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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ODONTOLOGIA REGIONAL DUQUE DE CAXIAS CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ODONTOLOGIA DO TRABALHO ELANIA BEATRIZ ROSA DOS SANTOS CANTARINO HALITOSE E QUALIDADE DE VIDA DUQUE DE CAXIAS 2014 ELANIA BEATRIZ ROSA DOS SANTOS CANTARINO HALITOSE E QUALIDADE DE VIDA Monografia apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Odontologia do Trabalho da Associação Brasileira de Odontologia – Regional Duque de Caxias, como requisito parcial para obtenção do Grau de Especialista, chancelado pela Universidade do Vale do Acarau, Orientadora: Athina Luiza Bamihas Doutora em Gestão de Meio Ambiente DUQUE DE CAXIAS 2014 A meu grande amor Eduardo e às minhas princesas Gabrielli e Rebeca. DEDICATÓRIA Essa declaração é uma forma de dizer para minha família o quanto ela é importante para mim. Peço desculpas às minhas filhas por não poder ser mãe em tempo integral como elas merecem e precisam. Agradeço por elas me compreenderem quando não posso fazer as suas vontades. Ao meu esposo por ser esse excelente companheiro e amigo. Dedico o conteúdo deste trabalho à minha filha amada. Muito obrigada simplesmente por você ter chegado à minha vida, você é muito amiga e companheira, eu amo ficar com você, curto muito as coisas que você faz e admiro seu esforço e sua inteligência. Gabi eu sei que você vai muito além dos seus sonhos, obrigada por tudo e que o seu foco continue sendo o Senhor. “É impossível desesperar-se o homem que se lembra de que seu auxiliador é onipotente” Jeremy Taylor (1613-1667) Bispo e escritor inglês RESUMO O problema referente aos odores bucais sempre foi fator de preocupação para a sociedade e ainda hoje se mostra presente. A halitose pode indicar que há algumas alterações orgânicas, podendo ser fisiológica ou mesmo patológica ou até mesmo uma questão de higiene. Nem sempre é obrigatoriamente uma doença, mas um indicativo de que algo no organismo não vai bem. No entanto o desconhecimento sobre como prevenir a halitose permite a sua ocorrência limitando a qualidade de vida. Sendo os relacionamentos sociais um dos pilares do constructo qualidade de vida, é preciso considerar a halitose como um fator de interferência negativa. A educação em saúde deve ser realizada visando o equilíbrio dinâmico, envolvendo aspectos físicos e psicológicos do ser humano, assim como suas interações sociais, par que os indivíduos não se tornem quebra-cabeças de partes doentes. PALAVRAS-CHAVE: Odontologia do Trabalho, Halitose, Qualidade de Vida. ABSTRACT The problem regarding oral odors was always a worrying factor for society and still shows it is. Halitosis may indicate that there are some physiological changes, which may be organic or even pathological or even a matter of hygiene. It is not always necessarily a disease, but an indication that something in the body does not go well. However unknwoledge about how to prevent halitosis allows its occurrence limited to quality of life. Social relationships being one of the pillars of construct quality of life, we must consider the halitosis as a factor of negative interference. Health education should be undertaken aimed at dynamic equilibrium, involving physical and psychological aspects of human beings, as well as their social interactions, couple that individuals do not become sick parts puzzles. KEYWORDS: Dental works, Halitosis, Life’s Quality. SUMÁRIO 1 - INTRODUÇÃO 9 2 – OBJETIVOS 10 2.1 – OBJETIVO GERAL 10 2.1 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS 10 3 - REVISÃO DE LITERATURA 11 3.1 – HISTÓRICO 11 3.2 - DEFINIÇÃO 12 3.3 - CLASSIFICAÇÃO DOS ODORES 13 3.4 – CAUSAS DA HALITOSE 15 3.5 – FATOR PSICOLÓGICO 18 3.6 – HALITOSE E QUALIDADE DE VIDA 23 3.7 – DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO 26 4 – METODOLOGIA 29 5 – DISCUSSÃO 30 6 – CONCLUSÃO 31 7 – REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 32 9 1 - INTRODUÇÃO Halitose ou mau hálito é a exalação de odores desagradáveis oriundos da cavidade bucal, estômago e vias nasais, sendo que 90% dos casos são de origem bucal tendo como o maior responsável pelo problema a saburra lingual. Ficando com apenas 1% dos casos o estômago. A halitose não é uma doença mas sim um indicativo de que algo no organismo não vai bem podendo ser alteração orgânica, fisiológica ou mesmo patológica ou até mesmo uma questão de higiene. Embora Grapp tenha demonstrado a importância do dorso da língua no mau hálito em 1933, somente agora, a língua está sendo reconhecida como a principal fonte do mau hálito.