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Anatomia Sistêmica e Aplicada I - Crânio e Coluna Vetebral

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ENZO AMARAL AVIDAGO - 1º PERÍODO / 2018.2 
 PROF. CÉZAR CARVALHO ESTEVES E PROF. MÁRCIO FERNANDES DOS REIS 
 
 
Enzo Amaral Avidago 
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1. CRÂNIO 
 
 O crânio é o esqueleto da cabeça, que possui como principais funções → proteção do encéfalo, serve como cavidade para órgãos e 
fixação aos músculos do rosto e da boca. Os vários ossos formam duas partes: o neurocrânio (ou “caixa do cérebro”, ou calvária) e o 
viscerocrânio (ou esqueleto da face). 
• O neurocrânio fornece um involucro para o cérebro e as meninges, partes proximais dos nervos cranianos e vasos sanguíneos; e é 
constituído pelos seguintes ossos: 1 osso frontal; 2 ossos parientais; 2 ossos temporais; 1 osso occipital; 1 osso esfenoide; 1 osso etmoide. 
• O viscerocrânio forma a parte anterior do crânio contendo as órbitas e as cavidades nasais; e é constituído pelos seguintes ossos: 2 ossos 
lacrimais; 2 ossos nasais; maxilas, 2 ossos zigomáticos; 2 ossos palatinos; 2 conchas nasais inferiores; 1 mandíbula; 1 vômer; 1 osso 
etmoide; 
CONCLUSÃO → temos no crânio 15 ossos do viscerocrânio e 8 ossos do neurocrânio (sendo o etmoide compartilhado em ambos); ou 8 
pares de ossos (16 ossos), e 6 ossos ímpares. 
O crânio possui um teto semelhante a uma abóbada – calvária (parte do frontal, parietal, occipital, temporal) – e um assoalho ou base do 
crânio (etmoide, partes do occipital e do temporal). O esqueleto da face consiste nos ossos que circundam boca e o nariz e contribuem para as 
orbitas (parte do frontal, zigomático, esfenoide, lacrimais, etmoide, platino, maxila, mandíbula, nasal). 
 
2. OSSOS DO CRÂNIO 
 
- OSSO FRONTAL → um osso que compõem a parte anterior/superior do crânio; 
- OSSO PARIETAL → dois ossos que compõem a parte média/superior do crânio; 
- OSSO OCCIPITAL → um osso que compõem a parte posterior/superior do crânio; 
- OSSO ESFENOIDE → um osso visto dos ângulos superior/inferior/frontal do crânio, forma a fossa média da visão superior; 
- OSSO LACRINAL → dois ossos de ambos os lados do nariz; 
- OSSO ETMOIDE → dois ossos posteriores aos ossos lacrimais; 
- OSSO NASAL → dois ossos que formam o nariz; 
- OSSO ZIGOMÁTICOS → dois ossos laterais aos olhos (bochecha); 
- OSSO PALATINO → dois ossos vistos do ângulo inferior, atrás da maxila; 
- MANDÍBULA → um osso na parte inferior do crânio, osso móvel; 
- VÔMER → um osso acima do esfenoide, entre os ossos palatinos e occipital; 
- MAXILA → dois ossos entre o nariz e a boca. 
- CONCHA NASAL INFERIOR → osso que compõem a parte interna da cavidade nasal, em forma de concha. 
- OSSO SUTURAL → variação anatômica, ‘pedaços de ossos na calvária. 
 
