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EDUCAÇÃO E NOVAS TECNOLOGIAS “A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma ação integrada de suas atividades educacionais, visando à geração, sistematização e disseminação do conhecimento, para formar profissionais empreendedores que promovam a transformação e o desenvolvimento social, econômico e cultural da comunidade em que está inserida. Missão da Faculdade Católica Paulista Av. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo. www.uca.edu.br Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. Todos os gráficos, tabelas e elementos são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior Professora | Débora Regina Fagundes Candido Sumário UNIDADE 1 – EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO INTRODUÇÃO ................................................................ 7 1. Conceito de Educação .............................................. 8 1.1 Tipos de conhecimento .............................................. 9 2. Arcabouço histórico da Educação ............................. 11 2.1 Fases históricas da educação na Idade Média ........... 13 2.2 Revolução Industrial e a Educação ............................ 14 3. Primórdios da educação no Brasil ............................. 15 4. Mas, afinal, o que é tecnologia? .............................. 17 CONCLUSÃO ............................................................... 19 ELEMENTOS COMPLEMENTARES ................................... 20 REFERÊNCIAS ................................................................ 21 UNIDADE 2 – O ESTADO E A FAMÍLIA ALIADOS PELA EDUCAÇÃO INTRODUÇÃO .............................................................. 24 1. O papel do Estado na Educação .............................. 24 2. Plano Nacional de Educação ...................................... 26 3. As 20 Metas do Plano Nacional de Educação .............. 29 4. O papel da Família na Educação em um mundo digital ..... 35 CONCLUSÃO ............................................................... 38 ELEMENTOS COMPLEMENTARES ................................... 39 REFERÊNCIAS ................................................................ 40 UNIDADE 3 – EDUCAÇÃO EM FOCO NA ERA DIGITAL INTRODUÇÃO .............................................................. 43 1. A sociedade como promotora e incentivadora da Educação .......................................................... 43 2. O papel do professor na Educação .......................... 45 3. A Educação nas escolas de hoje ............................... 47 4. O uso das tecnologias a favor da Educação .............. 49 4.1 Aprendizado virtual também pode ser divertido ........... 52 CONCLUSÃO ............................................................... 53 ELEMENTOS COMPLEMENTARES ................................... 54 REFERÊNCIAS ................................................................ 55 UNIDADE 4 – TECNOLOGIA A FAVOR DA EDUCAÇÃO INTRODUÇÃO .............................................................. 58 1. Na era digital, quem sabe mais são alunos ou professores? ............................................................ 58 2. Mídias digitais nos ambientes de aprendizagem ......... 61 3. Ensino EAD: uma ferramenta da Educação para o século XXI ............................................................... 64 4. Educação no caminho das TICs ............................... 67 CONCLUSÃO ............................................................... 70 ELEMENTOS COMPLEMENTARES ................................... 71 REFERÊNCIAS ................................................................ 71 Unidade 1 Objetivos de aprendizagem da unidade • Compreender o conceito de educação • Compreender o arcabouço histórico que envolve a educação • Conhecer os primórdios da Educação no Brasil • Compreender o que é tecnologia EVOLUÇÃO hISTóRICA DA EDUCAÇÃO Professora Especialista Débora Regina Fagundes Candido Evolução histórica da educação 7 Unidade 1 INTRODUÇÃO Prezado(a) acadêmico(a), ao iniciarmos esta unidade, compreenderemos alguns conceitos sobre educação e como esses conceitos atuam no nosso cotidiano. Inicialmente, abordaremos o conceito de educar e como isso funciona na prática por meio dos tipos de conhecimentos que adquirimos durante toda a nossa existência. Em posse da prerrogativa de que educar é base para o crescimento e desenvolvimento do indivíduo, podemos entender que uma nação comprometida com a Educação de seus cidadãos é capaz de se reinventar diante de qualquer crise que possa surgir. No cenário atual, com tanta interatividade, é claro que muitos de nós, ao estudar, prefiramos a prática a conceitos e ao contexto histórico. Contudo, é necessário compreendermos o arcabouço histórico que envolve a educação. Perguntas como “Onde e quando surgiu a primeira escrita? Por que o homem criou a escrita ou métodos de contar? Como surgiu o conceito de ensino?” serão assunto deste estudo. Abordaremos,em um terceiro momento,que a educação teve fases importantes na Idade Média como, por exemplo, quando o monarquismo engessou a educação e a evolução das universidades com o surgimento da doutrina e do pensamento crítico. Ademais, faremos uma breve viagem por fatos que marcaram a época e que contribuíram para a disseminação da educação. Diante de um cenário de constantes mudanças, não podemos deixar de mencionar o período da Revolução Industrial e como seu legado contribuiu para a administração, porém, sem deixar no esquecimento o rastro de destruição aos menos favorecidos. Além de todo o contexto histórico, vamos estudar os primórdios da educação no Brasil, como foram os primeiros métodos de ensino e como a Igreja Católica atuava logo após o descobrimento. Entenderemos, também, como a influência dos portugueses marcou a nossa história. Afinal, não podemos deixar que ela se perca no tempo. Por fim, abordaremos o conceito de tecnologia, como ela funciona e qual é a sua origem. Compreenderemos como a tecnologia trabalha em nosso favor e como a simplicidade na mudança de objetos são consideradas novas tecnologias. Caro(a) aluno(a), desejo que este conteúdo possa contribuir em sua vida acadêmica e incentivá- lo(a) a prosseguir estudando! Então, mãos na massa e bons estudos! Unidade 1 Evolução histórica da educação 8 1. CONCEITO DE EDUCAÇÃO Conhecimento Fonte: Pixabay. Prezado(a) aluno(a), quantas vezes você já deve ter ouvido o quanto a educação é importante para o desenvolvimento de um país, ou ainda uma comparação de nível de desenvolvimento de um país com a qualidade da educação, não é mesmo? Atrelamos esse conceito ao conhecimento ou à sabedoria do indivíduo. Nossos pais, ao fazermos algo errado, logo diziam: “Você não tem educação?”. A educação dos filhos sempre foi motivo de orgulho para seus pais. Mas, afinal, qual o significado de educação? Segundo Ferreira (2018), mais conhecido como Aurélio Buarque de Holanda, que dá nome ao dicionário Aurélio, o termo educar tem sua origem etimológica no latim educare e seu significado literal é “conduzir para fora” ou ainda “direcionar para fora”. Quem sabe você esteja se perguntando, mas conduzir o que ou conduzir a quem para fora? No entanto, o próprio dicionário traz algumas definições, mas observaremos neste estudo apenas duas de grande relevância, e uma delas é a seguinte: “oferecer a alguém o necessário para que esta pessoa consiga desenvolver plenamente a sua personalidade”. Nesse sentido, é possível observar que o ato de educar ocupa a ideia de conduziro indivíduo ao desenvolvimento de sua personalidade de maneira completa. Nessa definição, o foco é a pessoa que aprende. Já a segunda definição do dicionário é: “propagar ou transmitir conhecimento (instrução) a; oferecer ensino (educação)a; instruir”.Pode-se observar na segunda definição que o ato de educar impõe a alguém a missão de transmitir o conhecimento, neste caso, o foco é o propagador do conhecimento: um professor. Contudo, é perceptível que tanto aquele que transmite o conhecimento como aquele que absorve o ensino são “conduzidos para fora” a fim de alcançar a plenitude de suas personalidades. Evolução histórica da educação 9 Unidade 1 Em seus estudos, Vigotski (2000) esclarece a construção do pensamento e da linguagem, e diz que no processo de aprendizagem, especificamente o infantil, o ensino baseado apenas em conceitos faz com que a criança não absorva o conteúdo de maneira satisfatória. O autor observa que professores que enveredam por esse caminho criam uma falsa assimilação do conteúdo: [...] uma série de funções como a atenção arbitrária, a memória lógica, a abstração, a comparação e a discriminação, e todos esses processos psicológicos sumamente complexos não podem ser simplesmente memorizados, simplesmente assimilados. (VIGOTSKI, 2000, p. 246). Para Sforni e Galuch (2006), o conceito de aprender algo está longe de recitar vários tipos de conceitos sobre determinados assuntos de maneira aleatória, pois o processo de aprendizagem deve promover uma transformação intelectual no indivíduo. Deste modo, cada novo conhecimento do qual o indivíduo se apropria interliga-se a outro conhecimento adquirido, construindo uma grande rede de informações, além de promover o alargamento de sua mente. Conhecer e Preservar a nossa história mostra respeito com nossos antepassados que tanto lutaram para que hoje tivéssemos direito a Educação. O Governo do Paraná possui um Programa chamado“Nossa Escola tem História”, cujo objetivo é preservar a história das escolas. Assista o documentário: Chá com Brasilio e descubra como a escola contribuiu e influenciou várias pessoas. O vídeo está disponível no seguinte link: <http://www.educacao.video.pr.gov.br/modules/ video/upload/126252_museu_chacombrasilio.mp4>. Fonte: Elaborado pela autora. 