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Psicologia Comunitária

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FACULDADE SANTA MARIA
CURSO DE BACHARELADO EM PSICOLOGIA
JESSYCA AQUINO DE OLIVEIRA
LUANNA MIKAELLY DA SILVA LIMA
MARA NÚBIA FELIPE DA SILVA OLIVEIRA 
MARIA SUYANNE OLIVEIRA DE MORAIS MYLENA KELLY LIMA DA SILVA
Desastre em Brumadinho e problemas sociais: uma análise interventiva na perspectiva da Psicologia Comunitária 
CAJAZEIRAS – PB 2020
JESSYCA AQUINO DE OLIVEIRA
LUANNA MIKAELLY DA SILVA LIMA
MARA NÚBIA FELIPE DA SILVA OLIVEIRA
MARIA SUYANNE OLIVEIRA DE MORAIS 
MYLENA KELLY LIMA DA SILVA
Desastre em Brumadinho e problemas sociais: uma análise interventiva na perspectiva da Psicologia Comunitária 
Trabalho apresentado ao Curso de Psicologia, como requisito parcial para obtenção de nota da segunda avaliação do componente curricular Psicologia Comunitária.
Professor supervisor: Thiago Cavalcanti
CAJAZEIRAS – PB
2020
RESUMO 
O presente trabalho aborda sobre o rompimento da barragem BI da comunidade Córrego do Feijão, localizada no município de Brumadinho, Minas Gerais. Barragem essa que, há anos, acumulava milhões de rejeitos de mineração de ferro, rompendo-se no mês de janeiro de 2019, gerando, dessa forma, inúmeras destruições e diversos prejuízos em todos os setores às comunidades da região. Além disso, diante das análises realizadas pelo método de estudo das reportagens, que retratam os problemas acarretados pelo acidente, tem-se como maior enfoque obter informações a fim de analisar os impactos físicos e psicológicos ocasionados pela tragédia dentro da comunidade, visando os principais problemas sociais enfrentados pela população afetada, trazendo assim, uma proposta interventiva cabível na atuação do Psicólogo Comunitário. 
Palavras chave: Comunidade; Impactos; Intervenção; Psicólogo; Tragédia.
 
SUMÁRIO
1.	INTRODUÇÃO	5
2.	REFERENCIAL TEÓRICO	6
2.1	A psicologia comunitária: aspectos históricos	6
2.2 O conceito de comunidade e atuação da psicologia	7
3.	DESCRIÇÃO	8
4.	INTERVENÇÃO	9
REFERÊNCIAS	
ANEXO	
1. INTRODUÇÃO
Grandes desastres naturais pedem por grandes profissionais com intuito de intervir seja de forma isolada ou em caráter coletivo, assim como ocorreu em 25 de janeiro de 2019 no município de Brumadinho, região metropolitana de Belo Horizonte.
Conforme a definição da OMS – Organização Mundial da Saúde -, emergência pode ser compreendida como ocorrência súbita que requer ação imediata, podendo ser causada por ações humanas ou epidemias, catástrofes naturais ou tecnológicas. Já desastre, pode ser conceituado como uma séria ruptura no funcionamento de uma comunidade ou sociedade, causando sérias perdas: humanas, materiais, ambientais ou econômicas (BRASIL, 2017). 
Para Franco (2012), um desastre ocorre como resultado de um processo de risco poderia ser a junção de situações de perigo, vulnerabilidade e capacidade diminuída de reduzir as consequências negativas desse risco.
De acordo com Freitas (2016) os desastres podem ser responsáveis por sofrimentos intensos, que, quando negligenciados ou abordados de forma inadequada, podem desencadear transtornos psíquicos a médio e longo prazo. Embora as reações apresentadas em um primeiro momento se assemelhem muito a sintomas, em uma situação de desastre abrupto consideram-se todas as reações agudas como esperadas, já que se trata de uma situação atípica na rotina daqueles que vivenciam esses eventos.
	A psicologia comunitária apresenta propostas interventivas frente a possíveis realidades sociais, preocupando-se em entender como essas problemáticas irão interferir no lado psíquico dos indivíduos. 
	O psicólogo comunitário cuida dessa forma de prevenção do adoecimento mental frente aos incidentes socialmente comunitários, dentro do que é cabível na sua atuação enquanto psicólogo comunitário.
	Dessa forma objetiva-se com o presente trabalho, refletir o papel do psicólogo comunitário diante da comunidade e ainda debater a tragédia ambiental de Brumadinho frente a suas possibilidades de atuação dentro da perspectiva da psicologia comunitária.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 A psicologia comunitária: aspectos históricos
No cenário norte-americano e europeu, a psicologia comunitária nasceu a partir dos contextos de movimentos sociais, principalmente no que diz respeito ao movimento da saúde mental, com o intuito de promover a prevenção das doenças mentais que aconteciam na comunidade. Já no Brasil e América Latina, ela surge a partir da crise da Psicologia Social, em que houve uma problematização acerca da sua relevância na atuação frente à problemática da sociedade, assim como por influência dos movimentos sociais (GONÇALVES & PORTUGAL, 2016).