! São sete ossos diferentes que compõem a orbita ocular → osso frontal, osso zigomático, osso esfenoide, ossos lacrimais, osso etmoide, ossos 
palatinos, maxilas. 
! São oito que compõem a cavidade nasal → osso nasal, etmoide, esfenoide, lacrimal, palatino, maxila, concha nasal inferior 
 
3. PONTOS CRANIOMÉTRICOS 
 
- Vértice → ponto mais alto do crânio, na sutura sagital (linha mediana); 
- Bregma → ponto de encontro as suturas coronal e sagital; 
- Lambda → ponto de encontro entre as suturas sagital e lambidóidea; 
- Glabela → ponto superior da raiz nasal; 
- Násio → encontro das suturas frontonasal e internasal; 
- Ínio → ponto mais posterior da protuberância occipital externa; 
- Ptério → ponto de encontro entre os ossos frontal, parietal, temporal e esfenoide; 
- Astério → ponto de encontro entre os ossos occipital, parietal e temporal (encontro 
de três suturas parietomastóidea/occipitomastóidea/lambdóidea); 
 
 
 
 
 
 
4. FORAMES E ABERTURAS CRANIANOS 
 
FORAMES / ABERTURAS LOCALIZAÇÃO (REFERÊNCIA PESSOAL) CONTEÚDO 
• FOSSA SUPERIOR DO CRÂNIO 
Forame cego Encima da crista etmoidal (ou Gale) V. emissária nasal 
Forame na lâmina cribriforme (ou crivosa) Na lâmina cribriforme, mais no meio Filamentos do N. olfatório 
Forames etmoidais anterior e posterior Na lâmina cribriforme (anterior → na parte 
da frente; posterior → na parte de trás) 
Vasos e Nn. etmoidais anteriores e 
posteriores 
• FOSSA MÉDIA DO CRÂNIO 
Canais ópticos Primeiros ‘buracos’ da fossa media; mais 
medial 
Nn. ópticos (NC II) e artérias olfatórias 
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Fissura orbital superior Em baixo dos canais ópticos Vv. oftálmicas, N. oftálmico (NC V1), NC III, 
NC IV e NC VI e fibras simpáticas 
Forame redondo Em baixo das fissuras orbitais superiores N. maxilar (NC V2) 
Forame oval Posterior ao forame redondo; mais lateral N. mandibular (NC V3) e A. meníngea 
acessória 
Forame espinhoso Posterior ao forame oval A. e V. meníngeas médias e ramo meníngeo 
do NC V3 
Canal carótico Ao lado do forame lacerado A. carótida interna e seus plexos simpáticos 
e venosos acompanhantes 
Forame lacerado Mais medial em relação ao forame oval Nervo petroso ou nada (algumas pessoas 
possuem uma membrana que obstrui o 
forame) 
Sulco ou hiato do N. petroso maior Posterior ao forame espinhoso encontra-se 
duas ‘fendas’; a segunda fenda 
N. petroso maior e ramo petroso da A. 
meníngea média 
• FOSSA INFERIOR DO CRÂNIO 
Forame magno Maior ‘buraco’ da fossa posterior Bulbo, meninges, artérias vertebrais, raízes 
espinais do NC XI, Vv. da dura-máter, Aa. 
espinais anterior e posterior 
Forame jugular Segundo maior ‘buraco’, mais lateral ao 
forame magno 
NC IX, X e XI, V. jugular interna, seio petroso 
inferior e seio sigmoide, e A. meníngea 
posterior 
Canal do N. hipoglosso Ao lado do forame magno N. hipoglosso (NC XII) 
Canal condilar Melhor visto na posição inferior, dentro da 
fossa condilar, lateral/posterior ao forame 
magno 
V. emissária e ramo meníngeo da artéria 
faríngea ascendente 
Forame mastoideo Posterior ao processo mastoide V. emissária mastoidea do seio sigmoide e 
ramo meníngeo da A. occipital 
• ALGUNS OUTROS FORAMES 
Forame estilomastoideo Visto na posição inferior, entre os processos 
mastoide e o estiloide 
Nervo facial (NC II) 
 
5. MANDÍBULA 
 
 
 
• MOVIMENTOS DA ARTICULAÇÃO DA MANDÍBULA → há na mandíbula uma articulação do sinovial entre maxila e mandíbula, o que 
permite uma série de movimento: depressão (‘para baixo’), elevação (‘para cima’), desvio lateral esquerdo e direito, protrusão (‘para 
trás’), retração (‘para frente’). 
 
