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CULTURA DIGITAL unidade 1

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CULTURA DIGITAL
AS INTERAÇÕES DIGITAIS EM REDE
Autor: Me. Laurine Marques Silva
Revisor: Paula Paz
INICIAR
introdução
Introdução
Prezado(a) aluno(a), o presente material faz parte dos estudos de Cultura Digital e foi elaborado com a finalidade de lhe oferecer uma aprendizagem autônoma. Diante disso, selecionamos os conteúdos para facilitar o estudo a distância, além de utilizarmos uma linguagem mais acessível.
Ao longo desta unidade, você será apresentado aos conceitos de comunicação colaborativa e às práticas de cocriação, crowdsourcing e crowdfunding. Também faremos conexões entre as desigualdades digitais e o conceito de cidadania comunicativa. Além disso, você poderá compreender como se dá o fenômeno da cauda longa e as diferenças entre o mercado de massa e o mercado de nicho.
Agora, convido você a dar início a essa jornada no universo da Cultura Digital. Bons estudos!
As Interações Digitais Em Rede
A cultura digital vem transformando e revolucionando a maneira como as pessoas interagem com o mundo. Essa nova arquitetura do ciberespaço permite que novas formas de transmitir informações sejam testadas e aplicadas. A criação de mídias sociais alterou o “[...] modelo geométrico clássico, em que o processo de transmissão é sempre unidirecional: de um emissor para um receptor” (LEMOS; DI FELICE, 2015, p. 7).
A multiplicidade de plataformas e tecnologias em meio ao contexto de rede possibilitou uma descentralização do poder de comunicação, que antes estava apenas a disposição de governos, das mídias tradicionais e de grandes empresas. A partir desse momento, “[...] são diversos atores que passam a produzir conteúdo, distribuí-los, e ao mesmo tempo, ter acesso a todos eles” (MARTINO, 2015, p. 7).
Essas mudanças na “[...] estrutura de rede afeta a política, a economia, a cultura, a educação e todos os campos sociais”, isto é, “[...] afeta como nos organizamos, como vivemos” (LEMOS; DI FELICE, 2015, p. 33). A construção de saberes passa a se tornar mais democrática e dialógica. Basta um clique em uma plataforma de busca para abrir um novo universo de informações diante de nossos olhos, na tela de um dispositivo. De acordo com Lemos e Di Felice:
Ao dialogarmos na rede, ao habitarmos a rede, estamos adquirindo uma nova forma de organização das informações, de nos relacionarmos perante os problemas, e também uma nova forma de diálogo com diversos atores e, sobretudo, um novo tipo de inteligência e de conhecimento (LEMOS; DI FELICE, 2015, p. 12).
A cultura participativa permite que os usuários produzam seus próprios conteúdos, seja individual ou coletivamente, de acordo com suas perspectivas, interesses e vontades. A diversidade presente em meio às mídias sociais e as características da cultura digital estão mudando o desenvolvimento econômico e social da população.
As interações digitais em rede proporcionam um campo amplo e extenso para práticas colaborativas aos usuários que acessam o Ciberespaço. Atualmente, temos profissionais de diferentes áreas contribuindo juntos na construção dos saberes coletivos e ampliando, assim, a inteligência coletiva presente nas redes. Para entendermos um pouco mais sobre esse assunto, abordaremos conceitos importantes para essas práticas, como cocriação, crowdsourcing e crowdfunding.
A cocriação abrange “[...] o conceito de criação cooperada, envolvendo a participação de mais de uma pessoa na concepção de determinado projeto, nas mais diversas áreas”, como artística, cultural, técnica, científica e tecnológica (COSTA, 2017, p. 154). A cocriação pode ser uma poderosa ferramenta ao proporcionar soluções inovadoras e práticas que beneficiem a sociedade como um todo. A competitividade do mercado econômico é um dos fatores que intensificam a necessidade de adoção dessas práticas, que inserem o público-alvo de alguma maneira no processo de produção, por meio da inteligência coletiva.