	A psicologia social se preocupava com os estudos de grupos e concepções do comportamento humano na sociedade, mas ignorava as questões históricas culturais assim como a subjetividade e crítica às relações entre classes. É nesse contexto que surge a crise e alguns profissionais sentem a necessidade de agir diante à comunidade (GÓIS, 2003).
Segundo Freitas (1996), para falar da psicologia comunitária é preciso entender o período histórico, ou seja, todos os eventos que culminaram ao surgimento de uma prática psicológica nesse campo. No Brasil, nas décadas de 40 e 50 predominava muito o sistema assistencialista com o caráter de caridade, em 60 alguns movimentos sociais começam a surgir reivindicando melhorias ao trabalhador. Em 70, com o regime militar evidencia-se um conjunto de problemas concretos e difíceis da população, fazendo com que a psicologia voltasse o seu olhar para essas situações. Já em 80 o campo de atuação começa a ter maior destaque, assim como estudos na área ganham mais atenção. 
	A psicologia comunitária está focada em dois modelos: de um lado o desenvolvimento humanos e de outro a mudança social. Ambos procuram fazer com que o indivíduo crie sua própria autonomia e seja capaz de participar ativamente das relações no contexto político e social da comunidade, assim como na construção de suas próprias vidas como pessoas com potencial crítico e de responsabilidade. (GÓIS,2005).
	Ainda no contexto de mudança social e desenvolvimento, conforme Stella (2019), a psicologia social escolhe como campo de atuação a comunidade, analisando o impactos e intervindo como maneira de prevenção e promoção de saúde, além do compartilhamento de informações que corroboram para uma melhoria no sujeito. 
2.2 O conceito de comunidade e atuação da psicologia
	Conforme Bauman (2003), o termo comunidade traz consigo diversas sensações além do seu próprio significado. Remete sempre a algo bom, segurança e solidariedade. Por exemplo, o sentimento de pertencimento que é algo é muito almejado, trazendo aspectos positivos. Enquanto o que é relativo ao erro do indivíduo se coloca muito a culpa na sociedade: “A sociedade o corrompeu”.
	 Contudo, o termo comunidade muitas vezes é utilizado erroneamente, como um grupo de pessoas que possuem mesma linha de pensamento, quando na verdade o seu significado está atrelado ao território, cultura, como também as relações interpessoais geradas naquela região trazendo uma carga de significado voltado a solidariedade e segurança (PERUZZO & VOLPATO, 2009).
	A comunidade está estritamente ligada a questões de comunicação. É o ser em meio ao coletivo com a vontade e capacidade de busca por suas necessidades, ou seja, aqueles que se assemelham uns aos outros com um mesmo viés problemático (PAIVA, 2003).
	A atuação da psicologia comunitária diferencia-se de uma psicologia tradicional clínica. É uma desconstrução desse modelo em que se vê apenas o indivíduo. No campo comunitário o psicólogo além de enxergar o sujeito como um ser subjetivo, analisando os seus anseios é preciso também atentar-se ao ambiente,relações sociais, portanto a condição da realidade a qual aquela pessoa encontra-se inserida que interfere de forma significativa no sofrimento psíquico do indivíduo (GONÇALVES & PORTUGAL, 2016).
	Ademais, segundo Góis (2005), é importante uma atuação voltada a criar um pensamento crítico na comunidade com um intuito de gerar autonomia no sujeito, fazendo com que compreenda o seu lugar de participação e fala. Nesse sentido indo além da prevenção do adoecimento mental, mas no contexto de construção de liberdade.
	Dessa maneira, de acordo com Oliveira et al (2008) a problematização é um instrumento fundamental na atuação do psicólogo, criando contextos onde é preciso colocar em prática a reflexão e criticidade, podendo assim proporcionar novas visões acerca da realidade dos problemas sociais na comunidade.
 
3. DESCRIÇÃO
Aos 25 de janeiro de 2019, na cidade de Brumadinho, região metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais, ocorreu um dos maiores desastres ambientais do Brasil, que segundo especialistas, um dos principais fatores desencadeantes desse acidente, poderia ser pela deterioração da estrutura da chamada Barragem I da mina Córrego do Feijão, que juntamente com o acúmulo de resíduos e infiltrações, resultantes das chuvas ao longo dos anos, ocasionaram a destruição da barragem, tornando o local um “mar de lama”, afetando a comunidade próxima e deixando para além de prejuízos financeiros, a morte de mais de 250 pessoas (G	1, 2019).