1.1 Tipos de conhecimento Antes de adentrarmos propriamente a história da educação, é necessário compreendermos que existem alguns tipos de conhecimentos: teológico,filosófico, empírico ou tácito e científico. Desse modo, neste tópico iremos compreender um pouco sobre cada tipo de conhecimento para entender como cada maneira de ensinar contribuiu e continua contribuindo para o desenvolvimento pessoal do indivíduo e de toda sociedade. Conhecimento Teológico: Lakatos e Marconi (2003) referem-se ao conhecimento teológico, também conhecido como religioso, que tem sua base doutrinária nas Escrituras Sagradas. As verdades reveladas de modo sobrenatural são infalíveis e indiscutíveis para o detentor da fé, por isso as evidências não são totalmente verificáveis. Embora muitos não creiam na fé, como objeto de estudo é inegável que o conhecimento religioso faça parte de todas as nações. Hessen e Correia resumem de maneira clara e objetiva esse tipo de conhecimento: [...] deve-se enfatizar com toda a força que a religião é um domínio de valores completamente autônomo. Ela não se baseia num outro domínio de valores, mas está completamente firmada sobre seus próprios pés. Não tem seu fundamento de validade na filosofia e na metafísica, mas em si mesma, na certeza imediata característica do pensamento religioso. (HESSEN; CORREIA, 1999, p. 110). Unidade 1 Evolução histórica da educação 10 Conhecimento Filosófico: Segundo Dalfovo, Lana e Silveira (2008), o propulsor desse conhecimento é Tales de Mileto, e só depois surgiram Sócrates, Platão e também Aristóteles difundindo o conhecimento filosófico. Os autores definem desse modo: “O conhecimento filosófico é o pensamento crítico reflexivo para gerar coerências nas informações.” O conhecimento filosófico tem como princípio básico a reflexão crítica, com intuito de questionar, perguntar, entender para a compreensão das coisas. Por isso, é pertinente observar essa definição: “Filosofar é a reflexão que busca a essência das coisas, é rigorosa e de conjunto acerca dos problemas da educação, pois trata da reflexão que se procede com rigor, com método.” (ROSA, 2018). Conhecimento Empírico ou Tácito:O dicionárioFerreira (2017)define empirismo como: “Doutrina filosófica que afirma ser o conhecimento resultado da experiência, restringindo-se ao que pode ser apreendido através dos sentidos ou da introspecção, opondo-se ao racionalismo e à metafísica.” Desse modo, podemos afirmar que o conhecimento empírico é baseado em experiências ou que advém da prática, e não da teoria propriamente dita. Já Faria et al.(2017) reconhece como conhecimento empírico aquele que tem a experiência como guia. Diferente do conhecimento científico, que possui fundamentos embasados em análises de fatos comprovados, o empirismo defende a experiência do indivíduo durante a vida como fonte de conhecimento a serem transmitidosatravés das gerações. Conhecimento Científico: Esse tipo de conhecimento é factual, ou seja, sua veracidade pode ser constatada. Não se baseia apenas na razão, pois suas proposições são experimentadas. É um tipo de conhecimento ordenado de forma lógica, mas que pode ser falível por não ser definitivo (LAKATOS; MARCONI, 2003). Para complementar o entendimento acerca desse tipo de conhecimento, Fonseca (2002, p. 11) esclarece: O conhecimento científico é produzido pela investigação científica, através de seus métodos. Resultante do aprimoramento do senso comum, o conhecimento científico, tem sua origem nos seus procedimentos de verificação baseados na metodologia científica. É um conhecimento objetivo, metódico, passível de demonstração e comprovação. O método científico permite a elaboração conceitual da realidade que se deseja verdadeira e impessoal, passível de ser submetida a teses de falseabilidade. Contudo o conhecimento científico apresenta um caráter provisório [...] uma vez que pode continuamente ser testado, enriquecido e reformulado. Para que tal possa acontecer deve ser de domínio público. Em termos pedagógicos, para melhor fixação e compreensão, Nonaka e Takeuchi (2004) ensinam como funciona o processo de aprendizado e fazem a divisão do conhecimento em quatro etapas: a socialização do conhecimento é a fase de criação e compartilhamento do conhecimento tácito, ou seja, é repassado através da observação e das experiências; a externalização nada mais é que argumentar, dialogar e refletir sobre o conhecimento adquirido; a combinação é processo de organizar a aplicação do conhecimento em linguagem formal, ou seja, nesse momento o conhecimento torna- se codificado; e a internalização o último estágio, porém, não menos importante, pois o processo de aprendizado se inicia novamente através de novas experiências do conhecimento tácito. Ainda para Takeuchi e Nonaka (2008), existe o conhecimento organizacional, composto por cinco fases: compartilhamento do conhecimento tácito: é justamente partilhar o conhecimento desenvolvido pelas experiências; criação de conceitos: é a fase do diálogo e reflexão que o coletivo pode chegar por meio de métodos criativos; justificação dos conceitos: o entendimento organizacional passa a filtrar informações e conceitos, e nesse momento a empresa começa a se ater ao custo do produto, quanto o produto contribui na atividade da empresa e margem de lucro; construção de um Evolução histórica da educação 11 Unidade 1 arquétipo: na penúltima fase, a organização cria uma espécie de modelo a ser utilizado para que toda a empresa esteja em plena sinergia, desde o pessoal até a parte tecnológica e difusão interativa do conhecimento: é quando o conhecimento gerado passa das fronteiras da organização e é difundido de forma participativa entre consumidores, fornecedores, outras organizações, etc. Independentemente dos tipos de conhecimento que acreditamos ou na divisão que os autores podem fazer, o que fica claro é que o processo de aprendizado é semprerenovado. Desde a experiência até a sistematização do conhecimento, o que importa é não deixar o ciclo se fechar e interromper a interatividade com o mundo, pois somente assim aquilo que é conhecido pode ser denominado como renovado. “Quando recebemos um ensinamento, devemos recebe-lo como um valioso presente, e não como uma dura tarefa. Eis aqui a diferença que transcende.” Albert Einstein 2. ARCABOUÇO hISTóRICO DA EDUCAÇÃO Escrita cuneiforme Fonte: Pinterest. Não é possível falarem educação sem mencionar a escrita, que foi um meio que o homem pré-histórico encontrou de perpetuar-sena história. A escrita foi a “mágica de imortalizar” muitos povos, porém, sua invenção é atribuída, cerca de 4000 a.C., à civilização dos Sumérios;povo que vivia entre os rios Tigre e Eufrates e talvez seja o mais antigo do mundo. No entanto, os documentos mais antigos que comprovam a aparição da escrita são de 3.200 a.C. encontrados na cidade de Uruk ao sul da Mesopotâmia. Os artefatos históricos são tabletes de argila com o sistema primitivo de registrar em paredes de rochedos com uma espécie de estilete, onde as ideias ou conceitos da época eram registrados através de desenhos. A leitura da escrita cuneiforme era feita da esquerda para a direita e Unidade 1 Evolução histórica da educação 12 de cima para baixo, igual lemos o português, e assim como qualquer escrita,a cuneiforme foi sendo aprimorada com o passar do tempo (BAKOS,1998). Cagliari (2009) explica que, com a necessidade de fazer contabilização dos animais e também dos produtos, o povo sumério desenvolveu outra técnica: utilizavam bolotas de barros de tamanhos diferentes para que pudessem fazer a representação dos numerais e assim contabilizar seus bens. Nesse período, só os escritos nas rochas não eram suficientes, por isso, a escrita cuneiforme foi evoluindo conforme as necessidades iam surgindo. Talvez você esteja se perguntando por que temos queir tão longe para falarmos de educação. A verdade é que o contexto histórico faz com que possamos compreender também um pouco de nossa própria essência. É claro que desde que o mundo é mundo sempre existiu o método de ensinar, que é intrínseco ao ser humano, ainda que seja ensinar a pescar, caçar ou a proteger-se dos animais ferozes. Diante do exposto, passamos a falar sobre os registros da forma propriamente dita da educação. Vamos lá? Como foi dito, para compreendermosos porquês da evolução da Educação é necessário tirar o pó dos livros e entender seu contexto histórico. A maneiracomo se ensinava séculos atrás é completamente diferente do modo que é ensinado nas escolas de hoje.A educação possuiu várias fases históricas, sendo que seu berço histórico é requerido por dois povos