6. DESENVOLVIMENTO CRANIANO 
 
 O crânio de um recém-nascido é desproporcionalmente grande quando comparado às outras partes do esqueleto; contudo, o 
esqueleto da face é pequeno quando comparado a calvária, resultado do crescimento precoce do cérebro. 
 Os ossos da calvária de um recém-nascido são separados por áreas de membrana de tecido fibroso (fontículos ou fontanelas, 
popularmente chamado de moleira) que separam partes de ossos não ossificados. A apalpação das fontanelas de um recém-nascido permite 
ao médico identificar o crescimento dos ossos frontal e parietais, o grau de hidratação do bebê e a pressão intracraniana. 
• CRANIOSSINOSTOSE E DEFORMIDADES NO CRÂNIO → o fechamento prematuro das suturas do crânio (craniossinostose primária), por 
motivos desconhecidos, resulta em deformações do crânio. Como exemplos de deformidades cranianas mais popular, temos a 
microcefalia, resultado da sinostose precoce das suturas impedindo o desenvolvimento do conteúdo encefálico. Outro exemplo de 
deformidade craniana é a hidrocefalia, causado pelo aumento da pressão intracraniana na fontanela, resultando no aumento do volume 
craniano. 
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7. CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE A COLUNA VERTEBRAL 
 
 A coluna vertebral é formada elo conjunto de vértebras e dos discos intervertebrais. Esta estende-se do crânio até o ápice do cóccix, 
e desempenha uma série de funções: 
- Protege a medula espinal e os nervos espinais; 
- Sustenta o peso do corpo superior e no nível da pelve; 
- Garante um eixo parcialmente rígido e flexível para o corpo e uma base larga sobre a qual a cabeça posiciona e gira; 
- Tem importante papel na postura e locomoção. 
 
8. VÉRTEBRASEnzo Amaral Avidago 
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 Nos adultos normalmente encontramos 33 vértebras, divididas em cinco regiões: 7 vértebras cervicais, 12 torácicas, 5 lombares, 5 
sacrais e 4 coccígeas. O movimento é restrito às 25 vértebras superiores, as vértebras sacrais são fundidas, formando o sacro, e, por volta dos 
30 anos, as vértebras coccígeas se fundem formando o cóccix. 
 São as vértebras, ossos relativamente pequenos separados por discos intervertebrais, que concedem flexibilidade à coluna vertebral. 
As vértebras cervicais, torácicas, lombares e a primeira sacral também se articulam nas articulações dos processos articulares. 
 Uma vértebra típica consiste em um corpo vertebral, um arco vertebral e sete processos. 
 O corpo vertebral é a parte anterior do osso, com maior massa óssea, e concede resistência à coluna vertebral e sustentação ao 
corpo; seu tamanho aumenta à medida que desce na coluna. Essa região da vértebra é formada por osso trabecular (esponjoso) vascularizado, 
revestido por uma fina camada de externa de osso compacto. O osso trabecular é formado por uma rede de trabéculas verticais altas 
entrecruzadas com trabéculas horizontais curtas; o espaço entre as trabéculas é ocupado por medula óssea vermelha. 
 O arco vertebral está situado posteriormente ao corpo vertebral e consiste em dois pedículos e lâminas (esquerdo e direito). Os 
pedículos são processos cilíndricos e sólidos que se projetam para encontrar suas placas largas e planas, denominadas lâminas, que se unem 
na linha mediana posterior. A área interna ao corpo e ao arco vertebral é chamado forame vertebral, a sucessão dessas regiões na coluna 
vertebral, forma o canal vertebral (canal medular), que contém a medula espinal e as raízes dos nervos espinais. São nas áreas denominadas 
forames intervertebrais que emergem os nervos da coluna vertebral; além disso, os gânglios sensitivos espinais estão localizados nesse 
forame. 
 Por último, os sete processos que integram uma vértebra típica são: 
 - Um processo espinhoso projetado posteriormente a partir do arco vertebral na junção das lâminas; 
 - Dois processos transversos projetados póstero-lateralmente a partir das junções dos pedículos; 
 - Quatro processos articulares – dois superiores e dois inferiores – também se originam das junções dos pedículos e lâminas, cada 
um deles apresentando uma face articular. Quando observados numa visão lateral, formam a massa vertebral. 
 
