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Título 
Direito Civil 
Número de Aulas por Semana 
 
Número de Semana de Aula 
3 
Tema 
PESSOA NATURAL – SEGUNDA PARTE – O FIM DA PERSONALIDADE CIVIL. 
Objetivos 
·                  Compreender a importância do nome civil como elemento externo distintivo da personalidade jurídica da pessoa. 
·                  Identificar os diversos estados civis da pessoa natural e o tratamento reservado pelo Código Civil brasileiro. A polêmica da alteração do registro civil do 
transexual. 
·                  Identificar nos dispositivos legais a regulação do estado civil . 
·                    Introduzir os conceitos jurídicos relativos ao fim da personalidade civil. 
·                    Compreender o significado e a aplicação do instituto da comoriência. 
·                    Identificar e caracterizar os efeItos jurídicos da ausência e da morte presumida no Código Civil. 
Estrutura do Conteúdo 
1.     O nome civil. Registro civil. 
2.     Alteração do registro civil. 
3.     O estado civil e domicílio civil. 
4.     Comoriência e ausência: caracterização e efeitos jurídicos. 
5.     Declaração da ausência: finalidade 
6.     Morte presumida: caracterização. 
  
O texto abaixo apresentado trata-se tão somente de um referencial sugerido ao professor para orientar o fluxo do conteúdo a ser ministrado ao longo das aulas acima 
referidas: 
  
O NOME CIVIL. REGISTRO CIVIL. 
  