De acordo com o G1 (2019), essa comunidade era absolutamente pacata, praticamente todos se conheciam ou eram parentes. Quanto à renda, os moradores dependiam inteiramente do trabalho de duas mineradoras locais, levando assim uma vida simples e de muito trabalho para conseguirem seu sustento. 
O problema social pertinente nessa comunidade diante dessa tragédia, até os dias de hoje, são as condições de saúde física e sofrimento psíquico, tendo em vista os impactos ocasionados tanto pela contaminação de componentes tóxicos, pelo contato físico com a lama, a poluição do ar e a ingestão de alimentos infectados, quanto pela perda de seus familiares, de todos os seus bens e o alto índice de desemprego, que dificulta a perspectiva de novos objetivos, já que toda aquela comunidade perdeu sua estrutura de maneira abrupta (G1, 2019).
4. INTERVENÇÃO
Em 25 de janeiro de 2019, no município de Brumadinho, região metropolitana de Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais, três barragens de retenção de rejeitos de mineração, sob responsabilidade da Mineradora Vale, romperam-se. A principal destas minas, a Barragem/Mina do Feijão, com pelo menos 12 milhões de metros cúbicos de lama de rejeitos espalharam-se por uma área de 3 mil quilômetros quadrados. Das 270 vítimas, 259 corpos haviam sido recuperados, até o dia 21 de março de 2020, data em que foram paralisadas as buscas, devido a pandemia de Covid-19 e 11 pessoas permanecem desaparecidas, segundo os dados da Defesa Civil. 
Segundo a OMS, emergência seria a ocorrência súbita que requer ação imediata, podendo ser causada por ações humanas ou epidemias, catástrofes naturais ou tecnológicas. Desastre pode ser definido como uma séria ruptura no funcionamento de uma comunidade ou sociedade, causando sérias perdas: humanas, materiais, ambientais ou econômicas (BRASIL, 2017). Desse modo, o rompimento das barragens pode ser considerado uma situação de desastre.
De acordo com Freitas (2016) os desastres podem ser responsáveis por sofrimentos intensos, que, quando negligenciados ou abordados de forma inadequada, podem desencadear transtornos psíquicos a médio e longo prazo. Embora as reações apresentadas em um primeiro momento se assemelhem muito a sintomas, em uma situação de desastre abrupto consideram-se todas as reações agudas como esperadas, já que se trata de uma situação atípica na rotina daqueles que vivenciam esses eventos. 
Os danos psíquicos e sofrimento gerados são inquestionáveis. Paranhos e Werlang (2015 apud Taylor; Frazer, 1982), classificam seis categorias de vítimas, que são avaliadas de acordo com o grau de aproximação e relação com o evento trágico: de primeiro grau seriam as pessoas diretamente envolvidas; de segundo grau são os familiares diretos das vítimas de primeiro; em terceiros grau estariam os profissionais das equipes de resgate; em quarto grau a comunidade ao redor da situação; de quinto grau seriam aquelas pessoas que se envolvem pelo simples conhecimento de que está ocorrendo ou ocorreu tal evento; e, em último grau, pessoas que estão na localidade afetada por motivos de viagem. 
Desse modo, tendo em vista os efeitos à saúde e as categorias de vítimas, causados pelos desastres, torna-se imprescindível que sejam realizadas ações que foquem na promoção, proteção e recuperação da saúde – física e mental – das vítimas e que, obviamente, os temas de atenção psicossocial e saúde mental sejam abordados. 
Para tanto, há a necessidade do envolvimento de equipes multidisciplinares. Logo, a inserção do profissional da Psicologia em tais cenários se constitui em uma necessidade. De acordo com Bruck (2009), a atuação do psicólogo em emergências relaciona-se ao sentido do comportamento das pessoas diante dos desastres, subsidiando intervenções voltadas à compreensão, apoio e superação do trauma psicológico tanto às vítimas e profissionais que estão envolvidos na redução dos efeitos do estresse pós-traumático. 
No entanto, conforme os Princípios Fundamentais do Código de Ética Profissional do Psicólogo, sugere-se especial atenção na prática psicológica para que sejam evitadas vitimizações ou apologização dessas pessoas, buscando-se assumir uma conduta ética pautada na defesa da garantia de direitos (Constituição Federal, Estatuto da Criança e do Adolescente, Estatuto do Idoso, Políticas Públicas da Defesa Civil, entre outras).
A atuação do psicólogo deve voltar-se para o acolhimento que reduzindo o estado de estresse agudo, a prevenção de transtornos psicopatológicos, diminuindo, na medida que lhe é possível, o sofrimento dos sujeitos garantindo uma atendimento voltado às necessidade de escuta, cuidando para não ser invasivo, sem forçar a fala e verificando se as vítimas estão sendo atendidas minimamente em suas necessidades, baseando-se essencialmente nas orientações do Código de Ética Profissional, buscando aumentar a capacidade de cada indivíduo no enfrentamento da circunstância a qual ele se encontra, oferecendo a oportunidade para que as vítimas possam usufruir de auxílio para si e seus familiares. 
