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Biotecnologia e Reprodução Animal – Medicina Veterinária – Jennifer Reis da Silva – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO ANEXOS FETAIS Antes de falarmos já sobre as definições dos anexos fetais é importante citarmos os folhetos embrionários que são as estruturas de origem desses anexos. Folhetos embrionários e aparecimento dos anexos fetais ECTODERME origina a epiderme e sistema nervoso; MESODERME origina o aparelho urogenital, tecido conjuntivo e células sanguíneas; ENDODERME origina o aparelho respiratório, digestório e glândulas anexas Na imagem acima podemos ver a mesoderme e em cinza vemos o saco vitelínico responsável pela nutrição do embrião. Em volta do saco vitelínico temos a endoderme e em volta do embrião temos a ectoderme. Vemos acima que a mesoderme está se modificando formando o saco alantoideano que irá armazenar as excretas do embrião. Em volta da massa células temos o âmnio sendo formado que atua protegendo o embrião contra impactos. Biotecnologia e Reprodução Animal – Medicina Veterinária – Jennifer Reis da Silva – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO Na imagem acima podemos ver que o saco vitelínico diminui de tamanho enquanto o saco alantoideano aumenta. Isso ocorre pois o embrião consome o saco vitelínico e excreta formando o saco alantoideano. Também é possível observar a fusão da ectoderme com a mesoderme formando o corion. Com o desenvolvimento embrionário, há o aparecimento do cordão umbilical, logo deixa de ser necessário o saco vitelínico já que o cordão umbilical permite trocas diretas de substâncias com a mãe. Agora que já vimos como os anexos fetais surgem podemos saber mais sobre cada um. Saco vitelínico É originado a partir da endoderme e tem a função da placenta nas fases iniciais de vida do embrião realizando as trocas de substâncias. Como funções podemos citar sua capacidade de atuar como uma reserva de nutrientes além de ter função hemopoiética (divisão, diferenciação e maturação celular e também originar os gonócitos as células que induzem a formação das gônadas (ovários ou testículos). Âmnio É um líquido com aspecto transparente, membranoso e resistente que recobre o embrião. Nada mais é do que líquido (urina ou saliva e outras secreções). É importante para a proteção embrionária nas fases iniciais. Alantoide Nada mais é do que a urina fetal (excretas produzidas pelos embriões) é formada mais tardiamente (2 a 3 semanas) e se funde ao córion formando o alantocórion. Biotecnologia e Reprodução Animal – Medicina Veterinária – Jennifer Reis da Silva – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO Normalmente é um pouco amarelado ou amarronzado diferente do âmnio que é transparente. Costuma sair no momento do parto. PLACENTA É um órgão temporário que faz relação entre mãe e feto por meio da junção entre o córion fetal com as criptas endometriais da mãe. A junção das células (córion e endométrio) é chamada de sinciciotrofoblasto. A placenta é muito importante para a gestação, logo, se houver inflamação desse órgão poderá haver aborto em razão da perda da função, sinal característico de uma inflamação. Devemos fazer acompanhamento gestacional e analisar as características ultrassonográficas analisando se a placenta está em sua devida normalidade, avaliando pontos como espessura de parede. FUNÇÕES DA PLACENTA: ❖ Órgão respiratório do feto: realiza transferência de oxigênio e dióxido de carbono materno fetal por difusão. Sangue arterial passa pela veia umbilical e sangue venoso pela artéria umbilical; ❖ Órgão de alimentação do feto: Água: difusão bilateral Substancias inorgânicas: difusão direcional da mãe para o feto Ferro: é passado por meio da hemoglobina na placenta hemocorial: e por secreção glandular na placenta epiteliocorial. Substâncias orgânicas: mais complexa sendo açúcares quebrados em glicose + frutose, lipídeos são digeridos por meio enzimas placentárias e aminoácidos: rapidamente transferidos. ❖ Produção e secreção de hormônios (progesterona em que assume sua produção sendo os corpos lúteos não tão importantes mais nessa fase). Em éguas, a partir de 120 