(Jada.Brasil, vol. 4, julho/agosto 2001) Ficando as vias nasais como a segunda provável fonte da halitose. Como o olfato se adapta rapidamente a qualquer odor constante, o portador da halitose acostuma-se com o próprio hálito não sendo capaz de perceber o seu problema então é necessário que alguém chame a sua atenção para o fato, normalmente tem que ser alguém de sua confiança para alertá-lo. Assim também como é possível o indivíduo não ser portador da halitose e achar que tem o problema, portanto é preciso fazer um diagnóstico para selecionar o indivíduo como portador ou não da halitose e então classificá-la com real ou imaginária. Destaca-se que a halitose não é somente causada por problemas locais mas pode ser um indicador de desordens sistêmicas sérias. O sucesso de um tratamento eficaz está vinculado a um diagnóstico preciso pessoas que são portadoras de halitose normalmente se privam de viver em grupo ou até mesmo são isoladas do convívio social podendo levá-las a vários distúrbios psicológicos. 10 2 – OBJETIVOS 2.1 – OBJETIVO GERAL Buscar informações para nos levar a entender como a halitose é vivenciada entre as pessoas em geral e em seu ambiente de trabalho e os reflexos na qualidade de vida do trabalhador. 2.1 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS ● Identificar o conhecimento que o trabalhador tem sobre a halitose e como se comporta frente à mesma. ● Analisar os reflexos da halitose entre os trabalhadores e na sua qualidade de vida. 11 3 - REVISÃO DE LITERATURA 3.1 – HISTÓRICO Citada desde os tempos bíblicos, no antigo testamento, Jó (19.17) se lamenta: “ A minha mulher não tolera o mau cheiro de minha boca ”... (Grein et al. 1982). Este foi relatado há muitos anos, havendo referências que datam de 1550 a.C., ainda em papiros, e também de Hipócrates que dizia que toda moça devia ter um hálito agradável, tendo o cuidado de sempre lavar sua boca com vinho, erva doce e sementes de endro (BOSY, 1997). Titus Marcius Pláutus ( 254-184 a.C.), dramaturgo romano, classificou o “fedor de boca” entre as muitas razões de infidelidade conjugal, porque “o hálito de minha esposa tem um cheiro terrível, melhor seria beijar um sapo” (Grein et al. ,1982 apud Tárzia 1986, 2000.) Plutarco (6-120 d.C.), em sua obra escrevendo sobre moralidade, diz que, “Depois que Heron de Siracusa foi informado pelo médico sobre seu hálito o tirano repreendeu sua mulher dizendo: “Porque não me advertiste de que meu hálito te fere a cada vez que te beijo?” Ao que ela respondeu altivamente: “Sempre pensei que o hálito de todos os homens tivesse esse terrível odor” (Grein, et al. 1982 apud TÁRZIA, 2003). Os romanos utilizavam mecanismos para mascarar o problema da halitose como pastilhas perfumadas, mascar folhas e talos de plantas. Ter um hálito fragrante na Antiguidade era exalar a doçura da vida e atestar a pureza de alma de uma pessoa. Nas escavações arqueológicas realizadas em depósitos de lixo provenientes do século XIX, foram encontrados potes em faiança de pós-dentifrícios. Anúncios de época veiculavam as propriedades dos “pós-dentifrícios chineses”, “elixires dentifrícios”, “opiatos dentifrícios”, confirmando o especial interesse pela eliminação do mau hálito e pelo asseio da boca (ANDRADE, 1996). 12 No decorrer do século XIX, as emanações resultantes da atividade interna do corpo que, em momentos anteriores foram relativamente toleradas, tornaram-se insuportáveis. A ideologia de higienização forçou a completa domesticação dos odores e produtos decorrentes dos processos metabólicos. Surgiu uma novaetiqueta corporal cuja palavra de ordem passou a ser a discrição (ANDRADE, 1996). Os hindus consideram a boca como porta de entrada do corpo e, portanto, insistem em mantê-la limpa, principalmente antes das suas orações. O ritual não se limita a escovar os dentes, mas também há raspagem da língua com um instrumento especial e o uso de bochechos. Os monges budistas no Japão também preconizavam a escovação dos dentes e a raspagem da língua, antes das primeiras orações matinais (RING, 1998). Interessante ressaltar que a higiene oral complementada pela raspagem da língua já era realizada há muitos anos e, no entanto, essa prática de raspagem, apesar de eficaz, raramente é prescrita e ensinada pelos dentistas. Um tratado da literatura islâmica do ano 850 discorre sobre a odontologia, fazendo referências ao tratamento de hálito fétido. Como a recomendação do uso do siwak (palito especial para limpar a boca), quando o hálito estivesse mudado ou em qualquer momento ao se levantar da cama (RING, 1998). Recomendação provavelmente direcionada para minimizar o odor da halitose matinal ou fisiológica. Os odores são pistas essenciais na criação e conservação de vínculos sociais, pois estão impregnados de valores culturais. O único tratado sobre a halitose foi escrito em 1874, por Howe, onde afirma que o hálito ofensivo deriva sua importância do fato de se tornar fonte constante de infelicidade para o paciente, e é ainda pior quando destrói a comunicação entre amigos e os prazeres dos contatos sociais. Atualmente já se sabe da multiplicidade dos fatores etiológicos que podem produzir a halitose, dessa forma, não é possível a indicação de tratamento único; após o diagnóstico, a remoção das possíveis causas se torna a conduta inicial. 