Plano de Aula: Direito Civil
DIREITO CIVIL I 
Para o Direito, existem então as pessoas  – seres humanos que, enquanto pessoas, têm reconhecida sua personalidade – e as pessoas jurídicas – entes formados pela 
associação de indivíduos ou de patrimônio voltada para determinado fim comum a que o Direito ressalva uma personalidade jurídica independente das de seus idealizadores
ponto o profess focar na pessoa natural. 
O registro civil do nascimento da pessoa natural dota de formalidade e publicidade aquele fato jurídico que é o nascimento com vida, início da personalidade civil; apresenta o ind
sociedade, dando eficácia à sua personalidade. Neste sentido, sua natureza é declaratória “a pessoa humana dele não precisa para receber a sua qualidade de pessoa, [...]. 
Assim, a personalidade civil começa do nascimento com ”. 
Ao nascer, como ao longo da existência, a pessoa possui determinadas características que a qualificam juridicamente. Ao complexo de atributos, com efeitos jurídicos, que de
a condição da pessoa perante a sociedade, chamamos est -se estado civil a posição jurídica que alguém ocupa, em determinado momento, dentro do ordenamento jurídico. 
Segundo o Prof. Francisco 
O estado nasce de fatos jurídicos, como o nascimento, a idade, a filiação, a doença; de atos jurídicos, como o casamento, a emancipação; de decisões judiciais, como a separ
divorcio, a interdição. Tais circunstancias levam a caracterização de três estados: o familiar, o político e o pessoal ou in 
Para o Direito Civil, importa o estado do indivíduo de filho, de solteiro, casado, viúvo, separado ou div – tudo isso gera efeitos jurídicos no âmbito do direito de família –, como 
também importa o estado de maior idade, menor idade, emancipação, interdição, ausência, sexo masculino ou f – gerando efeitos no âmbito dos direitos da personalidade. O 
estado político, de brasileiro ou estrangeiro, importa ao direito constitucional. Em relação ao nosso estudo, -se o estado individual, em que se enquadra o sexo (status sexual). 
Os estados individuais, em geral, são atributos da personalidade, ou seja, i -na. E, por isso, são protegidos pelos direitos da personalidade. Além disso, “é também objeto de 
um direito subjetivo, o direito de estado, que protege o interesse da pessoa no reconhecimento e no gozo dess ” . Amaral releva, ainda, o fato de constituir um direito absoluto, 
oponível a toda a sociedade, que, portanto, todos devem respeitar; e público por ser reconhecido e protegido pelo  AMARAL, Francisco. Direito Civil: introdução. 2ª ed. aum. e 
atual. Rio de Janeiro: Renov 
O registro gera a presunção relativa do estado da pessoa, vez que é ele que dota de oponibilidade erga omnes as situações jurídicas da pessoa perante a sociedade. Contud
sempre a realidade jurídica retrata a realidade fática e, por isso, existem as ações de estado, afinal, é muitas vezes nec “defender seu estado contra eventuais atentados aos 
direitos dele dec ” . Elas têm por objetivo criar, modificar ou extinguir um estado – e aí, a sentença será constitutiva –; ou reconhecer um estado pré-existente o guarnecendo de 
eficácia – quando a sentença será declaratória.  
A QUESTÃO DO TRAN 
Ocorre que, o transexual, quando do seu nascimento, no registro civil, foi classificado segundo o seu aspecto sexual anatômico externo como pertencente a um dos sexos, ou f
ou masculino. Este, assentado em registro público, é o sexo civil. Porém, ressalvamos, neste momento, que a avaliação da fisionomia não é a única para a determinação do 
um indivíduo, como explicitado no primeiro capítulo do presente estudo. A averiguação do status sexual requer a conjugação dos aspectos biológico, psíquico e comporta
Somente o conjunto desses aspectos será capaz de apontar com maior fidelidade e compromisso a qual dos dois sexos pertence a pessoa. A regra, contudo, é que os três a
correspondam revelando uma identidade sexual, mas esta convergência harmônica pode não 
No caso do transexual operado, que possuía, em primeiro plano aquela inadequação corporal com a psiquê, o sexo civil, determinando comportamento na vida civil, na esfera ju
social em geral, imporá barreira para a realização da identidade sexual da  
Existe um interesse juridicamente relevante no gozo da identidade sexual. O conteúdo de tal interesse da pessoa é representado, essencialmente, no reconhecimento, sob t
aspectos da vida social, privada e pública, como sendo a mesma pertencente ao própr 
Com o transexual isso não acontece. Nesse segundo momento, então, a principal inadequação é a factual com a-formal. Se o registro tem publicidade, autenticidade, eficácia, 
não existe reconhecimento social da situação daquele indivíduo, do seu estado. A identidade sexual transcende o aspecto morfológico,  -se no campo da identificação psíquica 
de se pertencer a determinado gênero sexual que se externa com o comport 
A identidade sexual integra a identidade pessoal. O Professor Leoni, sobre o direito à identidade, citando Lorenzetti, sinaliza que o indivíduo possui identidade estática e di “A 
identidade e‘compreende o nome, a identificação física, a imagem. Isto está protegido pelas leis referentes ao nome, à capacidade e ao estado civil ’”. Essa é, então, a 
resguardada pelo direito à identidade. O direito à identidade sexual como direito à identidade pessoal, constitui direito da person OLIVEIRA, J. M. Leoni Lopes de. Direito Civil: 
teoria geral do direit ª ed. atual. e amp. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2000). 
DOMICÍLI 
O conceito de Domicílio Civil da pessoa natural é determinado pela combinação dos artigos 70 e 71 do NCC. Apenas encontraremos o domicílio civil se preenchermos 
requisitos determinados no artigo 70 do NCC 
Res- é o objeto do conceito, sendo este palpável. É o elemento externo e visível. Ex: uma casa, um prédio, um apartamento. 
Ânimo d- este é o elemento interno do domicílio civil. Sendo evidenciado por reflexos do indivíduo que demonstram seu interesse em permanecer em tal domicílio. Ex: receber 
correspondência, receber as 
Alguns autores determinam que o domicílio civil é constituído por um elemento objetivo e outro subjetivo. O elemento Objetivo é o objeto do conceito de residência. O el
Subjetivo é o elemento interno, o ânimo d 
No modelo brasileiro, reforçado pelo Código Civil, toda pessoa, natural ou  - de direito público interno ou de direito privado -, tem domicílio, que representa a fixação do lugar em 
que o sujeito, ativo ou passivo, da relação jurídica será encontrado, o qual expressa o centro nevrálgico de onde se irradiam interesses juridicamente rele 
O domicílio significa umagarantia jurídica, haja vista que funciona como cidadela em que se guarnecem os interess -jurídicos das pessoas naturais ou das pessoas jurídicas.  
Com o domicílio,  -se o perímetro em que se fixa o espaço jurídico dentro do qual se enclausura o titular, projetando feixes que se traduzem em direitos e obrigações.  
Do enraizamento da residência decorre o domicílio, como fenômeno material e psíquico que se projeta no âmbito em que prosperam as relações ju 
Sem residência, inexiste domicílio ; sem domicílio, -se o pleno exercício dos direitos civis, do nascimento à morte.  
De tão importante, o domicílio da pessoa natural, mesmo que não tenha residência habitual, será o lugar onde for enc 
Na configuração traçada pelo Código  -se em: 
a) domicílio da pessoa  
b) domicílio da pessoa jurídica, de direito público interno ou de direito  
c) domicílio nec 
d) domicíli 
e) domicílio eleito.-se a existência de mais de um domicílio tanto para a pessoa natural quanto para a pessoa jurídica de direito privado, razão por que se diz que o legislador 
perfilhou a escola que cultiva a pluralidade de d 
Domicílio da pessoa natural - Em conformidade com a definição legal, o domicílio da pessoa natural "é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo".  
Dois elementos se exigem para a definição do domicílio da pessoa  
a) a resid 
b) o ânimo definitivo. A residência é mais do que um fenômeno material, mediante o qual se distingue da moradia, que se traduz na certeza de que é episódica e transitória,
estaqueamento aprofundado, capaz de fixar a disposição perene ou d 
Ao residir, a pessoa mora com perenidade ou longevidade, fenômenos de cuja realidade se extrai a premissa de que há o ânimo de estabelecer o lugar como seu domicílio.
lembrar que, na hipótese em que a pessoa natural, por vontade ou necessidade, tenha mais de uma residência, onde, alternadamente, viva -se-á domicílio qualquer uma delas.  
C -se, ainda, domicílio o local em que a pessoa natural desenvolva a sua profissão.  
Por conseguinte, pl -se os domicílios da pessoa natural, quando exerce atividade profissional, haja vista que passam a ser, pelo menos, dois:  
a) o local em que estabelece a sua residência com ânimo defi 
b) o local em que pratica a sua atividade profi 
Se a profissão for explorada e exercitada em lugares diversos, em que se lhe concentram os interesses, cada um deles constituirá domicílio para as relações que lhe correspo 
Cabe advertir que não será qualquer emprego ou relação jurídica, por cuja execução se produza atividade laboral, que se capacitará a desenhar o local do trabalho como se d
Domicílio profissional não se confunde com o simples local de trabalho, categorias jurídicas que se diferenciam ideológica, social e juridic 
Na identidade do domicílio profissiona -se a presença de elementos em conformidade com os quais se caracteriza o exercício da profissão, que granjeia a certeza de que se 
trata de um sinal eloqüente capaz de di-lo do trabalho ordinário e dependente.  
É preciso que se exerça atividade profissional fim, com domínio sobre o comando técnico, administrativo e econômico, e não atividade profissional meio, para que se possa cara
o local, também, como d 
Com efeito, não se estimula a assertiva de que o empregado comum, com vínculo jurídico subordinante e protagonista de uma relação jurídica, cujo desfazimento pode se co
unilateralmente, pelo simples exercício da vontade de seu empregador, transforme o local em que presta serviço como extensão de seu domicílio, ainda que lá consuma jornad 
Cabe ressaltar que o domicílio profissional não abrange e não argola toda e qualquer relação da pessoa natural, mas somente aquela a que estiver conectado por força de amar
concernem à pr 
A atração do domicílio, no caso, depende da ligação entre o exercício da profissão e o local. D-se que a pessoa natural pode ter: 
a) mais de um domicílio do 
b) mais de um domicílio profiss 
c) domicílio doméstico e domicílio profi 
FIM DA PERSONALIDADE DA PESSOA N 
A existência da pessoa natural termina com a morte, conforme preconiza o artigo 6° do Códi 
A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quando aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura da sucessão definitiva. 
A morte marca o fim da personalidade física, faz cessar consequentemente a personalidade jurídica, sendo assim o homem compreendido em suas funções desaparece no m
de sua morte. Dessa forma, a morte irá cessar com a personalidade jurídica que o acompanhou durante a vida, enquanto ser autônomo de imputação de normas jurídicas. O d
não é susceptível de ser titular de direitos e obri 
Morte pre 
 . Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência: I – se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; II – se alguém, 
desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até 2 (dois) anos após o término d 
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar
provável do lanç 
No sistema do Código de 1916, não existia o instituto da morte presumida, a não ser para efeitos patrimoniais, nos casos de sucessão provisória e definitiva. Tal não implica e
da personalidade. É permitida a abertura da sucessão provisória ou definitiva do desaparecido, para proteção de seu patrimônio. -se, no entanto, a justificação judicial de morte 
nos termos do artigo 88 da Lei de Registros Públicos. Não se trata de presunção de morte. No entanto, mesmo que acolhida uma justificação nesse sentido, nada imped
pessoa surja posteriormente sã e salva, o que anula todos os atos praticados com sua morte justificada, pro-se os terceiros de boa-fé.  