De acordo com Kotler, Kartajaya e Setiawan (2010), o processo de cocriação pode ser distribuído em três etapas:
PLATAFORMA
As empresas geralmente criam plataformas que constituem uma espécie de “produtos genéricos” que poderão ser customizados futuramente.
Como exemplo de cocriação, podemos citar o desenvolvimento de softwares. Algumas empresas disponibilizam o programa gratuitamente para que os usuários usufruam e forneçam um feedback que auxiliará na experiência de usabilidade, corrigindo possíveis erros, otimizando, assim, o produto.
O crowdsourcing se configura em uma estrutura de trabalho colaborativo que, geralmente, envolve a participação de um grande número de indivíduos ou de comunidades conectados em rede. Essa prática “[...] pode ocorrer em âmbitos diversos, contemplando iniciativas individuais e coletivas, organizações não governamentais e também empresas diversas” (COSTA, 2017, p. 154). Nesse caso, o público-alvo ou a comunidade participa ativamente do trabalho de desenvolvimento do produto, utilizando seus conhecimentos e técnicas específicos para auxiliar nos processos de criação e aprimoramento.
Como exemplo, podemos citar o aplicativo Waze, desenvolvido para dispositivos móveis e smartphones. Por meio desse aplicativo, os motoristas recebem instruções via satélite dos trajetos que desejam fazer, além de serem atualizados sobre as condições do percurso em tempo real. É possível saber como está o trânsito, se há algum posto de gasolina no caminho, se a polícia está realizando alguma blitz por perto e/ou se houve algum incidente no decorrer da rota. Os usuários podem criar alertas a qualquer momento, visando o compartilhamento de suas próprias experiências e, consequentemente, a otimização da experiência de outros usuários.
Já o crowdfunding “[...] compreende o financiamento de uma iniciativa com base na colaboração de um grupo”. Nessa prática, o grupo necessariamente “investirá recursos financeiros para viabilizar um projeto que lhe foi proposto” (COSTA, 2017, p. 155).
Figura 3.1 - O processo de crowdfunding
Fonte: Macrovector / Freepik.
Há diversos sites e plataformas que disponibilizam o espaço para a exposição de futuros projetos que necessitam de verba para sair do papel. Os idealizadores expõem as informações referentes ao projeto e, com o auxílio de diversas pessoas, é possível realizar uma “vaquinha” on-line. Normalmente, é oferecido aos contribuidores variados tipos de recompensas, com a temática do produto final, como uma maneira de retribuição ao incentivo financeiro.
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Saiba mais
O site Catarse foi a primeira plataforma de financiamento coletivo do Brasil. Fundado em 2011, contou com aproximadamente 665 mil apoiadores até agora e quase 12 mil projetos conseguiram ser financiados. A plataforma movimentou mais de 117 milhões de reais e continua sendo uma ferramenta importantíssima para artistas, cientistas, músicos, jornalistas, designers, pesquisadores, gamers, empreendedores, escritores e ativistas. A intenção dos idealizadores da plataforma é uma mudança no cenário atual, tornando possível a realização de sonhos por meio da união de pessoas.
Fonte: Catarse (2020).
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Vamos Praticar
A cocriação é uma poderosa ferramenta que permite que os usuários busquem soluções criativas e inovadoras através da interação digital, de grande valia para a sociedade como um todo. De acordo com Kotler, Kartajaya e Setiawan (2010), o processo de cocriação pode ser distribuído em três etapas.
Fonte: KOTLER, P.; KARTAJAYA, H.; SETIAWAN, I. Marketing 3.0: As Forças que Estão Definindo o Novo Marketing Centrado no Ser Humano. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
Assinale a alternativa que corresponde corretamente às etapas mencionadas:
Parte superior do formulário
a) Plataforma, Interação Digital e Feedback.
b) Veículo Midiático, Interação Digital e Feedback.
c) Plataforma, Vendas e Interação Digital
d) Plataforma, Customização e Feedback.
e) Customização, Feedback e Vendas.
