Buscar

Cirurgia Bucal III

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 44 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 44 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 44 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ANAMNESE 
 Os 10 mandamentos do prontuário do 
paciente: 
1- Fazer todo o registro de maneira clara, 
objetiva e legível; 
2- Fazer somente anotações que se 
referem ao paciente; 
3- Todas as evoluções e prescrições 
devem ser diárias, com datas. Hora, 
assinatura e carimbo; 
4- Caso não tenha o carimbo, o nome do 
profissional e sua inscrição no conselho de 
classe devem estar escritos de forma legível; 
5- Todas as folhas do prontuário devem ter a 
identificação do paciente com a etiqueta ou 
por escrito; 
6- Todo procedimento deve ser registrado pelo 
profissional que o realizou; 
7- Os espaços em branco devem ser anulados 
com um traço; 
8- É proibido usar lápis, fita corretiva e 
liquido; 
9- É proibido rasurar as anotações; 
10- É proibido o uso de anotações. 
 Obtenção da história clínica: 
Abordagem ao paciente + identificação + queixa 
principal + história da doença atual (HDA) + 
história patológica pregressa (médica e 
odontológica) + exame físico + exames 
complementares 
1- Identificação: nome, endereço, sexo, data de 
nascimento, telefone, altura, peso, ocupação, 
etnia/raça, estado civil 
Alguns aspectos a serem levados em consideração ao 
saber o sexo, idade e raça do paciente: 
a) Hemofilia: doença ligada ao cromossomo X, 
logo é mais comum em homens; 
b) Leucopenia: pacientes negros e com doenças 
autoimunes são mais propensos; 
 
 
 
 
 Elizabeth Teixeira 
c) HAS (hipertensos): pacientes mulheres, 
obesas e negras são mais propensas a 
doença; 
d) SAB (síndrome da ardência bucal): 
relacionada a transtornos de ansiedade, 
estresse pacientes com uso de antidepressivo 
por muito tempo (causando a xerostomia); 
2- Queixa principal: 
Qual o motivo da consulta? Quais os sintomas e 
sinais? 
3- História da doença atual (HDA): 
- Deve ser um relato claro e em ordem cronológica 
dos problemas que levaram o paciente a procurar o 
auxílio odontológico. 
- O paciente informa e o profissional organiza; 
- Deve constar o modo como os problemas do 
paciente começaram, como se desenvolveram, os 
sintomas que apareceram e os tratamentos feitos. 
- Deve conter: início dos sintomas, evolução dos 
sintomas, relação com outras queixas, situação do 
sintoma no momento atual. 
- Sintomas: localização, intensidade, início, duração, 
frequência, situações em que aparecem, se agravam 
ou se atenuam, sintomas associados; 
4- História patológica pregressa: 
a) Anomalias cardíacas: fazer profilaxia 
antibiótica quando o paciente possuir valvas 
cardíacas protéticas, endocardite bacteriana 
prévia, condutos pulmonares construídos 
cirurgicamente, doença cardíaca congênita 
cianótica complexas; 
Obs.: profilaxia padrão: 
- Amoxicilina: 2g para adultos e 50mg/kg para 
crianças – 1h antes do procedimento. 
CIRURGIA BUCAL III 
- Clindamicina: 600 mg para adultos e 20mg/kg para 
crianças – 1h antes do procedimento. Indicada para 
pacientes alérgicos a betalactâmicos. 
- Azitromicina: 500mg para adultos e 15mg/kg em 
crianças – 1h antes do procedimento. Indicada para 
pacientes alérgicos a Penicilina. 
- Cefalexina: 2g para adultos e 50mg/kg para 
crianças – 1h antes do procedimento. Não pode ser 
usada em pacientes com reações do tipo imediata de 
hipersensibilidade (urticária, angioedema e 
anafilaxia). 
b) Diabetes Mellitus: é necessário saber a 
glicemia média do paciente, evitar o uso de 
corticosteroides e prescrever uma profilaxia 
pré operatória e antibioticoterapia pós 
operatória; 
Pré operatória: Amoxicilina – 2g, 1h antes do 
procedimento 
Pós operatória: Amoxicilina - 500mg de 8 em 8h por 
7 dias 
c) Estomatorragia (hemorragia oral) e 
Fatnorragia (hemorragia do alvéolo): 
Problemas relacionados a fragilidade capilar. É 
necessário pedir hemograma completo, TP (10 a 
14seg), TTPA (25 a 39seg), INR (0,8 a 1 seg), TGO 
(5 a 40U/L) e TGP (7 a 56 U/L); 
d) Epilepsia: medicamentos usados para o 
tratamento da doença pode causar 
problemas de coagulação e doenças 
hepáticas; 
e) Bronquite asmática: evitar prescrição de anti 
inflamatórios não esteroidais, anestésico 
com vasoconstritor (bissulfito de sódio), 
adrenérgicos. É necessário o controle da 
ansiedade para evitar crise – usar protocolo 
medicamentoso ou verbal para o controle; 
f) Urticária (alergia de hipersensibilidade): 
comum a substancias como o látex, 
metilmetacrilato (liquido de resina 
autopolimerizável), antibióticos, AINES; 
g) Síndrome paraneoplásicas: algumas 
substancias podem causar sintomas 
semelhantes a urticária na pele do paciente – 
deve ser investigado; 
h) Febre reumática: pacientes com a doença 
sem comprometimento valvar cardíaco e 
sem válvula protética não há necessidade de 
fazer profilaxia antibiótica; 
i) Artrite reumatoide: geralmente, pacientes 
com tal doença fazem uso crônico de 
AINES ou AIES. Caso faça o uso diário de 
corticosteroides, é necessário que no dia do 
procedimento a dose do medicamento seja 
dobrada, pois o individuo não produz 
cortisol suprarrenal; 
j) Ulcera gástrica: evitar prescrição de AINES 
ou AIES, pois inibem a COX-1 que é 
responsável pela proteção da mucosa 
gástrica; 
Obs.: o melhor anti inflamatório que não prejudica a 
mucosa gástrica é o gelo. 
k) Insuficiência renal: evitar prescrição de 
AIES ou AINES, pois eliminam a COX-2 
que é responsável pela proteção dos rins. 
Entretanto, é necessário a adequação da dose 
do medicamento de acordo com o grau de 
insuficiência renal; 
Obs.: pacientes que realizam hemodiálise ou diálise 
e fazem uso da Heparina (anticoagulante) é 
necessário que o procedimento seja feito 1 dia antes 
do uso ou no dia seguinte do uso. 
l) Tuberculose: após 2 semanas com a doença e 
em tratamento, a doença não é mais 
transmissível; 
Obs.: paciente com tosse por mais de 3 semanas deve 
investigar. 
m) Covid-19: é necessário que o procedimento 
seja feito apenas 1 mês após a infecção; 
n) Vacinas (qualquer uma): realizar 
procedimento cirúrgico 14 dias após a 
aplicação; 
o) Doenças Venéreas: papiloma vírus 
(geralmente pode ser lesões pré malignas), 
sífilis – ficar atento as lesões que podem 
aparecer na região oral; 
p) Anemia Ferropriva: hematócrito baixo, 
hemácias hipocrômicas e microcísticas. É 
necessário pedir hemograma completo; 
q) Anemia Megaloblastica: hemácias 
hipercrômicas e macrocísticas. Paciente tem 
como sinal a língua careca (sem papilas). É 
necessário pedir hemograma completo; 
r) Tumores: pacientes que realizam 
esvaziamento ganglionar possuem pós 
operatório com edema severo (não há para 
onde drenar). Pacientes que realizaram 
quimioterapia ou radioterapia devem 
esperar até 5 anos após para a realização de 
procedimento cirúrgico odontológico; 
s) Medicamentos: 
- Digitálicos: usados para insuficiência cardíaca 
(necessário possível profilaxia antibiótica); 
- Antidepressivos: evitar o uso da Adrenalina como 
vasoconstritor, pois a monoaminoxidase 
(responsável pela degradação do vasocontritor) é 
inibida pelo medicamento, podendo causar excesso 
de Adrenalina no individuo; 
- Anti-hipertensivos: evitar AINES (medicamentos 
competem entre si); 
- Anticoagulantes (Xarelto, Apixabana, 
Rivaroxabano): usado por pacientes com doenças 
cardiovasculares, infarto do miocárdio. É necessário 
pedir TP e INR para avaliação da coagulação; 
- AIES: o uso crônico dificulta a cicatrização; 
- Anti agregante plaqutário (Doril, Aspirina, AAS, 
ácido acetilsalicílico): pedir exame de TP para 
avalição da coagulação; 
- Anticoncepcional: alertar a paciente do risco de 
engravidar. A Rifampicina é o antibiótico mais 
comum. 
- Nitrogliceninas (Sustrate): usados para tratamento 
de Angina Pectoris – paciente deve ser submetido a 
procedimentos cirúrgicos a nível hospitalar para 
evitar o risco de infarto pós operatório; 
- Insulinas: pacientes que fazem uso de insulina 
diária devem ser agendados na parte da manhã e osatendimentos devem ser rápidos. É necessário ficar 
atento a uma possível hipoglicemia; 
 
 
 
 
CISTOS ODONTOGÊNICOS E 
NÃO ODONTOGÊNICOS 
 
Imagem radiolúcida, de halo radiopaco, sem 
aumento volumétrico da tabua óssea, de dimensão 
látero-lateral, reabsorção da cabeça do côndilo. É 
necessário exames de imagem. 
1- Terceiro molar impactado 
2- Raízes dos molares inferiores envolvidas 
Conduta clínica: teste de vitalidade dos elementos 36 
e 37, caso algum esteja com canal esclerótico, a 
primeira conduta será o tratamento endodôntico. 
Caso os dentes estejam vitais, a conduta será 
extração do elemento 38. O segundo passo seria a 
punção aspirativa da lesão intraóssea, para enviar a 
coleta para exame citopatológico. 
Tratamento: ao remover o dente 38, pensar em 
retirar uma parte da lesão para exame 
histopatológico e marsupialização (diminuição da 
pressão osmótica). 
Ao saber do resultado do exame: 
 ceratocisto ou cisto dentígero: acompanhar o 
paciente e quando a lesão diminuir seu 
tamanho, realizar a enucleação; 
 ameloblastoma ou osteossarcoma: ressecção 
da mandíbula; 
Cistos ósseos apenas se 
desenvolvem em ossos da 
mandíbula e maxila. 
O que são? Cavidade 
patológica revestida por 
epitélio, recoberta por uma 
capsula de tecido conjuntivo e contendo no seu 
interior material fluido ou semi fluido 
Características clinicas: assintomáticos, mucosa que 
recobre a área apresenta-se normal, crescimento 
lento, mobilidade dentaria, tumefação, crepitação, 
flutuação e assimetria 
Para o diagnóstico: anamnese + exame clinico + 
palpação + sintomatologia associada + teste de 
vitalidade e percussão em dentes envolvidos 
Exames de imagem: rx periapical, panorâmica, 
oclusal, rx lateral obliquo (ramo ou corpo) e 
tomografia computadorizada 
Características radiográficas: Lesões radiolúcidas, 
uniloculares ou multiloculares, halo radiopaco, 
absorção radicular, deslocamento dentário 
Obs.: o halo radiopaco significa que a lesão teve 
crescimento lento, logo, podendo se pensar em 
alguma lesão cística ou benigna. Caso a lesão não 
tenha um halo bem definido, significa que a lesão 
obteve um crescimento rápido, podendo se pensar 
em alguma lesão mais agressiva (tumores malignos). 
 