Nesse sentido, essa atuação procura prevenir e amenizar os impactos pós-traumáticos, incluindo-se não apenas os indivíduos afetados diretamente pelo desastre, mas também deve ter sua atenção voltada às equipes de resgate que presenciaram as consequências dos eventos, a atuação do psicólogo estende a essas pessoas, de modo a auxiliara darem um passo de cada vez. (GALINDO, 2020 apud FRANCO, 2005; RAMÍREZ, 2011). 
É recomendado aos profissionais psicólogos que atuem realizando planejamentos e estratégias e que estimulem ou priorize o envolvimento de cada membro da comunidade da sociedade civil. Além disso, o profissional pode participar dos controles sociais democráticos que sejam transparentes e participativos para a redução de danos e prejuízo tanto financeiros como psicológicos aos que estejam em vulnerabilidade social (CFP, 2013).
A Psicologia Comunitária tem sua parcela de contribuição diante desse meio de atuação, buscando realizar o trabalho com grupos como um todo, colaborando na formação e ampliação da consciência crítica individual e social, realizando ações que venham promover relações de cooperação e solidariedade entre as pessoas. 
É importante também afirmar, efetivar e qualificar a política de assistência social presente nas situações de calamidades e de emergências, em conjunto com a estrutura da Política de Proteção e Defesa Civil e outras, como parte de uma estratégia para a garantia integral e integrada de direitos humanos e sociais da população pelas com centralidade nas políticas públicase com colaboração complementar de assistência humanitária de organizações da sociedade civil, que mantenha no cerne do planejamento, da ação e da avaliação o cuidado tanto com as dimensões subjetivas e psicossociais das comunidades afetadas, como protagonistas e agentes ativos e autônomos sobre suas vidas, quanto com o suporte necessário de educação permanente, estrutura e articulação a profissionais acionadas(os) nas respostas imediatas e na gestão de riscos e da redução de desastres. (CFP, 2019).
Assim, Galindo et. al (2020 apud Góis, 2005), afirma que a Psicologia Comunitária visa desenvolver trabalhos capazes de contribuir para promover relações de cooperação e solidariedade entre as pessoas e para a construção de sujeitos mais críticos e reflexivos quanto a situação em que se vive ou está vivenciando de modo que problematizam e transformem a realidade, utilizando-se de métodos de inserção e atuação comunitária.
Para Franco (2012), o luto figura-se entre as emoções mais poderosas que o ser humano pode viver. As pessoas não permanecem as mesmas após viver um luto, e essa transformação é ampla e profunda, muito mais do que uma experiência dolorosa em uma dada medida normal e suportável. 
O luto desencadeado por desastres tem consequências específicas, a partir da sua natureza. Dentre elas, destaca a dificuldade em localizar, identificar corpos, para que os rituais da cultura sejam realizados e permitam uma finalização, não do processo do luto, mas da ambiguidade da perda. Tais características são significativas por alterarem as relações socioafetivas da comunidade, ofertando um grande potencial de desenvolver transtornos psicopatológicos a médio e longo prazo. (FRANCO, 2012 apud Parkes, 2008; Boss, 2006).
A destruição não se limita apenas a percas familiares, mortes, mas um montante de patrimônios culturais, histórias, lembranças, contaminações que perdurarão por muitos longos anos, por conta dos rejeitos tóxicos presentes na lama. Particularmente nesse evento analisado, um dos agravantes à saúde mental dos afetados deve-se ao fato de que a maior parte das vítimas fatais trabalhava na mineradora onde a barragem rompeu, confrontando aqueles que sobreviveram com a perda de uma ampla gama de amigos, colegas de trabalho e a fonte de emprego e renda. (NOAL et al. 2019)
Levando-se em conta que a experiência traumática de ser, ao mesmo tempo, enlutado e sobrevivente, os membros da comunidade de Brumadinho, viveram uma forte experiência de transição psicossocial, a partir da quebra de seu mundo presumido e pela forçosa necessidade de responder às demandas do cotidiano (FRANCO, 2012). 
Segundo Mayorga (2020), existem indicadores das equipes de saúde mental dos municípios impactados pelo desastre de que houve aumento do alcoolismo e uso de drogas, de todos os tipos de violência (em especial a doméstica), depressão, suicídios e tentativas, alguns surtos psicóticos, bem como efeitos psicossomáticos, tais como pressão alta, crises alérgicas, problemas respiratórios, de pele e outros, relacionados ou não à contaminação, além de transtornos depressivos, ansiosos, estresse pós traumático, problemas relacionados ao sono, alimentação, afetivos dentre outros.