distintos: os egípcios eos gregos. Para tanto, iremos apresentar nesta unidade, de forma sucinta, o posicionamento de alguns estudiosos sobre a origem histórica da Educação e sua evolução histórica. Para Manacorda (2002),é do Egito que vêm os indícios mais fortes sobre os primórdios do método de ensino devido às pesquisas históricas e arqueológicas sobre a educação. Segundo o autor, é legítimo iniciar o histórico de evolução da Educação pelo Egito, pois se tratou de um povo com um sistema avançado de agricultura, além de outras ciências como a astronomia, geometria e a matemática.O autor admite, porém, que existem correntes históricas queremetemaos gregos o pioneirismona Educação. Contrapondo a afirmação de Manacorda (2002), grande parte dos estudiosos afirma que foina Grécia que surgiram os primeiros preceitos sobre Educação. Pensadores e revolucionários de sua época como Sócrates, Platão e Aristóteles são, sem sombra de dúvida, os destaques sobre o pensamento sistêmico da antiga Grécia. No entanto, isso também se deve a duas cidades em destaque: Atenas e Esparta, que trouxeram grande significado a nossa evolução da Educação. Atenas por se tratar de uma cidade-estado e ter uma vertente democrática, alémde priorizaro processo de ensino do indivíduo de maneira que ele pudesse alcançar o conhecimento da verdade, do que se definia como belo e também do que era considerado o bem. Já a cidade de Esparta, em um contexto geral,voltava-se ao militarismo, visto que é de lá o surgimento de grandes guerreiros e heróisda época (PALMA FILHO,2010). Ainda na visão de Manacorda (2002), os ensinamentos iniciados no mais remoto Egito estão registrados no século XXVII antes de Cristo. Conforme denotação do autor, os preceitos morais da época e comportamentais eram transmitidos de maneira rigorosa. Normalmente, esses ensinamentos eram repassados de pai para filho ou de um mestre para seu discípulo ou escriba. Dessa forma, observamos que desde a antiguidade o ensino transmitido pelo mais maduro ao mais novo é característica presente nos povos. Para Saviani (2007), desde os primórdios no Egito até a fase dos escribas, ou mesmo na Grécia e também em Roma, as escolas eram restritas a certas classes sociais e o objetivoera preparar seus futuros dirigentes de forma intelectual para um governo promissor. Já para os trabalhos manuais não era necessário um processo de aprendizado escolar como o das classes altas: o “aprendiz”, por assim dizer, executava suas funções de ofício lado a lado de seus mestres. Evolução histórica da educação 13 Unidade 1 Você é capaz de observar que a preparação das classes mais altas, em todas as épocas, é sempre privilegiada e que para as classes mais pobres resta apenas o trabalho braçal? Mera coincidência ou uma imposição capitalista? Veja a reportagem da Folha de São Paulo de 16 de dezembro de 2017, intitulada “Escola atual não elimina desigualdade que vem do berço”, que faz menção a um estudo do IBGE que revela que existembarreiras gigantescas entre as gerações dependendo da educação dedicada aos pais. Acesse o link: <http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2017/12/1943833-escola-atual- nao-elimina-desigualdade-que-vem-do-berco.shtml>. Fonte: Elaborado pela autora. 2.1 Fases históricas da educação na Idade Média Nunes (1979) fez em seu livro um resumo prático das fases da evolução da Educação que facilitará nosso estudo. O autor divide esse período em quatro fases: na primeira fase, a Idade Média, houve uma decadência no âmbito escolar do mundo antigo, pois com a cultura romana sendo implementada através do monarquismo, engessou-se o progresso da educação. Na segunda fase,devido ao período de trégua nas invasões territoriais,os governos de Carlos Magno, Alfredo, o Grande e Otão viram a população aumentar, e grandes transformações na economia foram percebidas. A fase seguinte revelou o ápice da Idade Média; período da evolução das universidades edo surgimento da doutrina e do pensamento crítico, conhecido como método escolástico. Finalmente, na quarta fase presenciou- se o declínio escolar. Um período conturbado trouxe crise à cultura do Ocidente, porém,precedeu o surgimento do Renascimento. Dado esse resumo do período histórico da Idade Média, outro momento começa a florescer no campo da educação: o Renascimento. Esse período deflagrou um importantíssimomovimento na época que consagrou nomes de vários artistas como Leonardo da Vinci, Michelangelo e tantos outros que se tornaram legítimos representantes desse período. É evidente que as mudanças não ocorrem apenas no âmbito artístico, mas também no cultural e principalmente no científico. O Renascimento não se apoiou em uma ruptura com a Idade Média, mas foi uma modernização sensível e importante aos temas e aos interesses pesquisados no campo científico, além da eminente ascensão da arte e cultura deste período (SOUSA, 2017). Um fator determinante para o Renascimento foi a invenção da imprensa em 1440 por Johannes Gutenberg, cujo fato mais importante noticiado foi o anúncio da Reforma Protestante. Iniciada em 1517, pelo inconformado monge católico Martinho Lutero, a Reforma trouxe ao ensino educacional um marco histórico. Lutero consideravapapel do Estado a responsabilidade sobre aeducação universal, além de torná-la pública (GEMER, 2008). Rieth (2017) afirma que embora Martinho Lutero fosse um estudioso dedicado a teologia, seu objetivo não era criar apenas uma teoria de ensino na ótica cristã, mas empenhou-se para que a sociedade fosse despertada para uma educação de qualidade de maneira formal.Lutero refutou a tese do humanista Erasmo de Roterdã (1469-1536), que dizia que onde o luteranismo entrava, a ciência Unidade 1 Evolução histórica da educação 14 era decadente. Embora criticado por alguns, Lutero apoiou mudanças importantes em sua época, através de convocações a médicos para a reforma de suas faculdades, estudantes de Direito a abolir o direito canônico em suas grades de ensino e em contrapartida estudar o direito territorial, além das conhecidas 95 tesesde Lutero que levaram aos cristãos da época uma reflexão sobre os dogmas e sofismas impostos pela Igreja Católica. Quer conhecer mais sobre as teses de Lutero? Acesse o link: <http://www.luteranos.com.br/lutero/95_ teses.html>. Fonte: Elaborado pela autora. 2.2 Revolução Industrial e a Educação Caro (a) aluno (a), talvez para muitos de nós a história da Educação começa a ser conhecida a partir da Revolução Industrial. Na Inglaterra da segunda metade do século XVIII, a revolução das máquinas começa a tomar proporções. Finda-se a fase do feudalismo para o Capitalismo e começa a modernização das máquinas que funcionavam à vapor, pois as fábricas tinham a necessidade de produzir em larga escala; o ritmo era intenso e o capital continuava a abrir portas a novos mercados. Diante desse contexto, a tecnologia não afetou só as fábricas, mas a vida das pessoas, a economia, a cultura da época etoda a sociedade foi atingida pela Revolução Industrial (ALMEIDA, 2013). Neste momento da história, há uma “aliança” entre a fábrica e a escola, como se o sistema fabril fosse uma espécie de escola para as crianças. A pergunta é: onde se entrelaçam os caminhos da educação e do trabalho? Manacorda (2002, p. 305) explica: O trabalho entra, de fato, no campo da educação por dois caminhos, que ora se ignoram, ora se entrelaçam, ora se chocam: o primeiro caminho é o desenvolvimento objetivo das capacidades produtivas sociais (em suma, da revolução industrial), o segundo é a moderna “descoberta da criança”. O primeiro caminho é muito duro e exigente: precisa de homens capazes de produzir “de acordo com as máquinas”, precisa colocar algo de novo no velho aprendizado artesanal, precisa de especializações modernas. O segundo caminho exalta o tema da espontaneidade da criança, da necessidade de aderir à evolução da psique [...]