 
 
a. VÉRTEBRAS CERVICAIS 
 
As vértebras cervicais formam o esqueleto do pescoço, são as menores das 24 vértebras moveis e estão localizadas entre o crânio e 
as vértebras torácicas. O menor tamanho remete ao menor peso que essas vértebras precisam sustentar. A grande espessura relativa dos 
discos intervertebrais, a orientação quase horizontal das faces articulares e a pequena massa corporal adjacente a região, concede a região 
cervical maior mobilidade. 
O atributo mais característico das vértebras cervicais é o forame transversos oval no processo transverso. As artérias e veias 
vertebrais atravessam os forames transversos, exceto o C VII, onde dão passagem apenas a pequenas veias acessórias; nessa vertebra, os 
forames podem ser menores ou inexistentes. Essas artérias e veias são responsáveis pela irrigação da base do cérebro. 
 Os processos transversos das vértebras cervicais terminam lateralmente em duas projeções: um tubérculo anterior e um tubérculo 
posterior. Os tubérculos dão fixação a um grupo de músculos cervicais laterais. 
 As vértebras cervicais C III a C VII são vértebras cervicais típicas. Ela tem grandes forames vertebrais para acompanhar a 
intumescência cervical da medula espinal (volume aumentado), pois essa região é responsável pela inervação dos membros superiores. 
 
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PARTES CARACTERÍSTICAS 
Corpo vertebral Pequeno e mais largo latero-lateralmente do que ântero-posteriormente; face superior côncava com unco do 
corpo (processo uncinado); face inferior convexa. 
Forame vertebral Grande e triangular. 
Processos transversos Forames transversos e tubérculos anterior e posterior; artérias vertebrais e plexos nervosos e simpáticos 
acompanhantes atravessam os forames transversários de todas as vértebras cervicais, exceto C VII, que dá 
passagem apenas a pequenas veias vertebrais acessórias. 
Processos articulares Faces articulares superiores direcionadas supero-posteriormente; faces articulares inferiores direcionadas 
ínfero-anteriormente; s faces articulares oblíquas são quase horizontais nessa região. 
Processos espinhosos Curtos (C III-V) e bífidos (C III-VI); processo de C VI longo, o processo de C VII é mais longo (por isso, C VII é 
denominada ‘vertebra proeminente’). 
 
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As duas vértebras cervicais superiores são atípicas. A vértebra C I, também denominada atlas, é singular porque não possui corpo 
nem processo espinhoso, e possui a fóvea do dente (onde se apoia o dente do áxis). Esse osso anular tem um par de massas laterais que 
ocupam o lugar de um corpo, sustentando o crânio globoso. 
A vértebra C II, também denominada áxis, é a mais forte das vértebras cervicais. C I. O dente rombo, se projeta do corpo de C II, 
encontra-se anterior a medula espinhal e, junto a ela, são circundados pelo atlas, permitindo o movimento de rotação da cabeça (articulação 
atlanto-axial), a áxis, se mantem fixo, enquanto o atlas gira sobre duas grandes faces planas de sustentação, as faces articulares superiores. 
 
b. VÉRTEBRAS TORÁCICAS 
 
 Estão localizadas na parte superior do dorso e nelas se fixam as costelas. Assim, sua principal característica é a presença das fóveas 
costais para articulação da costela. As quatro vértebras torácicas intermediárias (T V a T VIII) têm todos os elementos típicos. 
 As vértebras T I a T IV têm algumas características em comum com as vértebras cervicais. T I é atípica em relação às vértebras 
torácicas porque possui um processo espinhoso longo, quase horizontal. As vértebras T IX a T XII têm algumas características das vértebras 
lombares (p. ex., tubérculos semelhantes aos processos aleatórios). No entanto, a transição ocorre de fato na última vértebra torácica (T XII). 
Consequentemente, a vértebra T XII está sujeita a estress de transição que fazem com que seja a vértebra fraturada com maior frequência. 
 
