Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FACULDADE ÚNICA DE IPATINGA DOCÊNCIA E MEDIAÇÃO PEDAGÓGICA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Ronald Álex Santos Reis Marilene Nunes 2 DOCÊNCIA E MEDIAÇÃO PEDAGÓGICA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1ª edição Ipatinga – MG 2020 3 FACULDADE ÚNICA EDITORIAL Diretor Geral: Valdir Henrique Valério Diretor Executivo: William José Ferreira Ger. do Núcleo de Educação à Distância: Cristiane Lelis dos Santos Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Gilvânia Barcelos Dias Teixeira Revisão Gramatical e Ortográfica: Izabel Cristina da Costa Revisão/Diagramação/Estruturação: Bárbara Carla Amorim O. Silva Carla Jordânia G. de Souza Rubens Henrique L. de Oliveira Design: Brayan Lazarino Santos Élen Cristina Teixeira Oliveira Maria Luiza Filgueiras © 2020, Faculdade Única. Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem autorização escrita do Editor. R375d Reis, Ronald Álex Santos Docência e mediação pedagógica em Educação a Distância / Ronald Álex Santos Reis, Marilene Gonçalves Nunes. – 1. ed. Ipatinga, MG: Editora Única, 2020. 127 p. Inclui referências. ISBN: 978-65-990786-2-0. 1. Docência – Educação à Distância. 2. Pedagogia. I. Reis, Ronald Álex Santos. II. Nunes, Marilene Gonçalves. III. Título. CDD: 371.332 CDU: 37.02 Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920. NEaD – Núcleo de Educação a Distância FACULDADE ÚNICA Rua Salermo, 299 Anexo 03 – Bairro Bethânia – CEP: 35164-779 – Ipatinga/MG Tel (31) 2109 -2300 – 0800 724 2300 www.faculdadeunica.com.br 4 Menu de Ícones Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones ao lado dos textos. Eles são para chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um com uma função específica, mostradas a seguir: São sugestões de links para vídeos, documentos científico (artigos, monografias, dissertações e teses), sites ou links das Bibliotecas Virtuais (Minha Biblioteca e Biblioteca Pearson) relacionados com o conteúdo abordado. Trata-se dos conceitos, definições ou afirmações importantes nas quais você deve ter um maior grau de atenção! São exercícios de fixação do conteúdo abordado em cada unidade do livro. São para o esclarecimento do significado de determinados termos/palavras mostradas ao longo do livro. Este espaço é destinado para a reflexão sobre questões citadas em cada unidade, associando-o a suas ações, seja no ambiente profissional ou em seu cotidiano. 5 SUMÁRIO FORMAÇÃO DE PROFESSORES/ TUTORES PARA EAD: ............................. 8 1.1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 8 1.2 QUAL O SIGNIFICADO DO TERMO EAD? ........................................................... 9 1.3 VOLTANDO NO TEMPO: EAD NO PASSADO E NO PRESENTE. ......................... 10 1.4 A FORMAÇÃO DO PROFESSOR EM EAD .......................................................... 15 FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................... 20 SISTEMAS TUTORIAIS: TUTORIA ON-LINE E PRESENCIAL ......................... 25 2.1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 25 2.2 SISTEMA TUTORIAL: O QUE É? ............................................................................ 25 2.3 TUTORIA ON-LINE ............................................................................................... 27 2.4 TUTORIA PRESENCIAL ......................................................................................... 30 FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................... 35 INCENTIVANDO O PROTAGONISMO DISCENTE: PERCEPÇÕES DO PERFIL DO ALUNO EAD ....................................................................................... 41 3.1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 41 3.2 PROTAGONISMO DISCENTE .............................................................................. 42 3.3 PRÁTICAS E ABORDAGENS DE ENSINO-APRENDIZAGEM ............................... 44 3.4 ANDRAGOGIA E HEUTAGOGIA: APRENDENDO A APRENDER EM EAD .......... 45 3.5 O PERFIL DO ALUNO EM EAD ............................................................................ 48 FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................... 53 RESPONSABILIDADES DOS PROFESSORES/ TUTORES EM EAD ................ 60 4.1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 60 4.2 DEFINIÇÃO DO PROFESSOR EM EAD E SUAS FUNCIONALIDADES .................. 60 4.3 AS FUNÇÕES DO TUTOR ..................................................................................... 64 4.4 A COMUNICAÇÃO EM EAD: UM DIÁLOGO DIRETO ........................................ 66 4.5 COMUNICAÇÃO COM OS DISCENTES ............................................................. 67 4.6 MOTIVANDO OS APRENDIZES ........................................................................... 69 4.7 RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS EM EAD .............................................................. 70 FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................... 73 FERRAMENTAS FACILITADORAS DA APRENDIZAGEM ............................ 79 5.1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 79 5.2 A RELAÇÃO INDISSOCIÁVEL ENTRE AS TECNOLOGIAS E A EAD ................... 79 5.3 METODOLOGIAS DE ESTUDO BASEADAS NA AUTONOMIA DISCENTE .......... 81 5.4 FERRAMENTAS TECNOLÓGICAS PARA EAD .................................................... 82 5.4.1 Fórum .............................................................................................................. 83 5.4.2 Chats ou salas de bate-papo ..................................................................... 86 5.4.3 Teleaula .......................................................................................................... 88 5.4.4 Blog ................................................................................................................. 91 5.4.5 Podcast .......................................................................................................... 92 5.4.6 Google Docs .................................................................................................. 93 FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................... 96 UNIDADE 01 UNIDADE 02 UNIDADE 03 UNIDADE 04 UNIDADE 05 6 AVALIAÇÃO E APRENDIZAGEM: DOIS UNIVERSOS CONSONANTES . 101 6.1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 101 6.2 CONCEITUAÇÕES: O QUE É AVALIAÇÃO? .................................................... 101 6.3 FUNÇÕES ESSENCIAIS DA AVALIAÇÃO ......................................................... 106 6.4 O QUE O TUTOR DEVE AVALIAR NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA? ................. 108 6.5 AVALIAÇÃO POR MEIO DAS FERRAMENTAS DE APRENDIZAGEM ................ 112 6.6 NOTAS ............................................................................................................... 115 FIXANDO O CONTEÚDO ..................................................................................119 RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO .............................................. 124 REFERÊNCIAS .......................................................................................... 125 UNIDADE 06 7 CONFIRA NO LIVRO Nesta unidade, serão apresentadas informações acerca das origens da Educação a Distância e como determinadas habilidades são fundamentais para que o professor/tutor em EAD tenha um trabalho produtivo, capaz de contribuir positivamente no acompanhamento e avaliação dos alunos inseridos nesta modalidade de ensino. Na unidade 2, serão analisados os elementos que permeiam os sistemas de tutoria utilizados por professores/tutores em cursos EAD, on-line e presencial. Além disso, serão apontadas quais são as competências e atribuições que estes profissionais devem exercer nesta modalidade de ensino. Nesta unidade, serão dispostas as práticas de aprendizagem que norteiam as atividades desenvolvidas pelos aprendizes na EAD: a Andragogia e a Heutagogia. Tendo em vista este tema, o ponto problematizador se dará pelo enfoque nos diferentes perfis de alunos inseridos no contexto EAD e como suas particularidades influenciam seu processo de aprendizagem. Na unidade 4, a partir das peculiaridades que envolvem o público da EAD apresentadas na unidade anterior, serão descritos os conhecimentos, habilidades e competências essenciais que devem constituir o perfil de professores e tutores para lidar com as especificidades dispostas em ambientes de Educação a Distância. Diante das responsabilidades atribuídas aos professores e tutores no ato de orientar os discentes em seu percurso de aprendizagem, o foco nesta unidade se dará pela apresentação de diversas ferramentas e recursos que visam potenciar a aprendizagem ativa, rompendo com uma visão educacional de cunho mais tradicional. Na unidade conclusiva do livro, a avaliação será o tema central. Aqui, serão descritos os elementos que influenciam o processo de avaliação dos alunos em EAD, bem como as diretrizes que devem nortear as ações avaliativas dos docentes nestes espaços. Além disso, serão explicitadas de que maneira as ferramentas de aprendizagem podem intensificar a efetividade das correções e ponderações de professores e tutores. 