1- teste de vitalidade do elemento 37 (teste vital 
positivo) 
2- acesso ósseo + retirada da lesão + envio do 
exame para histopatologia 
3- marsupialização (descompressão do cisto) 
4- acompanhamento 
5- enucleação 
(artigo) 
 Maiores incidências: 
- região de pré maxila anterior (caninos) e corpo 
mandibular (terceiros molares inferiores) 
Em cistos periapicais: maior incidência em maxila 
Em cistos dentigeros, queratocistos: maior 
incidência em mandíbula 
- Meia idade e do sexo feminino; 
- Cisto odontogênico mais comum: 
periapical/radicular/inflamatório; 
- Cisto odontogênico de desenvolvimento mais 
comum: dentígero; 
Biópsia por aspiração: deve ser feita por agulha 
grossa, pois há necessidade de aspirar o liquido 
interno. 
Possibilidades de líquidos: pus (cisto infectado), 
citrino, sangue (hemangioma); 
Cistos dos maxilares: 
Classificação: 
1- Odontogênicos de desenvolvimento 
2- Odontogênicos inflamatórios 
3- Não odontogênicos de desenvolvimento 
4- Não odontogênicos associados ao seio 
maxilar 
5- Pseudocistos dos ossos maxilares 
 
CISTOS ODONTOGÊNICOS 
Se formam a partir de uma degeneração cística de 
células (ou remanescente celular) relacionadas a 
formação do órgão dentário; 
Podem ser de desenvolvimento ou inflamatórios 
(mais comum) 
Obs.: O mais comum é o inflamatório, o segundo é o 
dentígero e o em terceiro é o queratocisto. 
Odontogênese: entre a 6 e 28 semana de vida intra-
uterina - O germe dentário: 
1- O órgão do esmalte (região 
epitelial): derivado do 
ectorderma, era o epitélio 
odontogenico primitivo, que 
proliferou. Será o responsável 
pela formação do esmalte e 
outros tecidos. 
2- Papila dentaria 
(ectomesenquima condensado): 
derivado das células migradas 
das cristas neurais, era o 
ectomesenquima (que se 
condensou). Suas células 
futuramente formarão a dentina 
e polpa dental. 
3- Folículo (saco) dentário 
(ectomesenquima ao redor): 
derivado das células migradas 
das cristas neurais 
(ectomesenquima). Enche 
lateralmente o órgão do esmalte 
e a papila dentaria. 
Futuramente originará o 
periodonto de inserção 
(cemento, ligamento e osso 
alveolar) – ligado aos cistos 
inflamatórios 
 Inflamatórios: 
Podem ser: 
a- Periapical: dente não vital sofre estímulo 
pela inflamação formando um cisto. 
Relacionado a raiz do dente. 
b- Periapical lateral ou paradental: 
ocasionalmente um cisto similar ao 
periapical pode se desenvolver ao longo da 
porção lateral da raiz, através de um forame 
lateral, dando origem ao cisto periapical 
lateral. 
 
c- Residual: apresenta-se como uma 
radiotransparência circular ou oval, de 
tamanho variável no interior do osso 
alveolar em um sítio de extração prévia. 
 
 De desenvolvimento: 
Dentígero, de erupção, queratocisto, periodontal 
lateral, gengival do recém-nascido, epitelial 
calcificante (cisto de Gorlin); 
O mais comum dentro dos de desenvolvimento é o: 
a- dentígero (ou cisto folicular): 
- Cerca de 20%; 
- o cisto dentígero é um cisto que se origina pela 
separação do folículo que envolve a coroa de um 
dente incluso; 
- envolve a coroa de um dente incluso a esta, unido a 
ele na junção amelo-cementária; 
 
b- periodontal lateral: 
- raro, com incidência de menos de 20%; 
- cisto dentígero que não impediu a erupção do dente 
envolvido e se lateralizou; 
 
 
 
 
 
 
CISTOS NÃO ODONTOGÊNICOS 
 de desenvolvimento: 
São eles: palatino do recém nascimento, do ducto 
nasopalatino (canal incisivo), palatino mediano, 
nasolabial, ducto tireoglosso, linfoepitelial 
(branquial), epidermóide e dermóide 
São originadas na embriologia: advinda do 1 arco 
faríngeo (formação da cabeça), do encontro dos 
processos maxilares e processos frontais, podendo 
ter aprisionamento de células/tecidos/restos 
embrionários que podem sofrer estímulos podendo 
formar um cisto na face. 
a- Cisto do ducto 
nasopalatino e cisto 
palatino mediano: 
São os cistos mais comum dos cistos não 
odontogênicos. Podendo ter origem de remanescente 
epitelial do canal nasopalatino devido a traumas ou 
infecções bacterianas. 
Há uma maior predileção por homens. 
Pode provocar divergências radiculares dos incisivos 
centrais superiores. 
Caso a imagem seja em formato de coração, abaixo 
da espinha nasal, o cisto será o nasopalatino, logo, 
sendo mais anterior. Caso a imagem seja radiolúcida 
e em formato oval, acima da espinha nasal, serão 
palatino mediano, mais posterior. 
É formado no ponto de encontro dos processos 
maxilares e região nasal do processo frontal. 
O cisto nasopalatino fará aumento de volume 
nasolabial lateralmente. Já o cisto palatino mediano, 
o aumento será na linha média. 
O cisto nasolabial é comum em adultos do sexo 
feminino entre 40 e 50 anos. Apresenta-se como 
edema localizado, apagando o sulco nasolabial. 
 
b- Pseudocistos dos 
maxilares: 
- Cisto ósseo simples ou traumático (hemorrágico): 
na punção aspirativa, pode haver sangue coagulado 
ou ainda nada e os dentes envolvidos estarão vitais. 
- Cisto ósseo aneurismático: por trauma, irá ter 
formação de ar. 
- Cisto ósseo da Stafne ou cisto ósseo estático – 
formação de uma cortical mandibular menos 
espesso: Aparece na região de chanfradura 
antigoniana, logo à frente do ângulo da mandíbula. 
É uma área radiolúcida, uma rarefação, não sendo 
uma patologia, e sim uma característica fisiológica 
óssea onde se localiza a glândula submandibular. 
 
TRATAMENTO 
É necessário a avaliação do tamanho, estruturas 
acometidas 
1- Enucleação (Partsch): é o tratamento de 
escolha (sem sacrifício as estruturas 
adjacentes) e indicadas para lesões pequenas(em até 3cm); 
Sua vantagem é permitir exame histopatológico da 
lesão por inteiro (biopsia excisional) e não existe 
necessidade de irrigações constantes; 
Em relação a desvantagens, é o risco de estruturas 
adjacentes; 
a- Com sutura 
b- Sem sutura 
Procedimento: 
Antissepsia intra e extra-bucal, anestesia, incisão, 
ostectomia, enucleação (com curetas), irrigação e 
aspiração, inspeção da loja óssea, sutura, medicação e 
recomendações pós operatórias. O preenchimento 
ósseo com enxerto na cavidade dependerá do 
tamanho da cavidade 
2- Marsupialização (descompressão da 
cavidade): 
O princípio desse tratamento é diminuir a pressão 
intracística, o tamanho do cisto e preenchimento 
ósseo. 
É indicada para diminuir as injúrias aos tecidos, 
quando o acesso a toda a lesão é impossível, 
manutenção do dente na cavidade bucal, pacientes 
debilitados (menor extensão cirúrgica) e lesões 
extensas. 
Em relação às vantagens: é um procedimento mais 
simples e evita danos a estruturas vitais e fraturas 
ósseas. 
Em relação as desvantagens: tecido patológico “in 
situ”, irrigações diárias e limpeza da cavidade feito 
pelo paciente e necessidade de nova intervenção 
cirúrgica. 
Procedimento: antissepsia intra e extra bucal, 
anestesia (bloqueio regional), aspiração (punção), 
incisão (elíptica ou em meia-lua), ostectomia, 
remoção de uma janela de cápsula cística, irrigação e 
secagem, inspeção da loja óssea, sutura da capsula na 
mucosa bucal, preenchimento da cavidade com gaze 
+ antibiótico, mediação e recomendações pós 
operatórias (lavagem com soro fisiológico). 
3- Marsupialização seguida de enucleação: 
Indicada para acelerar o reparo, amplas lesões 
císticas, cistos infectados e quando o paciente possui 
dificuldade do paciente higienizar a cavidade 
Em relação as vantagens: procedimento inicial 
simples, remoção de todo o tecido patológico, cápsula 
cística mais espessa. 
Procedimento: união dos 2 procedimentos cirúrgicos 
– anestesia, punção, introdução do cateter, sutura do 
cateter na mucosa, acompanhamento clinico e 
radiográfico. 
4- Enucleação com curetagem: 
 
 
1- Labial 
2- Associado a cárie 
3- Lateral 
4- Residual 
5- Periapical 
6- Dentigero (pode ser confundido com 
ameloblastoma) 
7- Queratocisto 
 
SEIOS MAXILARES 
 
Seios paranasais são considerados espaços entre 
colunas, em que tais colunas são os pilares de forças 
existentes no esqueleto craniano. Podem ser chamados 
de antum. 
Apresentam-se como cavidades piramidais, situadas 
entre os dentes maxilares e a órbita, com suas bases nas 
paredes sinusiais e ápice no processo maxilar do osso 
zigomático. 
Lesões na órbita ou fraturas no rebordo orbitário 
podem comprometer os seios maxilares. 
O terço médio da face comporta os seios chamados de 
paranasais, e entre eles estão os seios maxilares. 
 
Os seio são formados por uma fina mucosa que é 
aderente ao periósteo e recebe o nome de membrana de 
Schneiderian. O epitélio é pseudo-estratificado 
cilíndrico ciliadas com células calciformes, o tecido 
conjuntivo contém glândulas. O epitélio ciliado auxilia 
na remoção de excreções e secreções que se formam na 
cavidade sinusial. 
 
 
 
 
 óstios que drenam secreção dos seios: 
Os seios mailares drenam para o meato médio da 
cavidade nasal através de um óstio localizado no hiato 
semilunar. 
 