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PARTES CARACTERÍSTICAS 
Corpo vertebral Formato de coração; uma ou duas fóveas costais para articulação com a cabeça da costela. 
Forame vertebral Circular e menor do que os forames das vértebras cervicais e lombares (deixa passar a parte distal de um dedo 
indicador de tamanho médio). 
Processos transversos Longos e fortes e estendem-se póstero-lateralmente; o comprimento diminui de T I para T XII (T I a T X têm faces 
para articulação com o tubérculo da costela). 
Processos articulares 
 
Faces articulares quase verticais; faces articulares superiores em direção posterior e ligeiramente lateral; faces 
articulares inferiores em direção anterior e ligeiramente medial; os planos das faces articulares estão em um 
arco centralizado no corpo vertebral. 
Processos espinhosos Longos; inclinados póstero-inferiormente; as extremidades estendem-se até o nível do corpo vertebral abaixo 
 
 
c. VÉRTEBRAS LOMBARES 
 
As vértebras lombares estão localizadas na região lombar, entre o tórax e o sacro. Como o peso que sustentam é aumentado na 
extremidade inferior da coluna vertebral, o corpo vertebral é grande. 
Os processos transversos projetam-se um pouco póstero-superiormente e também lateralmente. Na base de cada processo 
transverso há um pequeno processo acessório, que permite a fixação dos músculos intertransversários. Na face posterior dos processos 
articulares superiores há pequenos tubérculos, processos mamilares, que permitem a fixação dos músculos multífidos e intertransversários no 
dorso. 
A vértebra L V, possui corpo e processos transversos fortes, é a maior de todas as vértebras móveis. Sustenta o peso detoda a parte 
superior do corpo. 
 
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PARTES CARACTERÍSTICAS 
Corpo vertebral Grande; reniforme quando visto superiormente. 
Forame vertebral Triangular; maior que nas vértebras torácicas e menor que nas vértebras cervicais. 
Processos transversos Longos e delgados; processo acessório na face posterior da base de cada processo. 
Processos articulares Faces articulares quase verticais; faces articulares superiores voltadas póstero-medialmente (ou medialmente); 
faces articulares inferiores direcionadas ântero-lateralmente (ou lateralmente); processo mamilar na face 
posterior de cada processo articular superior. 
Processos espinhosos Curtos e fortes; espessos, largos e em forma de machadinha. 
 
d. VÉRTEBRAS SACRAIS (OU SACRO) 
 
 O sacro é formado por cinco vértebras sacrais fundidas em adultos. Está situado entre os ossos do quadril e forma o teto e a parede 
póstero-superior da metade posterior da cavidade pélvica. Seu formato triangular é resultado da diminuição rápida dos tamanhos das massas 
laterais inferiores das vértebras durante desenvolvimento. Garante resistência e estabilidade à pelve e transmite o peso do corpo ao cíngulo 
do membro inferior, o anel ósseo formado pelos ossos do quadril e o sacro. 
 O canal sacral é a continuação do canal vertebral no sacro, onde contem a cauda equina (feixe de raízes dos nervos que se projetam 
a partir da medula espinhal em L I). Nos forames sacrais (anteriores e posteriores), situados nas faces pélvicas e dorsal do sacro, há a saída dos 
ramos posteriores e anteriores dos nervos espinais. 
 A base do saco (face articular lombossacral) é formada pela face superior da vértebra S I. O ponto projetado anteriormente do corpo 
da vértebra S I é o promontório da base do sacro, um importante ponto de referência obstétrica, pois é a feita a medição, através do toque 
vaginal, entre o promontório e a sínfise púbica, para avaliar se há dilatação/espaço suficiente da pelve para se efeituar o parto normal. O ápice 
do sacro, com sua extremidade inferior afilada, tem uma face oval para articulação com o cóccix. 
 O sacro sustenta a coluna vertebral e forma a parte posterior da pelve óssea. O sacro é inclinado de forma que se articula com a 
vértebra L V no ângulo lombossacral. 
 A face dorsal do sacro é rugosa, convexa e caracterizada por cinco cristas longitudinais proeminentes. A crista sacral mediana, 
central, representa os processos espinhosos fundidos. As cristas sacrais mediais representam os processos articulares fundidos, e as cristas 
sacrais laterais são as extremidades dos processos transversos das vértebras sacrais fundidas. Há na face dorsal, o hiato sacral em formato de 
U invertido, resultado da ausência de laminas e do processo espinhoso de S V (e S IV); e os cornos sacrais que representam os processos 
articulares inferiores. 
 
