cavidades devem ser tamponados com gaze umedecida ou não, hemostáticos ou coagulantes tópicos. A hipotensão arterial em politraumatizados ocorre pela hipovolemia. Para avaliar o estado hipovolêmico, observa-se: - nível de consciência: quando a volemia reduz a 50%, o paciente fica inconsciente; - perfusão sanguínea periférica: paciente apresenta-se pálido ou cianótico nas extremidades em caso de hipovolemia; - pulso: quando fino e rápido há hipovolemia; 4- Sedação do paciente: Pacientes politraumatizados ficam agitados, tendo portanto sua PA aumentada, taquicardia e taquipnéia. Entretanto, não se deve utilizar sedativos que promovam depressão respiratória. 5- Alivio da dor: - evitar manipular as feridas e fraturas; - evitar limpar as lesões com substancias cáusticas; - uso parenteral de analgésicos; - imobilização e redução da fratura, quando possível ou bandagem de emergência; 6- Higienização do paciente: - remoção da roupa; - limpeza geral com água morna, sabão liquido e esponja; O objetivo é reduzir ao máximo a flora bacteriana. - cavidade oral: limpeza com escova de dente e detergente suave e água; - dentes abalados ou infeccionados devem ser removidos; 7- Profilaxia antibiótica e antitetânica: Indicada para toda ferida potencialmentre contaminada. TRATAMENTO LOCAL DAS LESÕES TECIDUAIS: Feridas: - limpeza: com sabão antisséptico neutro e cremoso e com soro fisiológico; - anestesia: local ou geral; - remoção de corpos estranhos; - debridamento: remove tecido cianótico ou isquêmico para ajudar na cicatrização; - hemostasia: feito com compreensão ou ligaduras; - sutura; - curativos; Contusões: Aplicação de gelo na região nas primeiras 24h; - evolução rápida: curativo compressivo e após 48h, aplicação de calor ou infra-vermelho; Tratamento: remoção cirúrgica de tecidos lesados, sutura e curativo compressivo. Fraturas: Redução + contenção + imobilização; - redução: recolocação da peça óssea em sua correta posição, podendo ser mecânica, manual ou cirúrgica; - contenção: manutenção dos segmentos de fraturas em sua posição após a redução, feito por osteossíntese direta ou indireta ou por estabilização; AVALIAÇÃO PRIMÁRIA X – Exsanguinação; A – Desobstrução das vias aéreas e proteção da coluna vertebral; B – Boa ventilação e respiração; C – Circulação com controle de hemorragia; D – Disfunção neurológica: Glasgow; E – Exposição total do paciente; C – A – B (mudança da sequencia) C – compressão A – ventilação B – respiração - imobilização: fixação das articulações próximas do osso fraturado; RISCO CIRÚRGICO – EXAMES COMPLEMENTARES RISCO CIRÚRGICO/RISCO ANESTÉSICO Quando a anamnese e/ou exame físico nos direcionar a fazer a solicitação ao médico cardiologista; Risco anestésico = se o tipo de anestesia for geral ou através de sedação; Quando a anamnese e/ou exame físico nos direcionar a pedi-lo, sem que haja necessidade de solicitação de parecer médico ou para encaminhar o paciente para os riscos. Uso de bifosfonatos: diminui a reabsorção óssea, atuando nos osteoclastos, retardando sua ação (atuando na forma final da formação óssea). O CD precisa do osteoclasto em sua forma original, para evitar a osteonecrose após qualquer procedimento cirúrgico. O ideal é suspender o uso por 6 meses. Objetivos do risco cirúrgico: Quantificar e modificar fatores de risco que possam aumentar a morbidade e mortalidade da cirurgia, a fim de melhorar o risco. Exemplo de risco cirúrgico para o médico: Ao Cardiologista, Solicito risco cirúrgico do Sr. A, x anos, o qual irá submetido a um procedimento odontológico sob anestesia local (Lidocaína 2% com Adrenalina 1:100.000). Coloco-me a disposição. Cidade + data, assinatura e carimbo Exemplo de parecer médico: Ao medico assistente, Solicito parecer por escrito sobre o estado de saúde do Sr. A, x anos, o qual irá ser submetido a um procedimento odontológico sob anestesia local (Lidocaína a 2% com Adrenalina 1:100.000). Coloco-me a disposição. Cidade + data + carimbo + assinatura EXAMES PRÉ-OPERATÓRIOS Faz-se quando há doenças e/ou situações detectadas na anamnese e/ou no exame físico, como: - cirurgias; - hipertensão arterial sistêmica; - diabetes mellitus; - anemias; - mucosas hipocoradas; - atraso menstrual; - infecções; Quais