É muito comum ter pacientes que não possuem os seios 
frontais - Genesia dos seios frontais = cefaleia crônica; 
Iniciam seu desenvolvimento durante o terceiro mês de 
vida intrauterino e normalmente atingem seu 
desenvolvimento máximo ao redor dos 18 anos. 
É muito difícil crianças pequenas terem infecções 
relacionadas ao seio maxilar, pois o orifício (óstio) de 
drenagem desse seio é maior. Ao contrário de um 
adulto, que o orifício é muito menor. 
Quando há perda de elemento dentário posterior 
superior, ocorre uma pneumatização do seio, onde 
aumenta o assoalho da cavidade de cima para baixo. 
Nesses casos, para se fazer implante é necessário um 
procedimento cirúrgico de levantamento de seio. 
Não há infecções odontogênicas relacionadas ao seio 
maxilar em dentição decídua, pois há uma barreira, o 
germe dentário dos dentes permanentes que estão se 
formando. 
Funções: fornecer ressonância a voz, agir como 
câmaras aquecedoras do ar respirado, reduzir o peso da 
cabeça, produzir lisozima, bactericida para a cavidade 
nasal. 
Abcesso localizado dentro do seio maxilar é chamado 
de empiema. 
Hemorragia para dentro do seio maxilar por uma 
fratura do assoalho da órbita = hemosinus. 
Obs.: em um exame com sangue dentro do seio 
maxilar, a membrana não fica espessa, e ao mudar de 
posição, o sangue também muda. Ao contrário de uma 
infecção (sinusite), há espessamento de membrana, 
pois a infecção envolve todo o seio. 
Os filetes do nervo olfatório passam perpendicular a 
membrana do osso esfenoide, por esse motivo, ao ter 
uma sinusite, o olfato é alterado ou perdido. 
Uma infecção no seio maxilar é necessário 
antibioticoterapia (Amoxicilina com Clavulanato de 
Potássio ou com Metronidazol ou ainda Clindamicina 
com Metronidazol), pela presença de bactérias 
anaeróbias. 
 
 
Inervação: 
 Ramo maxilar do V nervo craniano – nervo 
alveolar superior posterior 
 Ramo maxilar do V nervo craniano – nervos 
alveolar superiores posteriores, médio e 
anterior 
Parestesia da asa do nariz, pálpebra inferior, labial 
superior = característica de fratura da parede frontal do 
seio maxilar. 
 
 
Vascularização: 
 Ramo da artéria maxilar interna – artéria 
infraorbitária 
 Artéria alveolar antero-superior 
Geralmente, o sangue é drenado para a boca e nariz 
 
Suprimento linfático: gânglios submandibulares 
(inflamatórios) – mobilidade, dolorido, edemaciado, 
aderido a planos superficiais. 
 
PATOLOGIAS RELACIONADAS AO SEIO 
MAXILAR: 
 Sinusites (odontogênicas ou não 
odontogênicas) 
 Cistos de retenção, Cistos odontogênicos, 
Mucocele 
 Fraturas e tumores malignos 
 Tumores benignos, pólipos, antrolito 
Diagnóstico: 
Exame clinico da cavidade bucal e face + palpação + 
paracentese (lavagem nasal) + diafanoscopia (avaliação 
das passagens de luz através das paredes do seio 
maxilar) 
Exame de imagem: 
Rx periapicais, incidência mento naso placa ou PA de 
Waters, incidência de Caldwell ou frontonaso, 
tomografia de face, panorâmica, perfil ou lateral de 
face, ressonância magnética, USG, endoscopia 
Padrão ouro: tomografia 
 
1- Sinusite: 
- gotejamento de secreção purulenta na orofaringe 
- tosse crônica noturna = gotejamento acelerado e 
irritação da orofaringe 
 Comunicação buco-sinusial: acontece na 
remoção de um elemento dentário com 
infecção odontogênica e na cicatrização, não 
há fechamento completo do alvéolo, podendo 
ser de grande dimensão ou uma fístula. 
Dentes mais próximos do seio (em ordem 
decrescente): 
2 molar superior 
1 molar superior 
3 molar superior 
2 pré molar superior 
1 pré molar superior 
Canino superior 
 
COMUNICAÇÕES BUCO-SINUSAIS: 
Causas: 
 exodontias de dentes posteriores superiores, 
devido a proximidade com o seio maxilar; 
 traumatismos gerados pelo uso inadequado de 
instrumentos; 
 destruição do seio maxilar por lesões 
periapicais; 
 remoção de cistos e/ou tumores do palato ou 
seio maxilar. 
Diagnóstico: 
 Radiografias apicais: observa-se 
descontinuidade da linha radiopaca que 
delimita o assoalho do seio maxilar. 
 Radiografias panorâmicas e projeções de 
Waters: o seio comprometido apresentará 
radiopacidade difusa (velamento do seio), 
comparada ao seio do lado oposto. 
 Tomografia computadorizada (corte axial): 
maior riqueza de informações, não sofre 
magnificação, nem sobreposição. 
 Manobra de Valsalva: pressiona-se as asas 
nasais bilateralmente, obstruindo as narinas 
do paciente e solicita a ele que expire o ar pelo 
nariz, mantendo a bocaaberta. Quando há 
comunicação, o ar será expirado através do 
alvéolo, para dentro da boca, provocando o 
borbulhamento do sangue, acumulado no 
alvéolo, com um som característico de ar. 
 
Complicações: 
 Sinusite maxilar aguda ou crônica, oriunda da 
contaminação do seio pela flora bucal 
 Desenvolvimento de uma fistula – 
comunicação epitelizada entre a cavidade oral 
e o seio maxilar. 
Caso haja comunicação, é necessário o fechamento 
para evitar a contaminação alimentar ou salivar que 
pode levar a uma infecção bacteriana, cicatrização 
prejudicada, sinusite maxilar crônica. 
Técnicas de tratamento: 
 Comunicação de 2 a 6mm: sutura em forma de 
8 sobre o alvéolo dental para assegurar a 
permanência do coágulo de sangue na área, ou 
a inserção de uma esponja gelatinosa dentro do 
alvéolo e antes da sutura. 
 Comunicação de 7mm ou mais: reparo através 
de um retalho. 
 Quando há fístula: tratamento do seio maxilar 
com remoção do trajeto fistuloso e utilização 
de retalhos para o fechamento completo da 
fístula. 
1- Corpo adiposo bucal: 
A bola adiposa da bochecha pode ser usada para fechar 
as comunicações buco-sinusais, devido a sua 
localização anatômica, é usada como enxerto 
pediculado. 
Ela também é recomendada para o fechamento de 
fístulas e comunicações de tamanhos e localizações 
variadas. 
Entretanto, só pode ser usada uma única vez. Pode 
causar trismo pós operatório, retrações ou deiscência do 
enxerto, cobre o defeito, mas não oferece suporte 
rígido, possibilidade de ficar uma depressão na 
bochecha, geração de alterações na fala, necrose do 
tecido adiposo originada da tensão ou manipulação 
excessiva do mesmo. 
A sutura não deve ser feita sob pressão e a alimentação 
pós operatória deve ser leve. 
2- Retalho palatino rodado: 
Técnica recomendada para o fechamento tardio de 
fístulas buco-sinusais e em insucessos da utilização do 
retalho bucal. 
Contra indicações: difícil a rotação do retalho palatino, 
possibilidade de necrose tecidual, hemorragia da artéria 
palatina maior e desconforto. 
3- Retalho deslizante vestibular: 
Indicados para o fechamento de comunicações buco-
sinusais imediatas e pequenas (<5mm). 
É necessário atenção a pacientes desdentados, pois a 
técnica leva um estreitamento do sulco vestibular. 
4- Enxertos ósseos: 
É usado enxertos ósseos da região de sínfise 
mandibular, pois é considerada de fácil acesso, redução 
do tempo operatório, queixas mínimas no pós 
operatório, ausência de cicatriz visível, e considerado o 
enxerto ideal, pois possui porção de osso cortical para a 
reconstrução do seio maxilar e porção de osso 
esponjoso que contém células-tronco mesenquimais 
multipotentes. 
5- Tratamento medicamentoso 
- Umidificação do ar para fluidificar secreções 
ressecadas do óstio sinusal; 
- Descongestionantes de administração sistêmica 
(Pseudoefrina) e spray nasal contendo vasoconstritores 
(efedrina 2% ou fenilefrina 0,25%), para diminuir a 
congestão nasal e do seio, por 7 a 10 dias; 
- Analgésicos narcóticos ou não esteroidais; 
- Antibióticos (Penicilina, Clindamicina, 
Metronidazol): 
Amoxicilina + ácido clavulânico 500 mg + 125mg - de 8 
em 8h, por 5 dias. 
 Caso seja suspeito durante uma extração que o 
dente foi para dentro do seio: 
Não espirrar, não tossir, não fazer bochechos, suturar, 
recomendações, antibioticoterapia, esperar 1 mês para 
que o dente seja aprisionado pela membrana e posterior 
cirurgia 
 Incisão cirúrgica para acesso ao seio maxilar: 
incisão de Caldwell-Luc, através da parede 
lateral do seio, acima dos ápices dos dentes 
remanescentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LESÕES EM TECIDO MOLE 
 
Podem ser localizadas na pele ou em mucosas. 
Durante o exame clínico, na manipulação dos tecidos 
moles devem observar-se princípios de antissepsia 
(irrigar abundantemente com soro fisiológico 0,9% 
estéril, realizar antissepsia com Clorexidina 0,12% em 
mucosa bucal e Clorexidina alcoolica a 2% na face. 
Quais são os tipos de lesão? 
 Contusão 
 Abrasão 
 Lacerações 
 Feridas com perda de substância 
 Ferida no lábio 
 
CONTUSÃO 
É uma lesão 
fechada resultante 
de um trauma 
rombo e deve ser 
examinado quanto 
a presença de 
possíveis fraturas 
em profundidade 
na região 
traumatizada. 
Características: 
edema e 
hematoma com 
pele e mucosa 
íntegros. 
 
ABRASÃO 
Caracteriza-se por 
apresentar perda das 
camadas epitelial e 
papilar da pele, 
deixando uma ferida 
superficial e sangrante 
muito dolorosa, em 
razão da exposição 
das terminações 
nervosas. 
Irrigação abundante 
com soro fisiológico 
0,9% estéril favorece a 
limpeza e remoção de corpos estranhos, evitando 
infecção subsequente e tatuagens de difícil correção 
posterior. 
 
LACERAÇÃO 
Soluções de 
continuidade 
com tamanho, 
forma e 
localização 
diversas. 
Além de 
comprometer a 
mucosa, a pele 
e os músculos, 
podem atingir 
as glândulas 
salivares, lacrimais e seus ductos, estruturas nervosas 
motoras e sensitivas alojadas nesses tecidos. 
Lacerações extensas e/ou múltiplas podem necessitar 
de ultrassom e raio-x para avaliação e presença de 
corpos estranhos nas estruturas teciduais. 
Na tomografia computadorizada: utilizar janela de 
tecidos moles. 
 Obs.: lesões por estilhaços de parabrisa quase sempre 
contém fragmentos de vidros que podem ou não ser 
radiopacos. 
O tratamento da ferida lacerada na região de 
bucomaxilofacial, em razão do rico suprimento 
sanguíneo não exige grande debridamento das 
margens, apenas remoção de tecidos visivelmente não 
vitais. 
Nas feridas intrabucais, as pequenas glândulas 
salivares devem ser isoladas e removidas, facilitando a 
sutura da mucosa. 
As lesões comunicantes, perfurantes ou transfixantes 
localizadas nas áreas intra e extrabucais devem ser 
suturadas de dentro da cavidade bucal para fora, ou 
seja, da mucosa para a pele. 
As feridas resultantes de mordidas, é indicado o 
atendimento tardio, em razão da possibilidade e 
consequente interferência na cicatrização. 
Lesões por arma de fogo (PAF, segundo sua 
complexidade própria ou relacionada a fraturas ósseas, 
tem indicações de tratamento imediato ou tardio, 
envolvendo atendimento especializado em CTBMF e 
da cirurgia plástica. 
Alerta sempre para realizar o reforço da vacina 
antitetânica. 
FERIDA COM PERDA DE SUBSTÂNCIA 
De maior extensão e dependente de atendimento sob 
anestesia geral, deverá aguardar estabilização sistêmica 
do paciente e a conclusão dos outros diagnósticos 
especializados. 
No atendimento inicial, recomenda-se a aproximação 
hipocrática (segunda intenção) dos tecidos com sutura 
de estabilização e/ou tamponamento das feridas. 
No tratamento reconstrutivo estão previstas rotações 
de retalhos ou enxertos para correção de defeitos 
residuais (CTBMF, cirurgia plástica e dermatologia). 
 