. Portanto, a instrução técnico- profissional promovida pelas indústrias ou pelos Estados e a educação ativa das escolas novas, de um lado, dão se as costas, mas, do outro lado, ambas se baseiam num mesmo elemento formativo, o trabalho, e visa o mesmo objetivo formativo, o homem capaz de produzir. É impossível não mencionar os estudos de Frederick Winslow Taylor, que foi o patrono do gerenciamento cientifico do trabalho e estudou os tempos e os movimentos. Ele definiu quatro bases na execução das tarefas do trabalhador: planejar, preparar, controlar e executar, e seu objetivo era alcançar a eficiência das tarefas. Depois, deparamo-nos com os estudos sobre Henry Ford, empreendedor americanoque aprimorou a produção em massa e em larga escala e cuja ideia central era produzir a maior quantidade possível em menor tempo. Em seguida, nos deparamos como Jules Henri Fayol que em suas teorias salientou que a administração era a tarefa com maior grau de importância dentro de uma empresa, e que para aumentar a eficiência era imprescindível colocar em prática princípios como divisão de trabalho, remuneração, hierarquia e iniciativa. Finalmente, Max Weber propôs ao mundo a teoria da burocracia (E não é isso que já vem logo a nossa mente? Que o processo é moroso e complexo, com longas filas e papeladas intermináveis?), cuja essência era criar regras, bases e normas para que os processos funcionassem de maneira correta e evitassem desperdício e perdas (RIBAS, 2017). Evolução histórica da educação 15 Unidade 1 Foi preciso todo esse histórico para entender o que aconteceu com as crianças da época. Por que elas não estavam nas escolas? A resposta é simples: as indústrias não precisavam apenas da força bruta, mas de trabalhadores com pouca força, porém, com maior flexibilidade. Neste caso, crianças, adolescentes e mulheres passaram a ser utilizados em larga escala nas indústrias. Nesse período, houve um grande aumento no índice de mortalidade infantil por diversos motivos, mas principalmente pelo trabalho, mas e quanto à escola? Camargo (2016, p. 5) dá a resposta de como funcionavam as leis que “protegiam” as crianças para estudarem: [...] as leis fabris criadas pelo Parlamento inglês não passavam de falácias, pois frequentemente eram burladas pelos capitalistas, como exemplo disso, [...]os certificados de frequência escolar eram assinados apenas com uma cruz pelo professor, demonstrando assim, que nem este sabia escrever. Ainda para Camargo (2016), mesmo que Taylor, Ford, Fayol ou Weber não tenham se dedicado a escreverem livros ou artigos sobre a educação, seus trabalhos de observação e análises sobre as divisões de trabalho no meio fabril e o processo produtivo em massa contribuíram para mudanças no processo de trabalho do homem. E não se pode negar que construíram um legado sobre administração, métodos, cálculos e projeções para melhor gerir o trabalho, embora o enfoque da época fosse apenas o capitalismo “a sangue frio”. Portanto, é possível entender que uma sociedade mais justa, democrática e completamente emancipada só será possível através da formação de indivíduos transformadores de realidades. Para tal, a educação escolar ainda necessita de muitas modificações e melhorias. Quer contribuir para a educação em sua cidade ou no seu bairro? Conheça as 5 Atitudes Pela Educação que têm o objetivo apoiar e incentivar a Educação no Brasil. Fonte: 5 Atitudes pela Educação. 3. PRIMóRDIOS DA EDUCAÇÃO NO BRASIL Falar da nossa história é um pouco mais fácil, não é mesmo? Sabemos tudo sobre nossas dificuldades, anseios, medos e tantos outros sentimentos que nos rodeiam. A história do povo brasileiro é uma história triste de um povo que foi roubado, saqueado em suas próprias terra. A dignidade de um povo que quase se perdeu pelos conchavos, presentinhos e o famoso “jeitinho brasileiro” de resolver as coisas, mas alto lá! Não foram os índios que roubaram as terras dos portugueses.Pelo contrário: um povo estranho nos saqueou e roubou, então vamos por um momento corrigir nossas raízes históricas Unidade 1 Evolução histórica da educação 16 e dizer que o “jeitinho” não é nossoe entendermos como foi que tudo começou aqui no Brasil, é claro, com enfoque na Educação. No Brasil, assim como em qualquer povo antes de sua colonização, o conhecimento era transmitido de forma simples e não padronizada. Sem instituições de ensino, o conhecimento era transmitido de pai para filho através das atividades do cotidiano. Os índios que aqui viviam limitavam- se apenas a repassar seus usos e costumes da época de maneira empírica. Já no período colonial, com a chegada dos portugueses, muita coisa mudou por aqui. O que antes era de comum para todos transformou-se em uma sociedade capitalista e mercantil (PALMA; FRANCESHINA, 2017). Silva Junior (2017) conta que a história do Brasil é marcada pela educação através do catequismo aos indígenas. Embora o autor não identifique correlação entre a educação e a catequese aplicada pelos jesuítas, é indiscutível que o pioneirismo pertence aos religiosos que chegaram na época da colonização, e que durante muito tempo ensino e religião caminharam lado a lado. É necessário destacar que não foram apenas os jesuítas que tiveram papel relevante na educação e catequização dosíndios no Brasil colônia. Outros ordenamentos religiosos como os carmelitas e os irmãos beneditinos e dominicanos, entre outros, também exerceram papel fundamental. Saviani (2007) demonstra claramente que existia uma interação entre a educação e o catequismo: Como já foi salientado, há uma estreita simbiose entre educação e catequese na colonização do Brasil. Em verdade a emergência da educação como um fenômeno de aculturação tinha na catequese a sua ideia-força, o que fica claramente formulado no Regimento de Dom João III estatuído em 1549 e que continha as diretrizes a serem seguidas e implementadasna colônia brasileira pelo primeiro governo geral (SAVIANI, 2007, p. 31). Embora houvesse um grande abismo quanto à diferença cultural entre os indígenas e os jesuítas, a missão de catequizar não ficou comprometida, conforme podemos observar na figura a seguir. Educação dos jesuítas no Brasil-Colônia Fonte: Pinterest. Evolução histórica da educação 17 Unidade 1 Já Oliveira (2017) observa que a crise na educação brasileira tem suas raízes históricas no confronto do ensino laico, ou seja, não sujeito a nenhuma religião, em contrapartida com o ensino confessional que fora ministrado pelos jesuítas. As bases educacionais ficaram inalteradas por mais de 200 anos, e com isso o confessional perdurou obstante ao Estado. Muito embora houvesse contribuições significativas ao ensino, o interesse real do catecismo era absolutamente outro. Palma e Franceshina (2017) denotam em seus estudos que por meio das diversas transformações criadas pela Revolução Francesa e Industrial muitos aspectos da educação também mudaram. Com o crescimento urbano, a burguesia em emersão e abolição da escravatura, uma nova classe elitizada precisava ser aculturada para acompanhar o crescimento e os acontecimentos mundiais. Por isso, em 1826, Cunha Bueno apresentou a diretriz educacional e surgiu então a divisão do ensino em três graus distintos. Assim, o ensino a todos se chamou primário; o secundário era apenas para as províncias e finalmente, o ensino superior apenas para a União. Caro (a) acadêmico (a), observe que o último acontecimento histórico que datamos foi em 1826, porém, a história da educação brasileira não parou nesse período. O objetivo do tópico era apenas demonstrar ao leitoros primeiros passos e os métodos iniciais de ensino no Brasil. Quer dar continuidade a esse estudo? Arregace as mangas e desperte em você o “espírito investigativo” e conheça mais sobre a nossa história e evolução. 4. MAS, AFINAL, O QUE É TECNOLOGIA? Tecnologia Fonte: Pinterest. Caro (a) acadêmico (a), você já se perguntou realmente o que é tecnologia? Embora utilizemos da tecnologia em quase todas as atividades do dia a dia, muitas vezes não nos atentamos a ela. Unidade 1 Evolução histórica da educação 18 Segundo Veraszto et al.(2017) não devemos taxar uma definição exata e precisa sobre o termo tecnologia, pois ao longo da história a palavra é conceituada através de compreensões diferentes e principalmente com embasamentos teóricos que divergem o tempo todo. Nesse sentido, Freire (2014, p. 50) responde ao nosso questionamento: O que é tecnologia? De forma geral, a resposta à pergunta “O que é tecnologia” demonstra essa concepção de história que confia na infinitude do tempo, que entende o progresso como uma estrada em que se trilha veloz e lentamente. A alienação quanto a esse percurso, a via do progresso, dá-se segundo Benjamin, através de uma relação com o presente, própria dessa concepção afirmativa de história, marcada pela falta de nexo, de precisão e de rigor. Perguntar sobre o que é tecnologia é apenas uma iniciativa tímida perante um processo de alienação em que a razão se conforta em esquecer seus fins e seus limites. Diante desses argumentos, podemos compreender que embora apareça em vários ambientes e também áreas de conhecimento, a tecnologia é mantida independente ou até mesmo alheia aos ambientes e das áreas do conhecimento. Deste modo, a tecnologia muitas vezes tem passado como mero utilitário ou ferramenta que é imposta a utilização, porém foi não para isso que ela surgiu. É necessário olhar para a história da humanidade para entendermos como funciona a tecnologia, por exemplo: Quando o homem mais primitivo descobriu a possibilidade de modificar e melhorar uma faca feita de pedra por uma faca com o corte de ferro ou quem sabe que salgar alguns alimentos faz com que durem mais tempo. Parece simples, mas não é tão fácil assim dependendo do contexto histórico em que se vive. Qualquer modificação que aprimora o instrumento/objeto ou que pode melhorar o cotidiano contribui para o aperfeiçoamento da tecnologia. Como podemos então compreender o objetivo da utilização das tecnologias, Pinto (2004, p. 3-4) explica: Usar tecnologia tem como objetivo o aumento da eficiência da atividade humana em todas as esferas, principalmente na produtiva. A tecnologia e seu uso são a marcada terceira Revolução Industrial. Caracteriza-se pela transformação acelerada no campo tecnológico, com consequências no mercado de bens, serviços e consumo; no modo de organização dos trabalhadores; no modo de produção; na educação/qualificação dos trabalhadores e nas relações sociais. Ao percebermos como a tecnologia funciona compreendemos