e. VÉRTEBRAS COCCÍGEA (OU CÓCCIX) 
 
 O cóccix é um pequeno osso triangular que geralmente é formado pela fusão das quatro vértebras coccígeas rudimentares. O cóccix 
é o remanescente do esqueleto da eminência caudal embrionária, que está presente em embriões humanos. A face pélvica do cóccix é 
côncava e relativamente lisa, e a face dorsal tem processos articulares rudimentares. Seus processos transversos curtos estão unidos ao sacro, 
e seus processos articulares rudimentares formam os cornos coccígeos, que se articulam com os cornos sacrais. Com o avanço da idade, Co I 
frequentemente se funde ao sacro, e as vértebras coccígeas remanescentes geralmente se fundem para formar um único osso. 
 
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9. PROCEDIMENTOS INVASIVOS DA COLUNA VERTEBRAL 
 
• RAQUIANESTESIA (anestesia raquidiana; raque; ráqui; raquidiana) → o remédio anestésico é aplicado no espaço subaracnoide, dentro da 
coluna espinhal em meio ao liquido espinhal (líquor), na região da cauda equina, de uma vez só e em menor quantidade, o que concede 
efeito rápido e imediato do anestésico; 
• ANESTESIA PERIDURAL → o remédio anestésico é administrado no espaço peridural, ao redor do canal espinhal, na região da cauda 
equina, em maior quantidade e por um cateter que fica nas costas, o que concede maior duração do feito anestésico; 
• ANESTESIA PERIDURAL CAUDAL → o remédio anestésico é aplicado na região do hiato sacral; é usada em partos normais (finalidade 
obstétrica). 
• PUNÇÃO LOMBAR OU PUNÇÃO DO LÍQUIDO CÉFALORAQUIDIANO → consiste na retirada de uma pequena amostra do líquor, através de 
uma agulha longa e fina, no espaço subaracnoide, na região da cauda equina, para a realização de análises laboratoriais relacionado a 
detecção da meningite e de outras patologias do sistema nervoso. 
 
10. CURVAS FISIOLÓGICAS 
 
- A curva primária mantém o formato da curva da fase embrionária (cifoses – torácica e sacral); 
- A curva secundaria assume o formato contrário da curva da fase embrionária (lordoses – cervical e lombar). 
 
• ALTERAÇÕES DAS CURVAS FISIOLÓGICAS (CURVAS PATOLÓGICAS) 
- Hipercifose: conhecida por corcunda, é o aumento anormal da curvatura torácica e causa a ampliação do diâmetro ântero-posterior (AP) e 
perda de altura de quem é acometido. 
É mais comum em pacientes idosos dado sua fragilidade óssea. 
- Hiperlordose (dorso escavado): aumento anormal na curvatura lombar caracterizado pela rotação anterior da pelve. É comum em gestantes 
e obesos, de forma compensatória, pelo excesso de peso na região anterior. Perda de peso e reforço muscular resolvem essa patologia. 
- Escoliose: desvio lateral da coluna vertebral na vista frontal. O desvio até 10° é comum na população adulta, não sendo necessário o 
tratamento. Entretanto, nos infantes é preocupante tendo em vista que, com o crescimento, o ângulo pode aumentar (podendo chegar até 
60°). É crucial o tratamento para reverte – uso de coletes que impedem o aumento do desvio. Acima de 40° é cirúrgico. Em torno dos 20° já 
ocorre comprometimento respiratório e rotação costal. 
 