Uma das propostas da atuação do psicólogo, posterior ao desastre, é a capacidade de identificar e acolher as demandas daqueles envolvidos neste cenário, e o profissional deve incentivar o sujeito a fortalecer o vínculo com os familiares, que é algo de suma importância para sua recuperação, sendo essa a última fase para proporcionar uma condição de normalidade para a comunidade. (GALINDO et. al. 2020, apud LOPES, 2010).
É fundamental que a ação do psicólogo seja acompanhada de posicionamento crítico sobre a conjuntura e sobre as políticas públicas. Nas intervenções psicológicas bem sucedidas, devem estar presentes o planejamento, a informação, o treinamento e o apoio aos envolvidos (BRASIL, 2009). 
8
A oferta de uma escuta atenciosa, especializada, envolvendo a reabilitação e a reconstrução, de forma integrada com as políticas públicas da defesa civil, saúde, assistência social e educação, dentro de uma rede de apoio, possibilita ao psicólogo colaborar significativamente no restabelecimento da estabilidade psíquica dos indivíduos.
REFERÊNCIAS
BARRAGEM da vale se rompe em Brumadinho, MG. G1 Minas, 2019. Disponível em https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2019/01/25/bombeiros-e-defesa-civil-sao-mobilizados-para-chamada-de-rompimento-de-barragem-em-brumadinho-na-grande-bh.ghtml. Acesso em 17 de out. 2020.
BAUMANN, Z. Comunidade: a busca por segurança no mundo atual. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003.
BRASIL. Ministério da Integração Nacional. Secretaria Nacional de Defesa Civil. Universidade Federal de Santa Catarina. Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres. Gestão de riscos e de desastres: Contribuições da Psicologia. Curso à distância/Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres. Florianópolis: CEPED, 2010, 156 p. Disponível em https://www.ceped.ufsc.br/wp-content/uploads/2009/01/PR-2009.156-RELAT%C3%93RIO-FINAL-110929_PDF.pdf. Acesso em 20 out. 2020.
_______. Ministério da Integração Nacional. Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil. Departamento de Minimização de Desastres. Módulo de formação : resposta : gestão de desastres, decretação e reconhecimento federal e gestão de recursos federais em proteção em defesa civil para resposta : apostila do instrutor / Ministério da Integração Nacional, Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, Departamento de Minimização de Desastres. - Brasília : Ministério da Integração Nacional, 2017. Disponível em https://www.undp.org/content/dam/brazil/docs/publicacoes/paz/resposta-livro-base.pdf. Acesso em 19 out. 2020.
BRUCK, Ney Roberto V. A Psicologia das Emergências: Um estudo sobre angústia pública e o dramático cotidiano do trauma. Porto Alegre, 2007. 195 f. Tese (Doutorado em Psicologia). Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Rio Grande do Sul, 2007. Disponível em http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/932. Acesso em 13 out. 2020.
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Código de Ética Profissional do Psicólogo., Brasília, agosto de 2005. Disponível em https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/896/o/codigo-de-etica-psicologia.pdf. Acesso em 15 out. 2020. 
________. Notas técnicas sobre atuação de psicólogo em emergência. Disponível em: https://site.cfp.org.br/documentos/nota-tecnica-sobre-atuacao-de-psicologaos-em-situacoes-de-emergencias-e-desastres-relacionadas-com-a-politica-de-defesa-civil/ . Acesso em 13 out. 2020.
________. Diálogo Digital: Psicologia, Assistência Social e situações de calamidades e de emergências. Disponível em https://site.cfp.org.br/dialogo-digital-psicologia-assistencia-social-e-situacoes-de-calamidades-e-de-emergencias/. Acesso e 10 out. 2020.
FRANCO, Maria Helena P. Crises e desastres: a resposta psicológica diante do luto. O Mundo da Saúde. Artigo de Revisão. n. 36, jan. 2012. p. 54-58. Disponível em http://www.saocamilo-sp.br/pdf/mundo_saude/90/06.pdf. Acesso em 20 out. 2020. 
FREITAS, Carlos Machado de (Coord.). Gestão local de desastres naturais para a atenção básica. São Paulo: UNIFESP, 2016. Disponível em https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/37492/2/Curso%20AB.pdf. Acesso em 12 out. 2020.
FREITAS, M. Psicologia na comunidade, Psicologia da Comunidade e Psicologia (Social) Comunitária: Práticas da Psicologia em comunidade nas décadas de 60 a 90, no Brasil. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes,1996. 
GALINDO, Cristiane Maciel dos Santos; ALMEIDA, Isabela Fernanda Mendes de; LUIZ, George Moraes de. A atuação do psicologo no contexto de emergências e desastres. Repositório Digital do Univag. Disponível em https://www.repositoriodigital.univag.com.br/index.php/Psico/article/view/621. Acesso em 10 out. 2020.
GÓIS, C. W. L. Psicologia comunitária – atividade e consciência. Fortaleza: Publicações Instituto Paulo Freire de Estudos Psicossociais, 2005.  