Parte inferior do formulário
O Caráter Social da Cultura Digital
Ao falarmos sobre cultura digital, faz-se necessário refletirmos sobre o caráter social que a perpassa. Sabemos que nem todas as pessoaspossuem as mesmas condições intelectuais e financeiras, tampouco dispõem ou sabem manusear corretamente as ferramentas necessárias para acessar o ciberespaço ou para se expressarem e se relacionarem virtualmente. Em um país emergente como o Brasil, essas características levam uma parte da população a ficarem à margem da cultura digital e do desenvolvimento tecnológico, de modo a impedir que milhares de pessoas ocupem um espaço que é seu por direito. Por isso, abordaremos alguns pontos que merecem destaque em nossos estudos: as desigualdades digitais e a cidadania comunicativa.
As Desigualdades Digitais
Pelo fato de estarmos inseridos na Era Digital, muitas ações do nosso cotidiano já são realizadas mediante os meios digitais. Podemos utilizar e usufruir de aparatos que nos mantêm conectados com outras pessoas e objetos. A inteligência artificial está presente na realidade de muitos indivíduos, mas está longe de ser uma realidade de todos os cidadãos.
O Brasil, por exemplo, é um país de muita abundância, com inúmeras riquezas naturais e culturais, todavia, com profundas desigualdades sociais. Diversas famílias vivem abaixo da linha da pobreza, sem acesso a direitos básicos, que deveriam ser assegurados pela Constituição. É difícil pensar em tecnologia quando se tem como maiores problemas a fome e o descaso social. Segundo Martino (2015), estar conectado em rede implica em um investimento, pois é preciso ter uma quantidade considerável de dinheiro disponível para adquirir um computador e uma rede de Internet.
saiba mais
Saiba mais
Luciano Huck promoveu um encontro no Complexo da Coruja, em São Gonçalo/RJ, entre moradores da comunidade e o professor, historiador e filósofo israelense Yuval Noah, sobre conhecimento, tecnologia e o futuro da favela.
Os pontos abordados pela produtiva discussão entre eles envolveram os seguintes tópicos: futuro da favela e das profissões; tecnologia e racismo; a responsabilidade dos milionários em relação à desigualdade social; a democracia; a atuação dos professores e a relação com a informação; o futuro da tecnologia; os novos médicos robôs e o uso de chips no corpo.
Fonte: Douglas… (2020).
ACESSAR
O analfabetismo é um dos fatores que agravam a exclusão digital de muitos brasileiros. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano de 2018, foram contabilizados 11,3 milhões de analfabetos com 15 anos ou mais. Esse número aumenta ainda mais se levarmos em consideração a taxa de analfabetos funcionais, que totalizam 38 milhões de pessoas, de acordo com a Gilberto Costa (2019).
O uso da rede e a compreensão do mecanismo de seu funcionamento é um fator limitador para muitos indivíduos, “[...] nem sempre relacionado a problemas econômicos, mas também a outros, como a faixa etária”, uma vez que “[...] algumas faixas etárias têm mais facilidade para lidar com os ambientes digitais do que outras” (MARTINO, 2015, p. 87).
reflita
Reflita
A revista britânica The Economist, em conjunto com o Facebook, elaborou o relatório anual “The Inclusive Internet Index 2019”, com o objetivo de avaliar de que maneira a internet contribui de forma positiva para a evolução e melhora de fatores socioeconômicos em nível global. Levando em consideração pontos como a facilidade de acesso, o preparo dos usuários, a disponibilidade e a relevância da internet em nível global, o Brasil figurou na 29ª colocação no ranking geral de 100 países. Em relação ao item “preparo”, o que chama atenção na pesquisa realizada é que os tópicos “alfabetização” e “políticas de incentivos” que o compõe, colocam o Brasil nas posições 66ª e 50ª, respectivamente. Isso nos leva a crer que “o país ainda tem seu avanço travado pelo nível de preparo e educação digital” (AGRELA, 2019). Quais medidas você acredita que deverão ser tomadas para melhorar essa situação?