11. LOMBALGIA 
 
Dor na região lombar da coluna, que pode ser acompanhada ou não de dor que se irradia para uma ou ambas as nádegas ou para as 
pernas no mesmo sentido do nervo ciático, decorrente de questão adaptativa uma vez que com a evolução, o homem adotou uma postura 
ereta. Ela pode ser causada por má postura, um mal jeito nas costas ou pode estar associada a outras doenças, como hérnia de disco ou 
artrose na coluna. 
O tratamento para dores na coluna vertebral assemelha-se independente da região → tratado com fisioterapia, relaxante muscular 
(analgesia), repouso e anti-inflamatório. Se a dor persistir por mais tempo pode ser uma hérnia de disco. 
 
 
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12. HÉRNIA DE DISCO 
 
 O conceito geral de hérnia consiste no deslocamento de uma parte do corpo humano de sua posição anatômica natural. 
! “A hérnia de disco é a ruptura do anel fibroso com extravasamento do núcleo pulposo na região póstero-lateral com compressão da raiz 
nervosa do forame intervertebral, causando uma dor referida”. 
Disco vertebral → estrutura constituída de tecido fibroso, encontrada entre as vertebras, com 
a função de dissipar a carga que passa pela coluna vertebral, impedindo o atrito e o desgaste 
entre os corpos vertebrais. Sua estrutura é formada por um anel fibroso (região externa) e 
um núcleo pulposo (região interna). 
 
- Hérnia de disco assintomática → não há compressão da raiz nervosa, extravasamento na 
região anterior; 
- Hérnia de disco sintomática → há compressão da raiz nervosa, extravasamento na região 
póstero-lateral. Caso ocorra o extravasamento na região posterior, ocorre a compressão da 
medula espinhal, e classifica-se com um caso de urgência cirúrgica, o paciente perde a 
capacidade de locomoção em função da dor extrema. 
 A síndrome da cauda equina pode ser de causa traumática e não-traumática. A 
hérnia discal lombar, apesar de raro, tem sido associado, com a síndrome da cauda equina 
de origem traumática, pois há a compressão desse feixe de nervos pelo extravasamento do 
núcleo pulposo na regiãolombar. 
 
13. RAIZES NERVOSAS 
 
Conjunto de raízes que se formam a partir da medula espinhal, que tá dentro da coluna vertebral, e elas vão se juntar para formar os 
nervos. Entre uma vértebra e outra sai uma raiz nervosa para ambos os lados, da região cervical até a região sacral, e estas raízes serão as 
responsáveis pelas formações dos nervos. 
 
 
 
Apenas na região cervical a raiz nervosa recebe o nome da vértebra de baixo; a partir da região torácica, a raiz nervosa recebe o 
nome da vértebra de cima. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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14. PLEXO BRAQUIAL 
 
 Importante rede nervosa que supre o membro superior. É formada pelas raízes nervosas de C5 até T1. 
 
 
 
• LESÕES DO PLEXO BRANQUIAL → geram paralisia e perda da sensibilidade dos membros superiores; 
• PARALISIA OBSTÉTRICA → lesão no plexo braquial ocasionado pela forma abrupta de puxar o recém-nascido durante seu parto, isto é, 
quando o bebê é tracionado. É causada por um estiramento da raiz nervosa ou pela avulsão radicular. Pode causar desde uma paralisia no 
movimento de abdução, rotação externa e flexão do cotovelo, até uma paralisia completa com perda de sensibilidade.

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