GÓIS, C. W. L. Psicologia Comunitária. Universitas: Ciências da Saúde, Brasília,v. 1, n.2, p. 277-297, 2003.
GONCALVES, M. A.; PORTUGAL, F. T. Análise histórica da psicologia social comunitária no Brasil. Psicol. Soc. Belo Horizonte, v. 28, n. 3, pág. 562-571, dezembro de 2016.
MAYORGA, Claudia. Desastre de Brumadinho e os impactos na saúde mental. Cienc. Culto., São Paulo, v. 72, n. 2, pág. 06-08, abril de 2020. Disponível em http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0009-67252020000200003&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 15 de out. de 2020. 
NOAL, Débora da Silva; RABELO, Ionara Vieira Moura; CHACHAMOVICH, Eduardo. O impacto na saúde mental dos afetados após o rompimento da barragem da Vale. Cad. Saúde Pública,  Rio de Janeiro ,  v. 35, n. 5,  e00048419,    2019 .   Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2019000600503&lng=en&nrm=iso>. Acesso em  15  out.  2020.  
OLIVEIRA, F. P. de et al. Psicologia comunitária e educação libertadora. Psicologia: Teoria e Prática, v. 10, n. 2, p. 147-161, 2008.
PAIVA, R. Espirito Comum, O-comunidade, Midia. Rio de Janeiro: Mauad Editora Ltda, 2003.
PARANHOS, Mariana Esteves; WERLANG, Blanca Susana Guevara. Psicologia nas Emergências: uma Nova Prática a Ser Discutida. Psicol. cienc. prof.,  Brasília ,  v. 35, n. 2, p. 557-571,  jun.  2015 .   Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932015000200557&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em  15  out.  2020.
PERUZZO, C. M. K.; VOLPATO, M. de O. Conceitos de comunidade, local e região: inter-relações e diferença. Líbero, São Paulo, v. 12, n. 24, p. 139-152, dez., 2009.
SOUZA, N.L.F A atuação da psicologia em desastres e emergências. Revista da Escola Superior de Guerra, v. 27, n. 55, p. 81-93, 2017. Disponível em https://www.esg.br/estudos-estrategicos/labsdef/atuacao.pdf. Acesso em 12 out. 2020.
STELLA, Claudia. Psicologia comunitária: Contribuições teóricas, encontros e experiências. Petrópoles, Rio de Janeiro: Vozes, 2019.
ANEXO
Barragem da Vale se rompe em Brumadinho, MG
Mar de lama avançou sobre área administrativa da empresa e casas na área rural da cidade.
Por G1 Minas — Belo Horizonte
25/01/2019 12h17  Atualizado há um ano
Uma barragem da mineradora Vale se rompeu nesta sexta-feira (25), em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Imagens aéreas mostram que um mar de lama destruiu casas da região do Córrego do Feijão.
O rompimento ocorreu no início da tarde de hoje, na Mina Feijão. A Vale informou sobre o acidente à Secretaria do Estado de Meio-Ambiente às 13h37. Os rejeitos atingiram a área administrativa da companhia, inclusive um refeitório, e parte da comunidade da Vila Ferteco.
Há ao menos sete pessoas feridas. O Corpo de Bombeiros informou por volta das 8h30 de sábado (26) que havia entre 300 e 350 pessoas desaparecidas. Os bombeiros afirmam também que as sirenes de emergência não tocaram e divulgaram uma lista de pessoas resgatadas vivas.
Foram retiradas nove pessoas com vida da lama e 189 foram resgatadas. Quase 100 bombeiros estavam no local na sexta e o número deve chegar a 200 neste sábado (26).
A empresa diz que, dos 427 empregados que estavam no local, apenas 279 foram localizados. Segundo o presidente da Vale, Fábio Schvartsman, vazaram 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos - na tragédia de Mariana, há 3 anos, foram 43,7 milhões.
Segundo o presidente da Vale, uma das barragens se rompeu e o vazamento do rejeito também fez outra barragem transbordar. Ele diz que a barragem que rompeu não era usada há três anos. Ainda não há informação sobre a causa do rompimento.
O que se sabe até agora (informações atualizadas até a manhã de sábado, 26):
· Rompimento ocorreu no início da tarde na Mina do Feijão, da Vale, em Brumadinho;
· Mar de lama destruiu casas;
· Havia empregados da Vale no local atingido pelo rompimento;
· Há 9 pessoas mortas, outras sete feridas e até 350 desaparecidas;
· A Vale tinha 427 pessoas no local, e 279 foram resgatadas vivas;
· Corpo de Bombeiros e Defesa Civil estão no local; helicópteros resgatam pessoas ilhadas em diversos pontos;
· Ao menos seis prefeituras emitiram alerta para que população se mantenha longe do leito do Rio Paraopeba, pois o nível pode subir. Às 15h50, os rejeitos atingiram o rio;
· Rodovia estadual que leva a Brumadinho está fechada;
· Governo montou gabinete de crise, e 3 ministros estão a caminho; Bolsonaro vai sobrevoar o local no sábado;
· Por precaução, o Instituto Inhotim retirou funcionários e visitantes do local.