8 FORMAÇÃO DE PROFESSORES/ TUTORES PARA EAD. 1.1 INTRODUÇÃO Em 2019, o Ministério da Educação e Cultura (MEC), por meio do Censo da Educação Superior, demonstrou uma nova realidade que, em outrora, poderia se considerar inimaginável nas Instituições de Ensino Superior no Brasil. Por meio deste documento, mostrou-se que o número de vagas ofertadas em cursos de graduação a distância superou pela primeira vez, em uma margem considerável, a oferta de cursos superiores presenciais. Os dados apresentados reforçam uma premissa que autores como Maia e Mattar (2008) apresentaram há alguns anos atrás, mas que se torna real a cada ano, pois, o crescimento do seguimento de Educação a Distância tem conquistado um espaço cada vez maior. Isto denota a esta modalidade de ensino um impacto jamais visto na história da educação, que acarreta na participação de cada vez mais pessoas neste mercado, englobando desde alunos e professores, até administradores e webdesigners, que desempenham diferentes papéis de forma simultânea. Nesta perspectiva, evidencia-se que a Educação a Distância é uma modalidade de ensino que se consolidou no mercado educacional e que abrange uma grande diversidade de agentes, visando fornecer ao aluno sistemas e instrumentos capazes de contribuir positivamente em sua formação, com um enfoque especial no acompanhamento e avaliação de seu desempenho. Por isso, nesta unidade, o ponto de partida problematizador se dará por uma reflexão breve sobre as origens da Educação a Distância e, principalmente, acerca das habilidades e ações educativas que devem permear a formação de professores/tutores para EAD. Como principais objetivos, ao final desta unidade você deverá apresentar os seguintes conhecimentos: Identificar os eventos que resultaram no surgimento da Educação a UNIDADE 9 Distância; Reconhecer a importância do levantamento histórico da Educação a Distância para compreensão de sua expansão; Identificar elementos importantes que envolvem a formação de professores/ tutores EAD. 1.2 QUAL O SIGNIFICADO DO TERMO EAD? Primeiramente, conforme apontam Maia e Mattar (2008) antes de enveredar pelos eventos que culminaram no surgimento e desenvolvimento da Educação a Distância, é de fundamental importância saber o que significa, de fato, a sigla EAD. Como abordam os autores supracitados, a sigla EAD engloba duas palavras etimologicamente distintas, que são “educação” e “distância”. A partir disso, torna- se necessário destrinchar o real significado de cada uma delas, para que, posteriormente, seja realizada uma articulação entre ambas. Segundo Streck, Redin e Zitkoski (2008) não existe apenas um tipo de educação, mas, sim, educações, que são os pontos de partida para que os seres humanos partam do que são para o que querem ser, isto é, na busca por crescimento permanente. Os vários tipos de educação por ele citados se resumem a duas: a educação bancária e a educação libertadora. No contexto que remete ao termo EAD, Maia e Mattar (2008) afirmam que esta modalidade precisa ser pautada por uma educação humanista e problematizadora, que implica o diálogo. Ou seja, é necessário que haja interação para que se solidifiquem a aprendizagem e a educação. Logo, este é um modelo que remete ao conceito de educação libertadora. No que concerne à palavra distância, Azevedo (2010) expõe como verbete uma ideia que remete a algo ou alguém que está afastado, remoto ou longínquo. Como abordam Maia e Mattar (2008) as duas palavras apresentam significados distintos, mas que se associam e transfiguram-se em uma denominação comum, gerando a seguinte definição: “A EAD é uma modalidade de educação em que professores e alunos estão separados, planejada por instituições e que utiliza diversas tecnologias de comunicação” (MAIA; MATTAR, 2008, p. 06) A partir dos apontamentos dispostos, como explicita Ribeiro (2019), as definições expressas para o termo EAD (Educação a Distância) geram características 10 e singularidades que estabelecem alterações significativas nos processos educacionais dispostos tradicionalmente, comumente pautados pela modalidade de ensino presencial. Conforme a mesma autora expõe, a partir da ascensão da EAD, novas formas de organização das ações docentes e discentes se fazem imprescindíveis, permeadas pelas necessidades dispostas pela sociedade, que envolvem diversos aspectos sociais, políticos e econômicos. Isto indica que a Educação a Distância é forjada a partir do processo de modernização do mundo contemporâneo, visando atender as diferentes demandas existentes no mundo moderno. Nesta perspectiva, sabendo-se que a EAD tem ganhado cada vez mais uma importância salutar, como demonstram Faria e Lopes (2014) as práticas referentes a esta modalidade precisam dispor de planejamento, organização e uma intencionalidade previamente estabelecida, visando atender às exigências do mercado educacional e , consequentemente, o mercado de trabalho. Diante do crescimento exponencial da modalidade EAD, surge o seguinte questionamento: quando a modalidade EAD se consolidou no mercado educacional? 1.3 VOLTANDO NO TEMPO: EAD NO PASSADO E NO PRESENTE Segundo Ribeiro (2019), alguns pesquisadores apontam que as Epístolas do Novo Testamento foram as primeiras expressões de Educação a Distância que se fizeram presentes na história da humanidade, visto que apresentavamum caráter didático e eram destinadas à corpos sociais que estavam consideravelmente distantes de seu autor. Outro evento histórico, fundamental para a disseminação 11 desta modalidade, deu-se por meio da invenção da prensa de tipos móveis, creditada a Gutenberg, no século XV. Segundo Maia e Mattar (2008), a nova realidade trazida por este meio de comunicação, então, permitiu que as ideias e informações pudessem ser compartilhadas e transmitidas para um número maior de pessoas e comunidades, o que contribuiu para a construção de debates, a produção e a reprodução contínua de conhecimentos diversificados. No entanto, como aborda Ribeiro (2019), a EAD, como é conhecida no mundo moderno, começou a se popularizar nos meios sociais quando foram estabelecidas as vias de comunicação por correspondência, que começaram a ser propagadas no fim do século XVIII e que se desenvolveram continuamente a partir de meados do século XIX. Já no que se refere ao Brasil, a tendência em EAD começou a ser disseminada com maior intensidade por meio dos Correios. No Brasil, as primeiras manifestações de EaD, ocorreram por meio dos Correios, que enviavam materiais impressos e kits de experimentação aos alunos. A modalidade ficou conhecida como “ensino por correspondência” ou “ensino domiciliar” (RIBEIRO, 2019, p. 15). Diante desta nova tendência, como expressam Maia e Mattar (2008) pertencente à meados do século XIX, esta fase, calcada por materiais impressos e encaminhados pelos Correios, foi considerada a primeira geração da EAD, o que acarretou em múltiplas iniciativas de cursos à distância, por intermédio de sociedades, escolas e universidades. Posteriormente, a EAD passou por algumas mudanças e acrescentou à sua estrutura novas mídias, até então consideradas inovações significativas, tais como rádio, fitas de áudio, telefone e vídeo. Este período, que abrangeu o século XX, foi considerado como a segunda geração da EAD. Nesta nova geração, conforme aborda Ribeiro (2019), dentre os meios de mídia citados, destacou-se o rádio, que veiculou diversos projetos de educação. Nesta nova conjuntura educacional, os alunos recebiam o material impresso, ouviam as aulas utilizando-se de aparelhos de rádio, e interagiam por meio de correspondências, quando se fazia necessário. Perante os novos moldes de organização estrutural que permeavam a EAD, como aborda a autora supracitada, conduzida pela inserção de novas ferramentas que facilitariam o processo educacional, iniciativas diversificadas começaram a se 12 fazer presentes. Um momento importante, é a criação das universidades abertas de Ensino a Distância, influenciadas pelo modelo da Open University britânica, fundada em 1969, que se utilizavam intensamente de rádio, TV, vídeos, fitas cassetes e centros de estudo, em que se realizaram diversas experiências pedagógicas. Com base nessas experiências, teria crescido o interesse pela EAD (MAIA; MATTAR, 2008, p. 22). Como Maia e Mattar (2008) relatam, as iniciativas e propostas acerca da implantação e desenvolvimento da EaD foram cruciais para reflexões referentes às funções das universidades nos anos subsequentes. Porém, mesmo com o crescimento exponencial da modalidade, apenas na década de 1990, as universidades tradicionais, instituições governamentais e empresas privadas visualizaram naquela esfera um novo mercado com potencial de crescimento. Tendo em vista este novo quadro em que a EaD recebia maior visibilidade, como salientam os autores previamente citados, iniciou-se o período referente à terceira geração da EaD, no qual as tecnologias de multimídia, de hipertextos e redes de computadores consolidaram a Educação a Distância on-line. Então, como demonstra Ribeiro (2019), novos projetos começaram a se popularizar, sendo caracterizados pela produção de sites na internet que enfatizavam a publicação de conteúdos interativos. Porém, conforme apontam Litto e Formiga (2009), apesar de a Educação a Distância ter se consolidado no mercado educacional com o passar dos anos, no que concerne ao Brasil, não são abundantes os registros históricos acerca das experiências pioneiras relativas a esta modalidade de ensino. Neste campo, quase isolado, destaca-se o Instituto Monitor, que foi o primeiro órgão a apresentar informações e