 
FERIDA NO LÁBIO 
Requer uma aproximação precisa de suas margens. 
Antes da infiltração anestésica local, os pontos de 
referência (filtro, linha do lábio) devem ser 
identificados e marcados, evitando-se assim, a 
distorção causada pelo edema progressivo na área que 
se soma a infiltração anestésica local. 
É extremamente importante adaptar o bordo do 
vermelhidão do lábio. Definido o posicionamento dos 
bordos, a sutura inicia pela mucosa intraoral e 
reconstrói os planos do músculo orbicular dos lábios, 
finalizando com delicados pontos isolados na mucosa 
do vermelhidão e da pele. 
As características básicas da sutura decorrem dos 
planos teciduais envolvidos, da intenção cicatricial e 
dos tipos de pontos disponibilizáveis. 
Nos planos teciduais, a sutura reconstrói e protege a 
área operada em seus distintos planos segundo a 
anatomia local. 
Elimina espaços mortos, que acumulam líquidos ou 
secreções, possíveis meios de cultura de 
microrganismos. Ainda promove a hemostasia e 
diminuia dor pós-operatório. Tanto na localização 
superficial quanto na profunda, a viabilidade técnica 
não elimina o domínio acadêmico para sua execução. 
Na intenção cicatricial, organiza e acelera a 
cicatrização em primeira intenção, que é a união 
primária mais desejada. 
Na segunda com reparo por granulação, a sutura não é 
primordial. 
Na terceira intenção haverá indicação de sutura 
secundária. 
O ponto de sutura, composto por laçada de fio, 
transpassado no interior dos tecidos, deixa exposta 2 
extremidades denominadas chicotes, látegos ou cintas. 
 Tipos de pontos: os tipos de pontos evoluem 
em complexidade, segundo a indicação e os 
resultados desejados. 
- Ponto simples: de passagem única entre os 2 bordos 
da incisão e completado pelo nó duplo, é a unidade 
básica e segura da sutura. 
- Ponto “U” vertical. 
- Ponto “U” horizontal. 
 
LESÕES ÓSSEAS 
- Maxila ou terço médio: classificada como Le Fort I, II 
e III, existe uma classificação mais atual devido aos 
traumas atuais de maior impacto. 
- Mandíbula ou terço inferior 
- Nariz 
Tratamento das fraturas ósseas podem ser realizadas 
com técnica fechada ou aberta. 
 Técnica fechada ou incruenta: 
usada nos traumatismos resultantes de impactos de 
pouca energia. Tem grande indicação nas fraturas da 
mandíbula sem deslocamento, pois a restrição na 
redução resulta em alinhamento e nivelamento 
limitados. A partir da oclusão dentária, as 
odontossínteses permitem uma imobilização 
intermaxilar. Nos traumatismos dentoalveolares e 
dentários, sua indicação é uma constante. 
 Técnica aberta, cruente ou cirúrgica: 
permite um acesso direto a área óssea fraturada. Nesse 
processo, podem ser usadas as vias intrabucal e 
extrabucal. A presença de feridas nos tecidos moles 
pode facilitar o tratamento aberto. A sequência do 
tratamento cirúrgico baseia-se no reconhecimento das 
estruturas anatômicas tridimensional da face. 
 Redução: 
Representa o início da cascata do tratamento e 
compreende a reposição anatômica dos segmentos 
ósseos. 
Esta, se não for compatível com um bom nivelamento 
e alinhamento dos segmentos, produz uma 
consolidação alterada e disfuncional. 
Tal resultado, poderá ser detectado na queixa tardia de 
diplopia (visão dupla – fratura do assoalho da órbita), 
retrusão sagital da face, maloclusão dentária e 
pseudoartrose, entre outras associadas ou não a 
infecções. 
 Estabilização: 
Compreende uma possibilidade de resolução das 
fraturas sem deslocamento no tratamento fechado 
(sem incisão). 
Também é um princípio aplicado aos tratamentos 
paliativos no atendimento de urgência de trauma. 
Pode ainda ser um tempo no tratamento cirúrgico, para 
favorecer a aplicação de osteossínteses semirrígidas e 
rígidas. 
 Fixação: 
prevê a imobilização e pode ser obtida por diferentes 
meios. 
 Odontossíntese: 
de trabalho direto ou indireto, variável quanto ao 
tempo de permanência, pode ser aplicada na técnica 
fechada. Na técnica aberta, tem sua utilidade 
transitória durante a intervenção cirúrgica ou na 
fixação intermaxilar, complementando a estabilização. 
Na técnica aberta, tem sua utilidade transitória durante 
a intervenção cirúrgica ou na fixação intermaxilar, 
complementando a estabilização pós-operatória dos 
segmentos fraturados. 
 Osteossíntese: 
é aplicada diretamente no osso, durante a técnica 
aberta. Pode ser realizada com fio metálico (fixação 
não rígida) ou com miniplacas/microplacas e parafusos 
(fixação rígida). 
 
 Suspensão: 
Método de fixação indireto. Baseia-se no uso de pontos 
fixos no esqueleto craniofacial para apoio e sustentação 
da estrutura óssea fraturada. Tem grande aplicabilidade 
nas fraturas maxilares. 
A partir de odontossíntese diretas ou indiretas, a 
maxila pode ser sustentada no arco zigomático e no 
osso frontal superior a sutura frontomalar ou 
frontozigomática. Indiretamente, a mesma situação se 
fará por meio da imobilização da mandíbula, 
compactando a maxila. Em pacientes edêntulos, usam-
se meios protéticos, como goteiras e prótese total. 
A ligadura circunferencial como método indireto, 
usada na mandíbula edêntula, permite a sustentação de 
uma prótese ou goteira para fixação intermaxilar. 
 Tratamento imediato: 
Pode consistir em um atendimento paliativo (alívio 
dos sintomas, sem cura) ou hipocrático (ataduras, 
tipoia), com possível prejuízo de sua estabilização e 
fixação em curto espaço de tempo. 
Sua finalidade está em um maior controle de 
complicações já presentes. Entre as condições que 
requerem esse tipo de tratamento, incluem-se fraturas 
múltiplas de mandíbula com grande mobilidade, que 
interferem na deglutição e causam dor e agitação do 
côndilo mandibular 6na fossa craniana média; fraturas 
do terço médio da face com hemorragias pouco 
controláveis na via aérea, acompanhadas ou não de 
perda de líquido cerebroespinal; e fraturas alveolar 
abrigando dentes luxados ou fraturados. 
 Tratamento mediato: 
Depende das condições locais e sistêmicas. 
Quando na presença de infecções ou edemas, 
especialmente em fraturas cominutivas de difícil 
acesso e imobilização, a demora do atendimento pode 
ser vantajosa. O paciente em tratamento intensivo 
(UTI) cuja evolução é lenta deverá aguardar pelo 
tratamento tardio. 
A preferência temporal no tratamento mediato é de até 
14 dias após o trauma. 
 Tratamento tardio: 
Envolve a resolução de sequelas funcionais e estéticas a 
partir de reconstruções do esqueleto facial. 
O controle das infecções é primordial para a cura das 
áreas lesadas. 
A intervenção em tempo hábil previne complicações 
relacionadas a infecção secundária ou consolidações 
inadequadas. 
As sequelas, quando presentes, estão relacionadas a 
pseudoartrose, perpetuando a instabilidade e 
mobilidade nos segmentos fraturados, ou a anquilose, 
que provoca a imobilização progressiva das ATMs. 
 
 
 
 
LESÕES DENTOALVEOLARES 
Podem envolver o dente e seus tecidos de sustentação. 
Ocorrendo de forma isolada ou combinada, devem ser 
avaliadas e tratadas a partir de um protocolo especifico. 
As lesões dentárias comprometem a integridade da 
coroa e/ou da raiz e do tecido pulpar, exigindo um 
atendimento de urgência. 
As lesões dos tecidos de sustentação envolvem os 
tecidos periodontais e osso alveolar. 
 
 
No periodonto, podem ser observadas concussão, 
subluxação, luxação (intrusiva, extrusiva ou lateral) e 
avulsão. 
A estrutura óssea pode sofrer fraturas com 
deslocamento, em galho verde e por esmagamento, 
com diferentes graus de comprometimento dentário. 
Os tratamentos devem evoluir a partir de 
odontossínteses rígidas ou semirrígidas. 
 Odontossíntese: 
Promove uma imobilização das estruturas dentárias 
entre si, mas pode também ter atuação indireta, 
estendendo-se as estruturas ósseas fraturadas que 
alojam os próprios dentes. 
Seu trabalho, quando horizontal, abrange apenas um 
arco dentário. 
Quando presente nos arcos maxilomandibulares, tem 
uma atuação também vertical, possibilitando a 
imobilização da mandíbula. 
Pode ser direta quando o fio de aço, contornando o colo 
cervical, é adaptado ao natural alinhamento ou 
desalinhamento do arco dentário. 
Já a indireta repousa sua passada de fio de aço sobre um 
barra ou fio metálico, geralmente de maior calibre. 
Este, mantido por vestibular no perímetro do arco, não 
permite adaptação aos contornos das coroas dentárias 
envolvidas. 
 
 
 Contenção rígida: 
É aplicada para a imobilização dos fragmentos 
fraturados, sejam dentários ou ósseos. 
O fio de aço número 0, como odontossíntese direta, e a 
barra de Erich, como técnica indireta, são sistemas de 
contenção rígida. 
 Contenção semirrígida: 
Permite algum grau de imobilização e é indicada 
principalmente nos casos de concussão, subluxação, 
luxação e exarticulações dentárias. Pode ser aplicada 
pelo fio de aço número00, geralmente torcido. 
 