que ela consiste em um melhor rendimento para qualquer atividade humana. É certo afirmarmos que atualmente quanto mais aprimorado o serviço, máquina ou atividade, mais requer evolução e mais tecnologia. No entanto, você sabe como tudo isso começou? Gómez (2002) exemplifica que nos Estados Unidos foram implantadas novas tecnologias nas portas dos shoppings centers, sensores capazes de abrir e fechar as portas de maneira automática possibilitava maior acessibilidade aos consumidores cheios de sacolas. Aparentemente algo muito simples, mas com o objetivo alcançado o consumo foi estimulado. Outro exemplo simples foi na Alemanha, para diminuir o consumo de água foram instaladas nos banheiros novas tecnologias para regular a saída de água. Nestes exemplos, torna-se possível observar à importante dinâmica que envolve a finalidade do uso das tecnologias e como isso reflete na sociedade. Diante de tantas novidades tecnológicas que nos sobrevêm, uma frase cai como uma luva de Freire (2014, p.54) “O novo envelhece rápido na era industrial. O que dizer do século XX, com a explosão da produção e do consumo?” Evolução histórica da educação 19 Unidade 1 Caro (a) aluno (a), ao finalizarmos esse módulo te convido a pensar em como mudanças aconteceram em nosso dia a dia. Você se lembra do seu primeiro celular? Aquele cheio de botões e que muitas vezes era enorme e pesado...Pois é, o tempo passou muito rápido e hoje não sabemos às vezes dizer quantas vezes já trocamos de celular. No entanto, pergunto a você: Se era tão bom seu primeiro celular, pois fazia e atendia ligações, por que substituí-lo tantas vezes? A resposta é simples: a tecnologia mudou o celular “tijolão” para smartphone, e então, aquele aparelho se tornou obsoleto e não serve mais. Isso acontece com diversas coisas, por exemplo: máquina de escrever, disquete,fax, vídeo cassete, máquina fotográfica e tantos outros que não é possível listá-los. Muitos de nós nunca utilizamos alguns desses objetos e talvez só venha conhecê-los através da internet, que, aliás, é uma ótima tecnologia. Diante de tudo isso só nos resta uma pergunta: O que fazer com aquilo que se tornou obsoleto? Bem, vamos deixar esse assunto para outra oportunidade. Você sabia que a Islândia lidera o ranking global do Índice de Desenvolvimento de Tecnologia e Informação e Comunicação (IDI) em 2017, segundo a Organização das Nações Unidas. Já o Brasil ocupa a 66º posição no ranking mundial. Aproveite e leia a matéria na íntegra! Disponível em: <https://nacoesunidas.org/brasil-ocupa- 66o-lugar-em-ranking-da-onu-de-tecnologia-de-informacao-e-comunicacao/>.Fonte: Elaborado pela autora. CONCLUSÃO Caro(a) acadêmico(a), nesta unidade foi possível compreendermos conceitos sobre educação e como esses conceitos influenciam nossa história. Foi abordado o conceito de educar que, em tese, ocupa a ideia de conduzir o indivíduo ao desenvolvimento de maneira completa de sua personalidade. Ficou explícito que aquele que transmite o conhecimento aprende como aquele que absorve o ensino. Também foi possível compreendermos que o processo de aprendizagem deve promover uma transformação intelectual no indivíduo. Nesse sentido, o alargamento da mente acontece com a soma de conhecimentos adquiridos pelo indivíduo. Estudamos sobre o arcabouço histórico que envolve a educação. Descobrimos que na cidade de Uruk ao sul da Mesopotâmia foram encontrados os primeiros artefatos da escrita cuneiforme, datados por volta de 3.200 a.C. Averiguamos que o povo sumério desenvolveu uma técnica de contabilização através de diferentes bolotas de barro. Ficou claro que desde a antiguidade o ensino era transmitido pelo mais maduro ao mais novo e que essa práticaé característica presente ainda na maioria dos povos. Foi abordado um terceiro momento da educação e suas fases importantes na Idade Média, um período bastante conturbado no início, porém que contribuiu para a evolução das universidades epara o surgimento da doutrina e do pensamento crítico. Vimos como as teses de Lutero foram amplamente divulgadas com o advento da invenção da imprensa. Através desse estudo tornou-se possível compreender como o Capitalismo desenfreado promoveu a Revolução Industrial, mas também como manchou a história com o trabalho desumano, principalmente, para mulheres e crianças. Unidade 1 Evolução histórica da educação 20 Analisamos os métodos da igreja Católica na catequização dos indígenas, como a igreja influenciou durante muitos anos no método e diretrizes do ensino no Brasil. Também foi possível compreendermos como as influências dos portugueses marcaram nossa história e como ficou impregnada em nossa terra a fraude e a corrupção. Por fim, abordamos sobre o conceito de tecnologia, explicamos como ela funciona e como pode contribuir em diversos setores da sociedade. Compreendemos como a tecnologia pode trabalhar em nosso favor e como pequenos diferenciais nos separam no novo e do obsoleto. Prezado(a) aluno(a), espero que esse conteúdo possa ter contribuído nos seus estudos e que tenha instigado a conhecer mais sobre a História da Educação. Sucesso! ELEMENTOS COMPLEMENTARES #FILME# Título: A classe operária vai ao paraíso Ano: 1971 Sinopse: Lulu Massa (Gian Maria Volonté) é um trabalhador exemplar, dedicado e admirado por seus chefes pelo trabalho bem feito, mas detestado pelos demais funcionários. Por conta dos baixos salários e das péssimas condições de trabalho, o sindicato decide entrar em greve, fazendo todos os operários da fábrica pararem. Lulu decide não se envolver com o movimento político até o momento em que sofre um acidente com uma das máquinas, o que lhe custa um dedo. Diantedo descaso de seus patrões com o acidente, ele decide participar dos grupos revolucionários. Disponível em: <http://www.adorocinema.com/filmes/ filme- 6095/>. Acesso em: 12 jan. 2018. #LIVRO# Título: Novas Tecnologias na Educação: Reflexões Sobre a Prática Autor: Luís Paulo Leopoldo Mercado (Org.) Editora: EDUFAL Sinopse: Os textos publicados no livro resultam das reflexões produzidas sobre o tema Novas Tecnologias na Educação, proporcionando uma visão ampla da evolução do conhecimento científico na área de novas tecnologias na educação e da metodologia e técnicas de pesquisa como instrumentos de produção do conhecimento, introduzindo o uso de novas tecnologias numa escola, envolvendo projetos de informática educativa, telemática educativa, software educativo, atualização pedagógica. As reflexões abordam: a formação de professores frente as novas tecnologias; a socialização na Internet através de uma lista de discussão; a escolha de softwares livre na escola; a capacitação de professores para utilizar novas tecnologias nas escolas públicas; a utilização da informática na sala de aula; a terceirização na informática educativa; e a internet como ambiente de pesquisa na escola. Evolução histórica da educação 21 Unidade 1 REFERÊNCIAS ALMEIDA, M. P. Educação a Distância e Autonomia Universitária: Políticas Públicas e Aspectos Legais. 2013. Disponível em: <http://www.ppe.uem.br/dissertacoes/2008_marcos_pires.pdf>. Acesso em: 12 jan. 2018. BAKOS, M. III Jornada de Estudos do Oriente Antigo: EDIPUCRS, 1998.Disponível em: <https:// books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=Ajl9rsTOU2gC&oi=fnd&pg=PA11&dq=escrita+cu neiforme&ots=sMLJLY7_Ko&sig=VlbsVe6YJOHRxDSgNkeEGBPQ7fM#v=onepage&q=escrita%20 cuneiforme&f=false>.Acesso em: 12 jan. 2018. CAGLIARI, L. C. A história do alfabeto. São Paulo: Paulistana Editora, 2009. CAMARGO, C. R. S. Marxismo e Educação. 2016. Disponível em: <http://www.anpedsul2016.ufpr. br/wp-content/uploads/2015/11/eixo21_CARLA-ROSEANE-DE-SALES-CAMARGO.pdf>. Acesso em: 12 jan. 2018. DALFOVO, M. S.; LANA, R. A.; SILVEIRA, A. Métodos quantitativos e qualitativos: um resgate teórico. Revista Interdisciplinar Científica Aplicada, v. 2, n. 3, p. 1-13, 2008. 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Unidade 2 Objetivos de aprendizagem da unidade • Compreender o papel do Estado na educação • Entender como funciona o Plano Nacional de Educação (PNE) • Conhecer as 20 Metas do Plano Nacional de Educação e identificar sua aplicação em alguns estados do País • Perceber o papel da família na educação e na formação do indivíduo O EstadO E a faMília aliadOs PEla EduCaçãO Professora Especialista débora Regina fagundes Candido Unidade 2 O Estado e a família aliados pela educação 24 iNtROduçãO Prezado(a) acadêmico(a), ao iniciarmos esta segunda unidade, vamos compreender como o Estado e a Família devem caminhar de braços dados em favor da educação e como os planos de políticas públicas influenciam no processo de ensino. Analisaremos alguns artigos da Constituição Federal de 1988 que impõem ao Estado deveres para disseminar a educação para todos os indivíduos e se o Estado tem conseguido cumprir seus objetivos ou tem alterado sua função principal. Em seguida,vamos entender como funciona o Plano Nacional de Educação (PNE), em quais esferas ele tem atuação, quais são suas prerrogativas estabelecidas e como está o desenvolvimentodo seu plano de metas. Além disso,analisaremos a posição do Brasil no ranking mundial da educação. Já no terceiro tópico, consultaremos as 20 Metas do Plano Nacional de Educação. Serão analisados dados de regiões do nosso país para fazer um comparativo entre as metas estabelecidas e a atual situação em relação ao cumprimento das metas. Finalizaremos a unidade discutindo o papel da família na educação e na formação do indivíduo, pois a família tem papel decisivo na formação do caráter da criança, e principalmente como a família está atualmente. Falaremos sobre como os pais agem diante de situações extremas e abordaremos as mudanças de postura que os pais tiveram no decorrer da história, além das mudanças que a família tem enfrentado diante de um mundo digital. Caro(a) acadêmico(a), desejo queo conteúdo dessa unidade lhe proporcione uma metanoia e que o(a) incentive a prosseguir estudando! Bons estudos! 