dados estatísticos referentes ao trabalho desenvolvido no universo das instituições que têm como objetivo informar e educar a distância, utilizando diferentes metodologias e múltiplos meios de comunicação. Como afirmam os autores supracitados, o Instituto Monitor, apenas no ano de 2005, divulgou o primeiro “Anuário de Educação Aberta e a Distância”, elaborado em colaboração com a Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed). Este documento visava exibir um panorama da modalidade EaD no Brasil, e, por seu intermédio, pôde-se acompanhar o crescimento da modalidade no Brasil durante aquele período. Tal documento foi o ponto detonador para que a Educação a Distância fosse reconhecida como parte da organização educativa no Brasil, sendo 13 uma modalidade oficialmente reconhecida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. A partir da veiculação deste documento, a LDB reconheceu, por meio do artigo 80, presente no Decreto nº 5622, que “o Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada” (LITTO; FORMIGA, 2009, p. 33). Em face à oficialização e credenciamento das instituições que ofertavam Educação a Distância, como salientam Maia e Mattar (2008)pôde-se quebrar paradigmas e planejar novas estruturações. Nesta perspectiva, Ribeiro (2014) aponta que educadores de diversas partes do mundo iniciaram diversas discussões acerca das novas possibilidades que a internet e as mídias digitais poderiam oportunizar. Em consequência disto, a Educação a Distância se consolidou como uma modalidade educacional exequível. Atualmente, em uma conjuntura na qual dispõe de maior credibilidade e modernidade, em consonância com Ribeiro (2019), a EAD constitui-se por ambientes virtuais, viabilizados pelas novas tecnologias, reunindo no ciberespaço professores e alunos que interagem constantemente, algo impensável em outrora. Tendo em vista esta lógica, evidencia-se que, no mundo moderno, estudar engloba a compreensão de que as tecnologias podem colaborar significativamente com o foco referente à Educação a Distância. Neste contexto, professor e aluno têm papéis distintos, não encontrados em outra época. Conforme demonstram Litto e Formiga (2009), neste contexto, o aluno assume um papel central no processo ensino-aprendizagem, deixando de ser um sujeito passivo, mero receptor de informações, tornando-se criador, cocriador e um sujeito crítico. Já no que tange às funcionalidades do professor, como abordam Maia e Mattar (2008) tal profissional também ganha novas atribuições, deixando de ser um orador, para se tornar um tutor, deixando de ser um expositor e avaliador, para se transformar em facilitador e mediador de conhecimentos. Este processo, como salienta Ribeiro (2019) e já foi apontado, dá-se por meio de sites, nos quais se encontram os ambientes virtuais, que ficam à disposição de seus usuários. Nestes espaços, estão dispostas as ferramentas necessárias para que os discentes interajam com os docentes e demais alunos, utilizando-se de meios síncronos ou assíncronos. 14 Logo, como salienta Ribeiro (2019), diante dessas novas funções, docentes e alunos tornam-se agentes imensamente importantes no percurso de evolução da EaD, fazendo-a capaz de atender às demandas referentes à uma educação ininterrupta ao longo da vida, isto é, a chamada educação continuada, integrando-a aos possíveis postos de trabalho existentes e às necessidades e expectativas dos indivíduos. Nesta perspectiva, conforme explicitam Maia e Mattar (2008)o docente/tutor, como já demonstrado anteriormente, torna-se peça crucial em projetos de desenvolvimento dos ambientes virtuais de aprendizagem, uma vez que é um profissional que tem experiência na área educacional e no contato com os alunos. Conforme os mesmos autores discorrem, nesse sentido, é preciso que o professor desempenhe papéis diversificados simultaneamente, com o intuito de potencializar as funcionalidades dos ambientes virtuais de aprendizagem, acompanhando o processo de aprendizagem dos estudantes constantemente. Tendo como perspectiva esta interação pujante que deve permear a EAD, por meio da participação de agentes diversos no processo ensino-aprendizagem, como afirma Ribeiro (2019), pode-se criar um espaço de participação ativa e colaborativa entre cursistas e a equipe docente. Assim sendo, novos espaços de trabalho podem ser fomentados e gerarem formas inovadoras de aprendizagem. 15 1.4 A FORMAÇÃO DO PROFESSOR EM EAD No mundo contemporâneo, como Ribeiro (2019) demonstra, a busca constante pelo conhecimento deve indicar inovações no que tange ao significado das coisas, discussões, atividades colaborativas e soluções para os problemas diversos que se apresentam. Para que isto aconteça, é fundante que haja uma interação estreita entre os agentes que fazem parte de todo este processo de construção do conhecimento. Neste novo contexto educacional, conforme elucida Munhoz (2014), novas propostas de atuação para professores se fazem presentes, gerando a necessidade de mudança de panorama, pautada em uma formação mais abrangente de docentes em EAD. Como afirmam Maia e Mattar (2008) em linhas opostas a um olhar mais tradicional, o professor em EAD deixa de ser uma entidade individual e torna-se uma entidade coletiva. Isto denota a ele novos papéis, tornando-o uma equipe, pois, ao mesmo tempo em que será um mediador, também será um autor, um técnico, entre outras diversas possibilidades. Contudo, esta nova realidade não decreta o fim das atribuições essenciais do docente ou a perda de seu emprego, mas apresenta novas funcionalidades e competências a serem desenvolvidas, criando, consequentemente, novos espaços de atuação no mercado de EAD. Como salienta Munhoz (2014), durante um longo período, os processos educacionais centraram-se apenas na figura do professor e sua atuação pautava- se na oratória como principal suporte. Este método docente vigorou por um período considerável e, em muitos meios educacionais presenciais, continua em vigência, mesmo que o espaço onde a prática vigore afirme-se centrado nas ações discentes. Nesta perspectiva, como expõe o autor supracitado, o que se vê são moldes educacionais que continuam a delinear o conhecimento como propriedade do professor, ferindo, assim, os princípios de comunicação dialógica e desconsiderando ambientes já munidos de evoluções tecnológicas imprescindíveis. Estudar em EAD exige do aluno inúmeras habilidades e competências, que o conduzirão, posteriormente, ao mercado de trabalho. Para se inteirar sobre este tema, veja mais em: https://bit.ly/3m9jWQl. Acesso em: 17 jul. 2020. 16 Segundo Maia e Mattar (2008), pelo fato de não exercer mais um papel pautado na chamada docência tradicional, é papel do professor EaD compreender suas novas funcionalidades, permeadas agora também por organização e elaboração de conteúdo, que englobam: planejamento de material e construção de exercícios, definição de letras, tamanhos e cores a serem utilizadas em mensagens, escolha de materiais visuais a serem utilizados nas aulas, domínio de recursos de multimídia, entre outras atividades. Conforme demonstram os mesmos autores, abre-se, então, para o professor presencial e tradicional, a possibilidade de tornar-se um designer de cursos, seja no sentido gráfico ou visual. Esta possibilidade denota a ele a responsabilidade pelas tecnologias educacionais, assumindo, assim, o papel de um designer instrucional, isto é, atribuindo a ele a tarefa de planejar, em âmbito geral, os cursos e as disciplinas nele presentes. Como aponta Munhoz (2014) estas novas práticas adotadas pelo professor em EaD quebram paradigmas e exigem dos profissionais um posicionamento diferente, designando a eles o papel de mediadores, que têm como objetivo estimular os alunos a adotarem comportamentos e ideias pedagógicas diferenciadas. São práticas que estimulam o aluno a desenvolver o conceito de aprender a aprender, por meio do erro, pelo aprender a fazer e por meio da pesquisa. Tais práticas podem potencializar no discente sua capacidade de aprender. Diante disso, conforme apontam Maia e Mattar (2008) é fundamental que o professor/tutor organize sua classe virtual, determinando o calendário e traçando os objetivos a serem alcançados no curso, deixando claras quais são as expectativas acerca do desempenho dos alunos e o processo de interação. Neste sentido, o tutor pode acompanhar o nível de aprendizagem e desenvolvimento dos alunos, coordenando o tempo para acesso aos conteúdos dispostos e a realização das atividades propostas. A consideração de tantas incumbências referentes às funcionalidades do professor/tutor EaD conduz novamente aos pensamentos de Munhoz (2014) que aponta para a importância de novos tipos de formação para estes educadores, responsáveis por orientar uma geração considerada “nativa digital”, que nasce e vive em uma conjuntura pautada por técnicas e tecnologias. Entretanto, conforme aborda Ribeiro (2019), para que o professor possa realizar práticas concisas, é necessário também que haja uma infraestrutura de 17 comunicação de dados que dê suporte às suas ações. O professor neste processo é aquele que vai associar as Tecnologias da Informação aos métodos ativos de aprendizagem, articulando as tecnologias às suas práticas pedagógicas e às teorias educacionais, possibilitando ao aluno a reflexão sobre a sua própria prática. RIBEIRO (2019, p. 61) Tendo em vista este contexto, como explicitam Maia e Mattar (2008)é crucial que as instituições de ensino a distância desenvolvam programas de formação sérios acerca da capacitação de professores/tutores, que englobem a utilização das ferramentas de tutoria. Neste segmento, há muitas instituições que criaram centros específicos voltados a estas atividades, além de empresas que oferecem serviços terceirizados acerca da formação de tutores. Como afirma Munhoz (2014)a oferta de tais cursos e formações permite que os tutores avaliem, de forma contínua, toda a infraestrutura disposta nos cursos, o que envolve os materiais didáticos a serem utilizados e os processos de tutoria disponibilizados, bem como o grau de satisfação dos discentes presentes nos cursos. Em vista disso, conforme expõe Ribeiro (2019), uma equipe docente EAD bem preparada constitui-se de professores e tutores, que possuem papéis distintos no desenvolvimento do trabalho. O professor é o profissional responsável por delinear as estratégias pedagógicas e por construir os conteúdos a serem utilizados pelos alunos durante os processos. Já o tutor é o agente que acompanha os discentes em seu processo de aprendizagem, que ocorre por meio da mediação tecnológica. Assim, seu trabalho concentra-se no fazer aprender discente e na construção, gestão e regulação de diversos cenários de aprendizagem. Diante destas funcionalidades, como aborda a autora referida, a função de tutor no âmbito universitário pode gerar diferentes denominações, tais como: mentor, tutor virtual, tutor eletrônico, orientador, entre outras nomenclaturas. Neste sentido, como salientam Litto e Formiga (2011), o docente ganhamaior amplitude, por deixar de ser um profissional transmissor e repetidor de saberes pré- existentes para transformar-se em um mediador de reflexões, capaz de gerar novos conhecimentos e sujeitos. Pautada pelas múltiplas funcionalidades exigidas do tutor em EaD, A Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED) pontua: A exigência para um professor de Educação a Distância é a mesma para lecionar em cursos presenciais. A diferença está na sua 18 capacidade de utilizar os meios digitais utilizados no curso, pois o seu papel é ser um facilitador da aprendizagem, um orientador acadêmico e dinamizador da interação coletiva (no caso de cursos que se utilizem de meios que permitam tal interação). (ABED, 2020). Dessa maneira, como demonstram Maia e Mattar (2008)a este profissional cabe a tarefa de gerenciar seu tempo virtual e não mais o tempo presencial, no qual, on-line, pode-se comunicar com destreza e realizar novas experiências profissionais. Com essa diversidade de incumbências, como afirma Ribeiro (2019), o professor/ tutor assume responsabilidades que abrangem diferentes funcionalidades, que envolvem funções pedagógicas, gerenciais, técnicas e sociais. Por tamanho dinamismo e demandas apresentadas, como explicita Ribeiro (2019), evidencia-se que o trabalho do professor/tutor EAD é um desafio diário, que objetiva realizar uma integração entre o humano e o tecnológico e o individual e o social. Entretanto, conforme expõe a mesma autora e já foi apontado neste livro, evidencia-se que a excelência do trabalho desenvolvido em EAD não depende única e exclusivamente do trabalho docente, abarcando também as propostas pedagógicas delineadas pelas instituições, bem como a estrutura e qualidade das equipes técnicas inseridas neste contexto. Assim sendo, como abordam Arredondo, González e González (2012)mais do que nunca, faz-se necessário o trabalho em equipe, que abarque o grupo de docentes e a instituição. Estes e outros elementos, que serão citados posteriormente no livro, segundo Maia e Mattar (2008)podem delimitar o sucesso ou insucesso de um curso EAD. 19 20 FIXANDO O CONTEÚDO 1. À medida em que a EaD se estabelecia como uma modalidade educacional executável e proveitosa, novas formas de organização das ações docentes e discentes começaram a se fazer necessárias, influenciadas diretamente pelas demandas sociais, políticas e econômicas dispostas pela sociedade. Isto indica que a Educação a Distância é forjada a partir do processo de modernização do mundo contemporâneo, visando atender as diferentes especificidades que permeiam no mundo moderno. Tendo isso em vista, em acordo com o material estudado, sabendo-se que a EAD tem ganhado cada vez mais uma importância salutar no que tange aos processos educacionais, as práticas referentes a esta modalidade devem a) dispor de uma organização, planejamento e uma intencionalidade previamente estabelecidas, tendo a finalidade de preparar indivíduos para lidar com questões unilaterais e voltadas apenas a campos específicos de temáticas isoladas. b) construir reflexões que abranjam temáticas específicas, dando pouco ou nenhuma abertura à conhecimentos concernentes às múltiplas demandas da sociedade, focando apenas em objetos de estudo essenciais à área em questão. c) dispor de uma organização e planejamento que privilegiam as características e singularidades empregadas em processos educacionais de caráter tradicional, comumente pautados pela modalidade de ensino presencial. d) dispor de planejamento, organização e uma intencionalidade previamente determinadas, com a finalidade de atender às exigências do mercado educacional e, por consequência, do mercado de trabalho. e) fomentar pouca reflexão crítica, visando se ater aos conhecimentos específicos que englobam aspectos específicos acerca de determinada área do conhecimento. 2. Conforme Maia e Mattar (2008) apontam, o professor em Educação a Distância, diferentemente de uma visão mais tradicional, deixa de ser uma entidade individual e torna-se uma entidade coletiva. Isto denota a ele novos papéis, o que o transforma em mais que um docente, oportunizando a ele novas possibilidades 21 de atuação. Diante dessas afirmações, assinale a alternativa que descreve parte das conjunturas que permeiam as estruturas profissionais de um professor em EaD. a) O professor em EaD é dotado de novas atribuições que o afastam dos estigmas tradicionais, nos quais todo conhecimento se concentrava em suas mãos. b) O professor em EaD possui diversas funcionalidades, contudo, seu papel como orador ainda é sua principal ação docente nesses espaços. c) Apesar dos avanços vislumbrados pela Educação a Distância, o professor, neste contexto, continua a ser o agente central no processo ensino-aprendizagem, sendo o único responsável por difundir o saber. d) Mesmo em um ambiente no qual as tecnologias são dominantes, o professor deve se ater exclusivamente ao ato de ensinar. e) Em Educação a Distância, o professor deve estar ciente de sua importância no processo ensino-aprendizagem, preparado para fazer uso dos avanços tecnológicos, por meio de uma comunicação unilateral com os discentes. 3. Atualmente, devido aos inúmeros avanços e especificidades que norteiam a Educação a Distância, cabe ao professor e/ou tutor ater-se às novas requisições impostas pelo mercado. Logo, é necessário que se esteja preparado para atuar em diferentes contextos e com diversas demandas. Dentre as novas demandas dispostas na EaD para os professores ou tutores destacam-se: a) Gerenciar seu tempo virtual e não mais o tempo presencial, no qual, on-line, pode-se comunicar com destreza e realizar novas experiências profissionais. b) Estabelecer diretrizes de trabalho que enfatizem a importância do crescimento intelectual e profissional para os alunos, em detrimento de aspectos sociais e culturais. c) Suas ações educacionais concentram-se no fazer aprender discente e na construção, gestão e regulação de cenários de aprendizagem limitados, que abarquem apenas aspectos profissionais a serem vivenciados pelos aprendizes no mercado de trabalho. d) Apesar das múltiplas funções direcionadas aos professores e tutores, é preciso que tais profissionais se atenham às suas funções primárias, pautadas pela transmissão 22 de conhecimentos tradicionalmente aplicada no ensino presencial. e) Um professor ou tutor bem preparado e capacitado não necessita de bagagem profissional e educacional condizentes com os desafios a serem dirimidos na EaD. 4. Leia o fragmento de texto a seguir. Educação a distância é a atividade específica de uma instituição com finalidade única. Todo o corpo docente e os colaboradores da instituição se dedicam exclusivamente à educação a distância; as funções que exercem são diferentes daquelas em uma faculdade, universidade, sistema escolar ou departamento de treinamento tradicional. Diante das afirmações acima apresentadas, evidencia-se que a EaD a) busca estabelecer uma relação estreita com o ensino de cunho tradicional. b) tem como principal objetivo impactar um público especial. c) busca democratizar o ensino e atingir diferentes públicos. d) preza por uma educação que visa atender ao público do interior, em detrimento de estudantes dos grandes centros. e) visa atingir públicos variados, de forma a priorizar certas minorias. 5. Com base nos estudos realizados, acerca do que é Educação a Distância e seus elementos essenciais, julgue as afirmativas abaixo: I - Na EAD, o aprendizado acontece de forma planejada e as experiências de aprendizagem são unicamente individuais. II – Se comparada àmodalidade de ensino presencial, pode-se afirmar que a Educação a Distância tem um caráter mais flexível, uma vez que permite aos estudantes se adequarem à vida de estudos, estabelecendo seus próprios horários e prioridades. III – Pode-se afirmar que uma característica marcante da EaD, desde seus primórdios, envolve a facilidade para se estabelecer uma comunicação de “mão dupla” com os docentes, visto que em seu início, há décadas atrás, as tecnologias já eram ostensivas. 