· As barragens recebem classificações quanto a risco e dano potencial. Quase todas as barragens da Vale no Córrego do Feijão era consideradas de Baixo Risco, mas Dano Potencial Alto (apenas a Barragem VII tinha Dano Potencial médio).
Ações de emergência
De acordo com a Defesa Civil, os moradores que vivem na parte mais baixa da cidade estão sendo retirados das casas. Vários helicópteros estão trabalhando no local no resgate de vítimas. Não há como chegar ao local por terra.
A Polícia Rodoviária Estadual informou que a MG-040, entre as cidades de Brumadinho e Mário Campos, está totalmente interditada por causa do rompimento. Em Betim, uma equipe da Defesa Civil está às margens do Rio Paraopeba. A intenção é monitorar o nível da água e verificar se há risco de o rio transbordar.
A Cruz Vermelha informou que uma equipe de 50 voluntários treinados em resgate foi enviada para a região.
A Arquidiocese de Belo Horizonte informou que iniciou uma campanha para arrecadar donativos para os atingidos pelo vazamento. As doações podem ser entregues na Rua Além Paraíba, 208, Lagoinha, na capital.
Vítimas
Os nove mortos localizados ainda não foram identificados.
A Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) informou que o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII está preparado para receber feridos.
Segundo a Fhemig, a emergência do hospital vai atender apenas vítimas do acidente. Demais casos serão direcionadas para outras unidades de saúde. Ainda segundo o órgão, outros hospitais da rede estão se mobilizando para dar retaguarda ao João XXIII.
Onda de rejeitos
O vazamento de rejeitos deixou em estado de atenção municípios banhados pelo Rio Paraopeba. Há risco que, em consequência do incidente, o nível suba repentinamente. Na região Centro-Oeste de Minas, Pará de Minas e Itaúna estão fazendo monitoramento.
A Agência Nacional de Águas (ANA) informou que a "onda de rejeitos" deve ser amortecida pela barragem da usina hidrelétrica de Retiro Baixo, localizada a 220 quilômetros do local do rompimento (leia nota completa).
A estimativa da agência de águas é de que os rejeitos atinjam a barragem da hidrelétrica em cerca de dois dias.
A ANA afirmou que está monitorando a onda de rejeito e coordenando ações para manter o abastecimento de água e sua qualidade para as cidades que captam água ao longo do Rio Paraopeba.
Segundo a Copasa, o abastecimento de água na Região Metropolitana de BH não deve ser prejudicado. A companhia está monitorando a situação.
Governo federal
"Lamento o ocorrido em Brumadinho-MG. Determinei o deslocamento dos Ministros do Desenvolvimento Regional e Minas e Energia, bem como nosso Secretario Nacional de Defesa Civil para a Região. Nossa maior preocupação neste momento é atender eventuais vítimas desta grave tragédia. O Ministro do Meio Ambiente também está a caminho. Todas as providências cabíveis estão sendo tomadas", disse o presidente Jair Bolsonaro. Leia a repercussão completa.
Segundo a Casa Civil, Bolsonaro se reuniu na tarde desta sexta-feira com o ministro-chefe da pasta, Onyx Lorenzoni, para discutir o rompimento. Conforme a Casa Civil, o encontro definiu que os ministros Bento Albuquerque (Minas e Energia), Gustavo Canuto (Desenvolvimento Regional) e Ricardo Salles (Meio Ambiente) foram escalados para acompanhar o caso.
O ministro de Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse ao jornalista Valdo Cruz, da GloboNews e do G1, que uma equipe de emergência do Ibama já foi deslocada para a região. O ministro também disse que, além do atendimento às possíveisvítimas, a preocupação é com a poluição nos rios da região.
Governo estadual
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) informou que a Mina do Feijão e a Barragem 1, que se rompeu no início desta tarde, “estão devidamente licenciadas”. "As causas e responsabilidades pelo ocorrido serão apuradas pelo governo de Minas", disse o órgão.
Uma força-tarefa do governo de Minas Gerais já está no local do rompimento da barragem em Brumadinho. “O governo de Minas Gerais já designou a formação de um gabinete estratégico de crise para acompanhar de perto as ações”, disse por meio de nota (veja íntegra ao final da reportagem).
"Todo aparato estatal está mobilizado e foi deslocado para a região de Brumadinho, onde ocorreu o rompimento, para acompanhar de perto as ações e colaborar no que for preciso. Estão a caminho da Mina do Feijão o secretário de Meio Ambiente, Germano Vieira, a secretária de Impacto Social, Elizabeth Jucá, além dos Bombeiros e Defesa Civil", diz nota do governo.