 
 
 Fio ortodôntico: 
Tem grande indicação na contenção dessas fraturas. 
Usa-se o fio redondo de aço inoxidável 020” para 
contenção rígida e o fio twist-flex .016” para o efeito 
semirrígido. 
A fixação dos fios passivos será na superfície dentária 
vestibular por meio de colagem ponto a ponto com 
ataque ácido e resina fotopolimerizável. 
Esses mesmos fios poderão estar embutidos nos 
braquetes. 
Em média, a contenção rígida é mantida por 4 a 6 
meses, e a semirrígida por 2 a 3 semanas. 
O tratamento no trauma dentoalveolar é de domínio 
do cirurgião-dentista, e o regime ambulatorial favorece 
o tratamento no consultório dentário. 
Entretanto, mesmo tratando-se de trauma local, as 
avaliações clínica e sistêmica do paciente deve ser 
realizada com rigor, sob risco de complicações 
mediatas ou tardias. 
Os traumatismos dentoalveolares podem estar 
associados a lesões nas áreas próximas (peribucal, face 
e crânio) ou distantes (abdômen e tórax). 
A avulsão ou extrusão é considerada a lesão mais grave 
e mais frequentemente nos dentes incisivos superiores 
em pacientes entre 7 e 10 anos de idade. 
O reimplante deve ser imediato, se possível no local do 
acidente, visto seu caráter de emergência. 
O período extra-alveolar do dente e sua forma de 
transporte são fatores diretamente relacionados ao 
sucesso do tratamento. 
 
 
 
TRATAMENTO COMPLEMENTAR AO 
TRAUMA 
Considerando as características do trauma 
bucomaxilofacial, que pode envolver a cavidade bucal, 
as fossas nasais e os seios maxilares, com 
comprometimento ou não da área neurológica, a 
medicação do paciente deve estar focada nas 
consequências da contaminação e na presença de dor. 
 Medicação antimicrobiana: pode ter indicação 
profilática ou terapêutica. 
 A prescrição de anti-inflamatório: deve ser 
avaliada caso a caso. 
 A profilaxia do tétano: dependerá das 
condições de imunidade do paciente. 
A indicação de analgésicos ou hipnoanalgésicos está 
associada ao limiar individual de dor e a gravidade das 
fraturas. 
A possibilidade da imobilização imediata de fraturas 
diminui o nível de intensidade de dor. 
Em pacientes impossibilitados de realizar uma 
adequada higiene bucal ou que necessitem de controle 
químico coadjuvante de placa bacteriana, podem ser 
prescritos bochechos com solução aquosa de 
Clorexidina 0,12% a cada 6 horas. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
O atendimento de pacientes vítimas de trauma requer 
a atuação de uma equipe transdisciplinar, de modo que 
um especialista possa ser acionado sempre que um 
tratamento específico for necessário. 
Independentemente da gravidade do trauma e de suas 
sequelas, a recuperação física, estética e emocional do 
paciente poderá levar um longo período. 
No atendimento do trauma dentoalveolar, o controle 
clínico periódico é indispensável. A eficiência e a 
estabilidade de contenção, associada a outras terapias 
odontológicas, refletem a complexa evolução deste 
processo de cura. 
 
TRAUMATOLOGIA BUCO-MAXILO-
FACIAL 
 
ATENDIMENTO INICIAL AO 
POLITRAUMATIZADO 
O uso de anestésico local pode causar intoxicação 
sistêmica, seguindo as etapas: 
1- Euforia 
2- Depressão do sistema nervoso central – 
convulsão + parada cardiorrespiratória; 
EPIDEMIOLOGIA DO POLITRAUMATISMO 
FACIAL 
- Homens > mulheres 
- Fraturas de mandíbula + maxila + contusões de tecido 
mole + fraturas de nariz > outras lesões 
- Idade entre 20-40 anos > outras idades 
Obs.: cada relação muda conforme o lugar/região onde 
est sendo pesquisado 
Distribuição trimordal de óbitos: 
- 1° pico: seg a min do trauma (hemorragias); 
- 2° pico: min a horas do trauma (ruptura de baço, 
fígado, fraturas pélvicas); 
- 3° pico: dias a semanas do trauma; 
FATORES QUE INFLUENCIAM 
1- Geográficos 
2- Socioeconômicos 
3- Culturais; 
4- Mudança no padrão epidemiológico; 
SUPORTE AVANÇADO DE VIDA NO TRAUMA 
Objetivos: 
- avaliar a condição do doente e de forma rápida e 
precisa; 
- reanimar e estabilizar o doente em obediência a 
prioridades definidas; 
- garantir que seja sempre prestado o melhor 
atendimento possível; 
- iniciar a avaliação primaria e secundaria necessária 
dentro da “hora de ouro” para o cuidado de emergência 
das lesões agudas que implicam risco de vida; 
Obs.: o trauma não discrimina idade, raça, sexo e nível 
econômico; 
O trauma não é uma doença. O hospedeiro é o doente, 
o vetor de transmissão é a causa do trauma; 
ATLS –Advanced Trauma Life Support (Suporte 
Avançado de Vida – trata-se de um programa de 
treinamento para profissionais que lidam com 
atendimento ao paciente traumatizado. 
1- Preparação 
2- Triagem 
3- Exame primário (ABCDE) 
4- Reanimação 
5- Medidas auxiliares ao exame primário e a 
reanimação 
6- Exame secundário (da cabeça ao dedo do pé); 
7- Medidas auxiliares ao exame secundário; 
8- Reavaliação e monitorização continua; 
9- Cuidados definitivos; 
ABCDE – EXAME PRIMÁRIO 
A – vias aéreas com proteção da coluna cervical; 
B – respiração e ventilação; 
C – circulação com controle da hemorragia; 
D – incapacidade, estado neurológico; 
E – exposição/controle do ambiente; 
 A – VIAS AÉREAS: 
Assegurar a permeabilidade das vias aéreas 
Causas: comprometimento encefálico, fraturas faciais, 
mandibulares/maxilares ou tráqueo-laríngeas; 
Técnicas de manutenção das VAS: 
- “chim lift”: elevação do queixo; 
- aspirador rígido; 
- “jaw thrust”: anteriorização da mandíbula – 
subluxações de até 5mm, mesmo com o colar cervical; 
- cânula orofaríngea; 
Assegurar a patência das vias aéreas e manter a 
oxigenação ocupam o lugar de destaque na abordagem 
inicial; 
Os seguintes fatores estão relacionados a maior risco 
de próteses nas vias aéreas: 
1- Inconsciência; 
2- Relaxamento da língua; 
3- Corpos estranhos; 
4- Trauma de face; 
5- Ferimentos penetrantes no pescoço; 
6- Fratura de laringe/traqueia; 
7- Queimaduras das vias aéreas; 
- aspirar secreções e remover corpos estranhos; 
- elevação do queixo e tração da mandíbula; 
- cânula oro ou nasofaringe; 
- intubação oro ou nasotraqueal; 
- cricotireoidostomia; 
- cirúrgica (traqueostomia); 
 Via aérea definitiva: 
A- Via aérea cirúrgica: 
Indicações: 
- impossibilidade de intubação orotraqueal; 
- edema de glote; 
- Fratura de laringe; 
- hemorragia copiosa (em intensidade); 
- lesões faciais extensas; 
Tipos: 
- cricotireoidostomia por punção (emergencial); 
- cricotireoidostomia cirúrgica (emergencial); 
Feito justamente no ligamento cricotireoideo, 
localizado entre cartilagens cricoide e tireoide; 
- traqueostomia (eletiva – não emergencial); 
Feito nos anéis traqueais; 
B- Respiração e ventilação: 
- expor o tórax do paciente; 
- inspeção, palpação, ausculta e percussão; 
- verificar se a respiração é eficaz e se o paciente está 
bem oxigenado; 
- via aérea prévia não significa uma ventilação 
adequada; 
- não há necessidade de exame complementar para 
diagnosticar lesões potencialmente fatais; 
- nesta fase, o oxímetro de pulso deve ser conectado ao 
paciente; 
C- Circulação: 
É a principal causa de óbito no trauma. 
Avaliação: 
- nível de consciência (menor perfusão cerebral); 
- cor da pele (cianose – perda 30% da volemia); 
- PA (diminuição – perda 30% volemia); 
- pulso (taquicardia, filiformes - fraco, ausentes); 
- diurese (50ml/h); 
A primeira dúvida a ser esclarecida é se existe má 
perfusão tissular ( 
Indícios importantes: nível de consciência, cor e 
temperatura da pele, frequência e características do 
pulso; 
O próximo passo é controlar a hemorragia 
interrompendo o sangramento; 
Diagnóstico precoce da hemorragia: 
Controla da hemorragia – parar sangramento 
Como? Compressão externa, alinhar e imobilizar 
fraturas, estabilizar bacia, tamponamento e cirurgia; 
Os três parâmetros rápidos são: cor da pele, pulso e 
nível de consciência. 
D- Incapacidade e estado neurológico:Quanto mais alto o valor de Glasgow, menos lesões o 
paciente obteve. Quando menor o valor, mais lesões o 
paciente teve. 
- <8 = intubação; 
- A (alerta), V (resposta ao estimulo verbal), D (só 
responde a dor), I (inconsciência); 
- Pupilas: tamanho e reação (isocóricas e 
fotorreagentes); 
- Rebaixamento – diminuição da oxigenação – lesão 
cerebral ou choque hipovolêmico; 
- diagnóstico de exclusão: hipoglicemia, álcool e/ou 
drogas; 
Exames complementares: 
- Rx crânio: de pouca utilidade; 
- TC crânio: é o exame de escolha; 
Fraturas de base de crânio: 
- otorréia (sangramento no ouvido); 
- rinorréia (perda de liquor pelo nariz); 
- sinal de Battle (equimose da região mastoidea); 
- sinal de guaxinim (equimose preorbitária); 
E- Exposição: 
- despir totalmente o paciente; 
- cobrir o paciente: prevenir hipotermia; 
- cobertores aquecidos; 
- Fluidos aquecidos; 
- ambiente aquecido; 
Principais causas de morte na exposição: 
- acidose; 
- hipotermia; 
- coagulopatia; 
EXAMES SECUNDARIOS 
Histórico de: 
A – alergias 
M – medicações 
P – passado médico 
L – líquidos e alimentos ingeridos 
A – ambiente e eventos relacionados ao trauma 
Medidas auxiliares ao exame secundário: 
- radiografias adicionais da coluna; 
- tomografia computadorizada; 
- angiografia; 
- urografia excretora; 
- estudo radiológico das extremidades; 
- ultrassom; 
- broncoscopia; 
- esofagoscopia; 
ATENDIMENTO IMEDIATO NOS 
TRAUMATISMOS FACIAIS 
 
 
 
 
ATENDIMENTO INICIAL DO 
TRAUMATIZADO DE FACE 
 
Princípios gerais da abordagem ao trauma facial: 
- diagnóstico preciso e completo; 
- exame físico + exames radiológicos; 
- tratamento dos ferimentos em tecidos moles; 
- tratamento das fraturas facias e mandibulares; 
Para o diagnóstico: 
- dor 
- edema/esquimoses (blefarohematomas); 
- crepitação e mobilidades ósseas 
- hipoestesia, parestesias, paralisia ou disestesias; 
- má oclusão dentária; 
- distúrbios visuai; 
- assimestrias; 
Avaliação física: 
- lacerações, abrasões, edema, contusões, 
hematoma, possíveis alterações do 
contorno, equimoses (preoribitária, sinal 
de Battle, assoalho bucal) 
- avaliação dos nervos cranianos 
- avaliação da visão, movimentos 
extraoculares e reação da pupila a luz; 
- palpação externa: terços inferiores, médio 
e superior; 
- avaliação da ATM e da oclusão; 
 