23 Diante das afirmativas propostas, assinale a alternativa correta. a) Somente I e II. b) Somente II e III. c) Somente I e III. d) Somente I. e) Somente II. 6. No mundo contemporâneo, como Ribeiro (2019) demonstra, a busca constante pelo conhecimento deve apontar para inúmeras inovações, que visem ampliar significado das coisas, levantar novas discussões, fomentar atividades colaborativas e soluções para os problemas diversos que acometem a sociedade como um todo. Para que isto aconteça, é fundamental uma interação estreita entre as figuras partícipes do processo de construção do conhecimento. PORQUE as instituições de ensino devem estar devidamente prontas para atender as demandas que englobam não apenas as premissas discentes, mas, também, as exigências dispostas pelo mercado de trabalho. Após a análise das afirmativas apresentadas, julgue a resposta correta. a) As asserções I e II são verdadeiras e a II é uma justificativa correta da primeira. b) As asserções I e II são verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira. c) A asserção I é uma proposição verdadeira e a asserção II é uma asserção falsa. d) A asserção I é uma proposição falsa e a asserção II é uma asserção verdadeira. e) As asserções I e II são asserções falsas. 7. A concepção de ensino que o professor adota, independentemente da modalidade de ensino, repercute positivamente ou negativamente sobre os discentes. No livro didático, foram apresentados os conceitos de educação bancária e libertadora. Sobre essas conceituações, julgue as afirmativas. I- A educação bancária é uma metodologia de ensino na qual a curiosidade do aluno é reprimida, o que desestimula sua capacidade de instigar-se, tornando-o 24 um sujeito passivo. II- A educação bancária permite ao discente aprimorar sua capacidade de se informar devido ao grande aporte de informações que recebe. III- A educação libertadora visa oportunizar aos discente uma aprendizagem pautada pela humanização. A sequência está correta em a) V- V- F. b) V- F- F. c) V- V- V. d) V- F- V. e) F- V- V. 8. Em vistas a discernir os papéis de professores e tutores, tratados nesta unidade, julgue as afirmativas a seguir. I- O professor é o profissional responsável por delinear as estratégias pedagógicas e por construir os conteúdos a serem utilizados pelos alunos durante os processos. II- Já o tutor é o agente que acompanha os discentes em seu processo de aprendizagem, que ocorre por meio da mediação tecnológica. Assim, seu trabalho concentra-se no fazer aprender discente e na construção, gestão e regulação de diversos cenários de aprendizagem. III- Professores e tutores são mediadores de reflexões, capazes de gerar novos conhecimentos e sujeitos. Estão corretas as afirmativas: a) I e II. b) I e III. c) I, II e II. d) Apenas a I. e) Apenas a 2. 25 SISTEMAS TUTORIAIS: TUTORIA ON- LINE E PRESENCIAL 2.1 INTRODUÇÃO Após analisar alguns componentes que constituem a formação de um professor/tutor na modalidade de Educação a Distância, nesta unidade, serão analisados elementos que fomentam os sistemas tutoriais utilizados por estes profissionais em cursos de EaD, em plataforma on-line e presencial. Tendo em vista que a tutoria é um tema fundante nos processos de ensino- aprendizagem dispostos nos cursos na modalidade a distância, serão abordados quais são os procedimentos e metodologias que permeiam a atuação dos professores/tutores neste segmento, com o intuito de atender as demandas apresentadas pelos alunos, mediar os conhecimentos produzidos e reconstruídos, bem como realizar o acompanhamento e avaliação discente. Nesta perspectiva, nesta unidade, serão discutidas as práticas tutoriais em cursos EAD que devem potencializar a interação e o diálogo entre os agentes envolvidos nesse processo, que, como abordam Guarezi e Matos (2012) engloba alunos, professores/tutores, coordenadores, monitores, editores, entre outros profissionais. Como principais objetivos, ao final desta unidade você deverá apresentar os seguintes conhecimentos: Indicar as atribuições referentes às práticas de tutoria on-line e presencial. Identificar ferramentas que podem contribuir nos processos de tutoria. 2.2 SISTEMA TUTORIAL: O QUE É? A Educação a Distância, principal temática tratada neste livro didático, é permeada por inúmeros componentes, que, como salientam Guarezi e Matos (2012), têm como principal finalidade fomentar canais abertos que levem os alunos a interagir, definir e redefinir com os professores e demais aprendizes os processos educacionais desenvolvidos. UNIDADE 26 Nesta conjuntura, em consonância com as ideias dos autores supracitados, subentende-se que as instituições de ensino devem primar por uma estrutura de aprendizagem em que o aluno possa participar ativamente de todos os processos que envolvem sua formação. Dessa forma, para as instituições que buscam promover a EAD, torna-se essencial estabelecer diretrizes que contemplem a interlocução e a interação. Conforme aponta Cortelazzo (2013)existem diversos suportes e mídias que contribuem significativamente para as ações educacionais desenvolvidas nas instituições, que podem abarcar linguagens verbais, sonoras, audiovisuais e digitais. Nesta linha de pensamento, segundo Guarezi e Matos (2012)consolida-se a ideia de que sem o diálogo não há a possibilidade de falar sobre interação, colaboração e relações cooperativas entre diferentes agentes envolvidos com as práticas educacionais. E é nesta perspectiva que os sistemas de tutoria tornam-se imprescindíveis em cursos EAD, que, como demonstra Cortelazzo (2013)em grande parte, possuem a tutoria a distância e a tutoria presencial em seus polos. Conforme afirmam Valente e Moran (2011), estes são os dois modelos de tutoria EAD mais difundidos no Brasil, que apresentam diversas variáveis. O conceito de tutoria, apresentado por Arredondo, González e González (2012)compreende os sistemas personalizados de educação que têm como propósito apoiar os processos educacionais, não apenas inter-relacionado com os exercícios didáticos convencionais, mas também no que se refere a uma abordagem mais ampla dos estudantes, em seus diversos aspectos. A tutoria consiste em um processo de ajuda e acompanhamento durante a formação de estudantes (ou de aprendizes profissionais, quando for o caso), que se concretiza mediante a atenção personalizada a um indivíduo, ou a um grupo reduzido, por parte de professores ou mestres competentes formados para a função tutorial. (ARREDONDO; GONZÁLES; GONZÁLES, 2012, p. 29) Assim sendo, como já apontado previamente, Ribeiro (2019) pontua que o professor/tutor pode assumir diferentes funcionalidades, que englobam desde funções gerenciais até funções sociais, com o intuito de promover competências de cunho pedagógico, didático, social, tecnológico e de trabalho colaborativo. A fomentação destas competências, conforme demonstram Guarezi e Matos (2012)evidencia a importância do professor/tutor no processo que envolve a 27 mediação entre os discentes e os conhecimentos ainda não apropriados. Nesta perspectiva, segundo Ribeiro (2019), oprofessor/tutor tem como principal desígnio fazer com que os discentes se interessem pelos objetos de estudo disponibilizados e sejam ativos acerca do desenvolvimento de seus processos de aprendizagem. Diante desta conjuntura, os sistemas de tutoria ganham uma ampla importância, pois podem viabilizar a relação direta entre instituição, equipe docente e os alunos. Como citado neste livro didático, há dois modelos de tutoria amplamente disseminados no mercado EAD, que abrangem a tutoria on-line e a tutoria presencial. A partir de agora, cada um destes modelos será abordado, contemplando as singularidades que os permeiam. 2.3 TUTORIA ON-LINE De acordo com Guarezi e Matos (2012), por muito tempo, imaginou-se que estudar a distância era sinônimo de estudar de maneira isolada, distante de outros espaços ou tempos. Pensava-se que a credibilidade dos cursos a distância pautava- se apenas por um material didático de boa qualidade, que poderia ser impresso, desenvolvido por vídeo, rádio ou internet, o que facilitaria o processo de ensino- aprendizagem por parte dos estudantes. Nesta ótica, pouca importância era dada à comunicação entre os envolvidos. Porém, no que tange ao mundo contemporâneo, esta realidade tem sido alterada. Atualmente, conforme aborda Ribeiro (2019), a qualidade dos processos educacionais vincula-se diretamente ao envolvimento dos alunos, das propostas pedagógicas dispostas, dos materiais disponibilizados e da atuação das equipes técnicas e grupos formados pelos docentes. Segundo Guarezi e Matos (2012), nesta conjuntura, potencializar o vínculo com os alunos presentes em diferentes cursos EaD é um grande desafio posto para as instituições de ensino, que necessitam fomentar um processo de comunicação que seja mediatizado. Este processo mediatizado, como expõem Maia e Mattar (2008), perpassa cada vez mais pelos campos do saber que envolvem as tecnologias e a ciência. Em consonância com os autores supracitados, Guarezi e Matos (2012) afirmam que isto evidencia novos caminhos para a aprendizagem, que estão alicerçados na utilização das tecnologias, que se constituem