são? Exame de sangue, urina (EAS), radiografia de tórax (PA e perfil), ECG (+ cultura e antibiograma) – para procedimentos hospitalares sob anestesia geral; 1- Exames de sangue: - Hemograma completo: exame pré operatório de rotina; - Glicemia de jejum: exame pré operatório de rotina; - Hemoglobina glicada (DM); - Na e K (cardiopatas); - TAP/TTPA/INR: anticoagulantes, antiagregantes, hepatopatas, exame pré-operatório de rotina; - Uréia/creatinina: função renal, exame pré-operatório de rotina; - TGO/TGP: função hepática, anticonvulsionantes, etilismo, doença hepática; - Fator RH e tipagem sanguínea: exame pré-operatório de rotina; - PCR: marcador inflamatório; - VHS; Funções do sangue: - Glóbulos vermelhos/série vermelha: transporte de O2 e CO2; - Glóbulos brancos/série branca: defesa do organismo, sistema imunológico e reparação tecidual, granulócitos e monócitos fazem a fagocitose, linfócitos (anticorpos); - Plaquetas: coagulação; - Plasma: componente liquido, transporte de O2, CO2, nutrientes... A- Hemograma: - são úteis na avaliação das anemias, além de evidenciar indicadores que podem ser correlacionados com infecções viróticas e bacterianas. - é um exame simples e de baixo custo; Dentro do hemograma, temos os seguintes resultados: Eritrograma: hematócrito, hemácias, hemoglobina, volume corpuscular médio, hemoglobina corpuscular média, concentração de hemoglobina corpuscular média e plaquetas. Leucograma: leucócitos. Hematócrito: % do sangue composto por células após a centrifugação. Valor de referência: 40-54% em homens / 37 a 42% em mulheres; - Hematócrito baixo = anemias, leucemia, etilismo, insuficiência cardíaca, doenças pulmonares, baixo transportede O2; - Hematócrito alto = pacientes fumantes, moradores de regiões altas, asmáticos, policitemia, baixo fluxos nos vasos; - Outras situações que alteram o valor: desidratação, hemodiluição, hepatopatias, policitemia vera; Obs.: Língua careca = anemia perniciosa ou megaloblástica Hemoglobina: - é a proteína das células que faz o transporte de O2; Valor de referência: 14 a 16g% em homens / 12 a 14g% em mulheres; - obs.: hemoglobina e hematócritos baixos indicam hemorragia ou anemia; Eritrócitos: - É a mais abundante de todas as células do sangue; - Disco bicôncavo; - Grande deformalidade; - 2/3 da hemácia é água; - Variam de acordo com a idade, sexo, altitude, hábitos e doenças; - 90 a 95% de sua porção sólida; Valor de referência: 4,5 a 6,5 milhões/mm3 em homens / 3,70 a 5 milhões/mm3 em mulheres; Volume corpuscular médio (VCM): - indicam o tamanho médio dos eritrócitos; Valor de referência: 80 a 90 fl; - microcísticas, normocísticas ou macrocísticas; Hemoglobina corpuscular média (HCM): - É a quantidade de hemoglobina na hemácia; - Classifica as anemias em: normocrômicas, hipocrômicas e hipercrômicas; - Seu resultado é dado em picogramas; Valor de referência: 27 a 32pg; - HCM = Hb/Ht Concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM): - É a concentração de hemoglobina dentro de uma hemácia em porcentagem; - Como a coloração depende da quantidade de hemoglobina elas são chamadas de hipocrômicas (<32), hipercrômicas (>36) e hemácias normocrômicas (no intervalo de normalidade); Valor de referência: intervalo normal de 32 a 36g%; - CHCM (%) = Hb (g/dL) x 100 / Ht (%) Red Cell Distribution Width (RDW): - É um índice que indica a anisocitose (variação de tamanho), sendo o normal de 11 a 14%, representando a porcentagem de variação dos volumes obtidos; - Nem todos os laboratórios fornecem o seu resultado no hemograma; - RDW aumentado = muito comum na anemia ferropriva; Obs.: a anemia é a redução do número de eritrócitos ou da concentração de hemoglobina no sangue (2 desvios padrão abaixo da média); B- Leucograma: - São responsáveis pela defesa do organismo, resposta imunológica e reparação tecidual, são encontradas no sangue, linfa e nos tecidos; - Tempo de vida = 24 a 48h; - Células: neutrófilos, eosinófilos, basófilos, linfócitos e monócitos; Leucócitos: - baixo número: agranulocitose/leucopenia – imunossupressão, doença de tireoide, raça negra e quimioterapia; - maior número: leucocitose - infecções e neoplasias - normocitose: número normal de leucócitos, mas não conclusivo