3.2 - DEFINIÇÃO 13 Halitose ou mau hálito é a exalação de odores desagradáveis oriundos da cavidade bucal ou do estômago através da respiração sendo 90% dos casos, de origem bucal, tendo a saburra lingual como a maior causadora do problema. Recebe também os nomes populares de bafo de onça ou bafo de tigre, como o olfato se adapta rapidamente a qualquer odor constante, o portador da halitose acostuma-se com seu próprio hálito, não sendo capaz de perceber seu problema. Embora a halitose termine por ose (que significa doença) ela é uma sintomatologia. Halitose vem do latim, onde hálito significa ar expirado e osis indica alteração patológica. Sua etiologia é sempre multifatorial e seu tratamento multidisciplinar, podendo ser: Preventivo, mascarador, curativo ou ainda misto. Existem mais de 60 causas para a halitose que podem ser simples como uma má higiene oral ou até mais complexas como a diabete, passando por origens que estão se tornando muito frequentes nos tempos modernos como o estresse, a hiposalivação, a ingestão insuficiente de água, mudanças de hábitos alimentares, prisão de ventre, rinite, hipoglicemia, entre outras. Em torno de 95% dos casos de halitose, os odorevetores responsáveis pelo odor são derivados de aminoácidos que no processo químico de redução liberam sulfidretos, metilmercaptanas e dimetilsulfetos, todos tendo como base o enxofre podendo ser facilmente mensurados nos atuais gases cromatográfos como o halimeter (equipamento americano) e o Breath Alert (equipamento japonês), sendo que ambos medem os Componentes Voláteis de Enxofre em Parte Por Bilhão (ppb). A halitose pode ser classificada como real ou imaginária. Na halitose real os odorevetores mal cheirosos realmente estão presentes, podendo essa presença ser confirmada pelo teste organoléptico e ou por aparelhos que quantificam ou detectam os compostos de enxofre presentes no ar bucal e ou nasal. Na halitose imaginária não existem odorevetores mal cheirosos presentes. Geralmente ocorre uma alteração senso-perceptiva que pode ser causada por distúrbios que alteram a percepção do paladar (disgeusia) e/ou do olfato (cacosmia) do paciente, levando-o a crer que ele tem realmente halitose, podendo chegar até a alucinação olfatória. 14 3.3 - CLASSIFICAÇÃO DOS ODORES Odor pode ser definido como a qualidade de uma substância ou mistura ser percebida na inalação pelo nariz, por meio da boca, pela forma volátil, sem contato físico com a substância (HINE, 1957). Existe uma grande dificuldade em classificar odores, normalmente com a tentativa de minimizar tal problema, são utilizadas metáforas e descrições para designá-los a diferenciação primária é feita entre os agradáveis e os desagradáveis. A ausência de um verdadeiro vocabulário olfativo nas línguas europeias tem preocupado a muito tempo os cientistas ocidentais. Embora o nariz humano seja capaz de reconhecer milhares de diferentes odores, quase todas as nossas características de odor – suave, penetrante, azedo dentre outros – são tomadas a partir de uma seleção limitada de termos gustativos. Ou são designados tomando-se como referência as coisas do quais emanam, por exemplo: cheiro de café, de tinta fresca entre outros. (CLASSEN; HOWES; SYNNOTT, 1996) Wijk, Schab, e Cain (1995) acreditam que nossa “possivelmente fraca” performance em identificar odores seja atribuída à ausência de um vocabulário próprio para designar os odores. Talvez pelo fato de que em nossa vida diária a percepção dos odores é rica e cheia de significados, e o que cheiramos é o que já se esperava pela imagem visual ou contextual, ordinariamente, odores servem para apoiar ou confirmar a identificação de um objeto. Ackerman (1992) chega a chamar o olfato de sentido mudo, que não tem palavras. Tem sido sugeridas algumas classificações, sendo umas delas: ● Etéreo ou de fruta: característico em geral das frutas, e na maioria dos casos, há presença de vários ésteres; inclui também a cera de abelha e certos ésteres, aldeídos e cetonas. ● Aromáticos: Canforáceos: borneol, cânfora e eucaliptol,Condimentado: eugenol, gengibre, pimenta, canela, cássia e macis Erva-doce-lavanda: anetol, lavanda, mentol, timol, safrol Limão-rosa: geraniol, cítrico, acetato de 15 linalil e sândaloAmigdalina: benzaldeído, óleo de amêndoas amargas, nitrobenzeno ● Fragrante ou balsâmico: Floral: jasmim, lírio do vale Lírio: narciso, violeta, jacinto Balsâmico: baunilha, piperonal, cumarim ● Ambrosial: Este odor está presente na carne e no sangue 3.4 – CAUSAS DA HALITOSE A halitose é uma queixa comum entre adultos de ambos os sexos, sendo de ocorrência mundial e de natureza multifatorial. Existem mais de 60 causas possíveis para halitose, algumas delas são: ● Halitose da manhã, halitose da fome e do regime, halitose por doença, periodontal, halitose por saburra lingual, halitose por má higiene bucal. ● Halitose da desidratação, halitose do stress, halitose devido a alteração morfológica