de diferentes possibilidades de 28 comunicação, compartilhamento, colaboração e interação. É nesta perspectiva que a tutoria on-line ganha relevância imensurável, pois, como Arredondo, González e González (2012) explicitam, é o momento em que se estabelece a relação entre o tutor e os discentes, fazendo-se uso de diferentes sistemas de comunicação de informática, sem que haja a presença física dos agentes envolvidos, o que destoa das estruturas tradicionais de tempo e espaço. Conforme apontam Guarezi e Matos (2012)diversos meios podem ser utilizados para potencializar esta comunicação entre os tutores e seus alunos, que englobam meios síncronos (chats, web conferências, audioconferências, telefone, etc.) e meios assíncronos (fórum, correspondências eletrônicas e postais, entre outros recursos). Neste contexto, cabe ao tutor on-line exercer algumas tarefas essenciais à modalidade a distância. O tutor em si tem o papel de orientar e avaliar a aprendizagem a distância. Para tanto, também é necessário que ele tenha perfil formador, sendo aquele que auxilia e estimula a formação continuada e de qualidade, principalmente por meio das interações e motivações extrínsecas. (FARIA; LOPES, 2014, p. 97) Isto indica, como abordam Arredondo, González e González (2012) que o tutor apoia o processo de aprendizagem do estudante, com o intento de produzir nele novas expectativas, que lhe deem a possibilidade de evoluir e aprofundar seus conhecimentos. Contudo, para que os processos de tutoria ocorram de maneira positiva, torna- se necessário um suporte constituído por diferentes ferramentas. Dentre estas ferramentas essenciais, Ribeiro (2019) pontua as seguintes: O conteúdo didático, que engloba as referências das informações dispostas de diferentes maneiras, seja por meio websites, apostilas, livros, arquivos de vídeo, entre outros. Os ambientes virtuais de aprendizagem, que são módulos nos quais podem-se controlar o acesso dos alunos ao curso, gerenciar as matrículas, registrar o acesso dos alunos aos conteúdos disponibilizados, realizar o suporte à comunicação, o que envolve troca de mensagens, chats e fóruns e possibilita a interação docente-aluno e aluno-aluno. Os tipos de mídia, que abarcam os meios de comunicação utilizados na troca de informações entre os professores e os discentes e também entre os próprios discentes. 29 Em conformidade com as ideias de Guarezi e Matos (2012)tais ferramentas propiciam a utilização de outros recursos, que possibilitam ao professor/tutor diagnosticar e acompanhar o desenvolvimento dos discentes. Em virtude disso, Ribeiro (2019) aponta alguns destes recursos que podem ser utilizados no processo de tutoria, tais como: E-mail- recurso que propicia o envio e recebimento de mensagens e arquivos em qualquer formato (planilhas, documentos, etc.). Permite que haja uma interação assíncrona entre professores e discentes, já que cada um lê e envia mensagens de acordo com sua disponibilidade. Lista de discussão- constitui-se uma listagem que apresenta o endereço eletrônico dos participantes do curso. Esta lista dispõe de endereço identificador, de maneira que, ao enviar uma mensagem direcionada a este endereço, todos os participantes recebem as mesmas informações. Bate-papo on-line- conhecido como chat, é o meio de comunicação síncrono em que os membros, de forma simultânea, escrevem seus textos em um campo de acesso coletivo. Web- meio em que se encontram disponíveis instrumentos como textos, atividades, filmes, figuras, etc. Vídeo on-line- denominado vide-o on demand, é a realização de aulas pela internet. Webconferência- reunião virtual entre professores e discentes por meio de aplicativos ou serviços, que permite compartilhamento de apresentações, vozes, vídeos, textos e arquivos. Estas ferramentas, como abordam Faria e Lopes (2014)demonstram como a utilização de diferentes meios tecnológicos e a existência de uma estrutura organizacional são indispensáveis na EAD. Dessa forma, como afirmam Faria e Lopes (2014)denota-se ao tutor um perfil de tecnólogo educacional, que envolve o domínio das tecnologias da educação. É importante ainda ser monitor da exploração de materiais didáticos em grupos de aprendizagem e também dar respostas aos alunos quanto às plataformas de ensino, sendo ainda capaz de responder a qualquer dúvida que possa surgir a respeito dos recursos didáticos. (FARIA; LOPES, 2014, p. 97) 30 Além desse conjunto de demandas tecnológicas, conforme demonstram Arredondo, González e González (2012) é imprescindível também que o professor/tutor seja dotado de qualidades que permeiem uma atuação formativa e um perfil adequado para a função. Posto isto, o profissional docente, no contexto da EaD, como apontam Guarezi e Matos (2012) deve, além de apresentar habilidades relativas ao domínio das tecnologias, possuir conhecimentos pertinentes acerca dos conteúdos programáticos e exibir uma conduta profissional calcada em atitudes que compreendam flexibilidade, facilidade para se relacionar interpessoalmente e uma postura ética. Nessa perspectiva, Faria e Lopes (2014) corroboram com esta afirmação, demonstrando que, dessa maneira, o professor/tutor pode orientar e analisar a aprendizagem dos discentes com maior destreza. Neste cenário, com todos os elementos apontados aliados, como concluem Valente e Moran (2011)as instituições de ensino poderão garantir uma educação significativa e de qualidade. 2.4 TUTORIA PRESENCIAL Conforme Guarezi e Matos (2012)explanam, durante o trajeto percorrido até aqui, evidenciou-se que a EaD é um modelo educacional que se caracterizafortemente por uma separação física entre os docentes e os discentes. Contudo, quando se levantam discussões acerca de sistemas educacionais, percebe-se, cada vez mais, que as limitações que diferenciam as modalidades presenciais e a distância têm sido reduzidas. Como os mesmos autores suscitam, esta realidade pode ser observada partir de modelos educacionais que visam misturar aulas presenciais e a distância. Alguns destes modelos são denominados como bimodais ou semipresenciais, sendo delimitados pelo tempo médio que cada aluno dedica a uma das modalidades. 31 Os modelos semipresenciais, como expõem Arredondo, González e González (2012)propiciam uma maior inter-relação entre os discentes e os professores/tutores, mantendo um sistema de educação mista. Segundo Ribeiro (2019), este modelo promove um local de interação e troca de conhecimentos entre os agentes envolvidos no processo educacional. De acordo com Guarezi e Matos (2012)o modelo semipresencial permite aos discentes se reunirem presencialmente, face a face e, em seguida, utilizar meios de comunicação em ambientes virtuais para trocarem experiências e fomentar debates relevantes acerca das temáticas tratadas em seus cursos. Diante deste contexto, Arredondo, González e González (2012)afirmam que as reuniões presenciais podem potencializar a formação dos alunos em diversos aspectos, bem como favorecer suas Inter- relações sociais, acadêmicas e culturais. Guarezi e Matos (2012)afirmam que a aprendizagem deve ocorrer de forma interativa, levando-se em conta as demandas e interesses individuais, com o intuito de conectar os conteúdos tratados à realidade. Nesse sentido, como abordam os mesmos autores, o professor ganha um papel preponderante em todos os processos educacionais que envolvem a tutoria presencial. Consequentemente, precisa dispor das competências requeridas para tutorear neste modelo educacional. Isto denota a exigência de planejamento complementar, de materiais didáticos que atendam a proposta bimodal, bem como outros cuidados que devem ser delineados previamente. Neste cenário de encontros presenciais nos cursos EaD, conforme expõem Valente e Moran (2011)os professores/tutores atuam intercalando a utilização de materiais didáticos digitais, a tutoria virtual e a tutoria presencial em polos. Neste momento presencial, o professor/tutor tem como incumbência tirar as dúvidas dos discentes e conduzir atividades solicitadas previamente. Em tal contexto, como explicitam Arredondo, González e González (2012), a missão fundamental do tutor presencial é, como na tutoria virtual, acompanhar o aluno por seu percurso de aprendizagem, o que compreende uma nova relação 32 com este sujeito, que é diretamente influenciada pelo uso das tecnologias, que possibilitam aos discentes um grau maior de autonomia, fazendo com que o ensino seja centrado em suas diversidades e necessidades. Dentro desta realidade pautada pela tutoria presencial aliada à modalidade EaD, conforme dispõem Carlini e Tarcia (2010)faz-se necessário que o professor/tutor conduza os processos educacionais de forma criativa, atraente e envolvente. Neste ajuste entre as duas modalidades, pode-se usar, de forma pedagógica, séria, competente e crítica, diversos recursos que já se fazem presentes na vida dos alunos, com o objetivo de auxiliá-los na fomentação de uma nova relação com as tecnologias das quais já têm ciência. Como demonstra Ribeiro (2019), os alunos podem ter acesso rápido a estas tecnologias, por meio de tablets e celulares, que comportam vários sistemas de gerenciamento de aprendizagem, tais como o Moodle, o Blackboard e o TeleEduc. Assim sendo, Carlini e Tarcia (2010)afirmam que a inter-relação entre a educação presencial e a Educação a Distância é de complementaridade e esta relação pode potencializar consideravelmente o avanço, a inovação