No entanto, o novo ordenamento foi mais além, autorizando a declaração de morte presumida em outras situações, independentemente da declaração de ausência: "A posição 
pelo novo Código f   O instituto da ausência é tratado dentro da parte geral do diploma (artigos 22 ss.) e não mais no direito de família. 
Essa declaração de ausência tradicionalmente tem por finalidade a proteção do patrimônio do desaparecido levando à sucessão provisória e à sucessão definitiva. Os fins do i
são exclusivamente patrimoniais. No Código de 2002, expressamente o legislador aponta que sejam consideradas mortes presumidas as situações que autorizam a aber
sucessão definitiva (artigos 37 ss.). Nesse sentido dispõe o º da nova lei civil: "A existência da pessoa natural termina com a morte. Presume-se esta, quanto aos ausentes, 
nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão def 
Com 
art. 8 º. Se dois (dois) ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão 
simultaneamente 
Temos aqui preservada a regra da comoriência do Código Civil anterior. Só m º do art. (antes era art. 11), o texto se repetiu por inteiro. 
A regra da comoriência tem relevância principalmente nas questões do direito de sucessão. Para que seja aplicada é necessário que tenham morrido juntos parentes que
sucessores recíprocos, isto é, a morte de um tio e um sobrinho numa explosão de um avião, não requer a aplicação da regra da comoriência se esse tio tiver filhos e o sobrinho
herdeiro direto do tio. Um caso do uso da regra da comoriência seria o se“A” é único filho de “B”. "B" é casado com “C”. Pois bem, sabemos que na ordem de vocação 
hereditária a sucessão legítim -se na seguinte ordem: primeiro herdam os descendentes, depois os ascendentes, depois o cônjuge sobrevivente e por último os colaterais (o 
cônjuge concorre com os descendentes e com os ascendentes). Temos duas possibilidades para explicar essa r 
Se na morte conjunta “A” e “B”  (acidente de carro, por exemplo), for possível determinar que “A” morreu após “B”, haverá a passagem da herança de “B”(pai) para “A”(filho), 
resulta “C”(mãe) por ser a única herdeira de “A”(filho)ficará com herança todinha para ela. 
Se na morte conjunta “A” e “B” (explosão de um avião, por exemplo) for impossível a fixação do momento exato da morte de ambos, aplicar -se-á a comoriência, isto é, não 
haverá transmissão da herança, um não herdará do outro. Conseqüente“A” não herdará do pai  “B”. A herança de  “B” passará para aos seus pais. Se o cônjuge atender 
determinadas condições concorrerá na herança com os pais do falecido, isto é, se vivos o pai e a  “B”, à  “C”(esposa) restará um terço da herança de  “B”  (não ficará 
desamparada, p 
Au 
Pelo novo estatuto legal c -se ausente pessoa de que deixa o seu domicílio, sem deixar notícias suas e nem representante ou procurador que administre os seus bens. Nestes 
casos, a requerimento do MP ou de outro interessado, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência e nomeará curador pr 
Ao se analisar o tempo que perdura a ausência, três momentos distintos podem ser destacados,  
10.4.1 Curadoria dos bens do ausente: quando o desaparecimento é recente e a possibilidade de retorno do ausente é, portanto, bem grande, o legislador tem a preocupa
preservar os bens por ele deixados, evitando a sua deterioração. Nesta fase o juiz declara a ausência da pessoa e-lhe curador. 
Ao nomear o curador o juiz deve fixar os limites de seus deveres e suas obrigações (art. 24). Sua incumbência é zelar pela administração e conservação dos bens do ausent
nomeação deverá respeitar a ordem previamente estabelecida pelo legislador no artigo 25 do novo Código Civil. Neste inciso reside outra inovação trazida pelo novo diploma le
inclusão, no caput do artigo 25, do cônjuge separado de fato há mais de dois anos antes da declaração da ausência entre as exceções àqueles que seriam curadores legíti
antigo texto legal impedia apenas o cônjuge separado judicialmente de ser curador. Tal inclusão se explica pela entrada em vigor da Lei 6.515/77 (Lei de Divórcio), que prevê a h
de divórcio direto nos casos em que os cônjuges estejam separados de fato pelo referido período. Assim, se há a possibilidade de requerimento de divórcio, seria u -senso 
permitir que uma parte cuidasse dos bens deixados pe 
O mesmo dispositivo legal, adequado à nova realidade do mundo contemporâneo, foi modificado para conferir aos pais (e não mais ao pai, e em sua falta à mãe) a curadoria d
do ausente. -se, outrossim, a preferência anteriormente conferida aos varões em relação às mulheres. Atualmente todos têm igualdade de direitos em relação à curadoria dos 
bens do 
Sucessão Pro ainda nesta etapa o legislador se preocupa com a conservação dos bens do ausente, pois existe ainda a remota possibilidade de que este volte para retomar o 
que é seu de direito. A preocupação daquele é voltada mais para os herdeiros e credores e menos para o ausente. No que tange à sucessão provisória o novo Código Civil red
prazos para o seu requerimento. Com a sua entrada em vigor basta que decorra um ano da data da arrecadação dos bens do ausente, ou três anos no caso de haver sido 
mandatário constituído, para que os interessados possam requerer a declaração de ausência e abertura da sucessão provisória do  
A sucessão provisória é requerida como se o ausente estivesse morto, estabelecendo o legislador um rol de pessoas que têm legitimidade para requerer a sua abertura. São le
intere 
I) o cônjuge não separado judicialmente. Tem interesse em requerer a abertura da sucessão para que seu quinhão seja del 
II) os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários. Têm interesse, pois a decisão que declara a ausência confere a eles o domínio dos bens d 
Uma vez imitidos na posse dos bens, os seus herdeiros ficarão responsáveis por representar o ausente em juízo, tanto em relação às ações em curso, quanto em relação àque
eventualmente vierem a ser propostas contra ele ( 
III) aquele que tenha direito a algum bem do ausente subordinado à sua morte, como no caso do donatário que recebe uma doação subordinada à condição suspensiva da m
doador. Declarada a ausência do doador o donatário poderá requerer a abertura da sucessão provisória daquele para receber a propriedade do be 
IV) os credores de obrigações vencidas e não pagas. Com a morte do ausente as dívidas passam a ser devidas pelos seus herdeiros na proporção de seus quinhões. Neste 
credores poderão cobrar os seus créditos dos herdeiros do  
Vale salientar que mesmo com a abertura da sucessão provisória a probabilidade de volta do ausente, ainda que remota, existe. Por isso o legislado -se de diversos cuidados 
para evitar que os bens por ele deixados desapareçam. Podemos destacar a 
a) a decisão que declarar a ausência só produzirá efeitos após 180 dias da sua publicaçã-se de um prazo suplementar conferido ao ausente, para que volte e reivindique os 
seus bens. Entretanto, tão logo transite em julgado a sentença declaratória de ausência  -se-á a abertura de testamento, se houver, e ao inventário e partilha dos bens, como 
se morto fosse o 
b) a partilha dos bens deixados será feita, mas para que os herdeiros entrem na posse dos bens recebidos deverão prestar garantias, através de penhor (bens móveis) ou h
(bens imóveis), correspondentes ao valor dos quinhões que estejam recebendo (art. 30). Entretanto, o art º atenua esta exigência permitindo que os ascendentes, descentes e o 
cônjuge entrem na posse dos referidos bens, desde que comprovem a qualidade de herdeiros.-se-á o caput deste artigo, por exemplo, em relação aos herdeiros colaterais, ao 
Estado, ao Munic 
Se o herdeiro não tiver condições de prestar a garantia não poderá entrar na posse dos bens correspondentes ao seu quinhão e estes ficarão sob a responsabilidade do curado
outro herdeiro designado pelo juiz, que preste a garantia (art º). Poderá, entretanto, justificando a falta de condições de prestar a garantia, requerer seja-lhe entregue metade dos 
frutos e rendimentos do quinhão que caberia a ele ( 
c) os bens imóveis do ausente não poderão ser vendidos, salvo em caso de desapropriação pelo poder público ou para evitar que se deteriorem, e também não pode
hipotecados, salvo por determinação judicial (art. 31). Neste aspecto merece destaque a modificação trazida pelo novo Código Civil. O seu artigo 31 suprimiu a possibilid
alienação dos bens do ausente para  -los em títulos da dívida pública. Com a entrada em vigor do novo diploma somente é permitida a alienação dos bens do ausente em caso 
de desapropriação e para evitar a sua ruína. Inovação é a possibilidade d-lhes com a hipoteca, hipótese que não era prevista anteriormente. 
d) a renda produzida pelos bens cabentes aos descendentes, ascendentes e ao cônjuge, pertencerá a estes. Os demais herdeiros deverão capitalizar metade destes f
rendimentos de acordo com o artigo 29, e prestar contas ao juízo anualmente ( 
Durante o período da sucessão provisória ainda é possível que o ausente retorne, quando em vigência a posse provisória dos herdeirosMesmo procurando preservar ao má
patrimônio do ausente enquanto houver uma possibilidade, ainda que remota, de retorno, esta-se no Novo Código Civil uma espécie de punição para o caso deste retornar e 
se que a ausência foi voluntária e injustificada. Dispõe parágrafo único do artigo 33 que neste caso o ausente perderá o direito ao recebimento de sua parte nos frutos 
rendimentos produzidos pelos bens por ele deixados e arrecadados por seus herdeiros. A preocupação do legislador é clara: evitar que a pessoa desapareça sem motivo justo e
quando quiser, apro -se da boa-fé dos herdeiros que zelaram pela conservação de seus bens. 
Cumpre salientar, ainda, que durante o período da sucessão provisória ainda é possível que o ausente retorne, quando em vigência a posse provisória dos herdeiros. Pod
provado, outrossim, que o ausente se encontra vivo. Nestes casos, todas as vantagens que os herdeiros estiverem auferindo em relação aos bens do ausente cessam, e est
direito de recobrar a posse dos bens. Ocorre que, até a efetiva entrega destes bens aoausente, será de responsabilidade dos herdeiros a sua guarda e manutenção ( 
Sucessão De  seguindo a mesma linha do artigo 26, o legislador diminui, no artigo 37, o prazo para o requerimento da sucessão definitiva. Com a entrada em vigor do novo 
Código Civil, decorridos dez anos do trânsito em julgado da sentença concessiva da abertura da sucessão provisória, é permitido que os interessados requeiram a abertura da su
definitiva do ausente, bem como o levantamento das cauções anteriormente prestadas. Tal faculdade será ainda conferida a eles no caso de se provar que o ausente conta com
anos e há mais de cinco anos são suas últimas notícias. Nestes casos, o legislador, supondo certa a sua morte, seja pelo tempo decorrido, seja pela sua idade avançada, pas
preocupar somente com o direito dos seus herdeiros e permite que estes requeiram a conversão da sucessão provisória em definitiva, e o levantamento das cauções prestadas (
As demais restrições impostas em relação aos bens deixados pelo ausente também desap 
se em verdade de uma sucessão quase definitiva, pois, mesmo que a volta do ausente seja remotíssima face à enorme probabilidade de morte, ainda existe uma peque
possibilidade de 
Frente a esta possibilidade o legislador estabeleceu que, caso o ausente ou algum de seus ascendentes ou descendentes volte nos dez anos subseqüentes ao trânsito em jul
sentença que determinou a abertura da sucessão definitiva terão eles o direito de receber os seus bens no estado em que se encontrarem,-rogados em seu lugar ou o preço 
recebido pelos referidos bens alienados depois daquele tempo (abertura da sucessão definitiva) ( 
Voltando após dez anos da abertura da sucessão definitiva perde o ausente o direito aos bens, pois a partil -se irrevogável. Não havendo interessados em requerer a abertura da 
sucessão definitiva, a teor do artigo 39, § único, os bens arrecadados passarão para o domínio do Município ou do Distrito Federal, quando localizados nestas circunscrições, o
domínio d 
Referências bibliográficas: 
  