da língua, halitose por faringite, halitose por sinusites, halitose por adenoide, halitose por alimento de odor carregado, halitose por tabagismo, halitose por medicamentos, halitose por hipoglicemia, halitose por alterações intestinais, halitose por alterações hepáticas, halitose por alterações renais, halitose por alterações estomacais. ● A halitose matinal geralmente intensa, fisiológica e generalizada, a qual pode ocorrer em quase todas as pessoas em maior ou menor grau. Durante o sono ocorre redução do fluxo salivar, acúmulo e putrefação de células descamadas, alimento e saliva, além de leve hipoglicemia devido ao longo período sem alimentação. Ao comer e escovar os dentes pela manhã remove a halitose. Caso algum odor permaneça após a quebra do jejum matinal, merece cuidados especiais quanto ao diagnóstico, tratamento e controle. 16 ● Halitose da fome ou do regime: esse tipo de halitose deve-se a hipoglicemia constante que desencadeia o metabolismo das reservas lipídicas resultando em corpos cetônicos que são eliminados através da via pulmonar e no caso do paciente estar utilizando medicamentos que reduzem o fluxo salivar, favorecem a formação da saburra lingual. ● Halitose por língua saburrosa: está associada a 85% das causasde halitose e tem fatores associados como a redução do fluxo salivar, o desequilíbrio da microbiota oral, a descamação de células epiteliais da mucosa oral, e a deposição de restos alimentares que acumulam-se no dorso posterior da língua e ao se metabolizarem geram compostos sulfurados voláteis com cheiro característico de ovo podre. Indivíduos saudáveis com fluxo salivar na maioria das vezes normal, mas que utilizam uma dieta pastosa ou líquida por um período prolongado, também podem desenvolver saburra lingual e consequentemente halitose. ● Halitose por diabetes: nos pacientes diabéticos por dificuldade em metabolizar a glicose sanguínea, há formação de corpos cetônicos eliminados via pulmonar, da mesma forma que na halitose por regime. O desequilíbrio hídrico, nestes pacientes pode contribuir para a formação da saburra lingual. ● Halitose pelo sistema digestivo: Ao contrário do que se pensa, o estômago contribui pouco para a halitose, pois em situações fisiológicas normais o esfíncter esofágico inferior impede que ocorra refluxo das secreções do estomago para o esôfago, havendo saída de odores somente durante as eructações. O fígado é o local das sínteses proteicas, lipídicas e de carboidratos. Seu mau funcionamento favorece a permanência de substâncias voláteis na circulação que são facilmente eliminadas por via pulmonar. Doenças como hepatite, cirrose e neoplasias aumentam a quantidade de dimentilsulfeto expirado originando o hálito hepático caracterizado com odor de terra molhada, peixe ou rato. 17 ● Halitose por alimento de odor carregado: Alguns alimentos possuem fortes odores próprios que passam à corrente sanguínea e são excretados pela respiração, provocando mau hálito característico. Exemplos: bebidas alcoólicas, queijo de cor amarela (mais ricos em gordura), frituras, alimentos gordurosos em geral, ovos, condimentos, chocolate, salame, presunto, mortadela, couve e muitos outros. Os derivados voláteis quando não estão completamente metabolizados, são eliminados via pulmonar, iniciando a halitose alguns minutos ou horas após a ingestão do alimento e dura até o completo metabolismo do mesmo, podendo variar de indivíduo para indivíduo. Já as bebidas alcoólicas em excesso apresentam mais dois agravantes: ressecam a mucosa bucal aumentando a descamação e provocam alteração da microbiota intestinal com fermentação odorífera capaz de produzir halitose que pode ser mais acentuada quando associada à cirrose hepática (ANSAI; TAKEHARA, 2005); ● Halitose do tabagismo: os fumantes têm o odor exacerbado devido ao odor do tabaco utilizado. Além disso, a fumaça agride a mucosa favorecendo a sua descamação e redução do fluxo salivar, propiciando a formação da saburra lingual; ● Halitose do stress: O controle do fluxo salivar está na dependência do equilíbrio do sistema nervoso central, nos pacientes estressados poderá haver redução do fluxo salivar em diferentes graus, com possível formação de saburra lingual; A fisiopatologia da halitose envolve múltiplos fatores causais, tais como equilíbrio da flora bacteriana oral, imunidade celular do indivíduo, alimentação, higiene bucal e outras prováveis patologias sistêmicas. O biofilme bucal, presente em todas as superfícies dos elementos anatômicos da boca tem um papel muito importante na halitose. Os principais nichos de instalação das bactérias responsáveis pela produção do mau odor oral estão nas fissuras linguais do dorso posterior da língua (DAL RIO, 2007). 