de normalidade; - leucemia: o número de leucócitos por estar aumentado, diminuído ou normal; - o número de leucócitos jovens pode causar aftas, ulcerações orais e hemorragia gengival; Valor de referência: 100% - 5000 a 10000/mm3; Neutrófilo maduros ou segmentados: Representam cerca de 54 a 62% das células brancas, é o leucócito mais comum; - Neutrofilia: aumento do número – infecções agudas bacterianas, intoxicações, pós-operatórios, leucemia, tumores malignos, hemorragias copiosas, choque e queimadura; - Neutropenia: diminuição do número – gripe, mononucleose, hepatite aguda; Valor de referência: 54 a 62% - 2700 a 6200 - obs.: infecção bacteriana = leucocitose + neutrofilia (aumento de segmentados); Basófilos: Valor de referência: 0 a 1% - 0 a 100 - aumento: indica alergia ou inflamação prolongada como asma, rinite, urticária; Eosinófilos: - Eosinofilia: aumento do número – processos alérgicos, agudização e reagudização de processos específicos, verminoses, viroses, tumores malignos, período pós-irradiação; - Eosinopenia: diminuição do número – stress, infecções agudas e corticosteroides; Valor de referência: 2 a 5% - 100 a 500 Mielócitos: - neutrófilos jovens, ainda em fase de maturação; Valor de referência: 0% - 0 a 0 Metamielócitos: - células pouco mais maduras que os mielócitos; Valor de referência: 0 a 1% - 0 a 100 Bastões: Valor de referência: 3 a 5% - 150 a 500 Mielócitos, Metamielócitos e bastões ou bastonetes: são os leucócitos jovens que deveriam estar na medula e podem ser convocadas e aparecem no sangue periférico em processos infecciosos, neoplásicos, hemorragias e medicamentos; Linfócitos: - Linfocitose – aumento do número: infecções crônicas, infecções virais e leucemias linfocíticas; - Linfopenia ou Linfocitopenia – diminuição do número: AIDS, linfoma de Hodgkin, linfossarcoma e cirrose hepática; Valor de referência: 20 a 35% - 1000 a 3500 Monócitos: Valor de referência: 3 a 8% - 150 a 800 - desvio para a direita = doenças neoplásicas - desvio para a esquerda = processos infecciosos virais (+ linfócitos) ou bacteriano (+ leucócitos e neutrófilos) C- Plaquetas: - São capazes de liberar a serotonina, ADP, tromboxano, protaglandinas, Ca, K, além de diversas fatores de coagulação; - São também chamados de trombócitos; - Não são células, mas fragmentos de células originados da fragmentação dos megacariócitos na medula óssea vermelha; - Função: desempenham importante papel no mecanismo da coagulação sanguínea produzindo tromboplastina ou tromboquinase (fator III); - A tromboplastina ou tromboquinase inativa a heparina ou antitrombina; - as plaquetas são responsáveis pela trombocitopenia, realizando a hemostasia, diminuindo o sangramento capilar e púrpura trombomcitopênica; Valores de referência: 150 000 a 300 000/mm3; Exames de coagulação: - TAP OU TP (tempo de atividade de protrombina): É usado o método de Quick (12 seg). Alterações no exame pode indicar deficiência dos fatores de coagulação ou doença hepática; Avalia a extrínseca da coagulação – fatores II, VII, IX e X; Atenção a medicamentos como Xarelto, Warfarin e a doenças como sepse e hepatopatias; Fatores que impedem a agregação plaquetária (são antiagregantes plaquetários e antiplaquetários): DAC, angina estável, angina instável ou síndrome coronariana aguda, colocação de Stent e após angioplastia, AAS, ginkgo biloba (vasodilatador), erva de São João e arnica (fitoterápicos AINES), Ticlodipina, Clopidogrel, AINES; Fatores que impedem a síntese de vitamina K (II, V, VII e X): heparina (inibem os fatores II e X) – necessidade de suspensão por 6h antes do procedimento, Clexane-enoxaparina – heparina de baixo PM, Warfarina, Marevan, Marcoumar, Xarelto- rivaroxabana (inibe o fator X), Pradaxa-dabigatrana, Eliquis – ABCIXIMAB (inibe o fator X), Eptifibatide e Tirofiban, insuficiência renal crônica, trombose em válvulas cardíacas, trombose venosa profunda, TEP (tromboembolismo pulmonar), fibrilação atrial, infarto agudo do miocárdio; - TTPA (tempo de atividade de protrombina); - INR (International Normalized Ratio): Valor normal: 1 a 1,4 – a pessoa que não faz uso de antiagregante e anticoagulante tem normalmente o INR=1; Um valor de INR=2 significa que a coagulação do sangue