e a qualidade da educação proposta. Essa relação de aula semipresencial, também denominada de e- blended (ensino misto), é ministrada com atividades docentes virtuais e presenciais. Diminuem-se os custos, posto que muitas tarefas podem ser realizadas a distância, por meios eletrônicos e, por outro lado, estabelecem-se situações nas quais o grupo de alunos e seu professor se reúnem para se conhecer, compartilhar experiências e dar continuidade aos trabalhos encomendados. (ARREDONDO; GONZÁLES; GONZÁLES, 2012, p. 58) À vista disso, Valente e Moran (2011) afirmam que a complementaridade entre os ambientes virtuais e presenciais flexibiliza a necessidade de experiências físicas e reorganiza os espaços, o tempo, a utilização das mídias, de linguagens e os processos. Em consonância com esta ideia de mescla entre EAD e educação presencial, Faria e Lopes (2014) explicam que a chave do sucesso materializa-se, então, na palavra acessibilidade, uma vez que por meio dela pode-se alcançar localidades antes inimagináveis, que podem abranger pequenas salas de aula ou grandes auditórios com total ocupação, democratizando o acesso para todos. Neste sentido, a palavra acessibilidade também remete a uma preparação especial da instituição e de suas equipes para atender alunos que apresentam necessidades educacionais 33 especiais. Perante esta realidade, torna-se imprescindível que as instituições de ensino possuam polos com espaços físicos adequados para que o trabalho seja desenvolvido. Nessa perspectiva, evidencia-se que além de um espaço físico apropriado, como apontam Faria e Lopes (2014) é fundamental a boa comunicação e a interação entre os agentes presentes nestes espaços e processos. Logo, a tutoria presencial interpolada à EAD, tal qual colocam Arredondo, González e González (2012)exige uma boa preparação dos docentes, que precisam estar devidamente capacitados para levar à prática, de forma eficiente, as atividades formativas orientadas e a ação tutorial singularmente. Tendo em vista esta questão, como abordam Valente e Moran (2011)cabe às instituições de ensino realizar a escolha dos professores/tutores de maneira criteriosa para atuar nos cursos, pautada por uma política de capacitação continua e também pela valorização profissional. É nesta conjuntura, como demonstram Faria e Lopes (2014)que cabe ao professor/tutor mostrar suas competências no que tange à sociabilização e mediação, com o intuito de desempenhar um papel social e motivacional. Assim sendo, este profissional pode atuar conduzindo reflexões constantes e fomentando a busca pelo conhecimento. 34 35 FIXANDO O CONTEÚDO 1. A Educação a Distância, principal tema retratado no livro didático, constitui-se de diversos componentes, que, como salientam Guarezi e Matos (2012), têm como principal objetivo fomentar canais abertos que levem os alunos a interagir, definir e redefinir os processos educacionais a serem desenvolvidos. Diante desta realidade que compõe os ambientes EaD, torna-se necessário que a) as instituições de ensino primem por uma estrutura de aprendizagem em que o aluno possa participar circunstancialmente dos processos que envolvem sua formação. b) as instituições de ensino busquem promover a EaD, de forma a contemplar a interlocução e a interação na construção de suas diretrizes. c) as instituições de ensino busquem produzir suportes e mídias que contribuam significativamente para suas ações educacionais desenvolvidas, priorizando apenas as linguagens verbais. d) as instituições de ensino estabeleçam com professores e demais componentes da equipe as diretrizes a serem seguidas durante a oferta dos cursos, visando uniformizar os processos de ensino. e) as instituições de ensino busquem promover a EaD, de forma a considerar ainterlocução e a interação na construção de suas diretrizes, determinando as demandas discentes como algo secundário no processo de sua construção. 2. No livro didático, evidencia-se que os sistemas tutoriais são essenciais para o desenvolvimento e oferta de cursos EaD, no intuito de intensificar a relação entre os diferentes agentes envolvidos nesses espaços. Com base nessa afirmação, analise as asserções abaixo: I. O conceito de tutoria, apresentado por Arredondo, González e González (2012), compreende os sistemas personalizados de educação que têm como propósito apoiar os processos educacionais, não apenas inter- relacionados com os exercícios didáticos convencionais, mas também no que se refere a uma abordagem mais ampla dos estudantes, em seus diversos aspectos. 36 II. Ao assumir um sistema tutorial, o professor/tutor pode assumir variadas funcionalidades, que englobam funções gerenciais e funções sociais, com o intuito de promover competências que se limitam ao cunho pedagógico. III. O professor/tutor tem como principal desígnio buscar que os discentes se interessem pelos objetos de estudo disponibilizados e sejam ativos acerca de seu desenvolvimento. Assinale a alternativa correta. a) Apenas o item I está correto. b) Os itens I e II estão corretos. c) Os itens II e III estão incorretos. d) Os itens I e III estão corretos. e) Todas as alternativas estão incorretas. 3. Leia o fragmento de texto abaixo, acerca dos processos de tutoria em EaD. No sistema de EaD, o tutor, vale frisar, tem papel fundamental, pois garante a inter-relação personalizada e contínua do aluno no sistema e se viabiliza a articulação necessária entre os elementos do processo e execução dos objetivos propostos. Cada instituição que desenvolve EaD busca construir seu modelo tutorial, visando o atendimento das especificidades locais e regionais, incorporando, como complemento, as TICs. I. Considerando-se o texto e os estudos realizados, afirma-se que: II. Os sistemas de tutoria devem propiciar uma relação direta entre instituição, equipe docente e os alunos. III. O processo de tutoria na Educação a Distância deve viabilizar a autoaprendizagem dos alunos, tornando-os capazes de definir seu próprio caminho de aprendizagem, sem a necessidade de aportes extrínsecos. IV. Durante o processo de construção dos saberes, a comunicação dialógica é um fator secundário, que interfere de forma parcial na aprendizagem discente. 37 De acordo com sua análise: a) Apenas os itens I e II estão corretos. b) Apenas itens II e III estão corretos. c) Apenas os itens I e III estão corretos. d) Todos os itens estão corretos. e) Apenas o item I está correto. 4. Faria e Lopes (2014) afirmam que o tutor, responsável por qualquer tipo de sistema tutorial, tem como incumbência orientar e avaliar a aprendizagem a distância dos discentes. Para isso, torna-se necessário que ele possua um perfil, perfil formador, sendo um profissional que auxilia e instiga a formação continuada e de qualidade, fazendo uso de interações e estímulos extrínsecos. Sobre essa perspectiva acerca do tutor, assinale a alternativa correta. a) O tutor online deve ser aquele que aponta os erros e acertos dos alunos, apresentando-lhes respostas prontas e previamente definidas. b) Cabe ao tutor ser um agente mediatizador, que busca estabelecer o contato com os discentes, utilizando-se de diferentes sistemas de comunicação de informática. c) É papel do tutor oferecer aos alunos feedbacks apenas quando estritamente necessário, pois o aluno deve se adequar ao processo de autoaprendizagem desacompanhado, o que estimula o autodidatismo. d) Pensando que os alunos apresentam diferentes estilos de aprendizagem, é importante que um sistema de tutoria seja capaz de criar um modelo único, de forma a atender apenas as especificidades de estudantes mais aplicados. e) Ao tutor, cabe ser um agente capaz de mediar os conhecimentos, comunicando-se com os alunos por meio de diferentes meios de comunicação e apontando-lhes respostas prontas e previamente definidas acerca das atividades planejadas. 5. Para que os processos de tutoria sejam, efetivamente, profícuos e apresentem resultados positivos, é extremamente necessário que sejam construídos suportes capazes de facilitar o processo de aprendizagem dos alunos. Isto torna o sistema tutorial um elemento instigador para o aluno, que pode facilitar seu percurso de busca pelo saber. 38 A respeito dessas afirmações, analise as afirmações abaixo. I- O conteúdo didático de um sistema tutorial, visando gerar economia em sua construção, necessita de poucos elementos para incentivar os estudantes. II- De maneira semelhante às salas de aula presenciais, os ambientes virtuais de aprendizagem são espaços nos quais se realizam as ações educacionais em EaD. III- Os tipos de mídia a serem utilizados em um curso EaD são essenciais para uma empreitada de sucesso ou fracasso. É correto apenas o que se afirma em a) I e II. b) I e III. c) II e III. d) I, II e III. e) Nenhuma das alternativas. 6. O processo de tutoria, seja online ou presencial, compreende os sistemas personalizados de educação que têm como principal objetivo apoiar as ações educacionais postas em prática nas instituições de ensino que ofertam Educação a Distância. Esses sistemas, além de oferecerem exercícios didáticos convencionais, têm como função também empregar uma abordagem mais ampla aos estudantes, de forma a auxiliá-los em diversos aspectos. A partir das afirmações expostas, avalie as asserções a seguir e a relação existente entre elas. I- O tutor, ao realizar o processo de tutoria em um curso EaD, assume papéis diversificados, que vão de funções gerenciais até funções sociais, objetivando alavancar competências de cunho pedagógico, didático, social, tecnológico e de trabalho colaborativo. PORQUE II- O tutor tem como principal função fazer com que os discentes se interessem pelos objetos de estudo disponibilizados e sejam ativos acerca do desenvolvimento de seus processos de aprendizagem. 