18 Podemos classificar a halitose por mais de um grupo de odorivetores, grupo de substâncias que se dispersam no ar capaz de sensibilizar as células olfativas as células olfativas e é por esta razão anamnese é fundamental para o diagnóstico. ✔ Compostos Sulfurados Voláteis (CSV): sulfidreto, dimetilsulfeto e metilmercaptanas. ✔ Compostos Orgânicos Voláteis (COV): Fenóis, indol, escatol, puterscina, cadaverina, aminas, amônias e o hidrocarboneto metano. ✔ Origem Metabólica: Odorivetores estão presentes na circulação sanguínea através da via pulmonar. Ex.: excesso de amônia, ureia e compostos nitrogenados, cetonas, cetoácidos, ácidos graxos, derivado do metabolismo de proteínas, lipídios certos alimentos ou medicamentos de odor cerregado (PITTEN et AL., 2001) 3.5 – FATOR PSICOLÓGICO A halitose costuma provocar mudanças no padrão comportamental do indivíduo e estas acabam por afetar suas relações interpessoais. Sua segurança, espontaneidade e autoestima, o que termina por comprometer a sua saúde emocional. Sabe-se que a saúde emocional é de fundamental importância para todos os aspectos de vida do indivíduo e, portanto, podemos afirmar que todos os profissionais da área de saúde, em especial, dentistas, médicos e psicólogos devem dar uma atenção especial a esta queixa em seu paciente. Outro fator importante é que a população deve sim falar abertamente sobre este assunto e avisar, sem receios, à pessoa que possui o hálito alterado. No convívio social, o portador do mau hálito, sofre discriminações que o leva a mudanças do tipo: -Postural: falam sempre de cabeça baixa e acabam ficando corcundas; -Criação de novos hábitos: Falam com a mão em frente à boca, deixam o bigode crescer; -Inicia um hábito de fumar para camuflarem o mau hálito; 19 Passando pelo isolamento no convívio pessoal e profissional evitam ao máximo falar com as pessoas, a perda do contato físico mais íntimo (temos relatos de pacientes que deixaram de beijar suas esposas), ao não crescimento profissional (evitam dar sugestões em reuniões), chegando a extremos de pacientes que se isolam do mundo e outros que chegam ao suicídio. Os benefícios de orientarmos as pessoas portadoras do problema serão bem maiores do que qualquer constrangimento que possa haver. Uma pesquisa realizada por membros da Associação Brasileira de Estudos e Pesquisas dos Odores da Boca baseada em informações fornecidas por pacientes durante as avaliações para diagnosticar as causas e consequências da halitose, mostra que a halitose causa a perda de qualidade de vida. A pesquisa foi realizada em clínicas particulares da região sudeste, nordeste e centro-oeste do Brasil, tendo um total de 127 entrevistados, através de um questionário contendo questões objetivas. Sua finalidade foi conhecer o perfil do portador de halitose sob vários aspectos relacionados à qualidade de vida. Além disso, considera-se importante salientar que todos os participantes entrevistados procuraram atendimento tendo como queixa principal halitose e que muitos responderam mais de uma opção. 20 21 22 23 24 Pôde-se verificar através desta pesquisa que muito embora halitose não seja uma doença, ela costuma provocar mudanças no padrão comportamental do indivíduo e que estas acabam por afetar suas relações interpessoais, sua segurança, espontaneidade e autoestima, o que termina por comprometer a sua saúde emocional. Sabe-se que a saúde emocional é de fundamental importância para todos os aspectos da vida do indivíduo e, portanto, podemos afirmar que todos os profissionais da área da saúde, em especial médicos, dentistas e psicólogos devem dar uma atenção especial a esta queixa em seus pacientes. 3.6 – HALITOSE E QUALIDADE DE VIDA A halitose caracteriza-se como uma das principais queixas dos pacientes, por interferir no seu relacionamento pessoal e social (Gorender e Kolbe2, 2004, Fernandes et al.3, 2007, Crispim e Sampaio6, 1999, Cerri e Marti10, 2000, Cerri e Silva11, 2002, Conceição et al.19, 2005, Elias e Ferriani22, 2006, Faber24, 2009), estando entre as maiores preocupações da sociedade moderna. De acordo com diversos autores (Gorender e Kolbe2, 2004, Fernandes et al.3, 2007, Crispim e Sampaio6, 1999, Cerri e Marti10, 2000, Cerri e Silva11, 2002, Conceição et al.19, 2005, Elias e Ferriani22, 2006, Faber24, 2009) o mau hálito é incontestavelmente um impedimento ou um fator de incompatibilidade dos contatos pessoais e, muitas vezes, torna-se causa de isolamentosocial, levando o indivíduo a um afastamento voluntário, no caso de se considerar um portador da halitose, ou discriminatório, quando outras pessoas se afastam de quem a possui. Muitos indivíduos portadores do mau hálito, no entanto, ignoram os sintomas em si próprios (Cerri e Marti10, 2000). Isso acontece principalmente pelo fato do olfato se adaptar por tolerância, passando a não registrar mais a presença do odor predominante. De acordo com Costa7 (1987), tal fenômeno ocorre após cerca de um minuto, sem perder a capacidade de detectar novos odores que surjam no ambiente. Considerada um problema de saúde pública, a halitose é passível de ser prevenida. Para isso, torna-se necessário conhecer suas possíveis causas 25 