requer o dobro de tempo; INR=TAP do paciente/TAP da mistura de plasmas normais; - TGO; - TGP; Velocidade de hemossedimentação (VHS): - mede o grau de sedimentação de glóbulos vermelhos em uma amostra de sangue durante um período especifico; - muito sensível, porém não especifico, que é frequentemente o primeiro indicador de doença quando outros sinais químicos e físicos estão normais; - o VHS aumenta significativamente em doenças inflamatórias disseminadas: elevadas podem indicar doença inflamatória localizada e câncer; D- PCR: - a proteína C reativa, produzida no fígado, é o principal marcador de fase aguda de processos inflamatórios e necróticos que ocorrem no organismo, principalmente processos inflamatórios associados a infecções bacterianas. - portanto, o exame PCR serve para investigar o estado inflamatório do indivíduo e avaliar o riscode doença cardiovascular; Valor normal: 6mg/L; - valores de PCR aumentado (indicando sepse) = alteração da coagulação; E-Glicemia em jejum: Valores normais: 70 a 99mg/dL; - o jejum deve ser no mínimo de 8h; - há permissão para ingestão de água; - na véspera: evitar bebidas alcoolicas, realizar exercícios físicos, ingestão de cafeína em grande quantidade; - diabetes mellitus: - indicações: obesos acima de 40 anos, idade maior que 60 anos, história familiar de diabetes, uso de drogas hiperglicemiantes, pacientes em nutrição parenteral, cirurgia vascular periférica, pacientes incapazes de fornecer dados; F-Uréia e Creatinina: - indicações: insuficiência renal, diabetes mellitus, hipertensão arterial, idade maior que 60 anos e pacientes incapazes de fornecer dados; Valores normais de uréia: 10 a 40mg/dL; Valores normais de creatinina: 0,8 a 1,3mg/dL; - obs.: sepse altera os valores da função renal; G-Função Hepática: Valor de referência AST (aspartato aminotransferase) ou TGO (transaminase oxalacética): 5 a 50U por 1 de soro; Valor de referência ALT (alamina aminotransferase) ou TGP (transaminase pirúvica): 7 a 56U por 1 de soro; - indicações: insuficiência renal, etilismo, diabetes mellitus, idade maior que 60 anos, uso de esteroides ou diuréticos (K), cardiopatas em uso digital, uso de estatinas, drogas convulsionantes, hepatopatias, pacientes incapazes de fornecer dados e hipertensão arterial sistêmica; TUMORES ODONTOGÊNICOS Classificação atual da OMS de tumores odontogênicos e cistos odontogênicos: Tumor = neoplasia – é uma massa anormal de tecido que cresce mediante proliferação celular e pode continuar crescendo mesmo após cessar o estimulo. 1866, Broca descreveu o primeiro tumor, o mais comum de todos os tumores odontogênicos. O odontoma do tipo misto é o mais frequente. O que são tumores odontogênicos? Grupo complexo de lesões de comportamento clinico e tipos histológicos diversos. Origem: tecidos formadores dos elementos dentários, algumas lesões podem exibir comportamento maligno, outras são malformações (hamartomas); Ordem de maior prevalência: 1- Odontoma 2- Ameloblastoma 3- Mixoma TUMORES ODONTOGÊNICOS EPITELIAIS - ameloblastoma; - ameloblastoma unicístico; - ameloblastoma extraósseo/periférico; - tumor odontogênico escamoso; - tumor odontogênico epitelial calcificante (tumor de Pindborg); - tumor odontogênico adenomatóide; 1) Ameloblastomas: o Origem: - remanescentes da lamina dentária; - órgão do esmalte em desenvolvimento; - revestimento epitelial de um cisto odontogênico; - células da camada basal de mucosa bucal; o Características clinicas: - mais comum dos tumores odontogênicos epiteliais; - é benigno, mas localmente invasivo; - crescimento lento; - recidiva; - ampla faixa etária (raro em menor de 10 anos, incomum entre 10 e 19 anos); - prevalência maior entre 30 a 70 anos; - crescimento látero-lateral; - não há predileção quanto ao sexo; - maior prevalência nos negros; - multilocular (bolhas de sabão e favo de mel); - expansão cortical vestibular e lingual; - é comum reabsorções de raízes; - associação com 3 molares inferiores; - comum ter associação com cisto dentígero e ameloblastomas; - prevalência: o Diagnóstico diferencial: todas as lesões radiotransparentes odontogênicas ou não odontogênicas = exame histopatológico sempre! - mixoma: prevalência de 20-30 anos, maxilar é o mais