Nome do livro: Curso de Direito Civil Parte Geral Vol.1 - ISBN: 978853092792-9 
Nome do autor: NADER, Paulo. 
Editora: Rio de Janeiro: Forense 
Ano: 2008. 
Edição: 5a. ed. rev. e atualz. 
Nome do capítulo:  Capítulo IX –  Pessoa Natural 
N. de páginas do capítulo: 17 
Aplicação Prática Teórica 
CASO CONCRETO 1 
Alteração do registro civil. 
  
O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul autorizou a alteração do nome de um transexual. A mudança no registro de nascimento poderá ser feita 
logo depois da cirurgia de mudança de sexo. A decisão é da 7ª Câmara Cível. Cabe recurso. 
O recurso foi ajuizado por um jovem de 23 anos contra a decisão de primeira instância, que negou o pedido de retificação de registro civil. No 
processo, alegou que desde os 16 anos usa nome de mulher e por isso passa por situações constrangedoras. 
A relatora, desembargadora Maria Berenice Dias, acolheu os argumentos. “Há um descompasso entre o sexo anatômico e o psicológico, pois o 
transexual acredita ter nascido num corpo que não corresponde ao gênero por ele exteriorizado social, espiritual, emocional e sexualmente”, 
enfatizou. 
Tendo em conta o caso acima narrado, pergunta-se: 
1. O que vem a ser o registro civil de uma pessoa natural? 
2. A legislação civil brasileira prevê alteração de registro civil nos casos de transexualismo?  
3. O que é transexualismo? 
CASO CONCRETO 2 
Domicílio civil. Classificação. 
  
André de Lima e Silva, 17 anos, está mais do que feliz, afinal foi aprovado em Concurso Público promovido pela Secretaria de Ação Social da 
Prefeitura de Duque de Caxias. Ocorre que André reside alguns dias da semana na capital do Estado do Rio de Janeiro e outros dias da semana reside 
na cidade de Saquarema, no interior do Estado do Rio, onde mora sua querida tia Lilica Lima, surfista profissional, com quem aprendeu a pegar ondas 
desde pequenino. Com base nas informações acima fornecidas responda: 
a)     Onde será(ão) considerado(s) o(s) domicílio(s) de André? Justifique sua resposta com fundamento no Novo Código Civil. 
  
b) Qual(is) a(s) espécie(s) de domicílio(s) se apresenta(m) no caso em tela? 
  
CASO CONCRETO 3 
Término da existência da Pessoa Natural. Ausência 
Após um dia normal de trabalho em seu escritório, JOÃO DE DEUS HONÓRIO DOS SANTOS, advogado bem sucedido no ramo do direito empresarial, 40 
anos, chega em casa avisando a mulher e aos filhos que estava muito feliz, pois sua escola de samba ganhou o campeonato depois de 16 anos de 
espera e que ia à padaria comprar umas cervejas para comemorarem juntos. João saiu e nunca mais voltou, já faz nove anos, oito meses e quinze 
longos dias. Sendo certo que não deixou representante ou procurador.  
Pergunta-se: 
a)  O caso de João se trata de ausência ou morte presumida? 
b) Após todo esse tempo desaparecido, é correto afirmar que a propriedade dos bens de João poderá ser definitivamente entregue aos seus 
herdeiros? 
c) E se João Batista aparecer nove anos e onze meses depois alegando que fora abduzido por alienígenas, terá direito a ter seus bens de 
volta? 
  
Estácio de Sá Página 1 / 5
Título 
Direito Civil 
Número de Aulas por Semana 
 
Número de Semana de Aula 
3 
Tema 
PESSOA NATURAL – SEGUNDA PARTE – O FIM DA PERSONALIDADE CIVIL. 
Objetivos 
·                  Compreender a importância do nome civil como elemento externo distintivo da personalidade jurídica da pessoa. 
·                  Identificar os diversos estados civis da pessoa natural e o tratamento reservado pelo Código Civil brasileiro. A polêmica da alteração do registro civil do 
transexual. 
·                  Identificar nos dispositivos legais a regulação do estado civil . 
·                    Introduzir os conceitos jurídicos relativos ao fim da personalidade civil. 
·                    Compreender o significado e a aplicação do instituto da comoriência. 
·                    Identificar e caracterizar os efeItos jurídicos da ausência e da morte presumida no Código Civil. 
Estrutura do Conteúdo 
1.     O nome civil. Registro civil. 
2.     Alteração do registro civil. 
3.     O estado civil e domicílio civil. 
4.     Comoriência e ausência: caracterização e efeitos jurídicos. 
5.     Declaração da ausência: finalidade 
6.     Morte presumida: caracterização. 
  