multifatoriais (Fernandes et al.3, 2007, Crispim e Sampaio6, 1999, Costa7, 1987, Neves12, 2002) locais e/ ou sistêmicas. Encontra-se na literatura a idade como sendo uma das causas do problema (Crispim e Sampaio6, 1999, Kolbe e Britto15, 2004). Isso ocorre devido a variações fisiológicas conforme o envelhecimento dos indivíduos, assim como alterações hormonais, o que pode ser observado em mulheres durante o período menstrual ou na gravidez e amamentação. Nos idosos, uma característica peculiar e que, muitas vezes pode ser considerada a causa da halitose, é a presença de sulcos e fissuras na língua, pois favorecem maior depósito saburroide e por isso a higiene desses pacientes deve ser muito mais cuidadosa e detalhada (Montenegro et al.18, 2006). Outro aspecto discutido nas pesquisas está relacionado ao consumo de alimentos muito temperados ou gordurosos, além do cigarro e de bebidas alcoólicas. Segundo Crispim e Sampaio6 (1999), a problemática do mau hálito é multifatorial, onde o envolvimento pode ser estabelecido a partir de dietas variadas (pastosas ou liquidas), hábitos (fumo, bebidas), problemas psicossociais, endócrino-metabólicos. Períodos de crises emocionais também podem acarretar mudanças no hálito, jejuns prolongados ou pela manhã ao acordar (Fernandes et al.3, 2007). A literatura também confirma que o uso de cigarro (Neves12, 2002), charuto, cachimbo, maconha, acarreta odor semelhante ao fumo usado sendo extremamente desagradável (Crispim e Sampaio6, 1999). No que diz respeito ao tipo de alimento consumido, no que se refere aos condimentos e seu intenso aroma, Crispim e Sampaio6 (1999) ponderam que, dentre as causas gerais, tem-se uma mistura de substâncias voláteis procedentes do intestino por absorção e eliminação pulmonar como cebola, alho, certas bebidas e ácidos gordurosos. As doenças sistêmicas também são importante fator desencadeador de halitose, embora as maiores causas sejam de origem bucal (Fernandes et al.3, 2007, Albuquerque et al.4, 2004, Neves12, 2002). De maneira geral, todas as doenças que proporcionam xerostomia nos pacientes, como diabetes e hipertensão, muitas vezes como efeito adverso do medicamento de controle da doença crônica, podem ser potencializadoras do mau hálito. O estresse e a ansiedade também são apontados como desencadeantes do mau hálito, na medida em que aumentam as concentrações bucais de CSV como 26 consequência de fatores emocionais, mesmo em indivíduos com higiene bucal satisfatória. Existem relatos de que o aumento da atividade simpática, induzido pelo estresse, aumenta a produção de mucina salivar, substância responsável pela aderência de células descamadas e de microrganismos sobre o dorso da língua (Calil et al.1, 2006). Ao se considerarem os fatores causadores da halitose, também é possível salientar as infecções, doenças periodontais, a má higiene bucal (Albuquerque et al.4, 2004, Cerri e Marti10, 2000, Neves12, 2002, Orth et al.13, 2003) incluindo-se as próteses removíveis, restaurações e próteses defeituosas (Neves12, 2002, Orth et al.13, 2003). Dentre estes, a doença periodontal já foi bastante investigada e ainda mostra controvérsias nos resultados das pesquisas. De acordo com Lima et al.20 (2006), a terapia periodontal se mostrou efetiva na diminuição dos valores de CSV, mesmo sem interferir na quantidade de saburra lingual formada. Os autores também observaram que a quantidade desses gases medidos através de cromatografia gasosa, foi significativamente maior em pacientes portadores de doença periodontal, indicando a possibilidade da metilmercaptana agir como um acelerador para a progressão da doença periodontal. Para Moreno et al.5 (2005), uma possível explicação para a relação entre a doença periodontal e halitose é que as bactérias que produzem os CSV são predominantemente anaeróbicas gram negativas, similares às envolvidas com a patogênese da periodontite. Assim, os mesmos autores ainda ponderam que o tratamento periodontal não levou a alterações nos níveis de CSV em pacientes com periodontite agressiva. Torna-se importante também ressaltar que existe um fator direto desencadeante da halitose, sendo este o mais negligenciado pelos portadores dos sintomas de mau hálito. Tal condição seria a presença da saburra lingual (Albuquerque et al.4, 2004, Mariano et al.8, 1999, Chaim9, 2001, Cerri e Marti10, 2000, Derceli et al.16, 2005, Montenegro et al.18, 2006, Conceição et al.19, 2005) que se caracteriza por massa esbranquiçada e viscosa que se adere ao dorso da língua, em maior proporção no seu terço posterior, formada por células epiteliais descamadas, bactérias e restos alimentares (Calil et al.1, 2006). A saburra lingual é o principal agente etiológico da halitose e forma-se basicamente quando há diminuição do fluxo salivar, descamação epitelial acima dos limites fisiológicos ou, 27 ainda, em ambos os casos. Existem estudos mostrando várias formas de promover a diminuição da formação da saburra