afetado, aspecto radiográfico pode ser indistinguível do ameloblastoma; - querubismo: são lesões bilaterais, característica facial; - lesão central de células gigantes: mulheres, menos de 30 anos, maior prevalência em mandíbula, aspecto radiográfico igual ao ameloblastoma; - queratocisto: crescimento entre os espaços medulares (anteroposterior); - hemangioma: aspiração positiva = sangue; o Classificação histológica: - folicular: o mais comum e de pior prognóstico; - plexiforme: melhor prognóstico; - acantamatoso; - de células granulares; - desmoplásico; - de células basais; o Tratamento e prognóstico: - enucleação (remoção apenas da lesão), curetagem (50 a 90% de recidiva), ressecção em bloco (1cm a mais dos limites radiográficos) radioterapia, criocirurgia (usando o gelo), escleroterapia (queima do tecido com bisturi elétrico ou substancias escleróticas), eletrocauterização; - cura = 5 anos sem recidiva; o Aspectos radiográficos: - multilocular (aspecto de bolhas de sabão e favo de mel); - expansão cortical lingual e vestibular; - é comum reabsorção de raízes; - associação a 3 molares inferiores; 2) Ameloblastomas unicístico: o Características clínicas: - neoplasia ou resultado de transformação neoplásica do epitélio de um cisto não neoplásico; - assintomático; - jovens – 50% na segunda década (23 anos); o Características radiográficas: - mandíbula – em região posterior (90%); - lesão radiotransparente que circunda a coroa de um terceiro molar inferior incluso sugere-se um cisto dentígero; o Diagnóstico diferencial: - cisto dentígero, cisto primordial, residual ou radicular, tumor odontogênico primordial; - achados cirúrgicos podem sugerir lesão cística; o Características histológicas: - ameloblastoma unicístico luminal; - ameloblastoma unicístico intralumial ou plexiforme; - ameloblastoma unicístico mural; o Tratamento e prognóstico: - normalmente são tratados como cistos, por enucleação/marsupialização-descompressão e posterior ressecção, dependendo do tipo histológico; - histopatológico; - ressecção local ou acompanhamento radiográfico; - recidiva de 10 a 20%; 3) Ameloblastoma extraósseo/periférico: o Características clínicas: - excisão cirúrgica local; - comportamento clínico inofensivo; - recorrência entre 15 a 20%; - malignização pode ocorrer mas é raro; 4) Tumor odontogênico escamoso: - Neoplasia odontogênica benigna intraóssea rara, embora algumas lesões periféricas tenham sido descritas; - idade de 8-74 anos; - apenas 40 casos; o Origem: - transformação neoplásica dos restos da lamina dentaria ou talvez dos restos epiteliais de Malassez; - ligamento periodontal que está associado a superfície radicular lateral de um dente irrupcionado; o Características clinicas: - distribuição aleatória nos processos alveolares de maxila e mandíbula; - pouca ocorrência de múltiplas lesões; - não há predileção por gênero; - aumento de volume indolor ou levemente dolorido (gengiva, mobilidade do dente envolvido): queixa mais comum; - 25% assintomáticos, por achados radiográficos; - no maxilar: pouco mais agressivo com tendência a invadir estruturas adjacentes (osso esponjoso e poroso); - lesões multicêntricas: curso menos agressivo, comportamento hemartomatoso, quando comparadas a lesões solitárias; - apenas 1 caso de transformação maligna; o Características radiográficas: - inespecíficas ou imagem radiolúcida mal definida ou apresentar cortical bem definida; - forma triangular lateral a raiz – pequenas (1,5cm de dm maior); o Características histopatológicas: - ilhas de variados tamanhos de epitélio pavimentoso de aparência benigna em um estroma de tecido conjuntivo fibroso maduro; - células epiteliais não apresentam polarização como nos ameloblastomas; - vacuolização e queratinização – aspectos mais comuns; - pequenos microcistos dentro das ilhas epiteliais; - podem ser observadas na capsula fibrosa dos cistos radiculares dentígeros; - corpos calcificados laminados e estruturas eosinofílicas globulares sem afinidade por corantes; o Tratamento e prognóstico: - excisão local conservadora ou a curetagem – efetivos; - a maioria não apresenta recidiva; - quando ocorre recidiva: resposta muito boa a nova
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