O texto abaixo apresentado trata-se tão somente de um referencial sugerido ao professor para orientar o fluxo do conteúdo a ser ministrado ao longo das aulas acima 
referidas: 
  
O NOME CIVIL. REGISTRO CIVIL. 
  
Plano de Aula: Direito Civil
DIREITO CIVIL I 
Para o Direito, existem então as pessoas  – seres humanos que, enquanto pessoas, têm reconhecida sua personalidade – e as pessoas jurídicas – entes formados pela 
associação de indivíduos ou de patrimônio voltada para determinado fim comum a que o Direito ressalva uma personalidade jurídica independente das de seus idealizadores
ponto o profess focar na pessoa natural. 
O registro civil do nascimento da pessoa natural dota de formalidade e publicidade aquele fato jurídico que é o nascimento com vida, início da personalidade civil; apresenta o ind
sociedade, dando eficácia à sua personalidade. Neste sentido, sua natureza é declaratória “a pessoa humana dele não precisa para receber a sua qualidade de pessoa, [...]. 
Assim, a personalidade civil começa do nascimento com ”. 
Ao nascer, como ao longo da existência, a pessoa possui determinadas características que a qualificam juridicamente. Ao complexo de atributos, com efeitos jurídicos, que de
a condição da pessoa perante a sociedade, chamamos est -se estado civil a posição jurídica que alguém ocupa, em determinado momento, dentro do ordenamento jurídico. 
Segundo o Prof. Francisco 
O estado nasce de fatos jurídicos, como o nascimento, a idade, a filiação, a doença; de atos jurídicos, como o casamento, a emancipação; de decisões judiciais, como a separ
divorcio, a interdição. Tais circunstancias levam a caracterização de três estados: ofamiliar, o político e o pessoal ou in 
Para o Direito Civil, importa o estado do indivíduo de filho, de solteiro, casado, viúvo, separado ou div – tudo isso gera efeitos jurídicos no âmbito do direito de família –, como 
também importa o estado de maior idade, menor idade, emancipação, interdição, ausência, sexo masculino ou f – gerando efeitos no âmbito dos direitos da personalidade. O 
estado político, de brasileiro ou estrangeiro, importa ao direito constitucional. Em relação ao nosso estudo, -se o estado individual, em que se enquadra o sexo (status sexual). 
Os estados individuais, em geral, são atributos da personalidade, ou seja, i -na. E, por isso, são protegidos pelos direitos da personalidade. Além disso, “é também objeto de 
um direito subjetivo, o direito de estado, que protege o interesse da pessoa no reconhecimento e no gozo dess ” . Amaral releva, ainda, o fato de constituir um direito absoluto, 
oponível a toda a sociedade, que, portanto, todos devem respeitar; e público por ser reconhecido e protegido pelo  AMARAL, Francisco. Direito Civil: introdução. 2ª ed. aum. e 
atual. Rio de Janeiro: Renov 
O registro gera a presunção relativa do estado da pessoa, vez que é ele que dota de oponibilidade erga omnes as situações jurídicas da pessoa perante a sociedade. Contud
sempre a realidade jurídica retrata a realidade fática e, por isso, existem as ações de estado, afinal, é muitas vezes nec “defender seu estado contra eventuais atentados aos 
direitos dele dec ” . Elas têm por objetivo criar, modificar ou extinguir um estado – e aí, a sentença será constitutiva –; ou reconhecer um estado pré-existente o guarnecendo de 
eficácia – quando a sentença será declaratória.  
A QUESTÃO DO TRAN 
Ocorre que, o transexual, quando do seu nascimento, no registro civil, foi classificado segundo o seu aspecto sexual anatômico externo como pertencente a um dos sexos, ou f
ou masculino. Este, assentado em registro público, é o sexo civil. Porém, ressalvamos, neste momento, que a avaliação da fisionomia não é a única para a determinação do 
um indivíduo, como explicitado no primeiro capítulo do presente estudo. A averiguação do status sexual requer a conjugação dos aspectos biológico, psíquico e comporta
Somente o conjunto desses aspectos será capaz de apontar com maior fidelidade e compromisso a qual dos dois sexos pertence a pessoa. A regra, contudo, é que os três a
correspondam revelando uma identidade sexual, mas esta convergência harmônica pode não 
No caso do transexual operado, que possuía, em primeiro plano aquela inadequação corporal com a psiquê, o sexo civil, determinando comportamento na vida civil, na esfera ju
social em geral, imporá barreira para a realização da identidade sexual da  
Existe um interesse juridicamente relevante no gozo da identidade sexual. O conteúdo de tal interesse da pessoa é representado, essencialmente, no reconhecimento, sob t
aspectos da vida social, privada e pública, como sendo a mesma pertencente ao própr 
Com o transexual isso não acontece. Nesse segundo momento, então, a principal inadequação é a factual com a-formal. Se o registro tem publicidade, autenticidade, eficácia, 
não existe reconhecimento social da situação daquele indivíduo, do seu estado. A identidade sexual transcende o aspecto morfológico,  -se no campo da identificação psíquica 
de se pertencer a determinado gênero sexual que se externa com o comport 
A identidade sexual integra a identidade pessoal. O Professor Leoni, sobre o direito à identidade, citando Lorenzetti, sinaliza que o indivíduo possui identidade estática e di “A 
identidade e‘compreende o nome, a identificação física, a imagem. Isto está protegido pelas leis referentes ao nome, à capacidade e ao estado civil ’”. Essa é, então, a 
resguardada pelo direito à identidade. O direito à identidade sexual como direito à identidade pessoal, constitui direito da person OLIVEIRA, J. M. Leoni Lopes de. Direito Civil: 
teoria geral do direit ª ed. atual. e amp. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2000). 
DOMICÍLI 
O conceito de Domicílio Civil da pessoa natural é determinado pela combinação dos artigos 70 e 71 do NCC. Apenas encontraremos o domicílio civil se preenchermos 
requisitos determinados no artigo 70 do NCC 
Res- é o objeto do conceito, sendo este palpável. É o elemento externo e visível. Ex: uma casa, um prédio, um apartamento. 
Ânimo d- este é o elemento interno do domicílio civil. Sendo evidenciado por reflexos do indivíduo que demonstram seu interesse em permanecer em tal domicílio. Ex: receber 
correspondência, receber as 
Alguns autores determinam que o domicílio civil é constituído por um elemento objetivo e outro subjetivo. O elemento Objetivo é o objeto do conceito de residência. O el
Subjetivo é o elemento interno, o ânimo d 
No modelo brasileiro, reforçado pelo Código Civil, toda pessoa, natural ou  - de direito público interno ou de direito privado -, tem domicílio, que representa a fixação do lugar em 
que o sujeito, ativo ou passivo, da relação jurídica será encontrado, o qual expressa o centro nevrálgico de onde se irradiam interesses juridicamente rele 
O domicílio significa uma garantia jurídica, haja vista que funciona como cidadela em que se guarnecem os interess -jurídicos das pessoas naturais ou das pessoas jurídicas.  
Com o domicílio,  -se o perímetro em que se fixa o espaço jurídico dentro do qual se enclausura o titular, projetando feixes que se traduzem em direitos e obrigações.  
Do enraizamento da residência decorre o domicílio, como fenômeno material e psíquico que se projeta no âmbito em que prosperam as relações ju 
Sem residência, inexiste domicílio ; sem domicílio, -se o pleno exercício dos direitos civis, do nascimento à morte.  
De tão importante, o domicílio da pessoa natural, mesmo que não tenha residência habitual, será o lugar onde for enc 
Na configuração traçada pelo Código  -se em: 
a) domicílio da pessoa  
b) domicílio da pessoa jurídica, de direito público interno ou de direito  
c) domicílio nec 
d) domicíli 
e) domicílio eleito.-se a existência de mais de um domicílio tanto para a pessoa natural quanto para a pessoa jurídica de direito privado, razão por que se diz que o legislador 
perfilhou a escola que cultiva a pluralidade de d 
Domicílio da pessoa natural - Em conformidade com a definição legal, o domicílio da pessoa natural "é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo".  
Dois elementos se exigem para a definição do domicílio da pessoa  
a) a resid 
b) o ânimo definitivo. A residência é mais do que um fenômeno material, mediante o qual se distingue da moradia, que se traduz na certeza de que é episódica e transitória,
estaqueamento aprofundado, capaz de fixar a disposição perene ou d 
Ao residir, a pessoa mora com perenidade ou longevidade, fenômenos de cuja realidade se extrai a premissa de que há o ânimo de estabelecer o lugar como seu domicílio.
lembrar que, na hipótese em que a pessoa natural, por vontade ou necessidade, tenha mais de uma residência, onde, alternadamente, viva -se-á domicílio qualquer uma delas.  
C -se, ainda, domicílio o local em que a pessoa natural desenvolva a sua profissão.  
Por conseguinte, pl -se os domicílios da pessoa natural, quando exerce atividade profissional, haja vista que passam a ser, pelo menos, dois:  
a) o local em que estabelece a sua residência com ânimo defi 
b) o local em que pratica a sua atividade profi 
Se a profissão for explorada e exercitada em lugares diversos, em que se lhe concentram os interesses, cada um deles constituirá domicílio para as relações que lhe correspo 
Cabe advertir que não será qualquer emprego ou relação jurídica, por cuja execução se produza atividade laboral, que se capacitará a desenhar o local do trabalho como se d
Domicílio profissional não se confunde com o simples local de trabalho, categorias jurídicas que se diferenciam ideológica, social e juridic 
Na identidade do domicílio profissiona -se a presença de elementosem conformidade com os quais se caracteriza o exercício da profissão, que granjeia a certeza de que se 
trata de um sinal eloqüente capaz de di-lo do trabalho ordinário e dependente.  
É preciso que se exerça atividade profissional fim, com domínio sobre o comando técnico, administrativo e econômico, e não atividade profissional meio, para que se possa cara
o local, também, como d 
Com efeito, não se estimula a assertiva de que o empregado comum, com vínculo jurídico subordinante e protagonista de uma relação jurídica, cujo desfazimento pode se co
unilateralmente, pelo simples exercício da vontade de seu empregador, transforme o local em que presta serviço como extensão de seu domicílio, ainda que lá consuma jornad 
Cabe ressaltar que o domicílio profissional não abrange e não argola toda e qualquer relação da pessoa natural, mas somente aquela a que estiver conectado por força de amar
concernem à pr 
A atração do domicílio, no caso, depende da ligação entre o exercício da profissão e o local. D-se que a pessoa natural pode ter: 
a) mais de um domicílio do 
b) mais de um domicílio profiss 
c) domicílio doméstico e domicílio profi 
FIM DA PERSONALIDADE DA PESSOA N 
A existência da pessoa natural termina com a morte, conforme preconiza o artigo 6° do Códi 
A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quando aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura da sucessão definitiva. 
A morte marca o fim da personalidade física, faz cessar consequentemente a personalidade jurídica, sendo assim o homem compreendido em suas funções desaparece no m
de sua morte. Dessa forma, a morte irá cessar com a personalidade jurídica que o acompanhou durante a vida, enquanto ser autônomo de imputação de normas jurídicas. O d
não é susceptível de ser titular de direitos e obri 
Morte pre 
 . Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência: I – se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; II – se alguém, 
desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até 2 (dois) anos após o término d 
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar
provável do lanç 
No sistema do Código de 1916, não existia o instituto da morte presumida, a não ser para efeitos patrimoniais, nos casos de sucessão provisória e definitiva. Tal não implica e
da personalidade. É permitida a abertura da sucessão provisória ou definitiva do desaparecido, para proteção de seu patrimônio. -se, no entanto, a justificação judicial de morte 
nos termos do artigo 88 da Lei de Registros Públicos. Não se trata de presunção de morte. No entanto, mesmo que acolhida uma justificação nesse sentido, nada imped