lingual como, por exemplo, aumentando o fluxo salivar ou diminuindo a descamação de células através do tratamento de suas causas (Conceição et al.19, 2005). De acordo com Peruzzo et al.17 (2006) a saburra lingual formada se mantém aderida por três motivos principais, a saber: aumento da concentração de mucina na saliva, células epiteliais descamadas ou a presença de microrganismos anaeróbicos proteolíticos. Diante desse fato, torna-se de fundamental importância a remoção da saburra lingual por meio da higienização do dorso da língua como medida do mau hálito. O tratamento profilático recomenda que o Cirurgião-Dentista estabeleça uma orientação básica dos princípios de higiene com a correta utilização do fio dental, bem como nas técnicas de escovação (língua e elementos dentários). Havendo ainda uma terapêutica mascaradora, utilizando-se elementos odorificantes (colutórios, aerossóis) que disfarçariam o problema do mau hálito (Crispim e Sampaio 6, 1999, Mariano et al.8, 1999). 3.7 – DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO O diagnóstico da halitose está relacionado com um minucioso exame clínico bucal, incluindo sondagem periodontal, anamnese, halimetria e sialometria (teste salivar). Porém não podemos perder de vista que a halitose é multifatorial e multidisciplinar. A anamnese e o exame clínico são de extrema importância para o diagnóstico e posterior tratamento, onde algumas características devem ser levadas em consideração: orientação do uso correto do fio dental, técnicas de escovação, orientação da dieta alimentar, hábitos alimentares, limpeza da língua para a remoção do biofilme lingual, sialometria, exame clínico e sondagem periodontal. Observar sítios de sangramento gengival, presença de cárie, peças protéticas porosas, anatomia lingual, exame de toda mucosa bucal e observar descamação bucal. O tipo 28 de odor poderá orientar o diagnóstico, como por exemplo, o hálito cetônico refere à diabetes, e portanto devemos levar em consideração o encaminhamento médico. Devido à etiologia da halitose se multifatorial e multidisciplinar, a anamnese é o primeiro passo para o tratamento. Ao ouvir o paciente, nenhuma informação deverá ser menosprezada, considerando-se que regularmente encontramos três tipos de pacientes: 1- O que apresentahalitose e não sabe, necessitando de alguém para lhe chamar atenção ao fato. Este paciente por fadiga olfatória, tem dificuldades de perceber o odor, até mesmo do próprio corpo, necessitado de um confidente, ou de uma pessoa de confiança para alertá-lo. Normalmente são indivíduos que não se preocupam com a higiene bucal e é comum encontrarmos doença periodontal associada, biofilme dental e lingual. 2- O paciente que apresenta halitose, sabe e se queixa dos problemas sociais, e portanto tem iniciativa de procurar o profissional para tratamento. Normalmente são indivíduos cuidadosos, com a higiene bucal, o teste salivar é muito importante, pois a redução de fluxo salivar poderá contribuir para a formação de saburra lingual. 3- O Paciente que não tem halitose, mas acredita que apresenta mau odor oral. Em geral são indivíduos com mania de limpeza e higiene e podem apresentar sentimentos de repulsa até mesmo de sua própria saliva. Conceitos básicos sobre tratamento: O tratamento da halitose visa não somente controlar a microbiota bucal, como também melhorar outras condições de equilíbrio da microbiota oral. O controle da microbiota bucal em relação à halitose pode ser verificado através de minucioso exame clínico bucal, incluindo a mensuração dos compostos sulfurados voláteis da cavidade oral, das narinas e do ar expelido pelos Problemas periodontais precisam ser tratados imediatamente, pois a periodontite apesar de não ser uma condição necessária, porém é suficiente para causar halitose. O tratamento periodontal, inicia-se pela correta higiene bucal, com utensílios próprios para o controle do biofilme dental como fio dental e escovas interdentais e 29 bitufo, como também a raspagem sub e supra gengival e cirurgia periodontal quando necessário. O tratamento periodôntico é usualmente encarado pelo paciente como algo definitivo, isto é, após um tratamento ele está livre dos males que o acometiam e pode simplesmente esquecer tudo e voltar aos seus hábitos anteriores. A realidade é bem diferente. Um quadro de periodontite, não importando a gravidade, implica que o paciente já apresenta perdas parcialmente irreversíveis na integridade do conjunto osso-ligamento-gengiva-dente. O principal objetivo do tratamento é estabilizar as perdas e assegurar que o trabalho conjunto do profissional e do paciente evite o retorno ou agravamento do quadro periodontal. Para que isso seja possível, é fundamental que o processo de higiene bucal seja feito rigorosamente. Mesmo assim, os pacientes de doenças periodontais devem estar atentos às duas realidades: 1- A saúde bucal sempre necessitará de cuidado especial comparado ao paciente comum. 