1. O PaPEl dO EstadO Na EduCaçãO Educação, arma poderosa de mudança Fonte: Pinterest. Caro (a) aluno (a), no último tópico da unidade anterior falávamos sobre os primórdios da educação no Brasil e como a Igreja desenvolveu a prática de ensino através do catequismo. Após a O Estado e a família aliados pela educação 25 Unidade 2 Inauguração da República Brasil, houve então uma separação entre Estado (nação) e Igreja, pois nesse momento o país já possuía uma ordenação jurídica pela qual o Estado poderia responsabilizar-se pela educação no Brasil. Desse modo, o governo central do Brasil, assim como estados e municípios, tomaram para si atribuições em relação à Educação. Atualmente, no Brasil, a forma de organizar a administração ficou conhecida como plano ou projeto de políticas públicas, que nada mais é que: “[...]uma ação do Estado, de caráter universal, destinada a atender a todos de forma igualitária.” (MOREIRA, 2008). Em posse desse entendimento, iniciaremos nosso estudo por meioda Lei máxima do nosso país: a Constituição Federal de 1988. Pois bem, o artigo 205 da Constituição estabelece ao Estado a competência de educar: Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (BRASIL, 1988). É possível visualizar que, ao instituir a lei, o legislador preocupou-se em deixar um artigo específico para perpetrar que é dever do Estado oportunizar a educação a todos os indivíduos. Posteriormente, vamos dar ênfase no papel da família e da sociedade, porém, nesse momento vamos priorizar e entender como é o funcionamento e o trabalho do Estado para promover a educação para todos os cidadãos. Embora a Constituição Federal seja de 1988, o artigo não se mostra obsoleto; pelo contrário: reafirma que a sociedade e a família precisam caminhar de mãos dadas com o Estado para promoverem o desenvolvimento do indivíduo. Em seu Art. 206, a Constituição Federal de 1988 disciplina que o ensino terá como bases alguns princípios: Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; V- valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas; VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei; VII - garantia de padrão de qualidade. VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos termos de lei federal [...]. (BRASIL,1988). Nota-se que o legislador trouxe a esse artigo princípios que norteiam uma educação baseada em igualdade, liberdade, diversidade de ideias, gratuidade e valorização dos educadores, porém, mesmo com a lei assegurando todos esses direitos, na prática não é bem isso que vemos em âmbito nacional. E nem precisar ir muito longe: no bairro em que moramos percebemos uma infinidade de problemas. Na visão de Pinto (2004),embora seja dever do Estado garantir a educação, a escola acaba por assumir efetivamente o papel de assistente social da população mais carente. Neste sentido, perde o foco da sua função principal de elaborar o conhecimento e disseminá-lo de maneira igualitária a população. A autora faz a crítica: Num país onde a escola ainda assume o papel de assistente social e perde de vista sua função de produzir e “reproduzir” o conhecimento, faz-se necessário resgatar sua função primordial de formar o cidadão para a sociedade atual [...]. (PINTO, 2004, p. 6). Unidade 2 O Estado e a família aliados pela educação 26Embora o texto da autora tivesse sido escrito há quase 15 anos, percebeu que esse texto é verdadeiramente a realidade que encontramos hoje no cotidiano da vida escolar? Às portas da eclosão da Segunda Guerra Mundial, Jean Piaget sabiamente anteviu como a educação tem papel decisivo em todas as nações e se sobrepõe a quaisquer ideologias e governos. É relevante citar neste estudo um posicionamento de Piaget: “Após os cataclismos que marcaram estes últimos meses, a educação constituirá, uma vez mais, o fator decisivo não só da reconstrução, mas inclusive e, sobretudo, da construção propriamente dita” (PIAGET,1940, p.12apud PIAGET; MUNARI, 2010, p.17). Parafraseando a ideia de Piaget e aplicando em nossos dias, podemos concordar com o autor que a educação deve ser pedra fundamental para a construção ou mesmo a reconstrução de uma sociedade. “Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais[...]” Fonte: Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), artigo XXVI. Disponível em: <http://www.onu.org.br/img/2014/09/ DUDH.pdf>. 2. PlaNO NaCiONal dE EduCaçãO Plano Fonte: Pixabay. Agora que já compreendemos o porquê de o Estado ter a incumbência de estar à frente da educação, podemos estudar como funciona o Plano Nacional de Educação (para facilitar nossa didática, utilizaremos a sigla PNE quando tratarmos do Plano Nacional de Educação). Atualmente, a Lei do PNE é a nº 13.005 de 25 de junho 2014 e tem vigência de 10 anos. No entanto, em 2009 a Emenda Constitucional nº 59 alterou e fez melhorias ao artigo 214 da Constituição Federal de 1988, que embasou o PNE: O Estado e a família aliados pela educação 27 Unidade 2 Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração decenal, com o objetivo de articular o sistema nacional de educação em regime de colaboração e definir diretrizes, objetivos, metas e estratégias de implementação para assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis, etapas e modalidades por meio de ações integradas dos poderes públicos das diferentes esferas federativas que conduzam a: I - erradicação do analfabetismo; II - universalização do atendimento escolar; III - melhoria da qualidade do ensino; IV - formação para o trabalho; V - promoção humanística, científica e tecnológica do País. VI - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do produto interno bruto. (BRASIL, 2009). É possível observar que, através da Lei, o legislador procurou ações para melhorar a Educação. Por meio desse plano, o Ministério da Educação pode organizar estrategicamente maneiras de colocar a educação de volta aos trilhos. Mas será que o PNE deu certo? Segundo o Caderno Conhecendo as 20 Metas do PNE (2014), disponível no site do Ministério da Educação (MEC), o plano implica ao Brasil encarregar-se de eliminar as desigualdades sociais no campo da educação através de um esforço contínuo. Atualmente, o plano possui 20 metas para orientar como promover o acesso e a permanência nas escolas a fim de erradicar as desigualdades educacionais de cada região do país, identificar o potencial de cada localidade e promover a formação para o trabalho e para que os indivíduos possam exercer a plena cidadania. De posse dessas informações, cabe nos atermos também ao Art. 214 da Constituição Federal, que possui diretrizes do PNE. A Lei Nº 13.005 de 25 de junho 2014, em seu artigo 2º, disciplina quais são os fundamentos desse plano: Art. 2º São diretrizes do PNE: I - erradicação do analfabetismo; II - universalização do atendimento escolar; III - superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da cidadania e na erradicação de todas as formas de discriminação; IV - melhoria da qualidade da educação; V - formação para o trabalho e para a cidadania, com ênfase nos valores morais e éticos em que se fundamenta a sociedade; VI - promoção do princípio da gestão democrática da educação pública; VII - promoção humanística, científica, cultural e tecnológica do País; VIII - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do Produto Interno Bruto - PIB, que assegure atendimento às necessidades de expansão, com padrão de qualidade e equidade; IX - valorização dos (as) profissionais da educação; X - promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, à diversidade e à sustentabilidade socioambiental. (BRASIL, 2014). Podemos perceber que alguns dos incisos são literalmente iguais ao que a Constituição impõe ao PNE, o que reforça o peso da obrigação de conduzir o país ao pleno desenvolvimento em uma educação de qualidade. Ainda segundo o Caderno Conhecendo as 20 Metas do PNE (2014), “[...] não há como trabalhar de forma desarticulada, porque o foco central deve ser a construção de metas alinhadas ao PNE.” Por isso, entes da federação como o Ministério da Educação (MEC) e a Secretaria de Articulação com os Sistemas de Ensino (SASE), juntamente com os estados, municípios e o Distrito Federal, procuram estabelecer nacionalmente o alinhamento do PNE em todo o país. Unidade 2 O Estado e a família aliados pela educação 28 O Brasil está na 60º posição entre os piores no Ranking Mundial de Educação Em 2015, a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) fez