pessoa surja posteriormente sã e salva, o que anula todos os atos praticados com sua morte justificada, pro-se os terceiros de boa-fé.  
No entanto, o novo ordenamento foi mais além, autorizando a declaração de morte presumida em outras situações, independentemente da declaração de ausência: "A posição 
pelo novo Código f   O instituto da ausência é tratado dentro da parte geral do diploma (artigos 22 ss.) e não mais no direito de família. 
Essa declaração de ausência tradicionalmente tem por finalidade a proteção do patrimônio do desaparecido levando à sucessão provisória e à sucessão definitiva. Os fins do i
são exclusivamente patrimoniais. No Código de 2002, expressamente o legislador aponta que sejam consideradas mortes presumidas as situações que autorizam a aber
sucessão definitiva (artigos 37 ss.). Nesse sentido dispõe o º da nova lei civil: "A existência da pessoa natural termina com a morte. Presume-se esta, quanto aos ausentes, 
nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão def 
Com 
art. 8 º. Se dois (dois) ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão 
simultaneamente 
Temos aqui preservada a regra da comoriência do Código Civil anterior. Só m º do art. (antes era art. 11), o texto se repetiu por inteiro. 
A regra da comoriência tem relevância principalmente nas questões do direito de sucessão. Para que seja aplicada é necessário que tenham morrido juntos parentes que
sucessores recíprocos, isto é, a morte de um tio e um sobrinho numa explosão de um avião, não requer a aplicação da regra da comoriência se esse tio tiver filhos e o sobrinho
herdeiro direto do tio. Um caso do uso da regra da comoriência seria o se“A” é único filho de “B”. "B" é casado com “C”. Pois bem, sabemos que na ordem de vocação 
hereditária a sucessão legítim -se na seguinte ordem: primeiro herdam os descendentes, depois os ascendentes, depois o cônjuge sobrevivente e por último os colaterais (o 
cônjuge concorre com os descendentes e com os ascendentes). Temos duas possibilidades para explicar essa r 
Se na morte conjunta “A” e “B”  (acidente de carro, por exemplo), for possível determinar que “A” morreu após “B”, haverá a passagem da herança de “B”(pai) para “A”(filho), 
resulta “C”(mãe) por ser a única herdeira de “A”(filho) ficará com herança todinha para ela. 
Se na morte conjunta “A” e “B” (explosão de um avião, por exemplo) for impossível a fixação do momento exato da morte de ambos, aplicar -se-á a comoriência, isto é, não 
haverá transmissão da herança, um não herdará do outro. Conseqüente“A” não herdará do pai  “B”. A herança de  “B” passará para aos seus pais. Se o cônjuge atender 
determinadas condições concorrerá na herança com os pais do falecido, isto é, se vivos o pai e a  “B”, à  “C”(esposa) restará um terço da herança de  “B”  (não ficará 
desamparada, p 
Au 
Pelo novo estatuto legal c -se ausente pessoa de que deixa o seu domicílio, sem deixar notícias suas e nem representante ou procurador que administre os seus bens. Nestes 
casos, a requerimento do MP ou de outro interessado, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência e nomeará curador pr 
Ao se analisar o tempo que perdura a ausência, três momentos distintos podem ser destacados,  
10.4.1 Curadoria dos bens do ausente: quando o desaparecimento é recente e a possibilidade de retorno do ausente é, portanto, bem grande, o legislador tem a preocupa
preservar os bens por ele deixados, evitando a sua deterioração. Nesta fase o juiz declara a ausência da pessoa e-lhe curador. 
Ao nomear o curador o juiz deve fixar os limites de seus deveres e suas obrigações (art. 24). Sua incumbência é zelar pela administração e conservação dos bens do ausent
nomeação deverá respeitar a ordem previamente estabelecida pelo legislador no artigo 25 do novo Código Civil. Neste inciso reside outra inovação trazida pelo novo diploma le
inclusão, no caput do artigo 25, do cônjuge separado de fato há mais de dois anos antes da declaração da ausência entre as exceções àqueles que seriam curadores legíti
antigo texto legal impedia apenas o cônjuge separado judicialmente de ser curador. Tal inclusão se explica pela entrada em vigor da Lei 6.515/77 (Lei de Divórcio), que prevê a h
de divórcio direto nos casos em que os cônjuges estejam separados de fato pelo referido período. Assim, se há a possibilidade de requerimento de divórcio, seria u -senso 
permitir que uma parte cuidasse dos bens deixados pe 
O mesmo dispositivo legal, adequado à nova realidade do mundo contemporâneo, foi modificado para conferir aos pais (e não mais ao pai, e em sua falta à mãe) a curadoria d
do ausente. -se, outrossim, a preferência anteriormente conferida aos varões em relação às mulheres. Atualmente todos têm igualdade de direitos em relação à curadoria dos 
bens do 
Sucessão Pro ainda nesta etapa o legislador se preocupa com a conservação dos bens do ausente, pois existe ainda a remota possibilidade de que este volte para retomar o 
que é seu de direito. A preocupação daquele é voltada mais para os herdeiros e credores e menos para o ausente. No que tange àsucessão provisória o novo Código Civil red
prazos para o seu requerimento. Com a sua entrada em vigor basta que decorra um ano da data da arrecadação dos bens do ausente, ou três anos no caso de haver sido 
mandatário constituído, para que os interessados possam requerer a declaração de ausência e abertura da sucessão provisória do  
A sucessão provisória é requerida como se o ausente estivesse morto, estabelecendo o legislador um rol de pessoas que têm legitimidade para requerer a sua abertura. São le
intere 
I) o cônjuge não separado judicialmente. Tem interesse em requerer a abertura da sucessão para que seu quinhão seja del 
II) os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários. Têm interesse, pois a decisão que declara a ausência confere a eles o domínio dos bens d 
Uma vez imitidos na posse dos bens, os seus herdeiros ficarão responsáveis por representar o ausente em juízo, tanto em relação às ações em curso, quanto em relação àque
eventualmente vierem a ser propostas contra ele ( 
III) aquele que tenha direito a algum bem do ausente subordinado à sua morte, como no caso do donatário que recebe uma doação subordinada à condição suspensiva da m
doador. Declarada a ausência do doador o donatário poderá requerer a abertura da sucessão provisória daquele para receber a propriedade do be 
IV) os credores de obrigações vencidas e não pagas. Com a morte do ausente as dívidas passam a ser devidas pelos seus herdeiros na proporção de seus quinhões. Neste 
credores poderão cobrar os seus créditos dos herdeiros do  
Vale salientar que mesmo com a abertura da sucessão provisória a probabilidade de volta do ausente, ainda que remota, existe. Por isso o legislado -se de diversos cuidados 
para evitar que os bens por ele deixados desapareçam. Podemos destacar a 
a) a decisão que declarar a ausência só produzirá efeitos após 180 dias da sua publicaçã-se de um prazo suplementar conferido ao ausente, para que volte e reivindique os 
seus bens. Entretanto, tão logo transite em julgado a sentença declaratória de ausência  -se-á a abertura de testamento, se houver, e ao inventário e partilha dos bens, como 
se morto fosse o 
b) a partilha dos bens deixados será feita, mas para que os herdeiros entrem na posse dos bens recebidos deverão prestar garantias, através de penhor (bens móveis) ou h
(bens imóveis), correspondentes ao valor dos quinhões que estejam recebendo (art. 30). Entretanto, o art º atenua esta exigência permitindo que os ascendentes, descentes e o 
cônjuge entrem na posse dos referidos bens, desde que comprovem a qualidade de herdeiros.-se-á o caput deste artigo, por exemplo, em relação aos herdeiros colaterais, ao 
Estado, ao Munic 
Se o herdeiro não tiver condições de prestar a garantia não poderá entrar na posse dos bens correspondentes ao seu quinhão e estes ficarão sob a responsabilidade do curado
outro herdeiro designado pelo juiz, que preste a garantia (art º). Poderá, entretanto, justificando a falta de condições de prestar a garantia, requerer seja-lhe entregue metade dos 
frutos e rendimentos do quinhão que caberia a ele ( 
c) os bens imóveis do ausente não poderão ser vendidos, salvo em caso de desapropriação pelo poder público ou para evitar que se deteriorem, e também não pode
hipotecados, salvo por determinação judicial (art. 31). Neste aspecto merece destaque a modificação trazida pelo novo Código Civil. O seu artigo 31 suprimiu a possibilid
alienação dos bens do ausente para  -los em títulos da dívida pública. Com a entrada em vigor do novo diploma somente é permitida a alienação dos bens do ausente em caso 
de desapropriação e para evitar a sua ruína. Inovação é a possibilidade d-lhes com a hipoteca, hipótese que não era prevista anteriormente. 
d) a renda produzida pelos bens cabentes aos descendentes, ascendentes e ao cônjuge, pertencerá a estes. Os demais herdeiros deverão capitalizar metade destes f
rendimentos de acordo com o artigo 29, e prestar contas ao juízo anualmente ( 
Durante o período da sucessão provisória ainda é possível que o ausente retorne, quando em vigência a posse provisória dos herdeirosMesmo procurando preservar ao má
patrimônio do ausente enquanto houver uma possibilidade, ainda que remota, de retorno, esta-se no Novo Código Civil uma espécie de punição para o caso deste retornar e 
se que a ausência foi voluntária e injustificada. Dispõe parágrafo único do artigo 33 que neste caso o ausente perderá o direito ao recebimento de sua parte nos frutos 
rendimentos produzidos pelos bens por ele deixados e arrecadados por seus herdeiros. A preocupação do legislador é clara: evitar que a pessoa desapareça sem motivo justo e
quando quiser, apro -se da boa-fé dos herdeiros que zelaram pela conservação de seus bens. 
Cumpre salientar, ainda, que durante o período da sucessão provisória ainda é possível que o ausente retorne, quando em vigência a posse provisória dos herdeiros. Pod
provado, outrossim, que o ausente se encontra vivo. Nestes casos, todas as vantagens que os herdeiros estiverem auferindo em relação aos bens do ausente cessam, e est
direito de recobrar a posse dos bens. Ocorre que, até a efetiva entrega destes bens ao ausente, será de responsabilidade dos herdeiros a sua guarda e manutenção ( 
Sucessão De  seguindo a mesma linha do artigo 26, o legislador diminui, no artigo 37, o prazo para o requerimento da sucessão definitiva. Com a entrada em vigor do novo 
Código Civil, decorridos dez anos do trânsito em julgado da sentença concessiva da abertura da sucessão provisória, é permitido que os interessados requeiram a abertura da su
definitiva do ausente, bem como o levantamento das cauções anteriormente prestadas. Tal faculdade será ainda conferida a eles no caso de se provar que o ausente conta com
anos e há mais de cinco anos são suas últimas notícias. Nestes casos, o legislador, supondo certa a sua morte, seja pelo tempo decorrido, seja pela sua idade avançada, pas
preocupar somente com o direito dos seus herdeiros e permite que estes requeiram a conversão da sucessão provisória em definitiva, e o levantamento das cauções prestadas (
As demais restrições impostas em relação aos bens deixados pelo ausente também desap 
se em verdade de uma sucessão quase definitiva, pois, mesmo que a volta do ausente seja remotíssima face à enorme probabilidade de morte, ainda existe uma peque
possibilidade de 
Frente a esta possibilidade o legislador estabeleceu que, caso o ausente ou algum de seus ascendentes ou descendentes volte nos dez anos subseqüentes ao trânsito em jul
sentença que determinou a abertura da sucessão definitiva terão eles o direito de receber os seus bens no estado em que se encontrarem,-rogados em seu lugar ou o preço 
recebido pelos referidos bens alienados depois daquele tempo (abertura da sucessão definitiva) ( 
Voltando após dez anos da abertura da sucessão definitiva perde o ausente o direito aos bens, pois a partil -se irrevogável. Não havendo interessados em requerer a abertura da 
sucessão definitiva, a teor do artigo 39, § único, os bens arrecadados passarão para o domínio do Município ou do Distrito Federal, quando localizados nestas circunscrições, o
domínio d 
Referências bibliográficas: 
  