Fonte: Agrela (2019).
Em um país com uma ampla extensão territorial como o Brasil, ainda há populações que vivem em locais sem cobertura das redes de telecomunicações, essenciais para estabelecer uma conexão com outros locais remotos. Esse é mais um problema que enfrentamos atualmente e que agrava as desigualdades sociais e digitais no Brasil.
À vista disso, no cenário atual, é extremamente necessário pensar em maneiras de desenvolver e aplicar a inclusão digital, porque “[...] a criação de mecanismos que permitam o aumento do número de pessoas com acesso à internet” deve ser considerada um problema político na medida em que envolve “[...] a criação de políticas públicas que facilitem esse acesso” (MARTINO, 2015, p. 86).
A Cidadania Comunicativa
A palavra cidadania muitas vezes é utilizada sem, de fato, sabermos do que se trata. De modo geral, a cidadania diz respeito “[...] ao processo de lutas específicas e de práticas concretas que possibilitam o sujeito a se tornar um cidadão” (ALMEIDA; GUINDANI; MORIGI, 2010, p. 4). Mas como tornar-se cidadão? É preciso garantir, perante a Constituição, direitos básicos como a “[...] oportunidade de discutir e questionar as formas de ordenamento da sociedade, articular demandas por direitos, as formas de sociabilidade”, além de “[...] participar efetivamente das dimensões simbólicas e culturais” de sua vida e de seu cotidiano (ALMEIDA; GUINDANI; MORIGI, 2010, p. 4).
A cidadania comunicativa “[...] implica no desenvolvimento de práticas tendentes a garantir os direitos no espaço específico da comunicação” (MATA, 2006 apud ALMEIDA; GUINDANI; MORIGI, 2010, p. 4). O cidadão deve possuir o direito de se expressar por meio dos meios comunicacionais, de modo a ocupar a esfera pública, seja física ou digital. A ação comunicativa é uma ferramenta política de extrema importância para os indivíduos pertencentes de grupos que sofrem qualquer tipo de exclusão em nossa sociedade.
Figura 3.2 - Projeto Um Laptop Por Criança
Fonte: Fundação Knight / Wikimedia Commons.
A democratização do acesso aos meios comunicacionais permite aos cidadãos que não representam a opinião pública ou grandes canais de comunicação, a chance de apresentar sua perspectiva em relação a qualquer assunto. As redes sociais possibilitam, ainda, o encontro com outras comunidades e pessoas com os mesmos ideais e afinidades, o que pode também contribuir para o desenvolvimento de projetos sociais e na resolução de problemas.
Apesar dos problemas apontados em nossos estudos referentes às desigualdades sociais, sabemos que importantes transformações têm ocorrido no campo comunicacional. Nos últimos anos, pudemos acompanhar diversos protestos que levaram milhões de brasileiros às ruas do país, em diferentes estados e cidades, reivindicando melhorias na administração do dinheiro público, na educação, na saúde, entre outras pautas que envolvem o coletivo e a sociedade como um todo.
Mídias sociais como o Facebook permitem que as pessoas se organizem virtualmente para realizar eventos e protestos que ocorrem fora da esfera digital, resultando em um passo significativo para a cidadania comunicacional. A respeito disso, Lemos e Di Felice ressaltam:
Não é mais uma ONG que vai até a aldeia indígena e divulga aquela realidade, ou o antropólogo que está envolvido com esses povos e conhece seus problemas. São os protagonistas eles mesmos agindo, apresentando vários projetos e criando sua própria estratégia, por meio da tecnologia e da conectividade (LEMOS; DI FELICE, 2015, p. 33).
A representatividade de vozes que até então eram silenciadas ganha espaço e poder no ciberespaço. Os indivíduos, quando munidos de ferramentas comunicacionais e do conhecimento necessário para utilizá-las corretamente, têm a possibilidade de se tornarem protagonistas e porta-vozes de sua própria realidade, sem a necessidade de mediadores. A partir daí, novas estratégias podem ser traçadas e mudanças reais podem ocorrer.