dias de gestação, haverá produção de progesterona pela placenta, logo não haverá problemas se o corpo lúteo for lisado. ❖ Órgão de secreção interna de progestágenos, estrógenos e gonadotrofinas como eCG (gonadotrofina coriônica equina) produzida pelos cálices endometriais para que haja preparação do parto, indução ou supressão da lactação. ❖ Remoção de detritos metabólicos; ❖ Regulação do ambiente uterino fetal Há transferência seletiva da mãe para o feto. Biotecnologia e Reprodução Animal – Medicina Veterinária – Jennifer Reis da Silva – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO As placentas são impermeáveis a soluções coloidais, elementos celulares como corpúsculos, leucócitos, bactérias, etc, mas são permeáveis a todos os medicamentos anestésicos, narcóticos e barbitúricos. Classificações da placenta ❖ Deciduada (sai junto com o feto) ou adeciduada (sai separada do feto); ❖ Número de camadas teciduais maternas (relação entre tecido materno e fetal); ❖ Distribuição e padrões de vilos coriônicos (locais que fazem contato com endométrio). DECIDUADA OU ADECIDUADA Deciduus (latim): queda/derrame. DECIDUADA: presente nos carnívoros, primatas e roedores. É eliminada no parto junto com o feto. ADECIDUADA: presente em éguas, vacas e porcas. É eliminada após a saída do feto. NÚMERO DE CAMADAS ENTRE MÃE E FETO No total temos 6 camadas entre mãe e feto sendo 3 maternas e 3 fetais (endotélio materno, estroma materno, epitélio materno, epitélio coriônico fetal, estroma fetal e endotélio fetal). Em algumas placentas não há algumas dessas camadas citadas, logo a classificação se difere. EPITELIOCORIAL (ÉGUAS E PORCAS): Há 6 camadas celulares entre mãe e feto, ou seja, todas as camadas estão presentes. Por conta desse tipo de placenta a passagem de imunoglobulinas por meio da placenta é praticamente nula. SINEPITELIOCORIAL OU SINDESMOCORIAL (RUMINANTES): Há fusão de algumas células entre as camadas maternas e fetais. Há então de 5 a 6 camadas celulares presentes, dependendo se a fusão foi completa ou não. Biotecnologia e Reprodução Animal – Medicina Veterinária – Jennifer Reis da Silva – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO ENDOTELIOCORIAL (CARNÍVOROS): Nessa classificação o epitélio uterino e estroma materno são ausentes. Há então 4 camadas havendo fusão apenas ao endotélio materno que se funde ao epitélio corial. HEMOCORIAL (PRIMATAS E ROEDORES) As três camadas maternas é ausente, logo, o sangue materno entra em contato direto com as camadas fetais. CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM A DISTRIBUIÇÃO DOS VILOS CORIÔNICOS (ÁREAS DE CONTATO ENTRE PLACENTA E ENDOMÉTRIO) DIFUSA (ÉGUAS E PORCAS) Nessa classificação, a maior parte do saco coriônico está uniformemente unida ao endométrio. Por conta dessa união uniforme entre endométrio e placenta há muitas retenções placentárias nessas espécies. Devemos nos atentar para fazer a remoção, pois se a placenta estiver muito aderida ao endométrio, sem querer, podemos acabar puxando o endométrio junto levando a um prolapso uterino. COTILEDONÁRIA (RUMINANTES): Nessa classificação, os cotilédones fetais (arranjos isolados de vilos coriônicos) se unem às carúnculas maternas Biotecnologia e Reprodução Animal – Medicina Veterinária – Jennifer Reis da Silva – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO (proeminênciasendometriais ovais aglandulares) semelhantes ao velcro. Cotilédone + carúncula = placentônios. Num diagnóstico de gestação conseguimos observar os placentônios num ultrassom além de também poderem ser palpados. ZONÁRIA (CARNÍVOROS): Nessa classificação é possível observar vilos em faixa, semelhante a uma cinta ao redor do equador do saco coriônico. DISCOIDAL (PRIMATAS E ROEDORES) Nessa classificação, ao invés de uma faixa há uma área do corion em formato de disco que se une ao estroma endometrial. DESENVOLVIMENTO DO CONCEPTO FASE EMBRIONÁRIA: é igual em todas as espécies e ainda não ocorreu ossificação - está em desenvolvimento. FASE FETAL: o indivíduo está totalmente desenvolvido e irá somente crescer. Há mineralização óssea e reconhecimento de espécies.
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