Nome do livro: Curso de Direito Civil Parte Geral Vol.1 - ISBN: 978853092792-9 
Nome do autor: NADER, Paulo. 
Editora: Rio de Janeiro: Forense 
Ano: 2008. 
Edição: 5a. ed. rev. e atualz. 
Nome do capítulo:  Capítulo IX –  Pessoa Natural 
N. de páginas do capítulo: 17 
Aplicação Prática Teórica 
CASO CONCRETO 1 
Alteração do registro civil. 
  
O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul autorizou a alteração do nome de um transexual. A mudança no registro de nascimento poderá ser feita 
logo depois da cirurgia de mudança de sexo. A decisão é da 7ª Câmara Cível. Cabe recurso. 
O recurso foi ajuizado por um jovem de 23 anos contra a decisão de primeira instância, que negou o pedido de retificação de registro civil. No 
processo, alegou que desde os 16 anos usa nome de mulher e por isso passa por situaçõesconstrangedoras. 
A relatora, desembargadora Maria Berenice Dias, acolheu os argumentos. “Há um descompasso entre o sexo anatômico e o psicológico, pois o 
transexual acredita ter nascido num corpo que não corresponde ao gênero por ele exteriorizado social, espiritual, emocional e sexualmente”, 
enfatizou. 
Tendo em conta o caso acima narrado, pergunta-se: 
1. O que vem a ser o registro civil de uma pessoa natural? 
2. A legislação civil brasileira prevê alteração de registro civil nos casos de transexualismo?  
3. O que é transexualismo? 
CASO CONCRETO 2 
Domicílio civil. Classificação. 
  
André de Lima e Silva, 17 anos, está mais do que feliz, afinal foi aprovado em Concurso Público promovido pela Secretaria de Ação Social da 
Prefeitura de Duque de Caxias. Ocorre que André reside alguns dias da semana na capital do Estado do Rio de Janeiro e outros dias da semana reside 
na cidade de Saquarema, no interior do Estado do Rio, onde mora sua querida tia Lilica Lima, surfista profissional, com quem aprendeu a pegar ondas 
desde pequenino. Com base nas informações acima fornecidas responda: 
a)     Onde será(ão) considerado(s) o(s) domicílio(s) de André? Justifique sua resposta com fundamento no Novo Código Civil. 
  
b) Qual(is) a(s) espécie(s) de domicílio(s) se apresenta(m) no caso em tela? 
  
CASO CONCRETO 3 
Término da existência da Pessoa Natural. Ausência 
Após um dia normal de trabalho em seu escritório, JOÃO DE DEUS HONÓRIO DOS SANTOS, advogado bem sucedido no ramo do direito empresarial, 40 
anos, chega em casa avisando a mulher e aos filhos que estava muito feliz, pois sua escola de samba ganhou o campeonato depois de 16 anos de 
espera e que ia à padaria comprar umas cervejas para comemorarem juntos. João saiu e nunca mais voltou, já faz nove anos, oito meses e quinze 
longos dias. Sendo certo que não deixou representante ou procurador.  
Pergunta-se: 
a)  O caso de João se trata de ausência ou morte presumida? 
b) Após todo esse tempo desaparecido, é correto afirmar que a propriedade dos bens de João poderá ser definitivamente entregue aos seus 
herdeiros? 
c) E se João Batista aparecer nove anos e onze meses depois alegando que fora abduzido por alienígenas, terá direito a ter seus bens de 
volta? 
  
Estácio de Sá Página 2 / 5
Título 
Direito Civil 
Número de Aulas por Semana 
 
Número de Semana de Aula 
3 
Tema 
PESSOA NATURAL – SEGUNDA PARTE – O FIM DA PERSONALIDADE CIVIL. 
Objetivos 
·                  Compreender a importância do nome civil como elemento externo distintivo da personalidade jurídica da pessoa. 
·                  Identificar os diversos estados civis da pessoa natural e o tratamento reservado pelo Código Civil brasileiro. A polêmica da alteração do registro civil do 
transexual. 
·                  Identificar nos dispositivos legais a regulação do estado civil . 
·                    Introduzir os conceitos jurídicos relativos ao fim da personalidade civil. 
·                    Compreender o significado e a aplicação do instituto da comoriência. 
·                    Identificar e caracterizar os efeItos jurídicos da ausência e da morte presumida no Código Civil. 
Estrutura do Conteúdo 
1.     O nome civil. Registro civil. 
2.     Alteração do registro civil. 
3.     O estado civil e domicílio civil. 
4.     Comoriência e ausência: caracterização e efeitos jurídicos. 
5.     Declaração da ausência: finalidade 
6.     Morte presumida: caracterização. 
  
O texto abaixo apresentado trata-se tão somente de um referencial sugerido ao professor para orientar o fluxo do conteúdo a ser ministrado ao longo das aulas acima 
referidas: 
  
O NOME CIVIL. REGISTRO CIVIL. 
  