2- O acúmulo de placa bacteriana é particularmente grave para este quadro clínico. Por estas razões, é fundamental que o paciente se conscientize que o tratamento periodontal exige disciplina de hábitos, higiene bucal constante e revisões periódicas. O controle do biofilme lingual é feito com raspadores linguais, instrumental anatômico para limpeza da região posterior da língua. Os enxaguatórios bucais recomendados são apenas aqueles que não contenham álcool na sua composição, pois este acentua mais a descamação da mucosa bucal. Os pacientes que utilizam próteses parciais fixas ou removíveis necessitam de instrução específica para higienização. Após sialometria, ou seja, o teste salivar, onde o valor normal é de 1.5 a 2.5 ml de fluxo salivar por minuto de salivação estimulada, detectando-se a redução de 30 fluxo salivar, devemos lançar mão de sialogogos táteis ou gustatórios do tipo ameixa umebochi, gotas de limão sobre a língua ou frutas cítricas para estimular o aumento do fluxo salivar. Caso seja desejável a lubrificação imediata e controlável da mucosa bucal, está indicada a prescrição de Salivan spray, Apsen, 3 x ao dia em intervalos regulares. 31 4 – METODOLOGIA Esse trabalho foi elaborado de uma forma descritiva, a partir de materiais já utilizados anteriormente como livros, revistas, artigos científicos, artigos de opinião e web sites que estão disponíveis como meio de divulgação e informação para profissionais e pacientes que desejam saber acerca do assunto. 32 5 – DISCUSSÃO A halitose atinge um grande número de pessoas em todo o mundo, causando muita preocupação em todos os campos: social, emocional e profissional. O portador se isola crendo que seu problema não tem solução. Muitos perdem várias oportunidades devido ao desconhecimento sobre o assunto. Esse problema é relatado desde o início da história da humanidade onde alguns povos já utilizavam instrumentos rudimentares com o objetivo de limpar ao máximo a cavidade bucal incluindo a língua. O que nos mostra que já desconfiavam que o problema fosse originado na boca. Com os estudos recentes podemos constatar a halitose não tem origem em problemas gástricos, pois a etiologia da halitose concentra-se basicamente na cavidade bucal. E nessa o fator de maior relevância é a saburra lingual. É fator importante que o indivíduo portador de halitose seja alertado por pessoas de seu convívio. Devido ao fato de que na maioria das vezes, ele desenvolve a Fadiga Olfatória impossibilitando a detecção de que algo está errado com o seu hálito. E quando há o alerta, esse indivíduo desenvolve um sentimento de gratidão por parte de quem o alertou. Fazendo com que ele procure ser atendido por um profissional qualificado e tenha um atendimento personalizado específico para seu caso. Lembrando que como a halitose tem várias causas, é necessário que se tenha uma equipe multidisciplinar com médicos, nutricionistas, psicólogos, dentistas e enfermeiros. Com o objetivo de trata-lo e reintegrá-lo de forma plena ao convívio social e ao ambiente laboral, com segurança e autoestima. Recuperando sua qualidade de vida e desempenho profissional. 33 6 – CONCLUSÃO Não devemos perder de vista que a halitose é multifatorial e multidisciplinar, portanto a importância da interação entre as especialidades médicas e odontológicas para o tratamento é fundamental. O diagnóstico bem elaborado e atento permite identificar causas e orientar o tratamento. A flora bacteriana bucal tem um papel importante na halitose, como produtora de compostos sensíveis ao odor humano, bem como também a saliva e suas várias funções, as doenças periodontais e os hábitos alimentares e de higiene. Todos os fatores devem ser considerados, para que se retorne ao equilíbrio do ecossistema bucal. Somente com um diagnóstico sistemático e tratamento individualizado, poderemos aumentar as chances de sucesso na abordagem da halitose. O impacto social da halitose é uma das razões para tantas pesquisas, pois é muito constrangedora para os pacientes, fazendo com que eles se sintam inseguros no convívio social e familiar, diminuindo a qualidade de vida e é também constrangedora para as pessoas que convivem com o paciente com halitose. • A halitose pode ser considerada um fator de interferência na qualidade de vida do portador; • É passível de prevenção, sendo a higiene bucal apontada como principal responsável; • Os profissionais devem ser preparados e a população melhor orientada quanto aos fatores fisiológicos e patológicos da halitose, a fim de prevenir seus efeitos deletérios, entre eles, o prejuízo na qualidade de vida e relacionamento interpessoal do indivíduo portador do problema. 34 7 – REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS American Dental Association (n.d.). Bad Breath (Halitosis) Overview. Retrieved December 12, 2007, from the ADA Web site: http://www.ada.org/public/topics/bad_breath.asp. 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