uma avaliação com alunos de 15 anos de idade em 76 países por meio da aplicação de testes de ciências e matemática, em que se revelou uma dura realidade brasileira. Disponível em: <http://www.feedbackmag.com.br/humanas-e-o-excedente-de-riqueza- parte-2/>. Acesso em: 16 jan. 2018. O Estado e a família aliados pela educação 29 Unidade 2 3. as 20 MEtas dO PlaNO NaCiONal dE EduCaçãO Direções Fonte: Pixabay. Prezado (a) acadêmico (a), passamos agora a entender como funcionam as metas do PNE e, para melhor compreensão, elaboramos um quadro com as 20 metas compiladas e divididas nos setores em que cada meta atua. Essas metas, como citado anteriormente, correspondem à vigência de 2014 a 2024: Vinte metas PNE e Setores de abrangência PNE – PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO (VIGÊNCIA: 2014-2024) Meta estabelecida Setor de Atuação Meta 1: universalizar até 2016 a educação infantil na pré-escola para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade e ampliar a oferta de educação infantil em creches, de forma a atender, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das crianças de até 3 (três) anos até o final da vigência deste PNE. Educação Infantil. Meta 2: universalizar o ensino fundamental de 9 (nove) anos para toda a popula- ção de 6 (seis) a 14 (quatorze) anos e garantir que pelo menos 95% (noventa e cin- co por cento) dos alunos concluam essa etapa na idade recomendada até o último ano de vigência deste PNE. Ensino Fundamental. Meta 3: universalizar até 2016 o atendimento escolar para toda a população de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos e elevar, até o final do período de vigência deste PNE, a taxa líquida de matrículas no ensino médio para 85% (oitenta e cinco por cento). Ensino Médio. Unidade 2 O Estado e a família aliados pela educação 30 Meta 4: universalizar, para a população de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdo- tação, o acesso à educação básica e ao atendimento educacional especializado, pre- ferencialmente na rede regular de ensino, com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços especia- lizados, públicos ou conveniados. Educação Especial. Meta 5: alfabetizar todas as crianças, no máximo até o final do 3º (terceiro) ano do ensino fundamental. Ensino Fundamental. Meta 6: oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das escolas públicas, de forma a atender pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) dos(as) alunos(as)da educação básica. Regular o espaço-tempo na educação básica. Meta 7: fomentar a qualidade da educação básica em todas as etapas e modalida- des, com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem, de modo a atingir as se- guintes médias nacionais para o Ideb: 6,0 nos anos iniciais do ensino fundamental; 5,5 nos anos finais do ensino fundamental; 5,2 no ensino médio. Avaliação da Educação Básica. Meta 8: elevar a escolaridade média da população de 18 (dezoito) a 29 (vinte e nove) anos, de modo a alcançar, no mínimo, 12 (doze) anos de estudo no último ano de vigência deste plano, para as populações do campo, da região de menor escolaridade no País e dos 25% (vinte e cinco por cento) mais pobres, e igualar a escolaridade média entre negros e não negros declarados à Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Educação de Jovens e Adultos. Meta 9: elevar a taxa de alfabetização da população com 15 (quinze) anos ou mais para 93,5% (noventa e três inteiros e cinco décimos por cento) até 2015 e, até o final da vigência deste PNE, erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% (cinquenta por cento) a taxa de analfabetismo funcional. Educação de Jovens e Adultos. Meta 10: oferecer, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) das matrículas de educação de jovens e adultos, nos ensinos fundamental e médio, na forma integra- da à educação profissional. Educação de Jovens e Adultos. Meta 11: triplicar as matrículas da educação profissional técnica de nível médio, assegurando a qualidade da oferta e pelo menos 50% (cinquenta por cento) da expansão no segmento público. Educação Profissional Meta 12: elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50% (cinquen- ta por cento) e a taxa líquida para 33% (trinta e três por cento) da população de 18 (dezoito) a 24 (vinte e quatro) anos, assegurada a qualidade da oferta e expansão para, pelo menos, 40% (quarenta por cento) das novas matrículas, no segmento público. Educação Superior. Meta 13: elevar a qualidade da educação superior e ampliar a proporção de mestres e doutores do corpo docente em efetivo exercício no conjunto do sistema de educa- ção superior para 75% (setenta e cinco por cento), sendo, do total, no mínimo, 35% (trinta e cinco por cento) doutores. Educação Superior. Meta 14: elevar gradualmente o número de matrículas na pós-graduação stricto sensu, de modo a atingir a titulação anual de 60.000 (sessenta mil) mestres e 25.000 (vinte e cinco mil) doutores. Educação Superior. Meta 15: garantir, em regime de colaboração entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no prazo de 1 (um) ano de vigência deste PNE, política nacional de formação dos profissionais da educação de que tratam os incisos I, II e III do caput do art. 61 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, assegurado que todos os professores e as professoras da educação básica possuam formação especí- fica de nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de conhecimento em que atuam. Direcionado ao magistério e aos servidores da educação básica. PNE – PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO (VIGÊNCIA: 2014-2024) Meta estabelecida Setor de Atuação O Estado e a família aliados pela educação 31 Unidade 2 Meta 16: formar, em nível de pós-graduação, 50% (cinquenta por cento) dos pro- fessores da educação básica, até o último ano de vigência deste PNE, e garantir a todos(as) os(as) profissionais da educação básica formação continuada em sua área de atuação, considerando as necessidades, demandas e contextualizações dos siste- mas de ensino. Direcionado ao magistério e aos servidores da educação básica. Meta 17: valorizar os(as) profissionais do magistério das redes públicas de edu- cação básica, de forma a equiparar seu rendimento médio ao dos(as) demais pro- fissionais com escolaridade equivalente, até o final do sexto ano de vigência deste PNE. Direcionado ao magistério e aos servidores da educação básica. Meta 18: assegurar, no prazo de 2 (dois) anos, a existência de planos de carreira para os(as) profissionais da educação básica e superior pública de todos os sistemas de ensino e, para o plano de carreira dos(as) profissionais da educação básica pú- blica, tomar como referência o piso salarial nacional profissional, definido em lei federal, nos termos do inciso VIII do art. 206 da Constituição Federal. Direcionado ao magistério e aos servidores da educação básica. Meta 19: assegurar condições, no prazo de 2 (dois) anos, para a efetivação da gestão democrática da educação, associada a critérios técnicos de mérito e desem- penho e à consulta pública à comunidade escolar, no âmbito das escolas públicas, prevendo recursos e apoio técnico da União para tanto. Direcionado aos diretores de escolas. Meta 20: ampliar o investimento público em educação pública de forma a atingir, no mínimo, o patamar de 7% (sete por cento) do Produto Interno Bruto (PIB) do País no 5º (quinto) ano de vigência desta Lei e, no mínimo, o equivalente a 10% (dez por cento) do PIB ao final do decênio. Direcionado para o investi- mento em educação. Fonte: BRASIL, 2014. PNE – PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO (VIGÊNCIA: 2014-2024) Meta estabelecida Setor de Atuação Após fazer a leitura das 20 metas do PNE, torna-se possível assimilar como cada meta, se atingida, pode contribuir para a evolução e o aperfeiçoamento da educação. Para nossa melhor fixação e também para a verificação se as 20 metas do PNE estão sendo cumpridas, faremos análises de algumas metas em relação a localidades com bases no Relatório do Instituto Nacional de Estudos Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira Legislação e Documentos – INEP. Observe o próximo quadro com a análise na Meta nº 1 (um) e como ela está sendo cumprida: Unidade 2 O Estado e a família aliados pela educação 32 Meta 1 – Crianças de 4 a 5 anos Fonte: SIMEC/MEC, 2018. Disponível em: <http://simec.mec.gov.br/pde/graficopne.php>. Acesso em: 15jan. 2018. Ao analisar esse quadro, é possível concluir que a meta Brasil está a pouco de se realizar, ou seja, menos de 10% para alcançar o objetivo de que as crianças de 4 a 5 anos estejam matriculadas nas escolas. Porém, quando analisamos em um âmbito regional, o Sul – composto pelo Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul – está um pouco mais longe de alcançar a meta. Observe no quadro que a cidade de Maringá em 2014 já tinha atingido 90,9% da meta, no entanto, o Noroeste do estado ainda sofre com a dificuldade de vagas e no mesmo período apresentou apenas 81,8% da meta concluída. A segunda parte da meta trata daquilo que é um grande problema em muitos estados: a falta de vagas em escola/creche. Observe o quadro: O Estado e