Exame físico: 
- rinodesvio; 
- obstrução nasal; 
- perda de projeção dos malares; 
- mobilidade dentária; 
- má oclusão dentária; 
- assimetrias da face; 
Inspeção intra-oral: 
- avaliação das áreas de laceração mucosa e equimose; 
- exame da oclusão e da área de dentes com 
mobilidades ou ausentes; 
- prematuridades oclusais unilaterais com mordida 
aberta contralateral = suspeita de fratura maxilar e/ou 
mandibular; 
 
 
 
 
 
EXAMES RADIOGRÁFICOS 
OBS.: caldwell = PA, Waters = PA, Towne = AP; 
Geralmente, pacientes que fraturam o arco zigomático, 
terão dificuldade em abertura de boca, pois a fratura 
comprometerá o processo coronóide; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Tomografia: padrão ouro; 
Pode ser feita em janela de tecidos moles, ósseos ou 
ainda reconstrução facial; 
A anatomia das tomografias são diferentes da 
anatomia real (topográfica); 
- Panorâmica; 
 
 
 
 
 
 
 
 
ARTIGO – ATENDIMENTO EMERGENCIAL 
DO PACIENTE PORTADOR DE 
TRAUMATISMO DE FACE 
Introdução: 
“Politraumatismo” é definido como lesões diversas que 
atingem mais de 1 região do corpo. 
Algumas regras devem ser seguidas para minimizar 
problemas maiores em relação a esses pacientes: 
1- Conhecimento interdisciplinar do CD; 
2- O CD mais experiente deve assumir a 
liderança; 
3- O paciente deve ser examinado de forma 
sistêmica e ser considerado como portador de lesão de 
coluna cervical, até que se prove ao contrário; 
Fisiopatologia do trauma: 
 
O trauma se estabelece quando há ruptura da 
integridade tecidual anatômica. Podendo apresentar 
lesões de tecido mole e/ou duro. 
LESÕES TECIDUAIS COMUNS NOS 
POLITRAUMATIZADOS: 
1. Contusões: 
Produzidos por agentes mecânicos rombos; 
Lesões teciduais sem que haja solução de continuidade; 
Também ecnontradas associadas a traumatismos 
dento-alveolares e fraturas de ossos faciais; 
Existem quatro graus: 
- Grau I: equimose – rotura de vasos e consequente 
hemorragia intersticial, de coloração violácea, 
modificando a cor a medida que vai desaparecendo; 
- Grau II: hematoma – rotura de vasos maiores e o 
sangue se acumula entre espaços anatômicos; 
- Grau III: necrose – desintegração tissular com 
comprometimento celular irreversível; 
- Grau IV: esmagamento - trituração tecidual com 
desintegração de elementos anatômicos; 
2. Feridas: 
Soluções de continuidade aparente da pele e/ou 
mucosa; 
Classificam-se como: 
- Escoriações: esfoliações da epiderme ou das mucosas, 
não atingindo partes profundas. Produzido por atrito 
na pele com superfície áspera. 
- Puntiformes: causadas por instrumentos perfurantes. 
- Incisas: resultado da ação de instrumentos cortantes e 
possuem duas bordas regulares bem nítidas. 
- Contusa: solução de continuidade e dos tecidos moles, 
apresentando borda irregular e esmagada. 
- Perfurocortantes: apresentam pequenas bordas 
regulares, nítidas e de grande profundidade. 
- Transfixante: solução de continuidade que atravessa 
toda a espessura dos tecidos atingidos, penetrando em 
um lado e saindo do outro. 
3. Fraturas ósseas: 
São soluções de continuidade do osso. 
Predominância: 
- entre 10-30 ano; 
- acidentes automobilísticos, agressões, quedas, 
acidentes esportivos/trabalho; 
DIAGNÓSTICO: 
1- Avaliação dos sinais vitais: 
a- Frequência cardíaca: 
- pulso radial 
- pulso carotídeo: avaliação em casos de trauma 
extensos, devido a vasoconstrição periférica, 
dificultando o pulso radial 
Faixa de normalidade: 60 a 80 bpm, de fácil percepção e 
cheio. 
O aumento da frequência pode indicar: hipovolemia, 
ansiedade – pulso torna-se difícil de aferição; 
A diminuição da frequência pode indicar debilidade 
cardíaca; 
b- Pressão arterial: 
Avaliada pela artéria braquial. 
Faixa de normalidade: 120x80mmHg, sendo normal até 
140x90. 
O aumento da pressão pode indicar: ansiedade ou 
processos patológicos. 
A diminuição da pressão pode indicar queda do volume 
circulatório ou deficiência cardíaca. 
c- Frequência respiratória: 
Aferida por expansão da caixa torácica. 
Faixa de normalidade: 16 a 20 respirações por minuto. 
O aumento indica ansiedade ou hipovolemia. 
A diminuição indica depressão respiratória, podendo 
evoluir para uma parada cardíaca. 
d- Temperatura corpórea: 
É usado um termômetro colocado na axila ou no reto. 
Faixa de normalidade: 36,5°C a 37,2°C. 
O aumento indica instalação de um processo 
infeccioso. 
A diminuição indica queda de volemia e tensão 
arterial. 
2- Exame clinico geral: 
Avalia-se: 
- estado das feridas e/ou fraturas por inspeção e 
palpação; 
- inspeção de globos oculares, narinas, cavidade oral, 
ouvidos, presença ou não de assimetria facial, 
movimentação ocular, má oclusão, mobilidade da 
musculatura cuticular e excreção salivar; 
- palpação das proeminências ósseas, contorno 
esquelético facial, tecidos moles, glândulas salivares, 
observando se há presença ou ausência de dor, 
crepitação, degraus, angulação e mobilidade nos ossos 
da face; 
3- Avaliação neurológica: 
Usa-se a escala de Coma de Glasgow (ECG). 
4- Exames radiográficos: 
As que mais se utilizam são: 
- axial de Hirtz; 
- perfil de OPN (raios moles); 
- PA de face fronto-násio e násio-mento; 
- PA de mandíbula; 
- lateral obliqua; 
- Towne ou AP de crânio; 
- perfil; 
- póstero-anterior de face; 
5- Outros exames complementares: 
Na presença de processos infecciosos, é necessário 
exames, como: hematócrito, plaquetometria e 
leucograma; 
ETAPAS DA CONDUTA: 
1- Liberação das vias aéreas superiores: 
Causas de obstrução das vias aéreas:queda da língua 
por perda de consciência ou fratura mandibular, 
presença de sangue, vômito, fragmentos ósseos, dentes, 
próteses deslocadas, etc. 
Para desobstrução: 
 Por substâncias ou fragmentos: faz-se uma 
rápida limpeza da cavidade oral e orofaringe, 
de forma manual ou com um aspirador ou 
sugador. 
 Em queda de língua por perda de consciência: 
paciente deve ter a língua tracionada para 
frente e a mandíbula anteriorizada por 
manipulação bimanual ao nível das regiões de 
ângulo da mandíbula. 
Intubação: a orotraqueal é preferível à nasotraqueal, 
visto que os pacientes geralmente apresentam 
sangramento nasal e fraturas, dificultando a passagem 
do tubo pelo nariz. A cricotireoidostomia é indicada na 
falha da intubação naso/orotraqueal, esmagamento de 
face com múltiplas fraturas, graves traumatismos de 
tecidos moles com obstrução nasal associada, edema ao 
nível da língua e mucosa da orofaringe. 
2- Estabilização da coluna cervical: 
Toda vítima de múltiplos traumas deve ser 
considerada como portadora de lesão da coluna cervical 
até que se prove o contrário. Suspeita-se de lesão 
cervical quando 
- paciente referir dor no local; 
- existir desnível a palpação dos processos espinhosos 
das vertebras cervicais; 
- alteração da sensibilidade ou motricidade dos 
membros; 
- história do trauma for sugestiva; 
Situações como essa, é necessário a imobilização da 
cervical com colares cervicais; 
3- Controle da hemorragia: 
Em hemorragias superficiais é feito compressão digital 
com ou sem compressa, por 10min. Já em hemorragias 
maiores, os vasos devem ser pinçados e/ou ligados. 
Sangramentos em cavidades devem ser tamponados 
com gaze umedecida ou não, hemostáticos ou 
coagulantes tópicos. 
A hipotensão arterial em politraumatizados ocorre pela 
hipovolemia. Para avaliar o estado hipovolêmico, 
observa-se: 
- nível de consciência: quando a volemia reduz a 50%, o 
paciente fica inconsciente; 
- perfusão sanguínea periférica: paciente apresenta-se 
pálido ou cianótico nas extremidades em caso de 
hipovolemia; 
- pulso: quando fino e rápido há hipovolemia; 
4- Sedação do paciente: 
Pacientes politraumatizados ficam agitados, tendo 
portanto sua PA aumentada, taquicardia e taquipnéia. 
Entretanto, não se deve utilizar sedativos que 
promovam depressão respiratória. 
5- Alivio da dor: 
- evitar manipular as feridas e fraturas; 
- evitar limpar as lesões com substancias cáusticas; 
- uso parenteral de analgésicos; 
- imobilização e redução da fratura, quando possível ou 
bandagem de emergência; 
6- Higienização do paciente: 
- remoção da roupa; 
- limpeza geral com água morna, sabão liquido e 
esponja; 
O objetivo é reduzir ao máximo a flora bacteriana. 
- cavidade oral: limpeza com escova de dente e 
detergente suave e água; 
- dentes abalados ou infeccionados devem ser 
removidos; 
7- Profilaxia antibiótica e antitetânica: 
Indicada para toda ferida potencialmentre 
contaminada. 
TRATAMENTO LOCAL DAS LESÕES 
TECIDUAIS: 
 Feridas: 
- limpeza: com sabão antisséptico neutro e cremoso e 
com soro fisiológico; 
- anestesia: local ou geral; 
- remoção de corpos estranhos; 
- debridamento: remove tecido cianótico ou isquêmico 
para ajudar na cicatrização; 
- hemostasia: feito com compreensão ou ligaduras; 
- sutura; 
- curativos; 
 Contusões: 
Aplicação de gelo na região nas primeiras 24h; 
- evolução rápida: curativo compressivo e após 48h, 
aplicação de calor ou infra-vermelho; 
Tratamento: remoção cirúrgica de tecidos lesados, 
sutura e curativo compressivo. 
 Fraturas: 
Redução + contenção + imobilização; 
- redução: recolocação da peça óssea em sua correta 
posição, podendo ser mecânica, manual ou cirúrgica; 
- contenção: manutenção dos segmentos de fraturas em 
sua posição após a redução, feito por osteossíntese 
direta ou indireta ou por estabilização; 
AVALIAÇÃO PRIMÁRIA 
X – Exsanguinação; 
A – Desobstrução das vias aéreas e proteção da coluna 
vertebral; 
B – Boa ventilação e respiração; 
C – Circulação com controle de hemorragia; 
D – Disfunção neurológica: Glasgow; 
E – Exposição total do paciente; 
C – A – B (mudança da sequencia) 
C – compressão 
A – ventilação 
B – respiração 
- imobilização: fixação das articulações próximas do 
osso fraturado; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RISCO CIRÚRGICO – EXAMES 
COMPLEMENTARES 
 