Plano de Aula: Direito Civil
DIREITO CIVIL I 
Para o Direito, existem então as pessoas  – seres humanos que, enquanto pessoas, têm reconhecida sua personalidade – e as pessoas jurídicas – entes formados pela 
associação de indivíduos ou de patrimônio voltada para determinado fim comum a que o Direito ressalva uma personalidade jurídica independente das de seus idealizadores
ponto o profess focar na pessoa natural. 
O registro civil do nascimento da pessoa natural dota de formalidade e publicidade aquele fato jurídico que é o nascimento com vida, início da personalidade civil; apresenta o ind
sociedade, dando eficácia à sua personalidade. Neste sentido, sua natureza é declaratória “a pessoa humana dele não precisa para receber a sua qualidade de pessoa, [...]. 
Assim, a personalidade civil começa do nascimento com ”. 
Ao nascer, como ao longo da existência, a pessoa possui determinadas características que a qualificam juridicamente. Ao complexo de atributos, com efeitos jurídicos, que de
a condição da pessoa perante a sociedade, chamamos est -se estado civil a posição jurídica que alguém ocupa, em determinado momento, dentro do ordenamento jurídico. 
Segundo o Prof. Francisco 
O estado nasce de fatos jurídicos, como o nascimento, a idade, a filiação, a doença; de atos jurídicos, como o casamento, a emancipação; de decisões judiciais, como a separ
divorcio, a interdição. Tais circunstancias levam a caracterização de três estados: o familiar, o político e o pessoal ou in 
Para o Direito Civil, importa o estado do indivíduo de filho, de solteiro, casado, viúvo, separado ou div – tudo isso gera efeitos jurídicos no âmbito do direito de família –, como 
também importa o estado de maior idade, menor idade, emancipação, interdição, ausência, sexo masculino ou f – gerando efeitos no âmbito dos direitos da personalidade. O 
estado político, de brasileiro ou estrangeiro, importa ao direito constitucional. Em relação ao nosso estudo, -se o estado individual, em que se enquadra o sexo (status sexual). 
Os estados individuais, em geral, são atributos da personalidade, ou seja, i -na. E, por isso, são protegidos pelos direitos da personalidade. Além disso, “é também objeto de 
um direito subjetivo, o direito de estado, que protege o interesse da pessoa no reconhecimento e no gozo dess ” . Amaral releva, ainda, o fato de constituir um direito absoluto, 
oponível a toda a sociedade, que, portanto, todos devem respeitar; e público por ser reconhecido e protegido pelo  AMARAL, Francisco. Direito Civil: introdução. 2ª ed. aum. e 
atual. Rio de Janeiro: Renov 
O registro gera a presunção relativa do estado da pessoa, vez que é ele que dota de oponibilidade erga omnes as situações jurídicas da pessoa perante a sociedade. Contud
sempre a realidade jurídica retrata a realidade fática e, por isso, existem as ações de estado, afinal, é muitas vezes nec “defender seu estado contra eventuais atentados aos 
direitos dele dec ” . Elas têm por objetivo criar, modificar ou extinguir um estado – e aí, a sentença será constitutiva –; ou reconhecer um estado pré-existente o guarnecendo de 
eficácia – quando a sentença será declaratória.  
A QUESTÃO DO TRAN 
Ocorre que, o transexual, quando do seu nascimento, no registro civil, foi classificado segundo o seu aspecto sexual anatômico externo como pertencente a um dos sexos, ou f
ou masculino. Este, assentado em registro público, é o sexo civil. Porém, ressalvamos, neste momento, que a avaliação da fisionomia não é a única para a determinação do 
um indivíduo, como explicitado no primeiro capítulo do presente estudo. A averiguação do status sexual requer a conjugação dos aspectos biológico, psíquico e comporta
Somente o conjunto desses aspectos será capaz de apontar com maior fidelidade e compromisso a qual dos dois sexos pertence a pessoa. A regra, contudo, é que os três a
correspondam revelando uma identidade sexual, mas esta convergência harmônica pode não 
No caso do transexual operado, que possuía, em primeiro plano aquela inadequação corporal com a psiquê, o sexo civil, determinando comportamento na vida civil, na esfera ju
social em geral, imporá barreira para a realização da identidade sexual da  
Existe um interesse juridicamente relevante no gozo da identidade sexual. O conteúdo de tal interesse da pessoa é representado,essencialmente, no reconhecimento, sob t
aspectos da vida social, privada e pública, como sendo a mesma pertencente ao própr 
Com o transexual isso não acontece. Nesse segundo momento, então, a principal inadequação é a factual com a-formal. Se o registro tem publicidade, autenticidade, eficácia, 
não existe reconhecimento social da situação daquele indivíduo, do seu estado. A identidade sexual transcende o aspecto morfológico,  -se no campo da identificação psíquica 
de se pertencer a determinado gênero sexual que se externa com o comport 
A identidade sexual integra a identidade pessoal. O Professor Leoni, sobre o direito à identidade, citando Lorenzetti, sinaliza que o indivíduo possui identidade estática e di “A 
identidade e‘compreende o nome, a identificação física, a imagem. Isto está protegido pelas leis referentes ao nome, à capacidade e ao estado civil ’”. Essa é, então, a 
resguardada pelo direito à identidade. O direito à identidade sexual como direito à identidade pessoal, constitui direito da person OLIVEIRA, J. M. Leoni Lopes de. Direito Civil: 
teoria geral do direit ª ed. atual. e amp. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2000). 
DOMICÍLI 
O conceito de Domicílio Civil da pessoa natural é determinado pela combinação dos artigos 70 e 71 do NCC. Apenas encontraremos o domicílio civil se preenchermos 
requisitos determinados no artigo 70 do NCC 
Res- é o objeto do conceito, sendo este palpável. É o elemento externo e visível. Ex: uma casa, um prédio, um apartamento. 
Ânimo d- este é o elemento interno do domicílio civil. Sendo evidenciado por reflexos do indivíduo que demonstram seu interesse em permanecer em tal domicílio. Ex: receber 
correspondência, receber as 
Alguns autores determinam que o domicílio civil é constituído por um elemento objetivo e outro subjetivo. O elemento Objetivo é o objeto do conceito de residência. O el
Subjetivo é o elemento interno, o ânimo d 
No modelo brasileiro, reforçado pelo Código Civil, toda pessoa, natural ou  - de direito público interno ou de direito privado -, tem domicílio, que representa a fixação do lugar em 
que o sujeito, ativo ou passivo, da relação jurídica será encontrado, o qual expressa o centro nevrálgico de onde se irradiam interesses juridicamente rele 
O domicílio significa uma garantia jurídica, haja vista que funciona como cidadela em que se guarnecem os interess -jurídicos das pessoas naturais ou das pessoas jurídicas.  
Com o domicílio,  -se o perímetro em que se fixa o espaço jurídico dentro do qual se enclausura o titular, projetando feixes que se traduzem em direitos e obrigações.  
Do enraizamento da residência decorre o domicílio, como fenômeno material e psíquico que se projeta no âmbito em que prosperam as relações ju 
Sem residência, inexiste domicílio ; sem domicílio, -se o pleno exercício dos direitos civis, do nascimento à morte.  
De tão importante, o domicílio da pessoa natural, mesmo que não tenha residência habitual, será o lugar onde for enc 
Na configuração traçada pelo Código  -se em: 
a) domicílio da pessoa  
b) domicílio da pessoa jurídica, de direito público interno ou de direito  
c) domicílio nec 
d) domicíli 
e) domicílio eleito.-se a existência de mais de um domicílio tanto para a pessoa natural quanto para a pessoa jurídica de direito privado, razão por que se diz que o legislador 
perfilhou a escola que cultiva a pluralidade de d 
Domicílio da pessoa natural - Em conformidade com a definição legal, o domicílio da pessoa natural "é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo".  
Dois elementos se exigem para a definição do domicílio da pessoa  
a) a resid 
b) o ânimo definitivo. A residência é mais do que um fenômeno material, mediante o qual se distingue da moradia, que se traduz na certeza de que é episódica e transitória,
estaqueamento aprofundado, capaz de fixar a disposição perene ou d 
Ao residir, a pessoa mora com perenidade ou longevidade, fenômenos de cuja realidade se extrai a premissa de que há o ânimo de estabelecer o lugar como seu domicílio.
lembrar que, na hipótese em que a pessoa natural, por vontade ou necessidade, tenha mais de uma residência, onde, alternadamente, viva -se-á domicílio qualquer uma delas.  
C -se, ainda, domicílio o local em que a pessoa natural desenvolva a sua profissão.  
Por conseguinte, pl -se os domicílios da pessoa natural, quando exerce atividade profissional, haja vista que passam a ser, pelo menos, dois:  
a) o local em que estabelece a sua residência com ânimo defi 
b) o local em que pratica a sua atividade profi 
Se a profissão for explorada e exercitada em lugares diversos, em que se lhe concentram os interesses, cada um deles constituirá domicílio para as relações que lhe correspo 
Cabe advertir que não será qualquer emprego ou relação jurídica, por cuja execução se produza atividade laboral, que se capacitará a desenhar o local do trabalho como se d
Domicílio profissional não se confunde com o simples local de trabalho, categorias jurídicas que se diferenciam ideológica, social e juridic 
Na identidade do domicílio profissiona -se a presença de elementos em conformidade com os quais se caracteriza o exercício da profissão, que granjeia a certeza de que se 
trata de um sinal eloqüente capaz de di-lo do trabalho ordinário e dependente.  
É preciso que se exerça atividade profissional fim, com domínio sobre o comando técnico, administrativo e econômico, e não atividade profissional meio, para que se possa cara
o local, também, como d 
Com efeito, não se estimula a assertiva de que o empregado comum, com vínculo jurídico subordinante e protagonista de uma relação jurídica, cujo desfazimento pode se co
unilateralmente, pelo simples exercício da vontade de seu empregador, transforme o local em que presta serviço como extensão de seu domicílio, ainda que lá consuma jornad 
Cabe ressaltar que o domicílio profissional não abrange e não argola toda e qualquer relação da pessoa natural, mas somente aquela a que estiver conectado por força de amar
concernem à pr 
A atração do domicílio, no caso, depende da ligação entre o exercício da profissão e o local. D-se que a pessoa natural pode ter: 
a) mais de um domicílio do 
b) mais de um domicílio profiss 
c) domicílio doméstico e domicílio profi 
FIM DA PERSONALIDADE DA PESSOA N 
A existência da pessoa natural termina com a morte, conforme preconiza o artigo 6° do Códi 
A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quando aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura da sucessão definitiva. 
A morte marca o fim da personalidade física, faz cessar consequentemente a personalidade jurídica, sendo assim o homem compreendido em suas funções desaparece no m
de sua morte. Dessa forma, a morte irá cessar com a personalidade jurídica que o acompanhou durante a vida, enquanto ser autônomo de imputação de normas jurídicas. O d
não é susceptível de ser titular de direitos e obri 
Morte pre 
 . Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência: I – se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; II – se alguém, 
desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até 2 (dois) anos após o término d 
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar
provável do lanç 
No sistema do Código de 1916, não existia o instituto da morte presumida, a não ser para efeitos patrimoniais, nos casos de sucessão provisória e definitiva. Tal não implica e
da personalidade. É permitida a abertura da sucessão provisória ou definitiva do desaparecido, para proteção de seu patrimônio. -se, no entanto, a justificação judicial de morte 
nos termos do artigo 88 da Lei de Registros Públicos. Não se trata de presunção de morte. No entanto, mesmo que acolhida uma justificação nesse sentido, nada imped
pessoa surja posteriormente sã e salva, o que anula todos os atospraticados com sua morte justificada, pro-se os terceiros de boa-fé.  
No entanto, o novo ordenamento foi mais além, autorizando a declaração de morte presumida em outras situações, independentemente da declaração de ausência: "A posição 
pelo novo Código f   O instituto da ausência é tratado dentro da parte geral do diploma (artigos 22 ss.) e não mais no direito de família. 
Essa declaração de ausência tradicionalmente tem por finalidade a proteção do patrimônio do desaparecido levando à sucessão provisória e à sucessão definitiva. Os fins do i
são exclusivamente patrimoniais. No Código de 2002, expressamente o legislador aponta que sejam consideradas mortes presumidas as situações que autorizam a aber
sucessão definitiva (artigos 37 ss.). Nesse sentido dispõe o º da nova lei civil: "A existência da pessoa natural termina com a morte. Presume-se esta, quanto aos ausentes, 
nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão def 
Com 
art. 8 º. Se dois (dois) ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão 
simultaneamente 
Temos aqui preservada a regra da comoriência do Código Civil anterior. Só m º do art. (antes era art. 11), o texto se repetiu por inteiro. 
A regra da comoriência tem relevância principalmente nas questões do direito de sucessão. Para que seja aplicada é necessário que tenham morrido juntos parentes que
sucessores recíprocos, isto é, a morte de um tio e um sobrinho numa explosão de um avião, não requer a aplicação da regra da comoriência se esse tio tiver filhos e o sobrinho
herdeiro direto do tio. Um caso do uso da regra da comoriência seria o se“A” é único filho de “B”. "B" é casado com “C”. Pois bem, sabemos que na ordem de vocação 
hereditária a sucessão legítim -se na seguinte ordem: primeiro herdam os descendentes, depois os ascendentes, depois o cônjuge sobrevivente e por último os colaterais (o 
cônjuge concorre com os descendentes e com os ascendentes). Temos duas possibilidades para explicar essa r 
Se na morte conjunta “A” e “B”  (acidente de carro, por exemplo), for possível determinar que “A” morreu após “B”, haverá a passagem da herança de “B”(pai) para “A”(filho), 
resulta “C”(mãe) por ser a única herdeira de “A”(filho) ficará com herança todinha para ela. 
Se na morte conjunta “A” e “B” (explosão de um avião, por exemplo) for impossível a fixação do momento exato da morte de ambos, aplicar -se-á a comoriência, isto é, não 
haverá transmissão da herança, um não herdará do outro. Conseqüente“A” não herdará do pai  “B”. A herança de  “B” passará para aos seus pais. Se o cônjuge atender 
determinadas condições concorrerá na herança com os pais do falecido, isto é, se vivos o pai e a  “B”, à  “C”(esposa) restará um terço da herança de  “B”  (não ficará 
desamparada, p 
Au 
Pelo novo estatuto legal c -se ausente pessoa de que deixa o seu domicílio, sem deixar notícias suas e nem representante ou procurador que administre os seus bens. Nestes 
casos, a requerimento do MP ou de outro interessado, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência e nomeará curador pr 
Ao se analisar o tempo que perdura a ausência, três momentos distintos podem ser destacados,  
10.4.1 Curadoria dos bens do ausente: quando o desaparecimento é recente e a possibilidade de retorno do ausente é, portanto, bem grande, o legislador tem a preocupa
preservar os bens por ele deixados, evitando a sua deterioração. Nesta fase o juiz declara a ausência da pessoa e-lhe curador. 
Ao nomear o curador o juiz deve fixar os limites de seus deveres e suas obrigações (art. 24). Sua incumbência é zelar pela administração e conservação dos bens do ausent
nomeação deverá respeitar a ordem previamente estabelecida pelo legislador no artigo 25 do novo Código Civil. Neste inciso reside outra inovação trazida pelo novo diploma le
inclusão, no caput do artigo 25, do cônjuge separado de fato há mais de dois anos antes da declaração da ausência entre as exceções àqueles que seriam curadores legíti
antigo texto legal impedia apenas o cônjuge separado judicialmente de ser curador. Tal inclusão se explica pela entrada em vigor da Lei 6.515/77 (Lei de Divórcio), que prevê a h
de divórcio direto nos casos em que os cônjuges estejam separados de fato pelo referido período. Assim, se há a possibilidade de requerimento de divórcio, seria u -senso 
permitir que uma parte cuidasse dos bens deixados pe 
O mesmo dispositivo legal, adequado à nova realidade do mundo contemporâneo, foi modificado para conferir aos pais (e não mais ao pai, e em sua falta à mãe) a curadoria d
do ausente. -se, outrossim, a preferência anteriormente conferida aos varões em relação às mulheres. Atualmente todos têm igualdade de direitos em relação à curadoria dos 
bens do 
Sucessão Pro ainda nesta etapa o legislador se preocupa com a conservação dos bens do ausente, pois existe ainda a remota possibilidade de que este volte para retomar o 
que é seu de direito. A preocupação daquele é voltada mais para os herdeiros e credores e menos para o ausente. No que tange à sucessão provisória o novo Código Civil red
prazos para o seu requerimento. Com a sua entrada em vigor basta que decorra um ano da data da arrecadação dos bens do ausente, ou três anos no caso de haver sido 
mandatário constituído, para que os interessados possam requerer a declaração de ausência e abertura da sucessão provisória do  
A sucessão provisória é requerida como se o ausente estivesse morto, estabelecendo o legislador um rol de pessoas que têm legitimidade para requerer a sua abertura. São le
intere 
I) o cônjuge não separado judicialmente. Tem interesse em requerer a abertura da sucessão para que seu quinhão seja del 
II) os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários. Têm interesse, pois a decisão que declara a ausência confere a eles o domínio dos bens d 
Uma vez imitidos na posse dos bens, os seus herdeiros ficarão responsáveis por representar o ausente em juízo, tanto em relação às ações em curso, quanto em relação àque
eventualmente vierem a ser propostas contra ele ( 
III) aquele que tenha direito a algum bem do ausente subordinado à sua morte, como no caso do donatário que recebe uma doação subordinada à condição suspensiva da m
doador. Declarada a ausência do doador o donatário poderá requerer a abertura da sucessão provisória daquele para receber a propriedade do be 
IV) os credores de obrigações vencidas e não pagas. Com a morte do ausente as dívidas passam a ser devidas pelos seus herdeiros na proporção de seus quinhões. Neste 
credores poderão cobrar os seus créditos dos herdeiros do  
Vale salientar que mesmo com a abertura da sucessão provisória a probabilidade de volta do ausente, ainda que remota, existe. Por isso o legislado -se de diversos cuidados 
para evitar que os bens por ele deixados desapareçam. Podemos destacar a 
a) a decisão que declarar a ausência só produzirá efeitos após 180 dias da sua publicaçã-se de um prazo suplementar conferido ao ausente, para que volte e reivindique os 
seus bens. Entretanto, tão logo transite em julgado a sentença declaratória de ausência  -se-á a abertura de testamento, se houver, e ao inventário e partilha dos bens, como 
se morto fosse o 
b) a partilha dos bens deixados será feita, mas para que os herdeiros entrem na posse dos bens recebidos deverão prestar garantias, através de penhor (bens móveis) ou h
(bens imóveis), correspondentes ao valor dos quinhões que estejam recebendo (art. 30). Entretanto, o art º atenua esta exigência permitindo que os ascendentes, descentes e o 
cônjuge entrem na posse dos referidos bens, desde que comprovem a qualidade de herdeiros.-se-á o caput deste artigo, por exemplo, em relação aos herdeiros colaterais, ao 
Estado, ao Munic 
Se o herdeiro não tiver condições de prestar a garantia não poderá entrar na posse dos bens correspondentes ao seu quinhão e estes ficarão sob a responsabilidade do curado
outro herdeiro

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