a família aliados pela educação 33 Unidade 2 Meta 1 – Crianças de 0 a 3 anos Fonte: SIMEC/MEC, 2018. Já nesse gráfico, o Brasil não está longe de alcançar o objetivo; parece pouco menos de 16%, mas isso significa que em muitas regiões o problema é grave. Muitas mães têm que trabalhar e precisam deixar seus filhos com avós, parentes e cuidadores, pois não há vagas suficientes para as crianças. Com isso, vemos o direito garantido pela Lei sendo descumprido por falta de estrutura física, professores, etc. Veja a situação do Noroeste do estado do Paraná (em vermelho). Como o percentual diminui ainda mais, somente 30% da meta foi alcançada. Ao compararmos com a meta do município Maringá, a meta atingida de 50% aparece como ultrapassada, porém, a realidade na prática é outra, pois como os dados são de 2014 há um contingente de famílias que ainda esperam pela construção de creches para que seus filhos tenham acesso. Vamos analisar agora outra meta muito interessante, a meta número 15, que tratou de garantir um regime de colaboração entre a União, os Estados e Distrito Federal, e também os municípios que,segundo a meta, no prazo de 1 ano após o início da vigência do PNE os professores teriam assegurada a formação profissional específica para área que atuam. Observe o queaconteceu na prática no estado de Alagoas e na cidade de Maceió: Unidade 2 O Estado e a família aliados pela educação 34 Meta 15 – Professores com Formação Específica Fonte: SIMEC/MEC, 2018. Observe como a região Nordeste está apenas com 38,2% da meta cumprida. Se contarmos o período de 1 ano após o PNE estabelecido, já se passaram mais 3 anos e a meta ainda está longe de completar pelo menos 50% do objetivo. Com base nesses dados, não há como negar que é possível colocar em dúvida a qualidade do ensino que as crianças da educação básica estão recebendo. Claro que existem exceções, porém, conforme revelado pela pesquisa, muitos professores estão atuando em áreas nas quais não possuem formação específica. Não é raro encontrarmos professores na rede pública dando aulas em algumas matérias que não são suas formações específicas, por exemplo, professor de História dando aula de Filosofia. Fica claro que em algum momento de suas graduações tiveram uma carga horária, ainda que mínima, sobre a matéria, mas isso não significa que aquele professor está apto para lecionar aquele conteúdo. Não podemos generalizar, mas são raras as exceções, pois a maioria vai seguir o livro didático, porém, não irá acrescentar nada de novo ou específico, uma vez que lhe falta o conhecimento específico para lecionar. Será que você já não se deparou com um professor assim? Mas de quem será a culpa dessa situação? Outro ponto relevante é que as metas 18, 19 e 20 não possuem informações, dados e projeções. Estranho, não é mesmo? Principalmente em se tratando da meta 20, que projeta a ampliação o mínimo de 7% de investimento do Produto Interno Bruto - PIB no 5º (quinto) ano de vigência do PNE. Será que o governo não tem a informação do quanto foi investido na Educação de 2014 a 2017? Fique atento, discuta o assunto e cobre das autoridades, isso também é fazer Educação. Não podemos esperar que só o Governo fomente a educação. Lembre-se que é papel da família e também da sociedade promover a educação. O Estado e a família aliados pela educação 35 Unidade 2 Quer saber mais sobre a situação das 20 Metas do PNE no seu Estado e Município? Entre no site: <http://simec.mec. gov.br/pde/graficopne>. Faça sua simulação e descubra o resultado de outras regiões. Vale a pena explorar. Fonte: Elaborado pela autora. 4. O PaPEl da faMília Na EduCaçãO EM uM MuNdO diGital Família Fonte: Pinterest. Prezado(a) aluno(a), no último tópico desta unidade abordaremos o papel da família na educação, mas antes é relevante fazermos uma contextualização de família. Nos dias em que vivemos, há vários tipos de famílias: famílias de pai, mãe e filho, avós e netos, tios e sobrinhos, pais e filhos, mães e filhos e tantas outras formas de denominarmos um grupo familiar. No entanto, o que interessa na prática é que pessoas com algum grau de parentesco morem em um mesmo lugar, formem nele um lar e que seja um ambiente de amor, segurança e respeito, pois independente de como é constituído o grupo familiar, o que irá prevalecer são os princípios por eles estabelecidos. Unidade 2 O Estado e a família aliados pela educação 36 O papel dos pais na educação é extremamente importante, inclusive na formação do caráter da criança. No entanto, diante de em um emaranhado de informações, experiências e palpites, os pais acabam muitas vezes sem saberem como conduzir a educação dos filhos. Observe como Zagury (1997, p. 1) explica essa realidade: A conquista de uma relação baseada no respeito mútuo, no diálogo e na franqueza é sem dúvida um passo fundamental para uma boa relação. Na prática, porém, muitos pais interpretaram essa necessidade de ouvir a criança como um sinal para abdicarem de qualquer tipo de autoridade, confundindo-a com autoritarismo. E educação implica sempre, em maior ou menor grau, a necessidade de limitar e às vezes negar alguma coisa aos filhos. O que se observa então é uma tendência à inversão de papéis, e não uma mudança qualitativa na relação. Agora, o autoritarismo passou a ser dos filhos em relação aos pais. Ainda em relação ao estudo de Zagury (1997), no final da frase a autora faz uma observação interessante: “Agora, o autoritarismo passou a ser dos filhos em relação aos pais.” Quem de nós nunca presenciou uma cena constrangedora de um filho fazendo birra ou pirraça por algo, e o pai ou mãe aceitando de maneira submissa aquela reação do filho? Os pais muitas vezes não sabem lidar com a situação, o que torna a situação ainda pior. Diversas vezes, nós até fazemos um julgamento mental: “Ó, que vergonha!”, ou ainda, “Como aquele pai não consegue controlar seu próprio filho?” Pois bem, educar não é uma tarefa propriamente fácil, mas é totalmente possível. Nesse contexto, Weber et al.(2004) demonstram em seus estudos que existem três tipos de pais: autoritativos, autoritários e permissivos.Os pais autoritativos têm a característica de conduzir seus filhos de forma racional e orientada, porém, exercem seu papel de maneira firme e coesa. Esses pais não baseiam a educação dos filhos em consensos ou nos desejos das crianças, e deste modo sempre promovem o diálogo com ela. Já os pais autoritários são absolutamente controladores, de modo que a regras de conduta estabelecidas anteriormente são um método avaliativo da obediência. Esses pais são favoráveis a medidas punitivas caso a criança “ande” em desencontro com as regras de conduta. Por outro lado, os pais permissivos são mais receptivos aos desejos e às ações da criança. Não são adeptos a maneiras punitivas de corrigir, mas educam os filhos mostrando-lhes opções de conduta para alcançarem seus objetivos. Podemos até fazer um comparativo com nossos pais, avós, tios, vizinhos e outros pais que conhecemos: por qual dos três tipos de pais fomos criados? Ou ainda, qual tipo de pais nós nos tornamos ou vamos ser? Na ótica de Jean Piaget e Munari (2010), no que se referia aos pais, já na sua época ele vislumbrou o que hoje é realidade. O autor dizia que os pais estavam perdendo para o Estado a autonomia de escolher e controlar a Educação. Em seus estudos, Piaget demonstrou que a educação transmitida pelos pais levava em consideração os métodos antigos. Desse modo, o Estado, por meio das escolas, deveria intervir de modo condizente a colaborar com a formação da personalidade da criança. Contudo, não é bem isso que vemos na prática, pois em várias situações o Estado se impõe, e a opinião, os princípios e os valores da família são contrariados e até mesmo comprometidos. Toda boa educação começa por respeitar direitos, mas também em cumprir deveres. Quem são os atores da educação? Todos nós fazemos parte da formação de alguém, por isso criticar apenas não nos torna melhores ou isentos de nossa obrigação como cidadão de promover e incentivar a educação. O Estado e a família aliados pela educação 37 Unidade 2 Içami Tiba foi um psiquiatra, escritor e educador que se tornou referência no que diz respeito à educação dos filhos. Veja o que ele disse: “É essencial à educação saber estabelecer limites e valorizar a disciplina. E para isso é necessária a presença de uma autoridade saudável. O segredo que diferencia o autoritarismo do comportamento de autoridade, adotado para que a outra pessoa se torne mais educada ou disciplinada, está no respeito à autoestima”. (TIBA, 1996). Embora as críticas aos diversos métodos que os pais utilizam para ensinar e educar seus filhos seja grande, o que não podemos negar é que cada dia torna-se mais difícil esse processo, pois na era digital crianças e adolescentes estão tão “enrolados na teia da conexão” que nem mesmo os pais ou familiares conseguem acessar esses pequenos seres humanos. A intensidade da utilização das mídias digitais pelos jovens é tão crescente que os nossos “meninos” estão há muito tempo criando novas formas de expressões e até mesmo variações na linguagem. Veja como Pretto (2011) contextualiza
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