Por volta das 15h40, Romeu Zema estava saindo do interior de Minas e indo para Belo Horizonte, para comandar o gabinete de crise. "O governador está atuando e acompanhando os desdobramentos, para que as primeiras medidas sejam tomadas, e o atendimento imediato seja dado às vítimas e população local, além de acompanhar a apuração dos fatores que causaram o acidente", disse o governo.
A Defensoria Pública de Minas Gerais informou que já está atuando em Brumadinho e que vai funcionar em regime de plantão.
Alerta das prefeituras
Nas redes sociais, a prefeitura de Brumadinho, Mario Campos, Juatuba, São Joaquim de Bicas, Igarapé e Betim já publicaram alertas para que a população não fique perto do leito Rio Paraopeba.
Tragédia em Mariana
No dia 5 de novembro de 2015, o rompimento da barragem de Fundão, da mineradora Samarco, controlada pela Vale e pela BHP Billington, deixou 19 mortos e causou uma enxurrada de lama que inundou várias casas no distrito de Bento Rodrigues, em Minas Gerais.
A barragem de Fundão abrigava cerca de 56,6 milhões de m³ de lama de rejeito. Desse total, 43,7 milhões m³ vazaram. Os rejeitos atingiram os afluentes e o próprio Rio Doce, destruíram distritos e deixaram milhares de moradores da região sem água e sem trabalho.
A Vale se tornou ré uma ação da Justiça Federal em 2016, ao lado da Samarco e da BHP, em uma ação por homicídios e crimes ambientais. Além das 3 empresas, 22 pessoas e a companhia de engenharia VogBR também respondem ao mesmo processo. Até o final de 2018, essa ação seguia correndo na comarca de Ponte Nova, na Zona da Mata, sem que os réus tenham sido julgados.
Nota da Vale
Veja a íntegra do texto:
"A Vale informa que, no início desta tarde, ocorreu o rompimento da Barragem 1 da Mina Feijão, em Brumadinho (MG). A companhia lamenta profundamente o acidente e está empenhando todos os esforços no socorro e apoio aos atingidos.
Havia empregados na área administrativa, que foi atingida pelos rejeitos, indicando a possibilidade, ainda não confirmada, de vítimas. Parte da comunidade da Vila Ferteco também foi atingida.
O resgate e os atendimentos aos feridos estão sendo realizados no local pelo Corpo de Bombeiros e pela Defesa Civil. Ainda não há confirmação sobre a causa do acidente.
A prioridade máxima da empresa, neste momento, é apoiar nos resgates para ajudar a preservar e proteger a vida de empregados, próprios e terceiros, e das comunidades locais.
A Vale continuará fornecendo informações assim que confirmadas."
Nota do Ministério do Meio Ambiente
"No início da tarde desta sexta-feira (25/01), ocorreu o rompimento de três barragens na mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG). O empreendimento está situado em um afluente do rio Paraopeba, na Bacia do Rio São Francisco.
O Ministério do Meio Ambiente constituiu um gabinete de crise para acompanhamento do incidente. O ministro, Ricardo Salles, está se deslocando para a região acompanhado do presidente do Ibama, Eduardo Bim.
A equipe do núcleo de prevenção e atendimento a emergências ambientais do Ibama já está no local em conjunto com servidores da Secretaria de Meio Ambiente do Governo de Minas Gerais.
A preocupação inicial do governo federal é com o resgate de vítimas, atendimento à região e a proteção de pontos de captação de água."
Nota do governo de MG
"Uma força-tarefa do Estado de Minas Gerais já está no local do rompimento da barragem em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, para acompanhar e tomar as primeiras medidas.
O Corpo de Bombeiros por meio do Batalhão de Emergências Ambientais, e a Defesa Civil também já estão no local da ocorrência trabalhando e há dois helicópteros sobrevoando a região.
O Governo de Minas Gerais já designou a formação de um gabinete estratégico de crise para acompanhar de perto as ações. Assim que houver mais informações, o Governo de Minas Gerais emitirá novos comunicado"
Nota da Defesa Civil
"O ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, e o secretário Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec), coronel Alexandre Lucas, chegam hoje (25) à noite a Belo Horizonte (MG) para acompanhar e apoiar o trabalho das defesas civis locais na ocorrência do rompimento de uma barragem na Mina Feijão, no município de Brumadinho, região metropolitana da capital mineira. A prioridade, neste momento, é o socorro e assistência à população afetada.
A mobilização e o apoio do Governo Federal iniciaram logo após o rompimento da estrutura. O ministro conversou por telefone com o presidente da República, Jair Bolsonaro, que reforçou a importância de disponibilizar todo o apoio necessário ao estado e município.
Equipes do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad) estão em frequente contato com representantes da prefeitura e governo do estado para orientar nas primeiras ações de resgate às possíveis vítimas e demais necessidades emergenciais."

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