RISCO CIRÚRGICO/RISCO ANESTÉSICO 
Quando a anamnese e/ou exame físico nos direcionar a 
fazer a solicitação ao médico cardiologista; 
Risco anestésico = se o tipo de anestesia for geral ou 
através de sedação; 
Quando a anamnese e/ou exame físico nos direcionar a 
pedi-lo, sem que haja necessidade de solicitação de 
parecer médico ou para encaminhar o paciente para os 
riscos. 
Uso de bifosfonatos: diminui a reabsorção óssea, 
atuando nos osteoclastos, retardando sua ação (atuando 
na forma final da formação óssea). O CD precisa do 
osteoclasto em sua forma original, para evitar a 
osteonecrose após qualquer procedimento cirúrgico. O 
ideal é suspender o uso por 6 meses. 
 Objetivos do risco cirúrgico: 
Quantificar e modificar fatores de risco que possam 
aumentar a morbidade e mortalidade da cirurgia, a fim 
de melhorar o risco. 
Exemplo de risco cirúrgico para o médico: 
Ao Cardiologista, 
Solicito risco cirúrgico do Sr. A, x anos, o qual irá 
submetido a um procedimento odontológico sob 
anestesia local (Lidocaína 2% com Adrenalina 
1:100.000). Coloco-me a disposição. 
Cidade + data, assinatura e carimbo 
Exemplo de parecer médico: 
Ao medico assistente, 
Solicito parecer por escrito sobre o estado de saúde do 
Sr. A, x anos, o qual irá ser submetido a um 
procedimento odontológico sob anestesia local 
(Lidocaína a 2% com Adrenalina 1:100.000). Coloco-me 
a disposição. 
Cidade + data + carimbo + assinatura 
EXAMES PRÉ-OPERATÓRIOS 
Faz-se quando há doenças e/ou situações detectadas na 
anamnese e/ou no exame físico, como: 
- cirurgias; 
- hipertensão arterial sistêmica; 
- diabetes mellitus; 
- anemias; 
- mucosas hipocoradas; 
- atraso menstrual; 
- infecções; 
 Quais são? 
Exame de sangue, urina (EAS), radiografia de tórax 
(PA e perfil), ECG (+ cultura e antibiograma) – para 
procedimentos hospitalares sob anestesia geral; 
1- Exames de sangue: 
- Hemograma completo: exame pré operatório de 
rotina; 
- Glicemia de jejum: exame pré operatório de rotina; 
- Hemoglobina glicada (DM); 
- Na e K (cardiopatas); 
- TAP/TTPA/INR: anticoagulantes, antiagregantes, 
hepatopatas, exame pré-operatório de rotina; 
- Uréia/creatinina: função renal, exame pré-operatório 
de rotina; 
- TGO/TGP: função hepática, anticonvulsionantes, 
etilismo, doença hepática; 
- Fator RH e tipagem sanguínea: exame pré-operatório 
de rotina; 
- PCR: marcador inflamatório; 
- VHS; 
 Funções do sangue: 
- Glóbulos vermelhos/série vermelha: transporte de O2 
e CO2; 
- Glóbulos brancos/série branca: defesa do organismo, 
sistema imunológico e reparação tecidual, granulócitos 
e monócitos fazem a fagocitose, linfócitos (anticorpos); 
- Plaquetas: coagulação; 
- Plasma: componente liquido, transporte de O2, CO2, 
nutrientes... 
A- Hemograma: 
- são úteis na avaliação das anemias, além de 
evidenciar indicadores que podem ser correlacionados 
com infecções viróticas e bacterianas. 
- é um exame simples e de baixo custo; 
Dentro do hemograma, temos os seguintes resultados: 
Eritrograma: hematócrito, hemácias, hemoglobina, 
volume corpuscular médio, hemoglobina corpuscular 
média, concentração de hemoglobina corpuscular 
média e plaquetas. 
Leucograma: leucócitos. 
 Hematócrito: % do sangue composto por 
células após a centrifugação. 
Valor de referência: 40-54% em homens / 37 a 42% em 
mulheres; 
- Hematócrito baixo = anemias, leucemia, etilismo, 
insuficiência cardíaca, doenças pulmonares, baixo 
transportede O2; 
- Hematócrito alto = pacientes fumantes, moradores de 
regiões altas, asmáticos, policitemia, baixo fluxos nos 
vasos; 
- Outras situações que alteram o valor: desidratação, 
hemodiluição, hepatopatias, policitemia vera; 
Obs.: Língua careca = anemia perniciosa ou 
megaloblástica 
 Hemoglobina: 
- é a proteína das células que faz o transporte de O2; 
Valor de referência: 14 a 16g% em homens / 12 a 14g% 
em mulheres; 
- obs.: hemoglobina e hematócritos baixos indicam 
hemorragia ou anemia; 
 Eritrócitos: 
- É a mais abundante de todas as células do sangue; 
- Disco bicôncavo; 
- Grande deformalidade; 
- 2/3 da hemácia é água; 
- Variam de acordo com a idade, sexo, altitude, hábitos 
e doenças; 
- 90 a 95% de sua porção sólida; 
Valor de referência: 4,5 a 6,5 milhões/mm3 em homens 
/ 3,70 a 5 milhões/mm3 em mulheres; 
 Volume corpuscular médio (VCM): 
- indicam o tamanho médio dos eritrócitos; 
Valor de referência: 80 a 90 fl; 
- microcísticas, normocísticas ou macrocísticas; 
 Hemoglobina corpuscular média (HCM): 
- É a quantidade de hemoglobina na hemácia; 
- Classifica as anemias em: normocrômicas, 
hipocrômicas e hipercrômicas; 
- Seu resultado é dado em picogramas; 
Valor de referência: 27 a 32pg; 
- HCM = Hb/Ht 
 Concentração de hemoglobina corpuscular 
média (CHCM): 
- É a concentração de hemoglobina dentro de uma 
hemácia em porcentagem; 
- Como a coloração depende da quantidade de 
hemoglobina elas são chamadas de hipocrômicas (<32), 
hipercrômicas (>36) e hemácias normocrômicas (no 
intervalo de normalidade); 
Valor de referência: intervalo normal de 32 a 36g%; 
- CHCM (%) = Hb (g/dL) x 100 / Ht (%) 
 Red Cell Distribution Width (RDW): 
- É um índice que indica a anisocitose (variação de 
tamanho), sendo o normal de 11 a 14%, representando a 
porcentagem de variação dos volumes obtidos; 
- Nem todos os laboratórios fornecem o seu resultado 
no hemograma; 
- RDW aumentado = muito comum na anemia 
ferropriva; 
Obs.: a anemia é a redução do número de eritrócitos ou 
da concentração de hemoglobina no sangue (2 desvios 
padrão abaixo da média); 
 
B- Leucograma: 
- São responsáveis pela defesa do organismo, resposta 
imunológica e reparação tecidual, são encontradas no 
sangue, linfa e nos tecidos; 
- Tempo de vida = 24 a 48h; 
- Células: neutrófilos, eosinófilos, basófilos, linfócitos e 
monócitos; 
 Leucócitos: 
- baixo número: agranulocitose/leucopenia – 
imunossupressão, doença de tireoide, raça negra e 
quimioterapia; 
- maior número: leucocitose - infecções e neoplasias 
- normocitose: número normal de leucócitos, mas não 
conclusivo de normalidade; 
- leucemia: o número de leucócitos por estar 
aumentado, diminuído ou normal; 
- o número de leucócitos jovens pode causar aftas, 
ulcerações orais e hemorragia gengival; 
Valor de referência: 100% - 5000 a 10000/mm3; 
 Neutrófilo maduros ou segmentados: 
Representam cerca de 54 a 62% das células brancas, é o 
leucócito mais comum; 
- Neutrofilia: aumento do número – infecções agudas 
bacterianas, intoxicações, pós-operatórios, leucemia, 
tumores malignos, hemorragias copiosas, choque e 
queimadura; 
- Neutropenia: diminuição do número – gripe, 
mononucleose, hepatite aguda; 
Valor de referência: 54 a 62% - 2700 a 6200 
- obs.: infecção bacteriana = leucocitose + neutrofilia 
(aumento de segmentados); 
 Basófilos: 
Valor de referência: 0 a 1% - 0 a 100 
- aumento: indica alergia ou inflamação prolongada 
como asma, rinite, urticária; 
 Eosinófilos: 
- Eosinofilia: aumento do número – processos 
alérgicos, agudização e reagudização de processos 
específicos, verminoses, viroses, tumores malignos, 
período pós-irradiação; 
- Eosinopenia: diminuição do número – stress, 
infecções agudas e corticosteroides; 
Valor de referência: 2 a 5% - 100 a 500 
 Mielócitos: 
- neutrófilos jovens, ainda em fase de maturação; 
Valor de referência: 0% - 0 a 0 
 Metamielócitos: 
- células pouco mais maduras que os mielócitos; 
Valor de referência: 0 a 1% - 0 a 100 
 Bastões: 
Valor de referência: 3 a 5% - 150 a 500 
Mielócitos, Metamielócitos e bastões ou bastonetes: 
são os leucócitos jovens que deveriam estar na medula 
e podem ser convocadas e aparecem no sangue 
periférico em processos infecciosos, neoplásicos, 
hemorragias e medicamentos; 
 Linfócitos: 
- Linfocitose – aumento do número: infecções crônicas, 
infecções virais e leucemias linfocíticas; 
- Linfopenia ou Linfocitopenia – diminuição do 
número: AIDS, linfoma de Hodgkin, linfossarcoma e 
cirrose hepática; 
Valor de referência: 20 a 35% - 1000 a 3500 
 Monócitos: 
Valor de referência: 3 a 8% - 150 a 800 
- desvio para a direita = doenças neoplásicas 
- desvio para a esquerda = processos infecciosos 
virais (+ linfócitos) ou bacteriano (+ leucócitos e 
neutrófilos) 
C- Plaquetas: 
- São capazes de liberar a serotonina, ADP, 
tromboxano, protaglandinas, Ca, K, além de 
diversas fatores de coagulação; 
- São também chamados de trombócitos; 
- Não são células, mas fragmentos de células 
originados da fragmentação dos megacariócitos na 
medula óssea vermelha; 
- Função: desempenham importante papel no 
mecanismo da coagulação sanguínea produzindo 
tromboplastina ou tromboquinase (fator III); 
- A tromboplastina ou tromboquinase inativa a 
heparina ou antitrombina; 
- as plaquetas são responsáveis pela trombocitopenia, 
realizando a hemostasia, diminuindo o sangramento 
capilar e púrpura trombomcitopênica; 
 