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“Não é mais uma ONG que vai até a aldeia indígena e divulga aquela realidade, ou o antropólogo que está envolvido com esses povos e conhece seus problemas. São os protagonistas eles mesmos agindo, apresentando vários projetos e criando suaprópria estratégia, por meio da tecnologia e da conectividade” (LEMOS; DI FELICE, 2015, p. 33).
Fonte: LEMOS, R.; DI FELICE, M. A vida em rede. Campinas: Papirus & 7 Mares, 2015.
O fenômeno descrito por Lemos e Di Felice relaciona-se a um conceito estudado até o momento. Assinale a alternativa correta que aponte esse conceito:
Parte superior do formulário
a) Cauda Longa.
b) Narrativas transmídias.
c) Narrativas crossmídias.
d) Cidadania Comunicativa.
e) Êxodo Rural.
Parte inferior do formulário
Cultura Digital e os Mercados
O conceito da Cauda Longa foi desenvolvido por Chris Anderson e seus estudos resultaram na publicação de A Cauda Longa: do mercado de massas para o mercado de nicho (2006). O autor aponta que, na era pré-internet, havia o chamado “Mercado de Hits”, isto é, o mercado de grandes sucessos ou o mercado de massa. Em comparativo com os dias de hoje, havia uma quantidade menor do número de oferta de produtos. Por exemplo, na indústria fonográfica, apenas um pequeno número de artistas era responsável por um grande número de vendas.
Chris Anderson indica três forças que permitiram o surgimento do fenômeno da Cauda Longa: a democratização da produção, a democratização da distribuição e a democratização da ligação entre o nicho e o produto. Vamos conferir como essas forças atuam?
O autor cria um gráfico para auxiliar na visualização do processo que gera a imagem de uma cauda longa. A democratização da produção é a força responsável por gerar modificações no gráfico, porque a tecnologia permitiu o desenvolvimento de ferramentas, maquinários e softwares mais acessíveis e com novas funções. Com a melhoria das condições de produção de mercadorias, houve uma ampliação na democratização dos modos de fabricação, permitindo que um maior número de produtores/criadores de produtos entrasse no mercado das vendas. Com isso, passamos de um mercado de massas para o mercado de nichos. A parte em branco apresentada no gráfico abaixo, representa as vendas em um mercado de massas. A parte em vermelho, por sua vez, representa as vendas em um mercado de nichos. Confira:
Figura 3.3 - A Cauda Longa
Fonte: Jan Hruby / 123RF.
A democratização da distribuição é um fator essencial para o aumento na distribuição de produtos e serviços que, consequentemente, passam a ser fornecidos com maior facilidade. As primeiras empresas que destacaram esse novo movimento foram corporações como a Amazon, o Mercado Livre, o eBay e o iTunes. No caso da Amazon, a empresa é a ponte entre o produtor e o consumidor online, pois ela passa a fazer a distribuição de um número muito maior de produtos e serviços que não necessariamente pertencem a um mesmo nicho de consumidores.
Quando esse movimento rumo ao digital é estabelecido, há uma diminuição nos custos envolvidos na oferta de produtos. Um hipermercado como o Walmart, por exemplo, necessita de espaços em prateleiras e galpões para guardar o estoque de seus produtos. Esse é um fator limitante na determinação do leque de produtos que será oferecido ao consumidor final e ocasiona a diminuição do número de opções.
Diante dessa situação, é possível perceber a vantagem de empresas como a Amazon, pois elas não precisam, necessariamente, possuir um grande número de itens em seu estoque físico e, em muitos casos, não há nem a necessidade desse tipo de espaço. O resultado é a eliminação dos custos de distribuição, a fim de manter os pontos de venda abastecidos.
A terceira força que concretiza o fenômeno da Cauda Longa é a democratização da ligação entre o nicho e o produto. Essa força propicia uma ligação mais fluida, rápida e facilitada entre a oferta e a demanda.  Em sites como a Amazon, é possível realizar uma pesquisa utilizando filtros específicos, com a finalidade de encontrar os produtos desejados, desde livros e eletrônicos até utensílios de jardinagem.