39 A respeito das asserções dispostas, assinale a alternativa correta. a) As asserções I e II são verdadeiras e a II é uma justificativa correta da primeira. b) As asserções I e II são verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira. c) A asserção I é uma proposição verdadeira e a asserção II é uma asserção falsa. d) A asserção I é uma proposição falsa e a asserção II é uma asserção verdadeira. e) As asserções I e II são asserções falsas. 7. Os sistemas de tutoria online remetem aos espaços em que os tutores e os discentes, utilizando-se de variados recursos de comunicação de informática, estabelecem uma relação dialógica, sem que haja a presença física dos agentes envolvidos, o que destoa das estruturas tradicionais de tempo e espaço. Esse cenário pressupõe a utilização de sistemas que a) privilegiem a utilização de ferramentas assíncronas, em detrimento de recursos síncronos. b) deem ao tutor a posição de elemento central no processo de construção do conhecimento. c) deem ao o tutor o papel de apoiar o processo de aprendizagem dos estudantes, propiciando a eles novas expectativas durante o percurso de aprendizagem. d) utilizam-se de ferramentas síncronas e assíncronas, o que denota aos tutores um papel secundário no processo de ensino- aprendizagem. e) propiciem ao tutor ferramentas de aprendizagem capazes de suprir suas ações educacionais. 8. Cada vez mais, as limitações que distinguem as modalidades de ensino presenciais e a distância têm sido consideravelmente reduzidas. Estarealidade suscita reflexões acerca dos modelos educacionais que visam mesclar aulas presenciais e a distância. Alguns destes modelos são denominados como bimodais ou semipresenciais, sendo delimitados pelo 40 tempo médio que cada aluno dedica a uma das modalidades. A respeito das proposições acima, é correto afirmar que a) no modelo bimodal de educação, é papel do tutor acompanhar os estudantes durante suas trajetórias de estudo, concedendo-lhes feedbacks exclusivamente em seus encontros presenciais. b) no que se refere ao modelo semipresencial, o tutor deve fornecer aos alunos feedbacks rápidos e precisos, sem a necessidade de potencializar a utilização das ferramentas tecnológicas disponíveis. c) em sistemas bimodais, o tutor atua de forma a priorizar a utilização de ferramentas tecnológicas, dando valor secundário aos momentos de encontros presenciais. d) os modelos semipresenciais propiciam uma maior inter-relação entre os discentes e os professores/tutores, mantendo um sistema de educação mista e) os modelos bimodais dificultam o acesso dos estudantes aos ambientes virtuais de aprendizagem. 41 INCENTIVANDO O PROTAGONISMO DISCENTE: PERCEPÇÕES DO PERFIL DO ALUNO EAD 3.1 INTRODUÇÃO No mundo contemporâneo, como já foi apresentado neste livro didático e aborda Ribeiro (2019), o aluno é tratado como o principal protagonista de sua própria aprendizagem. Esta concepção educacional, consequentemente, implica em uma relação diferente entre discentes e professores e também nas metodologias de aprendizagem que conduzem as ações destas duas figuras. Nesta perspectiva, conforme apontam Faria e Lopes (2014) quaisquer ações educacionais a serem fomentadas precisam ser delineadas por propostas pedagógicas que facilitem e potencializem os processos educacionais discentes. Pensando nisto, nesta unidade, a temática a ser tratada será pautada pelos princípios que norteiam a interação entre os agentes presentes na EAD, que visam contribuir e intensificar o processo ensino-aprendizagem dos discentes que estudam na modalidade de Educação a Distância, bem como atender suas necessidades educativas. Tendo em vista este tema, durante o caminho percorrido nesta unidade, o ponto problematizador se dará pelo enfoque nas práticas que permeiam os cursos EAD e a atuação docente. Como principais objetivos, ao final desta unidade você deverá apresentar os seguintes conhecimentos: Definir diferentes abordagens de aprendizagem que remetem aos princípios da autoaprendizagem; Identificar atividades e ações educacionais que atendem aos conceitos referentes ao protagonismo doa aprendizes; Identificar os diferentes perfis de alunos existentes na EAD. UNIDADE 42 3.2 PROTAGONISMO DISCENTE Segundo Aquino (2007)o conceito de aprendizagem remete à aquisição cognitiva, emocional e física e ao processamento de conhecimentos e competências em diversas esferas. Isto indica qual é a capacidade que um indivíduo possui de comunicar, manipular, aplicar e manusear estes conhecimentos por meio de suas habilidades. Tendo como base estas colocações, como aponta Mattar (2009)evidencia-se que o ser humano, dentro de suas idiossincrasias, possui tipos de aprendizagem distintos, que se ramificam em inteligências múltiplas. Nesta perspectiva, alguns seres humanos já trazem consigo, desde sua infância, partes destas inteligências já estimuladas e desenvolvidas, que podem consolidar sua capacidade de aprender e defini-los como indivíduos. Assim sendo, conforme expõe Aquino (2007)a aprendizagem pode ser compreendida em duas esferas específicas, que podem envolver um processo reflexivo ou não. Dentre vários pesquisadores do tema, Jarvis afirma que “a aprendizagem pode ser distinguida em termos de haver ou não reflexão no processo”. A aprendizagem não reflexiva exige pouca atividade intelectual de nossa parte, como na situação que decoramos alguma coisa ou desempenhamos uma tarefa simples, sem acrescentarmos um significado pessoal. A aprendizagem reflexiva, por outro lado, requer muito mais competência cognitiva, por exemplo, se procurarmos entender o porquê de estarmos desempenhando determinada tarefa, se procurarmos questionar a aplicabilidade de um conhecimento que nos é ensinado etc. (AQUINO, 2007, p. 7) Nesta ótica, o autor supracitado afirma que a aprendizagem está intimamente ligada à capacidade que um sujeito possui de pensar e compreender o que se está aprendendo. Dessa forma, como abordam Guarezi e Matos (2012) por meio das ideias de Skinner, este é um processo cognitivo, que abarca questões comportamentais, ambientais, neurológicas e fisiológicas. No que tange à educação, todas estas ideias apontam para novas experiências de aprendizagem que, como demonstram Guarezi e Matos (2012) refutam a ideia ultrapassada de um aluno que apenas recebe conteúdos de maneira passiva e que repete informações quantas vezes se faz necessário. Dentro deste cenário, conforme abordam Mello, Neto e Petrillo (2019)na sociedade 43 contemporânea, denominada sociedade do conhecimento, vigoram novas estruturas e formas de socialização, que têm a capacidade de modificar também os meios educacionais. Estas novas estruturas e sociabilidades, tal qual aponta Cortelazzo (2013) indicam que a sociedade do conhecimento requer uma educação permanente, pautada por processos interativos. Pensando nisto, como destaca Aquino (2007)em outrora, havia-se a crença de que a aprendizagem acontecia apenas por meio das ações docentes, isto é, a partir de contextos que tinham o professor como principal agente do processo ensino-aprendizagem. No que concerne aos tempos atuais, como expõem novamente Mello, Neto e Petrillo (2019)o processo de aprendizagem não se concentra exclusivamente no papel docente, que tenta transmitir repetitivamente conteúdos aos alunos, mas, sim, no ato de inventar, descobrir e construir saberes por parte dos próprios aprendizes. Neste processo, conforme os autores supracitados exprimem, o professor assume uma nova função, que engloba a ação de guia, capaz de substanciar movimentos que instiguem o aluno a trocar e buscar informações e experiências, com o intuito de intensificar suas potencialidades cognitivas. Sendo assim, em consonância com os pensamentos de Faria e Lopes (2014)consolida-se uma nova conjuntura, na qual o discente se vê capaz de construir seus caminhos e conhecimentos de maneira independente, adquirindo sua própria autonomia e fomentando suas práticas e reflexões de forma segura. 44 3.3 PRÁTICAS E ABORDAGENS DE ENSINO-APRENDIZAGEM Segundo Ribeiro (2019), as metodologias de ensino-aprendizagem desenvolvidas em cursos EAD são fomentadas a partir da utilização de diferentes ferramentas tecnológicas que exigem ativa participação e envolvimento por parte do discente, com a finalidade de permitir que sua aprendizagem ocorra de maneira autônoma e significativa. Para isto, como a mesma autora discorre, torna-se preponderante que o aluno tenha ciência de seu papel como discente, passando de uma atitude passiva para ativa, tornando-se um sujeito proativo no processo de busca pelo conhecimento. Isto posto, como demonstram Maia e Mattar (2008)esta é uma conjuntura que está em constante evolução e que tem representado mudanças radicais no campo educacional. Conforme aborda Aquino (2007)durante décadas, enfatizou-se que a aprendizagem poderia acontecer apenas ante a responsabilidade e controle do professor sobre os processos educacionais. Esta é uma realidade que caracterizava a Pedagogia, confundida como sinônimo do ato de ensinar. Segundo Cortelazzo (2013)o que se busca na educação
Compartilhar