Valores de referência: 150 000 a 300 000/mm3; 
 Exames de coagulação: 
- TAP OU TP (tempo de atividade de protrombina): É 
usado o método de Quick (12 seg). 
Alterações no exame pode indicar deficiência dos 
fatores de coagulação ou doença hepática; 
Avalia a extrínseca da coagulação – fatores II, VII, IX 
e X; 
Atenção a medicamentos como Xarelto, Warfarin e a 
doenças como sepse e hepatopatias; 
Fatores que impedem a agregação plaquetária (são 
antiagregantes plaquetários e antiplaquetários): DAC, 
angina estável, angina instável ou síndrome 
coronariana aguda, colocação de Stent e após 
angioplastia, AAS, ginkgo biloba (vasodilatador), erva 
de São João e arnica (fitoterápicos AINES), 
Ticlodipina, Clopidogrel, AINES; 
Fatores que impedem a síntese de vitamina K (II, V, 
VII e X): heparina (inibem os fatores II e X) – 
necessidade de suspensão por 6h antes do 
procedimento, Clexane-enoxaparina – heparina de 
baixo PM, Warfarina, Marevan, Marcoumar, Xarelto-
rivaroxabana (inibe o fator X), Pradaxa-dabigatrana, 
Eliquis – ABCIXIMAB (inibe o fator X), Eptifibatide 
e Tirofiban, insuficiência renal crônica, trombose em 
válvulas cardíacas, trombose venosa profunda, TEP 
(tromboembolismo pulmonar), fibrilação atrial, infarto 
agudo do miocárdio; 
- TTPA (tempo de atividade de protrombina); 
- INR (International Normalized Ratio): 
Valor normal: 1 a 1,4 – a pessoa que não faz uso de 
antiagregante e anticoagulante tem normalmente o 
INR=1; 
Um valor de INR=2 significa que a coagulação do 
sangue requer o dobro de tempo; 
INR=TAP do paciente/TAP da mistura de plasmas 
normais; 
 
 
- TGO; 
- TGP; 
 Velocidade de hemossedimentação (VHS): 
- mede o grau de sedimentação de glóbulos vermelhos 
em uma amostra de sangue durante um período 
especifico; 
- muito sensível, porém não especifico, que é 
frequentemente o primeiro indicador de doença 
quando outros sinais químicos e físicos estão normais; 
- o VHS aumenta significativamente em doenças 
inflamatórias disseminadas: elevadas podem indicar 
doença inflamatória localizada e câncer; 
 
D- PCR: 
- a proteína C reativa, produzida no fígado, é o 
principal marcador de fase aguda de processos 
inflamatórios e necróticos que ocorrem no organismo, 
principalmente processos inflamatórios associados a 
infecções bacterianas. 
- portanto, o exame PCR serve para investigar o estado 
inflamatório do indivíduo e avaliar o riscode doença 
cardiovascular; 
Valor normal: 6mg/L; 
- valores de PCR aumentado (indicando sepse) = 
alteração da coagulação; 
 
 
E-Glicemia em jejum: 
Valores normais: 70 a 99mg/dL; 
- o jejum deve ser no mínimo de 8h; 
- há permissão para ingestão de água; 
- na véspera: evitar bebidas alcoolicas, realizar 
exercícios físicos, ingestão de cafeína em grande 
quantidade; 
- diabetes mellitus: 
 
- indicações: obesos acima de 40 anos, idade maior que 
60 anos, história familiar de diabetes, uso de drogas 
hiperglicemiantes, pacientes em nutrição parenteral, 
cirurgia vascular periférica, pacientes incapazes de 
fornecer dados; 
 
 
 
 
 
 
 
F-Uréia e Creatinina: 
- indicações: insuficiência renal, diabetes mellitus, 
hipertensão arterial, idade maior que 60 anos e 
pacientes incapazes de fornecer dados; 
Valores normais de uréia: 10 a 40mg/dL; 
Valores normais de creatinina: 0,8 a 1,3mg/dL; 
- obs.: sepse altera os valores da função renal; 
G-Função Hepática: 
Valor de referência AST (aspartato aminotransferase) 
ou TGO (transaminase oxalacética): 5 a 50U por 1 de 
soro; 
Valor de referência ALT (alamina aminotransferase) 
ou TGP (transaminase pirúvica): 7 a 56U por 1 de soro; 
- indicações: insuficiência renal, etilismo, diabetes 
mellitus, idade maior que 60 anos, uso de esteroides ou 
diuréticos (K), cardiopatas em uso digital, uso de 
estatinas, drogas convulsionantes, hepatopatias, 
pacientes incapazes de fornecer dados e hipertensão 
arterial sistêmica; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TUMORES ODONTOGÊNICOS 
 
 Classificação atual da OMS de tumores 
odontogênicos e cistos odontogênicos: 
 
 
Tumor = neoplasia – é uma massa anormal de tecido 
que cresce mediante proliferação celular e pode 
continuar crescendo mesmo após cessar o estimulo. 
1866, Broca descreveu o primeiro tumor, o mais comum 
de todos os tumores odontogênicos. O odontoma do 
tipo misto é o mais frequente. 
O que são tumores odontogênicos? Grupo complexo de 
lesões de comportamento clinico e tipos histológicos 
diversos. 
Origem: tecidos formadores dos elementos dentários, 
algumas lesões podem exibir comportamento maligno, 
outras são malformações (hamartomas); 
 
 
 Ordem de maior prevalência: 
1- Odontoma 
2- Ameloblastoma 
3- Mixoma 
 
 
TUMORES ODONTOGÊNICOS EPITELIAIS 
- ameloblastoma; 
- ameloblastoma unicístico; 
- ameloblastoma extraósseo/periférico; 
- tumor odontogênico escamoso; 
- tumor odontogênico epitelial calcificante (tumor de 
Pindborg); 
- tumor odontogênico adenomatóide; 
1) Ameloblastomas: 
o Origem: 
- remanescentes da lamina dentária; 
- órgão do esmalte em desenvolvimento; 
- revestimento epitelial de um cisto odontogênico; 
- células da camada basal de mucosa bucal; 
 
o Características clinicas: 
- mais comum dos tumores odontogênicos epiteliais; 
- é benigno, mas localmente invasivo; 
- crescimento lento; 
- recidiva; 
- ampla faixa etária (raro em menor de 10 anos, 
incomum entre 10 e 19 anos); 
- prevalência maior entre 30 a 70 anos; 
- crescimento látero-lateral; 
- não há predileção quanto ao sexo; 
- maior prevalência nos negros; 
- multilocular (bolhas de sabão e favo de mel); 
- expansão cortical vestibular e lingual; 
- é comum reabsorções de raízes; 
- associação com 3 molares inferiores; 
- comum ter associação com cisto dentígero e 
ameloblastomas; 
- prevalência: 
 
 
o Diagnóstico diferencial: todas as lesões 
radiotransparentes odontogênicas ou não 
odontogênicas = exame histopatológico 
sempre! 
- mixoma: prevalência de 20-30 anos, maxilar é o mais 
afetado, aspecto radiográfico pode ser indistinguível do 
ameloblastoma; 
- querubismo: são lesões bilaterais, característica facial; 
- lesão central de células gigantes: mulheres, menos de 
30 anos, maior prevalência em mandíbula, aspecto 
radiográfico igual ao ameloblastoma; 
- queratocisto: crescimento entre os espaços medulares 
(anteroposterior); 
- hemangioma: aspiração positiva = sangue; 
o Classificação histológica: 
- folicular: o mais comum e de pior prognóstico; 
- plexiforme: melhor prognóstico; 
- acantamatoso; 
- de células granulares; 
- desmoplásico; 
- de células basais; 
o Tratamento e prognóstico: 
- enucleação (remoção apenas da lesão), curetagem (50 
a 90% de recidiva), ressecção em bloco (1cm a mais dos 
limites radiográficos) radioterapia, criocirurgia 
(usando o gelo), escleroterapia (queima do tecido com 
bisturi elétrico ou substancias escleróticas), 
eletrocauterização; 
- cura = 5 anos sem recidiva; 
o Aspectos radiográficos: 
- multilocular (aspecto de bolhas de sabão e favo de 
mel); 
- expansão cortical lingual e vestibular; 
- é comum reabsorção de raízes; 
- associação a 3 molares inferiores; 
2) Ameloblastomas unicístico: 
o Características clínicas: 
- neoplasia ou resultado de transformação neoplásica 
do epitélio de um cisto não neoplásico; 
- assintomático; 
- jovens – 50% na segunda década (23 anos); 
o Características radiográficas: 
- mandíbula – em região posterior (90%); 
- lesão radiotransparente que circunda a coroa de um 
terceiro molar inferior incluso sugere-se um cisto 
dentígero; 
o Diagnóstico diferencial: 
- cisto dentígero, cisto primordial, residual ou 
radicular, tumor odontogênico primordial; 
- achados cirúrgicos podem sugerir lesão cística; 
o Características histológicas: 
- ameloblastoma unicístico luminal; 
- ameloblastoma unicístico intralumial ou plexiforme; 
- ameloblastoma unicístico mural; 
o Tratamento e prognóstico: 
- normalmente são tratados como cistos, por 
enucleação/marsupialização-descompressão e posterior 
ressecção, dependendo do tipo histológico; 
- histopatológico; 
- ressecção local ou acompanhamento radiográfico; 
- recidiva de 10 a 20%; 
 
3) Ameloblastoma extraósseo/periférico: 
o Características clínicas: 
- excisão cirúrgica local; 
- comportamento clínico inofensivo; 
- recorrência entre 15 a 20%; 
- malignização pode ocorrer mas é raro; 
 
4) Tumor odontogênico escamoso: 
- Neoplasia odontogênica benigna intraóssea rara, 
embora algumas lesões periféricas tenham sido 
descritas; 
- idade de 8-74 anos; 
- apenas 40 casos; 
o Origem: 
- transformação neoplásica dos restos da lamina 
dentaria ou talvez dos restos epiteliais de Malassez; 
- ligamento periodontal que está associado a superfície 
radicular lateral de um dente irrupcionado; 
o Características clinicas: 
- distribuição aleatória nos processos alveolares de 
maxila e mandíbula; 
- pouca ocorrência de múltiplas lesões; 
- não há predileção por gênero; 
- aumento de volume indolor ou levemente dolorido 
(gengiva, mobilidade do dente envolvido): queixa mais 
comum; 
- 25% assintomáticos, por achados radiográficos; 
- no maxilar: pouco mais agressivo com tendência a 
invadir estruturas adjacentes (osso esponjoso e poroso); 
- lesões multicêntricas: curso menos agressivo, 
comportamento hemartomatoso, quando comparadas a 
lesões solitárias; 
- apenas 1 caso de transformação maligna; 
o Características radiográficas: 
- inespecíficas ou imagem radiolúcida mal definida ou 
apresentar cortical bem definida; 
- forma triangular lateral a raiz – pequenas (1,5cm de 
dm maior); 
 
o Características histopatológicas: 
- ilhas de variados tamanhos de epitélio pavimentoso 
de aparência benigna em um estroma de tecido 
conjuntivo fibroso maduro; 
- células epiteliais não apresentam polarização como 
nos ameloblastomas; 
- vacuolização e queratinização – aspectos mais 
comuns; 
- pequenos microcistos dentro das ilhas epiteliais; 
- podem ser observadas na capsula fibrosa dos cistos 
radiculares dentígeros; 
- corpos calcificados laminados e estruturas 
eosinofílicas globulares sem afinidade por corantes; 
o Tratamento e prognóstico: 
- excisão local conservadora ou a curetagem – efetivos; 
- a maioria não apresenta recidiva; 
- quando ocorre recidiva: resposta muito boa a nova

Continue navegando