A possibilidade de obter informações de produtos e serviços por meio de reviews, além de comentários dos usuários que já tiveram a experiência de adquiri-los, modifica a relação entre os consumidores e o processo de compra. O relacionamento com os vendedores também é facilitado, de forma que o público-alvo pode estabelecer laços de confiança que serão decisivos no momento de adquirir ou não a mercadoria. Podemos perguntar ao vendedor sobre o prazo de entrega, negociar condições de pagamento e obter mais informações sobre a qualidade do serviço ofertado.
Vemos uma ampliação na pluralidade das vendas de produtos de nichos diferentes e esses produtos, mesmo sendo vendidos em quantidades menores, totalizam um lucro igual ou maior quando comparado ao modelo anterior do mercado de massa. Esse movimento pode ser visto mediante o gráfico disponibilizado por Chris Anderson (Figura 3.3), que nos auxilia a compreender como o fenômeno da Cauda Longa ocorre.
E como os conhecimentos do fenômeno da Cauda Longa podem auxiliar os profissionais em seus empreendimentos? O mercado de nichos permite que os consumidores encontrem produtos para seus desejos mais específicos. Não nos contentamos mais com produtos genéricos, produzidos em larga escala e com pouca diversificação, para atender a interesses massivos. O cenário atual permite que o microempreendedor desenvolva seu negócio com especificidade, de forma viável. O resultado é um aumento no número de empresas que se especializam em um nicho específico. Os mercados passam a contar com uma ampla oferta de produtos que agrada aos mais diversos tipos de consumidores, com interesses únicos sendo atendidos, garantindo personificação e a sensação de satisfação ainda maior na experiência de consumo.
Atualmente, é possível, por exemplo, encontrar lojas que forneçam produtos sem lactose, sem glúten e sem conservantes e, se na sua cidade não for possível encontrar um empreendimento nesses moldes, basta fazer sua encomenda em uma loja ou mercado on-line e receber os produtos no conforto do seu lar. Não importa qual seja o seu nicho, sempre haverá uma empresa que ofereça os produtos que você necessita ou deseja. Caso não haja, você pode estar diante de uma nova oportunidade de negócios. Não é necessário vender tudo para todo mundo, o segredo do sucesso do mercado de nichos é focar e direcionar os produtos ao seu público-alvo, e quanto mais específica a proposta for, melhor.
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3) O autor Chris Anderson, em seu livro A Cauda Longa: do mercado de massas para o mercado de nicho, indica três forças que possibilitaram o surgimento do fenômeno mercadológico que dá nome ao livro.
Fonte: ANDERSON, C. A Cauda Longa: do mercado de massas para o mercado de nicho. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.  
Assinale a alternativa que corresponde corretamente às forças mencionadas.
Parte superior do formulário
a) A democratização da comunicação, a democratização da produção e a democratização da internet.
b) A democratização da produção, a democratização da distribuição e a democratização do marketing.
c) A democratização da comunicação, a democratização da distribuição e a democratização da ligação entre o nicho e o produto.
d) A democratização da produção, a democratização da distribuição e a democratização da ligação entre o nicho e o produto.
e) A democratização da internet, a democratização da produção e a democratização da ligação entre o nicho e o produto.
Parte inferior do formulário
indicações
Material Complementar
LIVRO
A Cauda Longa: do mercado de massas para o mercado de nicho
Chris Anderson
Editora: Elsevier
ISBN: 8535221832
Comentário: Chris Anderson apresenta aos seus leitores o fenômeno da Cauda Longa. Utilizando-se de exemplo de filmes, música e dos livros, o autor nos convida a refletir sobre a nova maneira de consumir na Era Digital. No livro, vemos a diferenciação e as características da passagem do mercado de massas para o mercado de nichos. A internet possibilitou uma mudança profunda na economia. Atualmente são ofertados um número bem maior de produtos que juntos somatizam um lucro mais alto que o mercado de massas proporciona. O livro chama atenção para as oportunidades de práticasprofissionais em meio à cultura digital e traz ótimas dicas para futuros negócios.
