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Síndrome compartimental (perna)

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SÍNDROME COMPARTIMENTAL
A Síndrome compartimental é considerada uma emergência ortopédica pois o
paciente pode evoluir, caso a intervenção, fasciotomia, exceda o máximo de 6
horas, com amputação da estrutura afetada.
A síndrome consiste em lesão de alguma estrutura que faz parte de determinado
compartimento fascial. A fáscia é uma membrana de tecido conjuntivo, rica
principalmente em fibras de colágeno. (as fáscias variam as características dos seus
tecidos quanto à sua distensibilidade, mas todas são formadas por tecido conjuntivo,
e se distribuem amplamente por todo nosso corpo). Por exemplo, a fáscia que
recobre cada célula muscular ou ainda cada músculo é uma fáscia delgada, atua
principalmente para que ao contraírem e relaxarem suas fibras, não haja atrito de
um músculo com o outro, uma vez que eles podem estar próximos, mas terem
funções antagonistas.
A fáscia que recobre um grupo de músculos e divide os compartimentos, por
exemplo, na perna, é pouco distensível, logo quando ocorre alguma lesão dentro do
compartimento há o aumento da pressão, que por sua vez cessa com o suprimento
sanguíneo dentro do compartimento, e pode levar a necrose tecidual, por falta de
oxigenação do tecido.
O tratamento consiste em realizar a fasciotomia, incisão na fáscia, para que seja
aliviada a pressão do compartimento restituindo o fluxo sanguíneo para o tecido. Ao
realizar o procedimento o paciente sente que a dor para quase que
instantaneamente e você salva aquele membro acometido de uma amputação.
Para diagnosticar qual compartimento foi afetado existe um aparelho específico que
ao introduzir uma agulha afere a pressão no compartimento, contudo não é muito
utilizado na prática. O conhecimento da cinesiologia nos ajuda a passivamente
realizar os movimentos de determinados músculos, identificar qual compartimento
foi acometido e por fim realizar a fasciotomia, logo podemos afirmar que o
diagnóstico da síndrome é clínico.
É muito importante atentarmos para os sinais de que nosso paciente pode estar
sofrendo de uma síndrome compartimental.
História de traumas por colisão, garroteamento de um membro, enfim, qualquer
ação mecânica que possa comprimir estruturas e causar lesão, pode ser o gatilho
para desenvolver uma síndrome compartimental. Outro sinal é que a dor referida
pelo paciente é desproporcional ao trauma sofrido, como também aumentada
quando há a movimentação dos músculos do compartimento. Por exemplo, uma
síndrome compartimental que acometa o compartimento anterior da perna, o
paciente não “suportará” realizar a dorsiflexão do pé. Devido a compressão nervosa
também é referido parestesia ou até paralisia do membro.
REFERÊNCIAS:
● TORTORA, Princípios de anatomia e fisiologia, 14 edição.
● KATHLEEN, Bases biomecânica do movimento humano, 3 edição.
● CURRENT, Diagnóstico e tratamento, reumatologia, 8 edição.
● GRAY’S, A base anatômica da prática clínica, 40 edição.
● LIPPERT, Cinesiologia clínica e anatomia, 4 edição.

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