FILME
Nascidos em Bordéis
Ano: 2004
‍Comentário: A fotógrafa Zana Briski e o cineasta Ross Kauffman foram até a zona de prostituição Sonagachi, distrito da Luz Vermelha, em Calcutá, para tentar registrar a realidade vivenciada pelas personagens deste local. Ao tentar executar o projeto, se depararam com muitas dificuldades e optaram por uma mudança em sua estratégia de produção. Zana passou a dar aulas de fotografia para um grupo de crianças, todos filhos de prostitutas que ali viviam. Providenciou câmeras analógicas para que elas pudessem fotografar seu cotidiano, o lugar e as pessoas, a partir de suas próprias perspectivas. O filme ganhou o Oscar como melhor documentário de longa-metragem e possibilita aos espectadores entenderem as mudanças e os impactos que a cidadania comunicativa pode trazer aos indivíduos que sofrem com a exclusão social. O documentário permite ainda que façamos uma reflexão sobre o papel e a importância das práticas dos profissionais de comunicação diante de um cenário de desigualdades. Prepare a pipoca e bom filme!
TRAILER
conclusão
Conclusão
Caro(a) aluno(a), se você chegou até aqui, significa que foi empenhado nos estudos que se propôs a desenvolver. Neste material, tínhamos por objetivo elaborá-lo com uma linguagem acessível e capaz de prender sua atenção.
Nesta unidade, compreendemos os conceitos de comunicação colaborativa e as práticas de cocriação, crowdsourcing e crowdfunding. Fomos apresentados ao fenômeno da cauda longa, as diferenças entre o mercado de massa e o mercado de nicho, bem como analisamos criticamente as desigualdades digitais. Tivemos o cuidado de estabelecer conexões entre os temas estudados e a área da Comunicação, com o objetivo de produzir conteúdos com diferentes linguagens no contexto digital.
Esperamos que você siga refletindo sobre a influência do mundo digital em suas práticas profissionais!
referências
Referências Bibliográficas
AGRELA, L. Analfabetismo digital segura avanço do acesso à internet no Brasil. Exame, 2019. Disponível em: https://exame.abril.com.br/tecnologia/alfabetizacao-digital -segura-avanco-do-acesso-a-internet-no-brasil/. Acesso em: 20 jan. 2020.
ALMEIDA, C. D.; GUINDANI, J. F.; MORIGI, V. J. A prática da cidadania comunicativa na experiência de rádio comunitária. In: ENCONTRO DA COMPÓS, Pontifícia Universidade Católica, 19, 2010. Anais… Rio de Janeiro: PUC, 2010.
ANDERSON, C. A Cauda Longa: do mercado de massas para o mercado de nicho. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.
CATARSE. Quem somos? 2010. Disponível em: https://crowdfunding.catarse.me/quem-somos?ref=ctrse_footer Acesso em: 23 jan. 2020.
COSTA, C. G. A. Gestão de mídias sociais. Curitiba: Intersaberes, 2017.
COSTA, G. Analfabetismo resiste no Brasil e no mundo do século 21. Agência Brasil, Brasília, 8 set. 2019. Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2019-09/analfabetismo- resiste-no-brasil-e-no-mundo-do-seculo-21. Acesso em: 23 jan. 2020.
DOUGLAS conhece Yuval Noah em conversa sobre conhecimento e futuro. GloboPlay. Disponível em: https://globoplay.globo.com/v/8164430/. Acesso em: 23 jan. 2020.
KOTLER, P.; KARTAJAYA, H.; SETIAWAN, I. Marketing 3.0: As Forças que Estão Definindo o Novo Marketing Centrado no Ser Humano. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
LEMOS, R.; DI FELICE, M. A vida em rede. Campinas: Papirus & 7 Mares, 2015.
MARTINO, L. M. S. Teoria das mídias digitais: linguagens, ambientes e redes. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2015.

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